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UEL – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

RICARDO MARTINS DE S. LEITE


WILLIAM FERNANDO D. ABE

ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING)

Londrina
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2010

UEL – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING)

Trabalho referente à disciplina: Direito


Comercial I A, do Curso de: Direito da
UEL. Ministrada pelo professor – doutor
Marco Antonio Valle.
Realizado pelos alunos: Ricardo Martins
de S. Leite e William Fernando D. Abe.

LONDRINA
2010
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SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................................4
1. Conceito e Natureza jurídica...................................................................................5
2. Espécies .................................................................................................................6
2.1. Leasing financeiro.................................................................................................6
2.2. Leasing back.........................................................................................................7
2.3. Self leasing...........................................................................................................7
2.4. leasing operacional...............................................................................................8
2.5. Dummy corporation…………………………………………………………………….8
2.6. Lease purchase…………………………………………………………………………9
3. Obrigação das partes..............................................................................................9
4. Extinção....................................................................................................................9
Conclusão...................................................................................................................11
Referencias................................................................................................................12
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Introdução

O que caracteriza a revolução industrial do final do século XIX e até mesmo


as revoluções tecnológicas e biológicas do século passado é o dinamismo.
Em um curto espaço de tempo os equipamentos industriais ficam absoletos,
ou seja, ultrapassados em sua tecnologia o que pode acarretar dificuldades para
uma indústria continuar competitiva em determinada área onde a relação da
qualidade de produção e tecnologia é mais sensível.
É nesse contexto que surge o leasing, um contrato que permite mobilização
de capital favorecendo as indústrias na troca de equipamentos industriais tão logo
ficassem absoletos.
Há relatos de espécies de contrato que seriam pressupostos do leasing na
idade antiga e média, entretanto, o leasing como conhecemos surgiu por volta de
1920 nos Estados
Unidos da América da prática do renting, contrato pelo qual o locador deveria
prestar assistência técnica e manutenção, embora não tivesse o locatário a opção
de compra. Em 1941 o congresso norte-americano aprovou o Lend and Lease Act
permitindo que o país emprestasse equipamentos bélicos aos aliados que, ao fim da
guerra, poderiam devolvê-los ou adquiri-los. Em 1952 as empresas de alimentos
começaram a alugar equipamentos para suprir a demanda e fornecer alimentos ao
exército sendo considerada esta experiência fundamental para o advento do leasing
clássico.
No Brasil foi introduzido pela lei 6009/74 e atualmente é regulamentado pela
Resolução CMN 2309/96 com as alterações posteriores. Inicialmente apenas
poderia ser arrendatário uma pessoa jurídica, mas com a revisão da feita pela lei
7132/83 entendeu-se que também poderia figurar nesse pólo as pessoas físicas, no
entanto, só pode figurar como arrendador uma pessoa jurídica de atuação financeira
registradas no BACEN e sujeita a normatização deste.
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1 Conceito e Natureza jurídica

O termo leasing vem do verbo da língua inglesa “to lease” que significa
alugar, arrendar ou arrendamento mercantil nome adotado pela lei 6099/74. A
mesma lei conceitua o arrendamento mercantil no Art. 1º que caracterizará o
contrato para os benefícios fiscais sendo considerado: “Considera-se arrendamento
mercantil, para os efeitos desta lei, o negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica,
na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de
arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela
arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para o uso próprio desta.”
O objeto do contrato pode ser coisa móvel ou imóvel pretendida pelo
arrendatário que contrata com a arrendadora por certo prazo, onde, no fim deste, o
arrendatário terá a tríplice opção de: pagar o valor residual e adquirir o bem ou;
devolver o bem ou; renovar o contrato. Em estreita síntese, a explanação anterior é
o que conceitua o leasing podendo variar os elementos nas diversas modalidades
desse instituto.
A arrendadora deverá ser pessoa jurídica de atuação financeira cujo objetivo
principal que consta no estatuto seja a atuação com o arrendamento mercantil. Além
do arrendatário poderá configurar como parte no contrato (conforme disposição
entre arrendadora e arrendatária) a figura do fornecedor do bem. O prazo mínimo é
de 2 anos para bens com vida útil de até 5 anos e de 3 anos para os demais com
vida útil superior a 5 anos( no leasing financeiro) e 90 dias na modalidade
operacional.
O contrato de arrendamento mercantil é originalmente atípico misto, uma vez
que a lei não regulamenta todos os elementos e que se vale de forma de outros
institutos destacando seu caráter de financiamento e locação.
O contrato é bilateral ou sinalagmático, conquanto as partes possuam
obrigações entre si sendo um devedor e credor do outro. Oneroso uma vez que
ambas as partes auferem vantagens como o usufruto pelo arrendatário e o lucro
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obtido pela arrendadora. Comutativo, pois as obrigações das partes estão em


aproximada equivalência não destoando bruscamente a prestação de um para com
o outro. Por tempo determinado (conforme Art.5º, a). De execução sucessiva já que
as prestações se sucedem no tempo. É contrato intuitu personae, ou seja, leva em
consideração a pessoa que deverá executar a prestação sendo, portanto,
personalíssimo.
O contrato é considerado consensual, embora a não observação de alguns
elementos contidos na Lei 6099/74 e Resolução CNM 2309 possa acarretar a sua
nulidade. E por fim, cabe destacar o seu caráter de adesão, já que as cláusulas não
são livremente discutidas entre as partes sendo uniformizadas pela arrendadora,
sendo considerada a arrendatária consumidora final protegida pelo Código do
Consumidor.

2 ESPÉCIES

São diversas as espécies de leasing: leasing tradicional, leasing

back, self leasing, leasing operacional, dummy corporation e o lease purchase.

2.1 LEASING FINANCEIRO

O leasing tradicional ou financeiro é a espécie mais utilizada no

Brasil e ocorre da seguinte forma: o arrendador ou arrendante adquire determinado

bem, móvel ou imóvel, de determinado fornecedor e o loca ao arrendatário a fim de

que o use por um prazo determinado. Quando do término do período previsto no

contrato, deverá o arrendatário optar, conforme cláusula do mesmo, entre uma de

três possibilidades: a)adquirir o bem, por meio do pagamento do Valor Residual

Garantido (VRG), que foi estipulado previamente no contrato; b)devolver o bem ao

arrendador ou; c)prorrogar o contrato.


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Há de se observar que essa espécie de leasing tem por

característica básica a inexistência de resíduo expressivo, isto é, o arrendatário

pagará, no caso de compra, ao arrendador um valor baixo, pois o montante

correspondente as parcelas pagas pelo arrendatário é suficiente para a recuperação

do custo do bem e o retorno do investimento do arrendador. Daí dizer que a

finalidade de financiamento é bastante nítida, no leasing financeiro.

Por fim, importante ressaltar que o arrendador obrigatoriamente

será empresa ligada ao sistema financeiro.

2.2 LEASING BACK

O leasing back opera como o arrendamento clássico, mas com uma

peculiaridade: o bem objeto do contrato já pertence ao arrendatário. Exemplificando,

o arrendatário vende um bem de sua propriedade ao arrendador e em seguida o

recebe em arrendamento.

Essa espécie de leasing é comumente empregada pelo empresário

como opção de financiamento, sem que ele perca a posse do bem que, outrora, era

proprietário. Percebe-se disso que o leasing back possibilita que o empresário

transforme seus ativos fixos em capital de giro e, com isso, obtenha quantia a fim de

desenvolver sua atividade e, por meio de sua atividade, conseguir dinheiro que lhe

permita a obtenção desses ativos novamente.

Por fim, relevante o fato de esse negócio ser privativo das

instituições financeiras.
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2.3 SELF LEASING

O self leasing refere-se ao contrato celebrado entre empresas

coligadas ou do mesmo grupo. O art.2º da Lei 6099/1974 veda essa espécie.

2.4 LEASING OPERACIONAL

No leasing operacional o próprio fabricante é o arrendante, não

havendo intervenção de instituição financeira. Geralmente, nesta espécie de

leasing, há o comprometimento por parte do arrendante de prestar assistência

técnica ao arrendatário.

O leasing operacional é utilizado mais em arrendamentos de bens

que, pela sua natureza, se tornam obsoletos em pouco tempo; exemplos:

equipamentos de informática e máquinas fotocopiadoras. Tendo em vista essa

efemeridade, o arrendatário prefere o arrendamento ao invés da aquisição do bem,

pois, além de se beneficiar de assistência técnica, assim que o bem se tornar

obsoleto pode substituí-lo por outro mais moderno, por meio de outro contrato de

leasing.

2.5 DUMMY CORPORATION

A dummy corporation é uma empresa que atua como intermediária

entre a arrendatária e investidores. Seu capital decorre de debêntures que ela emite

e coloca no mercado financeiro

Essa empresa é administrada por um trustee que, por sua vez, é

indicado pelos investidores. Estes recebem os alugueres devidos pelas


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arrendatárias.

2.6 LEASE PURCHASE

O lease purchase é geralmente utilizado na atividade aeroviária ou

ferroviária. Há a emissão de certificados, semelhantes à debênture, por parte do

trustee. Por meio desses certificados adquire-se numerário para a compra do bem

que será arrendado. O eventual arrendatário só se tornará proprietário do bem caso

resgate todos os certificados.

3 OBRIGAÇÕES DAS PARTES

Partindo do princípio que o leasing é um contrato bilateral que

propicia obrigações para ambas as partes. O arrendador tem a obrigação de

comprar o bem indicado e deixar a disposição do arrendatário. Com o término do

prazo deve ou vender o bem ao arrendatário pelo valor previamente fixado, ou

receber o bem de volta ou renovar o contrato, mediante nova remuneração; nesse

dever o que vai definir a ação do arrendador será a opção feita pelo arrendatário, ao

término do contrato.

Já ao arrendatário incumbe pagar as prestações avençadas, manter

o bem conservado e, por último, escolher entre as três opções que lhe são

conferidas ao término do contrato, quais sejam, comprar a coisa, devolver o bem e

renovar o contrato, com nova remuneração.

4 EXTINÇÃO DO CONTRATO
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O contrato de leasing pode extinguir-se de diversas formas, por

exemplo, pelo decurso do prazo com a devolução ou compra do bem,ou, antes

desse período, pelo acordo entre as partes, pelo inadimplemento ou pela falência

da arrendante.
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Conclusão

Desde seu surgimento o leasing se espalhou rapidamente por todo o globo


sendo utilizado praticamente em todos os continentes justamente pelo seu caráter
que permite certo dinamismo, que é uma das principais vertentes do capitalismo
permitindo o desenvolvimento industrial e econômico. Tem-se tentado, por isso,
objetivar o leasing no direito internacional como a aprovação de um anteprojeto de
lei uniforme internacional realizado na cidade de Roma de 30.9.1980 a 2.10 do
mesmo ano e também sendo tema de vários simpósios pelo mundo como os
acontecidos em New York em 7 e 8 de maio de 1981 e em Zurich 23 e 24.11.81.
Assim caminhamos para uma regulamentação internacional o que poderia ser ótimo
para o capitalismo globalizado que se expande cada vez mais.
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Referências

• RIZZARDO, Arnaldo. Leasing: arrendamento mercantil no direito


brasileiro 4ª ed. São Paulo, Revistas dos Tribunais, 2000.
• VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos em espécie 8ª ed. São
Paulo, Atlas, 2008.

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