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Termodinâmica - Série Concursos Públicos

Curso Prático & Objetivo

Termodinâmica

CONCEITOS

FUNDAMENTAIS
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1 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS

1.1 - Sistema Termodinâmico

Sistema termodinâmico consiste em uma quantidade de matéria ou região


para a qual nossa atenção está voltada. Demarcamos um sistema termodinâmico
em função daquilo que desejamos calcular. Tudo que se situa fora do sistema
termodinâmico é chamado MEIO ou VIZINHANÇA.

O sistema termodinâmico a ser estudado é demarcado através de uma


FRONTEIRA ou SUPERFÍCIE DE CONTROLE a qual pode ser móvel, fixa, real ou
imaginária.

Sistema Fechado - É o sistema termodinâmico no qual não há fluxo de


massa através das fronteiras que definem o sistema.

Volume de Controle - Ao contrário do sistema fechado, é o sistema


termodinâmico no qual ocorre fluxo de massa através da superfície de controle que
define o sistema.

Assim, dependendo da interação entre o sistema termodinâmico definido


para estudo, e a vizinhança, chamaremos a essa região de Sistema Fechado
(demarcado pela fronteira) ou Volume de Controle (demarcado pela superfície de
controle) conforme se verifique as definições acima citadas. Exemplos de Sistema
Fechado e Volume de Controle

A figura 1.1-1 é um sistema termodinâmico fechado, pois não há fluxo de


massa através das fronteiras do sistema, embora haja fluxo de calor.
A figura 1.1-2, por sua vez, constitui um volume de controle pois temos fluxo
de massa atravessando a superfície de controle do sistema.

Fig. 1.1-1 - Sistema fechado Fig. 1 .1-2 - Volume de controle

Sistema Isolado - Dizemos que um sistema termodinâmico é isolado quando não


existe qualquer interação entre o sistema termodinâmico e a sua vizinhança. (ou
seja, através das fronteiras não ocorre fluxo de calor, massa, trabalho etc. )
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1.2 - Estado e Propriedades de uma Substância

Se considerarmos uma massa de água, reconhecemos que ela pode existir


sob várias formas. Se é inicialmente líquida pode-se tornar vapor após aquecida ou
sólida quando resfriada. Assim nos referimos às diferentes fases de uma
substância: uma fase é definida como uma quantidade de matéria totalmente
homogênea; quando mais de uma fase está presente, as fases se acham separadas
entre si por meio dos contornos das fases. Em cada fase a substância pode existir
a várias pressões e temperaturas ou, usando a terminologia da termodinâmica, em
vários estados. O estado pode ser identificado ou descrito por certas propriedades
macroscópicas observáveis; algumas das mais familiares são: temperatura,
pressão, volume, etc. Cada uma das propriedades de uma substância num dado
estado tem somente um valor definido e essa propriedade tem sempre o mesmo
valor para um dado estado, independente da forma pela qual a substância chegou a
ele. De fato, uma propriedade pode ser definida como uma quantidade que
depende do estado do sistema e é independente do caminho (isto é, da história)
pelo qual o sistema chegou ao estado considerado. Inversamente, o estado é
especificado ou descrito pelas propriedades.

Propriedades Termodinâmicas - As propriedades termodinâmicas podem


ser divididas em duas classes gerais, as intensivas e as extensivas.

Propriedade Extensiva - Chamamos de propriedade extensiva àquela que


depende do tamanho (extensão) do sistema ou volume de controle. Assim, se
subdividirmos um sistema em várias partes (reais ou imaginárias) e se o valor de
uma dada propriedade for igual à soma das propriedades das partes, esta é uma
variável extensiva. Por exemplo: Volume, Massa, etc.

Propriedade Intensiva - Ao contrário da propriedade extensiva, a


propriedade intensiva, independe do tamanho do sistema. Exemplo: Temperatura,
Pressão etc.

Propriedade Específica - Uma propriedade específica de uma dada


substância é obtida dividindo-se uma propriedade extensiva pela massa da
respectiva substância contida no sistema. Uma propriedade específica é também
uma propriedade intensiva do sistema. Exemplo de propriedade específica:
V
Volume específico , ν , ν =
M
U
Energia Interna específica , u, u =
M

onde: M é a massa do sistema, V o respectivo volume e U é a energia interna total


do sistema.
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1.3 - Mudança de Estado de um Sistema Termodinâmico

Quando qualquer propriedade do sistema é alterada, por exemplo; Pressão,


Temperatura, Massa, Volume, etc. dizemos que houve uma mudança de estado no
sistema termodinâmico.

Processo - O caminho definido pela sucessão de estados através dos quais


o sistema passa é chamado processo.

Exemplos de processos:

- Processo Isobárico (pressão constante)


- Processo Isotérmico (temperatura constante)
- Processo Isocórico (isométrico) (volume constante)
- Processo Isoentálpico (entalpia constante)
- Processo Isoentrópico (entropia constante)
- Processo Adiabático (sem transferência de calor)

Ciclo Termodinâmico - Quando um sistema (substância), em um dado


estado inicial, passa por certo número de mudança de estados ou processos e
finalmente retorna ao estado inicial, o sistema executa um ciclo termodinâmico.
Deve ser feita uma distinção entre ciclo termodinâmico, descrito acima, e um
ciclo mecânico. Um motor de combustão interna de quatro tempos executa um ciclo
mecânico a cada duas rotações. Entretanto o fluido de trabalho não percorreu um
ciclo termodinâmico dentro do motor, uma vez que o ar e o combustível são
queimados e transformados nos produtos de combustão, que são descarregados
para a atmosfera.

1.4 - Lei Zero da Termodinâmica

Quando dois corpos tem a mesma temperatura dizemos que estão em


equilíbrio térmico entre si. Podemos definir a lei zero da termodinâmica como:

" Se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro eles estão
em equilibrio térmico entre si ".

A lei zero da termodinâmica define os medidores de temperatura, os


TERMÔMETROS.
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1.5 - Escalas de Temperatura

Para a maior parte das pessoas a temperatura é um conceito intuitivo


baseado nas sensações de "quente" e "frio" proveniente do tato. De acordo com a
segunda lei da termodinâmica, a temperatura está relacionada com o calor ficando
estabelecido que este, na ausência de outros efeitos, flui do corpo de temperatura
mais alta para o de temperatura mais baixa espontaneamente.
O funcionamento dos termômetros está baseada na lei zero da
termodinâmica pois são colocados em contato com um corpo ou fluido do qual se
deseja conhecer a temperatura até que este entre em equilíbrio térmico com o
respectivo corpo. A escala do aparelho foi construída comparando-a com um
termômetro padrão ou com pontos físicos fixos de determinadas substâncias.
Quatro escalas de temperatura são hoje usadas para se referir à temperatura,
duas escalas absolutas e duas escalas relativas; são elas respectivamente: Escala
KELVIN (K) e RANKINE (°R) e escala Celsius (°C) e Fahrenheit (°F). A Fig. 1.5-1
mostra as quatro escalas de temperatura e a relação entre elas.

Figura 1.5-1 - As escalas de temperatura e sua inter-relação

Tipos de Termômetros

- Termômetro de Mercúrio em vidro (expansão volumétrica)


- Termômetro de Alcool em vidro (expansão volumétrica)
- Termômetro de Par Bimetálico (dilatação linear diferenciada)
- Termômetro de Termistores (variação da resistividade)
- Termômetro de Gás Perfeito (expansão volumétrica)
- Termômetro de Termopar (força eletromotriz)
- Pirômetro Ótico (cor da chama)
- etc.
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Exemplo 1.5-1
Escreva a relação entre graus Celsius (oC) e Fahrenheit (oF)

Solução - Considere-se a escala dos dois Termômetros, Celsius


e Fahrenheit como mostrado na figura

Interpolando linearmente as escalas entre a referência de gelo


fundente e a referência de vaporização da água temos:

O
C − 0 O F − 32 5 O
= →
O
C= ( F − 32)
100 − 0 212 − 32 9

1.6 - Pressão

Pressão, uma propriedade termodinâmica, é definida como sendo a relação


entre uma força e a área normal onde está sendo aplicada a força. A Fig. 1.6-1
ilustra a definição dada pela equação 1.6 -1

lim δ FN
P= (1.6 -1)
δA 
→ δA δA
i

Figura 1.6-1 - Definição de Pressão


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Unidades de Pressão

N
Pascal, Pa = ,
m2
kgf
Quilograma - força por metro quadrado, =
m2
lbf lbf
Psig = , (manométrica) Psia = (absoluta)
in 2 in 2
bar = 105 Pascal

As pressões abaixo da pressão atmosférica e ligeiramente acima e as


diferenças de pressão (como por exemplo, ao longo de um tubo, medidas através
de um orifício calibrado) são obtidas freqüentemente com um manômetro em U que
contém como fluido manométrico: água, mercúrio, Alcool, etc. como mostra a Fig.
1.6-2

Figura 1.6-2 manômetro em U usado junto com um orifício calibrado

Pelos princípios da hidrostática podemos concluir que, para uma diferença de


nível, L em metros, em um manômetro em U, a diferença de pressão em Pascal é
dada pela relação :
∆P = ρ gL
onde g é a aceleração da gravidade, em m/s2, ρ é a densidade do fluido
manométrico, em kg/m3 e L é a altura da coluna de líquido, em m (metros) .

OBS.

A pressão atmosférica padrão é definida como a pressão produzida por uma


coluna de mercúrio exatamente igual a 760 mm sendo a densidade do mercúrio de
13,5951 gm / cm3 sob a aceleração da gravidade padrão de 9,80665 m / s2

uma atmosfera padrão = 760 mmHg =101325 Pascal = 14,6959 lbf / in2
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Exemplo 1.6-1
Em uma análise para se obter o balanço térmico de um motor diesel é necessário
medir-se a vazão de ar admitido pelo motor. Um orifício calibrado é montado em uma caixa
de entrada junto com um manômetro em U na admissão do motor, como mostrado,

esquematicamente na figura. A vazão mássica do fluido escoando, m , em kg/m3 está

relacionada, em um orifício calibrado, pela seguinte expressão, m = A C D 2ρ
ρ ∆P , onde ∆P
é a diferença de pressão no manômetro em U ,
em Pascal, A é a área do orifício calibrado, em
metros quadrados, CD é o coeficiente de
descarga do orifício, cujo valor particular, para
este caso é 0,59, ρ é a densidade do fluido em
escoamento. Determinar a vazão de ar para os
dados mostrados na figura. (Considere a
aceleração gravitacional local igual a 9,81 m/s2 ,
a densidade do ar como sendo, ρ = 1,2 kg/m3 e a
densidade da água do manômetro igual a 1000 kg/m3)

Solução

- Cálculo da diferença de Pressão indicada no manômetro em U:

∆P = ρ g L = 1000 • 9,81 • 0,260 = 2 550,6 Pa

- Calculo da área do orifício calibrado. Dos dados da figura temos

π d 2 3,14159 • ( 0, 045) 2
A= = = 0, 00159 m 2
4 4
- A vazão em massa de ar admitida pelo motor diesel, pela expressão será

• kg
m AR = 0,00159 • 0,59 2 • 1,2 • 2.550,6 = 0,0734
s
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Exercícios

1-1) Um manômetro montado em um recipiente indica uma pressão de


1,25MPa e um barômetro local indica 96kPa. Determinar a pressão interna absoluta
do recipiente em: a) MPa , b) kgf/cm2, c) Psia e d) em milímetros de coluna de
mercúrio.
OBS.: Adote para o mercúrio a densidade de 13,6gm/cm3

1-2) Um termômetro, de liquido em vidro, indica uma temperatura de 30 oC.


Determine a respectiva temperatura nas seguintes escalas: a) em graus Fahrenheit
(oF) , b) em graus Rankine (oR) e c) em Kelvin (K).

1-3) Um manômetro contém um fluido com densidade de 816 kg/m3. A


diferença de altura entre as duas colunas é 50 cm. Que diferença de pressão é
indicada em kgf/cm2? Qual seria a diferença de altura se a mesma diferença de
pressão fosse medida por um manômetro contendo mercúrio (adote densidade do
mercúrio de 13,60 gm/cm3)

1-4) Um manômetro de mercúrio, usado para medir um vácuo, registra 731


mm Hg e o barômetro local registra 750 mm Hg. Determinar a pressão em kgf/cm2 e
em microns.
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2 - PROPRIEDADES DE UMA SUBSTÂNCIA PURA

2.1 - Substância Pura

Substância pura é aquela que tem composição química invariável e


homogênea. Pode existir em mais de uma fase, mas a sua composição química é
a mesma em todas as fases. Assim água líquida e vapor d'água ou uma mistura
de gelo e água líquida são todas substância puras, pois cada fase tem a mesma
composição química. Por outro lado uma mistura de ar líquido e gasoso não é uma
substância pura, pois a composição química da fase líquida é diferente daquela da
fase gasosa.
Neste trabalho daremos ênfase àquelas substâncias que podem ser
chamadas de substância simples compressíveis. Por isso entendemos que efeitos
de superfície, magnéticos e elétricos, não são significativos quando se trata com
essas substâncias.

Equilíbrio de Fase Líquido - Vapor - Considere-se como sistema 1 kg de


água contida no conjunto êmbolo-cilindro como mostra a figura 2.1-1. Suponha
que o peso do êmbolo e a pressão atmosférica local mantenham a pressão do
sistema em 1,014 bar e que a temperatura inicial da água seja de 15 OC. À medida
que se transfere calor para a água a temperatura aumenta consideravelmente e o
volume específico aumenta ligeiramente (Fig. 2.1-1b) enquanto a pressão
permanece constante.

Figura 2.1-1 - Representação da terminologia usada para uma substância pura à pressão P e
temperatura T, onde Tsat é a temperatura de saturação na pressão de saturação P.

Quando a água atinge 100 OC uma transferência adicional de calor implica


em uma mudança de fase como mostrado na Fig. 2.1-1b para a Fig. 2.1-1c, isto é,
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uma parte do líquido torna-se vapor e, durante este processo, a pressão


permanecendo constante, a temperatura também permanecerá constante mas a
quantidade de vapor gerada aumenta consideravelmente (aumentado o volume
específico), como mostra a Fig. 2.1-1c. Quando a última porção de líquido tiver
vaporizado (Fig. 2.1-1d) uma adicional transferência de calor resulta em um
aumento da temperatura e do volume específico como mostrado na Fig. 2.1-1e e
Fig. 2.1-1f

Temperatura de saturação - O termo designa a temperatura na qual se dá


a vaporização de uma substância pura a uma dada pressão. Essa pressão é
chamada “pressão de saturação” para a temperatura dada. Assim, para a água
(estamos usando como exemplo a água para facilitar o entendimento da definição
dada acima) a 100 oC, a pressão de saturação é de 1,014 bar, e para a água a
1,014 bar de pressão, a temperatura de saturação é de 100 oC. Para uma
substância pura há uma relação definida entre a pressão de saturação e a
temperatura de saturação correspondente.

Líquido Saturado - Se uma substância se encontra como líquido à


temperatura e pressão de saturação diz-se que ela está no estado de líquido
saturado, Fig.2.1-1b.

Líquido Subresfriado - Se a temperatura do líquido é menor que a


temperatura de saturação para a pressão existente, o líquido é chamado de líquido
sub-resfriado (significa que a temperatura é mais baixa que a temperatura de
saturação para a pressão dada), ou líquido comprimido, Fig. 2.1-1a, (significando
ser a pressão maior que a pressão de saturação para a temperatura dada).

Título (x) - Quando uma substância se encontra parte líquida e parte vapor,
vapor úmido, Fig. 2.1-1c, a relação entre a massa de vapor pela massa total, isto
é, massa de líquido mais a massa de vapor, é chamada título. Matematicamente:

mv mv
x= = (2.1-1)
ml + mv mt

Vapor Saturado - Se uma substância se encontra completamente como


vapor na temperatura de saturação, é chamada “vapor saturado”, Fig. 2.1-1d, e
neste caso o título é igual a 1 ou 100% pois a massa total (mt) é igual à massa de
vapor (mv), (freqüentemente usa-se o termo “vapor saturado seco”)

Vapor Superaquecido - Quando o vapor está a uma temperatura maior que


a temperatura de saturação é chamado “vapor superaquecido” Fig. 2.1-1e. A
pressão e a temperatura do vapor superaquecido são propriedades independentes,
e neste caso, a temperatura pode ser aumentada para uma pressão constante.
Em verdade, as substâncias que chamamos de gases são vapores altamente
superaquecidos.
A Fig. 2.1-1 retrata a terminologia que acabamos de definir para os diversos
estados termodinâmicos em que se pode encontrar uma substância pura.
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Considerações importantes

1) Durante a mudança de fase de líquido-vapor à pressão constante, a


temperatura se mantém constante; observamos assim a formação de patamares
de mudança de fase em um diagrama de propriedades no plano T x v ou P x v,
como mostrado na Fig. 2.2-1. Quanto maior a pressão na qual ocorre a mudança
de Fase líquido-vapor maior será a temperatura.

2) Aumentando-se a pressão observa-se no diagrama que as linhas de


líquido saturado e vapor saturado se encontram. O ponto de encontro dessas duas
linhas define o chamado "Ponto Crítico". Pressões mais elevadas que a pressão
do ponto crítico resultam em mudança de fase de líquido para vapor superaquecido
sem a formação de vapor úmido.

Figura 2.2-1 diagrama T x v e diagrama P x v

3) A linha de líquido saturado é levemente inclinada em relação à vertical


pelo efeito da dilatação volumétrica (quanto maior a temperatura maior o volume
ocupado pelo líquido), enquanto a linha de vapor saturado é fortemente inclinada
em sentido contrário devido à compressibilidade do vapor. A Fig. 2.2-1b mostra o
diagrama P -V no qual é fácil visualizar as linhas de temperatura constante e o
ponto de inflexão da isoterma crítica

Como exemplo, o ponto crítico para a água, é:

Pcrítica = 22,09 MPa


Tcrítica = 374,14 OC
Vcritico = 0,003155 m3 / kg

Ponto Triplo - Corresponde ao estado no qual as três fases (sólido, líquido


e gasosa) se encontram em equilíbrio. A Fig. 2.3-1 mostra um diagrama de fases
(P x T). Para qualquer outra substância o formato do diagrama é o mesmo.
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Uma substância na fase vapor com pressão acima da pressão do ponto


triplo muda de fase (torna-se líquido) ao ser resfriada até a temperatura
correspondente na curva de pressão de vapor. Resfriando o sistema ainda mais
será atingida uma temperatura na qual o líquido irá se solidificar. Este processo
está indicado pela linha horizontal 1→2→3 na Fig. 2.3-1.

Para uma substância na fase sólida


com pressão abaixo da pressão do ponto
triplo ao ser aquecida observe que,
mantendo a pressão constante, será atingida
uma temperatura na qual ela passa da fase
sólida diretamente para a fase vapor, sem
passar pela fase líquida, como mostrado na
Fig. 2.3-1 no processo 4→5.
Como exemplo a pressão e a
temperatura do ponto triplo para a água
corresponde a 0,6113 kPa e 0,01 OC
respectivamente.
Figura 2.3-1 Diagrama de fases para a
água (sem escala)

2.2 - Propriedades Independentes das Substâncias Puras

Uma propriedade de uma substância é qualquer característica observável


dessa substância. Um número suficiente de propriedades termodinâmicas
independentes constituem uma definição completa do estado da substância.
As propriedades termodinâmicas mais comuns são: temperatura (T),
pressão (P), e volume específico (v) ou massa específica (ρ). Além destas
propriedades termodinâmicas mais familiares, e que são diretamente mensuráveis ,
existem outras propriedades termodinâmicas fundamentais usadas na análise de
transferência de energia (calor e trabalho), não mensuráveis diretamente, que são:
energia interna específica (u), entalpia específica (h) e entropia específica (s).

Energia Interna (U) - é a energia possuída pela matéria devido ao


movimento e/ou forças intermoleculares. Esta forma de energia pode ser
decomposta em duas partes:
a - Energia cinética interna, a qual é devida à velocidade das moléculas e,

b - Energia potencial interna, a qual é devida às forças de atração que


existem entre as moléculas. As mudanças na velocidade das moléculas são
identificadas macroscopicamente pela alteração da temperatura da substância
(sistema), enquanto que as variações na posição são identificadas pela mudança
de fase da substância (sólido, liquido ou vapor)

Entalpia (H) - na análise térmica de alguns processos específicos,


freqüentemente encontramos certas combinações de propriedades
termodinâmicas. Uma dessas combinações ocorre quando temos um processo a
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pressão constante, resultando sempre uma combinação (U + PV). Assim


considerou-se conveniente definir uma nova propriedade termodinâmica chamada
“ENTALPIA”, representada pela letra H, determinada matematicamente pela
relação:

H=U+PV (2.2-1)

ou a entalpia específica,

h=u+Pν (2.2-2)

Entropia (S) - Esta propriedade termodinâmica representa, segundo alguns


autores, uma medida da desordem molecular da substância ou, segundo outros, a
medida da probabilidade de ocorrência de um dado estado da substância.
Matematicamente a definição de entropia é

 δ Q (2.2-3)
dS =  
 T  reversivel

2.3 - Equações de Estado

Equação de estado de uma substância pura é uma relação matemática que


correlaciona pressão temperatura e volume específico para um sistema em
equilíbrio termodinâmico. De uma maneira geral podemos expressar de forma
genérica essa relação na forma da Eq. (2.3-1)

f(P, v, T) = 0 (2.3 -1)

Existem inúmeras equações de estado, muitas delas desenvolvidas para


relacionar as propriedades termodinâmicas para uma única substância , outras
mais genéricas, por vezes bastante complexas, com objetivo de relacionar as
propriedades termodinâmicas de várias substâncias.
Uma das equações de estado mais conhecida e mais simples é aquela que
relaciona as propriedades termodinâmicas de pressão, volume específico e
temperatura absoluta do gás ideal, que é;
_
Pν=ℜT (2.3-2)
_
onde P, é a pressão absoluta (manométrica + barométrica), em Pascal, ν , o
volume molar específico, em m3/kmol, a constante universal do gás, que vale, ℜ =
8,314 kJ/kmol-K, e T a temperatura absoluta, em Kelvin. A Eq. (2.3-2) pode ser
escrita de várias outras formas. Uma forma interessante é escreve-la usando o
volume específico e a constante particular do gás, como na Eq. (2.3-3)

Pν = RT (2.3-3)

onde ν , é o volume específico do gás, em m3/kg e R é a constante particular do


gás. O valor de R está relacionado à constante universal dos gases pela massa
molecular da substância (M). Isto é:
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R= (2.3-4)
M

Como sabemos, a Eq. (2.3-2) ou (2.3-3) só representa satisfatoriamente


gases reais a baixas pressões. Para gases reais a pressões um pouco mais
elevadas e gases poliatômicos os resultados obtidos com a equação do gás ideal
não é satisfatório, sendo necessário, para gás real, lançar mão de equações mais
elaboradas.

Exemplo 2.3-1
Considere o ar atmosférico como um gás ideal e determine o volume
específico e a densidade para a pressão atmosférica padrão na temperatura de
20 oC. (adote a massa molecular do ar = 28,97 kg/kmol , ℜ = 8 314 J/ kmol-K)

Solução

Para a hipótese de gás ideal temos:


RT
P v = RT ⇒ v=
P
A constante particular do gás é dada por:

ℜ 8314 J
R= ⇒ R= ⇒ Ra r ≅ 287
M 28,97 kg • K

logo, o volume específico será

287 . (273,15 + 20) m3


a) v= ≅ 0,8303
101325 kg

A densidade é o inverso do volume específico, assim;

1 1 kg
b) ρ= = = 1,204
v 0,8303 m3

A equação de estado para gás real mais antiga é a equação de van der
Waals (1873) e foi apresentada como uma melhoria semi-teórica da equação de
gases ideais, que na forma molar é;

ℜT a
P= _ − _2 (2.3-5)
ν−b ν
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O objetivo da constante "b" na equação é corrigir o volume ocupado pelas


_ 2
moléculas e o termo " a / ν " é uma correlação que leva em conta as forças
intermoleculares de atração das moléculas. As constantes "a " e "b " são
calculadas a partir do comportamento do gás. Estas constantes são obtidas
observando-se que a isoterma crítica (Fig. 2.2b) tem um ponto de inflexão no
ponto crítico e portanto nesse ponto a inclinação é nula [2]
Os valores das constantes " a " e " b " são determinados em função das
propriedades do ponto crítico, pressão crítica , PC, e temperatura crítica, TC, para
cada gás.

27 ℜ 2 TC2 ℜ TC
a= , b= (2.3-6)
64 PC 8 PC

Uma outra equação, considerada mais precisa que a equação de van der
Waals e com o mesmo nível de dificuldade é a equação de Redlich - kwong (1949),
que para propriedades molares é:

ℜT a
P= _ − _ _ (2.3-7)
ν− b ν ( ν + b) T
1
2

Esta equação é de natureza empírica, as constantes "a " e " b " valem;

ℜ TC
2 5
TC2
a 0,4278 , b = 0, 08664 (2.3-8)
P PC

Constantes para as equações de estado de van der Waals e de Redlich-


Kwong para algumas substâncias são dadas na tabela 2.3 -1.

As constantes dadas na tabela (2.3-1) são para pressão, P, em bar, volume


_
específico molar, ν , em m3 / kmol e temperatura, T, em Kelvin
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Tabela (2.3-1) van der Waals Redlich - Kwong


3
m 2 m3
m 3 2 0, 5 m3
Substâncias a, bar( ) b, a, bar( ) K b,
kmol kmol kmol kmol

Ar 1,368 0,0367 15,989 0,02541


Butano (C4H10) 13,860 0,1162 289,55 0,08060
Dióxido de carbono (CO2) 3,647 0,0428 64,43 0,02963
Monóxido de carbono (CO) 1,474 0,0395 17,22 0,02737
Metano (CH4) 2,293 0,0428 32,11 0,02965
Nitrogênio (N2) 1,366 0,0386 15,53 0,02677
Oxigênio (O2) 1,369 0,0317 17,22 0,02197
Propano (C3H8) 9,349 0,0901 182,23 0,06342
Refrigerante 12 10,490 0,0971 208,59 0,06731
Dióxido Sulfúrico (SO2) 6,883 0,0569 144,80 0,03945
Vapor Água (H2O) 5,531 0,0305 142,59 0,02111

Exemplo 2.3-2
Um tanque cilíndrico vertical contém 4,0 kg de monóxido de carbono gás à
temperatura de -50 OC. O diâmetro interno do tanque é, D=0,2 m e o comprimento,
L=1,0 m. Determinar a pressão, em bar, exercida pelo gás usando:
a) O modelo de gás ideal, b) O modelo de van der Waals e c) O modelo de
Redlich - Kwong

Solução
Conhecemos: Tanque cilíndrico de dimensões conhecidas contendo 4,0 kg de
monóxido de carbono, CO, a - 50 OC

Determinar: A pressão exercida pelo gás usando três


modelos diferentes.
Hipóteses:

1) Como mostrado na figura ao lado o


gás é adotado como sistema fechado
2) O sistema está em equilíbrio termodinâmico

Análise:
O volume molar específico do gás é necessário nos três modelos requeridos, assim

π d2L 3,14159 .(0,2) 2 . 1


V= = = 0,0314 m 3
4 4
o volume molar específico será:
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_ 0,0314 m 3 m3
ν = Mν = M ( V m ) = 28( kmol )( )( kg ) = 0,2198
kg

4,0 kmol

A equação de estado para o gás ideal resulta

_ ℜT (8314 )( −50 + 27315


, ) bar
Pν=ℜT → P= _ = ( 5 ) = 84,41 bar
0,2198 10 Pa
ν
Para a Equação de estado de van der Waals as constantes " a " e " b "
podem ser lidas diretamente da tabela 2.3-1, então;

3 3
a = 1, 474 bar( m kmol ) 2 e b = 0, 0395( m kmol ) substituindo,

ℜT a (8314 )( −50 + 27315


, ) bar 1,474
P= − = ( )− = 72,3 bar
_ _2 ( 0,2198 − 0,0395) 10 5 Pa ( 0,2198 ) 2
ν−b ν

Também, para a equação de estado de Redlich-Kwong da tabela 2.3-1


1
m6 K 2 m3
obtemos; a = 17,22 bar ( ) e b = 0, 02737
kmol 2 kmol

substituindo na respectiva equação temos;

ℜT a ( 8314)( −50 + 27315


, ) bar 17,22
P= − = ( 5 )−
_ _ _
( 0,2198 − 0,02737) 10 Pa
1

ν− b ν ( ν + b) T
1
2 ( 0,21980)( 0,24717)( 22315
, )2

P = 75,2 bar

Observação:
Comparando os valores calculados de Pressão, a equação do modelo de gás
ideal resulta em 11 % maior que a equação de van der Waals. Comparando o valor de
Pressão obtido pela equação de van der Waals com dados obtidos do diagrama de
compressibilidade (Shapiro [2]) este valor é 5% menor. O valor obtido pela modelo de
Redlich-Kwong é 1% menor que o valor obtido no diagrama de compressibilidade.

Um outro exemplo de equações de estado são as de Eq. (2.3-9) até (2.3-18)


que são usada para relacionar as propriedades termodinâmicas dos refrigerantes
hidrocarbonos fluorados (R-12, R-22,... etc.) [5]
5
Ai + Bi T + Ci EXP (− kT / Tc ) A + B6T + C6 EXP (− kT / Tc )
∑[
RT
P= + ]+ 6 (2.3-9)
v −b i=2 (v − b) i
(1 + c EXP (αv )) EXP (αv )
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4 5
A + (1 + kT / TC ) Ci EXP( − kT / Tc )
u = u0 + ∑ ( T − T0i ) − G5 ( − ) + ∑ [ i
Gi i 1 1
]+
i =1 i T T0 i =2 (i − 1)( v − b) ( i −1)

A6 + (1 + kT / Tc ) C6 EXP(− kT / Tc )
+ (2.3-10)
α EXP(αv )

h = u+ Pv (2.3-11)

4
s = s0 + G1 ln( T / T0 ) + ∑
Gi G 1 1
( T ( i −1) − T0(i −1) ) − 5 ( 2 − 2 ) +
i = 2 (i − 1) 2 T T0

5
Bi − ( k / TC ) Ci EXP ( − kT / Tc ) B − ( k / Tc ) C6 EXP (− kT / Tc )
+ R ln( v − b ) − ∑ [ ( i − 1) ]− 6 (2.3-12)
i =2 (i − 1)( v − b ) α EXP (αv )

F2 γ −T
ln Psat = F1 + + F3 ln T + F4 T + F5 ( ) ln(γ − T )
T T
(2.3-13)

 dP   F − F F F γ ln(γ − T ) 
  =  F4 + 3 5 − 22 − 5  Psat (2.3-14)
 dT sat  T T T2 

dP Hlv
Hlv = T vlv ( ) (2.3-15); slv = (2.3-16)
dT sat T

i −1 1
 T  T 2  T
2
5
ρl = ∑ Di 1 − 
3
+ D61 −  + D7 1 −  (2.3-17)
i =1  Tc   Tc   Tc 

vlv = vv − vl (2.3-18)

onde Ai , Bi ,Ci ,Di , Fi , Gi ,c, k, b, γ, α e Tc ,são constantes que dependem da


substância.
Muitos outros exemplos de Eqs. de estado, algumas mais simples outras
mais complexas poderiam se apresentadas. Entretanto, dado a complexidade das
equações de estado para correlacionar as propriedades termodinâmicas das
substâncias reais seria interessante que tivéssemos um meio mais rápido para
obter tais relações.
As tabelas de propriedades termodinâmicas, obtidas através das equações
de estado, são as ferramentas que substituem as equações.
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Exercícios

2-1) - Determine o Volume molar de um gás ideal nas condições normais de


temperatura e pressão (as condições normais de temperatura e pressão, CNTP,
são 0 OC e 101325 Pascal, respectivamente)

2-2) - Calcule a constante particular dos gases para o Oxigênio, Nitrogênio e


para o ar seco.

2-3) - Um balão esférico tem raio de 3m. A pressão atmosférica local é de


1,0 kgf/cm2 e a temperatura é de 25 OC.
a) Calcular a massa e o número de moles (ou kmoles) de ar que o balão
desloca
b) Se o balão estiver cheio com Hélio (He) com pressão de 1,0 kgf/cm2 e a
temperatura for de 25 OC, qual o número de moles (ou kmoles) e a massa de hélio?

2-4) - Uma quantidade de ar está contida num cilindro vertical equipado com
um êmbolo sem atrito, como mostrado na figura. A área seccional interna do
cilindro é de 450 cm2 e o ar está inicialmente a 2,0 kgf/cm2 de pressão e
temperatura de 430 OC. O ar é então resfriado como
resultado da transferência de calor para o meio ambiente.
(adote o ar como gás ideal)
a) Qual a temperatura do ar no interior do cilindro
quando o êmbolo atinge os limitadores, em OC
b) Se o resfriamento prosseguir até a temperatura
atingir 21 OC qual será a pressão no interior do cilindro.

2-5) - Considere 10 kg de vapor de água à temperatura de 400 OC no interior


de um vaso de pressão cujo volume é de 1,512 m3. Determine a pressão exercida
pelo vapor nestas condições.
a) através da equação de gás ideal
b) através da equação de van der Waals
c) através da equação de Redlich-kwong
d) Compare os resultados com dados da tabela de propriedades
superaquecidas para o vapor de água.
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2.4 - Tabelas de Propriedades Termodinâmicas

Existem tabelas de propriedades termodinâmicas para todos as substâncias


de interesse em engenharia. Essas tabelas são obtidas através das equações de
estado, do tipo mostrado anteriormente. As tabelas de propriedades
termodinâmicas estão divididas em três categorias de tabelas, uma que relaciona
as propriedades do líquido comprimido (ou líquido subresfriado), outra que
relaciona as propriedades de saturação (líquido saturado e vapor saturado) e as
tabelas de vapor superaquecido. Em todas as tabelas as propriedades estão
tabeladas em função da temperatura ou pressão e em função de ambas como
pode ser visto nas tabelas a seguir. Para a região de liquido+vapor, (vapor úmido)
conhecido o título, x, as propriedades devem ser determinadas através das
seguintes equações:

u = uL + x(uv - uL) (2.4-1)

h = hL + x(hv - h L) (2.4-2)

v = vL + x(vv - vL) (2.4-3)

s = sL + x(sv - sL) (2.4-4)

As tabelas de (2.4-1) até (2.4-12) são exemplos de tabelas de propriedades


termodinâmicas de líquido comprimido, saturadas e superaquecidas de qualquer
substância. Observe nessas tabelas que para condições de saturação basta
conhecer apenas uma propriedade para obter as demais, que pode ser
temperatura ou pressão, propriedades diretamente mensuráveis. Para as
condições de vapor superaquecido e líquido comprimido é necessário conhecer
duas propriedades para ser obter as demais. Nas tabelas de propriedades
saturadas, aqui apresentadas, pode-se observar que para temperatura de 0,0 oC e
líquido saturado (x = 0), o valor numérico de entalpia (h) é igual a 100,00 kcal/kg
para os refrigerantes R-12, R-22, e R-717, sendo igual a 200,00 kJ/kg para o R-
134a, e a entropia (S), vale 1,000 para todas as tabelas dadas independente das
unidades usadas. Estes valores são adotados arbitrariamente como valores de
referência e os demais valores de entalpia (h) e entropia (S), são calculados em
relação a esses valores de referência. Outros autores podem construir tabelas dos
mesmos refrigerantes com referências diferentes. Quando as referências são
diferentes, como dissemos, as propriedades têm outros valores nessas tabelas,
entretanto, a diferença entre mesmos estados é igual para qualquer referência
adotada.
Assim, o valor numérico da entalpia (h), e entropia (S) em diferentes tabelas
podem apresentar valores completamente diferentes para o mesmo estado
termodinâmico, sem contudo, modificar os resultados de nossas análises térmicas,
bastando para tanto que se utilize dados de entalpia e entropia de uma mesma
tabela, ou de tabelas que tenham a mesma referência. Para dados retirados de
duas ou mais tabelas com referências diferentes estes devem ser devidamente
corrigidos para uma única referência.
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Tabela (2.4-1) Propriedades da Água Saturada (Líquido-Vapor) Tabela de Pressão


Volume Energia
Específico Interna Entalpia Entropia
m3 /kg kJ/kg kJ/kg kJ/kg.K
Pres. Temp Líquid Vapor Líquid Vapor Líquid Líqui- Vapor Líquid Vapor
Sat. Sat. Sat. Sat. Sat. Vapor Sat. Sat. Sat.
o
bar C vL x103 vG uL uG hL hLG hG sL sG

0,04 28,96 1,0040 34,800 121,45 2415,2 121,46 2432,9 2554,4 0,4226 8,4746
0,06 36,16 1,0064 23,739 151,53 2425,0 151,53 2415,9 2567,4 0,5210 8,3304
0,08 41,51 1,0084 18,103 173,87 2432,2 173,88 2403,1 2577,0 0,5926 8,2287
0,10 45,81 1,0102 14,674 191,82 2437,9 191,83 2392,8 2584,7 0,6493 8,1502
0,20 60,06 1,0172 7,649 251,38 2456,7 251,40 2358,3 2609,7 0,8320 7,9085

0,30 69,10 1,0223 5,229 289,20 2468,4 289,23 2336,1 2625,3 0,9439 7,7686
0,40 75,87 1,0265 3,993 317,53 2477,0 317,58 2319,2 2636,8 1,0259 7,6700
0,50 81,33 1,0300 3,240 340,44 2483,9 340,49 2305,4 2645,9 1,0910 7,5939
0,60 85,94 1,0331 2,732 359,79 2489,6 359,86 2293,6 2653,5 1,1453 7,5320
0,70 89,95 1,0360 2,365 376,63 2494,5 376,70 2283,3 2660,0 1,1919 7,4797

0,80 93,50 1,0380 2,087 391,58 2498,8 391,66 2274,1 2665,8 1,2329 7,4346
0,90 96,71 1,0410 1,869 405,06 2502,6 405,15 2265,7 2670,9 1,2695 7,3949
1,00 99,63 1,0432 1,694 417,36 2506,1 417,46 2258,0 2675,5 1,3026 7,3594
1,50 111,4 1,0528 1,159 466,94 2519,7 467,11 2226,5 2693,6 1,4336 7,2233
2,00 120,2 1,0605 0,8857 504,49 2529,5 504,70 2201,9 2706,7 1,5301 7,1271

2,50 127,4 1,0672 0,7187 535,10 2537,2 535,37 2181,5 2716,9 1,6072 7,0527
3,00 133,6 1,0732 0,6058 561,15 2543,6 561,47 2163,8 2725,3 1,6718 6,9919
3,50 138,9 1,0786 0,5243 583,95 2546,9 584,33 2148,1 2732,4 1,7275 6,9405
4,00 143,6 1,0836 0,4625 604,31 2553,6 604,74 2133,8 2738,6 1,7766 6,8959
4,50 147,9 1,0882 0,4140 622,25 2557,6 623,25 2120,7 2743,9 1,8207 6,8565

5,00 151,9 1,0926 0,3749 639,68 2561,2 640,23 2108,5 2748,7 1,8607 6,8212
6,00 158,9 1,1006 0,3157 669,90 2567,4 670,56 2086,3 2756,8 1,9312 6,7600
7,00 165,0 1,1080 0,2729 696,44 2572,5 697,22 2066,3 2763,5 1,9922 6,7080
8,00 170,4 1,1148 0,2404 720,22 2576,8 721,11 2048,0 2769,1 2,0462 6,6628
9,00 175,4 1,1212 0,2150 741,83 2580,5 742,83 2031,1 2773,9 2,0946 6,6226

10,0 179,9 1,1273 0,1944 761,68 2583,6 762,81 2015,3 2778,1 2,1387 6,5863
15,0 198,3 1,1539 0,1318 843,16 2594,5 844,84 1947,3 2792,2 2,3150 6,4448
20,0 212,4 1,1767 0,0996 906,44 2600,3 908,79 1890,7 2799,5 2,4474 6,3409
25,0 224,0 1,1973 0,0800 959,11 2603,1 962,11 1841,0 2803,1 2,5547 6,2575
30,0 233,9 1,2165 0,0667 1004,8 2604,1 1008,4 1795,7 2804,2 2,6457 6,1869

35,0 242,6 1,2347 0,0571 1045,4 2603,7 1049,8 1753,7 2803,4 2,7253 6,1253
40,0 250,4 1,2522 0,0498 1082,3 2602,3 1087,3 1714,1 2801,4 2,7964 6,0701
45,0 257,5 1,2692 0,0441 1116,2 2600,1 1121,9 1676,4 2798,3 2,8610 6,0199
50,0 264,0 1,2859 0,0394 1147,8 2597,1 1154,2 1640,1 2794,3 2,9202 5,9734
60,0 275,6 1,3187 0,0324 1205,4 2589,7 1213,4 1571,0 2784,3 3,0267 5,8892

70,0 285,9 1,3513 0,0274 1257,6 2580,5 1267,0 1505,1 2772,1 3,1211 5,8133
80,0 295,1 1,3842 0,0235 1305,6 2569,8 1316,6 1441,3 2758,0 3,2068 5,7432
90,0 303,4 1,4178 0,0205 1350,5 2557,8 1363,3 1378,9 2742,1 3,2858 5,6772
100,0 311,1 14,524 0,0180 1393,0 2544,4 1407,6 1317,1 2724,7 3,3596 56,141
110,0 318,2 14,886 0,0160 1433,7 2529,8 1450,1 1255,5 2705,6 3,4295 55,527
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Tabela (2.4-2) - Propriedades da Água Saturada (Líquido-Vapor) Tabela de Temperatura
Volume Energia
Específico Interna Entalpia Entropia
m3 /kg kJ/kg kJ/kg kJ/kg.K
Temp Press. Líquid Vapor Líquid Vapor Líquid Líqui- Vapor Líquid Vapor
Sat. Sat. Sat. Sat. Sat. Vapor Sat. Sat. Sat.
o
C bar vL x103 vG uL uG hL hLG hG sL sG
0,01 0,00611 1,0002 206,136 0,00 2375,3 0,01 2501,3 2501,4 0,0000 9,1562
5 0,00872 1,0001 147,120 20,97 2382,3 20,98 2489,6 2510,6 0,0761 9,0257
10 0,01228 1,0004 106,379 42,00 2389,2 42,01 2477,7 2519,8 0,1510 8,9008
15 0,01705 1,0009 77,926 62,99 2396,1 62,99 2465,9 2528,9 0,2245 8,7814
20 0,02339 1,0018 57,791 83,95 2402,9 83,96 2454,1 2538,1 0,2966 8,6672

25 0,03169 1,0029 43,360 104,88 2409,8 104,89 2442,3 2547,2 0,3674 8,5580
30 0,04246 1,0043 32,894 125,78 2416,6 125,79 2430,5 2556,3 0,4369 8,4533
35 0,05628 1,0060 25,216 146,67 2423,4 146,68 2418,6 2565,3 0,5053 8,3531
40 0,07384 1,0078 19,523 167,56 2430,1 167,57 2406,7 2574,3 0,5725 8,2570
45 0,09593 1,0099 15,258 188,44 2436,8 188,45 2394,8 2583,2 0,6387 8,1648

50 0,1235 1,0121 12,032 209,32 2443,5 209,33 2382,7 2592,1 0,7038 8,0763
55 0,1576 1,0146 9,568 230,21 2450,1 230,23 2370,7 2600,9 0,7679 7,9913
60 0,1994 1,0172 7,671 251,11 2456,6 251,13 2358,5 2609,6 0,8312 7,9096
65 0,2503 1,0199 6,197 272,02 2463,1 272,06 2346,2 2618,3 0,8935 7,8310
70 0,3119 1,0228 5,042 292,95 2469,6 292,98 2333,8 2626,8 0,9549 7,7553

75 0,3858 1,0259 4,131 313,90 2475,9 313,93 2321,4 2635,3 1,0155 7,6824
80 0,4739 1,0291 3,407 334,86 2482,2 334,91 2308,8 2643,7 1,0753 7,6122
85 0,5783 1,0325 2,828 355,84 2488,4 355,90 2296,0 2651,9 1,1343 7,5445
90 0,7014 1,0360 2,361 376,85 2494,5 376,92 2283,2 2660,1 1,1925 7,4791
95 0,8455 1,0397 1,982 397,88 2500,6 397,96 2270,2 2668,1 1,2500 7,4159

100 1,014 1,0435 1,673 418,94 2506,5 419,04 2257,0 2676,1 1,3069 7,3549
110 1,433 1,0516 1,210 461,14 2518,1 461,30 2230,2 2691,5 1,4185 7,2387
120 1,985 1,0603 0,8919 503,50 2529,3 503,71 2202,6 2706,3 1,5276 7,1296
130 2,701 1,0697 0,6685 546,02 2539,9 546,31 2174,2 2720,5 1,6344 7,0269
140 3,613 1,0797 0,5089 588,74 2550,0 589,13 2144,7 2733,9 1,7391 6,9299

150 4,758 1,0905 0,3928 631,68 2559,5 632,20 2114,3 2746,5 1,8418 6,8379
160 6,178 1,1020 0,3071 674,86 2568,4 675,55 2082,6 2758,1 1,9427 6,7502
170 7,917 1,1143 0,2428 718,33 2576,5 719,21 2049,5 2768,7 2,0419 6,6663
180 10,02 1,1274 0,1941 762,09 2583,7 763,22 2015,0 2778,2 2,1396 6,5857
190 12,54 1,1414 0,1565 806,19 2590,0 807,62 1978,8 2786,4 2,2359 6,5079

200 15,54 1,1565 0,1274 850,65 2595,3 852,45 1940,7 2793,2 2,3309 6,4323
220 23,18 1,1900 0,08619 940,87 2602,4 943,62 1858,5 2802,1 2,5178 6,2861
240 33,44 1,2291 0,05976 1033,2 2604,0 1037,3 1766,5 2803,8 2,7015 6,1437
260 46,88 1,2755 0,04221 1128,4 2599,0 1134,4 1662,5 2796,6 2,8838 6,0019
280 64,12 1,3321 0,03017 1227,5 2586,1 1236,0 1543,6 2779,6 3,0668 5,8571

300 85,81 1,4036 0,02167 1332,0 2563,0 1344,0 1404,9 2749,0 3,2534 5,7045
320 112,7 1,4988 0,01549 1444,6 2525,5 1461,5 1238,6 2700,1 3,4480 5,5362
340 145,9 1,6379 0,01080 1570,3 2464,6 1594,2 1027,9 2622,0 3,6594 5,3357
360 186,5 1,8925 0,00695 1725,2 2351,5 1760,5 720,5 2481,0 3,9147 5,0526
374,14 220,9 3,1550 0,00316 2029,6 2029,6 2099,3 0,0 2099,3 4,4298 4,4298
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Tabela (2.4-3) Propriedades do Vapor de Água Superaquecida (Resumida)


Pressão = 0,010 MPa Pressão = 0,100 MPa Pressão = 0,500 MPa
o o o
Temperatura de Sat.(45,81 C) Temperatura de Sat.(99,62 C) Temperatura de Sat.(151,86 C)
Temperatura Volume Volume Volume
Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia
↓ o h s o h s o h s
v v v
O 3 3 3
C m /kg kJ/kg kJ/kg.K m /kg kJ/kg kJ/kg.K m /kg kJ/kg kJ/kg.K
Sat. 14,6736 2584,63 8,1501 1,69400 2675,46 7,3593 0,37489 2748,67 6,8212
100 17,1956 2687,50 8,4479 -------- -------- -------- -------- -------- --------
150 19,5125 2782,99 8,6881 1,93636 2776,38 7,6133 -------- -------- --------
200 21,8251 2879,52 8,9037 2,17226 2875,27 7,8342 0,42492 2855,37 7,0592
250 24,1356 2977,31 9,1002 2,40604 2974,33 8,0332 0,47436 2960,68 7,2708
300 26,4451 3076,51 9,2812 2,63876 3074,28 8,2157 0,52256 3064,20 7,4598
400 31,0625 3279,51 9,6076 3,10263 3278,11 8,5434 0,61728 3271,83 7,7937
500 35,6790 3489,05 9,8977 3,56547 3488,09 8,8341 0,71093 3483,82 8,0872
600 40,2949 3705,40 10,161 4,02781 3704,72 9,0975 0,80406 3701,67 8,3521
700 44,9105 3928,73 10,403 4,48986 3928,23 9,3398 0,89691 3925,97 8,5952
800 49,5260 4159,10 10,628 4,95174 4158,71 9,5652 0,98959 4156,96 8,8211
900 54,1414 4396,44 10,840 5,41353 4396,12 9,7767 1,08217 4394,71 9,0329
1000 58,7567 4640,58 11,039 5,87526 4640,31 9,9764 1,17469 4639,11 9,2328
1100 63,3720 4891,19 11,229 6,33696 4890,95 10,1658 1,26718 4889,88 9,4224
1200 67,9872 5147,78 11,409 6,79863 5147,56 10,3462 1,35964 5146,58 9,6028
Temperatura Pressão = 1,00 MPa Pressão = 2,00 MPa Pressão = 4,00 MPa
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(179,91 C) Temperatura de Sat.(212,42 C) Temperatura de Sat.(250,40 C)
Sat. 0,19444 2778,08 6,5864 0,09963 2799,51 6,3408 0,04978 2801,36 6,0700
200 0,20596 2827,86 6,6939 ------ ------ ------ ------ ------ ------
300 0,25794 3051,15 7,1228 0,12547 3023,50 6,7663 0,05884 2960,68 6,3614
400 0,30659 3263,88 7,4650 0,15120 3247,60 7,1270 0,07341 3213,51 6,7689
500 0,35411 3478,44 7,7621 0,17568 3467,55 7,4316 0,08643 3445,21 7,0900
600 0,40109 3697,85 8,0289 0,19960 3690,14 7,7023 0,09885 3674,44 7,3688
700 0,44779 3923,14 8,2731 0,22323 3917,45 7,9487 0,11095 3905,94 7,6198
800 0,49432 4154,78 8,4996 0,24668 4150,40 8,1766 0,12287 4141,59 7,8502
900 0,54075 4392,94 8,7118 0,27004 4389,40 8,3895 0,13469 4382,34 8,0647
1000 0,58712 4637,60 8,9119 0,29333 4634,61 8,5900 0,14645 4628,65 8,2661
1100 0,63345 4888,55 9,1016 0,31659 4885,89 8,7800 0,15817 4880,63 8,4566
1200 0,67977 5145,36 9,2821 0,33984 5142,92 8,9606 0,16987 5138,07 8,6376
Temperatura Pressão = 6,00 MPa Pressão = 8,00 MPa Pressão = 10,00 MPa
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(275,64 C) Temperatura de Sat.(295,06 C) Temperatura de Sat.(311,06 C)
Sat. 0,03244 2784,33 5,8891 0,02352 2757,94 5,7431 0,01803 2724,67 5,6140
300 0,03616 2884,19 6,0673 0,02426 2784,98 5,7905 ------ ------ ------
350 0,04223 3042,97 6,3334 0,02995 2987,30 6,1300 0,02242 2923,39 5,9442
400 0,04739 3177,17 6,5407 0,03432 3138,28 6,3633 0,02641 3096,46 6,2119
450 0,05214 3301,76 6,7192 0,03817 3271,99 6,5550 0,02975 3240,83 6,4189
500 0,05665 3422,12 6,8802 0,04175 3398,27 6,7239 0,03279 3373,63 6,5965
600 0,06525 3266,89 7,1676 0,04845 3642,03 7,0205 0,03837 3625,34 6,9028
700 0,07352 3894,28 7,4234 0,05481 3882,47 7,2812 0,04358 3870,52 7,1687
800 0,08160 4132,74 7,6566 0,06097 4123,84 7,5173 0,04859 4114,91 7,4077
900 0,08958 4375,29 7,8727 0,06702 4368,26 7,7350 0,05349 4361,24 7,6272
1000 0,09749 4622,74 8,0751 0,07301 4616,87 7,9384 0,05832 4611,04 7,8315
1100 0,10536 4875,42 8,2661 0,07896 4870,25 8,1299 0,06312 4865,14 8,0236
1200 0,11321 5133,28 8,4473 0,08489 5128,54 8,3115 0,06789 5123,84 8,2054
Referência " Fundamentals of Thermodynamics" - Fith Edition - R. E. Sonntag, C. Borgnakke and G. J. Van Wylen - 1998
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Tabela (2.4-4) Propriedades da Água Subresfriada ou Líquido Comprimido (Resumida)


Pressão = 2,50 MPa Pressão = 5,00 MPa Pressão = 7,50 MPa
o o o
Temperatura de Sat.(223,29 C) Temperatura de Sat.(263,99 C) Temperatura de Sat.(290,59 C)
Temperatura Volume Volume Volume
Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia
↓ o h s o h s o h s
3 3 3
v x 10 v x 10 v x 10
O 3 3 3
C m /kg kJ/kg kJ/kg.K m /kg kJ/kg kJ/kg.K m /kg kJ/kg kJ/kg.K
0 ------- ------ ------- 0,998 5,02 0,0001 ------ ------- ------
20 1,001 86,30 0,2961 1,000 88,64 0,2955 0,998 83,50 0,2950
40 1,007 169,77 0,5715 1,006 171,95 0,5705 1,004 166,64 0,5696
80 1,028 336,86 1,0737 1,027 338,83 1,0719 1,026 333,15 1,0704
100 1,042 420,85 1,3050 1,041 422,71 1,3030 1,040 416,81 1,3011
140 1,078 590,52 1,7369 1,077 592,13 1,7342 1,075 585,72 1,7317
180 1,126 763,97 2,1375 1,124 765,24 2,1341 1,122 758,13 2,1308
200 1,156 852,80 2,3294 1,153 853,85 2,3254 ------ ------ ------
220 1,190 943,70 2,5174 1,187 944,36 2,5128 1,184 936,2 2,5083
260 ------ ------ ------ 1,275 1134,30 2,8829 1,270 1124,4 2,8763
Sat. 1,1973 962,10 2,5546 1,286 1154,21 2,9201 1,368 1282,0 3,1649

Temperatura Pressão = 10,00 MPa Pressão = 15,00 MPa Pressão = 20,00 MPa
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(311,06 C) Temperatura de Sat.(342,24 C) Temperatura de Sat.(365,81 C)
0 0,995 10,05 0,0003 0,993 15,04 0,0004 0,990 20,00 0,0004
40 1,003 176,36 0,5685 1,001 180,75 0,5665 0,999 185,14 0,5646
80 1,025 342,81 1,0687 1,022 346,79 1,0655 1,020 350,78 1,0623
100 1,039 426,48 1,2992 1,036 430,26 1,2954 1,034 434,04 1,2917
140 1,074 595,40 1,7291 1,071 598,70 1,7241 1,068 602,03 1,7192
180 1,120 767,83 2,1274 1,116 770,48 2,1209 1,112 773,18 2,1146
200 1,148 855,97 2,3178 1,143 858,18 2,3103 1,139 860,47 2,3031
240 1,219 1025,94 2,6872 1,211 1038,99 2,6770 1,205 1040,04 2,6673
280 1,322 1234,11 3,0547 1,308 1232,09 3,0392 1,297 1230,62 3,0248
300 1,397 1342,31 3,2468 1,377 1337,23 3,2259 1,360 1333,29 3,2071
320 ------ ------ ------ 1,472 1453,13 3,4246 1,444 1444,53 3,3978
340 ------ ------ ------ 1,631 1591,88 3,6545 1,568 1571,01 3,6074
Sat. 1,452 1407,53 3,3595 1,658 1610,45 3,6847 2,035 1826,18 4,0137

Temperatura Pressão = 25,00 MPa Pressão = 30,00 MPa Pressão = 50,00 MPa
O Pressão acima do ponto Crítico Pressão acima do ponto Crítico Pressão acima do ponto Crítico
↓ C
0 ------ ------ ------ 0,986 29,82 0,0001 0,977 49,03 -0,0014
20 0,9907 82,47 0,2911 0,989 111,82 0,2898 0,980 130,00 0,2847
40 0,9971 164,60 0,5626 0,995 193,87 0,5606 0,987 211,20 0,5526
80 ------ ------ ------ 1,016 358,75 1,5061 1,007 374,68 1,0439
100 1,0313 412,08 1,2881 1,029 441,63 1,2844 1,020 456,87 1,2703
140 ------ ------ ------ 1,062 608,73 1,7097 1,052 622,33 1,6915
180 ------ ------ ------ 1,105 778,71 2,1024 1,091 790,24 2,0793
200 1,1344 834,5 2,2961 1,130 865,24 2,2892 1,115 875,46 2,2634
240 ------ ------ ------ 1,192 1042,60 2,6489 1,170 1049,20 2,6158
280 ------ ------ ------ 1,275 1228,96 2,9985 1,242 1229,26 2,9536
300 1,3442 1296,6 3,1900 1,330 1327,80 3,1740 1,286 1322,95 3,1200
320 ------ ------ ------ 1,400 1432,63 3,3538 1,339 1420,17 3,2867
340 ------ ------ ------ 1,492 1546,47 3,5425 1,430 1522,07 3,4556
360 ------ ------ ------ 1,627 1675,36 3,7492 1,484 1630,16 3,6290
Referência " Fundamentals of Thermodynamics" - Fith Edition - R. E. Sonntag, C. Borgnakke and G. J. Van Wylen 1998
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

TABELA (2.4-5) Propriedades de Saturação - REFRIGERANTE - R-12 (Resumida)


VOLUME ENTALPIA ENTROPIA TEMP.
TEMP. PRES. ESPECÍFICO ESPECÍFICA ESPECÍFICA
Líquido Vapor Líquido Líq-vap Vapor Líquido Vapor
o
C kgf/cm2 m3/kg m3/kg kcal/kg kcal/kg kcal/kg kcal/kg.K kcal/kg.K o
C
vL x 10 3
vv hL h LV hv SL SV

-40,0 0,6544 0,6595 0,2419 91,389 40,507 131,896 0,96610 1,13982 -40,0
-36,0 0,7868 0,6644 0,2038 92,233 40,104 132,337 0,96968 1,13877 -36,0
-32,0 0,9394 0,6694 0,1727 93.081 39,696 132,776 0,97321 1,13781 -32,0
-30,0 1,0239 0,6720 0,1594 93,506 39,490 132,995 0,97496 1,13736 -30,0
-28,0 1,1142 0,6746 0,1473 93,931 39,282 133,213 0,97670 1,13692 -28,0

-26,0 1,2107 0,6772 0,1363 94,358 39,073 133,431 0,97842 1,13651 -26,0
-24,0 1,3134 0,6799 0,1263 94,786 38,862 133,648 0,98014 1,13611 -24,0
-22,0 1,4228 0,6827 0,1172 95,215 38,649 133,864 0,98185 1,13573 -22,0
-20,0 1,5391 0,6854 0,1088 95,644 38,435 134,079 0,98354 1,13536 -20,0
-18,0 1,6626 0,6883 0,1012 96,075 38,219 134,294 0,98523 1,13501 -18,0

-16,0 1,7936 0,6911 0,0943 96,506 38,001 134,507 0,98691 1,13468 -16,0
-14,0 1,9323 0,6940 0,0879 96,939 37,781 134,720 0,98857 1,13435 -14,0
-12,0 2,0792 0,6970 0,0820 97,373 37,559 134,932 0,99023 1,13405 -12,0
-10,0 2,2344 0,7000 0,0766 97,808 37,335 135,143 0,99188 1,13375 -10,0
-8,0 2,3983 0,7031 0,0717 98,244 37,109 135,352 0,99352 1,13347 -8,0

-6,0 2,5712 0,7062 0,0671 98,681 36,880 135,561 0,99515 1,13320 -6,0
-4,0 2,7534 0,7094 0,0629 99,119 36,649 135,769 0,99678 1,13294 -4,0
-2,0 2,9452 0,7126 0,0590 99,559 36,416 135,975 0,99839 1,13269 -2,0
0,0 3,1469 0,7159 0,0554 100,00 36,180 136,180 1,00000 1,13245 0,0
2,0 3,3590 0,7192 0,0520 100,44 35,942 136,384 1,00160 1,13222 2,0

4,0 3,5816 0,7226 0,0490 100,89 35,700 136,586 1,00319 1,13200 4,0
6,0 3,8152 0,7261 0,0461 101,33 35,456 136,787 1,00478 1,13179 6,0
8,0 4,0600 0,7296 0,0434 101,78 35,209 136,987 1,00636 1,13159 8,0
10,0 4,3164 0,7333 0,0409 102,23 34,959 137,185 1,00793 1,13139 10,0
12,0 4,5848 0,7369 0,0386 102,68 34,705 137,382 1,00950 1,13120 12,0

14,0 4,8655 0,7407 0,0364 103,13 34,448 137,577 1,01106 1,13102 14,0
16,0 5,1588 0,7445 0,0344 103,58 34,188 137,770 1,01262 1,13085 16,0
18,0 5,4651 0,7484 0,0325 104,04 33,924 137,961 1,01417 1,13068 18,0
20,0 5,7848 0,7524 0,0308 104,50 33,656 138,151 1,01572 1,13052 20,0
22,0 6,1181 0,7565 0,0291 104,96 33,383 138,338 1,01726 1,13036 22,0

26,0 6,8274 0,7650 0,0261 105,88 32,826 138,707 1,02034 1,13006 26,0
30,0 7,5959 0,7738 0,0235 106,82 32,251 139,067 1,02340 1,12978 30,0
34,0 8,4266 0,7831 0,0212 107,76 31,655 139,418 1,02645 1,12950 34,0
38,0 9,3225 0,7929 0,0191 108,72 31,037 139,757 1,02949 1,12923 38,0
40,0 9,7960 0,7980 0,0182 109,20 30,719 139,922 1,03101 1,12910 40,0

44,0 10,796 0,8086 0,0164 110,18 30,062 140,244 1,03405 1,12884 44,0
48,0 11,869 0,8198 0,0149 111,17 29,377 140,551 1,03710 1,12857 48,0
52,0 13,018 0,8318 0,0135 112,18 28,660 140,842 1,04015 1,12829 52,0
56,0 14,247 0,8445 0,0122 113,21 27,907 141,116 1,04322 1,12800 56,0
60,0 15,560 0,8581 0,0111 114,26 27,114 141,371 1,04630 1,12768 60,0

70,0 19,230 0,8971 0,0087 116,98 24,918 141,900 1,05414 1,12675 70,0
80,0 23,500 0,9461 0,0068 119,91 22,317 142,223 1,06227 1,12546 80,0
90,0 28,435 1,0119 0,0053 123,12 19,098 142,216 1,07092 1,12351 90,0
100,0 34,100 1,1131 0,0039 126,81 14,763 141,576 1,08057 1,12013 100,0
112,0 41,966 1,7918 0,0018 135,21 0,0 135,205 1,10199 1,10199 112,0
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Tabela (2.4-6) Propriedades do Vapor Superaquecido Refrigerante - R -12 (Resumida)


2 2 2
Pressão = 1,5391 kgf/cm Pressão = 2,2344 kgf/cm Pressão = 3,1469 kgf/cm
o o o
Temperatura de Sat.(- 20 C) Temperatura de Sat.(-10 C) Temperatura de Sat.(0 C)
Temperatura Volume Volume Volume
Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia Específico Entalpia Entropia
↓ o h s o h s v h s
v v
O 3 3 3
C m /kg kcal/kg kcal/kg.K m /kg kcal/kg kcal/kg.K m /kg kJ/kg kcal/kg.K
Sat. 0,1088 134,079 1,1354 0,0766 135,14 1,1338 0,0554 136,18 1,1325
-15,0 0,1115 134,79 1,1382 ------ ------ ------ ------ ------ ------
-10,0 0,1141 135,51 1,1409 ------ ------ ------ ------ ------ ------
-5,0 0,1167 136,23 1,1436 0,0785 135,89 1,1365 ------ ------ ------
0,0 0,1192 136,96 1,1463 0,0804 136,63 1.1393 ------ ------ ------
5,0 0,1217 137,68 1,1489 0,0822 137,38 1,1420 0,0568 136,95 1,1353
10,0 0,1242 138,42 1,1515 0,0840 138,12 1,1447 0,0582 137,73 1,1380
15,0 0,1267 139,15 1,1541 0,0858 138,88 1,1473 0,0595 138,50 1,1407
20,0 0,1292 139,89 1,1564 0,0876 139,63 1,1499 0,0609 139,28 1,1434
25,0 0,1317 140,63 1,1592 0,0894 140,39 1,1525 0,0622 140,05 1,1460
30,0 0,1341 141,38 1,1617 0,01911 141,15 1,1550 0,0635 140,83 1,1486
35,0 0,1366 142,13 1,1641 0,0929 141,91 1,1575 0,0648 141,61 1,1511
40,0 0,1390 142,89 1,1665 0,0946 142,67 1,1599 0,0660 142,39 1,1536
45,0 0,1414 143,65 1,1690 0,0963 143,44 1,1624 0,0673 143,17 1,1561
50,0 0,1438 144,41 1,1713 0,0980 144,22 1,1648 0,0686 143,92 1,1586
60,0 0,1486 145,95 1,1760 0,1014 145,77 1,1695 0,0711 145,53 1,1634
70,0 0,1534 147,51 1,1806 0,1048 147,34 1,1742 0,0735 147,12 1,1681
80,0 0,1582 149,08 1,1852 0,1081 148,93 1,1787 0,0759 148,73 1,1727
90,0 0,1629 150,67 1,1896 0,114 150,53 1,1832 0,0783 150,34 1,1772
100,0 0,1676 152,27 1,1940 0,1147 152,14 1,1876 0,0807 151,97 1,1816
110,0 0,1723 153,90 1,1982 0,1180 153,77 1,1919 0,0831 153,61 1,1860
120,0 0,1770 155,53 1,2025 0,1213 155,42 1,1961 0,0855 155,27 1,1902
2 2 2
Temperatura Pressão = 4,31647 kgf/cm Pressão = 7,5959 kgf/cm Pressão = 9,7960 kgf/cm
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(+10 C) Temperatura de Sat.(30 C) Temperatura de Sat.(40 C)
Sat. 0,0409 137,185 1,3139 0,0235 139,07 1,1298 0,0182 139,92 1,1291
35,0 0,0461 141,20 1,1450 0,0242 139,95 1,1327 ------ ------ ------
40,0 0,0471 142,01 1,1476 0,0249 140,83 1,1355 ------ ------ ------
45,0 0,0480 142,81 1,1501 0,0255 141,70 1,1383 0,0187 140,86 1,1321
50,0 0,0490 143,61 1,1526 0,0262 142,56 1,1409 0,0193 141,78 1,1349
60,0 0,0509 145,22 1,1575 0,0274 144,28 1,1462 0,0204 143,58 1,1404
70,0 0,0528 146,84 1,1623 0,0286 145,98 1,1512 0,0214 145,36 1,1457
80,0 0,0546 148,46 1,1670 0,0297 147,68 1,1561 0,0223 147,12 1,1508
90,0 0,0564 150,10 1,1715 0,0309 149,38 1,1608 0,0233 148,87 1,1556
100,0 0,0582 151,74 1,1760 0,0320 151,08 1,1655 0,0242 150,62 1,1604
110,0 0,0600 153,40 1,1904 0,0331 152,79 1,1700 0,0251 152,36 1,1650
120,0 0,0617 155,07 1,1847 0,0341 154,50 1,1744 0,0259 154,10 1,1695
130,0 0,0635 156,75 1,1889 0,0352 156,21 1,1787 0,0268 155,85 1,1738
2 2 2
Temperatura Pressão = 12,4287 kgf/cm Pressão = 15,560 kgf/cm Pressão = 19,230 kgf/cm
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(50 C) Temperatura de Sat.(60 C) Temperatura de Sat.(70 C)
60,0 0,0151 142,66 1,1344 0,0111 141,37 1,1277 ------ ------ ------
70,0 0,0160 144,55 1,1400 0,0120 143,46 1,1339 0,0087 141,90 1,1268
80,0 0,0169 146,40 1,1453 0,0128 145,46 1,1396 0,0095 144,17 1,1333
90,0 0,0177 148,22 1,1504 0,0135 147,39 1,1450 0,0102 146,29 1,1392
100,0 0,0185 150,03 1,1553 0,0142 149,28 1,1501 0,0109 148,31 1,1447
110,0 0,0192 151,82 1,1600 0,0148 151,14 1,1550 0,0114 150,28 1,1499
120,0 0,0199 153,60 1,1646 0,0154 152,98 1,1598 0,0120 152,20 1,1548
130,0 0,0207 155,38 1,1691 0,0160 154,81 1,1644 0,0125 154,10 1,1596
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

TABELA (2.4-7) Propriedades de Saturação - Refrigerante - R- 22 (resumida)


VOLUME ENTALPIA ENTROPIA
TEMP. PRESS. ESPECÍFICO ESPECÍFICA ESPECÍFICA TEMP.
2
Líquido Vapor Líquido Líq-vap Vapor Líquido Vapor
o kgf/cm 3 3 o
C m /kg m /kg kcal/kg kcal/kg kcal/kg kcal/kg.K kcal/kg.K C
3
vL x10 vv hL h LV hv SL SV
-40,0 1,0701 0,7093 0,2058 89,344 55,735 145,079 0,95815 1,19719 -40,0
-36,0 1,2842 0,7153 0,1735 90,361 55,156 145,517 0,96246 1,19503 -36,0
-32,0 1,5306 0,7214 0,1472 91,389 54,559 145,948 0,96674 1,19298 -32,0
-30,0 1,6669 0,7245 0,1359 91,907 54,254 146,161 0,96887 1,19199 -30,0
-28,0 1,8126 0,7277 0,1256 92,428 53,944 146,372 0,97099 1,19103 -28,0

-26,0 1,9679 0,7309 0,1162 92,951 53,630 146,581 0,97311 1,19009 -26,0
-24,0 2,1333 0,7342 0,1077 93,477 53,311 146,788 0,97522 1,18918 -24,0
-22,0 2,3094 0,7375 0,0999 94,006 52,987 146,993 0,97732 1,18829 -22,0
-20,0 2,4964 0,7409 0,0928 94,537 52,659 147,196 0,97941 1,18742 -20,0
-18,0 2,6949 0,7443 0,0864 95,071 52,325 147,396 0,98150 1,18657 -18,0

-16,0 2,9053 0,7478 0,0804 95,608 51,987 147,594 0,98358 1,18574 -16,0
-14,0 3,1281 0,7514 0,0750 96,147 51,643 147,790 0,98565 1,18492 -14,0
-12,0 3,3638 0,7550 0,0700 96,689 51,294 147,983 0,98772 1,18413 -12,0
-10,0 3,6127 0,7587 0,0653 97,234 50,939 148,173 0,98978 1,18335 -10,0
-8,0 3,8754 0,7625 0,0611 97,781 50,579 148,361 0,99184 1,18259 -8,0

-6,0 4,1524 0,7663 0,0572 98,332 50,214 148,546 0,99389 1,18184 -6,0
-4,0 4,4441 0,7703 0,0536 98,885 49,842 148,728 0,99593 1,18111 -4,0
-2,0 4,7511 0,7742 0,0502 99,441 49,465 148,907 0,99797 1,18039 -2,0
0,0 5,0738 0,7783 0,0471 100,00 49,083 149,083 1,00000 1,17968 0,0
2,0 5,4127 0,7825 0,0443 100,56 48,694 149,255 1,00203 1,17899 2,0

4,0 5,7684 0,7867 0,0416 101,13 48,298 149,425 1,00405 1,17831 4,0
6,0 6,1413 0,7910 0,0391 101,69 47,897 149,591 1,00606 1,17764 6,0
8,0 6,5320 0,7955 0,0369 102,27 47,489 149,754 1,00807 1,17698 8,0
0,0 6,9410 0,8000 0,0347 102,84 47,074 149,913 1,01008 1,17633 10,0
12,0 7,3687 0,8046 0,0327 103,42 46,653 150,068 1,01208 1,17569 12,0

14,0 7,8158 0,8094 0,0309 104,00 46,224 150,220 1,01408 1,17505 14,0
16,0 8,2828 0,8142 0,0291 104,58 45,788 150,367 1,01607 1,17442 16,0
18,0 8,7701 0,8192 0,0275 105,17 45,345 150,511 1,01806 1,17380 18,0
20,0 9,2784 0,8243 0,0260 105,76 44,894 150,650 1,02005 1,17319 20,0
22,0 9,8082 0,8295 0,0246 106,35 44,435 150,785 1,02203 1,17258 22,0

26,0 10,935 0,8404 0,0220 107,55 43,492 151,040 1,02599 1,17137 26,0
30,0 12,153 0,8519 0,0197 108,76 42,513 151,275 1,02994 1,17018 30,0
34,0 13,470 0,8641 0,0177 109,99 41,495 151,487 1,03389 1,16898 34,0
38,0 14,888 0,8771 0,0160 111,24 40,435 151,676 1,03783 1,16778 38,0
40,0 15,637 0,8839 0,0151 111,87 39,888 151,761 1,03981 1,16718 40,0

44,0 17,218 0,8983 0,0136 113,15 38,756 151,908 1,04376 1,16596 44,0
48,0 18,913 0,9137 0,0123 114,45 37,570 152,024 1,04773 1,16471 48,0
52,0 20,729 0,9304 0,0111 115,78 36,322 152,104 1,05172 1,16342 52,0
56,0 22,670 0,9487 0,0100 117,14 35,004 152,143 1,05573 1,16208 56,0
60,0 24,743 0,9687 0,0090 118,55 33,580 152,125 1,05984 1,16063 60,0

70,0 30,549 1,0298 0,0069 122,24 29,582 151,819 1,07035 1,15656 70,0
80,0 37,344 1,1181 0,0051 126,39 24,492 150,884 1,08180 1,15115 80,0
90,0 45,300 1,2822 0,0036 131,70 16,740 148,436 1,09597 1,14207 90,0
96,1 50,750 1,9056 0,0019 140,15 0,0 140,150 1,11850 1,11850 96,01
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Tabela (2.4-8) Propriedades de Vapor Superaquecido - Refrigerante R - 22 (Resumida)


2 2 2
Pressão = 2,4964 kgf/cm Pressão = 3,6127 kgf/cm Pressão = 5,0738 kgf/cm
o o o
Temperatura de Sat.(- 20 C) Temperatura de Sat.(- 10 C) Temperatura de Sat.(0 C)
Temperatura Volume Volume Volume
Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia Específico Entalpia Entropia
↓ o h s o h s v h s
v v
O 3 3 3
C m /kg kcal/kg kcal/kg.K m /kg kcal/kg kcal/kg.K m /kg kcal/kg kcal/kg.K
Sat. 0,0928 147,196 1,18742 0,0653 148,173 1,18335 0,0471 149,083 1,17968
-10 0,0974 148,761 1,19348 ------ ------ ------ ------ ------ ------
0,0 0,1019 150,337 1,19936 0,0687 149,812 1,18946 ------ ------ ------
5,0 0,1041 151,130 1,20223 0,0703 150,632 1,19244 0,0484 149,945 1,18281
10,0 0,1063 151,926 1,20507 0,0719 151,454 1,19537 0,0496 150,805 1,18588
15,0 0,1085 152,726 1,20787 0,0735 152,278 1,19825 0,0508 151,663 1,18888
20,0 0,1107 153,530 1,21064 0,0750 153,104 1,20109 0,0520 152,521 1,19183
25,0 0,1128 154,339 1,21337 0,0766 153,932 1,20389 0,0532 153,378 1,19474
30,0 0,1150 155,152 1,21608 0,0781 154,764 1,20666 0,0544 154,238 1,19759
35,0 0,1171 155,969 1,21875 0,0797 155,599 1,20939 0,0555 155,098 1,20041
40,0 0,1192 156,791 1,22140 0,0812 156,437 1,21209 0,0567 155,960 1,20318
45,0 0,1213 157,618 1,22402 0,0827 157,279 1,21476 0,0578 156,823 1,20592
50,0 0,1234 158,449 1,22661 0,0842 158,125 1,21740 0,0589 157,690 1,20862
60,0 0,1276 160,127 1,23172 0,0872 159,829 1,22259 0,0611 159,430 1,21392
70,0 0,1318 161,825 1,23675 0,0901 161,551 1,22768 0,0633 161,183 1,21911
80,0 0,1359 163,544 1,24168 0,0930 163,290 1,23268 0,0654 162,950 1,22418
90,0 0,1400 165,284 1,24654 0,0959 165,048 1,23758 0,0675 164,733 1,22916
100,0 0,1441 167,045 1,25132 0,0988 166,825 1,24241 0,0697 166,532 1,23405
110,0 0,1482 168,827 1,25604 0,1017 168,622 1,24716 0,0717 168,348 1,23885
120,0 0,1523 170,631 1,26068 0,1046 170,438 1,25184 0,0738 170,182 1,24357
2 2 2
Temperatura Pressão = 6,9410 kgf/cm Pressão = 12,1535 kgf/cm Pressão = 15,6371 kgf/cm
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(+10 C) Temperatura de Sat.(+30 C) Temperatura de Sat.(+40 C)
Sat. 0,0347 149,913 1,17633 0,0197 151,274 1,17017 0,0151 151,759 1,16687
20,0 0,0366 151,731 1,18264 ------ ------ ------ ------ ------ ------
25,0 0,0376 152,633 1,18569 ------ ------ ------ ------ ------ ------
30,0 0,0385 153,531 1,18868 ------ ------ ------ ------ ------ ------
35,0 0,0394 154,428 1,19161 0,0204 152,314 1,17358 ------ ------ ------
40,0 0,0403 155,323 1,19449 0,0210 153,336 1,17687 ------ ------ ------
45,0 0,0412 156,217 1,19732 0,0216 154,345 1,18006 0,0157 152,886 1,17075
50,0 0,0420 157,112 1,20011 0,0222 155,342 1,18317 0,0162 153,985 1,17417
60,0 0,0437 158,903 1,20557 0,0234 157,311 1,18917 0,0173 156,119 1,18068
70,0 0,0454 160,700 1,21089 0,0245 159,256 1,19493 0,0182 158,196 1,18682
80,0 0,0470 162,505 1,21607 0,0255 161,188 1,20048 0,0191 160,234 1,19268
90,0 0,0486 164,322 1,22114 0,0266 163,113 1,20585 0,0200 162,248 1,19830
100,0 0,0502 166,151 1,22611 0,0276 165,036 1,2107 0,0208 164,245 1,20372
110,0 0,0518 167,993 1,23098 0,0285 166,961 1,21616 0,0216 166,234 1,20898
120,0 0,0534 169,851 1,23577 0,0295 168,891 1,22114 0,0224 168,219 1,21410
2 2 2
Temperatura Pressão = 19,80558 kgf/cm Pressão = 24,74350 kgf/cm Pressão = 30,54892 kgf/cm
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(+ 50 C) Temperatura de Sat.(+ 60 C) Temperatura de Sat.(+ 70 C)
60,0 0,0126 154,500 1,17148 0,0090 152,125 1,16063 ------ ------ ------
70,0 0,0135 156,791 1,17826 0,0099 154,847 1,16869 0,0069 151,819 1,15656
80,0 0,0143 158,993 1,18459 0,0107 157,336 1,17584 0,0078 154,977 1,16564
90,0 0,0151 161,137 1,19057 0,0114 159,688 1,18240 0,0085 157,724 1,17331
100,0 0,0158 163,241 1,19629 0,0120 161,953 1,18856 0,0091 160,260 1,18020
110,0 0,0165 165,318 1,20178 0,0127 164,159 1,19439 0,0097 162,668 1,18657
120,0 0,0172 167,379 1,20709 0,0133 166,326 1,19997 0,0102 164,992 1,19255
130,0 0,0178 169,429 1,21224 0,0138 168,464 1,20535 0,0107 167,257 1,19824
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

TABELA (2.4-9) Propriedades de Saturação - REFRIGERANTE - R-134a (resumida)


VOLUME ENTALPIA ENTROPIA
TEMP. PRESS. ESPECÍFICO ESPECÍFICA ESPECÍFICA TEMP.
o o
C kPa m3/kg kJ/kg kJ/kg-K C
Líquido Vapor Líquido Líq-vap Vapor Líquido Vapor
vL vv hL h LV hv SL SV
-40,0 51,14 0,0007 0,3614 148,4 225,9 374,3 0,7967 1,7655 -40,0
-36,0 62,83 0,0007 0,2980 153,4 223,4 376,8 0,8178 1,7599 -36,0
-32,0 76,58 0,0007 0,2474 158,4 220,9 379,3 0,8388 1,7548 -32,0
-30,0 84,29 0,0007 0,2260 160,9 219,6 380,6 0,8492 1,7525 -30,0
-28,0 92,61 0,0007 0,2069 163,5 218,3 381,8 0,8595 1,7502 -28,0

-26,0 101,58 0,0007 0,1896 166,0 217,1 383,1 0,8698 1,7481 -26,0
-24,0 111,22 0,0007 0,1741 168,6 215,7 384,3 0,8801 1,7460 -24,0
-22,0 121,57 0,0007 0,1601 171,1 214,4 385,5 0,8903 1,7440 -22,0
-20,0 132,67 0,0007 0,1474 173,7 213,1 386,8 0,9005 1,7422 -20,0
-18,0 144,54 0,0007 0,1359 176,3 211,7 388,0 0,9106 1,7404 -18,0

-16,0 157,23 0,0007 0,1255 178,9 210,4 389,2 0,9207 1,7387 -16,0
-14,0 170,78 0,0007 0,1160 181,5 209,0 390,4 0,9307 1,7371 -14,0
-12,0 185,22 0,0008 0,1074 184,1 207,6 391,7 0,9407 1,7356 -12,0
-10,0 200,60 0,0008 0,0996 186,7 206,2 392,9 0,9507 1,7341 -10,0
-8,0 216,95 0,0008 0,0924 189,3 204,7 394,1 0,9606 1,7327 -8,0

-6,0 234,32 0,0008 0,0858 192,0 203,3 395,3 0,9705 1,7314 -6,0
-4,0 252,74 0,0008 0,0798 194,6 201,8 396,4 0,9804 1,7302 -4,0
-2,0 272,26 0,0008 0,0743 197,3 200,3 397,6 0,9902 1,7290 -2,0
0,0 292,93 0,0008 0,0693 200,0 198,8 398,8 1,0000 1,7278 0,0
2,0 314,77 0,0008 0,0646 202,7 197,3 400,0 1,0098 1,7267 2,0

4,0 337,85 0,0008 0,0604 205,4 195,7 401,1 1,0195 1,7257 4,0
6,0 362,21 0,0008 0,0564 208,1 194,2 402,3 1,0292 1,7247 6,0
8,0 387,88 0,0008 0,0528 210,8 192,6 403,4 1,0389 1,7238 8,0
10,0 414,92 0,0008 0,0494 213,6 190,9 404,5 1,0485 1,7229 10,0
12,0 443,37 0,0008 0,0463 216,4 189,3 405,6 1,0582 1,7220 12,0

14,0 473,25 0,0008 0,0434 219,1 187,6 406,8 1,0678 1,7212 14,0
16,0 504,68 0,0008 0,0408 221,9 185,9 407,8 1,0773 1,7204 16,0
18,0 537,67 0,0008 0,0383 224,7 184,2 408,9 1,0869 1,7196 18,0
20,0 572,25 0,0008 0,0360 227,5 182,5 410,0 1,0964 1,7189 20,0
22,0 608,49 0,0008 0,0338 230,4 180,7 411,0 1,1060 1,7182 22,0

26,0 686,13 0,0008 0,0300 236,1 177,0 413,1 1,1250 1,7168 26,0
30,0 771,02 0,0008 0,0266 241,8 173,3 415,1 1,1439 1,7155 30,0
34,0 863,53 0,0009 0,0237 247,7 169,3 417,0 1,1628 1,7142 34,0
38,0 964,14 0,0009 0,0211 253,6 165,3 418,9 1,1817 1,7129 38,0
40,0 1017,61 0,0009 0,0200 256,6 163,2 419,8 1,1912 1,7122 40,0

44,0 1131,16 0,0009 0,0178 262,7 158,8 421,5 1,2101 1,7108 44,0
48,0 1253,95 0,0009 0,0160 268,8 154,3 423,1 1,2290 1,7093 48,0
52,0 1386,52 0,0009 0,0143 275,1 149,5 424,6 1,2479 1,7077 52,0
56,0 1529,26 0,0009 0,0128 281,4 144,5 425,9 1,2670 1,7059 56,0
60,0 1682,76 0,0010 0,0115 287,9 139,2 427,1 1,2861 1,7039 60,0

70,0 2117,34 0,0010 0,0087 304,8 124,4 429,1 1,3347 1,6971 70,0
80,0 2632,97 0,0011 0,0065 322,9 106,3 429,2 1,3854 1,6863 80,0
90,0 3242,87 0,0012 0,0046 343,4 82,1 425,5 1,4406 1,6668 90,0
100,0 3969,94 0,0015 0,0027 373,2 33,8 407,0 1,5187 1,6092 100,0
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Tabela (2.4-10) Propriedades do Vapor Superaquecido - Refrigerante R-134a (Resumida)


Pressão = 130 kPa Pressão = 200 kPa Pressão = 290 kPa
o o o
Temperatura de Sat.(- 20,47 C) Temperatura de Sat.(-10,08 C) Temperatura de Sat.(- 0,28 C)
Temperatura Volume Volume Volume
Específic Entalpia Entropia Específic Entalpia Entropia Específico Entalpia Entropia
↓ o h s o h s v h s
v v
O 3 3 3
C m /kg kJ/kg kJ/kg.K m /kg kJ/kg kJ/kg.K m /kg kJ/kg kJ/kg.K
Sat. 0,15026 386,5 1,7426 0,09985 392,8 1,7342 0,06995 398,6 1,7280
-20,0 0,15060 386,9 1,7441 ------ ------ ------ ------ ------ ------
-15,0 0,15423 390,9 1,7600 ------ ------ ------ ------ ------ ------
-10,0 0,15780 395,0 1,7756 0,09989 392,9 1,7344 ------ ------ ------
-5,0 0,16134 399,1 1,7910 0,10235 397,1 1,7504 ------ ------ ------
0,0 0,16483 403,2 1,8062 0,10478 401,4 1,7661 0,07005 398,9 1,7289
5,0 0,16829 407,3 1,8212 0,10717 405,6 1,7815 0,07183 403,3 1,7449
10,0 0,17173 411,5 1,8361 0,10953 409,9 1,7968 0,07359 407,8 1,7607
20,0 0,17857 420,0 1,8654 0,11417 418,5 1,8267 0,07701 416,6 1,7916
30,0 0,18529 428,5 1,8942 0,11874 427,3 1,8560 0,08033 425,6 1,8216
40,0 0,19198 437,3 1,9225 0,12324 436,1 1,8847 0,08358 434,6 1,8508
50,0 0,19861 446,1 1,9504 0,12767 445,1 1,9129 0,08676 443,7 1,8795
60,0 0,20521 455,1 1,9778 0,13207 454,2 1,9406 0,08990 452,9 1,9076
70,0 0,21173 464,3 2,0049 0,13643 463,4 1,9679 0,09301 462,3 1,9352
80,0 0,21825 473,6 2,0316 0,14075 472,8 1,9948 0,09606 471,7 1,9624
90,0 0,22477 483,0 2,0580 0,14505 482,3 2,0214 0,09911 481,3 1,9892
100,0 0,23116 492,6 2,0841 0,14932 491,9 2,0476 0,10213 491,0 2,0156
110,0 0,23764 502,4 2,1098 0,15359 501,7 2,0735 0,10512 500,9 2,0416
Temperatura Pressão = 425 kPa Pressão = 800 kPa Pressão = 1 000 kPa
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(10,72 C) Temperatura de Sat.(31,29 C) Temperatura de Sat.(39,35 C)
Sat. 0,04827 404,9 1,7226 0,02565 415,7 1,7150 0,02034 419,5 1,1177
15,0 0,04939 408,9 1,7366 ------ ------ ------ ------ ------ ------
20,0 0,05067 413,6 1,7526 ------ ------ ------ ------ ------ ------
25,0 0,05192 418,3 1,7683 ------ ------ ------ ------ ------ ------
30,0 0,05314 422,9 1,7838 ------ ------ ------ ------ ------ ------
40,0 0,05553 432,2 1,8140 0,02705 424,8 1,7445 0,02044 420,2 1,7147
50,0 0,05785 441,6 1,8434 0,02856 435,1 1,7767 0,02181 431,2 1,7491
60,0 0,06010 451,0 1,8722 0,02998 445,2 1,8076 0,02308 441,8 1,7816
70,0 0,06233 460,5 1,9003 0,03135 455,3 1,8374 0,02427 452,3 1,8126
80,0 0,06452 470,1 1,9279 0,03267 465,4 1,8664 0,02541 462,7 1,8425
90,0 0,06668 479,8 1,9550 0,03395 475,5 1,8947 0,02650 473,1 1,8715
100,0 0,06880 489,7 1,9817 0,03520 485,7 1,9223 0,02756 483,5 1,8997
110,0 0,07092 499,6 2,0081 0,03642 495,9 1,9494 0,02859 493,9 1,9273
120,0 0,07300 509,7 2,0340 0,03763 506,3 1,9761 0,02959 504,4 1,9543
130,0 0,07508 519,9 2,0596 0,03881 516,7 2,0023 0,03058 515,0 1,9809
Temperatura Pressão = 1400 kPa Pressão = 1800 kPa Pressão = 2200 kPa
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(52,39 C) Temperatura de Sat.(62,87 C) Temperatura de Sat.(71,72 C)
Sat. 0,01413 424,7 1,7076 0,01558 427,8 1,7022 0,00825 429,3 1,6956
60,0 0,01502 434,0 1,7357 ------ ------ ------ ------ ------ ------
70,0 0,01607 445,6 1,7700 0,01134 437,4 1,7306 ------ ------ ------
80,0 0,01703 456,8 1,8023 0,01227 450,0 1,7667 0,00909 441,8 1,7313
90,0 0,01793 467,8 1,8331 0,01309 462,0 1,8001 0,00993 455,3 1,7690
100,0 0,01878 478,8 1,8626 0,01386 473,6 1,8317 0,01067 467,9 1,8033
110,0 0,01960 489,6 1,8915 0,01457 485,0 1,8618 0,01133 480,0 1,8354
120,0 0,02038 500,5 1,9194 0,01524 496,3 1,8909 0,01195 491,8 1,8658
130,0 0,02115 511,3 1,9467 0,01589 507,5 1,9191 0,01253 503,8 1,8951
140,0 0,02189 522,2 1,9734 0,01652 518,7 1,9466 0,01308 515,1 1,9235
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

TABELA (2.4-11) Propriedades de Saturação - Refrigerante - 717 (Amônia)


VOLUME ENTALPIA ENTROPIA
TEMP. PRES. ESPECÍFICO ESPECÍFICA ESPECÍFICA TEM
P
Líquido Vapor Líquido Líq-vap Vapor Líquido Vapor
o 2 3 3 o
C kgf/cm m /kg m /kg kcal/kg kcal/kg kcal/kg kcal/kg.K kcal/kg.K C
3 hL SL SV
vL x10 vv h LV hv

-70,0 0,112 1,3788 9,0090 25,90 349,80 375,70 0,6878 2,4101 -70,0
-65,0 0,159 1,3898 6,4518 31,00 346,85 377,85 0,7124 2,3794 -65,0
-60,0 0,223 1,4010 4,7026 35,63 344,75 380,38 0,7347 2,3525 -60,0
-55,0 0,309 1,4126 3,4866 40,89 341,59 382,48 0,7591 2,3253 -55,0

-50,0 0,416 1,4245 2,6253 46,16 338,38 384,54 0,7830 2,2997 -50,0
-45,0 0,556 1,4367 2,0053 51,44 335,11 386,55 0,8064 2,2755 -45,0
-40,0 0,732 1,4493 1,5521 56,75 331,76 388,51 0,8293 2,2526 -40,0
-35,0 0,951 1,4623 1,2160 62,07 328,33 390,40 0,8519 2,2309 -35,0
-30,0 1,219 1,4757 0,9635 67,41 324,82 392,23 0,8741 2,2102 -30,0

-28,0 1,342 1,4811 0,8805 69,56 323,39 392,95 0,8828 2,2022 -28,0
-26,0 1,475 1,4867 0,8059 71,70 321,94 393,64 0,8915 2,1944 -26,0
-24,0 1,619 1,4923 0,7388 73,86 320,47 394,33 0,9002 2,1867 -24,0
-22,0 1,774 1,4980 0,6783 76,01 318,99 395,00 0,9088 2,1792 -22,0
-20,0 1,940 1,5037 0,6237 78,17 317,50 395,67 0,9173 2,1717 -20,0

-18,0 2,117 1,5096 0,5743 80,33 315,98 396,31 0,9258 2,1645 -18,0
-16,0 2,300 1,5155 0,5295 82,50 314,45 396,95 0,9342 2,1573 -16,0
-14,0 2,514 1,5215 0,4889 84,67 312,90 397,57 0,9426 2,1503 -14,0
-12,0 2,732 1,5276 0,4521 86,85 311,33 398,18 0,9510 2,1433 -12,0
-10,0 2,966 1,5337 0,4185 89,03 309,74 398,77 0,9592 2,1365 -10,0

-8,0 3,216 1,5400 0,3878 91,21 308,13 399,34 0,9675 2,1298 -8,0
-6,0 3,481 1,5464 0,3599 93,40 306,51 399,91 0,9757 2,1232 -6,0
-4,0 3,761 1,5528 0,3343 95,60 304,86 400,46 0,9838 2,1167 -4,0
-2,0 4,060 1,5594 0,3110 97,80 303,19 400,99 0,9919 2,1103 -2,0
0,0 4,379 1,5660 0,2895 100,00 301,51 401,51 1,0000 2,1040 0,0

5,0 5,259 1,5831 0,2433 105,54 297,20 402,74 1,0200 2,0886 5,0
10,0 6,271 1,6008 0,2056 111,12 292,75 403,87 1,0397 2,0738 10,0
15,0 7,427 1,6193 0,1748 116,73 288,16 404,89 1,0592 2,0594 15,0
20,0 8,741 1,6386 0,1494 122,40 283,42 405,82 1,0785 2,0455 20,0
25,0 10,225 1,6588 0,1283 128,11 278,53 406,64 1,0977 2,0320 25,0

30,0 11,895 1,6800 0,1106 133,87 273,48 407,35 1,1166 2,0189 30,0
32,0 12,617 1,6888 0,1044 136,18 271,42 407,60 1,1241 2,0138 32,0
34,0 13,274 1,6977 0,0986 138,51 269,32 407,83 1,1316 2,0086 34,0
36,0 14,165 1,7068 0,0931 140,84 267,19 408,03 1,1391 2,0035 36,0
38,0 14,990 1,7161 0,0880 143,18 265,04 408,22 1,1465 1,9985 38,0

40,0 15,850 1,7257 0,0833 145,53 262,85 408,38 1,1539 1,9934 40,0
42,0 16,742 1,7354 0,0788 147,89 260,62 408,51 1,1613 1,9884 42,0
44,0 17,682 1,7454 0,0746 150,26 258,35 408,61 1,1687 1,9835 44,0
46,0 18,658 1,7555 0,0706 152,64 256,05 408,69 1,1761 1,9785 46,0
48,0 19,673 1,7659 0,0670 155,04 253,69 408,73 1,1834 1,9735 48,0

50,0 20,727 1,7766 0,0635 157,46 251,28 408,74 1,1908 1,9685 50,0
55,0 23,553 1,8044 0,0556 163,63 244,92 408,55 1,2094 1,9559 55,0
60,0 26,657 1,8341 0,0487 170,09 237,95 408,04 1,2285 1,9429 60,0
65,0 30,059 1,8658 0,0428 177,10 229,98 407,08 1,2490 1,9292 65,0
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Tabela (2.4-12) Propriedades de Vapor Superaquecido - Refrigerante - 717 (Resumida)


2 2 2
Pressão = 0,73185 kgf/cm Pressão = 1,21907 kgf/cm Pressão = 1,93970 kgf/cm
o o o
Temperatura de Sat.(- 40 C) Temperatura de Sat.(- 30 C) Temperatura de Sat.(- 20 C)
Temperatura Volume Volume Volume
Específic Entalpia Entropia Específico Entalpia Entropia Específico Entalpia Entropia
↓ o h s v h s v h s
v
O 3 3 3
C m /kg kcal/kg kcal/kg.K m /kg kcal/kg kcal/kg.K m /kg kcal/kg kcal/kg.K
Sat. 1,55206 388,51 2,25260 0.96354 392,24 2,21023 0,62371 395,67 2,17176
-30 1,62535 393,87 2,27513 0,96354 392,24 2,21023 ------ ------ ------
-20 1,67736 399,10 2,29621 1,00868 397,78 2,23257 0,62371 395,67 2,17176
-10 1,76851 404,26 2,31618 1,05285 403,16 2,25340 0,65299 401,43 2,19407
0,0 1,83906 409,37 2,33526 1,09633 408,44 2,27310 0,68148 406,98 2,21479
10,0 1,90917 414,47 2,35359 1,13933 413,66 2,29189 0,70942 412,42 2,23432
20,0 1,97894 419,57 2,37129 1,18197 418,86 2,30994 0,73696 417,78 2,25393
30,0 2,04845 424,68 2,38844 1,22433 424,05 2,32735 0,76419 423,09 2,27077
40,0 2,11776 429,81 2,40509 1,26647 429,25 2,34422 0,79119 428,39 2,28798
50,0 2,18690 434,96 2,42129 1,30844 434,45 2,36059 0,81801 433,85 2,30462
60,0 2,25591 440,14 2,43708 1,35028 439,68 2,37653 0,84468 438,99 2,32077
70,0 2,32481 445,35 2,45250 1,39199 444,94 2,39206 0,87123 444,30 2,33649
80,0 2,39361 450,60 2,46758 1,43361 450,22 2,40724 2,44658 449,64 2,35182
90,0 2,46233 455,89 2,48233 1,47515 455,53 2,42208 0,92405 455,00 2,36679
100,0 2,53098 461,20 2,49678 1,51661 460,88 2,43660 0,95034 460,38 2,38142
110,0 2,59957 466,56 2,51096 1,55802 466,26 2,45084 0,97657 465,80 2,39576
2 2 2
Temperatura Pressão = 2,96584 kgf/cm Pressão = 4,37907 kgf/cm Pressão = 6,27085 kgf/cm
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(-10,0 C) Temperatura de Sat.(0,0 C) Temperatura de Sat.(+10,0 C)
Sat. 0,41845 398,77 2,13653 0,28951 401,51 2,10402 0,20563 403,87 2,07380
0,0 0,43832 404,79 2,15896 0,28951 401,51 2,10402 ------ ------ ------
10,0 0,45754 410,56 2,17971 0,30354 407,83 2,12673 0,20563 403,87 207380
20,0 0,47631 416,17 2,19920 0,31704 413,85 2,14762 0,21590 410,53 2,09692
30,0 0,49473 421,69 2,21771 0,33014 419,67 2,16717 0,22571 416,83 2,11807
40,0 0,51290 427,15 2,23542 0,34292 425,37 2,18567 0,23517 422,90 2,13777
50,0 0,53087 432,57 2,25248 0,35554 430,99 2,20334 0,24439 428,81 2,15635
60,0 0,54868 437,98 2,26879 0,36796 436,56 2,22032 0,25342 434,62 2,17404
70,0 0,56636 443,38 2,28495 0,38024 442,10 2,23670 0,26230 440,35 2,19100
80,0 0,58393 448,80 2,30051 0,39341 447,63 2,25258 0,27105 446,04 2,20734
90,0 0,60142 454,22 2,31567 0,40449 453,15 2,26801 0,27971 451,70 2,22316
100,0 0,61883 459,67 2,33046 0,41649 458,69 2,28304 0,28828 457,35 2,23851
110,0 0,63618 465,14 2,34494 0,42842 464,23 2,29771 0,29679 463,00 2,25345
120,0 0,65348 470,64 2,35911 0,44030 469,80 2,31205 0,30524 468,66 2,26803
130,0 0,67073 476,18 2,37301 0,45213 475,38 2,32609 0,31363 474,33 2,28227
2 2 2
Temperatura Pressão = 11,89509 kgf/cm Pressão = 15,84945 kgf/cm Pressão = 20,72716 kgf/cm
O o o o
↓ C Temperatura de Sat.(+30,0 C) Temperatura de Sat.(+40,0 C) Temperatura de Sat.(+50,0 C)
Sat. 0,11062 407,35 2,01890 0,08326 408,38 1,99346 0,06346 408,74 1,96852
40,0 0,11665 414,85 2,04321 0,08326 408,38 1,99346 ------ ------ ------
50,0 0,12231 421,84 2,06519 0,08808 416,40 2,01866 0,06346 408,74 1,96852
60,0 0,12771 428,48 2,08546 0,09257 423,81 2,04125 0,06748 417,43 1,99501
70,0 0,13292 434,89 2,10441 0,09682 430,80 2,06193 0,07115 425,35 2,01845
80,0 0,13798 441,13 2,12234 0,10088 437,50 2,08118 0,07458 432,75 2,03971
90,0 0,14291 447,25 2,13943 0,10481 443,99 2,09932 0,07784 439,79 2,05936
100,0 0,14776 453,29 2,15583 0,10864 450,34 2,11655 0,07867 446,56 2,07777
110,0 0,15252 459,27 2,17165 0,11238 456,57 2,13305 0,08400 453,16 2,09521
120,0 0,15723 465,21 2,18696 0,11605 462,73 2,14893 0,08695 459,61 2,11185
130,0 0,16187 471,13 2,20183 0,11966 468,84 2,16428 0,08983 465,97 2,12783
140,0 0,16648 477,14 2,21631 0,12322 474,92 2,17916 0,09267 472,26 2,14325
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Exemplo 2.4-1
a) Determine o volume específico, a energia interna específica, a entalpia
específica, e a entropia específica para líquido e vapor saturado da água na
pressão de saturação de 2,5 MPa.
b) Determine o volume específico, a entalpia específica e a entropia
específica para a água com pressão de 10 bar e temperatura de 300 OC.

Solução
a) Água Saturada

Da tabela de propriedades da água saturada para P = 25 bar


temos a correspondente temperatura de saturação, T = 224 OC

As demais propriedades são:

Vl = 0,001973 m3/kg, VV = 0,0800 m3/kg


hl = 962,11 kJ/kg, hV = 2803,1 kJ/kg
Ul = 959,11 kJ/kg UV = 2603,1 kJ/kg
Sl = 2,5547 kJ/kg-K SV = 6,2575 kJ/kg-K]

b) Água na pressão de 10 bar e Temperatura de 300 OC

Da tabela de propriedades saturadas para P = 10 bar temos


T = 179,9 OC. Logo, a água a 300 OC está superaquecida.

Da tabela de propriedades da água superaquecida (2.4-2) temos

VV = 0,2579 m3/kg
hV = 3051,2 kJ/kg
SV = 7,1229 kJ/kg-K

Exemplo 2.4-2
Considere um sistema composto de 2 kg de água no estado líquido à
temperatura de 80 OC e pressão de 50 bar. Determine o volume específico
e a entalpia para o sistema.
a) através da tabela de propriedades comprimidas da água
b) através da tabela de propriedades saturadas da água
c) comente os desvios dos valores obtidos pelas duas formas.

Solução

a) Da tabela (2.4-3) de líquido comprimido para a água a 50 bar e


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temperatura de 80 OC temos; (observe que a temperatura de satu-


ração correspondente à pressão de 50 bar é de 263,99 OC)

V = 0,0010268 m3 /kg e h = 338,85 kJ/kg

b) Como podemos observar, a tabela disponível para propriedades saturadas,


não tem a temperatura de 80 OC sendo necessário fazermos interpolações
lineares, que resulta em:

V = 0,0010291 m3 / kg e h= 334,91 kJ /kg

C) Os desvios da tabela de líquido comprimido em relação à de saturação são:

0,0010268 − 0,0010291
δν = x 100 = − 0,22%
0,0010268

338,85 − 334,91
δh = x 100 = 116%
,
338,85
Comentários:

Pelos resultados, observamos ser insignificantes os desvios dos valores das


propriedades obtidas pela tabela correta (liquido comprimido) e na forma aproximada, como
líquido saturado na temperatura em que se encontra a substância sem levar em conta a
pressão.(a pressão de saturação a 80 OC é de 0,4739 bar, bem inferior aos 50 bar do líquido
comprimido)
Concluímos assim que, as propriedades de líquido comprimido são
aproximadamente iguais às de líquido saturado na mesma temperatura para substâncias que
podem ser admitidas como incompressíveis.(para qualquer substância incompressível)

Exemplo 2.4-3
Considere um cilindro de volume interno igual a 0,14 m3, contendo 10 kg de
refrigerante R-134a. O cilindro é usado para fins de reposição de refrigerante em
sistemas de refrigeração. Em um dado dia a temperatura ambiente é de 26 OC.
Admita que o refrigerante dentro do cilindro está em equilíbrio térmico com o meio
ambiente e determine a massa de refrigerante no estado líquido e no estado vapor
no interior do cilindro.

Solução:
Conhecemos: tanque cilíndrico de dimensões conhecidas contendo 10 kg
de refrigerante R-134a em equilíbrio térmico a 26 OC
determinar: massa no estado líquido e massa no estado vapor

Hipótese: 1) O gás no interior do cilindro é o sistema termodinâmico fechado


2) O sistema está em equilíbrio termodinâmico
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Análise:
Se no interior do cilindro tivermos de fato as duas fases: líqui-
do+vapor, então o sistema está na condição de vapor úmido
e podemos determinar o título, x, da mistura.
O volume específico da mistura, pela definição de volume específico é:

V 0,140 m 3 m3
ν = = = 0,014
m 10,0 kg kg

da equação (2.4-3) , que relaciona volume específico com título temos;

(ν − ν l )
ν = νl + x (ν v − ν l ) → x=
(ν v − ν l )
da tabela de propriedades saturadas para o refrigerante R-134a
obtemos os valores de volume específico do líquido e do valor, que valem:
3 3
νl = 0,0008 m kg νv = 0,0300 m kg
substituindo na equação do título , obtemos;

0,0140 − 0,0008
x= ⇒ x = 0,452
0,0300 − 0,0008
mv
da definição de título, em que, x = , obtemos
mt

m v = 0,452 x 10,0 kg ⇒ m v = 4,52 kg de vapor

pela conservação de massa

mt = mv + ml ⇒ ml = mt − mv ⇒ m l = 10,0 − 4,52 ⇒ m l = 5,48 kg

2.5 - Diagramas de Propriedades Termodinâmicas

As propriedades termodinâmicas de uma substância, além de serem


apresentadas através de tabelas, são também apresentadas na forma gráfica,
chamados de diagramas de propriedades termodinâmicas. Estes diagramas
podem ter por ordenada e abcissa respectivamente T x ν (temperatura versus
volume específico), P x h (pressão versus entalpia específica), T x s (temperatura
versus entropia específica) ou ainda h x s (entalpia específica versus entropia
específica). O mais conhecido desses diagramas é o diagrama h x s conhecido
como diagrama de Mollier.
Uma das vantagem do uso destes diagramas de propriedades é que eles
apresentam numa só figura as propriedades de líquido comprimido, do vapor úmido
e do vapor superaquecido como está mostrado esquematicamente nas figuras
2.5-1, 2.5-2 e 2.5-3.
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Figura 2.5 - 1 - Diagrama Temperatura versus Entropia Específica

Esses diagramas são úteis tanto como meio de apresentar a relação entre
as propriedades termodinâmicas como porque possibilitam a visualização dos
processos que ocorrem em parte do equipamento sob análise ou no todo.
As três regiões características dos diagramas estão assim divididas:

a) A região à esquerda da linha de liquido saturado (x=0) é a região de


líquido comprimido ou líquido sub-resfriado (aqui estão os dados referentes às
tabelas de líquido comprimido)
b) A região compreendida entre a linha de vapor saturado (x=1) e a linha de
líquido saturado (x = 0) é a região de vapor úmido. Nesta região, em geral os
diagramas apresentam linhas de título constante como esquematizadas nas
figuras.
c) A região à direita da linha de vapor saturado seco (x = 1) é a região de
vapor superaquecido. (nesta região estão os dados contidos nas tabelas de vapor
superaquecido)
Dado o efeito de visualização, é aconselhável, na análise dos problemas
termodinâmicos, representar esquematicamente os processos em um diagrama,
pois a solução torna-se clara. Assim, o completo domínio destes diagramas é
essencial para o estudo dos processos térmicos.

Figura 2.5 - 2 - Diagrama Entalpia Específica versus Entropia Específica


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Figura 2.5 - 3 - Diagrama Pressão versus Entalpia Específica

As figuras 2.5-4 e 2.5-5 a seguir, são diagramas de Mollier para a água.


Diagramas mais completos e diagramas T x s para a água podem ser encontrados
na bibliografia citada. Para o estudo de sistemas de refrigeração é mais
conveniente apresentar as propriedades em diagramas que tenham como
ordenada a pressão absoluta e como abcissa a entalpia específica. A figura 2.5-6
é o diagrama para o refrigerante R-12, a Figura 2.5-7 é o diagrama para o
refrigerante R-22, a figura 2.5-8 é o diagrama para o refrigerante R-134a e a figura
2.5-9 é o diagrama P x h para a amônia, que pela classificação da ASHRAE
(American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning Engineers.) é o
refrigerante R-717.
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Figura 2.5 - 4 - Diagrama de Mollier (h x s) para a água


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Figura 2.5-5 Parte do diagrama de Mollier para a água


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Figura 2.5-6 - Diagrama P x h para o refrigerante R-12


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Figura 2.5-7 - Diagrama P x h para o refrigerante R-22


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Figura 2.5 - 8 - Diagrama P x h para o refrigerante R-134a


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Figura 2.5 - 9 Diagrama P x h (sem a parte central) para o refrigerante R-717 (Amônia)
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Exemplo 2.5-1
o
Vapor de água inicialmente a 4,0 MPa e 300 C (estado 1) está contido em um conjunto
êmbolo - cilindro. A água é então resfriada a volume constante até sua temperatura
alcançar
o
200 C (estado 2). A seguir a água é comprimida isotermicamente até um estado onde a
pressão é de 2,5 MPa (estado 3).
3
a) Determine o volume específico nos estados 1, 2 e 3, em m / kg e o título no estado 2
se o estado 2 for de vapor úmido.
b) Localize os estados 1, 2 e 3 e esquematize os processos em um diagrama T- v e P- v.

Solução: - Hipóteses:
- O vapor de água é o nosso sistema termodinâmico
- Em cada estado o sistema está em equilíbrio termodinâmico
Conhecido:
o
O estado inicial P= 40 bar e T= 300 C e os processos subseqüentes

a-1) da tabela de vapor saturado para a água na pressão de 40 bar a correspondente


o o
temperatura de saturação é 250,4 C. Assim a água a 40 bar e 300 C está superaquecida. Da
3
tabela de vapor superaquecido temos v1 = 0,05884 m /kg
a-2) Para determinarmos o estado 2 temos o volume específico que é igual ao volume
3 o
específico do estado 1, v2 = 0,05884 m /kg e a temperatura de 200 C
o
da tabela de vapor saturado, para a temperatura de 200 C, a respectiva pressão de
3
saturação é 15,54 bar. O volume específico do líquido saturado vale; v2L = 0,0011565 m /kg e
3
do vapor saturado seco, v2v = 0,1274 m /kg. Como o volume específico do estado 2 está
entre o volume específico do líquido e do vapor saturado, então inferimos que o estado 2 é
de vapor úmido. Nos dois diagramas, o processo de 1→ 2 é indicado através de uma linha
o
vertical desde o estado 1 até o estado 2 cuja temperatura é de 200 C e a pressão é de 15,54
bar, na região de vapor úmido.
a-3) O estado 3 cuja pressão é de 25 bar a temperatura é a mesma do estado 2, 200
o
C.
Como a pressão, 25 bar é maior que a pressão de saturação correspondente podemos
facilmente inferir do diagrama T x v que o estado é de líquido comprimido. O processo de 2
→ 3 está indicado nas figuras do item b).
a-4) O volume do estado 1 e 2 são iguais, e seu valor lido da tabela de vapor
3
superaquecido, é 0,05884 m /kg. O volume específico do estado 3 deve ser obtido em uma
3
tabela de líquido comprimido, cujo valor é, v3 = 0,0011555 m /kg ou de forma aproximada, de
o
uma tabela de saturação na temperatura de 200 C, independentemente da pressão de
3
saturação correspondente, que é v3 = 0,0011565 m /kg.
a-5) O título no estado 2 é obtido usando as relações matemáticas entre título e
volume específico, como já mostrado anteriormente, assim:
v 2 − v 2L 0,05884 − 0,0011565
x2 = = = 0,457 ou 45,7 %
v 2 v − v 2L 0,1274 − 0,0011565

b) Representação dos estados e dos processos nos planos T x v e P x v


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Exemplo 2.5-2
Em um equipamento de refrigeração industrial, cujo fluido de trabalho é a amônia,
(R-717) o dispositivo de expansão (válvula de expansão termostática) reduz a pressão do
refrigerante de 15,850 kgf/cm2 e líquido saturado (estado1) para a pressão de 1,940
kgf/cm2 e título, X = 0,212 (estado 2). Determinar:
a) O volume específico, a temperatura e a entalpia específica nos estados 1 e 2
b) Representar o processo de expansão na válvula nos diagramas h-s e P-h
c) A que processo ideal mais se aproxima o processo de expansão na válvula de
expansão termostática (isocórico, isotérmico, isentrópico, isentálpico, isobárico)

Solução:
a-1) da tabela de saturação para a amônia obtemos as propriedades do
2
líquido saturado na pressão de 15,850 kgf/cm (estado 1)
0 3
T1= 40 C, V1= 0,0017257 m /kg, h1=145,53 kcal/kg, S1=1,1539 kcal/kg-K

a-2) As propriedades do estado 2 devem ser determinadas utilizando-se a


2
definição de título. Assim, para a pressão de 1,940 kgf/cm as proprie-
o
dades de líquido e vapor saturado são: T = - 20 C
3 3
V2 = V2L + X2 (V2V - V2L); V2L = 0,0015037 m /kg, V2V = 0,6237 m /kg
3
V2 = 0,0015037 + 0,212 (0,6237 - 0,0015037) → V2 = 0,1334 m /kg

h2 = h2L + X2 (h2V - h2L); h2L= 78,17 kcal/kg, h2V = 395,67 kcal/kg

h2 = 78,17 + 0,212 (395,67 - 78,17) → h2 = 145,48 kcal/kg

S2 = S2L + X2 (S2V - S2L); S2L = 0,9173 kcal/kg-k, S2V = 2,1717 kcal/kg-K

S2 = 0,9173 + 0,212 (2,1717 - 0,9173) → S2 = 1,1832 kcal/kg-K

b) Representação do processo e dos estados termodinâmicos 1 e 2

c) O processo ideal mais próximo é o processo ISENTÁLPICO. (em qualquer


processo de estrangulamento o processo ideal é o processo a entalpia constate, o fluido
neste caso é acelerado, de forma que, o tempo de contato entre o fluido e a superfície
envolvente é extremamente pequeno não havendo tempo suficiente para a troca de calor,
então, h1 ≅ h2).
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Exemplo 2.5-3
Uma turbina a vapor pode ser operada em condições de carga parcial
estrangulando-se o vapor que entra na turbina através de uma válvula. (o processo de
estrangulamento é um processo isentálpico) . As condições do vapor de água na linha de
alimentação são P1=10 bar e T1=300 OC. O vapor deixa a turbina com pressão, P3 = 0,1
bar. Como hipótese simplificadora adotemos que a turbina é uma máquina adiabática
reversível. (processo de expansão isentrópico). Pede-se indicar
os processos em um diagrama h x S e obter os dados de h, s, x, T,
para:
a) Turbina operando a plena carga
b) Turbina operando em carga parcial com pressão saindo da
válvula de estrangulamento (V.R.P), P2 = 5,0 bar

SOLUÇÃO - Valores lidos do próprio diagrama de MOLLIER ,


portanto, valores aproximados.
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Continuação do Exemplo 2.5-3 - Solução através das tabelas de propriedades.

caso a) - Neste caso, turbina operando a plena carga, significa que a válvula
controladora na entrada da turbina não opera (é o mesmo que não existir)
estado 1, P1 = 10 bar e T1 = 300 oC como já sabemos, da solução
anterior, este é um estado de vapor superaquecido, assim da tabela de
vapor superaquecido, obtemos;

h1 = 3051,2 kJ / kg v1 = 0,2579 m3 /kg S1 = 7,1229 kJ /kg-K

Estado 3

Processo isentrópico do estado 1 ao estado 3, então, S3 = S1 = 7,1229 kJ/kg-K


(da solução anterior, também sabemos que o estado 3 é de vapor úmido
(se não tivéssemos a solução gráfica direta no diagrama de Mollier, teríamos
que verificar esta condição !) e pressão de P3 = 0,1 bar . Assim obtemos das
tabelas de saturação os valores para vapor saturado e para líquido saturado,
e com a equação que relaciona título com as demais propriedades na região
de vapor úmido podemos calcular o título pois sabemos o valor da entropia.
Assim;
hls = 191,83 kJ/kg, hvs = 2584,7 kJ/kg,
vls = 0,0010102 m3/kg, vvs = 14,674 m3/kg
Sls = 0,6493 kJ/kg-K, Svs = 8,1502 kJ/kg-K

S 3 − S ls 7,1229 − 0,6493
S3 = Sls + X3(Svs - Sls) → X 3 = = = 0,863 ou 86, 3%
S vs − S ls 8,1502 − 0,6494
logo:
h3= 191,83 + 0,863 (2584,7 - 191,83) = 2 256,9 kJ/kg
v3 = 0,0010102 + 0,863 (14,674 - 0,0010102) = 12, 664 m3/kg

caso b)

Aqui, antes de ocorrer a expansão na turbina, ocorre o estrangula-


mento na válvula controladora da pressão de 10 bar para 5 bar. Como
o processo é isentálpico, a entalpia do estado 2 é igual à entalpia do
estado 1, e como sabemos, o estado 2 é de vapor superaquecido.
da tabela de vapor superaquecido para P2 = 5,0 bar e h2 = 3 051,2 kJ/kg,
interpolando na tabela, obtemos:

T2 = 293,6 oC , v2 = 0,5164 m3 /kg, S2 = 7,4344 kJ/kg-K

O estado 3, como sabemos da solução anterior , é de vapor úmido, o


procedimento para se obter os dados é o mesmo do item a)
resultando: para P3 = 0,1 bar e S3 = S2

X3 = 90,46 %, h3 = 2356,35 kJ/kg, v3 = 13,2738 m3/kg


Obs.
Assim, concluímos que a solução gráfica é bem mais rápida e significativa
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Exercícios
2-6) Em que fase se encontra a água, contida em um recipiente de paredes
rígidas, em que a temperatura é de 100 oC e a pressão é de a) 10 MPa, b) 20 kPa.
Obs.: Use a tabela de propriedades saturadas para inferir a resposta.

2-7) Em um gerador de vapor industrial a água entra com pressão de 10 bar


e temperatura de 150 oC (estado 1). A água sai desse gerador após receber calor
em um processo isobárico à temperatura de 250 oC, (estado 2). Pede-se:
a) em que fase se encontram os estados 1 e 2 ?
b) Represente esquematicamente o processo de aquecimento da água nos
seguintes diagramas de propriedades:
b-1) Coordenadas h x s (Entalpia versus Entropia)
b-2) Coordenadas T x s (Temperatura versus Entropia)
b-3) Coordenadas P x h (Pressão versus Entalpia

2-8) Um tanque, cujo volume é de 0,053 m3, contém freon 12, (R-12) a 40
o
C. O volume inicial de líquido no tanque é igual ao volume de vapor. Uma
quantidade adicional de Freon - 12 é forçada para dentro do tanque até que a
massa total dentro do tanque atinja 45 kg. Pede-se;
a) Qual o volume final de líquido no tanque admitindo-se que a temperatura seja
de 40 oC?
b) Que quantidade de massa foi adicionada ao tanque?

2-9) Em uma geladeira domestica, o condensador, que é um trocador de


calor de convecção natural, (fica atrás da geladeira) é projetado para que o
refrigerante saia deste no estado de líquido saturado. Em particular, em uma
geladeira domestica cujo refrigerante é o R-134a, o condensador apresenta
problemas e o refrigerante sai com pressão de 1682,76 kPa e título de 0,15.
Determinar;
a) A temperatura e o volume específico do refrigerante neste estado.
b) Esquematizar o processo de resfriamento do refrigerante se este foi
resfriado isobaricamente da temperatura de 90 oC até o estado final, em um
diagrama P-h (Pressão - Entalpia)

2-10) O compressor de um sistema frigorífico deve sempre aspirar vapor


superaquecido. Determinar as propriedades termodinâmicas do R-22 quando a
pressão de sucção for de 2,0 kgf/cm2 e estiver superaquecido de 15 oC

2-11) Determine as propriedades termodinâmicas do R-12 à pressão de 10


kgf/cm2 e temperatura de 34 oC. Em que região se encontra a substância
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3 - CALOR E TRABALHO

Trabalho e calor são a essência da termodinâmica. Assim é fundamental


que o estudante de termodinâmica entenda claramente as duas definições tendo em
vista que a análise correta de muitos problemas térmicos dependem da distinção en-
tre elas.

3.1 - Trabalho

Podemos definir o trabalho termodinâmico como: "Um sistema realiza traba-


lho se o único efeito sobre o meio (tudo externo ao sistema) PUDER SER o le-
vantamento de um peso."
Note-se que o levantamento de um peso é realmente uma força que age a-
través de uma distância. Observe também que nossa definição não afirma que um
peso foi realmente levantado ou que uma força agiu realmente através de uma dada
distância, mas que o único efeito externo ao sistema poderia ser o levantamen-
to de um peso.
O trabalho realizado por um sistema é considerado positivo e o trabalho reali-
zado sobre o sistema é negativo. O símbolo W
designa o trabalho termodinâmico.
Em geral falaremos de trabalho como
uma forma de energia. Vamos ilustrar a defini-
ção de trabalho fazendo uso de dois exemplos.
Considere como sistema a bateria e o motor elé-
trico delimitados pela fronteira como mostrados
na figura 3.1-1a , e façamos com que o motor
acione um ventilador. A pergunta que segue é a
seguinte: O trabalho atravessará a fronteira do
sistema neste caso? Para responder a essa
pergunta usando a definição de trabalho termo-
dinâmico dada anteriormente vamos substituir o
ventilador por um conjunto de polia e peso como
mostra a figura 3.1-1b. Com a rotação do motor
um peso pode ser levantado e o único efeito no
meio é tão somente o levantamento de um pe-
so. Assim para o nosso sistema original da Fig.
3.1-1a concluímos que o trabalho atravessa a fronteira do sistema.
Agora, façamos com que o nosso sistema seja constituído somente pela ba-
teria como mostra a figura 3.1-2. Neste caso quem cruza a fronteira do sistema é a
energia elétricas da bateria. Constitui trabalho
termodinâmico a energia elétrica cruzando a
fronteira do sistema?. Sem dúvida, como o con-
junto é o mesmo do caso anterior, poderá ocor-
rer o levantamento de um peso, então energia
elétrica cruzando a fronteira do sistema também
constitui trabalho como definido anteriormente.

Unidades de Trabalho - Como já foi


observado, consideramos trabalho realizado por um sistema, tal como o realizado
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por um gás em expansão contra um êmbolo, como positivo, e o trabalho realizado


sobre o sistema, tal como o realizado por um êmbolo ao comprimir um gás, como
negativo. Assim, trabalho negativo significa que energia é acrescentada ao siste-
ma.
Nossa definição de trabalho envolve o levantamento de um peso, isto é, o
produto de uma unidade de força ( Newton) agindo através de uma distância ( me-
tro). Essa unidade de trabalho no sistema Internacional é chamada de Joule, ( J ).

1 J = 1N.m

Definimos POTÊNCIA como trabalho por unidade de tempo, e a representamos por



W . Assim
• δw
W≡
dt
a unidade de potência é Joule por segundo, denominada Watt ( W )

J
1W=1
s

Trabalho Realizado Devido ao Movimento de Fronteira de um Sistema


Compressível Simples num Processo Quase-Estático - Já observamos que
há várias maneiras pelas quais o trabalho pode ser realizado sobre ou por um sis-
tema. Elas incluem o trabalho realizado por um eixo rotativo, trabalho elétrico e o
trabalho realizado devido ao movimento da fronteira do sistema, tal como o efetuado
pelo movimento do êmbolo num cilindro. Neste curso vamos considerar com alguns
detalhes o trabalho realizado pelo movimento da fronteira do sistema compressível
simples durante um processo quase-estático.
Consideremos como sistema o gás contido num cilindro com êmbolo, como
mostrado na Fig 3.1-3. Vamos tirar um dos pequenos pesos do êmbolo provocando
um movimento para cima deste, de uma distância dx. Podemos considerar este
pequeno deslocamento de um processo qua-
se-estático e calcular o trabalho, δW, reali-
zado pelo sistema durante este processo. A
força total sobre o êmbolo é P. A, onde P é
a pressão do gás e A é a área do êmbolo.
Portanto o trabalho δW é:

Figura 3.1-3 - Exemplo de trabalho efetuado


pelo movimento de fronteira de um sistema
δ W = P Adx ( 3.1-1) num processo quase-estático

Porém, da Fig. 3.1-3 verificamos que A dx = dV, a variação do volume do


gás devido ao deslocamento, dx, do êmbolo logo:

δ W = P dV ( 3.1-2)
O trabalho realizado devido ao movimento de fronteira , durante um dado
processo quase-estático, pode ser determinado pela integração da Eq. 3.1-2. En-
tretanto essa integração somente pode ser efetuada se conhecermos a relação en-
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tre P e V durante esse processo. Essa relação pode ser expressa na forma de uma
equação ou pode ser mostrada na forma gráfica.
Consideremos "em primeira" a solução gráfica, usando como exemplo um
processo de compressão tal como o que ocorre durante a compressão de ar em um
cilindro como mostra a Fig. 3.1-4. No inicio do processo o êmbolo está na posição
1 e a pressão é relativamente baixa. Esse estado está representado no diagrama
P x V como mostra a figura. No fim do processo, o
êmbolo está na posição 2 e o estado corresponden-
te do sistema é mostrado pelo ponto 2 no diagrama
P x V. Vamos admitir que essa compressão seja um
processo quase-estático e que, durante o processo,
o sistema passe através dos estados mostrados pe-
la linha que liga os pontos 1 e 2 do diagrama P x V.
A hipótese de um processo quase-estático, aqui, é
essencial, porque cada ponto da linha 1-2 represen-
ta um estado definido e estes estados corresponde-
rão aos estados reais do sistema somente se o
desvio do equilíbrio for infinitesimal. O trabalho rea-
lizado sobre o gás durante este processo de compressão pode ser determinado pela
integração da Eq. 3.1-2, resultando:

W2 = ∫ δ W = ∫ P dV
2 2
1 ( 3.1-3)
1 1

O símbolo 1W 2 deve ser interpretado como o trabalho realizado durante o processo,


do estado 1 ao estado 2. Pelo exame do diagrama P x V, é evidente que o trabalho
realizado durante esse processo é representado pela área sob a curva 1-2, ou seja
a área, a-1-2-b-a. Neste exemplo, o volume diminuiu e a área a-1-2-b-a representa
o trabalho realizado sobre o sistema ( trabalho negativo). Se o processo tivesse o-
corrido do estado 2 ao estado 1, pelo mesmo caminho, a
mesma área representaria o trabalho realizado pelo sis-
tema ( trabalho positivo ). Uma nova consideração do di-
agrama P x V, Fig. 3.1-5, conduz a uma outra conclusão
importante. É possível ir do estado 1 ao estado 2 por ca-
minhos quase-estáticos muito diferentes, tais como A, B
ou C. Como a área sob a curva representa o trabalho pa-
ra cada processo é evidente que o trabalho envolvido em
cada caso é uma função não somente dos estados iniciais
e finais do processo, mas também, do caminho que se
percorre ao ir de um estado a outro.
Por esta razão, o trabalho é chamado de função de linha, ou em linguagem
matemática, δW é uma diferencial inexata .
Na determinação da integral da Eq. 3.1-3 devemos sempre lembrar que es-
tamos interessados na determinação da área situada sob a curva da Fig. 3.1-4. Re-
lativamente a este aspecto, identificamos duas classes de problemas:
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1- A relação entre P e V é dada em termos de dados experimentais ou na


forma gráfica ( como, por exemplo, o traço em um osciloscópio ) Neste caso pode-
mos determinar a integral da Eq. 3.1-3 por integração gráfica ou numérica.
2- A relação entre P e V é tal que seja possível ajustar uma relação analítica
entre eles, e podemos então, fazer diretamente a integração.

Um exemplo comum desse segundo tipo de relação é o caso de um proces-


so chamado politrópico, no qual P V n = cons tan te , através de todo o processo. O
expoente "n" pode tomar qualquer valor entre - ∞ e + ∞ dependendo do pro-
cesso particular sob análise.

cons tan te P1 V1n P2 V2n


PV = cons tan te = P1 V = P2 V
n
1
n n
2 → P= = =
Vn Vn Vn

Para esse tipo de processo, podemos integrar a Eq. 3.1-3, resultando em:

dV V − n +1 cons tan te 1− n
∫ PdV = cons tan te ∫
2 2 2
= cons tan te ( ) = ( V2 − V11− n ) =
1 1 Vn − n +1 1
1− n

P2 V2n V21− n − P1 V1n V11− n P2 V2 − P1 V1



2
→ PdV = ( 3.1-4)
1− n 1 1− n

Note-se que este resultado, Eq. 3.1-4, é válido para qualquer valor do expoente n,
exceto n = 1. No caso onde n = 1, tem-se;

PV = Constante = P1V1 = P2V2 , e portanto,

dV V2
∫ PdV = P1 V1 ∫
2 2
= P1 V1 ln (3.1-5)
1 1 V V1

Deve-se observar que nas Eqs. 3.1-4 e 3.1-5 não dissemos que o trabalho
é igual às expressões dadas por aquelas equações. Aquelas expressões fornecem
o valor de uma certa integral, ou seja, um resultado matemático. Considerar ou não,
que aquela integral corresponde ao trabalho num dado processo, depende do resul-
tado de uma análise termodinâmica do processo. É importante manter separado o
resultado matemático da análise termodinâmica, pois há muitos casos em que o tra-
balho não é dado pelas Eqs. 3.1-4 ou 3.1-5. O processo politrópico conforme já
descrito , expõe uma relação funcional especial entre P e V durante um processo.
Há muitas relações possíveis, algumas das quais serão examinadas nos problemas
apresentados no final deste capítulo.

Exemplo 3.1-1
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Considere como sistema o gás contido no cilindro


mostrado na figura, provido de um êmbolo sobre o qual são
colocados vários pesos pequenos. A pressão inicial é de
200 kPa e o volume inicial do gás é de 0,04 m3.
a) Coloquemos um bico de Bunsen embaixo do cilindro e deixe-
3
mos que o volume do gás aumente para 0,1 m , enquanto a pressão
permanece constante. Calcular o trabalho realizado pelo sistema durante
esse processo.
como a pressão, neste caso é constante, concluímos pela Eq. 3.1- 3;

W2 = P ∫ dV = P( V2 − V1 )
2
1 → W2 = 200 kPa x ( 0,1 − 0,04) m 3 = 12,0 kJ
1
1

b) Consideremos o mesmo sistema e as mesmas condições iniciais e finais, porém, ao mes-


mo tempo que o bico de Bunsen está sob o cilindro e o êmbolo se levanta, removamos os pesos des-
te, de tal maneira que durante o processo a temperatura se mantém constante.
Se admitirmos que o gás se comporta como gás ideal, então da Eq. 2.3.3, obtemos:

PV = mRT

e notamos que este processo é politrópico com o expoente n = 1, pois a massa, m, do sistema é
constante, R é a constante do gás e sendo T constante, mRT = constante. Da nossa análise anteri-
or, concluímos que o trabalho é dado pela Eq. 3.1-5, Portanto:
V2 0,1
W2 = ∫ PdV
2
1 = P1 V1 ln = 200 kPa x 0,04 m 3 x ln = 7,33 kJ
1 V1 0,04

c) Consideremos o mesmo sistema porém, durante a troca de calor removamos os pesos de


1,3
tal maneira que a expressão PV = constante descreva a relação entre a pressão e o volume du-
3
rante o processo. Novamente o volume final é 0,1 m . Calcular o trabalho.
Esse processo é politrópico , no qual n = 1,3. Analisando o processo, concluímos novamente
que o trabalho é dado pela Eq. 3.1- 4, assim:

V1 1,3 0,04 1,3


P2 = P1 (
) = 200( ) = 60,77 kPa
V2 0,1
P2 V2 − P1 V1 60,77 x 0,1 − 200 x 0,04
1W2 = ∫1 PdV =
2
= = 6,41 kJ
1 − 1,3 1 − 1,3

d) Consideremos o sistema e o estado inicial dados nos três primeiros exemplos, porém man-
tenhamos o êmbolo preso por meio de um pino, de modo que o volume permaneça constante. Além
disso façamos com que o calor seja transferido do sistema para o meio até que a pressão caia a 100
kPa. Calcular o trabalho.
Como δW = P.dV, para um processo quase-estático, o
trabalho é igual a zero porque, neste caso, não há variação do
volume, isto é, dV=0.
O processo em cada um dos quatro exemplos está mostra-
do na Figura ao lado. O processo 1-2a é um processo a pres-
são constante e a área 1-2a-f-e-1 representa o respectivo tra-
balho. Analogamente, a linha 1-2-b representa o processo em que
PV = constante, a linha 1-2c representa o processo em que PV
1,3
= constante e a linha 1-2d representa o processo a volume
constante. O estudante deve comparar as áreas relativas sob ca-
da curva com os resultados numéricos obtidos acima.
Exemplo 3.1-2
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Um cilindro com êmbolo móvel, como mostrado na figura,


contém 3 kg d’água no estado de vapor úmido com título igual a 15
% e pressão de 2,0 bar (estado 1 ). Esse sistema é aquecido à
pressão constante até se obter o título igual a 85 % ( estado 2 ).
Pede-se:
a) Representar o processo em um diagrama P-V.
b) Calcular o trabalho realizado pelo vapor durante o processo.

Resposta a)

Resposta b)

Da definição de Trabalho termodinâmico devido ao movi-


mento de fronteira, e sendo a massa do sistema constante,
temos:

2 2 2

W2 = ∫ PdV = P∫ mdv = P. m∫ dv = P. m.(v2 − v1 )


1 (1)
1 1 1

Assim, para calcularmos o 1W2 precisamos determinar o valor do volume específico 1 e 2.


Considerando a tabela de propriedades da água saturada para P = 2,0 bar temos:

VL = 0,0010605 m3/kg VV = 0,8857 m3/kg

Da definição de título e da relação entre título e uma propriedade qualquer na região de vapor
úmido temos:

V = V L + X x( VV - V L )
V 1 = 0,0010605 + 0,15 ( 0,8857 - 0,0010605 )
V 1 = 0,133756 m3/kg

V 2 = 0,0010605 + 0,85 ( 0,8857 - 0,0010605)


V 2 = 0,7530 m3/kg

Substituindo na expressão do trabalho, Eq.(1) temos:

1 W2 = 2,0.105 x 3 x (0,7530 - 0,133756 ) [ J ]

1 W2 = 3,715.105 [ J ] ou 1 W2 = 371,5 [ kJ ]

Exemplo 3.1-3
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Um cilindro com êmbolo móvel, como mostrado na figu-


ra, contém 5 kg d’água no estado de vapor úmido com título igual
a 20 % e pressão de 5,0 bar (estado 1). Esse sistema é aque-
cido à pressão constante até se obter a temperatura de 200 OC
(estado 2). Pede-se:
a) Representar o processo em um diagrama P-ν e h-s
b) Determinar o trabalho realizado pela substância de trabalho
contra o êmbolo, em kJ

Solução

b) O trabalho devido ao movimento de fronteira é:

W2 = ∫ PdV
2
1 como P = constante, então
1

W2 = m P ∫ d ν
2
1 = m P (ν 2 − ν1 )
1

Da tabela de propriedades de saturação, para o estado 1, P1= 5,0 bar

obtemos

Vls1 = 0,0010926 m3 /kg, Vvs1= 0,3749 m3 /kg

V1 = Vls1 + X1 ( Vvs1-Vls1) = 0,0010926 + 0,2 ( 0,3749 - 0,0010926)

V1 = 0,0759 m3 /kg

Da tabela de vapor superaquecido para P2 = 5,0 bar e T2 = 200 oC, obtemos

V2 = 0,4249 m3 / kg

Assim o trabalho entre o estado 1 e 2 resulta

10 5 m3
1 W2 = 5, 0 kg x 5, 0 kPa x ( 0,4249 − 0,0759) = 872,5 kJ
10 3 kg
Sistemas que Envolvem Outras Formas de Realização de Trabalho
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Há sistemas que envolvem outras formas de trabalho, como por exemplo: sis-
temas que envolvem trabalho magnético e sistemas que envolvem trabalho elétrico.
Também existem outros sistemas que envolvem trabalho devido ao movimento de
fronteira; um fio esticado sujeito a uma força e uma película superficial.
Deve-se observar também que há outras formas de trabalho que podem ser
identificadas em processos que não sejam quase-estáticos. Um exemplo disso é o
trabalho realizado por forças de cisalhamento, num processo que envolve atrito num
fluido viscoso, ou trabalho realizado por um eixo rotativo que atravessa a fronteira
do sistema.
A identificação do trabalho é um aspecto importante de muitos problemas
termodinâmicos. Já mencionamos que o trabalho só pode ser identificado nas fron-
teiras do sistema. Por exemplo, consideremos a Fig 3.1-6 que mostra um gás sepa-
rado do vácuo por uma membrana. Fazendo com que a membrana se rompa, o gás
encherá todo o volume. Desprezando-se qualquer trabalho associado com a ruptura
da membrana, podemos indagar se há trabalho envol-
vido no processo. Se tomarmos como nosso sistema o
gás e o espaço evacuado, concluímos prontamente
que não há trabalho envolvido, pois nenhum trabalho é
identificado na fronteira do sistema. Se, entretanto, to-
marmos o gás como sistema, teremos uma variação do
volume e poderemos ser induzidos a calcular o traba-
lho pela integral

∫ PdV
2

Entretanto este não é um processo quase-


estático e, portanto, o trabalho não pode ser calculado por aquela relação. Ao con-
trário, como não há resistência na fronteira do sistema quando o volume aumenta,
concluímos que, para este sistema não há trabalho envolvido.

Um outro exemplo pode ser citado com a ajuda


da Fig. 3.1-7. Na Fig. 3.1-7a, o sistema consiste no
recipiente mais o gás. O trabalho atravessa a frontei-
ra do sistema no ponto onde a fronteira intercepta o
eixo e pode ser associado como forças de cisalha-
mento no eixo rotativo. Na Fig. 3.1-7b, o sistema in-
clui o eixo e o peso, bem como o gás e o recipiente.
Neste caso não há trabalho atravessando a fronteira
do sistema, quando o peso se move para baixo. Co-
mo veremos mais adiante, podemos identificar uma
variação de energia potencial dentro do sistema, po-
rém, isto não deve ser confundido com trabalho atra-
vessando a fronteira do sistema.

Exemplo 3.1-4
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Considere o sistema mostrado na figura ao lado. O volume


3
inicial do ar no interior do conjunto êmbolo-cilindro é de 0,03 m ,
2
neste estado a pressão interna é de 1,1 kgf/cm , suficiente para con-
trabalançar a pressão atmosférica externa e o peso do êmbolo. A
mola toca o êmbolo mas não exerce qualquer força sobre o mesmo
nesse estado. O sistema ( ar) é então aquecido até que o volume do
sistema seja o dobro do volume inicial. A pressão final do sistema é
2
de 3,5 kgf/cm e, durante o processo a força de mola é proporcional
ao deslocamento do êmbolo a partir da posição inicial. Pede-se:
a) Mostrar o processo em um diagrama, P - v
b) Considerando o ar como sistema, calcular o trabalho realizado pelo sistema

Solução: a)

W2 = ∫ P d V , e, sendo
2
b) sendo o trabalho 1
P = ( Patm + Pêmb + Pmola ), temos:
1

W2 = ∫ ( Patm + Pemb + Pmolla ) d V


2
W2 = ∫ ( Patm + Pemb ) d V + ∫ Pmola d V
2 2
1
ou 1
1 1 1

a pressão atmosférica + o peso do êmbolo é constante, e no sistema internacional vale


4 4
P êmb + P atm = 1,1 x 9,81 x 10 N/m2 = 10,791 x 10 Pa

logo, o trabalho correspondente será:

dV = 10,791x 10 4 [2V1 − V1 ] = 10,791 x 10 4 ( 2 x 0,03 − 0,03) →


2
1W2 ( atm ) = 10,791 × 10 4

1
W2 ( ATM ) = 3,2373 kJ
1

O trabalho devido à força de mola contra o êmbolo será

W2 =
1 ∫ Pmola d V mas, Pmola = F( volume),

assim devemos determinar primeiro qual a função que relaciona a pressão devido à mola
com relação à variação do volume.
Entretanto, como ∫ 2PdV representa a área sob a curva, podemos resolver a integral calculando
1

diretamente a área sob a curva da figura a-2. Como sabemos, a área de um triângulo retângulo é
3
A= (b x h)/2, onde, para este caso, b= (V2 - V1) = (0,06 - 0,03) = 0,03 m , e
4 4
h= (P2 - P1) = (3,5-1,1)x 9,81x10 Pa = 23,544 x 10 Pa

0,03 x 23,544 x 104


logo, Wmola = = 3,5316 kJ
2

O trabalho total do processo, nada mais é que a soma dos dois trabalhos anteriores,
como mostra a área sob a curva na figura a-3, ou seja:

1
W2 = Watm + Wmola = 3,237 + 3,5316 → W2 = 6,7686 kJ
1

3-2 CALOR
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Curso Prático & Objetivo

A definição termodinâmica de calor é um tanto diferente da interpretação co-


mum da palavra. Portanto, é importante compreender claramente a definição de ca-
lor dada aqui, porque ela se envolve em muitos problemas térmicos da engenharia.

Se um bloco de cobre quente for colocado em um béquer de água fria, sa-


bemos, pela experiência, que o bloco de cobre se resfria e a água se aquece até
que o cobre e a água atinjam a mesma temperatura. O que causa essa diminuição
de temperatura do cobre e o aumento de temperatura da água? Dizemos que isto é
resultado da transferência de energia do bloco de cobre à água. É dessa transfe-
rência de energia que chegamos a uma definição de calor.
Calor é definido como sendo a forma de energia transferida, através da fron-
teira de um sistema a uma dada temperatura, a um outro sistema (ou meio ) numa
temperatura inferior, em virtude da diferença de temperatura entre os dois sistemas.
Isto é, o calor é transferido do sistema de maior temperatura ao sistema de tempe-
ratura menor e a transferência de calor ocorre unicamente devido à diferença de
temperatura entre os dois sistemas. Um outro aspecto dessa definição de calor é
que um corpo ou sistema nunca contém calor. Ou melhor, calor só pode ser identi-
ficado quando atravessa a fronteira. Assim o calor é um fenômeno transitório. Se
considerarmos o bloco quente de cobre como um sistema e a água fria do béquer
como outro sistema reconhecemos que originalmente nenhum sistema contém calor
(eles contêm energia, naturalmente). Quando o cobre é colocado na água e os dois
estão em "comunicação térmica", o calor é transferido do cobre à água, até que seja
estabelecido o equilíbrio de temperatura. Nenhum sistema contém calor no fim do
processo. Infere-se, também, que o calor é identificado somente na fronteira do sis-
tema, pois o calor é definido como sendo a energia transferida através da fronteira
do sistema.

Unidades de Calor - Conforme já discutimos, o calor, como o trabalho, é uma for-


ma de transferência de energia para ou de um sistema. Portanto, as unidades de
calor, ou sendo mais geral, para qualquer outra forma de energia, são as mesmas
do trabalho, ou pelo menos, são diretamente proporcionais a ela. No sistema Inter-
nacional, SI, a unidade de calor ( e de qualquer outra forma de energia ) é o Joule.
Calor transferido para um sistema é considerado positivo e transferido de um
sistema é negativo. O calor é normalmente representado pelo símbolo Q.
Um processo em que não há troca de calor ( Q = 0 ), é chamado de processo
adiabático.
Do ponto de vista matemático o calor, como o trabalho, é uma função de li-
nha e é reconhecido como tendo uma diferencial inexata. Isto é, a quantidade de
calor transferida quando o sistema sofre uma mudança, do estado 1 para o estado
2, depende do caminho que o sistema percorre durante a mudança de estado.
Como o calor é uma função de linha, a sua diferencial é escrita como δQ. Na inte-
gração escrevemos:

∫ δQ =
2
1 Q2 ( 3.2-1)
1
em outras palavras, 1Q2 é o calor transferido durante um dado processo entre o es-
tado 1 e o estado 2.
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O calor transferido para um sistema na unidade de tempo, é chamado taxa



de calor, e designado pelo símbolo Q , a respectiva unidade é o Watt ( W )

• δQ
Q≡ (3.2-2 )
dt

Comparação entre Calor e Trabalho - É evidente, a esta altura, que há muita


semelhança entre calor e trabalho, que passaremos a resumir:

a) O calor e o trabalho são, ambos, fenômenos "transitórios". Os sistemas


nunca possuem calor ou trabalho, porem qualquer um deles ou, ambos, atravessam
a fronteira do sistema, quando o sistema sofre uma mudança de estado.

b) Tanto o calor como o trabalho são fenômenos de fronteira. Ambos são ob-
servados somente nas fronteiras do sistema, e ambos representam energia atraves-
sando a fronteira do sistema.

c) Tanto o calor como o trabalho são funções de linha e têm diferenciais ine-
xatas.

Deve-se observar que na nossa convenção de si-


nais, +Q representa calor transferido ao sistema e, daí é
energia acrescentada ao sistema, e +W representa o tra-
balho realizado pelo sistema, que é energia que sai do
sistema. A Fig. 3.2-1 mostra a convenção de sinais que
adotamos.

Um esclarecimento final pode ser útil para mostrar a diferença entre calor e
trabalho. A Fig. 3.2-2 mostra um gás contido num recipiente rígido. Espiras de resis-
tência elétrica são enroladas ao redor do recipiente. Quando a corrente elétrica cir-
cula através das espiras, a temperatura do gás
aumenta. O que atravessa a fronteira do sistema,
calor ou trabalho ?
Na Fig. 3.2-2a, consideramos somente o
gás como sistema. Neste caso calor atravessa a
fronteira do sistema, porque a temperatura das pa-
redes é superior à temperatura do gás.
Na Fig. 2.3-2b, o sistema inclui o recipiente
e as resistências elétricas. Neste caso a eletricida-
de atravessa a fronteira do sistema, e como anteri-
ormente indicado, isto é trabalho.

Formas de interação de Calor.

As formas mais comuns de interação de calor são através de :


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a) - Condução → Lei de Fourier

A condução de calor pode ser considerada como a transferência de energia


das partículas mais energéticas de uma substância para partículas menos energéti-
cas, graças às interações entre partículas [Incropera, F. P. &
Witt, D. P.]. A relação matemática é:
• dT
Q = − kA ( 3.2-3)
x dx x
onde:

k = condutividade térmica
A = área da parede perpendicular à direção x
x = posição onde está sendo calculada a taxa de calor

b) - Radiação térmica → lei de Stefan - Boltzmann

A radiação térmica é a energia emitida pela matéria que estiver em


uma temperatura finita. A energia do campo de radiação é transportada pelas on-
das eletromagnéticas (ou fotons numa outra linguagem). Enquanto a transferência
de calor por condução precisa de um meio material, a radiação não necessita de
qualquer meio. Na realidade, a transferência de energia por radiação ocorre com
maior eficiência no vácuo. A relação matemática para essa forma de calor é:

Q e = ε σ ATb4 (3.2-4)
sendo:

ε = emissividade, propriedade radiativa da superfície, 0≤ ε≤1


W
σ = Constante de Stefan - Boltzmann, (σ = 5, 67 x 10 − 8 )
m .K 4 2

Tb = Temperatura termodinâmica da superfície emitente


A = área emitente da superfície

c) - Convecção - Lei de resfriamento de Newton

O modo de transferência convectiva de calor é sustentado pelo movimento


molecular aleatório e pelo movimento macroscópico do fluido no interior da camada
limite.
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A transferência convectiva de calor pode ser classificada de acordo com a na-


tureza do escoamento. Convecção forçada, convecção livre, ou conveção combina-
da, dependendo da característica do movimento do meio que está em contato com a
superfície. Independentemente da natureza particular do processo de transferência
de calor por convecção, a equação da taxa apropriada tem a forma: [Incropera, F.
P. & Witt, D. P.]

Q = hA(Tb − T f ) (3.2-5)
onde:

A = Área de troca de calor


h = Coeficiente de convecção de calor ou coeficiente
de película
Tb, Tf = Respectivamente as temperaturas da superfí-
cie e do fluido.
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Exercícios:
3-1) - Gás no interior de um conjunto cilindro - êmbolo sofre um processo de
expansão de forma que a relação entre pressão e volume é dada por PVn = cons-
tante. A pressão inicial é de 3,0 bar e o volume é de 0,1m3. O volume final do gás
após a expansão é de 0,2 m3. Determinar o trabalho do sistema , em kJ se: a)
n= 1,5 ; b) n=1,0 e c) n= 0.
Faça também, a representação dos processos no plano P - V.

3-2) - Um cilindro com êmbolo móvel contém 2,5 kg de


vapor d’água saturado à pressão de 10 kgf / cm2. Esse siste-
ma é aquecido à pressão constante até que a temperatura do va-
por atinja 260 oC.
a) Calcular o trabalho realizado pelo vapor durante o processo.
b) Representar o processo em um diagrama P-V.

3-3) - O conjunto cilindro - êmbolo mostrado na figura, contém 0,1 kg de


água saturada a 40 oC. O embolo tem uma área seccional de 400 cm2 e uma
massa de 60 kg o qual repousa sobre os esbarros como mostrado na figura. O vo-
lume neste estado inicial é de 0,02 m3. A pressão atmosférica local é de 0,98
kgf/cm2 e a aceleração da gravidade local é de 9,75 m/s2.
Transfere-se calor para o sistema até que o cilindro contenha
vapor saturado seco. Pede-se:
a) Qual a temperatura da água na iminência do êmbolo
deixar os esbarros.
b) Calcular o trabalho realizado pela água durante todo o
processo.

3-4) - Um balão inicialmente vazio, é inflado através de um tanque de ar


comprimido. O volume final do balão é 5,0 m3. O barômetro registra 95 kPa. Con-
sidere o tanque o balão e a canalização entre ambos como o sistema e determine o
trabalho realizado no processo.

3-5) - O cilindro indicado na figura ao lado possui um êmbolo submetido à a-


ção de uma mola de modo que, quando o volume no cilindro for nulo, a mola está
totalmente estendida. A força da mola é proporcional ao des-
locamento da mesma e o peso do êmbolo é desprezível. O
volume do cilindro é de 120 litros quando o êmbolo encontra
o batente. O cilindro contém 4,0 kg de água, inicialmente a
350 kPa e título de 1% e que é aquecida até se tornar vapor
saturado seco. Mostre o processo num diagrama P x V e,
determine: ( Desprezar a pressão atmosférica sobre o
êmbolo)
a) A pressão final do sistema
b) o trabalho realizado pela água durante o processo.
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4 - PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

A primeira lei da termodinâmica é comumente chamada de " lei da


conservação da energia". Nos cursos elementares de física, o estudo da
conservação de energia dá ênfase às transformações de energia cinética e potencial
e suas relações com o trabalho. Uma forma mais geral de conservação de energia
inclui os efeitos de transferência de calor e a variação de energia interna.
Esta forma mais geral é chamada de " Primeira Lei da Termodinâmica ".
Outras formas de energia podem também serem incluídas, tais como: energia
eletrostática, energia de campos magnéticos tensão superficial etc.
Energia é uma noção familiar, e já conhecemos a maioria dos detalhes sobre
ela. Neste capítulo vários aspectos importantes do conceito de energia são
analisados alguns dos quais já foram vistos no capítulo anterior. A idéia básica, aqui,
é que a energia pode ser armazenada dentro de um sistema, transformada de uma
para outra forma de energia e transferida entre sistemas. Para o sistema fechado
a energia pode ser transferida através do trabalho e da transferência de calor. A
quantidade total de energia é conservada em todas transformações e
transferências.

4-1 - Primeira Lei para Um Sistema Percorrendo Um Ciclo

A primeira lei da termodinâmica estabelece que, durante um processo cíclico


qualquer, percorrido por um sistema, a integral cíclica (somatório sobre todo o ciclo),
do calor é proporcional à integral cíclica do trabalho, matematicamente

∫ δQ = ∫ δ W (4.1-1)
ou
∑Q = ∑W
ciclo ciclo
(4.1-2)

A base de todas as leis da natureza é a evidência experimental, e isto é


verdadeiro, também, para a primeira lei da termodinâmica.
Toda a experiência efetuada até agora provou a veracidade direta ou
indiretamente da primeira lei. A primeira lei nunca foi contestada e tem sido
satisfeita por muitas experiências físicas diferentes.
Como discutido no capítulo 3 a unidade de calor e trabalho, para o sistema
internacional, SI, é o joule ou seus múltiplos. Outras unidades são freqüentemente
usadas, tais como aquelas do sistema prático inglês e do sistema prático métrico,
respectivamente, BTU (British thermal units) e a kcal (quilocaloria)

1 kcal = 4,1868 kJ 1 BTU = 1,0553 kJ


1 kcal = 3,96744 BTU

1 kw = 860 kcal / h = 3 412 BTU / h


1 hp = 641,2 kcal / h = 2 545 BTU / h
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Como exemplo de grandes sistemas industriais, que operam em um ciclo


termodinâmico, podemos citar as termoeléctricas a vapor e os sistemas de
refrigeração. Estes dois sistemas são projetados, operados e controlados através da
análise termodinâmica, mais especificamente através dos princípios da primeira lei
da termodinâmica. A seguir, como motivação, são apresentados os esquemas
desses dois sistemas.

Figura 4.1-1a - Sistema termelétrico de uma central de geração elétrica

Figura 4.1-1b - Sistema de refrigeração por compressão de vapor

4-2 - Primeira Lei para Mudança de Estado de um Sistema

A Eq. 4.1-1 estabelece a primeira lei da termodinâmica para um sistema


operando em um ciclo. Muitas vezes, entretanto, estamos mais interessados a
respeito de um processo que em um ciclo. Assim é interessante obter uma
expressão da primeira lei da termodinâmica para um processo. Isto pode ser feito
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introduzindo-se uma nova propriedade, a energia total, a qual é representada pelo


símbolo E.
Considere-se um sistema que percorre um
ciclo, mudando do estado 1 ao estado 2 pelo
processo A e voltando do estado 2 ao estado 1 pelo
processo B. Este ciclo está mostrado na Fig. 4.2-1.
Da primeira lei da termodinâmica temos;

∫ δQ = ∫ δW
considerando os dois processo que constituem o
ciclo separadamente obtemos;

∫ δQ A + ∫ δQ B = ∫ δWA + ∫ δWB
2 1 2 1

1 2 1 2

agora, consideremos outro ciclo, com o sistema mudando do estado 1 ao estado 2


pelo mesmo processo A e voltando ao estado 1 pelo processo C como indicado na
Fig 4.2-1. Para este ciclo podemos escrever:

∫ δQ A + ∫ δQ C = ∫ δWA + ∫ δWC
2 1 2 1

1 2 1 2

Subtraindo a segunda destas equações da primeira, temos,

∫ δQ − ∫ δQ C = ∫ δWB − ∫ δWC
1 1 1 1

2 B 2 2 2
ou, reordenando
∫ ( δQ − δW ) = ∫ ( δQ − δW ) C
1 1
B (4.2-1)
2 2

Visto que B e C representam caminhos arbitrários entre os estados 1 e 2


concluímos que a quantidade (δ δQ - δW) é a mesma para qualquer processo entre o
estado 1 e o estado 2. Em conseqüência, (δ δQ - δW) depende somente dos estados
inicial e final não dependendo do caminho percorrido entre os dois estados. Isto nos
faz concluir que a quantidade, (δδQ - δW ), é uma função de ponto, e portanto, é a
diferencial exata de uma propriedade do sistema. Essa propriedade é a energia
total do sistema e é representada pelo símbolo E. Assim podemos escrever
δQ − δW = dE
ou,
δQ = dE + δW (4.2-2)

Observe-se que, sendo E uma propriedade, sua diferencial é escrita dE. Quando a
Eq. 4.2-2 é integrada, de um estado inicial 1 a um estado final 2, temos

1Q2 = E2 - E1 + 1W 2 (4.2-3)
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onde, 1Q2 é o calor transferido para o sistema durante o processo do estado 1 para
o estado 2, E1 e E2 são os valores inicial e final da energia total do sistema e 1W 2 é
o trabalho efetuado pelo sistema durante o processo.
O significado físico da propriedade E é o de representar toda a energia de um
sistema em um dado estado. Essa energia pode estar presente em uma
multiplicidade de formas, tais como; energia cinética, energia potencial, energia
associada à estrutura do átomo, energia química, etc.
No estudo da termodinâmica é conveniente considerar-se separadamente as
energias cinética e potencial, as demais formas de energia do sistema são
agrupadas em uma única variável, já definida, a energia interna, representada pelo
símbolo U. Assim,
E = U + EC + EP (4.2-4)
sendo
1
EC = m V2 e EP = mgZ (4.2-5)
2
onde, m é a massa do sistema, V é a velocidade, g a aceleração gravitacional e
Z a elevação em relação ao referencial adotado para o sistema termodinâmico.
A razão para trabalhar separadamente é que a energia cinética, (EC), e a
energia potencial, (EP), estão associadas a um sistema de coordenadas que
escolhemos, e podem ser determinadas pelos parâmetros macroscópicos de
massa, velocidade e elevação. A energia interna U está associada ao estado
termodinâmico do sistema. Como cada uma das parcelas é uma função de ponto,
podemos escrever
dE = dU + d(EC) + d(EP) (4.2-6)
A primeira lei da termodinâmica para uma mudança de estado de um sistema pode,
então, ser escrita como;
δQ = dU + d( EC) + d( EP ) + δW (4.2-7)

Três observações podem ser feitas relativa a essa equação:

1 - A energia total, E, realmente existe e podemos fazer uso desta para


escrever a primeira lei. Entretanto é mais conveniente, em termodinâmica, trabalhar
separadamente com a energia interna, U, a energia cinética, EC, e com a energia
potencial EP.
2 - A equação 4.2-3 e 4.2-7 são de fato o enunciado da conservação de
energia. A variação líquida de energia do sistema é sempre igual à transferência
líquida de energia através da fronteira do sistema , na forma de calor e trabalho.
3 - A equação 4.2-3 e 4.2-7 somente tratam com variações de energia
interna, energia cinética e energia potencial. Não conseguimos nos informar sobre
os valores absolutos dessas quantidades através dessas equações. Se quisermos
atribuir valores à energia interna, energia cinética e potencial, precisamos admitir
estados de referência e atribuir valores às quantidades nesses estados.
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Exemplo 4.2-1
Um sistema inicialmente em repouso sofre um processo no qual recebe uma
quantidade de trabalho igual a 200 kJ. Durante o processo o sistema transfere para o
meio ambiente uma quantidade de calor igual a 30 kJ. Ao final do processo o sistema
tem velocidade de 60 m/s e uma elevação de 50 m. A massa do sistema é de 25 kg, e
a aceleração gravitacional local é de 9,78 m/s2. Determine a variação de energia
interna do sistema durante o processo, em kJ.

Solução
Conhecemos: Um sistema de massa conhecida sofre um
processo recebendo uma quantidade de trabalho e
transferindo uma quantidade de calor conhecidos. O
sistema está inicialmente em repouso e no estado final tem
velocidade de 60 m/s e elevação de 50 m.

Obter: Determinar a variação de energia interna do sistema.

Hipótese: 1- O sistema sob análise é um sistema fechado, constituído da massa de


25 kg
2- No estado final o sistema está em equilíbrio (velocidade uniforme)
análise: a primeira lei da termodinâmica (balanço de energia) para o sistema
fechado é

1 Q 2 = ∆E+ 1W2 ou 1 Q 2 = ∆U + ∆EC + ∆EP + 1W2

a variação de energia cinética e potencial é:


1 1 m2
∆EC = m ( V 22 − V 12 ) → ∆EC = ( 2 5 k g )( 6 0 2 − 0 2 ) 2 → ∆ E C = 45 000 J
2 2 s
m
∆EP = mg( Z 2 − Z 1 ) → ∆EP = 25 ( kg ) 9,78 (
)(50 − 0) m → ∆EP = 12 225 J
S2
substituindo os valores numéricos na expressão da 1 a lei obtemos o valor de ∆U,

∆U = 1 Q 2 − ∆EC − ∆EP − 1W2 → ∆U = ( −30 kJ ) − ( 45,0 kJ ) − (12,225 kJ ) − ( −200 kJ )


⇒ ∆U = − 87,225 + 200 = + 112,775 kJ

Comentários:
1- O sinal positivo de ∆U indica que a energia interna do sistema aumentou.
2- Deve-se observar cuidadosamente a conversão de unidades
3- O balanço de energia pode ser obtido pela seguinte planilha

Entradas Variações Internas Saídas


45,000 kJ (energia
cinética)
200 kJ (trabalho) 12,225 kJ (energia 30 kJ (calor transferido)
potencial) 112,775 kJ
(energia interna)
200 kJ 170,000 kJ (variação total) 30 kJ
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A entrada líquida de energia excede a saída líquida de energia em 170 kJ, e


portanto, a energia interna do sistema aumentou.( a energia se conservou ! )

Exemplo 4.2-2
Considere 5 kg de vapor de água contida no interior do conjunto cilindro-
pistão. O vapor sofre uma expansão do estado 1 onde P = 5,0 bar e T=240 oC para o
estado 2 onde P=1,5 bar e T=200 oC. Durante o processo 80 kJ de calor é transferida
para o vapor. Uma hélice é colocada no interior do conjunto através de um eixo para
homogeneizar o vapor, a qual transfere 18,5 kJ para o sistema. O conjunto cilindro-
pistão está em repouso. Determinar a quantidade de trabalho transferido para o
pistão durante o processo de expansão.
Solução: - Esquema do problema e o esquema gráfico da solução no plano P-V

hipótese:
1- o vapor é o sistema termodinâmica
fechado.
2- não há variação de energia cinética
e potencial.
Análise:
O balanço de energia para o
sistema fechado resulta

1Q 2 = ∆U + ∆EC + ∆EP +∑ 1W2 , como dos dados do problema, ∆EC = ∆EP = 0 , então;
1 Q 2 = ∆ U +∑ 1W2 (1)
onde, ∑ 1W2 = Whelice + Wpistao , substituindo na expressão (1)

Wpistao = 1 Q 2 − Whelice − m( u 2 − u1 ) (2 )

Da tabela de propriedades superaquecidas do vapor de água obtemos para o estado 1 e 2

u1 = 2707, 6 kJ , e u 2 = 2656,2 kJ
substituindo os valores numéricos na expressão (2) temos:

Wpistao = ( +80 kJ) − ( −18,5 kJ) − 5,0 kg ( 2656,2 − 2707,6) kJ ⇒ Wpistao = + 355,5 kJ

Comentários:

1) O sinal positivo do trabalho indica que o sistema (vapor de água) realizou trabalho
sobre o meio (pistão) quando o sistema sofreu a expansão
2) Em princípio, o trabalho do pistão poderia ser calculado através da expressão
∫ Pdv , Entretanto, não é possível utilizar tal equação uma vez que não se conhece
a função P= P(volume), mas tão somente, os estados inicial e final.
3) A tabulação do balanço de energia para o sistema, resulta:

Entradas Saídas
18,5 kJ (trabalho devido à hélice)
355,5 kJ (trabalho sobre o pistão)
80,0 kJ (calor transferido para o sistema)
98,5 kJ 355,5 kJ

A saída total de energia, pelo balanço de energia, excede a energia de entrada,


conseqüentemente a energia do sistema diminuiu da diferença, ∆U= (98,5 - 355,5) = - 257 kJ
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4.3 - PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA EM TERMOS DE FLUXO

Muitas vezes é vantajoso usar a primeira lei em termos de fluxo, expressando


a taxa média ou instantânea de energia que cruza a fronteira do sistema — como
calor e trabalho — e a taxa de variação de energia do sistema. Procedendo desse
modo estamos nos afastando do ponto de vista estritamente clássico, pois
basicamente a termodinâmica clássica cuida de sistemas que estão em equilíbrio e
o tempo não é um parâmetro importante para sistemas que estão em equilíbrio.
Entretanto, incluiremos neste texto essas equações, em termos de fluxo, pois são
desenvolvidas a partir dos conceitos da termodinâmica clássica e são usadas em
muitas aplicações da termodinâmica. Nesta forma, a equação do primeiro princípio
para o volume de controle encontra amplas aplicações na termodinâmica, mecânica
dos fluidos e transferência de calor.
Consideremos um intervalo de tempo δt, durante o qual uma quantidade de
calor δQ atravessa a fronteira do sistema, um trabalho δW é realizado pelo sistema,
a variação de energia interna é ∆U, de energia cinética é ∆(EC) e da energia
potencial é ∆(EP). Da primeira lei, podemos escrever
δQ = ∆U + ∆EC = ∆EP + δW
dividindo por δt teremos a taxa média de energia trocada, como calor e trabalho e
de aumento de energia do sistema.
δQ ∆ U ∆EC ∆EP δW
= + + +
δt δt δt δt δt

calculando o limite desses valores quando δt tende para zero temos


δQ •
lim = Q , fluxo instantâneo de calor
δt → 0 δ t

δW •
lim = W , potência
δt → 0 δ t

∆U dU ∆ ( EC ) d( EC ) ∆ ( EP ) d( EP )
lim = , lim = , lim =
δt → 0 δt dt δt → 0 δt dt δt → 0 δt dt

Portanto a primeira lei em termos de fluxo é

• dU d( EC) d( EP ) •
Q= + + +W (4.3-1)
dt dt dt

ou

• dE •
Q= +W (4.3-2)
dt
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Exemplo 4.3-1
Durante a operação de carregamento de uma bateria, a corrente elétrica, I, é de 20

ampères, e a tensão, ε, é de 12,8 Volts, A taxa de transferência de calor, Q , da
bateria para o meio é de 10 W. Qual a taxa de aumento de energia interna?

Solução

Como não há variação de energia cinética e potencial a equação do primeiro


princípio em termos de fluxo pode ser escrita na forma da Eq. 4.3-1

• dU •
Q= + W , onde, como sabemos a potência elétrica é dada por:
dt

W ele = − ε i = − 12,8 x 20 = − 256 W

portanto a variação de energia interna do sistema (bateria) será:

dU • •
= Q− W = − 10W − ( −256 W ) = 246 J / s
dt

Do ponto de vista prático, é interessante escrever a equação 4.3-2 na forma


de somatório para incluir os vários fluxos de calor e/ou trabalho que podem ocorrer
no sistema.

• dE •
∑ 1 Q2 =
dt
+ ∑ 1 W2
(4.3-3)

A figura 4.3-1, mostra um sistema


termodinâmico sujeito às possíveis interações
com o meio, a convenção de sinais usados e o

referencial. Na Fig 4.3-1, Σ Q + significa calor

liquido entrando no sistema, Σ W significa
+

somatório de trabalho liquido sendo realizado


pelo sistema sobre o meio. A direção indicada
de calor e trabalho na Fig. 4.3-1 está em acordo
com a posição dos termos nas Eqs. 4.3-1, 4.3-2
e 4.3-3.
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4.4 - Calor Específico a Pressão Constante e a Volume Constante

Várias propriedades relacionadas à energia interna são importantes em


termodinâmica. Uma delas é a entalpia, que já foi definida no capítulo 2. Duas
outras conhecidas como calor específico a pressão constante, CP, e calor
específico a volume constante, Cν , serão aqui consideradas.
Os calores específicos a pressão e a volume constante, são particularmente
úteis para a termodinâmica nos cálculos envolvendo o modelo de gás ideal.
As propriedades intensivas Cν e CP são definidas para substâncias puras e
compressíveis simples como sendo a derivada parcial das funções u(T,v) e h(T,P)
respectivamente;
∂u
Cν =  (4.4-1)
∂ T ν

∂ h
CP =  (4.4-2)
∂ T P

onde os índices ν e Ρ representam respectivamente (volume específico e


pressão), variáveis fixadas durante a derivação. Valores para Cv e Cp podem ser
obtidos por mecanismos estatísticos usando medidas espectroscópicas. Elas podem
também ser determinadas macroscopicamente através de medidas exatas das
propriedades termodinâmicas.
As unidades macroscópicas de Cv e Cp, no sistema internacional, SI, são o
kJ/kg-k ou kJ/kg -oC. Para unidades molares, kJ/ kmol-k.
Observe que na definição de Cv e Cp estão envolvidas somente propriedades
termodinâmicas, e portanto Cv e Cp são também propriedades termodinâmicas de
uma substância.

Aproximações para Líquidos e Sólidos

Pode-se observar nas tabelas de propriedades saturadas e de líquido


comprimido para a água que o volume específico do líquido varia muito pouco com a
pressão e que a energia interna varia principalmente com a temperatura. Este
comportamento é exibido por qualquer substância na fase líquida ou sólida.
Para simplificar avaliações envolvendo líquidos ou sólidos, freqüentemente
adotamos a hipótese, bastante razoável em termos de engenharia, que o volume
específico do líquido é constante e a energia interna como sendo somente função
da temperatura. A substância assim idealizada é chamada de incompressível.
Assim para uma substância na fase líquida ou sólida, que satisfaz o modelo
de substância incompressível a energia interna varia somente com a temperatura, e
portanto, o calor específico a volume constante será função somente da
temperatura. Logo podemos escrever a Eq. 4.4-1 como uma diferencial ordinária
tendo em vista que Cv é função somente de uma variável, a temperatura.
du
Cν = (incompressível) ( 4.4-3)
dT
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Pela definição anterior de entalpia, para qualquer substância, sabemos que


ela é função da energia interna, da pressão e do volume específico em qualquer
fase, de acordo com a expressão:

h = u + Pv

Para substâncias modeladas como incompressíveis, o calor específico a pressão


constante CP e a volume constante, Cv são iguais, Pode-se mostrar essa afirmação
derivando a equação da entalpia mantendo-se a pressão constante, resultando:

∂ h du dv
 = +P , sendo a substância incompressível
∂ T P d T dT
a derivada dv = 0 , portanto

∂ h du
 = (incompressível) (4.4-4)
∂ T P dT

o lado esquerdo da igualdade é o calor específico a pressão constante, CP e o lado


direito é o calor específico a volume constante de uma substância incompressível,
Cv. Assim;

C ν = C P = C , para sólidos e líquidos (4.4-5)

O calor específico de alguns sólidos e líquidos são dados na tabela 4.4-1 a


seguir.

Tabela 4.4-1 - Calor específico de alguns sólidos e líquidos a 25 OC

SÓLIDOS Cp ρ LÍQUIDOS Cp ρ
kJ/kg-K kg/m3 kJ/kg-K kg/m3
Alumínio 0,900 2700 Amônia 4,800 602
Cobre 0,386 8900 Etanol 2,456 783
Granito 1,017 2700 Freon - 12 0,977 1310
Grafite 0,711 2500 Mercúrio 0,139 13560
Ferro 0,450 7840 Metanol 2,550 787
Chumbo 0,128 11310 Óleo (leve) 1,800 910
Borracha (macia) 1,840 1100 Água 4,184 997
Prata 0,235 10470
Estanho 0,217 5730
Madeira (maioria) 1,760 350-700
Para pequenos intervalos de variação de temperatura a variação do calor
específico de um líquido ou sólido em geral é desprezível e o calor específico
nestes casos pode ser admitido constante sem acarretar erros significativos.
Resultado para a entalpia e a energia interna,
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d h = CP ∫ d T d u = Cν ∫ d T
2 2
e
1 1

como Cp = Cv então,

dh ≅ du, para líquidos e sólidos

Exemplo 4.4-1
Estimar o calor específico à pressão constante do vapor d'água a 6,0 MPa e
O
temperatura de 375 C.

Solução:
Se considerarmos uma mudança de estado à pressão constante sobre um
pequeno intervalo de temperatura, que envolva a temperatura dada, a
Eq. 4.4-2 pode ser escrita como:

 ∆ h
CP ≅   (1)
 ∆ T P

das tabelas de propriedades da água para vapor superaquecido na pressão


de 6,0 MPa, temos

para T = 350 O
C h = 3043,0 kJ/kg
para T = 400 C
O
h = 3177,2 kJ/kg

substituindo na expressão (1) temos;

3177,2 − 3043,0 134,2 kJ


CP ≅ ≅ → C P ≅ 2,684
400 − 350 50 kg − k

Obs. Foram usadas as temperaturas de 350 OC e 400 OC por incluírem a temperatura de 375 OC no
intervalo, e por serem os valores tabelados mais próximos à temperatura de 375 OC

Exemplo 4.4-2
Uma barra de metal cuja massa é de 0,30 kg é removida de um forno à temperatura
inicial de 927 OC e imersa em um tanque contendo uma massa de
9,0 kg de água com temperatura de 27 OC. Cada substância pode
ser modelada como incompressível. Um valor apropriado para o
calor específico da água é 4,184 kJ/kg-OC e do metal é 0,42
kJ/kg-K. O calor transferido do tanque para o meio externo pode ser
desprezado. Determinar a temperatura final de equilíbrio do sistema.

Solução:
conhecido: uma barra de metal é colocada em imersão em um tanque com água
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determinar: temperatura final de equilíbrio da água e do metal

hipóteses: 1- a barra de metal e a água no interior do tanque formam o sistema fechado


2- o sistema é termicamente isolado
3- não há variação de energia cinética e potencial
4- a água e a barra de metal serão modeladas cada uma como substâncias
incompressíveis com valores conhecidos de calor específico

A temperatura final de equilíbrio pode ser avaliada de um balanço de energia para


sistema fechado
1 Q 2 = ( U 2 − U 1 ) + ∆EC + ∆EP + 1W2

das hipóteses 2 e 3 resulta que, 1Q2 = 1W2 = ∆EC = ∆EP = 0. Como a energia interna é uma
propriedade extensiva, seu valor para todo o sistema é a soma dos valores da água e do metal. Assim
o balanço de energia fica:
∆U ]agua + ∆U ]metal = 0

considerando o metal e a água como incompressíveis podemos escrever as variações de energia


interna em função da temperatura e dos respectivos calores específicos, logo

m a C a ( Tf − Tia ) + m m C m ( Tf − Tim ) = 0

onde Tf é a temperatura final de equilíbrio, Tia e Tim são as temperaturas iniciais da água
e metal respectivamente, resolvendo para Tf e substituindo os valores numéricos, temos:
m a C a Tia + m m C m Tim
Tf =
m aC a + m mC m

9,0( kg ) 4,184( kJ / kg − o C) 27( o C) + 0,3( kg ) 0,42( kJ / kg − o C) 927( o C)


Tf =
9,0( kg ) 4,184( kJ / kg − o C) + 0,3( kg ) 0,42( kJ / kg − o C)

Tf = 30 o C

como o sistema termodinâmico está em equilíbrio, esta é a temperatura final da água e da barra de
metal

Exemplo 4.4-3
Um conjunto êmbolo cilindro, como mostrado na figura,
contém no seu interior palha de aço em uma atmosfera de
oxigênio puro. O peso do êmbolo e a pressão externa mantém a
pressão interna do conjunto constante e igual a 1,0 bar. O ferro
da palha de aço reage muito lentamente com o oxigênio para
formar Fe2O3. Calor é removido do sistema de modo a manter a
temperatura constante e igual a 25 OC. Para a reação de 2 moles de ferro, 2Fe +
1,5O2 → Fe2O3, é necessário remover 831,08 kJ de calor. Adotando como sistema
o oxigênio e a palha de aço calcular: W e ∆U para o processo.
Solução: Hipóteses:
1- O sistema (oxigênio + palha de aço) está em repouso
2- Tanto o Fe como o Fe2O3 são sólidos, podemos considera desprezível
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o volume ocupados por eles,


_
3- O oxigênio se comporta como gás ideal, portanto, P ν = ℜ T
Da hipótese 2 e 3, para a condição inicial e final do sistema podemos escrever:
_ _ _
onde ν é o volume molar, V é o volume
P1 ν1 = ℜ T1 , P2 ν 2 = ℜ T2 , entretanto, V = nv ,
total ocupado pelo sistema (volume do oxigênio), e " n " o número de moles do
oxigênio
substituindo o volume molar e subtraindo a primeira da segunda equação
temos:

P2 V2 − P1 V1 = n 2 ℜ T2 − n1ℜ T1

da equação de reação química, para formar os dois moles de Fe2O3 são


necessários 1,5 moles de oxigênio. Observe que essa quantidade de oxigênio é
consumida no processo para formar o Fe2O3, que é um sólido com volume
desprezível comparado ao volume total do sistema.
P( V2 − V1 ) = ( n 2 − n1 )ℜ T
assim a variação do volume do sistema resulta: ℜT
∆V = ∆n
P

a) O trabalho do sistema devido á variação do volume será


ℜT
∫ PdV = P ∫ dV = P ∆V = P∆n
2 2
1W2 = = ∆nℜ T
1 1 P
1( kmols) J
⇒ W2 = − 1,5 ( mols) 8314 ( )( 25 + 27315
, )( K )
1
1000 ( mols ) Kmols − K
⇒ W2 = − 3718,23 J = − 3,72 kJ
1

Trabalho negativo, significa que o êmbolo realizou trabalho sobre o sistema


b) Da primeira lei para o sistema temos

1 Q 2 = ∆U + ∆EC + ∆EP + 1W2 , da 1a hipótese , ∆EC = ∆EP = 0

∆U = 1Q 2 − 1W2 = ( − 831,08 kJ ) − ( −3,72 kJ ) = − 827,36 kJ

Onde o sinal negativo indica que houve uma diminuição da energia interna do
sistema que reflete a variação nas energias de ligação provocada pela reação
química

Exercícios
4-1) - Um tanque contendo um fluido é agitado por uma
hélice como mostrado na figura. O trabalho aplicado à hélice é
de 1280 kcal. O calor transferido do tanque para o meio é de
378 kcal. Considerando o tanque e o fluido como sistema,
determinar a variação de energia interna do sistema, em kJ.
Resposta ∆U = 3 738,8 kJ
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4-2) - Considere um tanque contendo um volume de água de 400 litros à


temperatura de 28,96 0C e na pressão atmosférica ao nível do mar (760 mmHg ).
A água do tanque é aquecida através de uma resistência elétrica até que sua
temperatura atinja 45,81 0C. determine a quantidade de energia, transferida para
o sistema, em kcal.
Resposta Energia = 680,2 kcal

4-3) - Considere um conjunto cilindro-êmbolo, como mostrado


na figura. O sistema contém 10 kg de água à temperatura de 36,16
O
C e pressão absoluta de 1,5 bar. Calor é transferido para o sistema
até se obter vapor saturado seco (x=1). Determinar a quantidade de
calor transferida à água no processo, em kcal.
Resposta Q = 5 656,3 kcal

4.4) - A taxa de calor transferida de um motor elétrico, em funcionamento,



para o ambiente varia com o tempo conforme a expressão a seguir, Q = −02.(1 − e − 0,05t ) ,

onde, t é o tempo em segundos, e a taxa de calor, Q , é em kJ. O eixo do motor
tem rotação constante de ω = 100 rad / s e aplica, a uma carga externa, o torque
de 18 N.m. O motor consome uma potência elétrica constante de 2,0 kw. Obtenha
uma expressão para a taxa de variação de energia total do motor (dE / dt).
dE ( −0 , 05 t )
Resposta, = 0,2 . e
dt

4-5) - Um recipiente que tem um volume de 5 m3 contém 0,05 m3 de líquido


saturado de água e 4,95 m3 de vapor de água saturada, a 10 bar. Calor é transferido
até que o recipiente contenha somente vapor saturado seco. Determinar o calor
transferido para o sistema.

4- 6) - Um coletor solar residencial possui uma área de 5,00 m2. A radiação


solar média em um dia de céu limpo é de 1000
W/m2 no plano do coletor solar. O coletor solar
aquece a água de um tanque termicamente
isolado, o qual tem capacidade de 400,0 litros
como mostra a Figura. Entre o tanque e o
coletor solar existe uma bomba que faz com que
a água circule pelo coletor com uma vazão de
0,020 l/s. Admitindo-se rendimento térmico do
coletor solar, η = 45% e que o trabalho da bomba (potência) é desprezível pede-se:
Qual será a temperatura da água no tanque ás 15 horas se às 8 horas a
temperatura no tanque era de 20°C ? (admita temperatura uniforme da água no
tanque).

4.5 - Energia Interna, Entalpia e Calor Específico para Gás ideal

Para gases que obedecem o modelo de gás ideal, a energia interna


específica é função somente da temperatura, como mostrou Joule através de uma
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experiência clássica da termodinâmica em 1843. Assim , o calor específico a volume


constante, Cv, definido pela Eq. 4.4-1 é função somente da temperatura, e pode ser
escrito como:
du
C ν ( T) = (4.5-1)
dT
ou separando as variáveis, o valor da energia interna específica para o gás ideal
fica:
d u = C ν ( T) d T (4.5-2)

integrando a Eq. 4.5-2 desde a temperatura T1 até T2 obtemos:

u( T2 ) − u( T1 ) = ∫ C ν ( T) d T
T2
(4.5-3)
T1

A entalpia específica foi definida no capítulo 2 como:


h = u + Pv
Entretanto, para um gás ideal a equação de estado P-v-T, como já visto é:
Pν = RT
substituindo o valor do produto Pv na equação de definição da entalpia, temos;
h = u + RT (4.5-4)
A Eq. 4.5-4 mostra que no caso de gás ideal a entalpia específica também é
função somente da temperatura. Assim da Eq. 4.4-2 de definição do calor
específico a pressão constante, resulta para o gás ideal:
dh
C P (T ) = (4.5-5)
dT
ou
d h = C P ( T) d T (4.5-6)

integrando a Eq. 4.5-6 desde a temperatura T1 até T2 obtemos;

h( T2 ) − h( T1 ) = ∫ C p ( T) d T
T2
(4.5-7)
T1

Uma relação importante entre os calores específicos dos gases ideais pode
ser obtida, diferenciando a Eq. 4.5-4 em relação à temperatura
dh du
= +R (4.5-8)
dT dT

substituindo o calor específico, obtemos:


C p ( T) − C ν ( T) = R (4.5-9)
ou na base molar
_ _
C P ( T) − C ν ( T) = ℜ (4.5-10)
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Assim os calores específicos para um gás ideal diferem apenas do valor da


constante particular do gás. Como R é sempre positivo então, Cp > Cv e
_ _
conseqüentemente C P > C ν , Para um gás ideal o expoente da transformação
isoentrópica, k, ( P V k = cons tan te ), é função somente da temperatura, por definição

C P ( T)
k≡ (4.5-11)
C ν ( T)

Como Cp > Cv segue-se que k >1. Combinando a Eq. 4.5-9 com a Eq. 4.5-11
resulta
kR
C P ( T) = (4.5-12)
k −1
R
C ν ( T) = (4.5-13)
k −1
Os calores específicos para gases que tem comportamento de gás ideal,
necessitam de equações como função da temperatura. Uma dessas equações é a
seguinte:
_
CP
= α + β T + γ T 2 + δT 3 + ε T 4 (4.5-14)

onde a tabela 4.5 -1 fornece valores de α, β , γ, δ e ε para alguns gases na
faixa de temperatura de 300 a 1000 K. No limite quando a pressão tende para
zero todos os gases tendem ao comportamento de gás ideal.
_
Tabela 4.5 -1 variação de C P com a temperatura para alguns gases Ideais
α β x 10 γ x 10 δ x 10 ε x 10
3 6 9 12
Gás
CO 3,710 -1,619 3,692 -2,032 0,240
CO2 2,401 8,735 -6,607 2,002 0,000
H2 3,057 2,677 -5,810 5,521 -1,812
H2O 4,070 -1,108 4,152 -2,964 0,807
O2 3,626 -1,878 7,055 -6,764 2,156
N2 3,675 -1,208 2,324 -0,632 -0,226
AR 3,653 -1,337 3,294 -1,913 0,2763
SO2 3,267 5,324 0,684 -5,281 2,559
CH4 3.826 -3,979 24,558 -22,733 6,963
C2H2 1,410 19,057 -24,501 16,391 -4,135
C2H4 1,426 11,383 7,989 -16,254 6,749
Gases
monoatômicos 2,5 0 0 0 0

Para gases monoatômicos, tais como He, Ne, Ar, C P é constante em uma grande faixa de
ℜ / 2.
temperatura sendo aproximadamente igual a 5ℜ
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Exemplo 4.5-1
Determine a variação da entalpia específica , em kJ/kg para o vapor de água
quando este sofre um processo desde o estado 1 onde T1 = 400 K e P1 = 0,1 MPa até o
estado 2 onde T2 = 900 K e P2 = 0,5 MPa, por meio de:
a) tabelas de vapor superaquecido da água
b) por integração usando o modelo de gás ideal, com o calor específico dado
pela Eq. 4.5-14.
c) repita o item " a " e " b " para pressão final de 10 MPa.

Resposta:

a) Da tabela de vapor superaquecido temos h1 = 2730,5 kJ/kg


e h2 = 3762,2 kJ/kg , então;

h2 - h1= 1031,7 kJ/kg


_
b) Substituindo a expressão de C P , na Eq. 4.5-7 , temos

ℜ T2
M ∫T1
h 2 − h1 = (α + β T + γT 2 + δT 3 + εT 4 )d T
integrando,
ℜ β γ δ ε 
h1 − h1 =  α ( T2 − T1 ) + ( T22 − T12 ) + ( T23 − T23 ) + ( T24 − T24 ) + ( T25 − T15 )
M 2 3 4 5 

8,314 1108
, 4,152
= {4,070( 900 − 400 ) − 3 [( 900 ) − ( 400 ) ] +
2 2
6 [( 900 ) − ( 400 ) ]
3 3
18,02 2(10 ) 3(10 )

2,964 0,807
− 9 [( 900 ) − ( 400 ) ] +
4 4
[(900)5 − ( 400)5 ]}
4(10 ) 5(10 )12

h 2 − h 1 = 1025,0 kJ / kg

A diferença percentual da variação de entalpia calculada pelos dois métodos


é de 0,65%, que é bem próxima do valor obtida através da tabela.

c) O valor de h1 é o mesmo do item a. Para pressão de 10 MPa e T= 900 K


obtemos, da tabela de vapor superaquecido por interpolação h3 = 3691,72 kJ/kg, logo

h3 - h1 = 961,19 kJ/kg

O valor a ser obtido através da integração será o mesmo do item b) pois o calor
específico é função somente da temperatura. Somente a pressão é diferente do caso
anterior.
O valor obtido com o modelo de gás ideal, agora, resulta 7% maior que o valor obtido
através da tabela. Sem dúvida, os resultados do modelo de gás ideal para o item b) onde a
pressão era de 0,5 MPa era esperado, pois como sabemos " todo gás tende a gás ideal
quando a pressão tende para zero "
Para o caso da pressão de 10 MPa , que é 20 vezes maior que o caso anterior, um
desvio maior em relação ao valor correto era esperado.
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4.6 - Conservação de Massa

Na seção anterior consideramos o primeiro princípio da termodinâmica para


um sistema que sofre uma mudança de estado. Um sistema já foi definido como
tendo uma quantidade fixa de massa. Surge agora uma pergunta: variará a massa
do sistema quando houver variação de energia do sistema? Se isto acontecer, então
a nossa definição de sistema como tendo uma quantidade fixa de massa não mais
será válida, quando variar a energia do sistema.
Da teoria da relatividade, sabemos que a massa e a energia estão
relacionadas pela equação bastante conhecida

E = m C2 (4.6-1)

onde C é a velocidade da luz, m a massa e E é a energia. Concluímos a partir


dessa equação que a massa de um sistema varia quando sua energia varia.
Calculemos a grandeza dessa variação de massa para um problema típico e
determinemos se essa variação é ou não significativa.
Consideremos um recipiente rígido que contém 1,0 kg de uma mistura
estequiométrica de um hidrocarboneto combustível (por exemplo, gasolina, C8H18)
e ar, que constitui o nosso sistema. Do nosso conhecimento do processo de
combustão, sabemos que após a realização desse processo, será necessário
transferir cerca de 2900 kJ de calor do sistema para o meio para que seja
restabelecida a temperatura inicial do sistema. Do primeiro princípio

1 Q 2 = U 2 − U1 + 1W2

como, 1W2 = 0, e 1Q2 = - 2 900 kJ , concluímos que a energia interna do sistema


decresceu de 2 900 kJ durante o processo de troca de calor. Calculemos, agora, a
diminuição de massa durante o processo, utilizando a Eq. 4.6-1. A velocidade da
luz é 2,9979x108 m/s. Portanto

2 900 000 (J) = m (kg) . (2,9979x108(m/s))2 → m = 3,23 x10 -11 kg

Portanto, quando a energia do sistema varia de 2 900 kJ a redução de massa do


sistema será de 2,23 x 10 -11 kg.

Uma variação de massa dessa ordem de grandeza não pode ser detectada
pela balança analítica de maior precisão. Certamente, uma variação relativa de
massa dessa ordem de grandeza está além da precisão requerida essencialmente
para todos os cálculos da engenharia. Portanto se usarmos as leis de conservação
de massa e energia como leis independentes não introduziremos erros significativos
na grande maioria dos problemas termodinâmicos, e nossa definição de sistema,
tendo uma massa fixa, pode ser usado mesmo que haja variação de energia do
sistema.
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4.7 Conservação de Massa e o Volume de Controle

Volume de controle é um espaço que nos


interessa para um estudo ou análise particular,
igualmente como foi definido anteriormente para o
sistema termodinâmico. O espaço é demarcado
pela superfície de controle, sendo esta uma
superfície fechada. Como para o sistema, o volume
de controle pode ter uma superfície de controle real
ou imaginária, fixa ou móvel rígida ou flexível.
Entretanto a superfície deve ser determinada em
relação a algum sistema de coordenadas.
A massa bem como o calor e o trabalho Figura 4.7-1 diagrama esquemático
podem atravessar a superfície de controle, e a de um volume de controle
massa contida no interior do volume de controle, bem como suas propriedades,
podem variar no tempo.
A Fig. 4.7-1 mostra o esquema de um volume de controle com transferência
de calor, trabalho de eixo, acumulação de massa dentro do volume de controle e
movimento de superfície.

O princípio de conservação de massa para o volume de controle é introduzido


usando-se a Fig. 4.7-2, a qual mostra um sistema (linha contínua) constituído de
uma quantidade fixa de matéria , m, que ocupa diferentes regiões no tempo " t " e
no tempo " t+dt ". No seu interior temos o volume de controle, (delimitado pelas
linhas tracejadas). No tempo " t " a quantidade de massa dentro do sistema, m, sob
consideração é a soma

m = mVC ( t ) + δ m e (4.7-1)

onde mVC(t) é a massa contida dentro do volume de controle e δme é a massa


dentro da pequena região denominada " e " adjacente ao volume de controle como
mostrado na Fig. 4.7-2a . Analisemos, agora, o que ocorre com a quantidade fixa de
matéria " m " no decorrer do intervalo de tempo dt

Figura 4.7-2 - Ilustração usada para desenvolver o princípio da conservação de massa


para o volume de controle a) tempo " t " b) tempo " t+dt "
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No intervalo de tempo dt, toda massa na região " e " atravessa a superfície
do volume de controle, enquanto um pouco de massa , chamada de δms,
inicialmente contida dentro do volume de controle, sai para encher a região
denominada " s " adjacente ao volume de controle como mostra a Fig. 4.7-2b. No
instante de tempo t+dt a quantidade de matéria sob consideração no sistema pode
ser expressa pela equação:

m = mVC ( t + dt ) + δ m S (4.7-2)

Observe que as quantidades de massa nas regiões " e " e " s " não são
necessariamente iguais e que, a quantidade de matéria dentro do volume de
controle pode ter variado. Embora o sistema sob consideração ocupe diferentes
regiões no espaço em tempos diferentes, ele contém a mesma quantidade de
massa. Assim,

mVC ( t ) + δ me = mVC ( t + dt ) + δ m s

ou rearranjando,

mVC ( t + dt ) − mVC ( t ) = δ m e − δ m s (4.7-3)

A Eq. 4.7-3 é uma " contabilidade " do balanço de massa, a qual afirma que
a variação de massa dentro do volume de controle durante o intervalo de tempo dt é
igual à quantidade de massa que entra menos a quantidade de massa que sai do
volume de controle. A Eq. 4.7-3 pode ser expressa na base de taxa. Primeiro
dividindo-a por dt para obter:

mVC ( t + dt ) − mVC ( t ) δ m e δ m s
= − (4.7-4)
dt dt dt

O lado esquerdo desta equação é a taxa média no tempo da variação de


massa dentro do volume de controle durante o intervalo de tempo dt. Os termos do
lado direito, envolvendo a massa que cruza a superfície de controle, são as taxas
médias no tempo do fluxo mássico durante o mesmo intervalo de tempo dt. A
equação para a taxa instantânea de massa é obtida tomando-se o limite de dt
tendendo para zero na Eq. 4.7-4. No limite o volume de controle e o sistema
coincidem. Assim, o limite do termo do lado esquerdo da Eq. 4.7-4 é:

 m ( t + dt ) − mVC ( t )  d mVC
lim  VC =
dt → 0  dt  dt

Onde, dmVC é a taxa de variação de massa dentro do volume de controle no


dt
tempo t. No mesmo limite, quando dt tende para zero, os termos do lado direito
da Eq. 4.7-4 tornam-se respectivamente;
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δ me • δ ms •
lim = me , lim = ms
dt → 0 dt dt → 0 dt

• •
Nesta expressão m e e m s , são as taxas instantâneas de escoamento de
massa na entrada e saída, respectivamente, no volume de controle. Em resumo a
Eq. 4.7-4 quando dt → 0 é,
d mVC • •
= me − m s (4.7-5)
dt

Em geral podem existir várias localizações na superfície de controle através


das quais a massa pode entrar ou sair. Assim, a Eq. 4.7-5 é reescrita introduzindo-
se o somatório nos termos do lado direito da equação, como na Eq. 4.7-6

d mVC • •

dt
= ∑ me − ∑ m s ( 4.7-6)
e s

A Eq. 4.7-6 constitui a expressão geral do balanço de massa para um


volume de controle, admitindo-se a hipótese de escoamento uniforme dos fluxos de
massa na entrada e saída do volume de controle.
Vamos considerar um outro aspecto do escoamento de massa através de
uma superfície de controle. Para simplificar, admitamos que um fluido esteja
escoando uniformemente no interior de um tubo ou duto como mostrado na Fig. 4.7-
3.
Desejamos examinar o escoamento em termos de quantidade de massa que
cruza a superfície, A durante o intervalo de tempo dt.
Conforme se observa na Fig. 4.7-3, o fluido se
move de uma distância dx durante esse intervalo, e
portanto o volume de fluido que cruza a superfície A é
Adx. Conseqüentemente a massa que atravessa a
superfície A é dada por
Figura 4.7-3 - escoamento
Adx
dm = através de uma superfície
ν de controle estacionária

onde ν, é o volume específico do fluido, se agora, dividirmos ambos os membros


dessa expressão por dt e tomarmos o limite para dt→ → 0, o resultado será:
r

AV
m= (4.7-7)
r
ν
onde V é a velocidade. Deve-se observar que este resultado, a Eq. 4.7-7, foi
desenvolvido para uma superfície de controle estacionária A, e que, tacitamente
admitimos que o escoamento era normal à superfície e uniforme através da
superfície. Deve-se também considerar que a Eq. 4.7-7 se aplica a qualquer uma
das várias correntes de escoamento que entra e sai do volume de controle , sujeito
às hipóteses mencionadas.
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Exemplo 4.7-1
Ar está escoando no interior de um tubo de 0,2 m de diâmetro à velocidade
uniforme de 0,1 m/s. A temperatura e a pressão são 25 OC e 150 kPa.
Determinar o fluxo de massa .

Solução
r
•AV
Da equação m = , e usando o modelo de gás ideal para o ar, temos:
ν

ℜ T 8314 ( 25 + 27315
, ) m3
ν= = → ν = 0,5704
M P 28,97 150000 kg

π d 2 π ( 0,2 ) 2
a área da seção transversal do tubo é: A= = = 0,0314 m 2
4 4

portanto,
• 0,0314 x 0,1
m= = 0,0055 kg / s
0,5704

4.8 - Primeira Lei da Termodinâmica para o Volume de Controle

Já consideramos a primeira lei da termodinâmica para um sistema, que


consiste numa quantidade fixa de massa e mostramos que para um processo ela
pode ser representada pela Eq. 4.2-3, isto é

∑ 1 Q 2 = E 2 − E1 + ∑ 1W2 (4.2-3)

Vimos também que, dividindo por dt, ela pode ser escrita em termos de uma
equação de fluxo médio num intervalo de tempo dt, como na Eq. 4.8-1

Q 2 E 2 − E1 W
∑ 1

dt
=
dt
+∑1 2
dt
(4.8-1)

A fim de escrever a primeira lei em termos de fluxo para um volume de


controle, procedemos de modo análogo ao usado para deduzir a equação da
conservação da massa em termos de fluxo. Na Fig. 4.8-1 vemos um sistema e um
volume de controle. O sistema é formado por toda a massa inicialmente contida no
volume de controle mais a massa δme.
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Consideremos as mudanças que ocorrem no sistema e volume de controle


durante o intervalo de tempo dt. Durante esse intervalo de tempo, dt a massa δme
entra no volume de controle através da área discreta Ae e a massa δms sai através
da área discreta As. Em nossa análise admitiremos que o incremento de massa δme
tem propriedades uniformes, o mesmo ocorrendo com δms. O trabalho total
realizado pelo sistema durante o processo, δW, é o associado às massas δme e
δms cruzando a superfície de controle, que é
comumente chamado de trabalho de fluxo, e o
trabalho Wv.c que inclui todas as outras formas de
trabalho, tais como associadas com eixo que
atravessa a fronteira, forças de cisalhamento,
efeitos elétricos, magnéticos, ou superficiais,
expansão ou contração do volume de controle.
Uma quantidade de calor, δQ, atravessa a fronteira
do sistema durante dt.
Consideremos agora cada termo da
primeira lei da termodinâmica escrita para sistema
e transformemo-lo numa forma equivalente,
aplicável ao volume de controle. Consideremos
primeiramente o termo E2 - E1.

Seja Et = energia do volume de controle no


instante t Figura 4.8-1 Diagrama esquemático
Et+ dt = a energia no volume de controle no para a análise de um volume de
instante t+dt controle segundo a primeira lei mos-
trando calor, trabalho e massa atra-
Então vessando a superfície d e controle
E1 = Et + eeδme = a energia do sistema no instante t
E2 = Et+ dt + esδms = a energia do sistema no instante t+dt

Portanto,
E2 - E1 = Et+ δt + esδms - Et - eeδme = (Et +δδt - Et) + (esδms - eeδme) (4-8-2)

O termo (esδms - eeδme) representa o fluxo de energia que atravessa a superfície de


controle durante o intervalo de tempo, dt, associado às massas δms e δme cruzando
a superfície de controle.
Consideremos com maior detalhe o trabalho associado às massas δme e δms
que cruzam a superfície de controle.
O trabalho é realizado pela força normal (normal à área A) que age sobre a
δme e δms quando estas massas atravessam a superfície de controle. Essa força
normal é igual ao produto da tensão normal - σn, pela área A. O trabalho realizado
é:
σn A dl = - σnδV = - σnν δm
-σ (4.8-3)

Uma análise completa da natureza da tensão normal, σn, para fluidos reais,
envolve a pressão estática, e efeitos viscosos e está fora do objetivo deste texto.
Admitiremos, neste texto, que a tensão normal, σn, num ponto é igual à pressão
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estática, P, e simplesmente notaremos que esta hipótese é bastante razoável na


maioria das aplicações e que conduz a resultados de boa precisão.
Com essa hipótese, o trabalho realizado sobre a massa δme para introduzi-la
no volume de controle é Peνeδme e o trabalho realizado pela massa δms ao sair do
volume de controle é Psνsδms. Chamaremos a esses termos TRABALHO DE
FLUXO. Na literatura encontramos muitos outros termos, como escoamento de
energia, trabalho de introdução e trabalho de expulsão.
Então, o trabalho total realizado pelo sistema durante, dt, será;

δW = δWv.c + ( Ps ν s δm s − Pe ν e δm e ) (4.8-4)

dividamos, agora, as Eq. 4.8-2 e 4.8-4 por dt e substituamos na primeira lei


Eq. 4.8-1. Combinando os termos e rearranjando,

δQ δm e E − E t  δm s δW v .c
+ ( ee + Pe ν e ) =  t + δt + ( e s + Ps ν s ) + (4.8-5)
dt dt  dt  dt dt

Cada um dos termos de fluxo mássico dessa expressão pode ser rescrito na forma:

V2 V2
e + Pν = u + Pν + + gZ = h + + gZ (4.8-6)
2 2

usando a definição de entalpia específica dada pela Eq. 2.2-2.


Deve ser ressaltado que o aparecimento da combinação (u + Pν ν) sempre
que há fluxo de massa através de uma superfície de controle é a principal razão
para se definir a propriedade entalpia. A sua introdução antecipada relacionada
com o processo a pressão constante, foi feita para facilitar o uso das tabelas de
propriedades termodinâmicas naquela altura.
Utilizando-se a Eq. 4.8-6 para as massas entrando e saindo do volume de
controle, a Eq. 4.8-5 torna-se

δQ δm e V2 E − E t  δm s V2 δW v .c
+ ( he + e + gZ e ) =  t + δt + ( h s + s + gZ s ) + (4.8-7)
dt dt 2  dt  dt 2 dt

Para reduzir essa expressão a uma equação em termos de fluxo,


consideremos o que acontece a cada um dos termos da Eq. 4.8-7 quando dt tende
para zero. Os termos de calor trocado e do trabalho tornam-se quantidades
associadas à taxa de transferência, como no caso visto na seção 4.3. Analogamente
as duas quantidades de massa tornam-se fluxos de massa, como na seção 4.7 e o
termo de energia torna-se a taxa de variação de energia com o tempo, no volume de
controle, de maneira análoga ao termo de massa na equação da conservação de
massa. Adicionalmente admitimos originalmente propriedades uniformes de massa
δme, que entra no volume de controle através da área Ae e fizemos uma hipótese
análoga relativamente a δms, que sai do volume de controle através da área As.
Em conseqüência, ao tomarmos os limites acima mencionados as hipótese se
reduzem à restrição de propriedades uniformes ao longo das áreas Ae e As num
dado instante. Naturalmente as propriedades podem depender do tempo.
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Ao se utilizar os valores limites para exprimir a equação do primeiro princípio


para um volume de controle em termos de fluxo, novamente incluímos os sinais de
somatório nos termos de escoamento para considera a possibilidade de haver
correntes de fluxo adicionais entrando ou saindo do volume de controle e diversos
pontos onde calor e trabalho são acrescidos ao volume de controle. Portanto o
resultado é:

• • d E v.c • •
∑Q v .c
+ ∑ m e (he + Ve2
2 + gZ e ) =
dt
+ ∑ m s (hs + Vs2
2 + gZ s ) + ∑ W v.c (4.8-8)

que é, para nossa finalidade, a expressão geral da primeira lei da termodinâmica.


Em outras palavras essa equação diz que a taxa líquida de transferência de calor
para o volume de controle, mais a taxa de energia que entra no mesmo como
resultado da transferência de massa, é igual à taxa de variação da energia dentro do
volume de controle mais a taxa de energia que sai deste como resultado da
transferência de massa, e mais a potência líquida associada a eixo, cisalhamento,
efeitos elétricos e outros fatores que já foram mencionados.
A Eq. 4.8-8 pode ser integrada ao longo do tempo total de um processo para
se obter a variação total de energia que ocorre naquele período. Entretanto para se
fazer isto é necessário o conhecimento da dependência com o tempo dos vários
fluxos de massa e dos estados das massas que entram e saem do volume de
controle.
Um outro ponto que deve ser observado é que se não houver fluxo de massa
entrando ou saindo do volume de controle, aqueles termos da Eq, 4.8-8
simplesmente desaparecem da Eq. 4.8-8, que então se reduz à equação da primeira
lei para sistema fechado, em termos de fluxo, já discutida na seção 4.3, ou seja,

• dE •
∑Q = dt
+∑W (4.3-3)

Como a abordagem pelo volume de controle é mais geral, e se reduz à expressão


usual da primeira lei para um sistema quando não há fluxo de massa através da
superfície de controle, usaremos como expressão geral da 1a lei, a Eq, 4.8-8.

4.9 - O processo em Regime Permanente

Nossa primeira aplicação das equações de volume de controle será no


desenvolvimento de um modelo analítico adequado para operações em regime
permanente de dispositivos como: Turbinas, Compressores, Bocais, Caldeiras,
Trocadores Calor etc. , ou seja, um grupo muito grande de problemas de interesse
na engenharia. Esse modelo não incluirá as fases transitória de entrada em
operação e parada de tais dispositivos, abordando apenas o período de tempo de
operação estável.
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Consideremos um certo conjunto de hipóteses (além daquelas que levaram à


equação da 1a lei) que conduzem a um modelo razoável para esse tipo de
processo, ao qual nos referimos como processo em regime permanente.

1 - O volume de controle não se move em relação ao sistema de


coordenadas.
- Esta hipótese significa que todas as velocidades medidas em relação
aquele sistema são também velocidades relativas à superfície de controle, e não há
trabalho associado com a aceleração do volume de controle.

2 - Quanto à massa no volume de controle, o estado da mesma em cada


ponto do volume de controle não varia com o tempo.
- Esta hipótese requer que

d m v .c d E v .c
= 0, e também, =0
dt dt
portanto, concluímos para o processo em regime permanente, que podemos
escrever a equação da continuidade, Eq. 4.7-4 como:
• •
∑m s
= ∑ me (4.9-1)

e a primeira lei da termodinâmica como:


• • • •
∑Q v .c
+ ∑ m e (he +
Ve2
2 + gZ e ) = ∑ m s ( h s +
Vs2
2 + gZ s ) + ∑ W V .c (4.9-2)

3 - Quanto à massa que escoa através da superfície de controle, o fluxo de


massa e o estado dessa massa em cada área discreta de escoamento na superfície
de controle não varia com o tempo. As taxas na qual o calor e o trabalho cruzam a
superfície de controle permanecem constantes. Isto requer que cada quantidade nas
Eq. 4.9-1 e Eq. 4.9-2 sejam invariáveis com o tempo, isto significa que a aplicação
das Eq. 4.9-1 e 4.9-2 à operação de tais dispositivos é independente do tempo.

Exemplo 4.9-1
O
Vapor de água a 0,5 MPa e 200 C entra em um bocal termicamente isolado com uma
velocidade de 50 m/s, e sai à pressão de 0,15 MPa e à velocidade de 600 m/s. Determinar a
temperatura final do vapor se ele estiver superaquecido e o título se for saturado.

Solução

Hipóteses:
d E v.c
processo em regime permanente, =0
dt

volume de controle termicamente isolado, → não há transferência de calor pela superfície


de controle, Qv.c = 0, e do problema físico, Wv.c= 0,
do esquema para o problema podemos adotar para os fluxos mássicos que (EP)e ≅ (EP)s
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a
Da 1 lei da termodinâmica, regime permanente resulta

Ve2 Vs2
he + 2 = hs + 2

as velocidades de entrada e saída são conhecidas, a entalpia


de entrada pode ser determinada da tabela de propriedades superaquecidas para o
vapor de água, → he = 2 855,4 kJ/kg. Assim substituindo os valores na 1 lei, temos
a

 Ve2 − Vs2 
hs = he +   →
 2 

 50 2 − 600 2  2 1 kJ
hS = 2855,4 kJ kg +   (m 2 ) ( J ) = 2855,4 kJ kg + ( −178,75) kJ kg
 2  s 1000

h s = 2 676,65 kJ / kg

Do diagrama de mollier para a água a Ps = 0,15 MPa e com hs = 2 676,65 kJ,


vemos que o estado 2 é de vapor úmido (hvs = 2693,6 kJ/kg, hls = 467,11kJ/kg )

assim,
hs − he ( 2676,65 − 467,11) 2209,54
X2 = = = = 0,992 ou X 2 = 99,2 %
h vs − h ls ( 2693,6 − 467,11) 2226,49

A temperatura é obtida da tabela de propriedades saturadas, para Ps = 0,15 MPa


O
a temperatura é, Ts = 111,4 C

Exemplo 4.9-2
O fluxo de massa que entra em uma Condições Condições
turbina a vapor d'água é de 1,5 kg/s e o calor de Entrada de Saída
Pressão 2,0 MPa 0,1 MPa
transferido da turbina para o meio é de 8,5 kW. Temperatura 350 OC -----------
São conhecidos os seguintes dados para o Título --------- 100 %
vapor de água que entra e sai da turbina: Velocidade 50 m/s 200 m/s
Determinar a potência fornecida pela turbina. Plano de referência 6m 3m
aceleração da gravidade g= 9,8066 m/s2
hipóteses:
O volume de controle é como na figura ao lado
• • •
dE v .c
Regime permanente, = 0, Σ me = Σ ms = m
dt
Modelo: Tabelas de Vapor d'água ou diagrama de Mollier

Análise: Primeira lei da termodinâmica

Solução
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• • • •
Ve2 Vs2
Q v.c + m( h e + 2 + gZ e ) = m( h s + 2 + gZ s ) + W v. c (1)

Dos dados do problema, Q v . c = −8 ,5 kW

Do diagrama de Mollier podemos ler os dados para


as condições de entrada e saída da turbina

he = 3137,0 kJ/kg, Se = 6,95 kJ/kg-K


hs = 2675,5 kJ/kg, Ss = 7,36 kJ/kg-k

Calculo dos termos de energia cinética e potencial dos fluxos mássicos

Ve2 50 x 50 1 ( kJ ) 1( kJ )
= x = 1,25 kJ / kg ; gZ e = 9,8066 x 6 x = 0,059 kJ / kg
2 2 1000 ( J ) 1000 ( J )
Vs2 200 x 200 1( kJ ) 1( kJ )
= x = 20,0 kJ / kg ; gZ s = 9,8066 x 3 x = 0,029 kJ / kg
2 2 1000 ( J ) 1000 ( J )

Substituindo os valores numéricos na equação (1) temos



− 8,5 + 1,5( 3137 + 1,25 + 0,059) = 1,5( 2675,5 + 20,0 + 0,029) + W v .c

• •
portanto, W v .c = W T = − 8 ,5 + 4707 ,5 − 4043 ,3 = 655 ,7 kW

Pode-se fazer mais duas observações em relação a esse exemplo. Primeiro, em muitos
problemas de engenharia as variações de energia potencial (∆EP), são insignificantes, quando
comparadas com as outras formas de energia. No exemplo acima a variação de energia potencial não
afetou o resultado de modo significativo. Na maioria dos problemas onde a variação de altura é
pequena, os termos de energia potencial podem ser desprezados

Segundo, se as velocidades são pequenas, inferiores a cerca de 20m/s, em muitos casos a variação
de energia cinética, (∆EC), também é insignificante quando comparado com os demais termos de
a
energia. Como é a variação de energia cinética que é importante na equação da 1 lei os termos de
energia cinética podem ser comumente desprezados quando não houver grandes diferenças
entre a velocidade de entrada e saída do fluxo mássico no volume de controle. Assim em muitas
a
aplicações da 1 lei deve-se julgar quais valores podem ser desprezados.

Exemplo 4.9-3
Considere uma instalação motora a vapor simples como mostrada na figura abaixo.
Os dados na tabela referem-se a essa instalação.

Temperatura
Localização Pressão ou Título
o
Saída do gerador de vapor 2,0 MPa 300 C
o
Entrada da turbina 1,9 MPa 290 C
Saída da turbina, entrada
do condensador 15 kPa 90 %
Saída do condensador,
o
entrada da bomba 14 kPa 45 C
Trabalho da bomba = 4,0 kJ/ kg
Figura para o exemplo 5.5-4
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Determinar as seguintes quantidades , por kg de fluido que escoa através da


unidade.
1 - Calor trocado na linha de vapor entre o gerador de vapor e a turbina
2 - Trabalho da turbina
3 - Calor trocado no condensador
4 - Calor trocado no gerador de vapor.

Existe evidente vantagem em indicar um número para os diversos pontos do ciclo. Por
esse motivo os índices e e s na equação da energia para um processo em regime
permanente, são freqüentemente substituídos por números apropriados, como na figura deste
exemplo.
Como existem diversos volumes de controle a serem considerados na resolução deste
problema, consolidemos até um certo grau, o nosso procedimento neste exemplo.

Todos os processos: em regime permanente


Modelo: Tabelas de vapor e/ou diagrama de Mollier para se obter as
propriedades de todos os estados numerados na figura

Como nada foi dito sobre as velocidades dos fluxos mássicos e suas posições,
as variações de energia cinética e potencial, são desprezadas, pelos
critérios discutidos no exemplo 5.5-2

As propriedades dos estados 1,2 e 3 podem ser lidos no diagrama de Mollier, assim:

h1 = 3023,5 kJ/kg S1 = 6,7664 kJ/kg-K


h2 = 3002,5 kJ/kg S2 = 6,7508 kJ/kg-K
h3 =2361,8 kJ/kg S3 = 7,2831 kJ/kg-K

exemplo para interpolação linear de valores na tabela de propriedades (valor de S3 )

Da tabela de propriedades superaquecidas


o o
S P= 1,9, e T= 250 C S P=1,9, e T = 300 C
o o
T=250 C T=300 C
S P S P
6,6066 → 1,8 6,8226 → 1,8
S1,9 → 1,9 S1,9 → 1,9
6,5453 → 2,0 6,7664 → 2,0

interpolando

S1,9 − 6,6066 1,9 − 1,8 S1,9 − 6,8226 1,9 − 1,8


= =
6,6066 − 6,5453 1,8 − 2,0 6,8226 − 6, 7664 1,8 − 2,0

(1,9 − 1,8) (1,9 − 1,8)


S1,9 = 6,6066 + ( 6,6066 − 6,5453) S1,9 = 6,8226 + ( 6,8226 − 6,7664 )
(1,8 − 2,0) (1,8 − 2,0)

S1,9 = 6,57595 S 1, 9 = 6,79450

ST=290 oC e P = 1,9 Mpa


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S T

6,57595 250 (valor obtido na interpolação acima)


S290 290
6,79450 300 (valor obtido na interpolação acima)

S 290 − 6,57595 290 − 250  290 − 250 


= → S 290 = 6,57595 + ( 6,79450 − 6,57595)  = 6,7508
6,79450 − 6,57595 300 − 290  300 − 250 

S 290 = 6,7508 kJ / kg − K

As propriedades do estado 4 devem ser lidas da tabela de propriedades comprimidas


ou de forma aproximada, da tabela de propriedades saturadas para a temperatura dada.
Assim
h4 = 188,5 kJ/kg S4 = 0,6387 kJ/kg-K

Procedimento para obter os resultados específicos perguntados no problema:

1 - Calor trocado na linha de vapor entre o gerador de vapor e a turbina


a
Aplicando-se a 1 lei por unidade de fluxo de massa temos

• • Q2
1 Q 2 = m( h2 − h1 ) → 1
• = 1 q2 = ( h2 − h1 ) = 3002 ,5 − 3023 ,5 = − 21,0 kJ / kg
m

2 - Trabalho da turbina

Aplicando-se a primeira lei à turbina para fluxo unitário, temos


• • • •
Q V .c + m h 2 = m h 3 + W V .c
Uma turbina é essencialmente uma máquina adiabática.
Por tanto é razoável desprezar o calor trocado com o meio ambiente. Assim,

W V .C
2 w3 = •
= ( h 2 − h 3 ) = ( 3002 ,5 − 2361 ,8 ) = 640 ,7 kJ / kg
m

3 - Calor trocado no condensador

Neste caso, não há trabalho, assim,



• • • Q V .C
Q V .c + m h 3 = m h 4 → 3 q 4 = •
= ( h 4 − h 3 ) = ( 188 ,5 − 2361 ,8 )
m

3 q 4 = − 2 173 ,3 kJ / kg
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4 - Calor trocado no gerador de vapor.

Neste caso não há realização de trabalho, e a primeira lei fica


• • • Q V .C
Q V .C + m h 5 = m h1 → 5 q1 = • = ( h1 − h 5 )
m
Na resolução, necessitamos do valor de h5, que pode ser obtido considerando um
volume de controle na bomba do sistema
A primeira lei aplicada à bomba, com a hipótese de que o processo é adiabático, (Q=0 ),
não há transferência de calor da bomba para o meio ou vice-versa, resulta

h4 = h5 + 4w5 , portanto, h5 = h4 - 4W5 → h5 = 188,5 - (- 4,0)


h5 = 192,5 kJ/kg

Assim para o gerador, obtemos:

5 q1 = ( 3023,5 − 192,5) = 2 831 kJ / kg

A solução gráfica no diagrama de Mollier fica mais rápida, como mostrado na


figura abaixo

Exercícios

4-7) - Um chuveiro elétrico, cuja potência elétrica é de 4400 W , aquece a


água da temperatura de 20 OC até 35 OC. Determina o fluxo mássico de água que
está sendo aquecido.
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4-8) - Em um secador de cabelo, funcionando em regime permanente, a


temperatura do ar saindo é de 83 OC, a velocidade é de 9,1 m/s e a área da saída
do ar é de 18,7 cm2. O ar entra no secador à temperatura de 25 OC, pressão de 1,0
bar e com velocidade de 3,7 m/s.
a) - Admitindo-se que o ar se comporta como gás ideal determinar a potência
elétrica do secador.
b) - Usando dados tabelados de entalpia para o ar determine a potência
elétrica e comente os dois resultados comparativamente (para T=295 K → h = 295,2
kJ/kg para T = 356 K → h = 356,5 kJ/kg )

4-9) - Na Fig. 4-9 temos um coletor solar no qual está


escoando 100 kg/h de água no estado líquido. A temperatura
de entrada da água no coletor é de 30 °C. Se o fluxo de
radiação solar que incide no coletor for de 500 kcal/h e o
rendimento térmico do coletor, η = 40% determine a temperatura
da água na saída do coletor. Admita que a pressão é constante Fig. 4-9 Coletor solar
e igual a 1,01325 bar. plano residencial

4-10) - Na Fig. 4-10 está esquematizado um


compressor aspirando refrigerante, R-12, cujo título, X = 1.0
e a pressão é de 3,817 kgf/cm2. Admitindo-se um processo
isoentrópico e sendo a pressão de descarga do compressor
de 9,80 kgf/cm2 determine a potência (taxa de trabalho),
que deve ser fornecida ao compressor se ele deslocar uma Fig. 4-10 - Compressor
massa de 500 kg/h de refrigerante -12. Alternativo

4-11) - Na Fig. 4-11 está esquematizado um tubo de


um trocador de calor de uma caldeira. Determinar o estado
termodinâmico 2 quando for fornecido 1000 kcal/h de
calor à água que escoa no tubo entre o ponto 1 e 2.
Considere que o fluxo de água no tubo é de 100 kg/h e
que está escoando à pressão constante. As propriedades
termodinâmicas no estado 1 são T=100 °C e o título, X=0. Fig. 4-11 - Tubo de caldeira
recebendo calor

4-12)- Uma turbina a vapor pode ser operada em condições de carga parcial
através do estrangulamento do vapor que entra na turbina para uma pressão mais
baixa, como mostra a Fig. 4-12, (Em um processo de estrangulamento a entalpia de
saída é igual a entalpia de entrada). As condições do
vapor de água na linha de alimentação são: P1 = 7,0
kgf/cm2 e 320 °C. Na saída da turbina, P3 = 0,07
kgf/cm2. Supondo que o processo na turbina seja
adiabático reversível, calcular o trabalho produzido pela
turbina quando em plena carga, por kg de vapor
Fig. 4-12 - Turbina a vapor com
controle de capacidade
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passando na turbina, e a pressão para a qual o vapor deverá ser estrangulado para
produzir 75% do trabalho de plena carga.

4-13) - Um tanque contém 45 kg de água na fase líquida inicialmente a 45 oC


com uma entrada e uma saída com igual fluxo de massa como mostra a Fig.4-13. O
fluxo mássico de água na entrada e saída é de
270 kg/h. A temperatura da água entrando no
tanque é de 45 oC. Uma serpentina imersa
dentro da água no tanque remove da água 7,6
kW de calor. A água é bem mistura por uma
hélice de forma que podemos considerar que a
temperatura da água dentro do tanque é
uniforme. A potência introduzida na água pela
hélice é de 0,6 kW. A pressão da água
entrando e saindo pode ser considerada igual e
Figura. 4-13 Tanque com água no
constante. A variação de energia cinética e estado líquido mostrando os dados
potencial pode ser desprezada. Mostrar que a necessários ao exercício 4-13
temperatura da água no tanque é dada por:

 • 
 Q − W•  m


he ′lice  
TT = T1 +  serp.  1− e− MT
t

  
 


 m c PH 2O 

construir o gráfico TT (temperatura da água no tanque) função do tempo t, e


• •
calcular a temperatura mínima da água no tanque. (sendo m = m agua , MT a massa
de água no tanque)

4.10 - Coeficiente de Joule - Thomson e o Processo de Estrangulamento

O coeficiente de Joule - Thomson , µJ, é definido pela relação

 ∂ T
µJ ≡   ( 4.10-1)
 ∂ P  h = cons tan te

Análogo à definição dos calores específicos, na seção anterior, essa


quantidade é definida em termos de propriedades termodinâmicas e portando ela
própria é uma propriedade de uma substância.
A importância dessa propriedade pode ser demonstrada considerando-se um
processo de estrangulamento como o da Fig. 4.10-1.
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Considerando-se um balanço de energia, em regime permanente, por


unidade de massa, para o volume de controle detalhado
na Fig.4.10-1., tem-se:

v12 v 22
1 q 2 + ( h1 + + Z 1g ) = ( h 2 + + Z 2g ) + 1w 2 (4.10-1)
2 2

Na Eq. 4.10-1 podem ser feitas algumas simplificações: Fig.4.10-1 Substância escoando
1. Não há interação de energia, com a vizinhança, através de uma Restrição
sob as formas de calor ou de trabalho:

1q2 = 0 e 1w 2 = 0;
então
v12 v2
( h1 + + Z 1g ) = ( h 2 + 2 + Z 2 g ) (4.10-2)
2 2
2. Desprezando-se a diferença em relação ao nível de referência: Z1=Z2 a
Eq. 4.10-2 pode ser escrita como

v 22 v12
h2 + = h1 + (4.10-3)
2 2

em geral, as parcelas relativas à energia cinética, representam uma parte muito


pequena da energia envolvida no processo de estrangulamento, e desta forma, a
Eq. 4.10-3 toma a forma final:
h1 = h2 (4.10-4)

A perda de carga envolvida na passagem do escoamento pelo ponto de


estrangulamento, acarreta uma queda na pressão à jusante, e desta forma P2< P1.
Se o fluido for um gás, com essa redução de pressão a vazão terá seu valor
aumentado (se o duto for de diâmetro constante) e a energia cinética também se
elevará. Porém, esse aumento não é significativo, na maioria dos casos de
interesse, face à energia envolvida no processo como um todo.
Portanto, a importância do coeficiente de Joule - Thomson para os processos
de escoamento, em especial o de
estrangulamento, está na indicação do
comportamento da temperatura durante
o processo. Quando µj tem valor
positivo, a temperatura sofrerá uma
redução ao passar pela obstrução.
Entretanto um valor negativo de µj
significa que haverá uma elevação de
temperatura no escoamento. Para um
valor nulo do coeficiente de Joule -
Thomson, temos o denominado ponto
de inversão. A Fig. 4.10-2 ilustra essas
Fig. 4.10-2. Gráfico T x P, mostrando o Comporta-
observações, onde nota-se que o lugar mento do Coef. de Joule-Thomson
geométrico definido por todos os
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pontos de inversão constitui a curva de inversão.


Freqüentemente, um processo de estrangulamento envolve um processo de
mudança de fase do fluido escoando. Um exemplo típico é o escoamento através de
uma válvula de expansão no sistema de refrigeração, na expansão do vapor.

Um Exemplo da Utilidade das Informações contidas no Coeficiente de Joule -


Thomson.

Na indústria de petróleo, durante a produção de gás natural ou associado


(que é o gás que vem com o óleo, quando este último está sendo extraído), devido a
estes serem uma mistura de vários hidrocarbonetos e mais o vapor de água, pode
vir a ocorrer um fenômeno conhecido como a formação de hidratos. Isto pode
ocorrer nas unidades de separação e também diretamente no local de produção do
poço ("wellhead"), provocado por uma queda na temperatura do gás. Esses hidratos
são compostos sólidos que podem obstruir uma tubulação, causando prejuízos de
milhares de dólares à produção e, não raro, a necessidade de troca dos
equipamentos bloqueados.
Como o coeficiente de Joule - Thomson reflete o comportamento do gás em
relação à temperatura e pressão, pode-se inferir para uma dada mistura gasosa, se
ela terá tendência a se deslocar para a região de formação de hidratos e tentar
prevenir esse problema com antecedência.
Dado um gás em condições iniciais de pressão e temperatura e que sofrerá
um processo de expansão até um estado de pressão mais baixa, freqüentemente
deseja-se inferir se a expansão causará a obstrução da tubulação ou não. Uma
curva P x T de formação de hidratos pode ser colocada sobre um diagrama como o
da Fig. 4.10-2 para determinar onde há a interseção com a curva de resfriamento
de Joule - Thomson, para as condições iniciais do gás. O ponto onde ocorre a
interseção dá a máxima expansão que o gás pode sofrer, sem riscos de formar
hidratos.

A seguir, estão colocados alguns valores do coeficiente de Joule - Thomson,


para o ar, em função da temperatura e da Pressão (Tabela 4.10-1.)
Tabela 4.10-1. O Coeficiente de Joule - Thomson para o ar, em função da
Temperatura e da Pressão.
Pressão T = -25oC T = 0 oC T = 25oC T = 50oC T = 75oC T = 100oC T= 150oC
(atm)
1 0,3225 0,2745 0,2320 0,1956 0,1614 0,1355 0,0961
20 0,3020 0,2580 0,2173 0,1830 0,1508 0,1258 0,0883
60 0,2610 0,2200 0,1852 0,1571 0,1293 0,1062 0,0732
100 0,2130 0,1820 0,1550 0,1310 0,1087 0,0884 0,0600
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Exemplo 4.10-1
Consideremos um processo der estrangulamento através de uma válvula de expansão,
ou através de um tubo capilar, num ciclo de refrigeração por compressão de vapor. Nesse
processo a pressão do refrigerante cai da alta pressão no condensador para a baixa pressão
no evaporador e, durante este processo, uma parte do líquido se vaporiza. Se considerarmos o
processo como adiabático, o título do refrigerante ao entrar no evaporador pode ser calculado.
Seja considerado o seguinte processo, no qual a amônia é o fluido refrigerante. A
2 O
amônia entra na válvula de expansão à pressão de 12,617 kgf/cm e à temperatura de 32 C.
2
Sua pressão ao deixar a válvula é de 1,342 kgf/cm Calcular o título da amônia na saída da
válvula de expansão.

Solução

Para o processo de estrangulamento de um escoamento através de uma válvula, como


sabemos as hipóteses leva a primeira lei da termodinâmica a ser escrita como:

he = hs

Das tabelas de saturação para a amônia a 32 OC ou diagrama de propriedades,

hs=he ≅ hls= 136,18 kcal/kg.

Para a pressão de 1,342 kgf/cm2 as condições de saturação são T= -28 OC, e

hls = 69,56 kcal/kg e hvs = 392,95 kcal/kg

Da relação entre título e uma propriedade na região de vapor úmido,


h 2 − h ls 136,18 − 69,56 66,62
X2 = → X2 = = = 0,206 ou 20,6 %
h vs − h ls 392,95 − 69,56 323,39

Exemplo 4.10-2
Em um sistema de refrigeração, onde o fluido de trabalho é o refrigerante, R-134a, este
o o
entra no compressor a 144,54 kPa e -10 C e sai com 1 000 kPa e 90 C. A vazão de
refrigerante no sistema é de 0,013 kg/s, e a potência consumida pelo compressor é de 1,2 kW.
O refrigerante após sair do compressor entra em um condensador, resfriado com água, com
o o
aproximadamente 1000 kPa e 80 C e sai como líquido a 964,14 kPa e 34 C. A água entra no
o o
condensador em contra corrente com o refrigerante, a 28 C e sai com 33 C . Determinar:
1 - A taxa de calor transferido para o meio pelo compressor.
2 - A vazão de água de resfriamento através do condensador.

Hipótese:
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1 - O sistema de refrigeração opera em regime


permanente, (figura ao lado)
2 - A variação de energia cinética e potencial em
cada equipamento do sistema é desprezível
3 - As propriedades do sistema são as do refrigeran-
te 134a - no estado indicado - tabelas e diagrama
4 -Os volumes de controle são os indicados na figura,
Volume de controle 1 e volume de controle 2

Análise:
Primeira lei da termodinâmica para cada um dos
equipamentos sob análise

1 - considerando o compressor, o volume de controle


1,
sendo regime permanente e ∆(EC)=∆(EP) = 0,
das tabelas ou diagrama para o R-134a, obtemos
h2 = 473,1 kJ/kg , h1 = 395,0 kJ/kg
• • • •
a
A 1 lei, resulta: Q v.c + m h1 = m h 2 + W v.c
substituindo os valores, temos,

Q comp = 0,013 ( 4731
, − 395,0) + ( −1,2) = − 0,185 kW

2- considerando o condensador como volume de controle 2, para regime permanente


e ∆(EC)=∆(EP) = 0, admitindo-se processo adiabático (Qv.c = 0),
o
das tabelas ou diagrama para o R -134a, obtemos, para P=1000 kPa e T=80 C,
h2'= 462,7 kJ/kg. O estado 3 é de líquido comprimido. O valor de h3 pode ser lido de uma
tabela de líquido comprimido, ou do diagrama de propriedades, ou ainda, de forma aproxi-
o
mada, da tabela de propriedades saturadas para a temperatura de 34 C, h3 = 247,7 kJ/kg
a
aplicando-se a 1 lei para este volume de controle, ela se reduz, com as hipóteses a;

• •
Σ m e he = Σ ms hs
onde o somatório considera todos os fluxos entrando e saído do volume de controle, que neste
caso é a água e o refrigerante R-134a..
• • • •
Assim, m agua h e , agua + m R134 a h e , R134 a = m agua h s, agua + m R134 a h s, R134 a
Uma hipótese bastante interessante, mas não obrigatória, é adotar o modelo de escoamento
o
incompressível para a água. Um valor adequado para o calor específico é, Cp = 4,184 kJ/kg C.
A água entra no estado líquido e sai no estado líquido. Separando os termos, temos

• m R134 a ( h 2 ' = h 3 ) R134 a 0,013 ( 462,7 − 247,7)
m agua = = = 0,134 kg / s = 481 kg / h
C agua ( Ts − Te ) agua 4,184( 33,0 − 28,0)

Este problema pode, também, ser resolvido considerando-se dois volumes de controle
separados, um dos quais tem o fluxo do refrigerante R-134a através de sua superfície de controle ,
enquanto o outro tem o fluxo de água. O calor de um dos volumes de controle é transferido ao outro
volume de controle. Como sabemos o calor é transferido do corpo de maior temperatura para o de
menor temperatura.
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Neste caso, o volume de controle de maior temperatura é, sem dúvida, o volume de controle
onde escoa o refrigerante R - 134a. Assim o calor deste volume de controle será negativo enquanto
o volume de controle onde ocorre o fluxo de água receberá o calor que é positivo. A figura ao lado
mostra o esquema para esta solução.
a
Aplicando-se a 1 lei para o volume de controle
do R-134a temos
• • •
Q V .C + m R −134 a h e = m R −134 h s
ou
• •
(Q V .C ) R −1234 a = m R 134 a ( h s − h e ) R 134 a = 0,013 ( 247,7 − 462,7)

(Q V.C ) R −134a = − 2,795 kJ
a
Aplicando-se, agora, a 1 lei para o volume de controle da água, temos
• • •
Q V.C + m agua h e = m agua h s

separando as variáveis e explicitando m agua , com o modelo de escoamento
incompressível, obtemos
• •
• ( Q V .C ) Agua ( Q V .c ) Agua 2,795
m agua = = = = 0,134 kg / s
( h s − h e ) agua C agua ( Ts − Te ) 4,184(33 − 28)

4.11 - Processo em Regime Uniforme

Na seção 4.9 consideramos o processo em regime permanente e vários


exemplos de sua aplicação. Muitos processos de interesse em engenharia
envolvem o escoamento transitório, que não se enquadram naquela categoria. Um
certo grupo desses processos transitórios — por exemplo, o enchimento de tanques
fechados com um gás ou líquido, ou a descarga de tanques fechados — podem ser
razoavelmente representados por um outro modelo simplificado, chamado de
processo em regime uniforme. As hipótese básicas desse processo são:
1- O volume de controle permanece fixo em relação ao sistema de coordenadas.
2- O estado da massa interna ao volume de controle pode variar com o tempo,
porém em qualquer instante o estado é uniforme em todo o volume de controle (ou
sobre várias regiões identificáveis que compõem o volume de controle total.)
3 - O estado da massa que atravessa cada uma das áreas de fluxo na superfície
de controle é constante com o tempo, embora as vazões possam variar com o
tempo.
Examinemos as conseqüências dessas hipótese e deduzamos uma
expressão para a primeira lei que se aplique a esse processo. A hipótese que o
volume de controle permanece estacionário já foi discutida na seção 5.9 as demais
hipóteses levam às seguintes simplificações da conservação de massa e da primeira
lei.
Todo o processo ocorre durante o tempo, t. Em qualquer instante, durante o
processo, a equação da continuidade é:
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d m V .C • •
= Σ ms − Σ m e
dt
Integrando-se essa expressão em relação ao tempo t obtém-se a variação
de massa no volume de controle durante todo o processo

 dm V.C 

t

0
 dt = ( m 2 − m 1 ) v.c
dt 

A massa total que deixa o volume de controle durante o tempo, t é:

 Σ m


∫0  s  dt = Σm s
t

e a massa total que entra no volume de controle durante o tempo, t é

 Σ m


∫0  e  dt = Σm e
t

Portanto para esse período de tempo , t podemos escrever a equação da


continuidade para o processo em regime uniforme como

( m2 - m1)v.c + Σ ms - Σ me = 0 (4.11-1)

Como em qualquer instante o estado no interior do volume de controle é


uniforme, a primeira lei torna-se:

• •  V2  d   v2  •  V2  •

∑Q V .C + ∑ m e  h e + e + gZ e  =
 2
 m u +
 dt   2
+ gZ  
  V.C
+ ∑ m s  h s + s + gZ s  + ∑ W V.C
 2 
(4.11-2)

cuja integração em relação ao tempo t, resulta



t
ΣQ dt = Σ Q V .C.
0 V .C

 •  v 2e   v 2e 
∫0  ∑ ∑
t
 m e  h + + gZ  d t = m  h + + gZ e
    
e e e e
 2 2

 •  v 2s   v s2 
∫0  ∑  e 2 ∑ s s 2
t
 m s  h + + gZ s  d t = m  h + gZ s
  
 

∫ ∑W dt = ∑ WV .C
t

0 V .C
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d  v2 

t
m  u + + gZ  =
0 dt   2   V .C

  v 22   v12 
= m 2  u2 + + gZ 2  − m1  u1 + + gZ1 
  2   2   V .C

resultando, então:

 v e2 
∑ V.C ∑ e  e 2 + gZ e  =
Q + m  h +

    

 2 2
m u +
v 22
+ gZ  − m  u +
v 12
+ gZ 1   +


v s2 
∑ m s  h s + 2 + gZ s  + ∑W V .C
      V .C.
2 1 1
2 2
(4.11-3)

Passando a ser esta a equação para o caso onde o modelo de escoamento


uniforme seja aplicável

Exemplo 4.11-1
Vapor d'água à pressão de 1,4 MPa e 300 OC escoa em um tubo , conforme
mostra a figura. Um tanque em vácuo está ligado a este tubo
através de uma válvula. Abre-se a válvula e o vapor enche o
tanque até que a pressão seja de 1,4 MPa, quando então a
válvula é fechada. O processo é adiabático e as variações de
energia cinética e potencial são desprezíveis. Determinar a
temperatura final do vapor no tanque.

Volume de controle : Tanque como mostrado na figura


Estado inicial do tanque : em vácuo → massa m1 = 0
Estado final: conhecido P2
Estado de entrada: conhecidos Pe e Te
Processo de enchimento : hipótese — processo uniforme
Modelo para as propriedades do sistema - Tabelas ou diagrama

Análise: Primeira lei da termodinâmica - Solução

 v2 
∑Q V .C + ∑ m e  h e + e + gZ e  =
 2 
    
m 2  u 2 +
v 22 v2
+ gZ 2  − m 1  u 1 + 1 + gZ 1   + ∑m

 h +
v s2 
+ gZ s  + ∑W V .C
      V .C.  
s s
2 2 2

Do problema: não há trabalho, Wv.c = 0, O processo de enchimento do tanque pode


ser admitido adiabático, então Qv.c = 0 , tanque inicialmente em vácuo, (m1 = 0)v.c, sem dúvida,
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ms= 0. Como foi admitido que as variações de energia cinética e potencial são desprezível a
a
equação da 1 lei resulta:
mehe = m2u2

pela equação da conservação de massa, (m2 - m1)v.c + Σ ms - Σ me = 0 , → m2 = me


Assim combinando a equação da continuidade com a primeira lei, resulta:
he = u2
Isto é, a energia interna no tanque após o processo é igual à entalpia de entrada do vapor no
tanque.
o
Do diagrama de Mollier para P= 14 bar e T= 300 c vemos que o vapor está
superaquecido. O correspondente valor da entalpia é

he = 3 040,4 kJ/kg, logo, u2 = 3040,4 kJ/kg


O
A temperatura correspondente, obtida por interpolação é, T= 452 C

Como temos duas propriedades, P, e U então o estado está determinado, a temperatura


não seria necessária para determinar o estado da substância dentro do volume de controle

Se este problema tivesse envolvido uma substância para a qual a energia interna
não consta das tabelas termodinâmicas, seria necessário calcular alguns poucos
valores para u para se poder fazer a interpolação de forma a conseguirmos
determinar a temperatura final.

Exemplo 4.11-2
3
Admitamos que o tanque do exemplo anterior tenha um volume de 0,4 m e contenha
inicialmente vapor saturado seco 350 KPa. Abre-se a válvula e o vapor de água na linha , a 1,4
O
MPa e 300 C escoa para o tanque até que a pressão atinja 1,4 MPa. Calcular a massa de vapor
d'água que escoa para o tanque.

Volume de controle: Tanque como mostra a figura do exemplo anterior


Estado inicial: P1, vapor estado conhecido
Estado de entrada : Conhecido, Pe Te
Processo: Modelo de regime uniforme
Análise: A mesma do exemplo anterior, com exceção do fato que o tanque não está
a
inicialmente em vácuo. Assim a 1 lei para este problema é

mehe = m2u2 - m1u1

a equação da continuidade se reduz a m2 - m1 = me


a
Portanto combinando a equação da continuidade com a equação da 1 lei, temos

(m2 - m1)he = m2u2 -m1u2 → m2(he - u2) = m1(he - u1) (a)


há duas incógnitas nessa equação m2 e u2, entretanto temos uma equação adicional que é
ν2 = 0,4 m3
V= m.ν (b)
assim, substituindo a eq." b " na eq. "a" e rearranjando, temos
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V
( h e − u 2 ) − m 1 ( h1 − u1 ) = 0 (c)
ν2
na qual as únicas incógnitas são ν2 e u2 , ambas função de P2 e T2. Como T2 é desconhecido
isto significa que existe um único valor de T2 para a qual a equação "c" será satisfeita;
devemos obter esse valor através do método de tentativa e erro

Solução
3
v1 = 0,5243 m /kg, m1 = (0,4 / 0,5243) = 0,763 kg
he = 3040,4 kJ/kg u1 = 2548,9 kJ/kg
a
Admitamos para 1 tentativa que T2= 342 OC
O
para esta temperatura, T2= 342 C e para a pressão P2=1,4 MPa, temos
3
v2=0,1974 m /kg u2 = 2855,8 kJ/kg

Substituindo na equação " c "


0,4
( 3040,4 − 2855,8 ) − 0,763( 3040,4 − 2548,9 ) = − 0,9517 ≅ 0
0,1974
O
e concluímos que a temperatura admitida para T2 = 342 C está correta.

A massa final do tanque é: m2 = (0,4 / 0,1974) = 2,026 kg

e a massa de vapor de água que escoa para o tanque é


me = m2 - m1 = 2,026 - 0,763 = 1,2673 kg

Exemplo 4.11-3
3 O
Um tanque de volume 1,4 m contém amônia à temperatura de 36 C. Inicialmente o
tanque contem 50 % de líquido e 50% de vapor em volume. Vapor é retirado
através do topo do tanque até que a temperatura no interior do tanque seja
O
de 15 C. Admitindo-se que somente vapor (ou seja nenhum líquido) saia e
que o processo é adiabático, Estimar a massa de amônia que foi retirada.

Volume de controle: Tanque como mostrado na figura


Estado inicial: T1, Vliq, Vvap - estado conhecido
Estado de saída: Vapor saturado seco (temperatura variando)
Modelo: tabelas e diagramas de amônia

Análise: Com as hipótese acima Qv.c = 0, Wv.c =0 e me= 0 e que ∆EC = ∆EP =
∆EC) v.c e (∆
(∆ ∆EP) v.c = 0. Entretanto, a entalpia do vapor saturado de amônia varia com a
temperatura , que varia durante o processo. Assim não poderemos utilizar o modelo de
processo uniforme para este volume de controle. No entanto, como a variação no valor de
entalpia em todo o processo é pequena, podemos adotar a hipótese de um valor médio e
constante para o processo. (isto resulta em uma solução aproximada). Assim

o o
hv 36 C= 1 708,34 kJ/kg (408,03 kcal/kg), hv 15 C = 1695,19 kJ/kg (404,89 kcal/kg).

hs,médio = (1708,34 + 1695,19)/2 = 1 701,77 kJ/kg


a
Assim a equação da 1 lei da termodinâmica para este processo uniforme reduz-se a

mshs,médio + m2u2 - m1u1 = 0


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e a equação da continuidade, fica: (m2-m1)+ms = 0

combinando as duas equações temos,

(m1 - m2)hs, média + m2u2 - m1u1 = 0 0u

m2(hs,médio- u2) = m1hsmédio - m1u1 (1 )


Solução:

A seguir os valores obtidos da tabela de amônia


3 3
Vls1 = 0,0017068 m /kg Vvs1 = 0,0931 m /kg
hls1 = 140,44 kcal/kg (589,67 kJ/kg) hvs1 = 408,03 kcal/kg (1708,34 kJ/kg )
3 3
Vls 2= 0,0016193 m /kg Vvs2 = 0,1748 m /kg
hls2 = 116,73 kcal/kg ( 488,73 kJ/kg) hvs2 = 404,89 kcal/kg (1 695,19 kJ/kg)

2 ( 2
P1 = 14,165 kgf/cm 1389,6 kPa) P2 = 7,427 kgf/cm ( 728,6 kPa )

Calculo dos valores de energia interna, uma vez que não temos os valores tabelados

uls1 = hls1 - (P1v1)ls → uls1 = 589,67 - (1389,6 x 0,0017068) = 589,67 - 2,37 = 587,30 kJ/kg
uvs1 = hvs1 - (P1v1)vs → uvs1 = 1708,34 - (1389,6 x 0,0931) = 1708,34 - 129,37 = 1578,97 kJ/kg

uls2 = hls2 - (P2v2))ls→ uls2 = 488,73 - ( 728,6 x 0,0016193) = 488,73 - 1,18 = 487,55 kJ/kg
uvs2 = hvs2- (P2v2)vs → uvs2 = 1695,19 - (728,6x 0,1748) = 1695,19 - 127,37 = 1567,83 kJ/kg
Cálculo das massa iniciais de líquido e vapor no tanque:

ml1 = (Vl1 / vls1) = 0,7 / 0,0017068 = 410,12 kg


mv1 = (Vv1/vvs1) = 0,7/ 0,0931 = 7,52 kg
m1 = ml1 + mv1 = 410,12+7,52 = 417,64 kg

Assim o valor do produto

m1 hsmédio = 417,64 x 1701,77 = 710 727,22 kJ

m1u1= ml1 x ul1 + mv1 x uv1= (410,12 x 587,30)+(7,52 x 1578,97) = 240 863,48 + 11 873,85 →
m1u1 = 252 737,33
a
substituindo estes valores na 1 lei da termodinâmica, eq. (1 )

m2(hsmédio - u2) = m1hsmédio - m1u1 (1 )


m2(hsmédio - u2) = 710 727,22 - 252 737,33 = 457 989,89 kJ

Existem duas incógnitas nesta equação m2 e u2 entretanto temos ainda a equação do


volume, isto é,
V 1, 4 , (2 )
m = = 2
ν2 ν2
entretanto o volume específico no estado 2 pode ser determinado através do título , isto é

ν 2 = ν 2 ls + X 2 ( ν 2 vs − ν 2 ls ) → ν 2 = 0,0016193 + X 2 ( 0,1748 − 0,0016193)

substituindo na equação para (2 ), para m2 temos

1,4
m2 =
0,0016193 + X 2 ( 0,17318)
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substituindo na equação (1), para u2 obtemos

u2 = 1 172,04 - 56 653,35 X2 (3 )

mas u2 é função do título, como sabemos assim,

u2 = uls2 + X2( uvs2 - uls2) → u2 = 487,55 + 1080,28 X2

substituindo o valor de u função de X2 na equação (3 ), obtemos:

487,55 + 1 080,28 X2 = 1 172,04 - 56 653,54 X2

X2 =
684 , 49
= 0 , 011856 ou X 2 = 1186
, %
57733,82
portanto
3
v2 = 0,0016193 + 0,011856 x 0,17318 = 0,0036725 m /kg
logo

m2 = 1,4 / 0,0036725 = 381,21 kg

assim a massa ms que saiu será, pela continuidade

ms = m1 - m2 → ms = 417,64 - 381,21

→ ms = 36,43 kg

Exercícios
4-14) - Ar a 500 kPa e 20 oC escoa por uma tubulação. A linha é ligada
através de uma válvula a um recipiente em vácuo. A válvula é então aberta e o ar
escoa para o recipiente até que a pressão interna atinja 500 kPa.
a) Se o processo ocorre adiabaticamente, qual é a temperatura final do ar no
interior do recipiente?
b) Desenvolver uma expressão para a relação entre a temperatura na linha e
a temperatura final do recipiente

4-15)- Um tanque isolado de 2 m3, que contém amônia a -20 oC e título de


80% é ligado , através de uma válvula, a uma linha onde escoa amônia a 2 MPa e
60 oC. A válvula é aberta, permitindo à amônia escoar para o tanque. Determinar a
pressão final interna na qual a válvula deve ser fechada para que se tenha 15 kg de
amônia no tanque no estado final.

4-16)- Um tanque que tem um volume de 5 m3 contém vapor d'água


saturado à pressão de 200 kPa. Ligado a esse tanque existe uma linha onde o vapor
d 'água escoa a 800 kPa e 300 oC. A válvula é aberta e o vapor escoa para o
tanque até que a pressão interna atinja 800 KPa, quando então a válvula é fechada.
Sabendo-se que não há troca de calor entre o tanque e o meio durante o processo,
determinar a massa de vapor que entra no tanque.
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4-17)- Uma instalação propulsora a vapor d'água para um veículo automotivo


é proposto, conforme mostrado na figura. O gerador de vapor tem um volume de 50
litros e contém inicialmente 90 % de líquido e 10 % de
vapor em volume, a 100 kPa. O queimador do gerador
de vapor é ligado e, quando a pressão no gerador atinge
700 kPa, a válvula reguladora de pressão mantém
constante a pressão no gerador de vapor nesse valor.
Nessa condição vapor saturado a 700 kPa se dirige para
a turbina. Vapor saturado a 100 kPa sai da turbina e é
descarregado para a atmosfera. Quando o líquido na
caldeira se esgota, o queimador se desliga automaticamente. Determinar o trabalho
total fornecido pela turbina e o calor total trocado para cada carregamento do
gerador de vapor.

4-18)- Ar está contido no cilindro isolado como mostrado


na figura. Nesse instante o ar está a 140 kPa e 25 oC, e o
volume do cilindro é de 15 litros. A área transversal do êmbolo é
de 0,045 m2 e a força da mola é de 35 kN/m. A válvula é aberta,
e o ar da linha a 700 kPa e 25 oC escoa para o cilindro, até que a
pressão interna atinja 700 kPa, quando então a válvula é
fechada. Qual a temperatura no interior do cilindro no estado
final ?
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5 - SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA

O principal significado da 2a lei da termodinâmica é que ela estabelece a


direção na qual ocorre um determinado processo. Além disso, define o motor
térmico, o refrigerador e a temperatura termodinâmica.
Assim, por exemplo, uma xícara de café quente esfria em virtude da troca
de calor com o meio ambiente, mas o meio não pode ceder calor para a xícara.
A primeira lei, como vimos, não impõe a direção do processo, apenas
estabelece que em um processo cíclico o calor é igual ao trabalho.

5.1 - Algumas definições

Reservatório Térmico (ou Fonte de Calor) - Chamamos de reservatório


térmico qualquer sistema que possa fornecer ou receber calor sem alterar sua
temperatura. (exemplos; oceano, atmosfera, combustíveis etc.)

Motor térmico (Máquina térmica) - Consideremos o sistema mostrado na


figura 5.1-1. Seja o sistema constituído pelo gás, e façamos que este sistema
percorra um ciclo no qual primeiramente realiza-se trabalho sobre o mesmo
através das pás do agitador, mediante o abaixamento do peso e completemos o
ciclo transferindo calor para o meio ambiente.

Figura 5.1-1 - sistema mostrando a restrição da segunda lei da termodinâmica


à direção do processo.

Da experiência sabemos que não podemos inverter o ciclo. Isto é,


fornecer calor ao gás e fazer com que ele levante o peso. Isto não contraria o
primeiro princípio embora não seja possível.
Essa ilustração nos leva a considerar a máquina térmica. Com uma
máquina térmica (ou motor térmico) é possível operar em um ciclo termodinâmico
realizando um trabalho líquido positivo e recebendo um calor líquido.
O conceito de motor térmico corresponde a um sistema ou instalação que
opere segundo um ciclo termodinâmico trocando calor com dois reservatórios
térmicos (recebendo calor líquido) e realizando trabalho mecânico. A figura 5.1-2
mostra o esquema de uma instalação a vapor, que funciona segundo o ciclo de
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Rankine e é uma das máquinas térmicas mais importantes do desenvolvimento


industrial.
O trabalho útil de uma máquina térmica
como a da Figura 5.2-1 pode ser obtido
aplicando-se a primeira lei da termodinâmica
sobre todo o sistema como indicado na figura,
ou seja
• • •
Q H − Q L = W util (5.1-1)


onde, trabalho útil ( W util
& ), é a diferença;

• • •
W util
& = WT − WB (5.1-2)
Figura 5.1-2 - Esquema de uma máquina
térmica operando em um ciclo
Rendimento Térmico - Para uma
máquina térmica define-se um parâmetro chamado rendimento térmico,
representado pelo símbolo, ηT , como:

&
Energia util W
ηT = = util (5.1-3)
Energia Gasta Q H

Como mostra a Eq. 5.1-3 o rendimento térmico


expressa o aproveitamento da máquina térmica ao
transformar a energia térmica para energia mecânica no
eixo da turbina da Fig. 5.1-2
Na análise genérica dos motores térmicos faz-se
Fig. 5.1-3 - Esquema genérico
uso do esquema mostrado na figura 5.1-3. O esquema de um motor térmico
da fig. 5.1-2 é específico para o sistema operando
segundo o ciclo de Rankine como dito anteriormente.
Observe-se que ao aplicarmos o balanço de energia no sistema definido
pela fronteira na Fig. 5.1-3, obtemos
imediatamente o resultado da Eq. 5.1-1.
O motor de combustão interna
não opera segundo um ciclo
termodinâmico, como já foi dito.
Entretanto, os modelos termodinâmicos
de motores de combustão interna, com o
objetivo de análise térmica, trabalham
com ar em um ciclo termodinâmico. A
Fig. 5.1-4 mostra o esquema de um ciclo
teórico padrão ar de motor de combustão Figura 5.1-4 - Ciclo padrão ar Otto e Diesel
interna.
A Fig.5.1-4a é o ciclo teórico para o motor por ignição (motor Otto) e a Fig.5.1-4b
é de um motor Diesel.

Refrigerador ou Bomba de Calor - Consideremos um outro ciclo como


mostra a Fig. 5.1-5, o qual sabemos experimentalmente ser impossível na prática,
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embora a 1a lei da termodinâmica não imponha


qualquer restrição. Para estes dois sistemas o calor
pode ser transferido do sistema de alta temperatura
para o de baixa temperatura de forma espontânea,
mas o inverso não é possível de ocorrer.
Esse sistema nos leva a considerar uma outra
máquina térmica, também de grande importância
industrial, — O refrigerador ou a bomba de calor. O
refrigerador ou a bomba de calor é um sistema (ou Figura - 5.1-5 Esquema da
instalação) que opera segundo um ciclo termodinâmico troca espontânea de calor
recebendo trabalho (potência) e transferindo
calor da fonte fria (do reservatório de baixa
temperatura) para a fonte quente (reservatório
de alta temperatura). A Fig. 5.1-6 mostra o
esquema de um sistema de refrigeração ou
bomba de calor que opera por compressão de
vapor (o mesmo sistema será um refrigerador
se estivermos interessados no calor retirado
da fonte fria e será uma bomba de calor se
nosso interesse for o calor transferido à fonte
quente).
Existem refrigeradores e bombas de
calor operando segundo outro princípio, Fig. 5.1-6 - Esquema de um refrigerador ou
bomba de calor por compressão de vapor
entretanto nosso interesse aqui é mostrar o
refrigerador que recebe potência e transfere calor da fonte fria para a fonte
quente como mostrados no esquema da figura 5.1-6.
Aplicando-se a primeira lei da termodinâmica para o sistema
demarcado na Fig. 5.1-6, temos;
Q L + ( − Q H ) = − WC ou WC = QH − QL (5.1-4)

Para um refrigerador ou bomba de calor não se define o parâmetro


rendimento mas um outro equivalente chamado de Coeficiente de eficácia, β ,
Coeficiente de desempenho, ou Coeficiente de Performance, COP, como
segue
&
Energia util
β = COP = (5.1-5)
Energia gasta

a equação 5.1-5 se aplicada ao refrigerador, fica:


QL QL
(β = COP ) Re frigerador = = (5.1-6)
WC Q H − Q L
e para a bomba de calor, resulta
QH QH
(β = COP ) Bomba de Calor = = (5.1-7)
WC Q H − Q L

Pode-se mostrar combinando a Eq. 5.1-6 com a Eq. 5.1-7 que:


(β = COP ) Bomba de Calor = (β = COP )Re frigerador + 1 (5.1-8)
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5.2 - Enunciados da Segunda lei da Termodinâmica

Enunciado de Kelvin e Planck (refere-se ao motor térmico) "É impossível a


um motor térmico operar trocando calor com uma única fonte de calor"
Este enunciado referente à máquina térmica nos diz que é impossível uma
máquina térmica com rendimento de 100 %, pois pela definição de rendimento
térmico
Q
ηT = 1− L
QH
o rendimento seria 100% se QL = 0, (apenas uma fonte de calor) ou se QH
fosse infinito (o que não é possível !). Assim, uma máquina térmica tem que
operar entre dois reservatórios térmicos — recebendo calor, rejeitando uma parte
do calor e realizando trabalho.

Enunciado de Clausius (refere-se ao refrigerador) "É impossível construir


um dispositivo que opere em um ciclo termodinâmico e que não produza outros
efeitos além da passagem de calor da fonte fria para a fonte quente"
Este enunciado está relacionado ao refrigerador ou bomba de calor e
estabelece ser impossível construir um refrigerador que opere sem receber
energia (trabalho). Isto indica ser impossível um, coeficiente de eficácia
(COP) infinito.

Observações Relativas à Segunda Lei da Termodinâmica

a) Os dois enunciados são negativos - Assim não é possível uma


demonstração. Estes enunciados são baseados na observação experimental e
no fato de não terem sido refutados até os dias de hoje.

b) Os dois enunciados são equivalentes

c) A terceira observação é que a segunda lei da termodinâmica tem sido


enunciada como a impossibilidade de construção de um "Moto-Perpétuo de
Segunda Espécie"

Moto perpétuo de 1a espécie - Produziria trabalho do nada ou criaria


massa e energia - violaria a 1a lei da termodinâmica.

Moto perpétuo de 2a espécie - Violaria a segunda lei da termodinâmica


(rendimento 100% ou COP = ∞)

Moto perpétuo de 3a espécie - Motor sem atrito, conseqüentemente se


moveria indefinidamente mas não produziria trabalho

Processo Reversível - A pergunta que logicamente aparece é a seguinte:


Sendo impossível um motor térmico com rendimento 100% qual o máximo
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rendimento possível. O primeiro passo para responder esta pergunta é definir um


processo ideal chamado "Processo Reversível"
Definição - "Processo reversível para um sistema é aquele que tendo
ocorrido pode ser invertido sem deixar vestígios no sistema e no meio".
As causas mais comuns da irreversibilidade (contrário de reversível) nos
processos reais são: ATRITO, EXPANSÃO NÃO RESISTIVA, TROCA DE
CALOR COM DIFERENÇA FINITA DE TEMPERATURA, MISTURA DE
SUBSTÂNCIAS DIFERENTES, EFEITO DE HISTERESE, PERDAS ELÉTRICAS
DO TIPO RI2, COMBUSTÃO, ETC.
Assim, para que um processo real se aproxime de um processo IDEAL
REVERSÍVEL, ele deve ser lento, sofrer transformações infinitesimais, equilíbrio
contínuo, trocar calor com diferenças mínimas de temperatura, mínimo de atrito,
etc. Todos os processos reais são IRREVERSÍVEIS.
Quando todos os processos que compõem um ciclo são ditos reversíveis,
o ciclo também será reversível.

5.3 - Ciclo de Carnot (ou Motor de Carnot)


(Engenheiro Francês Nicolas Leonard Sadi Carnot , 1796-1832)

O ciclo de Carnot (ou motor de Carnot) é um ciclo ideal reversível (Motor


Térmico Ideal), composto de dois processos adiabáticos reversíveis e de dois
processos isotérmicos reversíveis. O ciclo de Carnot independe da substância de
trabalho, e qualquer que seja ela, tem sempre os mesmos quatro processos
reversíveis. O ciclo de Carnot está mostrado na Fig. 5.3-1, no plano T x S.

Figura 5.3-1 - O ciclo de Carnot e o esquema de uma máquina térmica

Existem dois teoremas importantes sobre o rendimento térmico do ciclo de


Carnot:

1o Teorema - "É impossível construir um motor que opere entre dois


reservatórios térmicos e tenha rendimento térmico maior que um motor reversível
(motor de Carnot) operando entre os mesmos reservatórios"

2o Teorema - "Todos os motores que operam segundo um ciclo de Carnot,


entre dois reservatórios à mesma temperatura, têm o mesmo rendimento"
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Escala Termodinâmica de Temperatura - A lei zero da termodinâmica


fornece a base para a medida de temperatura, mas também que a escala
termométrica deve ser definida em função da substância e do dispositivo usado
na medida. O mais conveniente seria uma escala de temperatura independente
de qualquer substância particular, a qual possa ser chamada de "Escala
Absoluta de Temperatura".
Da segunda lei da termodinâmica vimos a definição do ciclo de Carnot, que
só depende da temperatura dos reservatórios térmicos, sendo independente da
substância de trabalho. Assim, o ciclo de Carnot fornece a base para a escala
de temperatura que Chamaremos de "Escala Termodinâmica de Temperatura".

Pode-se mostrar que o rendimento térmico do ciclo de Carnot é função


somente da Temperatura, isto é;

WC Q H − Q L Q
η T CARNOT = = = 1 − L ∝ ϕ ( TL , TH ) (5.3-1)
QH QH QH

Existem inúmeras relações funcionais, ϕ(TL, TH), (TH é a temperatura da


fonte quente e TL da fonte fria), que satisfazem essa equação. A função
escolhida originalmente, proposta por Lord Kelvin, para a escala termodinâmica
de temperatura, é a relação

 QL  T
  = L ( 5.3-2)
 QH  reversivel TH

As temperaturas TH e TL são em Kelvin. Com a Escala de Temperatura


Absoluta definida pela equação 5.3-2 o rendimento térmico do ciclo de Carnot,
para um motor térmico, resulta:

QL TL
η T CARNOT = 1 − → η T CARNOT = 1 − (5.3-3)
QH TH

A medida do rendimento térmico do ciclo de Carnot, todavia, não é uma


maneira prática para se abordar o problema de medida da temperatura
termodinâmica. A abordagem real usada é baseada no termômetro de gás ideal
e num valor atribuído para o ponto triplo da água. Na Décima conferência de
Pesos e Medidas que foi realizada em 1954, atribui-se o valor de 273,16 K
para a temperatura do ponto triplo da água (o ponto triplo da água é
aproximadamente 0,01 OC acima do ponto de fusão do gelo. O ponto de
fusão do gelo é definido como sendo a temperatura de uma mistura de gelo e
água líquida à pressão de 1(uma) atmosfera, (101,325 kPa) de ar que está
saturado com vapor de água. [1]
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Exemplo 5.3-1
o o
Calcular o rendimento térmico de um motor de Carnot que opera entre 500 C e 40 C

Solução:

Como sabemos, o rendimento de um motor de Carnot é função somente


T
de temperatura, ou seja η T CARNOT = 1 − L
TH
onde,
TH =(500 oC + 273,15) = 773,15 K e TL = (40 oC + 273,15) = 313,15 K

31315
,
η T CARNOT = 1 − = 0,595 ou 59,5 %
77315
,

Exemplo 5.3-2
Calcular o coeficiente de eficácia, β (ou coeficiente de desempenho ou COP)
o o
de uma bomba de calor de Carnot que opera entre 0 C e 45 C

Solução:

Da definição do coeficiente de eficácia para uma bomba de calor, temos:

QH QH 1
β BOMBA de CALOR = = = (1)
WC QH − QL Q
1− L
QH
como se trata de uma máquina de Carnot, sabemos que

Q L TL
=
Q H TH
substituindo na equação (1) temos

1 TH
β BOMBA de CALOR = =
T TH − TL
1− L
TH
substituindo os valores numéricos obtemos

( 45 + 27315
, ) 318,15 318,15
β BOMBA de CALOR = = = = 7,07
[( 45 + 27315
, ) − ( 0 + 27315
, )] (318,15 − 27315
, ) 45

Obs. O valor do coeficiente de eficácia (ou COP) de um refrigerador, (mesmo o sistema


real que funciona por compressão de vapor, a sua geladeira, por exemplo), é em geral,
maior que 1 (um), enquanto o rendimento térmico de uma máquina térmica é sempre
menor que 1 (um)
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Exercícios
5.1)- Propõem-se aquecer uma residência durante o inverno usando uma
bomba de calor. A residência deve ser mantida a 20 OC. Estima-se que quando a
temperatura do meio externo cai a -10 OC a taxa de perda de calor da residência
seja de 25 kW. Qual é a mínima potência necessária para acionar essa unidade
de bomba de calor ?

5.2)- Um ciclo de refrigeração de Carnot opera em uma sala onde a


temperatura é 20 OC. Necessita-se de uma taxa de transferência de calor do
espaço refrigerado de 5 kW para manter a sua temperatura a -30 OC Qual a
potência do motor necessária para operar esse refrigerador

5.3)- Propõe-se construir um motor térmico para operar no oceano, num


local onde a temperatura na superfície é de 20 OC e a grande profundidade é de
5 OC. Qual é o rendimento térmico máximo possível de tal motor .

5.4)- Um inventor alega ter desenvolvido uma unidade de refrigeração que


mantém o espaço refrigerado a -10 OC, operando numa sala onde a temperatura
é de 35 OC. e que tem um COP de 8,5. Como você avalia a alegação de um
COP de 8,5 ?

5.5)- Um determinado coletor solar produz uma temperatura máxima de


100 OC, a energia coletada deve ser usada como fonte térmica num motor
térmico. Qual é o máximo rendimento do motor se ele opera num meio à
temperatura de 10 OC ? O que aconteceria se o coletor fosse projetado para
focalizar e concentrar a energia solar de modo a produzir uma temperatura
máxima de 300OC.

5.6)- Uma máquina cíclica é usada para transferir


calor de um reservatório térmico de alta temperatura para
outro de baixa temperatura conforme mostrado na figura.
determinar se esta máquina, para os valores de troca de
energia mostrados na figura, é reversível, irreversível ou
impossível.

5.7)- Uma bomba de calor deve ser usada para aquecer uma residência no
inverno, e depois é colocada em operação reversa para resfriar a residência no
verão. A temperatura interna deve ser mantida a 20 OC no inverno e 25 OC no
verão. A troca de calor, através das paredes e do teto é estimada em 2 400 kJ
por hora e por grau de diferença de temperatura entre o meio interno e externo da
residência.
a) Se a temperatura externa no inverno é 0 OC qual é a mínima potência
necessária para acionar a bomba de calor ?
b) Se a potência fornecida é a mesma da parte a), qual é a máxima
temperatura externa no verão para a qual o interior da residência possa ser
mantido a 25 OC ?
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6- ENTROPIA, UMA PROPRIEDADE DO SISTEMA

Em nossa análise da 1a lei da termodinâmica, inicialmente, a estabelecemos


para um ciclo, e a seguir definimos uma propriedade, A ENERGIA INTERNA, e com
esta nova propriedade do sistema pudemos utilizar a 1a lei da termodinâmica
quantitativamente para um processo qualquer.
De modo semelhante estabelecemos a segunda lei para um ciclo (os dois
enunciados, Kelvin - Planck e Clausius como vimos se referem a um sistema
operando em um ciclo termodinâmico) e vamos agora verificar que ela conduz a
uma outra propriedade que chamaremos ENTROPIA e será representada pela letra
"S".
Energia e Entropia são conceitos abstratos idealizados para auxiliar na
análise de sistemas térmicos.
A TERMODINÂMICA PODE SER DEFINIDA COMO A CIÊNCIA DA
ENERGIA E DA ENTROPIA

6-1 A Desigualdade de Clausius

A desigualdade de Clausius nada mais é que uma conseqüência (corolário)


da segunda lei da termodinâmica

A desigualdade de Clausius pode ser mostrada através da análise de


transferência de calor em um motor térmico e em um refrigerador.

6.1a) - Consideremos inicialmente um motor térmico reversível operando


entre dois reservatórios térmicos a TH e TL com TH > TL, como mostrado na Fig.
abaixo.

para este motor podemos escrever:

∫δQ = Q H − QL > 0 (a1)

como todos os processos são reversíveis, a transferência de calor


também o é, e portanto, da definição de temperatura absoluta, temos

QH TH
= (a2)
QL TL

Assim, para o ciclo reversível do motor térmico, podemos escrever que:

δ Q QH QL
∫ T
= −
TH TL
= 0 > 0, < 0 ou = 0 ? (a3)

Analisando-se a Eq. a1) vemos que se TH tender para TL o trabalho tende


para zero, isto é, ∫ δ Q tende para zero, enquanto que ∫ δQ continua zero.
T
Resumidamente, para uma motor térmico reversível, podemos escrever:
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∫ δQ ≥ 0 (6.1-1)
δQ
∫ T
=0 (6.1-2)

6.1b) Consideremos, agora, um motor térmico irreversível (não reversível)


operando entre os mesmos reservatórios térmicos a TH e TL e recebendo a mesma
quantidade de calor, QH, que recebia o motor térmico reversível, da fonte de calor a
TH.
Para este motor podemos escrever:

∫δQ = Q H − QL > 0 (b1)


ou, à medida que TH tende para TL esta integral tende também para
zero como no caso do motor reversível.
Ainda, para este ciclo podemos, também, escrever:

δQ QH QL irr
∫ T = TH − TL (b2)

Aqui, como no motor reversível, o trabalho da máquina é dado pela


expressão, com base na 1a lei.
QH − QL = W (b3)

portanto, para o motor irreversível, temos:


QH − QL irr = Wirr (b4)

Como sabemos, da 2a lei da termodinâmica, o trabalho da máquina irreversível,


trabalhando entre as mesmas temperaturas da máquina reversível produz um
trabalho menor. Assim podemos escrever:

[( Q H − QL )]rev > [( Q H − Q L irr )]irr (b5)


Portanto,
QL irr > QL (b6)

δQ ,
Logo, do resultado da Eq. b6) comparando a integral ∫ T
da máquina térmica
reversível com a da máquina térmica irreversível vemos que o valor da integral da
Eq. b2) é menor que zero ou seja:

δQ QH QL irr
∫ T
=
TH

TL
<0 (b7)

Quanto mais irreversível for a máquina mais negativo será o resultado da


integral.
Resumidamente, podemos escrever, para um motor térmico irreversível que:
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Q≥0 (6.1-3)
δ
<0 (6.1-
Logo para um motor qualquer, reversível ou irreversível, teremos:

motor térmico qualquer


∫ δQ ≥ 0 -5)
δQ
∫ T
≤0 -6)

Para c
máqui
ainda, o que ocorre com um re

Podemos mostrar, de modo similar ao motor térmico, que para um


refrigerador, qualquer:

refrigerador qualquer

∫δQ ≤ 0 (6.1-7)
δQ
∫ T ≤0 (6.1-8)

Assim, analisado as expressões 6.1-5, 6.1-6, 6.1-7 e 6.1-8, concluímos que


a integral cíclica do calor, ∫ δQ , pode ser maior, menor ou igual a zero.
Entretanto, a integral cíclica do calor divido pela temperatura absoluta só
pode resultar negativo ou nulo, isto é;

δQ
∫ T ≤0 (6.1-9)

Onde a expressão (6.1-9) é a desigualdade de Clausius válida para qualquer


máquina térmica que opere segundo um ciclo termodinâmico.

Uma forma alternativa, e interessante, para escrever a desigualdade de


Clausius é eliminar o sinal de menor ou igual, (≤), introduzindo o conceito de
produção de entropia interna de um sistema, isto é:
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 δ Q
∫  
T  FRONTEIRA
= − σ ciclo (6.1-10)

onde σ ciclo , a entropia produzida, é a medida do “tamanho “do efeito da


irreversibilidade presente dentro do sistema operando sob um ciclo termodinâmico.

Os valores possíveis para σ ciclo , são;

σ ciclo = 0 para um ciclo reversível


σ ciclo > 0 existem irreversibilidades internas ao ciclo (processo não reversível)
σ ciclo < 0 impossível (violaria a segunda lei da termodinâmica)

Exemplo 6.1-1
Considere o ciclo simples de potência a vapor,
como mostrado na figura ao lado. Esse ciclo é ligeiramente
diferente do ciclo normal das instalações a vapor, porque a
bomba opera com uma mistura de líquido e vapor em tal
proporção que líquido saturado (X=0) sai da bomba e entra
na caldeira. Admitamos que a pressão e o título nos vários
pontos do ciclo sejam os valores dados na figura. Pergunta-
se: Essa máquina operando nesse ciclo satisfaz a
desigualdade de Clausius ?
Solução

Calculando-se o somatório do calor dividido


δQ  δ Q  δ Q
pela respectiva temperatura termodinâmica, temos: ∫ T
= ∫ 
 T  cald.
+∫ 
 T  cond.
como TCALD. e TCOND são constantes, teremos
δQ 1 1 Q Q
∫ Tcald ∫ Tcond ∫
= δ Q cald + δ Q cond = cald + cond
T Tcald Tcond
das tabelas de vapor, obtemos
q cald = h 3 − h 2 = 493,9 kcal / kg, e T3 = T2 = 164,2 o C

q cond = h1 − h 4 = 110,2 − 563,7 = − 453,5 kcal / kg , → T4 = T1 = 53,6 o C


portanto;
δQ 493 ,9 453 ,5 kcal
∫ T
= −
( 164 ,24 + 273 ,15 ) ( 53 ,6 + 273 ,15 )
= − 0 ,258
kg . K

Assim este ciclo satisfaz a desigualdade de Clausius, significando que não


viola a 2a lei da termodinâmica.
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6.2 - Definição de Entropia, (S)

Como já vimos anteriormente, uma dada quantidade é uma propriedade se, e


somente se, sua variação entre dois estados for independente do processo para ir
de um para o outro estado.

Por definição, entropia é

δQ
ds ≡ ( ) (6.2-1)
T INT.REV .
ou de forma integrada
2  δQ 
S 2 − S1 = ∫   (6.2-2)
1  T 
INT. REV .

Nas Eqs. 6.2-1 e 6.2-2 o índice INT. REV significa que a definição de variação
de entropia é para um processo internamente reversível.
O ponto a ser observado aqui é que, como a entropia é uma propriedade, a
variação de entropia de uma substância, ao ir de um estado a outro, é a mesma
para todos os processos tanto reversíveis como irreversíveis, entre estes dois
estados. A Eq. 6.2-2 permite obter a variação de entropia somente através de um
caminho reversíveis. Entretanto, uma vez determinada, essa variação será a
mesma para qualquer processo entre esses estados.
Embora a Eq. 6.2-2 nos permita determinar a variação de entropia, ela não
nos informa nada a respeito dos valores absolutos de entropia. Entretanto, pela
terceira lei da termodinâmica, que será discutida no curso de termodinâmica 2,
conclui-se que a entropia de um cristal perfeito à temperatura de zero absoluto tem
entropia zero.
Da terceira lei da termodinâmica, resulta valores absolutos de entropia
importante quando estão envolvidas reações químicas. Quando não está envolvida
nenhuma mudança de composição, é bastante adequado atribuir valores de
entropia em relação a uma referência arbitrariamente escolhida como foi feito para a
energia interna e para a entalpia.

6.3 - Variação de entropia em processos reversíveis.

Tendo definido a propriedade entropia, S, vamos analisar agora o seu


significado em alguns processos reversíveis, principalmente aqueles do ciclo de
Carnot. Posteriormente será verificado a variação de entropia para um processo
irreversível.
Considere como sistema o fluido de trabalho de um motor térmico que opera
segundo o ciclo de Carnot. O primeiro processo é o de transferência isotérmica de
calor do reservatório de alta temperatura para o fluido de trabalho. Para esse
processo podemos escrever:

2  δ Q
S 2 − S1 = ∫  
1  T 
REV .
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como este é um processo no qual a temperatura do fluido de trabalho permanece


constante, resulta da integração:
1 2 Q
S 2 − S1 = ∫
TH 1
δQ = 1 2
TH

Esse processo é mostrado na figura 6.3-1a e a área abaixo da linha 1-2-b-a-1


representa o calor transferido ao fluido de trabalho durante o processo .
O segundo processo do ciclo de Carnot é adiabático reversível. Da definição
de entropia, temos;
 δQ 
dS =   =0
 T  REV

é evidente que a entropia permanece constante em um processo adiabático (Q = 0)


reversível (sem atrito). O processo a entropia constante é chamado de processo
isoentrópico. A linha 2-3 representa esse processo, que termina no estado 3 onde a
temperatura do fluido de trabalho atinge o valor TL.
O terceiro processo é isotérmico reversível, no qual o calor é transferido do
fluido de trabalho ao reservatório térmico de baixa temperatura. Para este processo
podemos escrever:

2  δQ Q
S4 − S3 = ∫   = 3 4
1  T  TL
REV

Como durante esse processo o calor trocado é negativo (sai do sistema) a entropia
do fluido decresce. Também como o processo final 4-1, que completa o ciclo é um
processo adiabático reversível (isoentrópico) é evidente que a diminuição de
entropia no processo 3-4 deve ser exatamente igual ao aumento de entropia no
processo 1-2. A área abaixo da linha 3-4, área 3-4-a-b-3, representa o calor
transferido do fluido de trabalho ao reservatório de baixa temperatura.

Como o trabalho líquido


do ciclo é igual a troca líquida de
calor (1a lei), é evidente que a
área 1-2-3-4-1 representa o
trabalho líquido específico do
ciclo.
O rendimento térmico do
ciclo pode também ser expresso
em função das áreas:

& 1− 2− 3− 4−1
area
Fig. 6.3-1a - O ciclo Motor de Fig. 6.3-1b - O ciclo do refri- ηT = (6.3-1)
Carnot no diagrama T x S gerador de Carnot no diagra- & 1− 2− b − a −1
area
ma T x S
algumas afirmações efetuadas anteriormente sobre rendimento térmico podem ser
agora compreendidas . Por exemplo, com o aumento de TH, permanecendo TL
constante, há aumento do rendimento térmico. Diminuindo TL e ficando TH
constante o rendimento térmico também aumenta. É também evidente que o
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rendimento térmico se aproxima de 100 % quando a temperatura absoluta na qual o


calor é rejeitado tende para zero.
Se o ciclo for invertido, temos um refrigerador ou uma bomba de calor ; o
ciclo de Carnot para um refrigerador está mostrado na Fig. 6.3-1b. Observe que
neste caso a entropia do fluido de trabalho aumenta à temperatura TL pois o calor é
transferido ao fluido de trabalho e a entropia diminui à temperatura TH devido a
transferência de calor do fluido de trabalho.
Consideremos em seguida os processos reversíveis de troca de calor. Na
realidade, estamos interessados aqui, nos processos que são internamente
reversíveis, isto é, processos que não envolvem irreversibilidades dentro da fronteira
do sistema. Para tais processos, o calor transferido para o sistema pode ser
indicado como a área no diagrama temperatura-entropia. Por exemplo,
consideremos a mudança de estado de liquido saturado para vapor saturado à
pressão constante. Isto corresponde ao processo 1-2 no diagrama T x S da Fig. 6.3-
2. (observe que a temperatura aqui é a temperatura absoluta), e a área 1-2-b-a-1
representa o calor trocado. Como este é um processo à pressão constante, o calor
trocado por unidade de massa, é igual a hlv = (hvs - hls). Assim,

1 2  δQ  1 2 q h
S 2 − S 1 = S lv = ∫1
  =
m  T  REV m ⋅ T ∫1
δQ = 1 2 = lv
T T
(6.3-2)

Essa relação fornece uma indicação para o cálculo de Slv apresentado nas tabelas
de propriedades saturadas. Por exemplo, considere o vapor d'água saturado a 10
MPa. Das tabelas de vapor temos hlv = 1317,1 kJ/kg e temperatura de 311,96 oC.
Portando o valor de Slv será
1317 ,1
S lv = = 2 ,2510 kJ / kg . K
( 311 ,96 + 273 ,15 )

se for transferido calor ao vapor saturado, à pressão


constante o vapor é superaquecido ao longo da linha 2-3
para este processo podemos escrever:

1 3
∫ δ Q = ∫ Tds
3
2 q3 = (6.3-3)
m 2 2

Figura 6.3-2 - O processo no


diagrama T x S
Como T não é constante, a expressão acima não
pode ser integrada, a menos que se conheça a relação entre temperatura e
entropia. Entretanto, verificamos que a área abaixo da linha 2-3, área 2-3-c-b-2
representa ∫ Tds , e portanto, representa o calor trocado durante esse processo
3

reversível.
A conclusão importante a ser tirada aqui é que, para processo internamente
reversível, a área abaixo da linha que indica o processo no diagrama temperatura -
entropia representa a quantidade de calor trocado. Há muitas situações em que
ocorrem processos essencialmente adiabáticos. Já observamos que em tais casos,
o processo ideal, que é um processo adiabático reversível, é isentrópico.
Verificaremos, também nas seções posteriores, que pela comparação do processo
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real com o processo ideal ou isentrópico, teremos uma base para definir a eficiência
de determinada classe de máquinas.

Exemplo 6.3-1
Consideremos um cilindro provido de um êmbolo contendo vapor saturado de
freon-22 a -10 oC. O vapor é comprimido segundo um processo adiabático reversível
até a pressão de 15,63708 kgf/cm2. Determinar o trabalho por kg de vapor, nesse
processo.
Solução
Sistema Freon - 22
Estado inicial: T1, vapor saturado - estado determinado
Estado final: P2 e processo adiabático reversível - estado conhecido
Modelo - tabelas ou diagrama de propriedades
a
Análise: 1 lei para sistema fechado
1 Q 2 = (E 2 − E1 ) + 1W2

Hipóteses: Volume de controle estacionário, então, EP = EC = 0,


a
assim, a 1 lei para massa unitária fica

1q 2 = u2 - u1 + 1w 2, mas, 1q 2 = 0 (processo adiabático)

1w 2 = u1 - u2

e pela segunda lei - processo adiabático reversível S2 = S1

portanto conhecemos a entropia e a pressão no estado final o que é suficiente para determinar
o estado 2.

das tabelas de freon-22, temos;

-10 C → P1 = 3,6127 kgf/cm


o 2
estado 1 - vapor saturado a
3
h1 = 148,173 kcal/kg, v1 = 0,0653 m /kg, S1 = 1,18335 kcal/kg K
2
estado 2 P2 = 15,63708 kgf/cm , S2 = S1 = 1,18335 kcal/kg K

interpolando na tabela de vapor superaquecido, temos:


o 3
T2 = 64,3 C, v2= 0,0177 m /kg, h2 = 157,020 kcal/kg
4 -3
u1 = h1 - P1v1 = 148,173 (4,1868) - [ (3,6127 x 9,81 x 10 ) x 0.0653] x 10
u1 = 620,37 - 23,14 = 597,23 kJ/kg
4 -3
u2 = h2 - P2v2 = 157,020(4,1868) - [ 15,63708 x 9,81 x 10 ) x 0,0177] x 10
u2 = 657,41 - 27,15 = 630,26 kJ/kg

1w2 = 597,23 - 630,26 = - 33,03 kJ/kg


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6.4 - Duas Relações Termodinâmicas Importantes

Considere uma substância pura simples compressível, como sistema,


sofrendo um processo internamente reversível. Na ausência de outros efeitos de
movimento e gravidade o balanço da 1a lei da termodinâmica, na forma diferencial,
resulta:

( δ Q) INT. REV
= dU + ( δ W ) INT. REV (6.4-1)

por definição de entropia

 δ Q
dS =   ⇒ ( δ Q) INT. REV
= TdS
 T  INT. REV

o trabalho de uma substância simples compressível é dado por

(δ W) INT. REV
= PdV

substituindo estes dois valores na equação 6.4-1 obtemos a 1a relação procurada,


chamada de equação “TdS "

TdS = dU + PdV ou Tds = du + Pdν (6.4-2)

utilizando, agora, a definição da propriedade entalpia, onde

H = U + PV
e diferenciando, obtemos:

dH = dU + PdV + VdP

substituindo o valor de dU dado pela Eq. 6.4-2, obtemos

dH = TdS − PdV + PdV + VdP


e, portanto

TdS = dH − VdP ou Tds = dh - νdP (6.4-3)

Que é a segunda relação procura. As equações TdS, embora, obtidas a


partir do processo reversível são válidas para qualquer processo, uma vez que todos
os termos da equação são compostos de propriedades termodinâmicas e portanto,
não depende do caminho, e sim, somente dos estados inicial e final.
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Exemplo 6.4-1
Um exercício ilustrativo do uso das equações TdS, pode ser mostrado
considerando a mudança de estado de liquido saturado para vapor saturado a
pressão constante
Solução:

sendo a pressão constante, da segunda equação TdS temos:

dh
ds = ou integrando,
T
h 2 − h1
(s 2 − s1 ) =
T

6.5- Variação de entropia de um sistema durante um processo irreversível

Considere um sistema que percorra os ciclos mostrados na Fig. 6.5-1. O ciclo


constituído pelos processos A e B é reversível. Portanto, para um ciclo reversível
podemos escrever:

δQ  δQ  1  δQ 
∫ ∫  + ∫2 
2
=   =0 (6.5-1)
T 1  T A  T B

O ciclo constituído pelo processos reversível A e do


processo irreversível C é um ciclo irreversível. Portanto,
a desigualdade de Clausius pode ser aplicada para este
ciclo, resultando

 δQ  δQ 1 δQ


∫  ∫  + ∫2 
2
Figura 6.5-1 Variação de entropia =   <0 (6.5-2)
durante um processo irreversível T 1  T A  T C

Subtraindo a segunda equação da primeira e rearranjando temos (a 1a Eq. é igual a


zero e a 2a é menor que zero, portanto a 1a é maior que a segunda !)

 δQ  δQ
∫  ∫ 
1 1
 >  (6.5-3)
2 T B 2 T C

Como o caminho B é reversível, e como a entropia é uma propriedade do sistema,


então;
1 δQ
∫2  T  B = ∫2dS B = ∫2dS C
1 1
(6.5-4)

portanto,
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1 δ Q 
∫ dS >∫ 
1

2 C 2 T 
 (6.5-5)
C

para o caso geral podemos, então escrever:

δQ
dS ≥ (6.5-6)
T
ou

δQ
S 2 − S1 ≥ ∫
2
(6.5-7)
1 T

Nessas equações a igualdade vale para processo reversível e a desigualdade para


processo irreversível.
Essa é uma das mais importantes equações da termodinâmica e é usada
para desenvolver vários conceitos e definições. Essencialmente, essa equação
estabelece a influência da irreversibilidade sobre a entropia de um sistema. Assim
se uma quantidade de calor δQ é transferida para o sistema à temperatura T
segundo um processo reversível a variação de entropia será menor que se a mesma
quantidade de calor, δQ, for transferido através de um processo irreversível.

A Eq. 6.5-7 é válida quando δQ = 0, ou quando δQ < 0, ou mesmo quando


δQ > 0. Se δQ for negativo a entropia tenderá a decrescer devido à troca de calor.
Entretanto, a influência das irreversibilidades é ainda no sentido de aumentar a
entropia do sistema, e, do ponto de vista numérico, absoluto, podemos ainda
escrever para δQ < 0, que
δQ
dS ≥
T

6.6 - Variação de Entropia de um Sólido ou Líquido

Já verificamos a variação de energia interna e de entalpia para sólidos e


líquidas em seções anteriores, e verificamos que, em geral, é possível expressar
ambas as propriedades de maneira simples, em termos de calor específico.
Como sabemos o volume específico para um sólido ou líquido varia muito
pouco, ou quase nada, com a variação de pressão. Assim, da equação Tds, Eq.
6.4-2, podemos escrever para um sólido ou líquido

du C
ds ≈ ≈ dT (6.6-1)
T T

Ainda, como foi dito anteriormente, para muitos processos que envolvem um sólido
ou líquido podemos admitir que o calor específico se mantém constante, e neste
caso, a Eq. 6.6-1, pode ser integrada, obtendo-se:
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T2
S 2 − S1 ≈ C ln (6.6-2)
T1

Se o calor específico não for constante, mas função da temperatura, T, a


equação 6.6-1 pode ser integrada para determinar o valor da variação de entropia.

Exemplo 6.6-1
Um quilograma de água líquida é aquecida de 20 a 90 oC. Calcular a variação
de entropia admitindo-se calor específico constante e comparar com o resultado
obtido usando as tabelas de vapor.

Solução:
o
Da tabela 4.3-3 seção 4.3 o calor específico para a água a 25 C é 4,184 kJ/kg K

Assim da equação 6.6-2 temos

(90 + 27315
, )
S 2 − S1 = 4,184 ln = 0,8959 kJ / kg. K
( 20 + 27315
, )
o
da tabela de liquido saturado a 20 C, S1 = 0,2966 kJ/kg.k
o
para a temperatura de 90 C, S2 = 1,1925 kJ/kg.K

logo S2 - S1 = 1,1925 - 0,2966 = 0,8959 kJ/kg.k

essencialmente o mesmo.
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Exercícios
6-1)- Considere um motor térmico de Carnot que opera entre os reservatórios
térmicos a 1000 oC e a 0 oC e recebe 1 000 KJ de calor do reservatório térmico de
alta temperatura.
a) Considerando o fluido de trabalho como sistema, mostrar o ciclo no
diagrama T x S
b) Calcular o trabalho líquido e o rendimento térmico do ciclo
c) Calcular a variação de entropia do reservatório de alta e baixa temperatura.

6-2)- Uma bomba de calor de Carnot utiliza freon -12 como fluido de
trabalho. Calor é transferido do fluido de trabalho a 40 oC e durante este processo o
freon -12 muda de vapor saturado para líquido saturado. A transferência de calor
para o freon -12 ocorre a 0 oC .
a) Mostrar este ciclo no diagrama T x S e P x h
b) Calcular o título no começo e fim dos processos isotérmicos
c) Determine o coeficiente de desempenho, COP, do ciclo

6-3)- Um cilindro provido de um pistão sem atrito contém vapor de água a 300
o
C e 2 MPa. Nesse estado o volume do cilindro é de 100 litros. O vapor se expande
realizando trabalho contra o pistão até que a pressão final seja de 300 kPa. Qual é
o trabalho realizado pelo vapor durante o processo, admitindo-se que seja
adiabático ?.

6-4)- Água inicialmente como líquido saturado a 100 oC está contido dentro
de um conjunto cilindro pistão. A água sofre um processo isobárico passando a
vapor saturado, durante o qual o pistão se move livremente sem atrito dentro do
cilindro. Se a mudança de estado causada pelo fornecimento de calor à água for
internamente reversível, determine o trabalho e o calor transferido por unidade de
massa, em kJ / kg.

6-5)- Refrigerante 134a é comprimido adiabaticamente em um compressor


desde vapor saturado a 0 oC até a pressão final de 0,425 MPa. Determine o mínimo
trabalho teórico requerido por unidade de massa de refrigerante 134a, em kJ/kg

Resposta 1W 2 min = -16,34 kJ/kg


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6.7 - Princípio do Aumento de Entropia

Nesta seção examinaremos a variação total de entropia de um sistema e de


seu meio, quando o sistema sofre uma mudança de estado. Este estudo conduz ao
princípio do aumento de entropia.
Consideremos o processo mostrado na Fig. 6.7-1 no qual uma quantidade de
Calor δQ é transferida do meio à temperatura TO para o
sistema à temperatura T; seja δW o trabalho realizado
pelo sistema durante esse processo. Para esse processo
podemos aplicar a Eq. 6.5-6 ao sistema e escrever
δQ
dS Sistema ≥
T

para o meio a quantidade de calor, δQ é negativa e


Fig. 6.7-1 - variação de entropia
podemos escrever do sistema mais meio
− δQ
dS meio =
T0
A variação líquida total de entropia é, portanto

δQ δQ 1 1 
dS Liquido = dSSistema + dS Meio ≥ − ≥ δQ  − 
T TO  T TO 

Como a temperatura do meio, TO é maior que a temperatura do sistema, T, a


quantidade (1/T - 1/TO) é positiva e concluímos que:
dS LIQ. = dSSistema + dS Meio ≥ 0 (6.7-1)

Se T > TO, o calor é transferido do sistema para o meio e tanto δQ como a


quantidade (1/T - 1/TO) são negativas, levando assim ao mesmo resultado.
Assim, concluímos que, para todos os processos possíveis de um sistema em
um determinado meio que podem percorrer
dS LIQ. = dSSistema + dS Meio ≥ 0 (6.7-2)

onde a igualdade vale para processo reversível e a desigualdade para processo


irreversível. Essa é uma equação muito importante, não somente para a
termodinâmica, mas também para o pensamento filosófico e é denominada de
“Princípio do Aumento de Entropia”. O seu grande significado é que os únicos
processos que podem ocorrer são aqueles nos quais a variação líquida de entropia,
do sistema mais seu meio, aumenta (ou, no limite, permanece constante). O
processo inverso, no qual tanto o sistema como o meio são trazidos de volta a seus
estados originais, não pode ocorrer. Em outras palavras, a Eq. 6.7-1 impõe o
sentido único em que qualquer processo pode ocorrer. Assim o princípio do
aumento de entropia pode ser considerado como um enunciado geral quantitativo
da segunda lei da termodinâmica sob o ponto de vista macroscópico e aplica-se à
queima de combustíveis nos motores de nossos automóveis, ao resfriamento do
nosso café e aos processos que ocorre no nosso corpo.
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Às vezes, esse princípio do aumento de entropia é enunciado em termos de


um sistema isolado, no qual não há interação entre sistema e o meio. Nesse caso,
não há variação de entropia do meio e conclui-se que
d SSistema Isolado ≥ 0 (6.7-3)

Isto é, para um sistema isolado, os únicos processos que podem ocorrer são
aqueles que apresentam um aumento de entropia, associado ao próprio sistema.

Exemplo 6.7-1
Admitamos que 1,0 kg d'água a 100 oC seja condensado, obtendo-se líquido
saturado a 100 oC, num processo à pressão constante, através da transferência de
calor para o ar do ambiente que está a 25 oC. Qual é o aumento líquido de entropia do
sistema mais a do meio ?
Solução
O sistema é a água: - para o sistema, das tabelas de vapor saturado da água obtemos:

∆S sistema = - Slv = - 1 x 6,0480 = - 6,0480 kJ/K


Considerando o meio
Q para o meio = m x h LV = 1 x 2257,0 = 2557,0 kJ

Q 2257
∆S meio = = = 7,5700 kJ / K
TO ( 25 + 273,15)

Assim a variação líquida do sistema mais meio será

∆S liquido = ∆S meio + ∆S sistema = 7,5700 + ( −6,0480) = 1,5220 kJ / K

Esse aumento de entropia está de acordo com o princípio do aumento de entropia e diz, do
mesmo modo que a nossa experiência, que este processo pode ocorrer.
É interessante observar como essa transferência de calor da água para o meio poderia
acontecer reversivelmente (se existisse um motor reversível). Admitamos que um motor
térmico que opere segundo um ciclo de Carnot, receba calor da água e rejeite calor para o
meio, conforme mostrado no esquema da figura. Neste caso, como o motor é reversível, a
diminuição da entropia da água é igual ao aumento de entropia do meio. Isto é,
∆SSistema = −6,0480kJ / K ∆S Meio = 6,0480 kJ / K

Como a transferência de calor para o meio é


reversível, então
Q para o meio = TO ∆S = ( 25 + 273,15)x 6,0480 = 1803,2kJ

trabalho de tal motor pode ser calculado e


vale (Qsistema ≡ QH, e Qmeio ≡ QL)

WCarnot = Q Sistema − Q Meio = 2557 − 1803,2 = 453,8 kJ

Como esse ciclo é reversível o motor pode


ser invertido e operar como bomba de calor,
para a bomba de calor o trabalho será igual ao trabalho do motor, isto é, 453,8 kJ.
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6.8 - Variação de Entropia para um Gás Ideal.

Para um gás ideal, como vimos anteriormente tanto o calor específico a


pressão constante como a volume constante são funções somente da temperatura.

dh du
CP = e CV = ,
dT dT
ou
dh = C P dT e du = C V dT

Da primeira equação TdS, temos

Tds = du + Pdv
ou
du P
ds = + dv
T T

e da equação de estado para o gás ideal vem:


P R
Pv = RT ⇒ =
T v
substituindo, e considerando o calor específico de um gás ideal, C vo , temos;

dT R dv
ds = C vo +
T v

integrando desde o estado 1 até o estado 2 vem

dT v
s 2 − s1 = ∫ C vo
2
+ R ln 2 (6.8-1)
1 T v1

de modo semelhante, considerando-se a segunda equação TdS

Tds = dh − vdP

substituindo a definição de calor específico a pressão constante CPO e a


equação de estado para o gás ideal na forma:
v R
=
T P

resulta;
dT dP
ds = C po −R ,
T P
que integrando resulta:
Capítulo - 6 - Fundamentos da Termodinâmica - pág. - 18

dT P
s 2 − s1 = ∫ C po
2
− R ln 2 (6.8-2)
1 T P1

para integrar a equação 6.8-1 e 6.8-2 precisamos conhecer a relação entre


calor específico e a temperatura. A primeira possibilidade é admitir Cpo e Cvo
constantes, a variação de entropia pode então ser calculada como:

T  P 
s 2 − s 1 = C po ln  2  − R ln  2  (6.8-3)
 T1   P1 

T  v 
s 2 − s1 = C vo ln  2  + R ln  2  (6.8-4)
 T1   v1 

A segunda possibilidade relativa ao calor específico é utilizar uma equação


analítica para o calor específico Cpo função somente da temperatura como aquelas
dadas na seção 4, Eq.4.4-14. A terceira possibilidade é integrar os resultados dos
cálculos da termodinâmica estatística, desde a temperatura de referência, To até
qualquer outra temperatura T, e definir uma função do tipo

C PO
∫To T dT
T
S OT = (6.8-5)

Esta função, que é função somente da temperatura, pode ser apresentada


numa tabela de gás ideal de única entrada (temperatura) como a tabela 6.8-1 para
o caso do ar, ou tabela de outros gases. Na tabela 6.8-1, Pr é a Pressão
reduzida, Pr = P/PC e Vr o volume reduzido, Vr = V/Vc onde P e V são pressão e
volume específico, respectivamente do gás e Pc e Vc são a pressão e volume
específico do ponto crítico do gás. Os dados da tabela 6.8-1 foram obtidos para o
seguinte estado de referência: Temperatura de 0 K e pressão de 1,0 atmosfera.
A variação de entropia entre dois estados quaisquer 1 e 2 pode ser
determinada da seguinte forma;

P 
S 2 − S1 = (S OT2 − S OT1 ) − R ln 2  (6.8-5)
 P1 

Devemos lembrar novamente que todos esses resultados são parte do modelo de
gás ideal, que pode, ou não, ser adequados para um dado problema específico.
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Tabela 6.8-1 - Integrais de Gás Ideal para o Ar


T[K] h [ kJ/kg] Pr u [ kJ/kg] νr so [kJ/kg-
K]
200 199,97 0,3363 142,56 1707,0 1,29559
220 219,97 0,4690 156,82 1346,0 1,39105
240 240,02 0,6355 171,13 1084,0 1,47824
260 260,09 0,8405 185,45 887,8 1,55848
280 280,13 1,0889 199,75 738,0 1,63279
300 300,19 1,3860 214,07 621,2 1,70203
320 320,29 1,7375 228,42 528,6 1,76690
340 340,42 2,149 242,82 454,1 1,82790
360 360,58 2,626 257,54 393,4 1,88543
380 380,77 3,176 271,69 343,4 1,94001
400 400,98 3,806 286,16 301,6 1,99194
420 421,26 4,522 300,69 266,6 2,04142
440 441,61 5,332 315,30 236,8 2,08870
460 462,02 6,245 329,97 211,4 2,13407
480 482,49 7,268 344,70 189,5 2,17760
500 503,02 8,411 359,49 170,6 2,21952
520 523,63 9,684 374,36 154,1 2,25997
540 544,35 11,10 389,34 139,7 2,29906
560 565,17 12,66 404,42 127,0 2,33685
580 586,04 14,38 419,55 115,7 2,37348
600 607,02 16,28 434,78 105,8 2,40902
620 628,07 18,36 450,09 96,92 2,44356
640 649,22 20,64 465,50 88,99 2,47716
660 670,47 23,13 481,01 81,89 2,50985
680 691,82 25,85 496,62 75,50 2,54175
700 713,27 28,80 512,33 69,76 2,57277
720 734,82 32,02 528,14 64,53 2,60319
740 756,44 35,50 544,02 59,82 2,63280
760 778,18 39,27 560,01 55,54 2,66176
780 800,03 43,35 576,12 51,64 2,69013
800 821,95 47,75 592,30 48,08 2,71787
820 843,98 52,59 608,59 44,84 2,74504
840 866,08 57,60 624,95 41,85 2,77170
860 888,27 63,09 641,40 39,12 2,79783
880 910,56 68,98 657,95 36,61 2,82344
900 932,93 75,25 674,58 34,31 2,84856
920 955,38 82,05 691,28 32,18 2,87324
940 977,92 89,28 708,08 30,22 2,89748
960 1000,55 97.00 725,02 28,40 2,92128
980 1023,25 105,2 741,98 26,73 2,94468
1000 1046,04 114,0 758,94 25,17 2,96770
1100 1161,07 167,1 845,33 18,896 3,07732
1200 1277,79 238,0 933,33 14,470 3,17888
1300 1395,97 330,9 1022,82 11,275 3,27345
1400 1515,42 450,5 1113,52 8,919 3,36200
1500 1635,97 601,9 1205,41 7,152 3,44516
1600 1757,57 791,2 1298,30 5,804 3,52364
1700 1880,1 1025 1392,7 4,761 3,5979
1800 2003,3 1310 1487,2 3,944 3,6684
1900 2127,4 1655 1582,6 3,295 3,7354
2000 2252,1 2068 1678,7 2,776 3,7994
2100 2377,4 2559 1775,3 2,356 3,8605
2200 2503,2 3138 1872,4 2,012 3,9191
Source: Adapted from K. Wark, Thermodynamics, 4th ed., McGraw-Hill, New York, 1983, as base on J. H. Keenan and J.
Kaye “Gas Tables ", Wiley, New York, 1945
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6.9 - Balanço de Entropia para um Sistema

A Figura 6.9-1 representa um ciclo executado por um sistema fechado. O


ciclo consiste do processo 1, durante o qual irreversibilidades internas podem
ocorrer, e é completado pelo processo reversível 2. Para este ciclo a Eq. 6.1-2
toma a forma

 δQ  1  δQ 
∫ +∫ 
2
   = −σ (6.9-1))
1  T  FRONTEIRA 2 T 
INT. REV

Onde, o índice da primeira integral, FRONTEIRA, foi colocado para lembrar que a
integral é sobre a fronteira do sistema. Na segunda integral não há necessidade por
se tratar de um processo de transferência reversível de calor. Como no processo 2
não existe irreversibilidades associadas, o termo σciclo da Eq. 6.1-2 refere-se,
aqui, somente ao processo irreversível 1 e desta forma
é escrito como σ.
Aplicando-se a definição de variação de entropia
podemos escrever a segunda integral como:

 δQ 
∫ 
1
S1 − S 2 = 
2 T  INT. REV .
Portanto a Eq. 6.9-1 pode ser escrita como Figura 6.9-1 - Ciclo usado para
desenvolver o balanço de entro-
 δQ 
pia para um sistema fechado

2
  + (S 1 − S 2 ) = − σ
1  T  FRONTEIRA

Finalmente rearranjando esta equação o balanço de entropia para um sistema


fechado resulta

 δ Q

2
S 2 − S1 =   + σ (6.9-2)
1  T  FRONTEIRA
onde:
( S 2 − S1 ) = variação de entropia interna ao sistema
 δ Q
∫  T  FRONTEIRA = entropia transferida com a transferência de calor
σ = produção de entropia interna ao sistema
Se os estados inicial e final são conhecidos a variação de entropia do lado
esquerdo da Eq. 6.9-2 pode ser determinado independentemente dos detalhes do
processo. Entretanto, os dois termos do lado direito depende explicitamente da
natureza do processo e não podem ser determinados somente com o conhecimento
dos dois estados, inicial e final. O primeiro termo do lado direito da Eq. 6.9-2 está
associado à transferência de calor do ou para o sistema durante o processo. Este
termo pode ser interpretado como “a transferência de entropia que acompanha a
transferencia de calor ". A direção da transferência de entropia é a mesma da
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transferência de calor e a mesma regra de sinal da transferência de calor é aplicada


à entropia. Quando não há transferência de calor não há variação de entropia.
A variação de entropia de um sistema não é somente causada pela
transferência de entropia mas é em parte devido ao segundo termo do lado direito,
representado por σ, que como vimos é a entropia produzida dentro do sistema
devido às irreversibilidades internas ao sistema. Como σ é a medida do efeito da
irreversibilidade presente dentro do sistema durante o processo, seu valor depende
da natureza do processo e não somente dos estados inicial e final, Assim, σ não é
uma propriedade do sistema.
O balanço de entropia pode ser expresso em várias formas, duas outras
formas de escrever a Eq. 6.9-2 são:

Qj
S 2 − S1 = ∑ +σ (6.9-3)
j Tj

onde Qj /Tj é a quantidade de entropia transferida através da porção da fronteira à


temperatura Tj
A outra forma de balanço de entropia de interesse é na forma de taxa, como


dS δQ j •
=∑ +σ (6.9-4)
dt j Tj
ou


δQ j dS •
∑j Tj
=
dt
−σ (6.9-5)


Onde ds/dt é a taxa de variação de entropia do sistema. O termo Q j / Tj
representa a taxa de transferência de entropia através da porção da fronteira cuja

temperatura instantânea é Tj. O termo σ , é a taxa de produção de entropia interna
ao sistema devido às irreversibilidades.
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Exemplo 6.9-1
Água inicialmente líquido saturado a 100 oC está contida em
um conjunto êmbolo - cilindro. A água sofre um processo passando
a vapor saturado, durante o qual o êmbolo move-se livremente no
cilindro. Se a mudança de estado é obtida pela ação de uma hélice,
como mostra a figura, determine o trabalho por unidade de massa,
em kJ/kg, e a quantidade de entropia produzida por unidade de
massa, em kJ/kg-K

Solução - Hipóteses

1- a água dentro do conjunto êmbolo - cilindro é um


sistema fechado
2 - Não há transferência de Calor para o meio
3 - O sistema está em equilíbrio nos estados inicial e final
Como o volume do sistema aumenta durante o
processo há transferência de energia da hélice para o sistema
durante a expansão. O trabalho líquido pode ser avaliado
a
através da 1 lei da termodinâmica, que com as hipóteses 2 e
3 fica
=0 =0 =0
Q = ∆U + ∆Ec + ∆Ep + W
que por unidade de massa se reduz a
W
= − ( ug − u l )
m
o
da tabela de saturação para a água a 100 C, obtemos, (u g - u l) = 2087,56 kJ/kg

W
logo = − 2087,56 kJ / kg
m
O sinal negativo significa que o trabalho introduzido no sistema pelo eixo com a hélice
é maior, em magnitude, que o trabalho realizado pela água na sua expansão.
A quantidade de entropia produzida é avaliada através do balanço de entropia. Como
não há transferência de calor do sistema para o meio, o termo correspondente à transferência
de energia na fronteira se anula, e o balanço de entropia resulta
0
 δQ

2
∆S =   +σ
1  T  FRONTEIRA
por unidade de massa, obtemos
σ
= S g − S l = S gl
m
o
da mesma tabela de propriedades saturadas, para T= 100 C o valor de Sgl = 6,048 kJ/kg-k
σ kJ
assim = 6,048
m kg. K
Cada estado final e inicial estão em equilíbrio na mesma pressão e temperatura, mas
não necessariamente através dos estados intermediários. Isto é afirmado pela indicação dos
processos no diagrama P-v e T-s através de linhas descontinuas. As linhas descontinuas
indicam que ocorre o processo mas que as área não estão associadas ao trabalho ou calor.
Em particular o processo é adiabático, e portanto a área sob a linha no diagrama TxS não pode
representar calor !!! . O mesmo para o diagrama P x v.
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Exemplo 6.9-2
Durante a operação, em regime permanente, de uma caixa de engrenagens paralela que
recebe 600 kW através de seu eixo de alta rotação. Devido ao seu próprio atrito e outras
irreversibilidades, transmite para o eixo de baixa rotação somente 588 kW. A caixa de
engrenagens tem sua superfície externa resfriada de acordo com a seguinte relação

Q = − αA( TF − T∞ ) , onde α é o coeficiente de transferência de calor, A é a área externa da
caixa, TF é a temperatura uniforme externa da caixa de engrenagens, e T∞ ∞, a temperatura do
meio ambiente a uma distância suficiente da caixa de engrenagens para não ser por esta
afetada. Seja α = 0,17 kW/m .K, A = 1,8 m e T∞∞ = 293 K. Avaliar a taxa de geração de entropia,
2 2


σ , em kJ/kg-K para
a) A caixa de engrenagens é o sistema fechado
b) Um sistema envolvendo a caixa de engrenagens e uma quantidade suficiente do meio

ambiente de forma que a transferência de calor para o meio ambiente ocorra à temperatura T∞
Solução a)
Para se obter
uma expressão para a
taxa de produção de
entropia comecemos
com um balaço de
entropia para um
sistema na forma de
taxa

Q dS •
= −σ
TF dt
como o sistema opera
em regime permanente,

• Q
ds / dt = 0 ,logo, σ=− (1)
TF
• •
Para calcular σ , precisamos conhecer o calor perdido pela caixa, Q e a temperatura da
superfície externa da caixa de engrenagens, TF
Aplicando-se o balanço de energia ao sistema determinamos o calor perdido, para
regime permanente e sistema estacionário temos =0
• •
• dE • , logo
Q= +W Q= W
dt

dos dados do problema Q = ( 588 kW) + ( −600 kW) = −12 kW

A temperatura da superfície pode ser obtida da equação de transferência de calor dada no


problema, isto é

−Q − ( − 12kW )
TF = + T∞ = + 293 K = 332 K
αA ( 0,17 kW / m 2 . K )(1,8m 2 )
Finalmente substituindo os valores de calor e temperatura na expressão (1), temos
• ( −12 kW)
σ =− = 0,0361kW / K
( 332 K )
Solução b) - Para o sistema b) que inclui parte do meio ambiente, para que a transferência de
∞ = 293 K, temos
calor possa ser considerado ocorrer à temperatura do meio, isto é, T∞
• ( −12 kW )
σ=− = 0,0410 kW / K
( 293 K )
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Comentários - O valor da taxa de entropia do item a) inclui somente as


irreversibilidades internas enquanto o item b) inclui também as irreversibilidades externas à
caixa de engrenagem, por esse motivo maior que o do item a)

Exercícios

6 -6)- Uma barra de metal cuja massa é de 0,30 kg é removida de um forno à


temperatura inicial de 927 OC e imersa em um tanque contendo uma massa de 9,0
kg de água com temperatura de 27 OC. Cada substância pode ser modelada como
incompressível. Um valor apropriado para o calor específico da água é 4,184 kJ/kg.K
e do metal é 0,42 kJ/kg.K. O calor transferido do tanque para o meio externo pode
ser desprezado. Determinar a temperatura final de equilíbrio do sistema e
quantidade de entropia produzida no processo.

6 -7)- Um sistema executa um ciclo de potência enquanto recebe 2 000 kJ de


calor à temperatura de 1 000 K de um reservatório térmico a 1 000 K e rejeita
energia à temperatura de 500 K para um outro reservatório térmico a 500 K. Não
existem outras transferências de calor. Determinar a geração de entropia se:
a) O ciclo for reversível
b) Se o rendimento térmico for de 25%

6 -8)- Empregando o modelo de gás ideal determine a variação de entropia


entre os estados indicados, em kJ/Kmol.K. Resolva de dois modos
a) Usando a tabela 6.8-1 à página 124
b) Usando o calor específico a pressão constante para o ar a 300 K, que é
igual a 1,005 kJ/kg.K
1) Ar, P1 = 100kPa, T1 = 20 oC, P2 = 100 kPa, T2 = 100 oC
o
2) Ar, P1 = 1 bar , T1 = 27 C, P2 = 3 bar, T2 = 370 oC

6 -9)- Dois tanques bem isolados estão conectados por uma válvula. Um dos
tanques contém inicialmente 0,5 kg de ar a 80 oC e 1,0 bar, o outro contém 1,0 kg
de ar a 50 oC e 2 bar. A válvula é aberta e permanece aberta até que a mistura entre
em equilíbrio. Empregando o modelo de gás ideal, determine
a) A temperatura final, em OC
b) A pressão final em bar
c) A quantidade de entropia produzida

6 -10)- Uma caixa de engrenagens, operando em regime permanente recebe


0,1 kW de potência no eixo de entrada e libera 0,095 kW no eixo de saída. A
temperatura externa da caixa é de 50 oC. Para a caixa de engrenagens determinar:
a) A taxa de calor transferida ao meio ambiente, em kW
b) A taxa de entropia produzida, em kW/K
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6.10 - Taxa de Variação de Entropia para um Volume de Controle

Até aqui a discussão do conceito de balanço de entropia estava restrito ao


caso do sistema fechado. Agora vamos analisar o caso do volume de controle.
Iniciamos pela observação de que o balanço da taxa de entropia pode ser
obtido da mesma forma como foi feito para o balanço de energia e de massa no
volume de controle a partir do balanço do sistema fechado. O presente
desenvolvimento será menos formal que no caso da energia e iniciaremos argüindo
que, como a massa e a energia, a entropia é uma propriedade extensiva e também
pode ser transferida para ou do volume de controle através de uma corrente de
matéria. Como esta é a principal diferença entre o sistema fechado e o volume de
controle o balanço da taxa de entropia para o volume de controle pode ser obtido
pela modificação da Eq. 6.9-4 ou 6.9-5 para considerar esta transferência de
entropia devido aos fluxos mássicos. O resultado é

dS V.C Qj • • •
=∑ + ∑ m e S e − ∑ m s S s + σ v.c (6.10-1)
dt j Tj e s

ou rearranjado para ficar em uma forma mnemônica com o balanço de energia


Qj • dS V .C • •
∑T + ∑ m eSe =
dt
+ ∑ m s S s − σ v.c (6.10-2)
j j e s

onde:

dS v.c
= representa a taxa de variação de entropia dentro do volume de controle
dt

• •
m e Se e m s S s considera, respectivamente a taxa de entropia transferida do ou
para o volume de controle que acompanha o fluxo de massa.

Os demais termos tem o mesmo significado descrito anteriormente


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Exemplo 6.10-1
Vapor d'água entra na turbina com pressão de
o
3 MPa, temperatura de 400 C e velocidade de 60m/s.
o
Vapor saturado a 100 C sai da turbina a 100m/s. Em
regime permanente a turbina produz 540 kJ por kg de
vapor que passa pela turbina. A turbina perde calor
para o meio ambiente através de sua carcaça, cuja
temperatura média é de 500 K. Determine a taxa de
produção de entropia interna à turbina por kg de
massa escoando, em kJ/kg.K. Despreze a variação de
energia potencial entre entrada e saída da turbina.

Solução
A solução envolve o balanço de massa e o
balanço de entropia para um volume de controle

da conservação de massa, para regime


• •
permanente , temos m 2 = m 1 , e do balanço de entropia, resulta
=0

Qj • dS • •
∑T + m 1 S1 =
dt
+ m 2 S 2 − σ v .c
j j

rearrajando, para explicitar a taxa de entropia, e havendo uma temperatura única


de superfície, obtemos
• • •
σ Q v.c / m
• = − + ( S 2 − S1 ) (1)
m T F

Para determinar a taxa de transferencia de calor, aplicamos o balanço de energia,


considerando as hipótese do problema, resultando,
• •
Q v.c W v .c ( V22 − V12 )
• • = (2) + ( h 2 − h1 ) +
m m 2
das tabelas de vapor saturado e vapor superaquecido, obtemos os valores de h2 e h1
h1 = 3 230,9 kJ/kg e h2 = 2 676,1 kJ/kg
Substituindo os valores na Eq. 2 temos

Q v.c kJ  kJ   (100) 2 − (160) 2   m 2   1 kJ 
• = 540 + ( 2676,1 − 3230,9 )  +    S 2   1000 J 
m kg  kg   2   

Q v.c
• = 540 − 554,8 − 7,8 = − 22,6 kJ / kg
m
das mesmas tabelas podemos obter o valor da entropia no estado 1 e 2, que valem
respectivamente S1 = 6, 9212 kJ/kg.K e S2 = 7,3549 kJ/kg.K

Substituindo na Eq. (1) obtemos a taxa de entropia gerada por unidade de fluxo de massa

• •
σ v.c ( −22,6 kJ / kg ) kJ → σ v .c
• =− + ( 7,3549 − 6,9212) • = 0,4789 kJ / kg. K
m 500 K kg.K m
Comentários - Certamente a taxa de entropia gerada seria maior se incluíssemos uma
parte do meio de modo que o calor da turbina para o meio fosse transferido à temperatura do
o
meio, em geral adotada como 25 C. Neste caso a taxa seria de 0,511 kJ/kg.K.
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6.11- Eficiência Isentrópica de Turbinas, Bocais, Compressores e Bombas

Engenheiros tem necessidade de conhecer a eficiência dos diversos


dispositivos de um sistema. Diferentes definições são empregadas para se estudar
a eficiência de um equipamento. Nesta seção a Chamada "eficiência
isoentrópica” de turbinas, bocais, compressores e bombas será apresentada.
No capítulo 5 vimos que a segunda lei da termodinâmica conduz ao conceito
de rendimento de um ciclo térmico ou à eficácia de um refrigerador.
Eficiência isoentrópica envolve a comparação entre a performance real de um
equipamento e a performance que poderia ser alcançada sob circunstâncias
idealizadas para o mesmo estado de entrada e a mesma pressão de saída. Para
considerar isto para uma turbina vamos nos referir à Fig. 6.11-1 que mostra a
expansão do vapor em uma turbina no diagrama de Mollier. O estado da matéria
entrando na turbina e a pressão de saída são fixados. A transferência de calor entre
a turbina e o meio, se houver, são desprezados (processo adiabático) assim como a
variação de energia cinética e potencial. Com estas hipóteses, para regime
permanente e por unidade de fluxo de massa a
potência produzida pela turbina, da primeira lei
da termodinâmica, é,

W v.c
• = h1 − h 2
m
Como o estado 1 está fixado, a entalpia
específica h1 é conhecida. Assim, o valor do
trabalho da turbina depende somente da
entalpia específica, h2 e como vemos na figura Figura 6.11-1 Comparação do processo
com o aumento de h2 o trabalho diminui. O de expansão real e ideal em uma turbina
máximo trabalho da turbina corresponde ao menor valor possível para a entalpia
específica saindo da turbina. Isto pode ser examinado usando a segunda lei da
termodinâmica. O estado de saída permitido será, da Eq. 6.10-2

σ v .c
• = S 2 − S1 ≥ 0
m
• •
Como a taxa de produção de entropia, σ v.c / m não pode ser negativo, um
estado com S2 < S1 não é possível em um processo de expansão adiabático. O
único estado possível em um processo de expansão real é aquele onde S2 >S1. O
estado marcado como 2s na figura 6.11-1 poderá ser obtido somente no limite
quando as irreversibilidades tenderem para zero. Isto corresponde a um processo
de expansão isoentrópico (adiabático reversível) através da turbina. Para uma
pressão de saída fixada, a entalpia específica, h2 diminui com a diminuição da
entropia S2. Desta forma, o menor valor permitido para h2 corresponde ao estado
2s, e o máximo valor do trabalho da turbina, por unidade de fluxo de massa será;
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W•

 v.c  = h 1 − h 2s
 • 
 m  ISO

Em uma expansão real através da turbina, h2 > h2s e assim o trabalho real é
menor que o trabalho máximo que poderia ser obtido. Esta diferença pode ser
caracterizada pela eficiência isoentrópica da turbina definida como:

Trabalho Re al
η Iso T = , ou em termos de propriedades
Trabalho Ideal
• •
W v .c / m h1 − h2
ηISO T = • • = (6.11-1)
(W v .c / m) ISO h1 − h2 S

O valor típico para a eficiência isoentrópica de uma turbina varia na faixa de 0,7 a
0,9, isto é de 70% a 90 %

De forma similar pode-se definir uma eficiência isoentrópica para um bocal


operando em regime permanente. A eficiência isoentrópica para um bocal é
definida como a razão entre a energia cinética real do gás deixando o bocal, V22 / 2 ,
pela energia cinética na saída que poderia ser obtida em uma expansão
isoentrópica entre as mesmas condições de entrada e a mesma pressão de saída,
isto é

V22 / 2
η BOCAL = (6.11-2)
( V22 / 2 ) ISO

Eficiência de bocal de 95 % ou maiores são comuns, indicando que bocais bem


projetados são dispositivos com pouca irreversibilidade.

Para compressores, a eficiência isoentrópica é definida, como para a turbina,


para um processo em regime permanente, desprezando-se as variações de energia
cinética e potencial como,
Trabalho Ideal
ηCOMP = (6.11-3)
Trabalho Re al

A figura 6.11.-2 mostra o processo real e o


processo ideal (isoentrópico) para o compressor.
Para as hipóteses citadas acima o trabalho real é
obtido de um balanço de energia, como


W v .c
− • = h 2 − h1
m
Figura 6.11-2 - Comparação entre a
compressão real e isoentrópica
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e o trabalho ideal (processo isoentrópico) resulta, também, do balanço de energia


W•

 v.c  = h 2 S − h1
 • 
 m  ISO

Substituindo o trabalho real e o trabalho ideal ma expressão 6.11-3 obtemos para a


eficiência isoentrópica do compressor,
• •
( W v.c / m ) ISO h 2S − h1
η COMP = • • = (6.11-4)
W v.c / m h 2 − h1

Valores típicos de eficiência isoentrópica para compressores está na faixa


de 75% a 85 %. A eficiência isoentrópica para bombas é definido de maneira
similar ao do compressor, tendo a mesma expressão, a Eq. 6.11-4

Alguns comentários gerais referentes à entropia


É bem possível que a esta altura o estudante possa ter uma boa compreensão do
material que foi apresentado e que ainda tenha apenas uma vaga noção do significado de
entropia. De fato, a pergunta — “O que é entropia ?“ é levantada freqüentemente pelo
estudante, com a implicação que realmente ninguém conhece a resposta.
Antes de tudo, lembramos que o conceito de energia surge da primeira lei da
termodinâmica e o conceito de entropia surge da segunda lei da termodinâmica. É
realmente bem difícil responder à pergunta — “Que é energia ? “— como o é responder à
pergunta — "O que é entropia ? “— No entanto, como usamos regularmente o termo
energia e podemos relacionar este termo a fenômenos que observamos todos os dias, a
palavra energia tem um significado definido para nós e serve assim como um veículo efetivo
para o pensamento e comunicação. A palavra entropia pode servir para o mesmo fim. Se
quando observarmos um processo altamente irreversível (como o resfriamento do café,
quando colocamos um cubo de gelo dentro do mesmo), dissermos — “Isto certamente
aumenta a entropia “— logo estaremos familiarizados com a palavra entropia como
estamos com a palavra energia.
Uma segunda observação é que na termodinâmica estatística a propriedade entropia
é definida em termos de probabilidade. Deste ponto de vista, o aumento líquido de entropia,
que ocorre durante um processo irreversível, pode ser associado à mudança de um estado
menos provável para outro mais provável.
O comentário final a ser feito é que a segunda lei da termodinâmica e o princípio do
aumento de entropia têm implicações filosóficas. Aplica-se a segunda lei da termodinâmica
ao universo como um todo? Será que há processos desconhecidos por nós que ocorrem
em algum lugar do universo, tais como, "criação contínua", aos quais está associado uma
diminuição de entropia e que compensem o aumento contínuo de entropia que está
associado aos processos naturais que conhecemos ? Se a segunda lei é válida para o
universo, como ele chegou ao estado de entropia baixa? Na outra extremidade da escala,
se a todo processo conhecido por nós está associado um aumento de entropia, qual é o
futuro do mundo natural como o conhecemos?
Obviamente, é impossível dar respostas conclusivas a essa perguntas com base
apenas na segunda lei da termodinâmica. Entretanto, entendemos a segunda lei da
termodinâmica como a descrição do trabalho anterior e contínuo de um criador, que
também possui a resposta para o destino futuro do homem e do universo.
Termodinâmica - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Exemplo 6.11-1
Uma turbina a vapor opera em regime permanente com condições de entrada
P1= 0,5 MPa, T1 = 320 oC. O vapor deixa a turbina à pressão de 0,1 MPa . A perda de
calor da turbina para o meio pode ser desprezada, assim como a variação de energia
cinética e potencial. Se a eficiência isentrópica da turbina for de 75 % determine o
trabalho desenvolvido pela turbina por unidade de massa escoando pela turbina, em
kJ/kg.

hipóteses:

1 - O volume de controle envolve a turbina,


que está em regime permanente
2 - A expansão na turbina é admitida como
adiabática, as variações de energia cinética e
potencial são desprezíveis

Solução

o trabalho da turbina pode ser obtido utilizando-se a Eq. 6.11-1, que define a
eficiência isentrópica de uma turbina

W•

W v .c
= η  v .c 
• T
 • 
m  m  ISO

A figura ao lado mostra a solução no diagrama de Mollier

Das tabelas de vapor superaquecido


ou do diagrama de Mollier obtemos o
estado 1 h1=3105,6 kJ/kg e S1=7,5308
kJ/kg.K . Para o processo isoentrópico,
requerido na definição da eficiência
isoentrópica, temos que S2s = S1, e com a
pressão de 1,0 bar obtemos o valor da
entalpia, h2s=2,743,0 kJ/kg
substituindo os valores na equação,
obtemos


W v .c
• = 0,75(3105,6 − 2743,0) = 271,95 kJ / kg
m
Comentários: o efeito das irreversibilidades é uma penalização no trabalho realizado
pela turbina. O trabalho é somente 75 % do que poderia ser produzido se o processo
fosse isoentrópico. Isto está bem ilustrado em termos de diferença de entalpia no
esquema do diagrama de Mollier, h-s.
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Curso Prático & Objetivo

Exercícios
6-11)- Vapor entra em um bocal que opera em regime permanente com
P1 = 1,0 MPa, T1 = 320 oC. e com velocidade de 30 m/s. A pressão e a temperatura
na saída são P2 = 0,3 MPa e T2 = 180 oC. O processo pode ser admitido como
adiabático. A variação de energia potencial entre a entrada e a saída pode ser
desprezado. Determinar a eficiência do bocal.

6-12)- Um compressor a ar operando em regime permanente recebe ar com


P1 = 0,95 bar e T1= 22 oC. a razão de pressões entre a saída e a entrada é 6. A
transferência de calor entre o compressor e o meio ambiente é pequena e pode ser
desprezada. Sendo a eficiência isoentrópica do compressor de 85% determinar a
temperatura do ar na saída do compressor. Use o modelo de gás ideal para o ar.

6-13)- Uma pequena turbina a ar, de alta velocidade, tem uma eficiência
isoentrópica de 70 % e deve ser utilizada para produzir um trabalho de 70 kJ/kg. A
temperatura do ar na entrada é de 25 oC e a exaustão da turbina dá-se para o meio
ambiente. Qual é a pressão necessária na entrada e qual é a temperatura de saída.

6-14)- Água líquida entra em uma bomba a 25 oC e 100 kPa e sai à pressão
de 5 MPa. Se a eficiência isoentrópica da bomba é 75 % determinar a entalpia da
água na saída da bomba.

6 -15)- Ar entra num compressor isolado termicamente nas condições


ambientes, 100 kPa e 25 oC e vazão de 1,0 kg/s e sai a 200 oC. a eficiência
isoentrópica do compressor é de 70 %. Qual a pressão de saída ? Qual é a
potência necessária para acionar o compressor?.

6 -16)- Um turbo - alimentador deve ser utilizado para aumentar a pressão de


entrada de ar de um motor de automóvel. Esse dispositivo consiste de uma turbina
movida a gás de escape, diretamente
acoplada a um compressor de ar, como
mostrado na figura. Para uma dada carga do
motor, as condições são aquelas mostradas
na figura. Admitindo-se que tanto a turbina
como o compressor são adiabáticos
reversíveis, calcular:
a) A temperatura de saída da turbina e
a potência produzida.
b) A pressão e a temperatura na saída
do compressor
c) Repetir os itens a) e b) admitindo que a turbina tenha uma eficiência
isoentrópica de 85 % e que o compressor tenha 80%.

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