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Artes parecem desempenhar papel no desenvolvimento do

cérebro

Ao que tudo indica, segundo um grupo de investigadores, o ensino das artes


pode ser benéfico para os estudantes em todas as disciplinas. Nomeadamente a
música e desenho permitem desenvolver partes do cérebro que não estariam tão
activas e ramificadas se não tivessem sido estimuladas.

Os cientistas colocam assim várias questões. Será que os alunos envolvidos em


actividades artísticas apresentam maior capacidade de concentração? Será que existe
uma relação entre a música e matemática? É possível desenvolver melhores
habilidades matemáticas aprendendo a tocar um instrumento musical? Ou
desenvolver a capacidade espacial e de leitura, aprendendo a dançar ou a pintar?

Nos últimos anos, entre Educação e Neurologia tem havido cada vez mais uma
ligação. Os estudos feitos têm vindo a alterar a concepção do que é um excelente
método de ensino, pois têm revelado de que forma os processos de assimilação e
aprendizagem são efectuados. Um pesquisador encontrou uma correlação entre
estudantes que tinham sido previamente treinados em música e a sua habilidade de
fazer geometria.

Ellen Winner e Schlaug Gottfried, das Universidades Boston College e Harvard,


respectivamente, estão a estudar os efeitos que tocar piano e violino tem sobre os
estudantes. Este estudo tem demonstrado que crianças que recebem formação de no
mínimo meia hora por semana e prática de 10 minutos por dia no seu instrumento,
apresentam mudanças estruturais no cérebro e, pelo que Ellen afirma, foram melhores
em testes que exigiam destreza nos dedos. Este é um estudo de 4 anos, que tem
demonstrado a plasticidade do cérebro em crianças jovens.

Charles Limb, um médico da Universidade Johns Hopkins, e também músico de


jazz, estudou o cérebro dos músicos deste género musical. Para tal, utilizou uma
tecnologia de imagem que permitiu tirar fotos ao encéfalo destes quando se
encontravam a tocar. Descobriu assim que quando estes improvisam, algumas áreas
cerebrais apresentam-se desligadas, permitindo que a sua criatividade flua. A imagem
está tão avançada que é possível ver as diferenças, ao nível de ramificações neuronais,
entre pianistas e guitarristas por exemplo.

Segundo Michael Posner, pesquisador da Universidade de Oregon, os alunos


que mostram maior motivação e criatividade nas actividades artísticas desenvolvem
mais facilmente a atenção e a inteligência.
Mariale Hardiman, co-directora do Neuro Hopkins-Education Iniciative tem se
vindo a focar a em questões ainda mais profundas. Tendem as crianças que
estimuladas pela arte a sustentar e prolongar os seus conhecimentos académicos? E o
controlo escolar rigoroso tende a paralisar o desenvolvimento da criatividade?
Segundo Kagan de Havard “O argumento para uma educação artística é baseado não
no sentimentalismo, mas no pragmatismo”

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