You are on page 1of 9

PESQUISA:

“HÁBITOS DE CONSUMO E MEIO


AMBIENTE”

EQUIPE DE PESQUISAS - DEP


PROCON-SP

MARÇO/2007
INTRODUÇÃO/OBJETIVO

Diante da consciência de que os recursos naturais são bens inestimáveis e


finitos, vivemos o desafio de compatibilizar a garantia de qualidade de vida
para todos, com a promoção do crescimento econômico e a necessidade de
preservação ambiental.
Enfrentar esse desafio pressupõe um esforço para alterar padrões de produção
e consumo, onde estão envolvidos o governo, o setor produtivo e a sociedade
como um todo.
A Fundação Procon não poderia deixar de abordar esse tema e elaborou um
levantamento, visando identificar o comportamento do consumidor diante de
situações corriqueiras do dia-a-dia, que, de certa forma, reflita seu nível de
percepção do consumo consciente.

METODOLOGIA

As informações foram obtidas pela aplicação de questionário estruturado, via


internet (site da Fundação Procon-SP), com dez questões fechadas,
envolvendo temas como destinação do lixo doméstico, reciclagem, utilização
racional da água e energia elétrica e responsabilidade social.
A amostra é de 392 questionários, respondidos no período de 07/02/07 a
05/03/07. Não houve segmentação por sexo, faixa etária, escolaridade ou
classe social.
RESULTADOS DA PESQUISA

I - DESTINAÇÃO DO LIXO/ RECICLAGEM/ POLUIÇÃO DO AR

. Quando você compra um produto, procura saber se a embalagem é reciclável?

18,88%
29,59%
Freqüência qtd %
Sempre Sempre 74 18,88%
Nunca Nunca 202 51,53%
Às vezes Às vezes 116 29,59%

51,53%

. Você separa o seu lixo reciclável (como vidro, lata, papel, plástico, etc.)?

23,47%

35,71%
Freqüência qtd %
Sempre Sempre 140 35,71%
Nunca Nunca 160 40,82%
Às vezes Às vezes 92 23,47%

40,82%

. Costuma retornar as baterias usadas para o fabricante?

16,58%
27,55%

Freqüência qtd %
Sempre Sempre 108 27,55%
Nunca Nunca 219 55,87%
Às vezes Às vezes 65 16,58%

55,87%
. Quando você vai à praia, preocupa-se em jogar o lixo no latão disponível
ou, não havendo, leva-o para casa?

7,14%
2,81%

Freqüência qtd %
Sempre
Sempre 353 90,05%
Nunca
Nunca 11 2,81%
Às vezes Às vezes 28 7,14%

90,05%

. Você utiliza transporte público, deixando seu carro na garagem pelo menos
uma vez por semana?

13,01%

Freqüência qtd %
Sempre
Sempre 248 63,27%
23,72% Nunca
Nunca 93 23,72%
Às vezes
Às vezes 51 13,01%
63,27%
II - UTILIZAÇÃO RACIONAL DA ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA

. Você costuma deixar a torneira aberta enquanto escova os dentes?

12,76%
18,37%

Freqüência qtd %
Sempre
Sempre 50 12,76%
Nunca
Nunca 270 68,88%
Às vezes Às vezes 72 18,37%

68,88%

. O seu banho passa de dez minutos?

39,29% Freqüência qtd %


42,09% Sempre
Sempre 154 39,29%
Nunca
Nunca 73 18,62%
Às vezes
Às vezes 165 42,09%

18,62%

. Você deixa a luz acesa quando sai de um ambiente?

9,18%

38,78% Freqüência qtd %


Sempre
Sempre 36 9,18%
Nunca
Nunca 204 52,04%
Às vezes Às vezes 152 38,78%

52,04%
. Você junta uma grande quantidade de roupas para passar?

16,84%

Freqüência qtd %
11,22% Sempre
Sempre 282 71,94%
Nunca
Nunca 44 11,22%
Às vezes Às vezes 66 16,84%

71,94%

III - RESPONSABILIDADE SOCIAL E DECISÃO DE CONSUMO

. Quando escolhe seus produtos, você se interessa em saber se a empresa


tem preocupação ambiental e social?

21,94%

34,18%
Freqüência qtd %
Sempre
Sempre 86 21,94%
Nunca
Nunca 172 43,88%
Às vezes Às vezes 134 34,18%

43,88%
ANÁLISE DOS RESULTADOS

I – DESTINAÇÃO DO LIXO/RECICLAGEM/POLUIÇÃO DO AR

A consolidação dos dados apresentou resultados bastante positivos, no que diz


respeito ao recolhimento do lixo gerado na praia e ao comportamento diante
do problema da poluição do ar gerada pelo número de automóveis em
circulação.
Dentre os consumidores que responderam o questionário, 90,05% informaram
que, quando vão à praia, sempre se preocupam em jogar o lixo no latão
disponível ou, não havendo, costumam levá-lo para casa.
Quando perguntados com que freqüência utilizam o transporte público,
deixando o carro na garagem pelo menos uma vez por semana, 63,27%
responderam que fazem isso sempre.

Quando o assunto é reciclagem, os resultados não são muito animadores. A


maioria dos entrevistados não demonstra preocupação com a reutilização ou
reprocessamento dos itens descartados. Apenas 18,88% declararam que, na
compra de um produto, sempre procuram saber se a embalagem é reciclável;
51,53% declararam que nunca procuram saber.
Na pergunta que se refere à separação do lixo reciclável, temos a prevalência
dos que informaram que nunca separam o lixo (40,82%), sobre os que sempre
separam (35,71%).
Questionados, ainda, sobre se costumam retornar as baterias usadas para o
fabricante, 55,87% informaram que nunca o fazem.

II – UTILIZAÇÃO RACIONAL DA ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA

As respostas às questões relacionadas ao consumo de água e de energia


elétrica apresentaram bons resultados, na medida em que denotam maior
percepção do consumidor para a utilização racional desses recursos.
A grande maioria dos consumidores (68,88%) informou que nunca deixa a
torneira aberta enquanto escova os dentes; 52,04% responderam que nunca
deixam a luz acesa quando saem de um ambiente e 71,94% sempre juntam
uma grande quantidade de roupas para passar de uma vez.
Por outro lado, quando o assunto é tempo gasto debaixo do chuveiro, 42,09%
admitem que às vezes seu banho passa de dez minutos e 39,29% sempre
demoram mais do que dez minutos.

III – RESPONSABILIDADE SOCIAL E DECISÃO DE CONSUMO

O resultado do levantamento revela que a maior parte dos consumidores


(43,88%), quando escolhe seus produtos, nunca se interessa em saber se a
empresa tem preocupação ambiental e social; somente 21,94% responderam
que sempre se interessam.

COMENTÁRIOS

É indiscutível o empenho de algumas organizações do governo e da iniciativa


privada nas questões socioambientais, mas muito ainda há por fazer para que
se alcancem resultados efetivos.
A análise dos resultados da pesquisa indica que o consumidor já se mostra
bastante consciente em relação ao uso racional da água e da energia elétrica e
em relação à necessidade de redução da poluição atmosférica.
É necessário lembrar, contudo, que a energia elétrica e a água são itens com
peso significativo no orçamento doméstico de grande parte dos consumidores.
Nesse caso, fica difícil estabelecer qual o limite entre a necessidade de
racionalização por motivação financeira, motivação ambiental ou ambas.
Da mesma forma, embora seja claro para a maioria das pessoas que a poluição
atmosférica é um dos mais sérios problemas ambientais nas grandes
metrópoles, o cumprimento às restrições impostas pelo rodízio de veículos na
cidade de São Paulo está, em boa parte, atrelado ao receio de ser multado.
De qualquer forma, não se pode ignorar o fato de que as ações promovidas
pela sociedade civil, em defesa do meio ambiente, vêm apresentando sensíveis
avanços.
Ainda de acordo com a pesquisa, notou-se a preocupação do consumidor em
recolher o lixo nos espaços públicos, porém a destinação e reaproveitamento
do lixo doméstico e dos produtos recicláveis não parecem despertar a atenção
necessária.
Aqui cabem algumas considerações: apenas dez por cento dos municípios
brasileiros têm aterros sanitários; não existem sistemas adequados para a
coleta do lixo reciclável e o Brasil ainda não possui uma política nacional para
gestão dos resíduos sólidos.
Com base no princípio da co-responsabilidade, é obrigação do produtor, ao
conceber o produto, já pensar no seu descarte e no impacto que irá provocar
no meio ambiente.
Ao tentar devolver as baterias de telefones celulares ao fabricante, por
exemplo, o consumidor ainda encontra resistência por parte dos revendedores
e assistências técnicas. É necessário o desenvolvimento de tecnologia para que
o reaproveitamento ou reciclagem das baterias seja economicamente viável.
A discussão sobre a responsabilidade ambiental e social das empresas passou
a ganhar relevância a partir do momento em que a sociedade começou a
questionar os efeitos da globalização. Muitas corporações deixaram em
segundo plano a preocupação com o meio ambiente, com as relações de
trabalho e até mesmo com a segurança dos consumidores.
A pesquisa apontou pouco interesse do consumidor sobre esse tema, que ainda
precisa ser amplamente discutido, de modo a atender às expectativas de todos
os envolvidos: empresas, governos, consumidores, comunidades e
trabalhadores.
Diante de consumidores mais esclarecidos e exigentes, muitas empresas
perceberão que sua imagem e, consequentemente, suas vendas podem ser
seriamente abaladas.
Informar-se sobre os impactos da produção e do pós-consumo de produtos e
serviços é um instrumento fundamental para ajudar os consumidores a cumprir
sua responsabilidade. Mas para que isso ocorra, é preciso que essas
informações sejam compreensíveis, comparáveis, atestadas e que revelem
todos os aspectos impactantes da cadeia produtiva até o descarte final.

Equipe de Pesquisas – DEP – Procon-SP


21/03/07

You might also like