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"Padrão" - "Mensagem"
A técnica escolhida pelo "eu" para falar do «padrão» é partir
do geral para o particular: deixa o padrão no area (1ª
quadra); apresenta a simbologia geral do padrão (2ª
quadra); refere o valor das «Quinas» (3ª quadra) e da «Cruz»
(4ª quadra).
"Navegar não pode ser entendido apenas no sentido literal. No poema, surge, também, como
metáfora de toda a procura.
Embora "ousada", a "obra é [sempre] imperfeita", por isso a exemplaridade do herói reside,
sobretudo, na sua atitude de permanente insatisfação diante do já feito. É isto que o eleva
acima da medida humana comum.
O "eu" do poema é um herói predestinado: "A alma é divina", "O por-fazer é só com Deus", "Só
encontrará de Deus [...] / O porto sempre por achar".
O padrão não assinala a viagem conseguida, pois o importante não é chegar é partir. O padrão
é o «marco sempre penúltimo da viagem começada».
Comentários:
Este é outro dos poemas mais conhecidos de Mensagem e tal como os seus pares (Infante,
Mar Português, e Mostrengo) a linguagem é clara e quase não requer explicações.
"o mar com fim..."- o Mediterrâneo; "o mar sem fim..."- o Oceano.
"o que me há na alma (...) só encontrará, de Deus na eterna calma, o porto sempre por achar"-
irei sempre mais longe porque, por mais longe que vá, haverá sempre um porto por descobrir;
só descansarei (só encontrarei esse porto) depois de morrer.
palavras mantidas em ortografia antiga: deante= diante; signala= sinala (assinala); immenso=
imenso; portuguez= português.
OCCIDENTE Comentários:
Não voltou mais. A que ilha indescoberta "pressago"- que prediz algo, que é prenúncio
de qualquer coisa.
Aportou? Volverá da sorte incerta
Que teve? "Deus guarda(...) o futuro, mas(...) projecta-o,
Deus guarda o corpo e a forma do futuro, sonho escuro e breve"- só Deus sabe o futuro
Mas Sua luz projecta-o, sonho escuro mas (como o Destino está traçado) por vezes
E breve. permite aos homens entrevê-lo em breves
lampejos indefinidos (escuros).