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Habitação

A situação de moradores de rua, favelas e cortiços na Subprefeitura Moóca

Favelas

A subprefeitura tem atualmente 9 favelas, sendo estas 2 no distrito Moóca, 2 no Pari, 2 no Belém e 3
no Tatuapé. (Vide mapa x em anexo)

Tabela x. Favelas da subprefeitura Moóca.

Indicador Moóca MSP


Nº de favelas 4 2.018
População favelada 6.500 1.160.590
Percentual (%) da população em favelas 2,11 11,12
Taxa de crescimento anual da pop. favelada 2,11 2,87
Fonte: Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano/PMSP e Companhia de Processamento de Dados do Município de São
Paulo (PRODAM), Base Cartográfica Digital das Favelas do Município de São Paulo, 2000

Essa tabela encontra-se desatualizada, mas para efeito de análise, podemos usá-la para comentar os
bons indicadores apresentados. De toda população da subprefeitura Moóca, apenas 2% residiam em favelas
no ano 2000, hoje esse número cresceu, mas mesmo tendo se elevado, ainda é baixo com relação ao total do
município de São Paulo. Essas favelas em sua maioria encontram-se nos extremos dos distritos, praticamente
escondidas das rotas de maior circulação, concentração de residencias de médio a alto padrão, comércios,
serviços e equipamentos públicos. Isso deve-se ao fato da ausência de terrenos propícios para a instalação de
favelas nesses locais, como é o caso do Tatuapé. Sabemos que geralmente as favelas se iniciam em áreas
abandonadas, vagas ou de risco, e além do fator mencionado acima, é interessante observar que o número de
áreas de risco na Moóca é zero. Já no caso das favelas do Belém, podemos observar mais adiante que ela está
situada num local que oferece infra-estrutura para que um projeto de conjunto habitacional seja absorvido
sem maiores problemas.

Em 2008, da população total da subprefeitura, 1,07% residiam em favelas, totalizando 9.129


domicílios.

Não há obras de reurbanização nessas favelas, portanto a previsão é de que elas permacenerão ali nos
próximos anos, infelizmente, seguindo um ritmo considerável de crescimento, assim como nos últimos nove
anos. Dessas oito favelas, apenas 4 encontram-se em ZEIS (zonas especiais de interesse social). As duas do
Belém estão sob ZEIS 3, e duas do Tatuapé sob ZEIS 1. De acordo com a definição do Plano Diretor do
município de São Paulo, capítulo II, Art. 171, essas ZEIS são:

-ZEIS 1: “áreas ocupadas por populaçãode baixa renda, abrangendo favelas, loteamentos precários ou
empreendimentos habitacionais de interesse social ou do mercado popular, em que haja interesse público
expresso por meio desta lei, ou dos planos regionais ou de lei específica, em promover recuperação
urbanística, a regularização fundiária, a produção e manutenção de Habitações de Interesse Social – HIS,
incluindo equipamentos sociais e culturais, espaços públicos, serviço e comércio de caráter local.”

-ZEIS 3: “áreas com predominância de terrenos ou edificações subutilizados situados em áreas dotadas de
infra-estrutura, serviços urbanos e oferta de empregos, ou que estejam recebendo investimentos desta
natureza, onde haja interesse público, expresso por meio desta lei, dos planos regionais ou de lei específica,
em promover ou ampliar o uso por Habitação de Interesse Social – HIS ou do Mercado Popular – HMP, e
melhorar as condições habitacionais da população moradora.”

Cruzando os mapas de uso predominante do solo por quadra (vide mapa x em anexo) com o das
habitações em situação precária (vide mapa x em anexo), vemos que a maioria das favelas situadas na
subprefeitura Moóca, exceto as do distrito Tatuapé, estão na região de indústrias e armazéns antigos ou
abandonados. Essas antigas edificações, provas históricas do passado industrial da Moóca e arredores na
região central, precisam de uma revisão para que sejam preservadas, para que a região seja revitalizada e
para que a população que ocupa o local tenha melhores condições de moradia.

Cortiços

Os cortiços são opções baratas de moradia desde o século 19, e continuam sendo até hoje, no século
21. Os cortiços são procurados e habitados por pessoas com renda até R$ 700,00, que preferiram ficar
próximas da região central, e seus comércios, do que partir para as favelas da periferia. A mais densa
concentração de cortiços de toda subprefeitura encontra-se na região Brás-Belém, onde existem muitos
galpões industriais antigos.

Na subprefeitura Moóca, a situação dos cortiços é bastante diferente das favelas. São 725 cortiços
densamente espalhados nos distritos Pari, Brás, Belém, Moóca, e alguns no Tatuapé e Água Rasa. (Vide
mapa x em anexo)

Tabela x. Número de cortiços por distrito.

Imóveis Famílias %
Água Rasa 27 268 4%
Belém 194 1.926 27%
Brás 253 2.512 35%
Moóca 154 1.529 21%
Pari 93 924 13%
Tatuapé 4 40 1%
TOTAL 725 7.199 100%

Existem 5 projetos habitacionais em andamento ao todo na subprefeitura Moóca. Quatro no Pari, e


um na Moóca. O Pari tem recebido muita atenção nesse aspecto, por ser um dos setores de intervenção do
Programa de Atuação em Cortiços da CDHU, iniciado em 2006. O programa conta com três frentes de
atuação: reforma de moradias existentes, construção de novas unidades habitacionais ou compra de imóveis
disponíveis no mercado. Essa intervenção além de proporcionar melhoria na qualidade de vida dos
moradores de cortiços, ainda ajuda na revitalização da região central de São Paulo. Além da Lei de Moura,
que prevê a adequação de cortiços visando condições mais dignas, como 1 pia e 1 tanque para cada 20
habitantes, e no mínimo 1 banheiro.
Em novembro de 2008, a CDHU entregou no Pari, 85 apartamentos, construídos em terrenos
desapropriados na rua Canindé e na rua Hanemann, totalizando o investimento de 3,8 milhões de reais. Os
apartamentos tiveram projetos diferenciados, são três opções: 29 quitinetes com 24m², 31 apartamentos com
um dormitório e área de 35m², e 25 com dois dormitórios e área de 48m². Na época da entrega deste conjunto
habitacional, estavam sendo construídos mais 950 apartamentos na região Central. Fato que a entrega dessas
unidades habitacionais está relacionada com o maior número de cortiços extintos desde 2006, conforme a
tabela abaixo.

Tabela x. Cortiços extintos por ano.

2006 2007 2008


Cortiços extintos 54 75 164
Na Moóca, em 2007, haviam 576 cortiços. Atualmente a tabela indica uma realidade diferente. O
mesmo Programa que entregou os apartamentos no Pari, na época estava reformamando 158 cortiços, que
beneficiaram 829 famílias, 100 cortiços tiveram mudança de uso e 55 foram adaptados e desadensados, e 678
famílias foram encaminhadas para empreendimentos do CDHU.

Conjuntos Habitacionais

Tabela x. Conjuntos habitacionais.

Conjunto habitacional Distrito Responsável Área


Brás I Brás COHAB 6247,16
Brás II Brás COHAB 9381,74
Brás III Brás COHAB 12096,85
Brás IV Brás COHAB 10439,36
Brás IX Brás COHAB 9820,18
Brás V Brás COHAB 5595,56
Brás VI Brás COHAB 3317,39
Brás VII Brás COHAB 5163,37
Brás VIII Brás COHAB 9975,5
Brás X Brás COHAB 7787,65
Brás XI Brás COHAB 7259,21
Bresser I Moóca COHAB 6800,96
Bresser II Moóca COHAB 4621,73
Bresser III Moóca COHAB 4509,45
Bresser IV Moóca COHAB 6756,95
Bresser V Moóca COHAB 6398,79
Bresser XIV Moóca COHAB 3646,26
Casarão Celso Garcia Belém COHAB 9979,37
Madre de Deus Moóca COHAB 1394,46
Parque Carrão Tatuapé COHAB 17683,17
SP-Belém A Belém CDHU 2401,31
SP-Belém G Belém CDHU 593,74
SP-Belém H Belém CDHU 897,17
SP-Belém I Belém CDHU 1277,30
SP-Belém J Belém CDHU 1014,32
SP-Belém K Belém CDHU 1406,19
SP-Belém L Belém CDHU 736,24
SP-Brás A Brás CDHU 4129,25
SP-Brás E Brás CDHU 3374,40
SP-Brás F1 Brás CDHU 1595,70
SP-Brás F2 Brás CDHU 2048,94
SP-Brás G1 Brás CDHU 1580,08
SP-Brás G2 Brás CDHU 2198,47
SP-Brás L Brás CDHU 3630,19
SP-Brás M Brás CDHU 1239,82
SP-Moóca A Moóca CDHU 4680,19
SP-Moóca B Moóca CDHU 2789,00
SP-Moóca C Moóca CDHU 2504,87
SP-Moóca D Moóca CDHU 2562,08
SP-Moóca E Moóca CDHU 2308,20
SP-Pari A Pari CDHU 6161,71
SP-Pari D Pari CDHU 961,89
SP-Pari E Pari CDHU 1119,98
SP-Pari F Pari CDHU 428,52
SP-Pari G Pari CDHU 617,51
Fonte: Habisp.

Total de conjuntos habitacionais: 45.

Os conjuntos Bresser I, Bresser II, Bresser III, Bresser IV, e Bresser V, localizados nas ruas Doutor
Almeida Lima, rua Visconde de Parnaíba, rua Bresser, e rua Inácio de Araújo. totalizaram por volta de 5.220
moradores beneficiados.

Tecnologia

Um fato interessante é a tecnologia empregada pela CDHU no conjunto entregue na Mooca, as 5


torres (524 unidades) o sistema PLC, que permite que dados de voz e imagem sejam transmitidos através da
rede elétrica comum. E as informações como consumo de água e energia, são enviadas via satélite para a
central da CDHU.

Moradores de Rua

Principalmente na região central, nota-se a presença de moradores de rua. Alvos de constantes


reclamações em sua maioria por parte dos comerciantes, os moradores de rua trazem um ar degradado ao
local, mesmo que este não esteja. Muitos comerciantes tentam vários métodos para espantarem e inibirem os
moradores de rua das calçadas de seus pontos comerciais, podemos mencionar um que instalou um cano,
furou, e criou uma goteira constante, que molhando a calçada, impedia que moradores ali permanecessem.

No Largo do Bom Parto, no Tatuapé, comerciantes reclamam da presença de moradores de rua que
tem acumulado lixo, usando árvores como guarda-roupas e varais, e deixado colchões nos caminhos de
passagem. Isso conseqüentemente diminui o número de pessoas que visitam a praça. Além disso, a feirinha,
que antes contava com 40 barracas, hoje tem pouco mais de 10. O Largo do Bom Parto é um local agradável,
rodeado por escolas infantis, comércios, a barraca de frutas, e a igreja Nossa Senhora do Bom Parto. Não
podemos nos esquecer que a diminuição de fluxo de pessoas num local, acaba resultado no aumento da
criminalidade, e isso não pode acontecer ali, e nem em outros lugares, senão em breve a praça estará
abandonada, afetando todo o entorno.

Os moradores de rua não participam do censo do IBGE, o que não nos permite ter uma informação
exata. Mas FIPE em 2000, contou por volta de 8.088 moradores, e em 2007, 18.000, traçando um perfil dessa
população, que em sua maioria são homens com a idade média de 40 anos e negros.

Na subprefeitura Mooca existem alguns albergues que oferecem comida, banho, roupas e dormitório
para moradores de rua. Segue a lista:

- Arsenal da Esperança
Rua Dr. Almeida Lima, 900 – Brás
-Associação Recilázaro
Rua do Gasômetro, 821 – Brás
-Cor-Ação
Av. Alcântara Machado, 91 – Brás
-São Camilo I
Av. Celso Garcia, 3316/2440 – Mooca
-São Camilo II
Rua Ivaí, 187 – Mooca
-Casa de Simeão
Rua Assunção, 480 – Brás
-São Lázaro
Rua José de Alencar, 104/108 – Brás

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