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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEEVALE

PAOLA BENEDETTO

IMPORTAÇÃO: DA TEORIA A PRÁTICA

NOVO HAMBURGO, 2009


PAOLA BENEDETTO

IMPORTAÇÃO: DA TEORIA A PRÁTICA

Centro Universitário Feevale


Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas
Curso Superior de Tecnologia em Comércio Exterior
Relatório de Pesquisa

Prof: José Carlos Lehn


Prof: André Viana

Novo Hamburgo, 26 de novembro de 2009


SUMÁRIO

OBJETIVOS......................................................................................................................5

RESUMO...........................................................................................................................6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................7

DESCRIÇAO DO CONTEXTO

1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA..................................................................9

2 MERCADO......................................................................................................11

3 DIA A DIA NA EMPRESA.............................................................................12

4 ASPECTOS NEGOCIAIS................................................................................14

5 ASPECTOS DOCUMENTAIS........................................................................16

6 ASPECTOS LEGAIS.......................................................................................17

7 ASPECTOS CAMBIAIS..................................................................................18

FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA

8 IMPORTAÇAO...............................................................................................19

9 ORGANISMOS INTERVENIENTES NO COMÉRCIO EXTERIOR...........23

10 IMPOSTOS E TAXAS DA IMPORTAÇÃO................................................27

11 ASPECTOS NEGOCIAIS.............................................................................30

12 ASPECTOS DOCUMENTAIS.....................................................................42

13 ASPECTOS LEGAIS....................................................................................50

13.1 SISCOMEX.................................................................................................50

13.2 LEGISLAÇÃO DE IMPORTAÇÃO..........................................................54

13.3 ASPECTOS OPERACIONAIS..................................................................68

13.4 DRAWBACK.............................................................................................82

` 14 ASPECTOS CAMBIAIS...............................................................................87

ANÁLISE CRÍTICA: TEORIA x PRÁTICA


15 IMPORTAÇÃO..............................................................................................93

16 ASPECTOS NEGOCIAIS.............................................................................94

17 ASPECTOS DOCUMENTAIS......................................................................97

18 ASPECTOS LEGAIS.....................................................................................99

19 ASPECTOS CAMBIAIS..............................................................................100

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................101

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................103
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OBJETIVOS

Estudar uma organização ligada às operações de importação, observando e


analisando os aspectos negociais legais, cambiais e documentais. Observar também o
funcionamento da área de importação de uma organização, mesmo sendo esta
terceirizada, como no caso da Partners Comex, analisando a sua relação com clientes e
fornecedores bem como sua prática administrativa estabelecendo comparação com o
que está sendo proposto no referencial bibliográfico perante o tema. Ou seja, realizar
pesquisa bibliográfica sobre o tema importação, com foco nos aspectos negociais,
documentais, legais e cambiais, a fim de fazer a observação prática no setor de
importação, e com base nos dados adquiridos na pesquisa poder realizar
questionamentos a respeito das operações que são realizadas, e após ambas as partes
concluídas, estar apto a relacionar a vivencia prática com o referencial teórico, fazendo
observações pertinentes e apontamentos de melhorias quando necessário.
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RESUMO

As importações existem devido à busca por produtos mais baratos ou produtos que não
podem ser fabricados dentro do território nacional. Mas muitas vezes os produtos
estrangeiros geram uma concorrência desleal em relação aos produtos nacionais, por
isso muitas vezes são usadas barreiras comercias, além disso, muitos produtos precisam
de LI para entrar no território nacional, por isso, é muito importante que a NCM da
mercadoria esteja correta, pois é a NCM que determina se a mercadoria necessita ou não
de LI, ou algum tratamento administrativo especial, bem como a sua tributação. No
processo de importação, cabe ao importador verificar a documentação para se certificar
que eles estão corretos, e assim evitar multas e complicações junto a receita. Depois que
a mercadoria chega ao local de destino, é registrada a DI, e feito o desembaraço, o que
caracteriza a nacionalização da carga e o término do processo.

Palavras Chave: Importação; NCM, LI, DI, Nacionalização


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INTRODUÇÃO

A empresa Partners Comex Importadora, Exportadora e Consultoria foi criada


em 2006 na cidade de Novo Hamburgo – RS. A empresa presta serviços na forma de
um escritório de importação que faz o papel do departamento de importação para
empresas que não possuem esse setor dentro da sua estrutura física, além de realizar
importações no seu próprio nome para empresas que não querem ter toda a burocracia
de se registrarem como importadoras junto a Receita Federal.
Durante o período de observação na empresa, foram acompanhadas e realizadas
junto a um supervisor, as rotinas de importação, desde a negociação para o
desenvolvimento de um produto entre comprador e vendedor, orçamento de importação,
para ver se vale a pena importar ou não, o fechamento do negócio, analise documental,
acompanhamento da situação da carga junto ao despachante até o desembaraço e
nacionalização da carga, até a mesma ser entregue ao comprador.
Além disso, houve processos, como verificação e solicitação de LI e o
desembaraço e nacionalização da carga, que são feitas por um despachante, e não pela
Partners, desse modo eles não puderam ser observados, mas foram comentados e
embasados pelos funcionários da Partners.
Todos os processos observados na prática dentro da Partners Comex foram então
comparados com dados do referencial teórico, obtidos através de pesquisa em obra de
autores como Bizelli, Luz, Ratti, Hartung, etc. e sites como o do Ministério da Fazenda,
Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Internacional, entre outros, que
falam sobre a necessidade e a importância de se importar, os aspectos documentais,
legais, negociais e cambiais envolvidos nesse processo, como ele afeta a economia do
país tanto de forma positiva quanto negativa, e nesse ultimo caso, as medidas
protecionistas tomadas pelos governos, e também como todos esses fatores afetam o
comércio e as relações internacionais dos países.
A pesquisa, a observação na prática, e a comparação teoria x prática, fala
também dos diferentes aspectos que estão ligados ao comércio internacional; negociais,
documentais, legais e cambiais. Chamando a atenção para pontos como as diferentes
culturas e hábitos e a influencia que elas têm sobre as negociações. Os INCOTERMS e
sua função para a padronização e maior segurança na hora de negociar. Os fatores
importantes a serem analisados na hora de escolher o meio de transporte a ser utilizado,
e as principais vantagens e desvantagens dos principais tipos de fretes, bem como as
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diversas formas de pagamento, como fazer a opção correta e meios de se proteger e


evitar o não envio da mercadoria, ou da carga errada ou danificada.
No ponto de vista documental, são apresentados todos os documentos existentes
no processo, e a maneira como o importador deve participar da sua confecção e análise,
para evitar que eles sejam feitos de maneira incorreta pelo exportador e enviados para o
importador, o que gera complicações junto a receita e pagamento de multas.
No âmbito, legal, falarei sobre as barreiras comerciais, que são adotadas para
dificultar a entrada de mercadorias estrangeiras que prejudicam o produto nacional, e
conseqüentemente à economia Brasileira. Também falarei sobre o SISCOMEX
Importação e como ele facilita as importações, além da emissão da DI, declaração de
importação.
No item referente ao mercado cambial, será falado a respeito de taxas de câmbio,
cotação, mercado cambial, operação de cambio, etc.
Além disso, também serão apresentados os órgãos intervenientes do comércio
exterior e suas funções, como o regime de Drawback, mesmo sendo uma ferramenta de
exportação, interfere nas importações, e sobre as taxas e impostos cobrados nesse tipo
de operação.
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1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

A empresa Partners Comex Comercial Importadora Exportadora e Consultoria


(Anexo 1) foi criada em 2006 por Francine Ramona Haag e Mario E. Muller Neto. Na
cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul.
Os dois se conheceram no tempo em que estudavam na Fundação Evangélica de
Novo Hamburgo, e desde então falavam em um dia abrir um negócio juntos.
Depois que se formaram Francine foi morar nos Estados Unidos, e depois em
Canela e Gramado, seguindo no meio do Turismo e Hotelaria. Já Mario se formou em
Administração, e trabalhava com venda de couro. Assim, os dois acabaram perdendo o
contanto.
Alguns anos depois, Francine se mudou para Novo Hamburgo e começou a
trabalhar com importação, e assim os dois voltaram a ter contato direto, depois de
algum tempo, decidiram sair de seus empregos e jutos abrir um negócio próprio.
Na época foi feita uma pesquisa sobre as necessidades do mercado, e os dois
verificaram a possibilidade de abrir um escritório de importação para que pequenas
empresas, ou empresas que realizavam importações esporádicas, pudessem atuar no
mercado externo sem arcar com o custo de ter um departamento de importação.
Surgia assim a Partners Comex, um escritório de importação que faz o papel do
departamento de importação para empresas que não possuem esse departamento dentro
da sua estrutura, além de realizar importações no seu próprio nome para empresas que
não querem ter toda a burocracia de se registrarem como importadoras junto a Receita
Federal. Desse modo a Partners importa a mercadoria no seu nome e depois realiza a
venda no mercado interno para a empresa que deseja o produto. Todo o trabalho de
Despachante Aduaneiro é terceirizado.
Todos produtos importados pela Partners vem da China. Um diferencial, é que o
produto é desenvolvido especialmente para o cliente, com intermédio da Partners
Comex entre o importador e o exportador, o que torna o produto personalizado, como se
fosse feito no Brasil.
Atualmente a Partners Comex conta com cerca de oito clientes fixos e entorno
de quinze fornecedores. E importa diversas mercadorias, como por exemplo; peças para
metalúrgicas, miçangas, tecidos, móveis e componentes moveleiros, artigos esportivos,
etc.
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Segundo Francine Haag, quanto mais valor agregado tiver o produto, maior a
diferença do valor do material importado para o do mercado interno, isso se deve a mão
de obra barata da China, e ao fato dos chineses importarem matéria prima para vender o
produto acabado. Assim, quanto mais valor agregado mais lucratividade a importação
proporciona ao comprador.
Na Partners, a apresentação do produto ao cliente e inicio das operações de
importação, se da de duas formas:
Na primeira, quando ocorrem feiras de produtos na China, a Francine vai
participar da feira e faz contato com os fornecedores antigos e busca novos contatos,
assim, quando volta para o Brasil vai visitar os clientes e mostrar os catálogos e
novidades apresentados nas feiras.
Na segunda maneira, o próprio cliente traz o modelo do produto que quer, e a
Partners vai buscar um fornecedor, tanto antigo quanto um novo fornecedor, para
produzir a mercadoria que o cliente deseja.
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2. MERCADO

O mercado com o qual a Partners Comex faz os seus negócios, é a China, esse
país foi o escolhido devido ao preço, diversidade e qualidade crescente de seus
produtos. Atualmente existem planos da empresa de expandir os seus negócios para os
Emirados Árabes, para buscar ainda mais diversidade de produtos, especialmente na
parte de decoração, mercado no qual a China não é muito forte.
Assim, as principais vantagens oferecidas pela China são: Competitividade –
Produtos customizados com preços imbatíveis e estabilidade macroeconômica;
Qualidade – Nível internacional de qualidade que atende clientes exigentes e padrões
rigorosos. ex.: ISSO; Escala – Quantidade e distribuição em escala global, reduzindo
custos, prazos e atendendo o mundo inteiro; Tecnologia – Capacidade de produzir
usando a mais alta tecnologia em produtos sofisticados e inovadores.

Comércio Internacional Brasil e China


(U$ Bilhões) China Brasil
Exportações 762 118
Importações 660 74
Saldo Comercial 102 44
Comércio/ PIB 64% 25%

Quadro 1: Comércio Brasil e China


Fonte: MDIC

Além disso, a Partners Comex atua como uma empresa comercial importadora e
exportadora e consultoria. As empresas dessa área, são empresas que têm como objetivo
social a comercialização, podendo comprar produtos fabricados por terceiros para
revender no mercado interno ou destiná-los à exportação, assim como importar
mercadorias e efetuar sua comercialização no mercado doméstico, ou seja, atividades
tipicamente de uma empresa comercial.
Uma empresa comercial exportadora/importadora tem sua constituição regida
pela mesma legislação utilizada na abertura de qualquer empresa comercial ou industrial
para operar no mercado interno, sem nenhuma exigência quanto a sua natureza, capital
social ou registro especial.
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3. DIA – A - DIA NA EMPRESA

A observação das operações da empresa foi feita no mês de Novembro,


quando não ocorreram embarques efetivos devido a elevação do custo do frete de fim de
ano. Assim nesse período são finalizados os pedidos e a documentação, sendo feitos os
embarques apenas em Janeiro ou Fevereiro, quando o valor dos fretes volta a baixar.
Porém, foi possível verificar a negociação entre a Partners/importador com o
fornecedor, o desenvolvimento de alguns produtos, a realização de cotações e
encomenda da mercadoria.
Nesse trabalho serão apresentadas as rotinas de importação realizadas pela
Partners, desde a negociação com o fornecedor, o desenvolvimento do produto,
conferencia da documentação, até a chegada da mercadoria ao Brasil, desembaraço,
nacionalização da carga e entrega da mesma ao cliente.
É importante salientar, que todos os processos citados não foram somente
observados, mas também desenvolvidos por mim com a supervisão de Francine
Ramona Haag, e que os principais processos serão detalhados ao longo do trabalho,
seguindo a divisão de aspectos negociais, documentais, legais e cambiais.

Dia 9/11/09
- Explicação da fundação da empresa
- Explicação Geral das rotinas e procedimentos da empresa

Dia 10/11/09
- Cotação de pedido de bolas de Paint Boll por um fornecedor (preço muito alto).
- Cotação de pedido de bolas de Paint Boll com um 2º fornecedor (preço não
compensatório).
- Inicio de negociação para redução do preço das bolas de Paint Boll.
- Cotação de pedidos para hardwares de gavetas (apresentação do preço e do produto
para o cliente dia 11/11/09.

Dia 12/11/09
- Referente ao pedido de Bolas de Paint Boll um fornecedor não quis negociar uma
baixa nos preços. E o segundo negocia a diminuição do preço versus um aumento na
quantidade do pedido.
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- Mandado e-mail para fornecedores pedindo a Cotação de diversos produtos para 2


clientes para verificar se vale a pena a importação. Além de packing details para saber a
quantidade que pode ser importada e a maneira que a mercadoria é acondicionada. E a
HS da mercadoria.
- Um cliente não pagou os 70% do valor da mercadoria que ficaram acordados para
serem pagos antes do embarque. Assim a carga estava pronta e parada no porto, o que
atrasou a mercadoria. OBS: A companhia responsável pelo transporte dessa mercadoria
não era a Partners, eles ficaram responsáveis apenas pela negociação do produto.
- Um fornecedor de toalhas plásticas para mesa mandou amostras de produtos que
foram embarcados, porém as amostras vieram erradas e com menor qualidade.
Passamos e-mail para ver se o produto está vindo errado no contêiner, e para cobrar as
amostras corretas e passar para o cliente.

Dia 13/11/09
- Fizemos cotações sobre importação de puxadores e suportes de gavetas.
- Fizemos cotação de preços de ferramentas para manutenção de máquinas de uma
metalúrgica.

Dia 20/11/09
- Fizemos cotações
- Negociação de preços.

Dia 26/11/09
- Tirei dúvidas
- Verifiquei informações que percebi que faltaram na hora de redigir o relatório
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4. ASPECTOS NEGOCIAIS

A China possui uma cultura completamente diferente do Brasil, e por isso suas
práticas comerciais e produtivas também são completamente diferentes. Um exemplo
disso, aplicado a produção, está no fato de que na China não se trabalha com estoques,
eles só iniciam a produção quando é feito o pedido. Assim, na negociação de preços,
primeiro eles querem ter uma estimativa da quantidade a ser importada, para só depois
iniciar a negociação para redução de preços
Quando o fornecedor chinês ainda não possui clientes no Brasil é mais fácil de
negociar com ele, pois ele quer entrar no mercado brasileiro, e acabam elegendo a
pessoa que está fazendo contato com eles como uma espécie de representante comercial.
Já com empresas que já atuam no mercado brasileiro a negociação é um pouco mais
dificil.
A parte mais complicada de se negociar com os chineses, é, segundo Francine,
fazer com que eles entendam as necessidades do mercado brasileiro e as exigências
documentais. Por exemplo, toda fatura e packing list devem estar carimbados e
assinados com caneta preta ou azul, mas a empresa chinesa só mandava os documentos
carimbados, pois para eles o carimbo já é uma assinatura. Então explicar essa diferença
para eles e receber os documentos adequados levou certo tempo.
Dentro das rotinas da Partners, a negociação inicia com o cliente passando para a
Partners o produto que está interessado em importar. Quando a Partners recebe o
produto com as especificações do cliente, ela busca na China fornecedores para esse
produto. Depois de localizados os fornecedores, são enviados amostras do produto para
a china, lá o fornecedor faz uma amostra do produto e manda de volta ao Brasil.
De posse dos protótipos, é feita a simulação de custos da importação, para
verificar se ela é viável frente ao custo do produto no mercado interno. Após todas as
cotações são enviadas para o cliente, que decide se vai fazer a importação ou não, e com
qual fornecedor.
Durante o estágio foi encomendado por uma empresa barrinhas de metal que são
usados para fazer porcas, parafusos e estruturas para serem usadas em prédios e demais
construção, porém na China eles são produzidos e usados em metros, já no Brasil são
em polegadas, assim teve que ser negociado com eles uma produção especial de acordo
com as necessidades do mercado brasileiro.
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Em termos de INCOTERM, o mais usado pela Partners é o FOB, pois a maioria


das importações feitas é marítima, devido às grandes quantidades de mercadoria
importadas, e ao preço dessa modalidade de transporte ser muito mais em conta do que
as outras.
Porém, quando são importadas amostras para os pedidos, ou quando é necessário
importar peças de reposição, a modalidade usada é a aérea, pois as quantidades são
menores, não valendo a pena fechar um container, além disso, nesses casos existe uma
maior urgência em trazer o material para o Brasil, e o transporte aéreo é bem mais
rápido que o marítimo, então opta-se por essa modalidade. No caso do embarque aéreo,
o INCOTERM mais utilizado pela Partners é o FAC.
Na modalidade de transporte marítimo, a mercadoria leva em torno de 33 dias
para chegar ao Brasil, somados a esse tempo, o tempo geral do processo de negociação
e produção (fabricação + aduana Chinesa + frete marítimo + desembaraço + entrega
rodoviária), o processo leva em torno de 80 dias.
Já na modalidade aérea, o avião com a carga leva entre 5 e 7 dias, e o processo
geral (fabricação + aduana Chinesa + frete marítimo + desembaraço + entrega
rodoviária) leva em torno de 54 dias.
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5. ASPECTOS DOCUMENTAIS

Depois de aprovado o pedido, a Partners envia o PO (Purchase Order) para o


fornecedor. Quando o PO (Anexo 2) chega para o fornecedor esse envia para a Partners
a Proforma Invoice (Anexo 3), que é revisada e corrigida pela Partners, pois na maioria
das vezes ela vem incorreta devido as diferenças culturais e de legislação entre os
países.De posse da Pro Forma, a Partners inicia a analise de todos os processos da
importação, inclusive a classificação fiscal da mercadoria. Muitas vezes, a NCM da
mercadoria já é fornecida pelo próprio cliente da Partners, que só verifica se a NCM
está correta, quando o cliente não sabe a NCM do produto, ou se verifica que ela não
está adequada, a Partners busca a correta classificação da mercadoria. Depois da
Proforma Invoice, é feita a Comercial Invoice (Anexo 4), que da caráter definitivo aos
termos acordados na Proforma. Assim, com posse da Invoice, o cliente paga a primeira
parcela, que permite que o fornecedor na china de inicio a produção.
Enquanto é feita a produção na China, no Brasil é trabalhado em cima da Invoice
e do Packing List (Anexo 5), além disso, a Partners fornece os dados do agente de carga
para o importador e do importador para o agente de cargas, para que esses acertem os
detalhes da entrega da mercadoria. Como a empresa Partners não é despachante,
documentos como DI e a LI são feitas pelo despachante, mas a Partners acompanha esse
processo.
Após, é feito o booking do navio, e é passada ao cliente a previsão do embarque
da mercadoria. A partir daí é feito o pagamento da 2º parcela de acordo com o acordado
com o exportador. Depois, é feita a verificação da BL (Anexo 6), e o acompanhamento
do status do navio desde a sua saída da China até a chegada ao porto no Brasil.
Depois de tudo pago, o exportador libera os documentos, que podem chegar por
FEDEX. DHL, TNT, etc. No jogo de documentos que chagam para a Partners constam
3 BL originais, 3 BL não negociáveis, 3 faturas e 3 Packing List. Esse jogo de
documentos leva em torno de 1 semana para chegar ao Brasil, e fica em poder da
Partners até que o cliente pague os honorários. Depois que o cliente efetua o pagamento
para a Partners, eles liberam a documentação para o despachante. Na chegada do navio
ao porto, o cliente é notificado, e o processo de despacho é acompanhado pela Partners
junto ao despachante, que registra a DI. Quando a mercadoria é liberada e
nacionalizada, a Partners emite a Nota Fiscal e cuida do transporte da mercadoria até o
cliente.
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6. ASPECTOS LEGAIS

No inicio do processo de implantação do Siscomex Importação e registro no


Radar, a transição foi bem complicado, pois até mesmo na receita as pessoas estavam se
adaptando ao novo modelo e não sabiam dar informações corretas sobre os
procedimentos a serem tomados pelos importadores, assim, até os importadores
conseguiram se adaptar corretamente ao sistema foi um período bem conturbado,
inclusive para a Partners. Inclusive, os sócios precisavam ir várias vezes até a receita
que não sabia informar os procedimentos a serem tomados.
Porém depois que o processo foi feito, e o registro no RADAR foi feito, o sócio
gerente, diz que o processo melhorou muito, e tornou as atividades econômicas
envolvidas na importação ficaram bem mais seguras, tanto para o País como para a
população, pois com o cartão uma pessoa é responsável pelo processo, com o número
do seu CPF, e não uma empresa com um CNPJ, o que dificulta fraudes no processo.
Então, agora sim o Siscomex Importação está atendendo às suas expectativas
citadas na teoria, de tornar o processo mais ágil e seguro.
Ainda é preciso lembrar que um membro da Partners (Mario – sócio gerente),
assim como responsáveis por outras empresas que trabalham com o comércio
internacional, precisa renovar o seu cadastro junto à receita como responsável por
operar no Siscomex. Esse cadastro tem a validade de 1 ano, e legaliza as operações da
empresa, devendo assim, ser sempre renovado de ano em ano.
Dentro dos aspectos legais, os produtos importados pela Partners não tem o
beneficio do Drawback, pois essa é uma modalidade através da qual se pode importar
mercadorias, para que sejam destinadas a produção, composição, transformação,
beneficiamento e acondicionamento de produtos brasileiros. E a vantagem de se
importar da China, é justamente no produto com valor agregado, pois sua mão-de-obra é
muito baixa, inclusive eles importam matéria prima para transformá-la em produto
acabado
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7. ASPECTOS CAMBIAIS

Primeiramente as operações de câmbio passam por uma cotação (Anexo 7), para
se verificar o valor da moeda estrangeira, e se fazer uma simulação da compra do
produto, para se verificar a vantagem ou não de se importar o produto
Depois de entregue a mercadoria para o cliente aqui no Brasil, a Partners, de
posse de todos os valores pagos no processo de importação faz o custo real de cada peça
e, assim, chega ao custo final da importação (Anexo 8).
Esse preço real pode sofrer pequenas alterações em relação ao orçamento do
inicio do processo, devido a alterações do dólar. Geralmente fica um pouco a baixo do
valor do orçamento, pois quando esse é feito, a Partners joga o valor do dólar um pouco
para cima, pois acham preferível ter um orçamento mais alto que o valor real, do que
fazer um com valor mais baixo no orçamento e depois cobrar um preço muito maior que
o previsto do cliente.
Geralmente o pagamento ocorre da seguinte maneira, 30% para início da
produção, e os outros 70% para embarcar a mercadoria. Usando como modalidade de
pagamento a transferência bancária/contrato de câmbio, o que gera a necessidade de um
banco para mediar a situação do pagamento e acaba dando maior segurança às partes
envolvidas.
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8 IMPORTAÇÃO

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior


(2009), A importação compreende a compra de produtos do exterior observadas as
normas comerciais, cambiais e fiscais vigentes. O processo de importação se divide
basicamente em três fases: administrativa, fiscal e cambial. A parte administrativa está
ligada aos procedimentos necessários para efetuar a importação, que podem variar de
acordo com o tipo de operação e mercadoria. A fiscal compreende o despacho
aduaneiro, pagamento dos tributos e retirada física da mercadoria da Alfândega. Já a
parte cambial está voltada para a transferência de moeda estrangeira por meio de um
banco autorizado a operar em câmbio.

O processo de importação se divide em três fases: administrativa, fiscal e


cambial. A administrativa está ligada aos procedimentos necessários para
efetuar a importação que variam de acordo com o tipo de operação e
mercadoria. A fiscal compreende o despacho aduaneiro que se completa com
o pagamento dos tributos e retirada física da mercadoria da Alfândega. Já a
cambial está voltada para a transferência de moeda estrangeira por meio de
um banco autorizado a operar em câmbio. (MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA A COMÉRCIO EXTERIOR, 2009).

Bizelli e Barbosa (1997), afirmam que o comércio Internacional, é o setor de


primordial importância tanto para os países menos desenvolvidos, como para os países
que atingiram estágio superior de desenvolvimento. Nos primeiros, os governos estão
conscientes de que, da expansão do intercâmbio comercial e da melhoria das condições
de troca, muito depende o crescimento econômico; nas nações mais poderosas, os
esforços são renovados, visando a melhor posição no mercado internacional, necessárias
a manutenção do ritmo de desenvolvimento e, assim, do prestígio de que desfrutam
entre as demais nações. Indistintamente, portanto, países pobres e países ricos lutam
para obter no comércio exterior recursos que favoreçam o incremento de suas
importações de bens de capital, serviços e bens de consumo, indispensáveis para o
progresso social e à elevação dos padrões de vida e suas populações.
Segundo Werneck (2001), importação é a entrada da mercadoria estrangeira no
território nacional. Essa entrada pode ser por um prazo limitado (admissão temporária)
ou a título definitivo. A importação definitiva significa integrá-la à massa de riquezas do
país, com a transferência da propriedade do bem para qualquer pessoa aqui estabelecida.
Já a importação não-definitiva se dá quando não ocorre a nacionalização, após
determinado período de permanência no país, são reexportadas.
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Denomina-se importação a entrada a entrada de mercadorias em um país


provenientes do exterior. Da mesma forma como ocorre na exportação, essa importação,
poderá compreender, também, os serviços ligados a aquisição desses produtos no
exterior, como: fretes, seguros serviços bancários, etc. (RATTI, 1997).
Por serem transações com empresas de outros países, as importações envolvem
interesses específicos para o controle e a intervenção dos órgãos governamentais, que
vão além dos adotados no acompanhamento das operações de compra e venda no
mercado interno. O controle das operações de importação envolvem basicamente a
arrecadação tributária, a prevenção de evasão de divisas, o equilíbrio da balança
comercial e a concorrência com o similar estrangeiro (BIZELLI, 2006).
No Brasil, mesmo que estabelecem uma relação desfavorável na balança
comercial, as importações têm sido usadas como instrumentos da política econômica no
controle e estabilização dos preços internos, além de proporcionar a modernização dos
processos industriais, influenciando diretamente na qualidade dos produtos brasileiros.

No mundo atual, com o advento da globalização e da internet, os negócios


internacionais tem surgido como uma fonte inesgotável de possibilidades de
crescimento, acesso a mercados, possibilidades de ganho e realizações. Esse
mercado tem um enorme potencial a ser explorado por empresas brasileiras.
(HARTUNG, 2002, p57)

Campos (1990), afirma que a importação se constitui na mais antiga forma de


tributação do Brasil e é responsável pelo seu desenvolvimento econômico. O seu
desempenho no crescimento da produção industrial brasileira se prende as medidas
adotadas na seleção dos bens importados, no tocante à sua essencialidade e ao
tratamento fiscal de defesa e de apoio aos produtos nacionais similares.
Os motivos que levam um país a importar, variam entre a busca pela redução de
custos, formas de pagamento diferenciadas, preço competitivo, maior qualidade,
inovação tecnológica, inexistência de similar nacional, exigência do cliente, prazo de
entrega, acordos comerciais, conceito de marca/ status, etc.

A empresa ou pessoa física interessada em importar, deverá informar-se


previamente sobre a mercadoria, as condições de compra, a viabilidade de
venda no país, a possibilidade de adquirir produto nacional em condições
iguais ou mais vantajosas, antes de cadastrar-se como importador.
(VAZQUEZ, 2006, p. 109).

Atualmente, o Brasil teve a necessidade de aumentar a sua cota de importação de


gás boliviano, devido ao aumento da demanda da indústria. Esse fato foi apontado por
uma reportagem do jornal Folha de São Paulo do dia 07 de outubro de 2009. Segundo a
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reportagem, a Petrobras informou nesta que a importação de gás boliviano voltou a


crescer no início de outubro. Segundo o gerente executivo de marketing, a recuperação
da atividade industrial, aliada a despachos extras em usinas termelétricas e testes nos
terminais de GNL (Gás Natural Liquefeito), fez com que as importações aumentassem.
A importação, também pode se dar na forma de um reimportação, que vem a ser
o retorno a um país de mercadorias de sua produção anteriormente remetidas a um
segundo país, após maior ou menor grau de transformação realizada por este último.
Algumas causas básicas para esse processo apontadas por Ratti (1997) são:
Incapacidade técnica de transformação eficiente; pleno emprego dos fatores de
produção, semitransformação ou transformação demasiado onerosa, diferenças no
mercado de trabalho (salários, qualificação técnica da mão-de-obra).
Porém, é necessário que no comércio internacional, o comprador e o vendedor
devem obedecer as leis internas de seus países e os parâmetros legais ditados pelo
ordenamento jurídico internacional.
Ratti Assim, sempre que uma empresa deseja importar um produto ou serviço,
cabe salientar que existe a possibilidade de que os produtores internos do país
importador sejam submetidos a um maior grau de competitividade, refletindo
diretamente na economia e nos aspectos administrativos e fiscais da importação regidos
pelo governo.
Apesar do Brasil depender muito de importações, foi segundo a reportagem
Preservar o livre comércio do dia 14 de julho de 2009 publicado no Estadao, foi
apontado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) como um dos países mais fechados
do mundo para o comércio internacional.
De acordo com a reportagem, apesar da abertura observada nos últimos anos, o
nível de proteção no Brasil continua relativamente elevado, em particular para os
produtos agrícolas. Além disso, é ruim a classificação do País na maioria dos itens que
compõem o Índice de Viabilidade Comercial, entre eles as regras para a circulação de
bens e serviços pela fronteira, o sistema de controle alfandegário, a disponibilidade e a
qualidade da infraestrutura de transportes e comunicações e o ambiente institucional
para a realização de negócios.
Também pesou contra o Brasil as barreiras tarifárias, os altos custos
alfandegários, a má qualidade das estradas, a corrupção e a ineficiência do governo. Em
alguns itens, como rede de telecomunicações (telefonia móvel, disponibilidade de
22

internet de banda larga, entre outros serviços), serviços relacionados a embarque de


mercadorias e competência logística, o País obteve boa classificação.
O processo de importação brasileiro se resume basicamente nas seguintes etapas:
Escolher o produto a ser importado (classificação tarifária, descrição, enquadramento);
Negociar com Exportador /Análise de Custo; Verificar necessidade de LI; Verificar
necessidade de registro em outros Órgãos; Orientar forma de pagamento; Definir
Logística (meio de transporte, INCOTERM); Fechar câmbio (pode ser fechado antes ou
depois do embarque; Conferir Documentação; Autorizar embarque; Check List dos
documentos; Credenciar um despachante aduaneiro; Preparar DI SISCOMEX; Recolher
impostos; Aguardar parametrização e distribuição da D.I.; Acompanhamento do
Desembaraço da carga; Emissão CI no SISCOMEX; Dar entrada da carga no
estoque/ativo; Arquivar.
23

9 ORGANISMOS INTERVENIENTES NA IMPORTAÇÃO

As operações de importação, por serem transações com empresas de outros


países, envolvem interesses específicos para o controle e a intervenção dos órgãos
governamentais, eu vão além daqueles que normalmente existem para o
acompanhamento das operações, de compra e venda de mercado interno, razão por que
são objeto de sistemática própria.
Os principais organismos que intervém direta ou indiretamente nas operações de
importação brasileiras estão relacionas a seguir, com base em dados de Bizelli (1994),
com destaque do autor para o Ministério da Fazenda e Ministério da Indústria, do
Comércio e do Turismo, em virtude de seu conjunto de competências, que abrangem
todas as mercadorias, enquanto que os demais possuem competências específicas em
relação a determinados produtos:
SAE: Secretaria de Assuntos Estratégicos. Coordena a formulação da política
nacional nuclear e supervisiona a sua execução.
MCT: Ministério da Ciência e Tecnologia. Planejar, coordenar, supervisionar e
controlar as atividades de ciência e tecnologia, formular e implementar a política de
informação e automação.
MIR: Ministério da Integração Regional. Planejar, coordenar, supervisionar e
controlar a ação dos órgãos e entidades federais que atuem em programas e projetos de
desenvolvimento regional.
MMA: Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal. Planejar, coordenar,
supervisionar e controlar as atividades relativas a política nacional do meio ambiente,
preservação, conservação e uso racional dos recursos naturais renováveis, articular e
coordenar as ações da política integrada da Amazônia Legal e implementação de
acordos internacionais na área ambiental.
MAer: Ministério da Aeronáutica. Estudo e execução da política aeronáutica
nacional em seus aspectos militar e civil.
MAARA: Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária.
Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal, política agrícola e agropecuária.
MF: Ministério da Fazenda. Moeda, crédito, instituições financeiras e seguros
privativos, política de administração tributaria e aduaneira, fiscalização e arrecadação.
MICT: Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo. Desenvolvimento da
indústria, do comércio e dos serviços. Propriedade industrial, marcas e patentes e
24

transferência de tecnologia, metrologia, normalização e qualidade industrial, comercio


exterior, apoio as micros, pequenas e médias empresas, registro de comércio.
MEx: Ministério do Exército. Autorização para fabricar produtos controlados e
a fiscalização da sua produção e comercialização, supervisão da industria de material
bélico do Brasil.
MME: Ministério de Minas e Energia. Geologia, recursos minerais e
energéticos, mineração e metalurgia, indústria do petróleo e de energia elétrica,
inclusive de natureza nuclear.
MT: Ministério dos Transportes. Transportes ferroviários, rodoviário e
aquaviário, marinha mercante, portos e vias navegáveis, participação na coordenação
dos transportes aeroviários, na forma da lei.
Ministério das Comunicações: Controle e fiscalização da utilização do espectro
de radio freqüência, serviço postal.
MJ: Ministério da Justiça. Cidadania, Polícia Federal, defesa da ordem
econômica e dos direitos do consumidor.
MM: Ministério da Marinha. Orientar e controlar atividades que interessem a
segurança da navegação e a segurança nacional em relação ao uso do mar territorial e
zona contígua, das águas interiores, plataforma submarina e dos terrenos de marinha e
seus acrescidos e dos terrenos marginais dos portos, rios, lagoas e canais.
MRE: Ministério das Relações Exteriores. Auxilia o presidente da república na
formulação da política exterior do Brasil, assegura a sua execução e matem relações
com governos estrangeiros, organismos e organizações internacionais.
MS: Ministério da Saúde. Ação preventiva na área de saúde e vigilância sanitária
nas fronteiras, nos portos e aeroportos, controle de drogas, medicamentos e alimentos.
Ministério do Bem Estar Social: Assistência Social.
Já o SEBRAE (2009), sita outros órgãos entre os intervenientes no comércio
exterior, responsáveis por buscar e transmitir informações sobre tendências, mercados,
oportunidades, etc. com o objetivo de auxiliar os importadores, principalmente aqueles
que estão entrando no comercio internacional. São eles:
ABECEX: Associação Brasileira dos Executivos de Comércio Exterior.
Disponibiliza informações sobre eventos em diversos países, como EUA, Federação
Russa, Itália, Tailândia e Emirados Árabes.
Brazil TradeNet: Propicia diversas oportunidades de exportação e
importações. Oferece gratuitamente as empresas brasileiras e estrangeiras um amplo
25

conjunto de serviços e informações para as atividades exportadoras e importadoras e


para a atração de investimentos estrangeiros..
CIN - Centro Internacional de Negócios. Busca a prestação de serviços na área
de negócios internacionais, através da oferta de um conjunto de produtos e serviços de
informações, capacitação gerencial, assistência técnica, articulação e promoção
comercial.
MDIC - Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Possui
o cadastro de Empresas Exportadoras e Importadoras por Unidade da Federação.
MRE - Ministério das Relações Exteriores. Disponibilizam informações e
serviços sobre o ministério, política externa, eventos, serviço consular brasileiro no
exterior e estrangeiro no Brasil, leis, decretos, além de dar acesso a outros sites na área.
SOSA - Aduana e Comércio Exterior. Dispõem dos mais completos serviços
de informações atualizadas em aduana e comércio exterior.
TIPI - Tabela de Incidência Imposta sobre Produtos Industrializados . Com
base na Nomenclatura comum do MERCOSUL, oferece busca por código e produto.
PTI - Publicações técnicas internacionais É uma empresa especializada na
pesquisa e distribuição de publicações internacionais (revistas, livros, normas técnicas,
anuários, patentes), bases de dados e prestação de serviços.
Sendo assim, cabe aos Ministérios da Economia, Fazenda e Planejamento, a
competência legal em matéria de comércio exterior. Esses ministérios é que centralizam
as principais decisões na secretária Nacional de Economia e no Departamento do
Comércio Exterior que funciona na esplanada dos Ministérios.
A Secretaria Nacional de Economia coordena três departamentos: o
Departamento de Comércio Exterior, o Departamento de Abastecimento e Preços, e o
Departamento de Indústria e Comércio.
Já o Decex coordena duas áreas; a Coordenadoria Técnica de Intercambio
Comercial, antiga Cacex, e a Coordenadoria Técnica de Tarifas, ex-Comissão de
Política Aduaneira.
Além do Decex existe uma série de outros órgãos que intervém no comércio
exterior, como o Ministério da Aeronáutica, Ministério da Agricultura, Secretaria da
Ciência e Tecnologia, Receita Federal, Banco Central, etc.
Quando falamos de promoção externa citamos o Itamaraty, através do
Departamento Econômico e Departamento de Promoção Comercial. Através de sua
26

extensa rede de embaixadas e consulados, o Itamaraty atua na promoção do Brasil e na


identificação de oportunidades de negócios.
Rodrigo Luz (2007) aponta ainda outros órgãos:
RFB: Secretaria da Receita Federal: Administração dos tributos federais,
incluindo as atividades de fiscalização, lançamento do credito tributário, cobrança e
julgamento em primeira instancia dos processos administrativos – fiscais. Além disso,
exerce o controle aduaneiro.
SECEX: Secretaria de Comércio Exterior. É um órgão específico e singular do
ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Esse órgão tem entre
suas responsabilidades estão às negociações internacionais e a defesa comercial.
BACEN: Banco central do Brasil. Controle dos capitais estrangeiros e taxas de
câmbio, autorizar instituições financeiras a operar com câmbio, negociar em nome do
governo brasileiro, com instituições internacionais, etc.
CAMEX: Orienta e aprova as normas relativas ao comércio exterior. Nenhuma
norma é criada ou alterada sem a aprovação da CAMEX.
Um exemplo da ação desses organismos, é o Caso publicado no Jornal Cruzeiro
do Sul, que fala da ação da Camex no monitoramento da importação de leite para
avaliar alíquota. Câmara de Comércio Exterior (Camex) vai monitorar as importações
de leite para verificar se há necessidade de aumentar a alíquota do Imposto de
Importação (II) do produto. O aumento da alíquota deve ocorrer caso haja um surto nas
importações de leite, o que ainda não ocorreu.
O mesmo está ocorrendo em relação a importação de trigo, porém segundo a
reportagem, o secretário de Comércio Exterior, disse que o Brasil não é auto-suficientes
na produção do trigo, assim, a calibragem da alíquota é difícil. Um dos riscos apontados
pelo ministro da Agricultura é de que os moinhos nacionais, com o aumento das
importações, forcem os preços para baixo e o governo tenha que arcar com despesas
mais altas para garantir o preço mínimo do produto.
27

10 IMPOSTOS E TAXAS NA IMPORTAÇÃO

Os impostos e taxas na importação fazem parte do sistema fiscal das operações,


inclusive o aproveitamento das reduções de alíquotas decorrentes dos acordos
internacionais.

O regime tributário das Importações no Brasil, não compreende somente o


Imposto de Importaçao, tributo este seletivo, que incide na entrada de
mercadoria estrangeira no território aduaneiro. Compreende, também, a
imposição de outros tributos que, apesar de não terem como fato gerador a
entrada de mercadorias no País, assim entendido o registro da DI, acaba por
onerar a operação de importaçao. (BIZELLI E BARBOSA, 1997, p. 106).

Alguns dos impostos cobrados na importação citados por Bizelli (2006), são:
Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
Contribuições Sociais para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (PASEP), Contribuição Social para o Financiamento da
Seguridade Social (COFINS) e Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias (ICMS).
O imposto de importação é um imposto federal que objetiva bem mais a
regulação do comércio exterior do que propriamente uma arrecadação para a União.
Ainda em relação ao II, a alíquota pode ser reduzida em função da aplicação de
preferência percentual negociada em acordos internacionais junto a ALADI,
MERCOSUL, SGPC, GATT e NCPD.
O IPI tem segundo Bizelli e Barbosa (1997) como fato gerado, o desembaraço
aduaneiro daqueles produtos de procedência estrangeira. É calculado mediante
aplicação da alíquota do produto, constante da Tabela de Incidência do Imposto sobre
Produtos Industrializados, sobre o valor que servir ou que serviriam de base para
cálculo do tributo aduaneiro, por ocasião do despacho de importaçao, acrescido do
montante desse tributo e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou
dele exigíveis.
O ICMS incide nas importações sobre a entrada de mercadoria importada do
exterior, ainda que se trate de bem destinado ao consumo ou ao ativo do
estabelecimento, e tem como fato gerador o desembaraço aduaneiro, pelo importador,
da respectiva mercadoria ou bem. A base de cálculo do imposto é o valor constante do
documento de importaçao, acrescido o valor dos Impostos de Importação. Sobre
produtos industrializados e sobre operações de câmbio, bem como das demais despesas
28

aduaneiras. O preço de importaçao expresso em moeda estrangeira será convertido em


moeda nacional pela mesma taxa de câmbio utilizada no cálculo do Imposto de
Importaçao. (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2009).
O PIS E COFINS importação, tem como fato gerador a entrada de mercadoria
estrangeira no território nacional. Para cálculo de imposto, considera-se ocorrido o fato
no dia de registro da DI, ou no caso do lançamento. Não existe para o cálculo dessas
contribuições uma tabela vinculada ao código NCM, que relacione as alíquotas
aplicáveis na tributação de cada mercadoria. A base de cálculo é o Valor Aduaneiro
mais o ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições.
(BIZELLI, 2006).
No quadro de encargos tributários ou de outra natureza, temos ainda a cobrança
da taxa de utilização do Siscomex, Cide – combustível, Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico, do AFRMM, Adicional ao Frete para Renovação da Marinha
Mercante, taxas portuárias, aeroportuárias e/ou terminais alfandegários, despesas
administrativas, bancárias ou financeiras e dos honorários relativos aos serviços
prestados no despacho aduaneiro correspondente.
De acordo com Bizelli (2006) a taxa de utilização do SISCOMEX é calculada
pelo sistema e recolhida por débito automático na conta corrente bancária no ato do
registro da DI. É recolhida ainda a quantia de R$ 30,00 por DI e R$ 10,00 para cada
adição de mercadoria a DI.
O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante, segundo Bizelli e
Barbosa (1997) é um adicional calculado sobre o frete, no valor de 25% , pelo
transporte de qualquer carga na entrada em porto nacional de descarga, na navegação de
longo curso, ressalvadas as isenções previstas.
O Cid – combustível é cobrada pela SRF, e incide sobre a importaçao de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool elítico combustível,
sendo contribuinte nessas operações o importador. Segundo o Ministério da Fazenda
(2009), o fato gerador desse tributo é a própria importação, e o pagamento, mediante a
aplicação de alíquotas específicas, deve ser pago na data de registro da DI, mediante
débito automático em conta corrente.
Outros encargos aos quais estão sujeitas as importações são fretes e seguros
internacionais, taxas de armazenagem e capatazia.
O serviço capatazia é organizado e remunerado por unidade, ou em função do
peso bruto por embalagem, quando desembalada, e pela natureza da mercadoria.
29

Considera-se serviço de capatazia a movimentação de mercadorias dentro de portos ou


terminais de carga aérea, na forma definida de lei. Cada porto ou terminal de carga
aérea define sua taxa de capatazia. (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2009).
Segundo Bizelli e Barbosa (1994), estão sujeitas a taxas de armazenagem as
mercadorias depositadas nos armazéns, pátios, pontes ou depósitos pertencentes à
administração dos portos ou terminais de carga dos aeroportos, seja qual for sua origem
ou destino. As taxas de armazenagem são fixadas por cada porto ou terminal, tendo em
vista o valor CIP, da natureza da mercadoria e do tempo de armazenagem.
Existe ainda o Adicional de Tarifas Aeroportuárias (ATA) no valor de 50%
sobre a tarifa, e o Adicional de Indenização do Trabalhador Portuário Avulso (AITP).
30

11 ASPECTOS NEGOCIAIS

O procedimento de negociação na importação é semelhante ao da exportação.


Existe a figura do importador (que compra bens ou serviços) e do exportador (que
fornece os bens ou serviços). A primeira atitude de uma empresa que pensa em importar
é escolher a mercadoria e seu fornecedor, prazo de pagamento e de entrega, em acordo
ao seu planejamento comercial e estratégico.
Segundo Hartung (2004), quando é realizado um negócio envolvendo empresas
de diferentes países, com diferentes costumes e legislação, alguns aspectos devem ser
previamente analisados e acertados. Para ajustar os negócios de acordo com as vontades
de ambas as partes e com a legislação local dos diferentes países, assim foram criadas e
desenvolvidas várias regras aceitas e reconhecidas universalmente. Elas possuem com o
objetivo identificar os direitos e obrigações de cada participante do negócio, sendo
definidas previamente à concretização da operação, por consenso e comum acordo.
Todos esses pontos, assim como todo o processo de importação, são diretamente
afetados pelos aspectos culturais dos países envolvidos.
Os aspectos culturais são de grande importância na hora de se iniciar uma
negociação com o país do qual se vai importar
Levando em conta diferenças como tempo, espaço, etiqueta, sexo, religião,
educação, política, linguagem corporal, valores leis, atitudes, etc. Minervini (2001)
aponta como variam as maneiras como ocorrem às negociações nos principais pontos do
mundo, e lembra que é importante conhecer a tecnologia gerencial, as diferenças
culturais costumes do povo com o qual se está negociando e destaca ainda que uma
simples gafe pode arruinar o trabalho de meses.
Na Europa Ocidental as propostas iniciais para se chegar ao acordo final têm
exigências moderadas, as questões a serem discutidas são apresentadas uma de cada vez
de maneira formal, o tratamento das divergências é feito de maneira cortês, porém
direto e as concessões são bastante lentas.
Já na Europa Oriental as propostas iniciais para se chegar ao acordo final têm
exigências elevadas, as questões a serem debatidas são apresentadas de forma agrupada
e de maneira bastante formal, existe bastante argumentação quanto às divergências e as
concessões são lentas.
31

Quando o mercado escolhido é a América Latina as propostas iniciais têm


exigências moderadas, as questões são apresentadas uma a uma de maneira informal, as
divergências são resolvidas com bastante argumentação e as concessões são lentas.
Tendo em foco a América do Norte o grau de exigências das propostas iniciais
para de chegar ao acordo final tem grau elevado, a apresentação das questões a serem
discutidas se da uma a uma e de maneira formal, tratando as divergências de maneira
bastante franca. O grau de concessões é lento.
O Oriente Médio e a África do Norte têm alto grau de exigências nas propostas
iniciais. As questões são apresentadas uma de cada vez de maneira informal com o
tratamento das divergências bastante verbalizado, as concessões também são lentas.
A Ásia a Orla do Pacífico tem grau de exigências das propostas iniciais de
moderadas a altas, as questões a serem negociadas são apresentadas em grupo de
maneira formal, o tratamento de divergências é cortês e de silêncio quando se admite
um erro. As concessões são lentas.
E na África Sub-Saariana possui um alto grau de exigências iniciais, as
questões são expostas de forma isolada e informais, as divergências são tratadas de
forma direta e as concessões também são lentas.
Essas diferenças culturais poderão afetar as negociações em torno das formas
de pagamento, instrumentos de garantia, condições de compra, venda e entrega da
mercadoria, definição das responsabilidades pela contratação do seguro e identificação
dos documentos que conterem essas condições, como por exemplo: fatura pro forma,
commercial invoice, etc. Assim para facilitar esse processo, foi criada uma forma
contratual universal, os INCOTERMS. (HARTUNG, 2004).
No comércio Internacional, existem ainda diversas formas contratuais relativas
as condições de transferência de mercadoria. Essas formas procuram estabelecer as
obrigações e os direitos que competem ao exportador e ao importador, não somente ao
que se refere as despesas provenientes das transações, mas também as responsabilidades
por perdas e danos que possam sofrer as mercadorias transacionadas. A principal função
dessas fórmulas é precisar em que momento o exportador cumpriu suas obrigações, e
que do ponto de vista legal, a mercadoria foi entregue ao importador, e que assim, ele
tem o direito de receber o pagamento estipulado.
Uma dessas formas contratuais, e a mais utilizada, são os INCOTERMS. Eles
foram criados em 1936, pela Câmara Internacional de Comércio, com sede em Paris. O
primeiro conjunto de ICOTERMS editado consolidava e interpretava as várias formulas
32

contratuais que vinham sendo utilizadas pelos comerciantes internacionais. O grupo de


normas originais sofreu alterações em 1953, 1967, 1976 e 1980.
Atualmente, os INCOTERMS são formados por 13 siglas de 3 letras, eles
servem para definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda, os direitos e
obrigações recíprocos do exportador e do importador, estabelecendo um conjunto-
padrão de definições e determinando regras e práticas neutras, como por exemplo:
embalagem, transportes internos, licenças de exportação e de importação,
movimentação em terminais onde o exportador deve entregar a mercadoria, quem paga
o frete, quem é o responsável pela contratação do seguro, etc. (APRENDENDO A
EXPORTAR, 2009).

Visando uniformizar e universalizar conceitos operacionais, dar precisão aos


termos utilizados em transações internacionais de mercadorias e evitar
interpretação errônea quanto às responsabilidades de exportadores e
importadores, a CCI organizou os INCOTERMS – International Commercial
Terms. (CASTRO, 2001, p. 111).

Fornecem um conjunto de regras internacionais para a interpretação dos


termos mais comuns usados no comércio internacional. Assim, as incertezas
de diferentes interpretações de tais termos em países diferentes podem ser
evitadas, ou, pelo menos, reduzidas a um nível considerável. (LUZ, 2007, p.
420)

Referem-se a uma serie de regras internacionais padronizadas que fornecem a


interpretação mais precisa possível dos termos e condições utilizadas em
contratos de venda com o exterior. Foram criados para definir os direitos e
obrigações das partes em caso de eventual disputa judicial. São considerados
clausulas e obrigam as partes a cumprirem as condições pré-estabelecidas.
São regulamentadas pela Câmara de Comércio Internacional. (HARTUNG,
2004, p. 31).

Exportadores e Importadores podem adotar os INCOTERMS como base geral


para seus contratos, como também podem especificar alterações ou adições a essas
fórmulas, de modo a adaptá-las ao ramo de comércio específico ou a suas necessidades
individuais. Porém, é necessário que fiquem definidos previamente, os direitos e
obrigações de cada parte. Além disso, tanto importadores quanto exportadores, devem
estar atentos para que a utilização não venha a infringir determinados dispositivos legais
ou administrativos vigentes em seus respectivos países.

Considerando que os INCOTERMS são definições para simplificar e de uso


facultativo, é permitido que, ao celebrarem um contrato de compra e venda,
os contratantes excluam alguma definição dos INCOTERMS utilizado,
alterem ou incluam novas responsabilidades no contrato. (LUZ, 2007, p.
421).
33

Desde a implantação do Siscomex importação, o governo mantém seus


instrumentos de controle das operações de importação adequados a terminologia
empregada em cada termo, como por exemplo: “FAZ”, FOB”, “CFR”, “CIF”, “DES” e
“DEQ” quando se conduz a operação na modalidade de transporte marítimo ou
hidroviário interno. Os demais termos “EXW”, “FCA”, “CPT”, “CIP”, “DAF”, “DDU”
e “DDP” são aceitos em qualquer modalidade de transporte, inclusive o multimodal. Na
utilização do termo “EXW”, convém lembrar que a modalidade de transporte não é
negociada. (BIZELLI, 2006, p. 56).
No entanto, no Brasil a utilização dos ICOTERMS nas importações se resume
basicamente nas fórmulas FOB e CFR, em virtude dos usos, costumes e de certas
exigências fiscais e legais feitas pelo país. (Ratti, 1997, p.353).
Ainda segundo Ratti (1997), quando os ICOTERMS estão relacionados ao
transporte, o uso dos mesmos pode se dar da seguinte maneira:
EXW, FCA, CPT, CIP, DAF, DDU, DDP: Podem ser usados em qualquer tipo
de transporte, inclusive multimodal.
FCA: É usado no transporte aéreo e ferroviário.
FAZ, FOB, CFR, CIF, DES, DEQ: São usados em transporte marítimo e
aquaviário interior.
Ter um bom domínio dos Incoterms significa para o negociador ter a capacidade
e a habilidade de ter todos os seus gastos nas transações em Comércio Exterior. Porém,
as regras definidas pelos Incoterms valem apenas entre os exportadores e importadores,
não produzindo efeitos em relação às demais partes envolvidas, tais como:
despachantes, seguradoras e transportadores.

E de Ex (Partida-Mínima Mercadoria entregue ao comprador


EXW - Ex Works
obrigação para o exportador) no estabelecimento do vendedor.

FCA - Free Carrier


FAS - Free Mercadoria entregue a um
F de Free (Transporte Principal
Alongside Ship transportador internacional
não Pago Pelo Exportador)
FOB - Free on indicado pelo comprador.
Board

CFR - Cost and O vendedor contrata o transporte,


C de Cost ou Carriage Freight sem assumir riscos por perdas ou
(Transporte Principal Pago Pelo CIF - Cost, danos às mercadorias ou custos
Exportador) Insurance adicionais decorrentes de eventos
and Freight ocorridos após o embarque e
34

CPT - Carriage despacho.


Paid To
PCI - Paid to
Carriage and
Insurance
DAF – Delivered At
Frontier
DES - Delivered
Ex-Ship
O vendedor se responsabiliza por
D de Delivery (Chegada - DEQ - Delivered
todos os custos e riscos para
Máxima obrigação para o Ex-Quay
colocar a mercadoria no local de
exportador) DDU - Delivered
destino.
Duty
Unpaid
DDP – Delivered
Duty Paid
DAF – Delivered At
Frontier
DES - Delivered
Ex-Ship
O vendedor se responsabiliza por
D de Delivery (Chegada - DEQ - Delivered
todos os custos e riscos para
Máxima obrigação para o Ex-Quay
colocar a mercadoria no local de
exportador) DDU - Delivered
destino.
Duty
Unpaid
DDP – Delivered
Duty Paid
Quadro 2: Categorias de Incoterms
Fonte: (APRENDENDO A EXPORTAR, 2009)

Assim, apresenta-se a seguir as obrigações das partes A (vendedores) e B


(compradores) comuns a todos os termos, segundo o que é informado por Vazquez
(2001):
Vendedor: Fornecimento das mercadorias em conformidade com o contrato,
licenças, autorizações e formalidades, contratos de transporte e seguro, entregas,
transferência de risco, divisão de custos, notificação ao comprador, prova de entrega
através de documento de transporte ou mensagem eletrônica equivalente, conferência,
embalagem, marcas, entre outras obrigações.
Comprador: Pagamento do preço, licenças, autorizações e formalidades,
contratos de transporte e seguros, assunção da entrega, transferência de riscos, divisão
de custos, notificação ao vendedor, prova de entrega através do documento de transporte
ou mensagem eletrônica equivalente, inspeção de mercadorias, entre outras.
35

De acordo com Castro (2001) ao adotar os INCOTERMS, exportadores e


importadores tem a certeza de que estão definindo suas respectivas responsabilidades
nas transações comerciais, com simplicidade e segurança, reduzindo a possibilidade de
mal – entendidos, desavenças e disputas judiciais que representam desgastes para as
partes envolvidas, alem gerar perda de tempo e dinheiro.
Quando o assunto da negociação é o transporte, a preocupação passa a ser com
os serviços portuários, alugueis de containeres, fornecimento de combustível, reparos e
afretamentos e com o frete, que é a remuneração paga pela contratação do transporte da
mercadoria. O frete pode ser pré – pago, ou seja, pago no local do embarque, ou então a
pagar, o pagamento é feito no local do desembarque.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
exterior (2009) o valor dos fretes pode sofrer mudanças devido a diversas características
como o tipo da carga, peso, volume, fragilidade, embalagem, valor, distância e
localização dos pontos de embarque e desembarque.
No comércio exterior do Brasil, esse item é deficitário, seu saldo devedor chega
a ultrapassar o valor de exportações de produtos importantes (MAIA, 2007).
A tarifa do frete depende do meio de transporte utilizado, marítimo, aéreo,
rodoviário ou ferroviário. Abaixo são apresentados os fatores que geram o preço dos
fretes em cada tipo de transporte Segundo dados do site Aprendendo a Exportar (2009):
No Frete Marítimo a tarifa é composta pelos itens: frete básico: valor cobrado
segundo o peso ou o volume da mercadoria (cubagem), prevalecendo sempre o que
propiciar maior receita ao armador. Ad-Valorem que é o percentual que incide sobre o
valor FOB da mercadoria. Aplicado normalmente quando esse valor corresponder a
mais de US$ 1000 por tonelada. Pode substituir o frete básico ou complementar seu
valor. A Sobretaxa de combustível é aplicado sobre o frete básico para cobrir os custos
com combustível.
A taxa para produtos pesados é atribuído às cargas cujos volumes individuais
acima de 1500 kg, exijam condições especiais para embarque/desembarque ou
acomodação no navio. Já as Taxas para volumes de grandes dimensões é usada para
mercadorias com comprimento superior a 12 metros.
A sobretaxa de congestionamento é aplicada sobre o frete básico em portos onde
existe demora para atracação dos navios. O Fator de ajuste cambial é usado para moedas
que se desvalorizam sistematicamente em relação ao dólar norte-americano. E o
36

Adicional de Porto é uma taxa cobrada quando a mercadoria tem como origem ou
destino algum porto secundário ou fora da rota. Aprendendo a exportar (2009).
O sistema hidroviário brasileiro tem 43 mil km, sendo que 27 mil km são de vias
navegáveis em condição natural. Entretanto comercialmente o Brasil aproveita somente
oito mil km (HARTUNG, 2004).
Quando analisamos o transporte aéreo, vemos que ele possui vantagens sobre o
marítimo: é mais rápido e seguro e são menores os custos com seguro, estocagem e
embalagem, além de ser mais viável para remessa de amostras, brindes, bagagem
desacompanhada, partes e peças de reposição, mercadoria perecível, animais, etc.
Para calcular o valor do frete aéreo é observado o peso e o volume da
mercadoria, sendo considerado aquele que proporcionar o maior valor. Para isso usamos
a relação IATA (International Air Transport Association): 1 kg = 6000 cm³ ou 1 ton 6
m³. Já as tarifas, baseadas em rotas, tráfegos e custos, são estabelecidas no âmbito da
IATA pelas empresas aéreas, para serem cobradas de maneira uniforme conforme a
seguinte classificação: Normal aplicada aos transportes de até 45 kg; Tarifa de
Quantidade para pesos superiores a 45 kg; Tarifa Classificada que consiste em um
percentual adicionado ou deduzido da tarifa geral em caso de produtos perigosos, restos
mortais e urnas, animais vivos, jornais, periódicos e cargas acima de US$ 1000/kg;
Tarifas Específicas de Carga que são tarifas reduzidas aplicadas a determinas
mercadorias; Tarifas ULD aplicáveis quando o carregamento e o descarregamento das
unidades ficam por conta do remetente e destinatário; e a Tarifa Mínima que representa
o valor mínimo a ser pago pelo embarcador, essa não é classificada pela IATA
(MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2009)
Até poucos anos o transporte de carga era feito somente por via marítima,
entretanto, ultimamente, a carga aérea tem crescido muito, o que é importante porque
tem compensado a queda a queda da lucratividade no transporte de passageiros.
(MONTEIRO, apud MAIA, 2001, p. 40)
O transporte rodoviário internacional é conhecido pela sua simplicidade de
funcionamento. Possui a vantagem de que a mercadoria sofre apenas uma operação de
carga (ponto de origem) e outra de descarga (local de destino); possui maior freqüência
e disponibilidade de vias de acesso; maior agilidade e flexibilidade na manipulação das
cargas; facilidade na substituição de veículos; e é ideal para viagens de curta e média
distância.
37

As tarifas de frete são organizadas individualmente por cada empresa de


transporte e o frete pode ser calculado por peso, volume ou por lotação do veículo. A
composição do frete é a seguinte: Frete básico: tarifa x peso ou volume da mercadoria;
Taxa ad-valorem, percentual cobrado sobre o valor da mercadoria; Seguro rodoviário
obrigatório cujos percentuais são aplicados sobre o preço FOB da mercadoria. O usuário
deve verificar com a transportadora quais cláusulas da apólice de seguro dão cobertura e
quais ele deve complementar com sua seguradora. De acordo com Renée Pereira para O
Estado de São Paulo em 2004, certa de 80% das rodovias brasileiras são classificadas
como deficientes, ruins ou péssimas. Isso encarece custo dos transportes, o que
prejudica nossas exportações.
Já o transporte ferroviário não é tão ágil e não possui tantas vias de acesso
quanto o rodoviário, porém é o mais barato, propiciando menor frete, transporta
quantidades maiores e não está sujeito a riscos de congestionamentos. O Frete
Ferroviário é baseado em dois fatores: A quilometragem percorrida, distância entre as
estações de embarque e desembarque; e o peso da mercadoria. O frete ferroviário é
calculado através da multiplicação da tarifa ferroviária pelo peso ou volume da
mercadoria, utilizando-se aquele que proporcionar maior valor. Não incidem taxas de
armazenagem, manuseio ou qualquer outra. Podem ser cobradas taxa de estadia do
vagão e taxa administrativa pelo transbordo.

A participação das Ferrovias no transporte brasileiro é de 24%. A dos


caminhões, 63%. Isso também encarece o custo dos transportes. Portanto há
necessidade de investimentos em nossas estradas de ferro para que haja
expansão e modernização das vias já existentes, o que tornaria nossos
produtos mais competitivos. (PEREIRA, apud. MAIA, 2007, p. 28).

Existem vário Fatores que influenciam na escolha da modalidade de transporte


segundo a SEBRAE (2009) são eles as dimensões e peso da carga, a distância entre o
país exportador e o país importador, o valor agregado da mercadoria, a existência de
linha férrea para o transporte de mercadoria, a existência de serviços de transporte
marítimo para o país de destino, existência de serviços de transporte rodoviário para o
país de destinos, a relação custo beneficio em cada modalidade possível, a modalidade
mais adequada para as características da mercadoria a ser transportada e o tempo gasto
no deslocamento da mercadoria entre o país exportador e o país importador.
A análise desses fatores permite a escolha correta do tipo de transporte que ira
trazer melhor retorno na relação custo/beneficio, além da consideração do item
segurança no transporte internacional.
38

Depois de escolhido o meio de transporte, e a mercadoria estar pronta para o


embarque, é necessário a contratação de um seguro, para dar cobertura durante o
transporte interno ate o local do embarque e outro para a cobertura do transporte
internacional. O que determina essa responsabilidade é a modalidade de venda
especificada no contrato de compra e venda.
Os aspectos que vão determinar o custo desse seguro são as características da
carga, se é um produto frágil, perecível, valor agregado, condições de meios de
transporte, local de armazenagem, condições de segurança do serviço de transporte,
condições de acondicionamento e manuseio da carga (SEBRAE, 2009).
Quanto às modalidades de pagamento, a maior preocupação dos empresários que
ainda querem entrar na importação, é a preocupação em pagar por uma mercadoria e
não recebê-la, ou recebê-la de maneira incorreta. Essa desconfiança recebe grande
atenção devido a distancia entre o vendedor e o comprador.
Esta preocupação pode ser eliminada quando forem utilizados os instrumentos
disponíveis para garantir uma forma segura de pagamento e recebimento da mercadoria,
que permite desfrutar deste mercado em constante expansão. Para isso é necessária a
definição da modalidade de pagamento que deve ser estabelecida na contratação do
negócio. Nas operações internacionais todos os detalhes devem ser considerados, pois
se um problema acontece, sua solução é bem mais difícil, devido às diferenças culturais,
de legislação, de lingüística e da distância.
Dentre as modalidades de pagamento estão: A remessa antecipada; essa
modalidade tem pouca utilização no comércio internacional, uma vez que significa o
recebimento por parte do exportador antes do embarque da mercadoria, o que pressupõe
uma grande confiança entre as partes. Geralmente é usada entre empresas coligadas ou
com um relacionamento comercial muito bem estruturada. Quando utilizada a remessa
antecipadas serve como financiamento da produção reduzindo a necessidade de capital
de giro por parte do exportador.
Segundo Maia (2007) nessa modalidade o importador remete previamente o
valor da transação. Somente depois de ter recebido o dinheiro, o exportador providencia
o embarque da mercadoria e envia ao importador a respectiva documentação. Portanto,
o importador primeiro paga, depois recebe a mercadoria.

Consiste no pagamento previamente ao embarque da mercadoria, traduz-se


também como um financiamento do importador ao exportador nesse caso e
nesse caso o risco do exportador é zero, pois recebe antecipadamente o valor
de sua venda. O prazo de embarque da mercadoria é de 180 dias. Findo esse
39

prazo, não ocorrendo embarque da mercadoria, o pagamento antecipado de


exportação, pode ser convertido em investimento ou empréstimo.
(HARTUNG, 2004, p. 25)

A cobrança é uma situação oposta à remessa antecipada, sendo uma operação de


risco para o exportador, já que o embarque da mercadoria e seu recebimento pelo
importador ocorrem antes do pagamento. Existem três tipos de cobrança: Remessa sem
saque é quando o exportador remete a mercadoria para o exterior e, posteriormente
recebe o valor correspondente. A cobrança à vista se dá quando o exportador remete a
mercadoria para o exterior e na entrega dos documentos, encaminha um saque ou
cambial para um banco, que se encarrega de entregá-lo ao importador em seu país,
mediante o pagamento. Caso o importador não pague o valor correspondente não poderá
efetuar o desembaraço da mercadoria, e ainda coloca o exportador diante da situação de
ter que recolocar a mercadoria ou levá-la de volta ao país de origem, arcando com as
despesas desses processos. Na cobrança a prazo o exportador remete a mercadoria para
o exterior e, após o embarque, providencia os documentos acompanhados do titulo de
credito, denominado saque ou cambial, e entrega-os a um banco, que por sua vez
procede a entrega desses documentos ao importador, para que este providencie o
desembaraço da mercadoria. O importador deverá providenciar o pagamento quando
ocorrer o vencimento do saque.

A cobrança documentária pode ser a vista ou a prazo. No caso de ser a vista,


os documentos pertinentes à mercadoria somente poderão ser entregues ao
importador após o pagamento da exportação. No caso de cobrança a prazo o
procedimento é o mesmo da cobrança à vista, diferindo apenas pelo fato de
os documentos serem entregues mediante aceite da letra de cambio.
(HARTUNG, 2004, p. 27).

Castro (2001) diz que quando as empresas exportadoras e importadoras


pertencem ao mesmo grupo ou a exportadora tem total e irrestrita confiança no
importador e no seu país, são entregues cópias dos documentos originais do exportador
ao banco negociador do câmbio.
Na opção da carta de crédito a grande vantagem está no fato de que o pagador
não é o importador e sim um banco nomeado pelo próprio instrumento. Nesta
modalidade alguns pontos são fundamentais para o êxito das operações de comercio
exterior através de carta de credito, como certificar-se de que o banco eminente e
confirmador esta caracterizado como banco de primeira linha. Também é necessário
observar se o beneficiário esta identificado corretamente (razão social), e identificar se o
valor, moeda, praça de pagamento e prazo estão em conformidade com o que foi
40

negociado, verificar se estão expressas a modalidade de venda e a modalidade de


transporte eleita, etc.

A carta de crédito é um documento que impõe condições para sua perfeita


validade e utilização. A carta de crédito possui várias particularidades, sendo
as principais: Prazo de validade do credito, prazo de negociação, data de
desembolso, discrepâncias, convenio de créditos recíprocos, cobrança
documentaria, remessa sem saque ou remessa direta de documentos.
(HARTUNG, 2004, p.26).

O último tipo de modalidade de pagamento segundo o site SEBRAE (2009), é o


cartão de crédito, dessa forma o importador efetua o pagamento da mercadoria
exportadora pelo empresário brasileiro, com a utilização de cartão de crédito, sendo que
existe limitação de valores para este tipo de operação. Esta nova modalidade é um
estimulo, pois facilita a negociação de exportações, cujas operações são de baixo valor,
mas que no seu somatório representam um valor significativo para a balança comercial
brasileira.
Um conjunto de fatores é analisado antes da escolha do modelo de pagamento,
segundo CASTRO (2001) são eles: Situação e aspectos econômicos, políticos e sociais
do importador, natureza, características, qualidade, concorrência, nível de oferta,
peculiaridades do produto, conceito, tradição e histórico do importador, posição da
balança comercial, do balanço de pagamento e das reservas cambiais do país
importador.
Porém, convém salientar que em cada modalidade é preciso avaliar na melhor
opção e escolher aquela que atenda as exigências da empresas e que não apresente
riscos na inserção internacional.
Segundo Hartung (2004) para agregar segurança aos negócios a comunidade
financeira internacional em conjunto com várias organizações entre elas a Câmara de
Comércio Internacional e a Organização Mundial do Comércio, criou uma serie de
mecanismos para trazer mais segurança as partes, além de garantir indenização ou
cumprimento da obrigação. Entre elas estão as cartas de crédito e as garantias bancárias
Internacionais, que são documentos emitidos por bancos, por conta e ordem de seus
clientes em favor de terceiros. Através desses documentos os bancos assumem o
compromisso de, ocorrendo reclamação ou solicitação do beneficiário, promover o
pagamento, seja integral ou parcial conforme estabelecido na carta de garantia.
De acordo com Vazquez (2006), depois de emitida a LI (se for o caso), o
importador pode solicitar ao exportador que lhe envie a mercadoria, mas antes deverá
41

providenciar numa companhia seguradora a aquisição de uma apólice de seguro que


proteja o bem adquirido, desde a origem até a chegada no País.
Nas transações internacionais temos ainda os seguros. Eles visam agregar
garantias não apenas as negociações, mas também ao funcionamento do produto
adquirido. A responsabilidade pela contratação do seguro é previamente acertada entre
os envolvidos.

O seguro do Transporte de Mercadorias, é o seguro celebrado para cobrir o


transporte de mercadorias importadas ou exportadas. Caso a mercadoria
esteja viajando em virtude de um contrato de compra e venda, o ICOTERM
utilizado é essencial para se definir quem há de contratar o seguro. (LUZ,
2007, p. 486).

Existem três formas de seguros. Segundo Hartung (2004), são elas:


Seguro de Transporte Internacional: É a principal modalidade presente nas
transações. Cobre desde o embarque da mercadoria até sua entrega ao importador. Seu
objetivo é cobrir eventuais avarias, danos, furto, extravios, etc.
Seguro da Mercadoria: É utilizado principalmente em operações de longo prazo.
Tem como objetivo garantir a integridade do equipamento ou produto contra sinistros,
incêndios, catástrofes, etc. Normalmente o beneficiário é o financiador do equipamento.
Seguro de Crédito: É utilizado para garantir o pagamento da operação em caso
de eventual inadimplência. É muito comum em casos de financiamentos de longo prazo.
Entre os principais itens que compõe o custo do seguro de credito podemos citar: risco
de credito, risco país.
Após acertadas as questões negociais, como forma de pagamento, prazo de
vencimento das cambiais, forma de entrega da mercadoria, etc., o exportador passa a
iniciar a preparação para embarque da mercadoria em seu país. Este procedimento é
acompanhado pelo importador, que precisa se certificar que a documentação está toda
correta, para não ocorrerem problemas na chegada da mercadoria.
42

12 ASPECTOS DOCUMENTAIS

No comércio internacional, os documentos desempenham importante função, já


que é por meio de um contrato que uma negociação internacional se formaliza. Esse
contrato não precisa ter uma forma preestabelecida, podendo ser uma carta, um fax, e-
mail, e até mesmo por telefone ou pessoalmente, e assim se define as condições da
operação, como escolha do produto, seu preço, garantias, condições de pagamento, etc.
Para facilitar o intercâmbio comercial, alguns documentos são padronizados, embora
ocorram diferenciações de modelos conforme o país importador, o importante é que
haja clareza nas condições da negociação, pois a documentação envolvida desde o
começo do contato se caracteriza como elemento de prova de tudo o que está sendo
negociado.
Os documentos para provar a procedência legal de certas importações estão
sendo alvos de uma operação da Receita Federal. Esse foi o assunto da reportagem
“Receita faz operação contra importação ilegal em 21 estados” do Correio do Povo.
Segundo ela, a Receita Federal iniciou em 29 de setembro uma mega operação em 21
estados, para combater a importação ilegal de mercadorias por meio de encomendas
expressas.
Quem for pego na operação, tanto remetentes quanto destinatários, terá que
provar que a transação é lícita, por meio de documentos. Caso contrário, será autuado e
terá a mercadoria apreendida, além de ter que responder ao Ministério Público Federal.
Segundo comunicado da Receita, o contrabando e o descaminho são crimes
tipificados no Artigo 334 do Código Penal, punidos com reclusão de um a quatro anos.
Incorre na mesma pena quem adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos”, alerta o comunicado.

Normalmente, quando o contato é iniciado pelo vendedor, as primeiras


informações identificam geralmente apenas a empresa exportadora e o
produto, deixando para o momento oportuno a definição de todas as outras
características da operação. É sempre necessário ao importador ou
adquirente, antes de formalizar o pedido, solicitar os demais dados que
definam efetivamente a operação. (BIZELLI, 2006, p. 51).

Após o acerto dos detalhes, o importador deve solicitar ao exportador a remessa


de um documento que formalize a negociação com a identificação precisa das partes, do
43

produto e do preço pactuado e formalize os direitos e obrigações de cada parte, sendo


utilizada para essa finalidade a fatura pro forma. Uma vez que esse documento é
assinado pelo exportador ou seu representante legalmente constituído, traz formalmente
as obrigações que assume na negociação comercial. Além disso, com a fatura pro
forma, o importador pode providenciar a Licença de Importação entre outras
providências.

É o documento que da inicio a operação, nele encontramos as condições


gerais do negocio, como preço, local de entrega da mercadoria, prazo
estimado, condições de embalagem, etc. Equivale a uma espécie de
orçamento. Ainda não há um compromisso formal entre vendedor e
comprador. (HARTUNG, 2004, p.35).

Ele é similar à fatura definitiva, porém com características de um orçamento, ou


seja, não gera a obrigação do pagamento por parte do importador. Além disso, deve ser
emitido no idioma do país importador (no caso Português) ou em inglês.
De posse da fatura pro forma, o importador tem condições para analisar todos os
aspectos que envolvem a operação, começando pela verificação da classificação
tarifária, na NCM (Nomenclatura Comum do MERCOSUL), NBM (Nomenclatura
Brasileira de Mercadorias) ou se for o caso na Naladi (Nomenclatura da Aladi), para
poder definir com maior segurança os procedimentos a serem seguidos em relação ao
tratamento administrativo, cambial e tributário da importação.
Para enquadrar a mercadoria corretamente nas nomenclaturas, Bizelli (2006) diz
que é necessária a aplicação das Regras Gerais para Interpretação do SH (Sistema
Harmonizado) e das Regras Complementares, bem como de outros princípios que
envolvem a codificação de produtos. A analise do tratamento administrativo permite
verificar se o código NCM da mercadoria depende de anuência previa, proibições ou
outras restrições para o seu embarque no exterior ou para o despacho aduaneiro do bem
no país.
A verificação do tratamento correspondente deve ser feita em normas especificas
ou na “Consulta Tratamento Administrativo” do Siscomex. A Secex disponibiliza
periodicamente no endereço eletrônico do MDIC a relação de produtos sujeitos a
manifestação previa, com a indicação dos órgãos envolvidos. Entretanto, essa relação
não substitui a consulta ao Siscomex para verificação do sistema administrativo
aplicado as mercadorias.
Com a fatura pro forma, também é possível fazer a análise do sistema fiscal, que
envolve a definição dos impostos, taxas e contribuições que oneram as importações,
44

inclusive com o aproveitamento das reduções de alíquotas decorrentes dos acordos


internacionais. Com os códigos NCM/NBM, podem ser definidas as alíquotas de II
(Imposto de Importação), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) PIS Importação
(Contribuições Sociais para os Programas de Integração Social) PASEP (Formação do
Patrimônio do Servidor Público). COFINS Importação (Contribuição Social para o
Financiamento da Seguridade Social. ICMS (Imposto sobre Operações Relativas a
Circulação de Mercadorias.
Com as análises concluídas, o importador deve se definir em relação a
importação da mercadoria, podendo, para caracterizar o início da operação comercial,
formalizar o pedido de compra correspondente, em função da condição de pagamento
negociada . Com a confirmação da operação, o exportador deve estar apto para a
preparação da mercadoria com o intuito de efetivar o seu embarque no exterior. A
preparação da mercadoria envolve a elaboração dos documentos que devem amparar a
operação comercial. É importante observar que a legislação brasileira estabelece
requisitos específicos para a documentação que deve instruir o despacho aduaneiro de
importação. Dessa maneira, convém, sempre que necessário, esclarecer o exportador
sobre algumas particularidades da nossa legislação.
A commercial Invoice é o documento emitido em substituição à fatura pro
forma. Contem praticamente as mesmas informações, porém acrescidas das condições
definitivas da transação, tais como prazo de pagamento, data do pagamento, local de
embarque e desembarque da mercadoria, etc. é emitida pelo exportador com a descrição
dos itens envolvidos na transação e atende a cotação feita pelo importador, serve à
fiscalização como mais um documento contendo a descrição das mercadorias;
Segundo Bizelli (2006). O governo brasileiro exige que esse documento
contenha nome e endereço completos do exportador; nome e endereço completos do
importador; especificação das mercadorias em português ou idioma oficial do GATT
1994 (inglês, Frances ou espanhol), ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução
em língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, com a indicação dos elementos
indispensáveis a sua perfeita identificação; marca, numeração, e, se houver número de
referencia dos volumes; quantidade e espécie dos volume; peso bruto dos volumes, ou
seja, mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens demais envoltórios; peso
líquido da mercadoria livre de qualquer embalagem ou envoltório; país de origem, ou
seja, aquele no qual a mercadoria foi produzida, ou onde ocorreu a ultima transformação
substancial; país de aquisição, considerado aquele em que a mercadoria foi adquirida
45

para ser exportada para o Brasil, independente do país de origem da mercadoria ou de


seus insumos; país de procedência, aquele onde se encontrava a mercadoria no
momento de sua aquisição; preço unitário e total de cada espécie de mercadorias, e, se
houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos ao
importador; frete e demais despesas relativas as mercadoria especificadas na fatura;
condições e moeda de pagamento; termo da condição de venda (Incoterms).
O governo Brasileiro exige também que os volumes cobertos por uma mesma
fatura tenham uma marca e sejam numerados, a repetição de números é vedada. É
admitido o emprego de algarismos, a titulo de marca, desde que sejam apostos dentro de
uma figura geométrica, e o numero em cada volume, ressalvados os casos de dispensa,
deverá ser apostado ao lado da marca ou da figura geométrica que a encerre.

A primeira via da fatura comercial será sempre a original, podendo ser


emitida, assim como as demais vias, por qualquer processo. É aceita como
primeira via, quando emitida por processos eletrônicos, aquela da qual conste
expressamente tal indicação. (BIZELLI, 2006, p.62).

A legislação brasileira equipara a fatura comercial ao conhecimento de carga


aéreo, desde que, nele constem as indicações de quantidade, espécie e valor das
mercadorias que lhe correspondam. Já quando se tratar de importação por conta e ordem
de terceiros, a Fatura Comercial deverá identificar o adquirente da mercadoria,
refletindo a transação efetivamente realizada com o vendedor ou trasmitente das
mercadorias.
O documento exigido para fins fiscais e contábeis é o contrato de câmbio, que é
emitido pelo banco negociador de câmbio e que formaliza a troca de moeda estrangeira
por moeda nacional. No cenário externo ele equivale a Nota Fiscal, sua validade se da a
partir da data de saída da mercadoria do território nacional. Este documento é
indispensável para o importador liberar a mercadoria no país de destino. De acordo com
o SEBRAE (1999) os bancos e corretoras editam o contrato de câmbio no sistema e o
imprimem em qualquer ambiente interligado ao Siscomex, para a coleta de assinaturas.
Os controles cambiais exercidos pelo Banco Central e demais bancos autorizados a
operar com cambio passaram a ser informatizados a partir da implantação do
SISCOMEX.
Segundo Hartung (2004) o contrato de câmbio é o documento firmado entre
comprador e vendedor da moeda estrangeira mediante entrega ou recibo de moeda
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nacional. É obrigatório em todas as operações de conversão de moedas no país. Sua


oficialização se dá com o registro no SISBACEN.
Conhecimento de Embarque (Bill Of Lading = B/L) é um documento emitido
pela companhia transportadora que reconhece o recebimento da carga, as condições de
transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário legal, no ponto de
destino pré-estabelecido, conferindo a posse das mercadorias. É, ao mesmo tempo, um
recibo de mercadorias, um contrato de entrega e um documento de propriedade,
constituindo assim um título de crédito.
O conhecimento de embarque recebe denominações diferentes de acordo com o
meio de transporte utilizados: Conhecimento de Embarque Marítimo (Bill of Lading -
B/L); Conhecimento de Embarque Aéreo (Airway Bill - AWB) Conhecimento de
Transporte Rodoviário (CRT); Conhecimento de Transporte Ferroviário (TIF/DTA).
“Esse documento é a comprovação de que a mercadoria foi entregue ao transportador e
confere ao consignatário a posse da mercadoria. A emissão do conhecimento é efetuada
pelo transportador e emitida em três vias originais negociáveis. (SEBRAE, 2009).
Segundo Hartung (2004) os documentos listados a cima devem conter uma
descrição sucinta da mercadoria ou do container, indicar o nome do vendedor,
comprador, data e numero do vôo, valor do frete, condição do frete (pré-pago ou não) e
eventuais dados que o vendedor ou comprador exige.
Também são necessários documentos como o Romaneio de Embarque (Packing
List) que é emitido pelo exportador para o embarque de mercadorias que se encontram
armazenadas. É necessário para o desembaraço da mercadoria e para a orientação do
importador para saber quando essa chega ao país de destino.
O Romaneio consiste em uma lista relacionando uma descrição detalhada dos
produtos a serem embarcados (volumes e conteúdos). De acordo com o SEBRAE RS
(1999) este documento facilita a fiscalização e, acima de tudo, permite ao importador a
localização da mercadoria de forma facilitada.
A carta de crédito é de grande importância para que o exportador possa
concretizar a negociação da operação junto ao banco. Ela deve ser providenciada pelo
importador e emitida por um Banco. O exportador deve então, procurar maiores
informações sobre o Banco escolhido pelo importador para saber se o Banco escolhido
pelo importador tem credibilidade no mercado interno, caso não tiver, o exportador
pode exigir o Borderô ou Certificado ou Apólice de Seguro:
47

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior


(2009), o Borderô é um protocolo fornecido pelo Banco negociador de câmbio, no qual
são relacionados todos os outros documentos a ele entregues. E o Certificado ou
Apólice de Seguro é o documento exigido quando a condição de venda envolve a
contratação de seguro da mercadoria. Deve ser providenciado antes do embarque, junto
a uma empresa seguradora.
Outro documento necessário é o Certificado de Origem, esse documento é
providenciado pelo exportador e utilizado pelo importador para comprovar a origem da
mercadoria, possibilitando à isenção ou redução do imposto de importação.

O certificado de origem é o documento que atesta a origem da mercadoria.


Pode ser exigido pelo país importador, de acordo com o tipo de produto, ou
pelo próprio exportador, para a obtenção de redução ou isenção de impostos
no destino por determinação de algum tipo de acordo, geralmente firmado
entre os países do exportador e do importador. Os modelos de certificado de
origem são variados, em função do destino da mercadoria. (SEBRAE, 2009).

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (2009) lembra ainda que


para determinados produtos, o importador poderá solicitar ainda certificados
fitossanitários ou específicos, certificados de transporte seguro, certificados de inspeção
prévia, etc.
Como prova da exigência de certificados fitossanitários, pode – se citar a recente
importação de um equipamento sem registro por uma clínica de estética, noticiado pelo
jornal Folha de São Paulo. Segundo a reportagem, o equipamento não possuía registro
da ANVISA, e mesmo assim era comercializado. De acordo com a ANVISA, a
companhia deu entrada na solicitação de registro em 30 de junho, gerando um número
de protocolo, e deveria aguardar a autorização e sua publicação no "Diário Oficial da
União". Apenas com o protocolo do pedido e sem a liberação da agência, a companhia
passou a vender o equipamento. Ao comercializá-lo para clínicas de estética, forneceu o
número do pedido e prometeu que a liberação seria publicada poucos dias depois, o que
não aconteceu.
A obtenção do registro na ANVISA depende da comprovação do atendimento
aos requisitos de segurança e eficácia estabelecidos pela agência --o que, em alguns
casos, compreende a apresentação de resultados de pesquisa clínica e certificações de
conformidade emitidos pelo Inmetro, relacionadas a segurança elétrica, mecânica, de
desempenho e de compatibilidade eletromagnética do equipamento.
48

Assim, a empresa está caracterizando o crime de infração sanitária. As penas


previstas pela lei sobre normas sanitárias vão desde advertência até cancelamento de
alvará sanitário, além de multa de R$ 2.000 a R$ 1,5 milhão.
Outro documento importante é a Declaração de Importação (DI), cujo
processamento ocorre através do Siscomex – Importação. Esse documento consolida as
informações cambiais, tributárias, fiscais, comerciais e estatísticas da operação. E
representa o início do despacho aduaneiro e geralmente é providenciado após a chegada
da mercadoria ao país.
A Declaração Simplificada de Importação é um despacho aduaneiro emitido de
maneira simplificada, tendo em vista características específicas da importação, assim
como o valor do produto importado.
A LI (Licença de Importação) é um documento eletrônico processado através do
Siscomex, é utilizado para licenciar as importações de produtos cuja natureza ou tipo de
operação está sujeita a controles de órgãos governamentais. LI serve para obter a
autorização/conformidade do órgão que responde pelo controle daquele produto ou
operação. O licenciamento, em regra geral, deve ser obtido previamente ao embarque da
mercadoria no exterior.
A LI é parte do controle administrativo, enquanto a DI é o documento base do
controle aduaneiro. Se houver Licença de Importação para a operação ou produto, os
respectivos dados migrarão automaticamente para a DI, quando for informado o
respectivo número por ocasião da formulação da DI no Siscomex.
É importante lembrar que dependendo do país importador e exportador, ou do
momento vivido no cenário mundial, outros documentos também podem ser exigidos
pelo importador, como por exemplo, o certificado de origem ou o certificado sanitário.
A fase pós-embarque na importação é muito semelhante à rotina da exportação.
Só que de maneira inversa. Aqui, é o importador quem recebe a documentação,
mediante pagamento, se for à vista, ou aceite nas cambiais, se for à prazo e efetua o
desembaraço aduaneiro. A forma de entrega destes documentos pelo exportador
estrangeiro depende da modalidade de pagamento ajustada.
Paralelamente à viagem da mercadoria, os documentos relacionados à
importação devem chegar às mãos do importador brasileiro, que deve providenciar a
Nora Fiscal, que é um documento brasileiro, e, portanto deve ser emitido em reais e em
português. A NF, permite que a mercadoria possa ser transportada de maneira legal do
local alfandegário até as instalações da empresa, além de ser usada como registro fiscal.
49

A fatura comercial e o conhecimento de embarque da carga devem ser apresentados


pelo importador à Receita Federal para que esta proceda ao despacho aduaneiro.
Com os documentos em mãos e tendo sido registrada a DI, o importador
apresenta para a Receita Federal os documentos recebidos para que esta confirme a
regularidade da importação, inclusive em relação ao pagamento dos tributos. Caso se
conclua que a informações foram prestadas da Receita Federal, é encerrado, sendo
desembaraçadas as mercadorias. Após o desembaraço, a mercadoria pode ser retirada
pelo importador.
Quando comprovada, mediante a conclusão da conferência da mercadoria, o
cumprimento da legislação tributária e a identificação do importador, a efetiva
nacionalização da mercadoria, a Secretaria da Receita Federal emite o Comprovante de
Importação (CI), que é o documento que promove definitivamente a nacionalização da
mercadoria e liberação alfandegária.
50

13 ASPECTOS LEGAIS

13.1 SISCOMEX

Conforme dados do SEBRAE (2009), o SISCOMEX é o Sistema Integrado de


Comércio Exterior, foi criado pelo Decreto n° 660, de 25 de setembro de 1992. É um
sistema informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle
de comércio exterior, realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Secretaria
da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN), que são os órgãos
gestores do sistema. Participam ainda do SISCOMEX, o COMEXE - Comando do
Exército, o MAPA - Ministério da Agricultura e do Abastecimento, a ANVISA -
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Departamento da Polícia Federal, o
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
entre etc. como órgãos anuentes, ou seja, órgãos que necessitam efetuar uma análise
complementar, dentro de sua área de competência, para que determinada operações de
exportação possa ser efetivada. Para as empresas, o Sistema representa simplificação,
agilidade, redução de custos, desburocratização, etc.
Inicialmente, o sistema foi desenvolvido para integrar as operações de
exportação. Posteriormente em 1997, diante do sucesso obtido, entrou também em
funcionamento para as operações de importação.
A partir de 01/01/1997 as atividades de licenciamento, despacho aduaneiro e
controle cambial das importações brasileiras passaram a ser realizadas por meio do
SISCOMEX. O SISCOMEX Importação é um software desenvolvido sob ambiente
windows diferentemente do SISCOMEX Exportação. A principal finalidade é auxiliar
tanto o importador quanto o Estado e os outros intervenientes no processamento das
importações brasileiras.
O Siscomex Importação objetiva, segundo Vazquez (2006), a agilização e
desburocratização das operações administrativas (emissão de licenciamento) e
operações (desembaraço alfandegário) na área de comércio exterior. Simplificação e
padronização das operações de importação, eliminação de documentos e formulários,
automatização e unificação de controles por meios eletrônicos, geração de estatísticas
51

tempestivas, agilização das operações de cambio, sinergização das ações das entidades
governamentais envolvidas no processo.
O que é confirmado por Hartung (2004), quando esse diz que o Siscomex foi
desenvolvido a partir das necessidades de se possuir controles mais seguros,
informações mais precisas e fidedignas do comércio exterior brasileiro. Além de
desburocratizar o sistema.

O SISCOMEX foi criado para suprir essas fragilidades administrativas. Os


controles passaram a ser efetuados de maneira eletrônica, e o sistema passou
a figurar como uma base única de dados fornecendo com maior segurança
informações sobre o comércio exterior brasileiro. (HARTUNG, 2004, p.42).

O SISCOMEX permitiu ainda que os órgãos de governo intervenientes no


comércio exterior pudessem acompanhar controlar e também interferir no processo de
saída e entrada de produtos no País.

Os órgãos gestores e os órgãos anuentes acessam o sistema. Os gestores,


que são os administradores do sistema, o fazem para implementar
modificações em suas áreas de competência. E os órgãos anuentes o acessam
para autorizar ou não as operações de importação ou exportação. (LUZ, 2007,
p. 29).

Os órgãos da administração direta e indireta, que atuam como anuentes no


comércio exterior serão credenciados a acessar o Siscomex para manifestar-
se acerca das operações relativas a produtos de sua área de competência,
quando previsto em legislação específica. (VAZQUEZ, 2006, p. 110).

Para realizar o cadastro no SISCOMEX, é necessário encaminhar à Unidade


da Receita Federal, o contrato social ou estatuto da empresa, cartão do CNPJ, CPF e
identidade das pessoas a serem credenciadas, as quais receberão uma senha de uso
pessoal e intransferível, sendo que cada empresa pode ter tantos representantes
cadastrados, quanto forem suas necessidades. Caso a empresa não tenha condições ou
interesse em registrar suas operações de exportação/importações no SISCOMEX, ela
poderá recorrer aos bancos autorizados a operar em cambio, sociedades corretoras de
cambio, despachantes aduaneiros e órgãos da administração direta e indireta que atuam
no comercio exterior, e que estão autorizados a efetuar o registro no SISCOMEX, por
conta e ordem de exportadores/ importadores desde que estejam devidamente
credenciados pela empresas que representam, junto a uma Unidade Federal. Porém, a
dispensa de formalidades para a inscrição no REI não desobriga os importadores de
solicitar o credenciamento para processar suas operações no SISCOMEX.
Assim, todos os importadores ou agentes credenciados tem a sua disposição um
software Siscomex – Perfil Importador, com interface gráfica, para formulação de
52

documentos eletrônicos de importação e respectiva transmissão para o computador


central. Segundo Bizelli (2006) no sistema podem ser efetuados: Formulação, registro,
diagnostico, consulta, extrato e cancelamento do LI (Licenciamento de Importação);
elaboração analise registro, diagnostico extrato e consulta da DI (Declaração de
Importação), bem como sua retificação e respectivo extrato; acompanhamento do
despacho e do débito automático dos tributos federais; elaboração, registro e consulta da
DVA (Declaração de Valor Aduaneiro); registro do ICMS (Imposto sobre Operações
Relativas a Circulação de Mercadorias) pagamento ou exoneração; emissão do CI
(Comprovante de Importação); ROF (Registro de Operações Financeiras).
O extrato da DI é gerado após o registro no Siscomex, nele está contido um
resumo das informações da operação. Este é o principal documento do processo, pois
comprova que a transação está autorizada. O importador, ou seu representante legal,
deve imprimi-lo em duas vias. A primeira via deve ser apresentada à Unidade da
Receita Federal junto com os seguintes documentos como: conhecimento de carga
original; fatura comercial; Comprovante do recolhimento de impostos e os documentos
exigidos por força de acordos internacionais ou legislação específica.
A DI tem por base a declaração formulada pelo importador, ou por seu
representante, no SISCOMEX, devendo nela constar informações gerais ( importador,
básicas, transporte, carga, pagamento) e informações específicas (fornecedor,
mercadoria, valor aduaneiro e métodos, INCOTERMS, tributos, câmbio). (BIZELLI E
BARBOSA, 1997, P.128).
Segundo o Banco do Brasil (2009) a DI é um documento eletrônico exigido na
importação de bens, cujo processamento ocorre através do Sistema Integrado de
Comércio Exterior – Siscomex –Importação. A DI consolida as informações cambiais,
tributárias, fiscais, comerciais e estatísticas da operação

A DI é para efeito de cálculo, considerando o fato gerador do imposto de


importação; a sua geração é o momento em que is tributos são pagos pelo
importador via débito automático em conta bancária e a partir do registro da
DI, se for descoberta alguma falha nas informações do importador, serão
cobradas penalidades e não apenas os tributos e juros de mora. (LUZ, 2007,
p. 72).

O registro tem por objetivo internalizar os produtos importados, licenciando-os


para consumo ou outra finalidade, de acordo com a natureza da operação e normas
vigentes. Serve também para fins de controle e acompanhamento tributário, fiscal,
cambial, comercial e estatístico, por parte dos órgãos gestores – SRF, BACEN e Secex.
53

O importador elabora, no computador do seu escritório, a declaração de


importação. Nela são prestadas as informações requeridas pelo SISCOMEX para que a
Receita Federal tenha condições de verificar a regularidade da importação. Em seguida
o importador envia pela internet s DI para registro. O extrato da DI deve conter as
informações principais da declaração e, assim, a conferencia é facilitada. (LUZ, 2006).
Além das verificações que o sistema faz antes de registrar a DI, o importador
também tem o direito de fazer verificações particulares, pois ele pode ter dúvidas em
relação a maneira correta de descrever a mercadoria à Receita Federal. Assim, essas
informações devem ser buscadas anteriormente ao registro da DI, visto que, após o
registro não adianta fazê-lo.
Além disso, existe a Declaração Simplificada de Importação (DSI), que segundo
Vazquez (2006) consiste em um despacho aduaneiro emitido de maneira simplificada,
tendo em vista características da importação. Como nos casos de: Amostras sem valor
comercial, matérias primas, insumos e produtos acabados, importados sem cobertura
cambial, catálogos e folhetos, algumas formas de admissão temporária, etc.
Segundo o Banco do Brasil (2009) a Declaração Simplificada de Importação ou
DSI é um documento de preenchimento simplificado, utilizado nas importações com ou
sem cobertura cambial, cujo valor não ultrapasse US$ 3 mil (três mil dólares dos
Estados Unidos da América), ou o equivalente em outra moeda.
Para determinadas operações, foram disponibilizados os módulos relativos aos
registros de DSI (Declaração Simplificada de Importação) e LSI (Licenciamento
Simplificado de Importação). Para algumas situações, podem ainda ser utilizados os
formulários em papel da DSI. Em relação as regras administrativas, o tratamento
aplicado ao LI é idêntico ao dispensado na LSI. Na hipótese da utilização da DSI em
formulário próprio, a anuência previa de importação deverá ser prestada no próprio
documento. (BIZELLI, 2006, p. 19).
Com o Siscomex os importadores ou agentes credenciados devem extrair e
atualizar suas tabelas com os códigos necessários (NCM, Naladi, País, Regime de
Tributação, Fundamento Legal, Recinto Alfandegado, Taxas de câmbio, etc.) para o
preenchimento dos referidos documentos e consultar a tabela de “Tratamentos
Administrativos”.
No Siscomex WEB, estão disponibilizados ainda outros documentos, como o
Cadastramento do Representante Legal e a Declaração de Transito Aduaneiro, para
facilitar os procedimentos inerentes a outras atividades do importador ou dos agentes.
54

Esse novo procedimento facilitou muito as operações para os importadores, pois


a maioria das mercadorias estão sujeitas ao Licenciamento Automático, mediante ao
simples registro da Declaração da Importação, quando submetidas ao desembaraço
aduaneiro.

13.2 LEGISLAÇÃO DE IMPORTAÇÃO

Conforme já citado anteriormente, o SISCOMEX é um sistema informatizado


que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle de comércio exterior.
Segundo Vazquez (2006), o SISCOMEX objetiva a agilização e
desburocratização das operações na área de comércio exterior. Simplificação e
padronização das operações de importação, eliminação de documentos e formulários,
automatização e unificação de controles por meios eletrônicos, geração de estatísticas
tempestivas, agilização das operações de cambio, sinergização das ações das entidades
governamentais envolvidas no processo.
O SISCOMEX permitiu ainda que os órgãos de governo intervenientes no
comércio exterior pudessem acompanhar controlar e também interferir no processo de
saída e entrada de produtos no País.
Porém, deve ser lembrado que a dispensa de formalidades para a inscrição no
REI não desobriga os de solicitar o credenciamento para processar suas operações no
SISCOMEX.
A empresa que decide operar no comércio exterior deve estabelecer em seu
contrato social o interesse nas operações de exportação e importação, assim como o tipo
de produto ou serviço que pretende comercializar. As operações de exportação e de
importação somente poderão ser efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas que
estiverem inscritas no Registro de Exportadores e Importadores – REI, que é parte
integrante do Cadastro de Exportadores e Importadores.
Sendo assim, pra começar a importar, a pessoa física ou jurídica deve se
inscrever no REI (Registro de exportadores e importadores). Mantido pela Secex. Está
inscrição é feita automaticamente quando o exportador ou importador realizar sua
primeira operação de exportação/importação. Além dos importadores e exportadores,
também serão habilitados a operar no SISCOMEX os bancos, os órgãos gestores e os
órgãos anuentes. Como esses últimos devem deferir a licença de importação ou o
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registro de exportação via SISCOMEX, devem acessar o sistema. No caso dos bancos, é
permitido que solicitem o licenciamento das operações em nome de seus clientes.

A inscrição no REI é condição básica para as empresas, entidades e pessoas


físicas atuarem como importadores/exportadores. Aqueles já inscritos no
Cadastro, anteriormente a implementação do Siscomex, terão a inscrição
mantida, não sendo necessária qualquer providência adicional. Nos casos de
importadores e exportadores que ainda não possuem cadastro, o mesmo será
feito automaticamente ao realizar a primeira operação de
importação/exportação. (VAZQUEZ, 2006, p.110).

Esse cadastro tem como função selecionar e credenciar as empresas que atuam
no comercio exterior, visando manter integra a imagem do País perante seus parceiros
internacionais e, ainda, fornecer elementos para a promoção de informações objetivando
o incremento da atividade importadora no Brasil.

Somente poderão efetuar importações as empresas, entidades e pessoas que


estejam previamente inscritas no cadastro de Exportadores e Importadores da
secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do
Turismo, que atendam cumulativamente, no que couber os seguintes
requisitos: Possuir capital mínimo integralizado fixado pela Secretaria de
Comercio Exterior; não estar em débito com a Fazenda Nacional e Fazendas
Estaduais, ser considerada idônea, não houver sido punida, em decisão
administrativa final, por infrações aduaneiras, de natureza cambial, de
comércio exterior, ou de repressão ao abuso do poder econômico. (BIZELLI
E BARBOSA, 1994, p.100)

No passado, a inscrição dependia da apresentação de vários documentos de


identificação da empresa, entidade ou pessoa física e da situação cadastral (física a
administrativa). Porém desde o final da década de 90 os importadores passaram a ser
inscritos automaticamente, ao efetuarem a primeira operação de comercio exterior no
Siscomex, aqueles que já estavam inscritos tiveram seus registros mantidos.

De acordo com a Portaria SECEX nº 15, de 17.11.2004 (acrescida das


iterações efetuadas por Portarias SECEX posteriores), os exportadores e
importadores são inscritos automaticamente no REI, ao realizarem a primeira
operação, sem o encaminhamento de quaisquer documentos, os quais
poderão ser solicitados, eventualmente, pelo Departamento de Comércio
Exterior da SECEX, para verificação de rotina. (MINISTERIO DA
FAZENDA, 2009)

Porém, o Decex, pode solicitar quaisquer documentos para eventual verificação


de rotina, e a inscrição no REI poderá ser negada, suspensa ou cancelada nos casos de
punição em decisão administrativa final, pelos seguintes motivos: infração de natureza
fiscal, cambial, de comércio exterior ou abuso de poder econômico.
56

Segundo Bizelli e Barbosa (1994), o registro poderá ser suspenso por até 2 anos,
após verificação pelo DTIC da SECEX, o registro da empresa, entidade ou pessoa física
que:
Estiver respondendo a processo administrativo por infração as leis e
regulamentos aduaneiros, de cambio, de comercio exterior e de repressão ao abuso do
poder econômico, desde que tal providencia seja justificadamente solicitada à Secretaria
de Comércio Exterior pela autoridade processante à vista da natureza da ocorrência e de
sua gravidade.
Praticar atos de desabonadores no comércio exterior, que possam prejudicar o
conceito do Brasil no estrangeiro.
Mantiver estoques com fins especulativos, contrariamente aos interesses da
economia do país.
Realizar ação monopolística ou de outra natureza, prejudicial aos interesses
nacionais, aos bons costumes e a ordem pública.
Não efetuar nos prazos e condições determinados pelas autoridades competentes,
os recolhimentos que acondicionarem a realização de exportações/ importações.
Praticar subfaturamento ou superfaturamento, regularmente agrupado,
independente da aplicação de outras sanções legais ou regulamentares cabíveis.
Estiver respondendo a processo administrativo ou judicial por debito fiscal
referente a Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) relacionado
com operações de comercio exterior.
Apresentar informações ou documentos falsos aos órgãos fiscais, cambiais e de
comércio exterior ou que seja responsável pela prática de quaisquer outros atos
irregulares em operações de importação/exportação.
O registro da empresa, entidade ou pessoa física, poderá ainda ser cancelado
definitivamente nos seguintes casos:
For punida, por decisão administrativa final e de acordo com as leis e
regulamentos específicos, por infração aduaneira, de natureza cambial, de comercio
exterior ou de repressão ao abuso de poder econômico.
Tiver o registro suspenso por duas vezes, qualquer que seja o motivo.
Praticar atos em detrimento da segurança nacional, desde que o cancelamento
seja solicitado pelas autoridades competentes.
Tenha sido punida em decisão administrativa ou judicial por infringir a
legislação fiscal de âmbito estadual relacionadas com operações de comércio exterior.
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A suspensão e o cancelamento do registro de importador ou exportador serão


efetivadas pela Secretaria de Comércio Exterior , através do DTIC, intimado
previamente o interessado para defender-se no prazo de 10 dias contando da
data do recebimento da intimação. (BIZELLI E BARBOSA, 1994 p.102).

Segundo o Ministério da Fazenda, Indústria e Comércio Exterior (2009),


também fica estabelecida o registro no RADAR para os procedimentos para habilitação
de pessoa física e do responsável por pessoa jurídica (Empresa) no SISCOMEX e
credenciamento de representantes para a prática de atividades de despacho aduaneiro.
Desta forma, todo importador ou exportador deve apresentar à SRF determinados
documentos que comprovarão a solidez e o perfil importador/exportador da empresa.
Para solicitar a habilitação no RADAR é necessário: Preenchimento dos
requerimentos necessários; A apresentação da documentação da Empresa; A
identificação Responsável legal – CNPJ; O encaminhamento da documentação à
unidade da SRF de sua jurisdição; Análise fiscal por parte da SRF.
Além disso, para a habilitação, a SRF tem modelo próprio de requerimento, que
varia de acordo com cada modalidade de habilitação possível. As modalidades de
habilitação segundo o Ministério da Fazenda (2009) são:
Modalidade Ordinária: A habilitação do responsável legal pela pessoa jurídica
será feita mediante requerimento à unidade de jurisdição aduaneira do estabelecimento
matriz, subscrito por qualquer das pessoas físicas que atendam aos critérios de
qualificação constantes da legislação relativa ao CNPJ. Esta modalidade é utilizada para
pessoas jurídicas que atuem habitualmente no comércio exterior ou na internação de
mercadorias oriundas da ZFM.
Modalidade Simplificada de Pequena Monta: Poderão habilitar-se como
responsáveis no Siscomex o próprio interessado, quando se tratar de pessoa física,
inclusive a qualificada como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado ou, nos
demais casos, as pessoas físicas que atendam aos critérios de Qualificação da Pessoa
Física Responsável conforme legislação do CNPJ. Utilizado por pessoas físicas ou
jurídicas que não operem com freqüência no comércio exterior
Modalidade Especial: Poderão habilitar-se como responsáveis no Siscomex por
órgão público a pessoa física qualificada como responsável constante na legislação
específica do CNPJ, ou servidor público por ela designado e como responsável no
Siscomex por organismo internacional e outras instituições extraterritoriais, o seu
responsável legal no Brasil ou qualquer pessoa por ele designada. Utilizados para
órgãos da administração pública, autarquias, fundações e assemelhados.
58

Modalidade Restrita: Poderão habilitar-se como responsáveis no Siscomex por


órgão público a pessoa física qualificada como responsável constante na legislação
específica do CNPJ, ou servidor público por ela designado e como responsável no
Siscomex por organismo internacional e outras instituições extraterritoriais, o seu
responsável legal no Brasil ou qualquer pessoa por ele designada. Utilizado para pessoa
física ou jurídica que tenha operado anteriormente no comércio exterior, exclusivamente
para a realização de consulta ou retificação de declaração.
A análise fiscal dos dados credenciados no RADAR por parte da SRF tem por
finalidade verificar a existência legal da empresa, identificar os dados de capital social,
patrimônio e renda da pessoa jurídica e a renda dos respectivos sócios. Além de avaliar
a compatibilidade entre a atividade econômica, a capacidade operacional, econômica e
financeira de pessoa jurídica e as informações de natureza comercial constantes do
requerimento apresentado.
Depois de efetuados os cadastros, os importadores receberão senhas de uso
pessoal e intransferíveis, sendo que cada empresa poderá cadastrar tantos representantes
quantas forem as suas necessidades. Deve haver o comparecimento e identificação do
responsável legal à seção de tecnologia da unidade da SRF. O acesso ao Sistema deve
ser mensal.
Em caso de erro na digitação da senha, após 3 tentativas o sistema é bloqueado
automaticamente. Segundo o Ministério da Fazenda (2009), também torna-se necessário
que as empresas façam o cadastro da habilitação de seus representantes legais, que
também inclui o despachante aduaneiro. Será esse o profissional que poderá representar
a empresa perante as autoridades controladoras do comércio exterior e fará o
acompanhamento e liberação alfandegária dos produtos na exportação ou importação. A
vinculação dos representantes legais pode ser realizada também no Siscomex-Web.
Mesmo após haver a decisão pela importação, e a inscrição no REI e no
RADAR, a mercadoria não pode ser embarcada para o Brasil sem consulta prévia
quanto à necessidade de autorização, pois a legislação brasileira prevê o licenciamento
das importações, como forma de implementar o controle administrativo.
O licenciamento da importação serve para efeito de aplicação das normas
regulamentares e de tramitação administrativa, e envolve a apresentação de um pedido
ou de outra documentação (diferente daquela necessária para fins aduaneiros) ao Órgão
administrativo competente, como condição prévia para a autorização de importações
para o território aduaneiro.
59

Previamente ao embarque da mercadoria o importador deverá registrar sua


pretensão no SISCOMEX, e o sistema providenciará o licenciamento
automático da importação. Caso haja alguma restrição, para o caso de
mercadorias controladas, a LI será submetida ao órgão responsável pela
anuência. É o caso de importação de armamentos, produtos tóxicos, sangue
humano, etc. (HARTUNG, 2004, p. 40).

Segundo Luz (2007) a exigência de LI pode se dar em virtude da própria


mercadoria ou de operações que possam vir a ser feita com ela. Portanto existe no
SISCOMEX e no endereço eletrônico do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior a lista de produtos que para os quais se exige licenciamento, e na
portaria SECEX existe a lista de operações, que independe do tipo do produto. Isso dá
flexibilidade aos órgãos anuentes que podem que podem inserir ou excluir mercadorias
quando houver necessidade, dispensando a edição de uma norma e respectiva
publicação no Diário Oficial da União.
Licença de Importação de acordo com o Banco do Brasil (2009) é um
documento eletrônico processado através do Sistema Integrado de Comércio Exterior –
Siscomex, utilizado para licenciar as importações de produtos cuja natureza ou tipo de
operação está sujeita a controles de órgãos governamentais. A Licença de Importação
serve para obter a autorização/conformidade do órgão que responde pelo controle
daquele produto ou operação. O licenciamento, em regra geral, deve ser obtido
previamente ao embarque da mercadoria no exterior.
As importações brasileiras em termos de classificação estão divididas em:
Importações Permitidas sujeitas a LI de importação que pode ser emitida, previamente
ao embarque, previamente ao despacho aduaneiro, previamente ao desembaraço
aduaneiro ou após o registro de declaração de importação; Importações Permitidas
dispensadas de Guia de Importação; Importações não permitidas, que podem ser
proibidas ou temporariamente suspensas; E Importações em Consignação.
Grande parte das importações brasileiras permitidas necessita de Licença de
Importação (LI) prévia ao embarque da mercadoria no exterior. Assim o importador
deverá instruir o exportador a somente efetuar o embarque da mercadoria no exterior
após a sua autorização, que deverá ocorrer após a emissão da LI, para que a operação
não seja penalizada pela inobservância dessa regra.
Segundo Bizelli e Barbosa (1994) o descumprimento total dessa regra sujeita o
infrator a pagar multa de 100% do valor aduaneiro da mercadoria quando implicar
também na falta de deposito ou de pagamento de quaisquer ônus financeiros ou
cambiais, ou 30% do valor aduaneiro quando não implicar na falta de deposito ou de
60

pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais, somente mediante o pagamento


dessa multa que a mercadoria é liberada.
Já a emissão prévia ao despacho aduaneiro de importações permitidas se da em
casos de importações destinadas a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana no
estado do Amapá.
Nesse caso, os órgãos anuentes poderão autorizar diretamente no Siscomex o
licenciamento anteriormente ao despacho aduaneiro, conforme dito por Bizelli (2006),
quando previsto em legislação específica, mantido as atribuições de cada anuente. O
pedido de licença deverá ser registrado no Siscomex pelo importador ou por seu
representante legal ou, ainda, por agentes credenciados pelo Departamento de
Operações de Comércio Exterior, da Secretaria de Comércio Exterior e pela Secretaria
da Receita Federal. A descrição da mercadoria deverá conter todas as características do
produto e estar de acordo com a Nomenclatura Comum do MERCOSUL.
As importações permitidas com LI prévia ao desembaraço aduaneiro estão
previstas para as importações realizadas na Zona Franca de Manaus, Área de Livre
Comércio de Pacaraima e Bonfim (Roraima), Área de livre comércio de Brasiléia e
Cruzeiro do Sul (Acre).
Segundo Luz (2007), em casos como a importação de partes, peças,
componentes, acessórios, matérias primas, produtos químicos, ferramentas e demais
bens efetivamente aplicados na manutenção e reparos de máquinas, equipamentos,
aparelhos, instrumentos, aeronaves, veículos, embarcações e locomotivas, operações de
drawback genérico, bem como aquelas destinadas a entrepostos industriais autorizados
pela SRF, partes, peças, componentes e insumos sujeitos a anuência prévia de outros
órgãos governamentais, destinados a processamento, a LI pode ser emitida após o
registro da Declaração de Importação.
Nestes casos a LI terá validade de apenas 15 dias corridos após a sua emissão,
para fins de comprovação junto a repartição de desembaraço aduaneiro correspondente.
A falta de apresentação da LI no prazo estipulado implicará no pagamento de multa, por
ser considerada importação sem emissão de LI. (Bizelli e Barbosa, 1994).
A solicitação de Licenciamento em todos os casos citados a cima, devem
segundo Luz (2007) ser instruídas com todos os elementos necessários para a
identificação da mercadoria, pois o órgão anuente precisa ter pleno conhecimento da
mercadoria para decidir se permite ou não a importação. Só não haverá a necessidade de
61

detalhar as mercadorias sobressalentes, porém essas peças devem obedecer a um valor


limite e que ela esteja prevista nos documentos da importação.

O importador, ou seu representante legal, formula a Licença de Importação


no Siscomex e a transmite para a Base Central onde receberá numeração
específica e ficará à disposição do respectivo anuente/licenciador. O
importador pode solicitar a formulação da Licença de Importação numa
agência do Banco do Brasil. O anuente/licenciador aloca, analisa e emite o
parecer sobre a importação. A Licença de Importação tem validade de 60
dias, contados da data do deferimento. (BANCO DO BRASIL, 2009).

A LI é uma forma de melhorar o controle administrativo. Esse mecanismo impõe


ao importador brasileiro a obrigatoriedade de solicitar ao governo brasileiro autorização
para importar. A maioria das importações está dispensada da LI e a exigência da licença
ocorre em números proporcionalmente pequenos.
Existem dois tipos de LI o automático e o não automático. A grande diferença
entre ambas, é que na LI automática, a análise e efetivação do licenciamento, ocorrem
em no máximo 10 dias úteis. Estão sujeitas ao licenciamento automático os produtos
que constam na lista do SISCOMEX. Já na LI não automática esse prazo passa para 60
dias, pois nesse caso a mercadoria necessita de análise especial de algum órgão para ser
liberada. Após a solicitação do licenciamento o importador pode acompanhar via
SISCOMEX à situação do seu pedido.

O Licenciamento Automático será efetivado no prazo máximo de dez dias


úteis, contados a partir da data de registro no Siscomex, caso os pedidos de
licença sejam apresentados de forma adequada e completa. Já no
Licenciamento não Automático, os pedidos terão tramitação de, no máximo,
60 dias. Ambos os licenciamentos terão validade de 60
dias para fins de embarque da mercadoria no exterior, exceto em casos como
solicitações de prazo de validade diferente do estipulado, bem como de
prorrogação, deverão ser apresentadas, antes do vencimento, com
justificativa, diretamente aos órgãos anuentes. As licenças serão canceladas
automaticamente após decorridos 90 da data de validade. (MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2009).

A empresa poderá solicitar a alteração do licenciamento, até o desembaraço da


mercadoria, em qualquer modalidade, mediante a substituição, no Siscomex, da licença
anterior. Porém, a substituição estará sujeita a novo exame pelos órgãos anuentes,
mantida a validade do licenciamento original e não serão autorizadas substituições que
descaracterizem a operação originalmente licenciada.
As importações dispensadas de LI terão seu desembaraço aduaneiro processado
mediante solicitação direta do importador a repartição fiscal, observando a necessidade
exame prévio, aprovação específica ou condições especiais exigidas por outros órgãos
62

governamentais intervenientes no processo. Algumas importações que podem ser


realizadas sem a emissão do LI são: Livros. Jornais, publicações periódicas,
homodialisador descartável próprio para rim artificial, relógio de pulso para cegos,
filmes educativos ou científicos, animais de vida domestica, amostras, exceto de
produtos farmacêuticos, não comerciáveis até o valor de US$ 1,000.00, sem cobertura
cambial. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO
EXTERIOR, 2009).

Deve-se observar que alguns produtos e/ou operações, sujeitam-se ainda a


procedimentos especiais, que deverão ser observados para o seu ingresso no
país. Nesses casos, na consulta ao Tratamento Administrativo do Siscomex, o
sistema não informara a necessidade de licenciamento, mas sim, “alertará” de
que significa a necessidade do cumprimento de procedimentos específicos a
serem observados para o desembaraço aduaneiro correspondente. (BIZELLI,
2006, p. 66).

Nas importações não permitidas, existem as proibidas (possuem caráter


permanente), por força de caráter legal ou de compromissos internacionais assumidos
pelo Brasil. Alguns dos produtos proibidos citados por Bizelli e Barbosa (1994) são:
Barcos de passeio, reputados de luxo, detergentes não biodegradáveis, zipeprol, seus
sais e medicamentos que o contenham, produtos com atividades anabolizantes, resíduos,
exceto os autorizados pelo IBAMA, importações do Haiti, Iraque e Iugoslávia – Sérvia
e Montenegro
Já as importações suspensas temporariamente abrangem: Máquinas,
instrumentos e equipamentos que não atendam as condições estipuladas pela SECEX,
animais vivos de espécie suína, suas carnes e miudezas quando originarias ou
procedentes da Bélgica, tendo em vista a ocorrência de peste suína naquele país, bens de
consumo usados, automóveis de passageiros, caminhonetas, furgões, pick-ups,
motocicletas e semelhantes quando se tratar de bens usados ou que não atendam as
condições fixadas pela SECEX. A inobservância dessas regras implicará na pena de
perdimento da mercadoria, conforme previsto no Regulamento Aduaneiro.
(MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO
EXTERIOR, 2009).
As importações em consignação só são aceitas pelo governo brasileiro em casos
de entrepostamento aduaneiro, deposito de mercadoria em local determinado, com
suspensão do pagamento de tributos e sob controle fiscal, ou deposito especial
alfandegado, deposito exclusivo do importador, para estocagem de partes, peças e
63

materiais de reposição ou manutenção de veículos e equipamentos estrangeiros, em uso


no país e empregados na prestação de serviços.
De acordo com Bizelli e Barbosa (1994), nesses casos a mercadoria entra no país
sem que seja transferida a sua propriedade, ou seja, não nacionalizada, para que em
operação posterior a transferência seja efetivada.
A necessidade ou não de LI está diretamente ligada a classificação fiscal das
mercadorias, é essa classificação que define se um produto precisa ou não de LI, e é ela
que também define se o produto pode sofrer Licenciamento automático ou não
automático.
Segundo Luz (2007), essa classificação, também é usada para definir as
alíquotas de cada produto, já que, considerando que todas as mercadorias existentes no
mundo podem, em tese, ser importadas, cabe aos governos a definição das alíquotas do
imposto de importação para cada espécie delas. O normal é que cada bem tenha uma
alíquota respectiva, mas não é raro um país definir uma única alíquota para a
importação de qualquer tipo de produto. Assim, a classificação de mercadorias é uma
tarefa básica na importação, exportação e nas operações de mercado interno, a qual
determina para cada produto a codificação em que deve ser enquadrado, permitindo o
conhecimento das alíquotas de impostos e de outras imposições a que estão sujeitos. É
importante também para determinar os tributos envolvidos nas operações de importação
e exportação, e para fins de controle estatístico e determinação do tratamento
administrativo requerido para determinado produto.
Além disso, a classificação fiscal de mercadorias é um serviço que visa à análise
de produtos e seu conseqüente enquadramento, de acordo com as tabelas de imposto de
importação e de produtos industrializados da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias
(NCM).
Segundo Bizelli (2006), depois de estar concluído o processo da LI, e a
mercadoria estar com a NCM correta, o importador já pode orientar o exportador para
lhe enviaras mercadorias adquiridas, porém deverá providenciar uma Companhia
Seguradora para a aquisição de uma apólice de seguro que proteja o bem desde a origem
até a chegada ao país. Da mesma forma deverá procurar o representante de um armador,
ou seja uma companhia de transporte, e se a condição de compra for INCOTERM CIF,
providenciar o afretamento externo.
64

Quando a mercadoria importada chega ao Brasil, é feito o processo de


nacionalização da mesma, através do despacho e desembaraço para consumo ou
utilização no mercado interno.

Como regra, o despacho aduaneiro somente deverá ter inicio após a chegada
da mercadoria na URF de despacho, assim entendida a unidade da Receita
Federal na qual o importador for submeter a mercadoria importada a
Despacho Aduaneiro, independentemente da unidade de entrada da
mercadoria no território aduaneiro brasileiro. (BIZELLI, 1997, p.125).

Com o registro da DI feito pelo sistema, inicia-se o despacho aduaneiro,


procedimento fiscal que objetiva a apuração da regularidade da importação e exatidão
dos dados declarados pelo importador em relação a mercadoria, aos documentos
apresentados e a legislação vigente, além identificar o importador. Essa verificação é
feita pela Receita Federal. A DI é o documento base do despacho.

Com os documentos em mãos e tendo sido registrada a Declaração de


Importação, o importador apresenta a Receita Federal os documentos
recebidos para que esta confirme a regularidade da importação, inclusive em
relação aos pagamentos de tributos. Caso se conclua que as informações
foram prestadas corretamente, o despacho aduaneiro, que é o procedimento
de fiscalização da Receita Federal, é encerrado, sendo desembaraçadas as
mercadorias. Após o desembaraço, a mercadoria pode ser retirada pelo
importador, sem prejuízo da cobrança pela armazenagem. (LUZ, 2007, p.4).

Segundo Vazquez (2001), o desembaraço aduaneiro de importação, inicia-se


com o registro pelo Siscomex da Declaração de Importação (DI), junto a repartição
fiscal competente. Nesse momento, o importador recolhe os impostos devidos e
cumprindo outras formalidades com pagamento de taxas, emolumentos, despesas de
capatazia, remoção, etc. Habilitando-se a tomar posse efetiva da mercadoria.
Já segundo Bizelli (2006) o despacho aduaneiro de importação é o procedimento
administrativo fiscal, motivado pelo importador, que tem por objetivo, mediante a
verificação da exatidão dos dados declarados em relação à mercadoria importada, aos
documentos apresentados e à legislação aduaneira, o desembaraço de mercadoria
procedente do exterior tenha esta sido importado a título definitivo ou não.
No momento em que for registrada a DI, ocorre a parametrização, nesse
processo, a carga é destinada por “sorteio” para um dos canais de verificação, que são:
Canal Verde: A mercadoria é liberada automaticamente sem nenhum tipo de
verificação.
Canal Amarelo: A documentação envolvida no processo é verificada pelo fiscal,
e, não sendo constatada irregularidade, efetivação do desembaraço aduaneiro;
65

Canal Vermelho: O fiscal confere e compara a documentação com a carga, para


efetivação do desembaraço aduaneiro;
Canal Cinza: Realização do exame documental, verificação física da mercadoria,
e investigação das operações da empresa ((averiguação da base de cálculo do Imposto
de Importação), geralmente, quando a mercadoria cai neste canal é porque já existe
desconfiança, por problemas em operações anteriores, ou denúncias de irregularidade na
empresa ao FISCO, para efetivação do desembaraço aduaneiro
Canal Azul: É um canal mais recente, criado para facilitar as operações de
grandes empresas, segundo Luz (2007), empresas que possuem um patrimônio líquido
igual ou superior a R$ 20.000.000,00 e um fluxo de comércio anual igual ou superior a
US$ 10.000.000,00. Nesse canal as mercadorias são liberadas e desembaraçadas
automaticamente
Existem segundo Luz (2007) três modalidades de despacho: para consumo, para
admissão em regime aduaneiro especial e para internação.
Quando a mercadoria é submetida ao despacho comum, ou de forma
simplificada, importada a titulo definitivo, o despacho é para consumo.
Se a mercadoria for submetida a um regime aduaneiro especial ou aplicado em
áreas especiais, o despacho é para admissão.
Já o despacho de internação se aplica para fiscalizar as mercadorias saídas da
Zona Franca de Manaus para o restante do território Nacional.
Concluída a conferencia sem exigência fiscal ou outra, dar-se á o desembaraço
aduaneiro da mercadoria, que é o ato final do despacho aduaneiro, em virtude do qual é
autorizada a entrega da mercadoria ao importador (VAZQUEZ, 2001).
Os autores Bizelli e Barbosa (1997) confirma que o desembaraço aduaneiro é o
ato final do despacho aduaneiro em virtude do qual é autorizada a entrega da mercadoria
ao importador. Independentemente do canal para o qual tenha sido selecionada a
conferencia, a entrega da mercadoria somente poderá ser efetuada após o registro do
desembaraço no SISCOMEX pela autoridade aduaneira.
Quando o desembaraço das mercadorias for registrado no sistema, a autoridade
fiscal emitirá o Comprovante de Importação, que será entregue ao importador como
prova de ingresso regular da mercadoria no país.
Segundo Luz (2007), todas as mercadorias que estão entrando no Brasil sofrem
despacho aduaneiro, sendo dispensada apenas a mala diplomática (por conter somente
documentos diplomáticos e de uso oficial).
66

Porém, algumas mercadorias têm o seu desembaraço aduaneiro antecipado, essas


mercadorias podem ser registradas antes de sua chegada a Unidade da Secretaria da
Receita Federal. Esse é o caso das importações de matéria – prima utilizada no
fertilizante a ser usado na agricultura. Essa é uma medida que visa agilizar os tramites
burocráticos e liberar rapidamente a importação do produto ao interessado. De acordo
com Vazquez, esse caso aplica-se a:
Mercadorias transportadas a granel, cuja descarga se realize diretamente para
terminais de oleodutos, silos ou depósitos próprios, ou veículos apropriados;
Mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente características de
periculosidade; plantas e animais vivos, frutas frescas e outros produtos facilmente
perecíveis ou suscetíveis a danos causados por agentes externos; Papel para impressão
de livros, jornais e Periódicos; órgão da administração pública, direta ou indireta,
federal, estadual ou municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades da
economia mista e fundações públicas; E, mercadorias transportadas por via terrestre,
fluvial ou lacustre.
Segundo Bizelli e Barbosa (1997), o interessado - pessoa física ou jurídica, ou
entidade que tenha interesse direto na operação de importação – exercerá as atividades
relacionadas com o despacho aduaneiro de bens pessoalmente ou através de um
representante legal (pessoa física que detém a representação de firma), empregado com
vínculo empregatício exclusivo com a empresa ou ainda um despachante aduaneiro.
A mercadoria pode ainda, segundo Vazquez (2006) ser submetida a uma revisão
aduaneira, que é o ato no qual a autoridade fiscal, após o desembaraço da mercadoria,
reexaminar o despacho aduaneiro, com a finalidade de verificar a regularidade da
importação quanto aos aspectos fiscais, e outros, inclusive o cabimento de beneficio
fiscal aplicado.

Verificada, em ato de revisão, diferença de tributos ou irregularidades cuja


prova permaneça na declaração, nos documentos que a instituem ou em
processo correlato, será adotado o procedimento fiscal cabível para fins de
recolhimento do que for devido à União. (BIZELLI E BARBOSA, 1997, p.
135).

A mercadoria será considerada abandonada em casos em que a mesma


permanecer no recinto alfandegado sem que seu despacho comece nos prazos de: 90
dias da descarga ou abertura da mala postal; 60 dias da notificação aduaneira para que
seja processado o despacho da mercadoria; 45 dias após esgotar-se o prazo de
permanência em recinto alfandegado de zona secundária.
67

Esse controle promovido pela Aduana, corporificada pela Receita Federal, tem,
segundo Luz (2007) um caráter extrafiscal ou econômico. Neste controle, o interesse
principal não é verificar os tributos, mas sim a segurança da sociedade.
O território aduaneiro compreende todo o território nacional e se divide em zona
primária (que compreende a área terrestre ou aquática, contínua ou descontinua, nos
portos alfandegados; áreas terrestres e aeroportos alfandegados e áreas terrestres que
compreendem os pontos de fronteira alfandegados) e zona secundária (é a parte restante
do território aduaneiro, incluindo as água territorial e o espaço aéreo).

A zona primária compreende faixas internas de portos e aeroportos, recintos


alfandegados e locais habilitados na fronteira terrestre, bem como outras
áreas nas quais se efetuem operações de carga e descarga de mercadorias, ou
embarque e desembarque de passageiros, procedentes ou destinados ao
exterior. Esta zona é demarcada pela autoridade local, ouvindo o órgão ou
empresa a que esteja vinculada a administração do porto, aeroporto ou
estação de fronteira. Já a zona secundária compreende o restante do território.
Os recintos alfandegados na Zona Secundária são os entrepostos, depósitos,
terminais ou outras unidades destinadas ao armazenamento de mercadorias
importadas ou destinadas a exportação, que devam movimentar-se ou
permanecer sob controle aduaneiro, incluindo-se também as dependências
destinadas ao depósito de remessas postais internacionais sujeitas ao mesmo
controle. (BIZELLI E BARBOSA, 1997, p.43).

Desse modo, as mercadorias provenientes do exterior, somente podem entrar no


Brasil pela zona primária, que engloba os locais declarados pela Receita Federal como
local com alfândega instalada, possibilitando a fiscalização e controle das mercadorias.
Caso a mercadoria chegue a uma zona secundária, ela será descarregada e custodiada
pelo órgão responsável.
Em todo o território brasileiro as normas aduaneiras são substancialmente as
mesmas, assim, como o território aduaneiro abrange todo território nacional, as normas
aduaneiras serão as mesmas, independentemente de que área do território se dar o
comércio internacional. Desse mesmo modo, o entende-se que não existam áreas livres
de fiscalização por parte da Receita Federal. A aduana pode exercer jurisdição em
qualquer ponto do território brasileiro.
Põem, no caso de importaçao de alguns produtos, o governo oferece incentivos
fiscais e até algumas facilidades ao importador. Como no caso da Zona Franca de
Manaus (criada para estimular a industrialização da região), redução de tributos como o
ICMS o que baixa o custo do produto. O que deixa o produto importado em relação de
vantagem ao produzido em território nacional
68

Alguns Estados introduziram em sua legislação dispositivos para conceder, por


exemplo, a dilatação do prazo de recolhimento do ICMS incidente sobre produtos
importados por empresas que neles instalem simples depósitos de mercadorias. Por
questão de competição entre os próprios Estados, a prática se disseminou e hoje é
adotada em quase todo o Nordeste, assim como em outras regiões do País, com a
justificativa de criar empregos e movimentar a economia local. Outra maneira indireta
de incentivar importações é o regime de drawback.
Esse tipo de benefício criou sérias distorções, que começam pelo acirramento da
guerra fiscal e vão até a criação de um ambiente de competição desigual entre as
empresas.

13.3 ASPECTOS OPERACIONAIS

Em 1970, as Nações Unidas e o Conselho de Cooperação Aduaneira e outras


entidades internacionais decidiram elaborar um estudo para a criação de uma
nomenclatura comum que pudesse atender os interesses aduaneiros e estatísticos dos
países. Após 13 anos, o Conselho de Cooperação Aduaneira encerrou os trabalhos e
aprovou o projeto de Convenção Internacional do Comitê sobre o “Sistema
Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias”. A Convenção
Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de
Mercadorias, aprovada em Bruxelas em 14 de junho de 1983, foi emendada em junho de
1986, passando a vigorar em 1º de Janeiro de 1988, e sendo conhecida como a
Nomenclatura do Sistema Harmonizado (SH). Atualmente mais de 177 países adotam a
nomenclatura SH, que já sofreu algumas alterações em 1996 e 2002. (MINISTÉRIO
DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (2009).
O SH foi criado para promover o desenvolvimento do comércio internacional, e
aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, particularmente as do
comércio exterior. Além disso, o SH facilita as negociações comerciais internacionais, a
elaboração das tarifas de fretes e das estatísticas relativas aos diferentes meios de
transporte de mercadorias e de outras informações utilizadas pelos diversos
intervenientes no comércio internacional.

O SH foi criado em 1983. O Brasil aderiu à Convenção Internacional sobre


Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias em 31 de
outubro de 1986. Em 1988, o SH entrou em vigor a nível internacional. E em
69

1989, o Brasil passou a utilizá-lo. Cerca de cento e noventa países utilizam o


SH atualmente, representando cerca de 98% do comércio mundial de bens.
(LUZ, 2007, p. 328)

Segundo o CIESP (2009), a composição dos códigos do SH se dá por um


conjunto de 6 dígitos de uso múltiplo baseada em uma série de posições subdivididas
em 4 dígitos. Os quatro dígitos iniciais da nomenclatura determinam a “Posição”, sendo
que os dois primeiros números indicam o “Capítulo”, enquanto os dois últimos indicam
a “Posição” dentro do próprio “Capítulo”.Para ajudar na compreensão existem Notas
Explicativas que antecedem o início de cada seção ou capítulo, auxiliando no correto
enquadramento do produto. Cabe ressaltar que as “Posições” podem estar subdivididas
em duas ou mais “Subposições” de um travessão (-), denominadas “Subposições
Simples” e,quando necessário, estas se subdividem em duas ou mais Subposições de
dois travessões (--), conhecidas como Subposições Compostas. Essas diversas divisões
permitem que sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem,
matéria constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico, crescente e de
acordo com o nível de sofisticação das mercadorias, assim, o SH possibilita aos países a
criação de mais dígitos identificadores de acordo com o interesse de especificação de
mercadorias.
84 Capítulo (dois primeiros dígitos do SH)
8429 Quinta posição do capítulo 07- (4º primeiros dígitos do SH)
8429,5 Primeira subposição de um travessão 5º dígito = 1 (5º primeiros
dígitos do SH)
8429,51 Primeira subposição de dois travessões 6º dígito = 1 (6º
primeiros dígitos do SH)
Quadro 3. Código SH
Fonte: CIESP (2009).

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, o


Sistema Harmonizado (SH) abrange:
Nomenclatura: Compreende 21 seções, composta por 96 capítulos, além das
Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez, são divididos
em posições e subposições, atribuindo-se códigos numéricos a cada um dos
desdobramentos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi reservado para uma eventual
utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos especiais pelas
Partes Contratantes. O Brasil, por exemplo, utiliza o Capítulo 99 para registrar
operações especiais na exportação;
70

Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado: Estabelecem as


regras gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura;
Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH): Fornecem
esclarecimentos e interpretam o Sistema Harmonizado, estabelecendo, detalhadamente,
o alcance e conteúdo da Nomenclatura.

Os criadores do SH entenderam que, para ter um alcance mais amplo de


países, era necessário não ser tão rígido no uso do sistema. Por isso
permitiram que os países signatários da Convenção criassem dígitos
adicionais aos seis definidos no SH. Desta forma se um país considerasse que
um código não foi suficientemente desdobrado no SH, ele poderia criar os
dígitos adicionais (LUZ, 2007, p.347).

Para o comércio exterior brasileiro duas nomenclaturas são de conhecimento


necessário: a NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL (que com a criação do
Bloco Econômico MERCOSUL substituiu a NBM, Nomenclatura Brasileira de
Mercadorias), e a Naladi – Nomenclatura da Associação Latino-Americana de
Integração. A primeira é a nomenclatura adotada para as operações de comércio exterior
e a segunda é utilizada para as negociações com os países da Aladi.

Considerando que todas as mercadorias existentes no mundo podem em tese


ser importadas pelo nosso país, cabe ao governo brasileiro a definição das
alíquotas do imposto de importação para cada espécie delas. O normal é que
cada bem tenha uma alíquota respectiva, mas não é raro um país definir uma
única alíquota para a importação de todo e qualquer tipo de produto. (LUZ,
2007, p.325)

Antes da formação do MERCOSUL em 1995, o Brasil usava a Nomenclatura


Brasileira de Mercadorias NBM, que assim como o NCM, também tinha como base o
SH.
Segundo Luz (2007), em 1989, o Brasil passou a utilizar a NBM, uma
nomenclatura baseada no SH. Nesse modelo, o Brasil adotava dez dígitos, visto que
criou quatro além do SH. Para a composição da NCM, os países do MERCOSUL
consolidaram a classificação em oito dígitos, acrescentando mais dois dígitos de
identificação de mercadorias.
A correlação NCM X NBM refere-se aos códigos da NCM atualmente em vigor
e aqueles que eram válidos quando a regra vigente era de classificação de acordo com o
NBM.
Sendo assim, a pesquisa para classificar as mercadorias pode ser feita de duas
maneiras, a partir da NCM ou da NBM. Porém, apenas cerca de um terço dos códigos
NCM/NBM tem correlação direta entre si, pois, quando houve a criação da NCM,
71

diversos códigos foram suprimidos ou sofreram desdobramentos. Dessa forma, quando


o resultado apresentar mais de um código, é necessário se informar sobre a correlação
correta através da descrição da mercadoria que mais se aproximar do produto objeto da
análise. (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2009).
Desde janeiro de 1995, os países membros do MERCOSUL adotam a
Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que tem por base o Sistema
Harmonizado. Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são
formados pelo Sistema Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo dígitos correspondem
a desdobramentos específicos atribuídos no âmbito do MERCOSUL. (Ministério do
Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, 2009).
Segundo Luz (2007) a NCM é adotada como nomenclatura única nas operações
de comércio exterior, ou seja, os quatro países do MERCOSUL a usam quando
importam ou exportam mercadorias entre si, ou envolvendo países de fora do bloco.
A classificação dos códigos na Nomenclatura Comum do MERCOSUL obedece
à seguinte estrutura, segundo dados da CIESP (2009):
Possui seis Regras Gerais de interpretação do Sistema Harmonizado e uma
Regra Geral Complementar. Conta também com Notas de Seção, de capítulo, de
subposições e, em alguns Capítulos, Notas Complementares. Além disso, lista
aproximadamente 14.000 códigos ordenados sistematicamente em posições,
subposições (simples e compostas), itens e subitens. Agrupados em 21 Seções e 96
Capítulos.
Seção XVI Máquinas e aparelhos, material elétrico, e suas partes;
aparelhos de gravação ou de reprodução de som,
aparelhos de gravação ou de reprodução de imagem e de
som em televisão, e suas partes e acessórios.
Capítulo 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e
instrumentos mecânicos, e suas partes.
Posição 8429 “Bulldozers”, “Angledozers”, niveladores, raspo -
transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores,
carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos
ou cilindros compressores, autopropulsados
Subposição 8429,5 Pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás
carregadoras.
Subposição 8429,51 Carregadoras e pás carregadoras, de carregamento frontal.
Item 8429,51,1 Carregadoras – transportadoras
Subitem 84,29,51,11 Do tipo das utilizadas em minas subterrâneas.
Quadro 4: NCM
Fonte: CIESP (2009).
72

Quadro 5: Estrutura da NCM


Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009)

A seguir, apresenta-se um roteiro simplificado, de acordo com o Ministério do


Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009), que permite a identificação de
produtos na NCM em diversos níveis. Porém para a classificação correta da mercadoria,
se faz necessário observar os passos citados abaixo:
Considerar as Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado e a Regra
Geral Complementar da NCM; Identificar a Seção e o Capítulo desejados; Visualizar a
tabela de códigos e descrições das mercadorias na NCM; Proceder ao enquadramento da
mercadoria, seguindo o ordenamento de classificação dos códigos na NCM (posição,
subposição, item e subitem), de acordo com as especificidades do produto.
73

RGI-SH/RGC-NCM

SUMÁRIO

NOTAS DE SEÇÃO

NOTAS DE CAPÍTULO

EXAME DAS POSIÇÕES

NOTAS DAS SUBPOSIÇÕES

EXAME DAS SUBPOSIÇÕES

EXAME DOS ÍTENS

EXAME DOS SUBITENS

Quadro 6: Análise para Classificação de Mercadorias


Fonte: CIESP (2009)

A empresa deve adotar a NCM a partir do momento que passa a produzir ou


comercializar uma mercadoria. Isso se da, para o recolhimento de impostos internos que
são identificados através deste código. Para operações de exportação e de importação,
sua principal aplicação está na cobrança do imposto de importação e das preferências
percentuais negociadas em acordos comerciais que o país participa.
A Naladi, Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração, é uma
nomenclatura que tem como base o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias (SH). Foi elaborada para uso dos países membros nas negociações de
preferências tarifárias dentro dos instrumentos de negociações da associação e para
formulação das suas estatísticas de comércio exterior. A empresa deve adotar a
classificação NALADI sempre que exportar ou importar. Como a classificação fiscal
está presente em diversos documentos utilizados na exportação, como Certificado de
Origem. Fatura Comercial, Registro de Exportação, Registro de Venda, etc., a empresa
precisa identificar o código NALADI correspondente do NCM. Além da utilização para
74

preenchimento dos documentos ele é necessário para verificar se a mercadoria encontra-


se negociada através de acordos comerciais que o Brasil participa com outros países
(CIESP 2009).
A classificação fiscal sempre foi um assunto que gerou muitas dúvidas, pois
requer uma análise interpretativa do produto e um cuidado especial no momento de
enquadrá-lo para evitar comprometimento de todo o processo.
Segundo o site do Ministério da Fazenda (2009), o importador, exportador ou
fabricante de certo produto, deve primeiramente determinar ele próprio, ou através de
um profissional por ele contratado, a respectiva classificação fiscal, o que requer que ele
esteja familiarizado com o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de
Mercadoria e as Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado, através de
pesquisa efetuada na TEC ou TIPI, nas Notas Explicativas do Sistema Harmonizado e
em ementas de Pareceres e Soluções de Consulta publicadas no D.O.U.
Nesses meios de pesquisa são encontradas informações sobre a classificação de
produtos definidos ou declarados em disposição literal da legislação. Produtos
disciplinados em atos normativos, ou abrangidos e classificados em processos anteriores
de consulta cuja ementa tenha sido publicada no Diário Oficial (Ministério da Fazenda,
2009)
Já para os casos complexos, que mesmo após um estudo exaustivo, persista
dúvida razoável, pode-se formular consulta sobre a classificação fiscal nos termos da
legislação vigente, prestando todas as informações técnicas necessárias ao perfeito
entendimento do produto. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Indústria e
Comércio Exterior, a solução de consultas sobre classificação fiscal de mercadorias é de
competência da Secretaria da Receita Federal (SRF), por intermédio da Coordenação
Geral do Sistema Aduaneiro e da Superintendência Regional da Receita Federal. Em
caso de dúvidas sobre a correta classificação fiscal de mercadorias, o interessado deverá
contatar a Unidade da Receita Federal do seu domicílio fiscal, formulando consulta por
escrito.
Sempre que se pensar na idéia de importa um produto ou serviço, é necessário
lembrar que existe a possibilidade de que os produtores internos do país importador
sejam submetidos a um maior grau de competitividade, refletindo diretamente na
economia e nos aspectos administrativos e fiscais da importação regidos pelo governo.
As barreiras comerciais são usadas, pois a diferença no custo de produção
entre os países no mundo é muito grande. Além das diferenças de remuneração da mão-
75

de-obra, há diferenças no custo de obtenção da matéria-prima, dos encargos, da


aquisição de máquinas e equipamentos, entre outros. Estas diferenças de preço
acarretariam em perda de competitividade entre os produtos nacional e internacional,
causando enfraquecimento das empresas e da economia nacional.
Neste sentido, os países buscam formas de proteção ao mercado interno frente
aos produtos importados, através de mecanismos políticos e legais que possam
regulamentar as possibilidades de entrada de bens e serviços no país de destino, com o
intuito de “defesa comercial” aos interesses econômicos.

Normas estabelecidas pelos governos para controlar a entrada de


mercadorias estrangeiras nos seus países (Seus principais instrumentos são
tarifas, depósitos, cotas e licenças de importação, com o objetivo de proteger
a produção nacional ou mesmo de outros países, com os quais não existam
acordos comerciais restritos. (LAROUSSE, 1999, p. 658)

Não basta apenas conhecer os acordos internacionais de comércio e exigir


sua aplicação justa, quando se trata de zelar pelas exportações brasileiras. É
importante adotá-los do modo correto e eficaz na vertente das importações,
cumprindo fielmente procedimentos e regras, para garantir à indústria
nacional o acesso pleno aos efeitos das medidas de defesa comercial.
(SEGRE, 2009, pag. 30).

Além de classificar corretamente as mercadorias, o importador precisa estar


atento as barreiras comerciais. De acordo com Maia (2007) existem barreiras
necessárias e também barreiras inaceitáveis. As necessárias são usadas quando a
produção nacional esta sendo agredidas por empresas do exterior com a finalidade de
destruir a produção nacional e os empregos. Ate os defensores do imposto único
admitem a necessidade de ser mantido o imposto aduaneiro, com o fim exclusivo de
proteger a produção nacional.
No Brasil, a medidas de defesa comercial adotadas são basicamente: medidas
antidumping, medidas compensatórias/subsídio, medidas de salvaguarda, e as barreiras
comerciais (barreiras tarifárias, barreiras não tarifárias e barreiras técnicas).
As barreiras ao livre comércio têm como finalidade de proteger interesses
nacionais. As nações desenvolvem medidas de proteção ao sei mercado interno. Essas
medidas visam evitar o livre acesso de produtos estrangeiros ao mercado doméstico em
detrimento de sua indústria interna. As barreiras podem ser divididas em três grupos:
Barreiras tarifárias ou alfandegárias; Barreiras não tarifárias e Barreiras técnicas.
As barreiras tarifárias estão relacionadas a tarifas de importação, taxas e tarifas
de valoração aduaneira, representadas principalmente pelo II.
76

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior


(2009), sendo usada como forma de protecionismo, a barreira tarifária é menos
combatida porque as regras estão bem definidas, em função das alíquotas. Os problemas
mais sérios são no campo das barreiras não-tarifárias devido às práticas controladas
direta ou indiretamente pelos governos que discriminam o produto estrangeiro e que
tendem a restringir ou alterar o volume, a composição dos produtos e o destino do
comércio internacional. Dentro das barreiras não tarifarias estão às quotas de
importação, barreiras técnicas, barreiras ecológicas, etc.

As barreiras tarifárias são práticas protecionistas pela incidência de alíquotas


de impostos de importação que majoram os preços dos produtos. Geralmente,
o governo intervém com o objetivo de favorecer o produtor nacional frente
aos concorrentes estrangeiros, isso pode se dar por meio da imposição de
tarifas aduaneiras sobre os produtos importados; a conseqüência evidente é o
aumento do preço dos produtos importados, incentivando o consumo dos
produtos nacionais (APRENDENDO A EXPORTAR, 2009).

Barreiras não tarifárias correspondem às limitações quantitativas, licenciamento


de importação, procedimentos alfandegários, medidas antidumping e compensatórias.
Já as barreiras técnicas são representadas por normas e regulamentos técnicos,
exigências de certificados sanitários, fitossanitários e de vigilância animal, e surgem por
falta de transparência das normas e regulamentos ou a imposição de procedimentos
morosos ou dispendiosos para avaliação.

As barreiras técnicas são barreiras comerciais derivadas da utilização de


normas ou regulamentos técnicos não-transparentes ou não-embasados em
normas internacionalmente aceitas ou, ainda, decorrentes da adoção de
procedimentos de avaliação da conformidade não-transparentes e/ou
demasiadamente dispendiosos, bem como de inspeções excessivamente
rigorosas. (ORGANIZAÇAO MUNDIAL SO COMÉRCIO, 2009).

Geralmente, a diminuição das barreiras tarifárias corresponde a um aumento das


barreiras não-tarifárias, como uma forma de manter o “equilíbrio” interno. As
negociações tanto para a implantação quanto para a retirada de barreiras comerciais, se
da nos fóruns comerciais internacionais, através de acordos e tratados
As medidas de salvaguarda são medidas de urgência, aplicada contra as
importações de determinados produtos independente de sua procedência é aplicada para
prevenir ou reparar o dano e salvaguardar a indústria nacional. Estas medidas são
aplicadas quando as importações no território do país importador aumentam
substancialmente em quantidades que podem causar danos ou ameaçar gravemente o
setor de produção nacional que fabrica produtos similares ou diretamente concorrentes.
77

Em geral essas medidas não possuem um prazo fixo, porém é necessário que
haja um período de tempo determinado para que os países afetados possam se
reorganizar. Além disso, o governo pode tornar s medida de salvaguarda uma lei, sujeita
a impostos de importação legalizados.
A medida de antidumping, que combate a prática desleal de comércio
internacional, condenada pela OMC. Essa prática tem como objetivo eliminar
concorrentes com menor potencial financeiro e consiste na venda de produtos por
preços abaixo do seu custo real, cujos prejuízos imediatos são cobertos com reservas
financeiras ou subsídios concedidos pelos governos dos países em que a organização
tem sede. No Brasil, ocorre o aumento do Imposto de Importação, para inibir a oferta do
produto estrangeiro na economia nacional.
Foi essa a medida tomada pelo governo brasileiro contra o calçado Chinês no dia
09 set. 2009. Conforme o publicado pelo Jornal do Comércio. Ficou decidido que as
importações de calçados chineses terão uma alíquota adicional de US$ 12,47 por par
pelos próximos seis meses(a partir da data em que a decisão, tomada pela Camex, foi
publicada no Diário Oficial da União).A medida foi tomada após a análise do pedido da
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados para investigar a prática de dumping
nas exportações chinesas de calçados para o Brasil.
A alíquota será cobrada aos calçados situados entre as posições 6402 a 6405 da
NCM. Essas posições incluem calçados com cabedal (parte de cima do produto)
sintético, de couro, têxtil e outros exóticos, que respondem por 99,5% das importações
chinesas. Estão excluídos da medida as sandálias praianas, calçados utilizados para a
prática de esqui, surfe na neve, patinação, lutas, boxe e ciclismo. A decisão também não
abrange as importações chinesas de pantufas, sapatilhas para dança, de calçados
descartáveis, dos utilizados como item de segurança em unidades fabris, dos calçados
fabricados totalmente em material têxtil, sapatos de bebês com 100% em têxtil e
alpercatas.

A política de dumping consiste em vender no exterior por preço abaixo do


custo de produção. O objetivo é destruir o concorrente e ficar dono do
mercado. Desta forma quem faz o dumping terá futuramente meios de impor
preços e condições criando um monopólio. “Dumping é a introdução de um
bem no mercado domestico, inclusive sob as modalidades de drawback, a
preço de exportação inferior ao valor normal. (MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, 2009).

Outra forma encontrada pelos países para desencorajar as importações e


encorajar as exportações é o uso do subsídio, que consiste em pagamentos, diretos ou
78

indiretos, feitos pelo governo que equivalem a um imposto negativo e representa uma
redução de custo para o produtor. No geral, a concessão de subsídios acontece por meio
de pagamentos em dinheiro, redução de impostos ou financiamentos a taxas de juros
inferiores às de mercado. Há casos em que o governo compra do fornecedor a um
determinado preço e revende por um preço inferior aos consumidores.

É comum os governos subsidiarem a produção de algumas mercadorias com


a finalidade de elas se tornarem competitivas, em preços, com as produzidas
no exterior. Quando o subsidio é destinado à exportação, ele poderá
constituir-se num dumping. Outras vezes, o subsidio é para a produção de
mercadorias destinadas ao consumo interno, porque, sem esse auxilio a
produção nacional não poderia competir com a produção estrangeira. Isso
onera o bolso do consumidor nacional que paga os subsídios por meio de
impostos. (MAIA, 2007, p. 212).

Porém ao adotar essas medidas, o país precisa ter o cuidado de trabalhá-las de


maneira flexível para que o país não se feche para o comércio exterior.
Outro aspecto legal ao qual se deve prestar atenção é no controle da qualidade e
das especificações técnicas que devem estar contidas nas embalagens utilizadas, seja a
embalagem para transporte ou aquela que será apresentada ao consumidor final. Para
isso devem ser observados itens como as exigências do governo e se o produto necessita
de alguma embalagem especial para estar de acordo com a legislação. E, além disso, ter
em vista a proteção durante transporte, movimentação, armazenagem, comercialização e
consumo.
Além disso, segundo Campos (1990) a adequação da embalagem está
intimamente ligada a inteireza física da mercadoria, embora a forma de seu
acondicionamento, a escolha do material a ser usado na embalagem e o meio de
transporte utilizado se constituam em componentes importantes.
A armazenagem dos volumes que fazem parte de atividades do comércio
exterior é sempre feita por empresas devidamente autorizadas pelos órgãos fiscais do
país importador. Essa autorização é formalizada pelo ato de alfandegamento, que
consiste em habilitar um depósito ou armazém a receber volumes contendo mercadoria
estrangeira. Além disso, o processo de armazenagem leva em conta a espécie e a
qualidade da mercadoria.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
(2007), a unitizaçao é a alocação de um conjunto de mercadorias em uma única unidade
com dimensões padronizadas, isso facilita as operações de armazenamento e
movimentação da carga de forma mecanizada. A unitizaçao não é propriamente uma
79

embalagem, é apenas um acessório para o deslocamento ou transporte de carga, e não


faz parte do produto armazenado.
No Brasil, as formas mais comuns de unitizaçao são a pré-lingagem
(amarração ou acintamento), que consiste no envolvimento da carga por redes especiais
ou cintas com alças adequadas ao transporte por içamento.

Figura 1: Amarração
Fonte: (APRENDENDO A EXPORTAR, 2009)

A palatização é o uso de uma plataforma de madeira destinada a suportar o


peso da carga, que é fixada através de cintas que permitem a sua movimentação
mecânica com o uso de empilhadeiras.

Figura 2: Palatização
Fonte: (APRENDENDO A EXPORTAR, 2009)

Já conteinerização é a colocação da carga em um contêiner, destinado a


propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez,
permitindo fácil carregamento e descarregamento e adequado à movimentação
mecânica e ao transporte por diferentes equipamentos. É utilizado para cargas a granel,
frigorificada, perigosa, neo-granel e demais cargas em geral.

Figura 3: Conteinerização
Fonte: (APRENDENDO A EXPORTAR, 2009)
80

O ingresso no país dessas unidades de carga Unitizada está sujeito a observância


de prescrições especiais, relativas ao credenciamento da empresa beneficiaria e aos
controles de natureza fiscal.
Outro procedimento importante para o embarque das mercadorias é a rotulagem
e marcação da mercadoria. A rotulagem deve obedecer e atender as especificações feitas
pelo governo do país importador.
A marcação dos volumes é feita pelo exportador, e consiste na identificação
das mercadorias e do lote a ser embarcado. Esse procedimento tem a função de
individualizar as mercadorias, facilitando sua identificação por parte do importador e
das autoridades alfandegárias e fiscais, tanto no embarque quanto no desembarque.
Alguns símbolos utilizados internacionalmente para identificar as mercadorias
com características especiais são:

Figura 4: Frágil
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009)

Figura 5: Sensível ao calor


Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009)

Figura 6: Sensível a umidade


Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009)
81

Figura 7: Não pode ser tombada


Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009)

Figura 8: Não admite uso de guincho


Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (2009)

Também é necessário classificar a natureza da carga transportada. A natureza


pode ser: geral, a granel, frigorificada, perigosa e neo - granel. Segundo o site
Aprendendo a Exportar (2009) segue a definição e as mercadorias que se enquadram em
cada tipo de carga.
Geral: É embarcada e transportada com acondicionamento (embalagem de
transporte ou unitizaçao), com marca de identificação e contagem de unidades, ela pode
ser Solta; inclui sacarias, fardos, caixas de papelão e madeira, engradados, tambores,
etc. Há perda significativa de tempo na manipulação, carregamento e descarregamento
devido a grande quantidade de pequenos volumes, sujeitos a perdas e avarias, e a
variedade de mercadorias. Ou Unitizada; agrupamento de vários itens, distintos ou não,
em unidades de transporte.
Carga a granel, que é carga líquida ou seca embarcada e transportada sem
acondicionamento, sem marca de identificação e sem contagem de unidades, como
petróleo, trigo, etc.
Carga frigorificada necessita ser refrigerada ou congelada para conservar as
qualidades essenciais do produto durante o transporte, tais como frutas frescas, carnes,
etc.
Carga Perigosa É a aquela que, em virtude de sua natureza, pode provocar
acidentes, danificando outras cargas ou os meios de transporte e colocando em risco as
pessoas que a manipulam. Com base no tipo de risco que apresentam, dividem - se em:
explosivos, gases, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis e semelhantes, substâncias
oxidantes e peróxidos orgânicos, substâncias tóxicas (venenosas) e substâncias
infectantes, materiais radioativos, corrosivos e variedades de substâncias perigosas
diversas. Tendo identificações especiais de acordo com a sua categoria de risco.
82

Neo - Granel corresponde ao carregamento formado por conglomerados


homogêneos de mercadorias, de carga geral, sem acondicionamento específico, cujo
volume ou quantidade possibilita o transporte em lotes, em um único embarque
(exemplo: veículos).
É muito importante identificar a carga corretamente para evitar avarias a
mercadoria e ao meio de transporte, prejuízos aos exportadores e importadores e
principalmente para não haver acidentes com as pessoas que manuseiam as mercadoria.

13.4 DRAWBACK

Segundo o site do Ministério da Fazenda (2009), o regime aduaneiro especial


de drawback foi instituído em 1966 pelo Decreto Lei nº 37, de 21/11/66, consiste na
suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para
utilização em produto exportado. O mecanismo funciona como um incentivo às
exportações, pois reduz os custos de produção de produtos exportáveis, tornando-os
mais competitivos no mercado internacional. Porém também traz grandes facilidades
para a importação.
No regime de drawback, não são cobrados o imposto de importação, imposto
sobre produtos industrializados, PIS/PASEP e COFINS, Adicional ao Frete para a
Renovação da Marinha Mercante. As isenções do ICMS serão concedidas ou revogadas
nos termos de convênios celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal.
(LUZ, 2007, p.271).
Segundo Maia (2007) Drawback é uma palavra inglesa muito utilizada no
Comércio Internacional, consiste no seguinte: um exportador importa matéria-prima
para confeccionar mercadorias que serão exportadas. Essa mercadoria não paga os
impostos aduaneiros devidos. .
Hartung (2004) diz que o Drawback é uma modalidade de incentivo fiscal à
exportação. Através desse mecanismo pode-se importar mercadorias, para que sejam
destinadas à produção, composição, transformação, beneficiamento e acondicionamento
de produtos brasileiros, sem a incidência de determinados impostos, com posterior
exportação.
83

E Vazquez (2006), defende que o drawback é um incentivo a exportação


relacionado diretamente com a importação de mercadorias que serão usadas na
fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada.
Existem três modalidades de drawback: isenção, suspensão e restituição de
tributos. A primeira modalidade consiste na isenção dos tributos incidentes na
importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalentes, destinada à
reposição de outra importada anteriormente, com pagamento de tributos, e utilizada na
industrialização de produto exportado. Segundo Maia o (2007) a suspensão ocorre
quando o exportador apresenta previamente um plano de uma importação conjugada
com uma exportação. Nesse caso importa a matéria- prima sem pagamento do imposto
aduaneiro. O exportador terá um prazo para comprovar o cumprimento do plano
apresentado.
Nessa modalidade é concedido o Drawback para Reposição de Matéria-Prima
Nacional, que consiste na importação de mercadoria para reposição de matéria-prima
nacional utilizada em processo de industrialização de produto exportado, com vistas a
beneficiar a indústria exportadora ou o fornecedor nacional, e para atender a conjunturas
de mercado. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO INDÚSTRIA E COMÉRCIO
EXTERIOR, 2009).

Ocorre quando o exportador embarca mercadoria brasileira, cujo processo


produtivo tenha utilizado de mercadoria importada e os impostos relativos ao
produto importado tenham sido devidamente recolhidos. É uma espécie de
compensação ao exportador, que terá direito de importar, inseto de impostos
para repor seu estoque. Essa modalidade é concedida para a reposição de
mercadorias em quantidade e qualidade equivalentes, com a mesma
finalidade das inicialmente importadas. Trata-se de um beneficio para
reposição de estoque. (HARTUNG, 2004, p. 305).

Na segunda, ocorre a suspensão dos tributos incidentes na importação de


mercadoria a ser utilizada na industrialização de produto que deve ser exportado.
A modalidade de suspensão é aplicada às seguintes operações:
Drawback Genérico: caracterizado pela discriminação genérica da mercadoria
a importar e o seu respectivo valor.Drawback Sem Cobertura Cambial: quando não há
cobertura cambial, parcial ou total, na importação; Drawback Solidário: quando existe
participação solidária de duas ou mais empresas industriais na importação; e Drawback
para Fornecimento no Mercado Interno: que trata de importação de matéria-prima,
produto intermediário e componente destinados à industrialização de máquinas e
84

equipamentos no País, para serem fornecidos no mercado interno, em decorrência de


licitação internacional.
De acordo com Maia (2007) o exportador usou matéria- prima tributada de seu
estoque. Posteriormente solicita, com isenção do imposto aduaneiro, a importação da
mesma quantidade da matéria-prima usada na exportação já efetuada, para repor seu
estoque. Essa matéria-prima apesar de isenta poderá ser usada em mercadorias
destinadas ao mercado interno; isso porque o imposto pago anteriormente ficou
transferido para a importação.

Através dessa modalidade os tributos ficam suspensos, não se aplicam sobre


a importação. Trata-se de um compromisso de exporta;cão futura. Mas
podem vir a ser aplicados se o exportador não embarcar a mercadoria total ou
parcialmente. Nesse caso ele pagara os tributos apenas sobre o que não for
embarcado. (HARTUNG, 2004, p. 305).

A terceira trata da restituição de tributos pagos na importação de insumo


importado utilizado em produto exportado. O drawback de restituição praticamente não
é mais utilizado. O instrumento de incentivo à exportação em exame compreende,
basicamente, as modalidades de isenção e suspensão. (APRENDENDO A EXPORTAR,
2009).

O exportador solicita a restituição de impostos recolhidos, cujas mercadorias


tenham sido importadas, com a devida carga tributaria, e utilizadas em
processos produtivos de exportação. Nessa hipótese, se o exportador por
algum motivo não tiver interesse em uma nova exportação das mercadorias,
pode solicitar a restituição dos impostos pagos. É uma modalidade
importante não apenas como incentivo fiscal, mas também para evitar que o
país exporte impostos. A restituição é um processo de competência exclusiva
da Secretaria da Receita Federal. (HARTUNG, 2004, p. 305)

O regime especial de drawback é concedido a empresas industriais ou


comerciais, tendo a SECEX desenvolvido com o SERPRO sistema de controle para tais
operações denominado Sistema Drawback Eletrônico, implantado desde novembro de
2001 em módulo específico do SISCOMEX. As principais funções do sistema são: o
registro de todas as etapas do processo de concessão do drawback em documento
eletrônico (solicitação, autorização, consultas, alterações, baixa); tratamento
administrativo automático nas operações parametrizadas; e acompanhamento das
importações e exportações vinculadas ao sistema. Nesse caso o exportador usou
matéria-prima já tributada. Não deseja, no momento, importá-la (seria isenção); nesse
caso, solicita a restituição do imposto aduaneiro. (MAIA, 2007, p.23).
85

O Ato Concessório é emitido em nome da empresa industrial ou comercial,


que, após realizar a importação, envia a mercadoria a um estabelecimento para
industrialização, devendo a exportação do produto deve ser realizada pela própria
detentora do drawback.
Não pode ser concedido o regime de drawback para importação de mercadoria
utilizada na industrialização de produto destinado ao consumo na Zona Franca de
Manaus e em áreas de livre comércio, para importação ou exportação de mercadoria
suspensa ou proibida, para exportações contra pagamento em moeda nacional e em
moeda-convênio ou outras não-conversíveis, para importação de petróleo e seus
derivados, conforme o disposto no Decreto nº 1.495, de 18 de maio de 1995, e para
exportações vinculadas à comprovação de outros Regimes Aduaneiros ou incentivos à
exportação. (MINISTERIO DA FAZENDA, 2009).
O regime de drawback concede isenção ou suspensão do Imposto de
Importação - II, do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, do Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, do Adicional ao
Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM, além da dispensa do
recolhimento de taxas que não correspondam à efetiva contraprestação de serviços, nos
termos da legislação em vigor. (RECEITA FEDERAL, 2009).
A prática do Drawback precisa ser muito bem fiscalizada para evitar fraudes;
para isso é preciso ter certeza de que a matéria- prima importada com o benefício do
drawback, após a industrialização, não foi exportada, mas vendida no mercado
doméstico.
No Drawback interno (verde e amarelo), segundo Maia (2007), o exportador
adquire matéria-prima nacional para confeccionar mercadorias para a exportação. Esta
matéria-prima esta sujeita ao IPI. Como ele comprova que se destina a exportação, a
matéria-prima fica isenta do IPI. Essa modalidade, existente no Brasil, é também
conhecida como drawback verde e amarelo.
A diferença do Drawback convencional para o Drawback Verde e Amarelo é
explicado também pela reportagem Isenção de insumos que servem de matéria-prima
sai neste mês, do Estadão. Segundo a reportagem, O drawback tradicional permitia
apenas o desconto de impostos sobre componentes e outros insumos importados. A
modalidade verde-amarela, reivindicada por muitos anos pelos empresários, ampliou o
86

benefício, desonerando também o material nacional usado na produção de bens


exportados.
Para se assegurar do benefício, há necessidade de prévia aprovação pelo
Secretário da Fazenda Nacional, mediante parecer fundamentado do Departamento da
Receita Federal, de plano de exportação, elaborado pela empresa exportadora que irá
adquirir os insumos objeto as suspensão do IPI. As exportações do produto deverão ser
efetuadas no prazo máximo de um ano, contando da aprovação do plano de exportação,
prorrogável um vez, por idêntico período. (VAZQUEZ, 2006).
87

14 ASPECTOS CÂMBIAIS

O mercado cambial, composto por exportadores, importadores, bolsas de valores


bancos, corretores e todos aqueles que efetuam transações com o exterior. “Um mercado
cambial ou de divisas é um mercado onde são compradas e vendidas as moedas dos
diferentes países, pois não são aceitas moedas estrangeiras em pagamento das
exportações, nem moeda nacional em pagamento das importações.” (CASTRO, 1999).
Dentro do mercado cambial, existem dois grupos; o dos vendedores, composto
por exportadores, turistas, tomadores de empréstimos, vendedores de serviços e
especuladores. E o grupo dos compradores, do qual fazem parte os importadores,
turistas, compradores de serviços, compradores de títulos e especuladores.

Podemos definir o Mercado de Câmbio como macroambiente, abstrato, onde


ocorrem as operações de câmbio entre agentes autorizados. São tidos como
agentes autorizados todos os agentes devidamente credenciados pelo Banco
Central para operar em câmbio, e entre eles podemos citar: bancos,
corretoras, distribuidoras, agencias de turismo e, logicamente, seus clientes.
(HARTUNG, 2004, p. 73).

No Brasil a compra e vende de moeda estrangeira não é totalmente livre. O


mercado cambial é controlado pelo BC (Banco Central do Brasil), e operado por
estabelecimentos autorizados ou credenciados por esse órgão a operar em câmbio.
Segundo Bizelli (2006), as operações de compra e venda de moedas estrangeiras,
sem limitação de valor, realizadas pelas instituições autorizadas/credenciadas são
formalizadas por meio de um contrato de câmbio, conforme modelo próprio,
informatizado e disponível no Sisbacen.
O contrato de câmbio é o instrumento específico firmado entre o comprador e o
vendedor de moeda estrangeira, no qual são estabelecidas as características e condições
sob as quais se realiza a operação de câmbio. Nas operações de importação, segundo
Bizelli (2006) existem os seguintes tipos de contratos:
Tipo 2: Destinado a contratação de câmbio de importação de mercadorias com
prazo de pagamento até 360 dias, não sujeito a registro no BCB, ou parcelas à vista ou
pagas antecipadamente , mesmo quando sujeitas a registro.
Tipo 4: Transferência financeira destinada a contratação de cambio, referente a
operações de natureza financeira, importações financeiras sujeitas a registro no BCB.
Tipo 8: Alteração de contrato de câmbio.
88

Tipo 10: Cancelamento de contrato de câmbio, usado também por, por


adaptação, para a realização da baixa da posição cambial.
Os contratos de câmbio foram criados para dar forma à vontade das partes.
Assim, são instrumentos de manifestação das vontades das mesmas. Hartung (2004) diz
que muitas vezes as operações de câmbio são fechadas com base na palavra, e os
contratos surgem como uma ferramenta para garantir os direitos dos intervenientes e
como forma de fazer com que as obrigações também sejam cumpridas.
A liquidação de câmbio segundo Bizelli (2006) ocorre no momento de entrega
de ambas as moedas, nacional e estrangeira, objeto da contratação ou título que as
representem. As operações de câmbio podem ser celebradas para a liquidação pronta
(liquidadas em até 2 dias úteis da data de contratação), ou fatura. O prazo máximo para
entre a contratação e a liquidação das operações é de 360 dias, limitado a data de
vencimento da obrigação no exterior.
A taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda
estrangeira. Por exemplo: se 1 dólar = 2,30 reais, isso significa que estamos
quantificando em real o valor da moeda americana. Por outro lado, do ponto de vista do
estrangeiro, significa que 1 real vale 0,4347 dólar. (BANCO CENTRAL DO BRASIL,
2009).

Sendo a moeda uma unidade de valor, ou representativa de valor, o câmbio é


troca de uma moeda por outra, processado através de um valor atribuído a
cada moeda esse valor é denominado de taxa de câmbio. A taxa de câmbio
nada mais é do que a precificação da moeda... Assim podemos concluir que
uma moeda pode ser medida em unidades ou frações que correspondam a
centavos com relação a outras moedas. E a taxa de cambio é o preço
atribuído a moeda estrangeira. Existe a taxa de câmbio de venda e de compra.
Esse raciocínio é feito sempre do ponto de vista dos bancos, ou agentes
autorizados pelo Banco Central a lidar com câmbio. Taxa de venda é a taxa
que o banco cobra para vender a moeda estrangeira ao interessado.
Semelhantemente a taxa de compra é a taxa que o banco concorda ou aceita
pagar pela moeda estrangeira. Ao intervalo existente entre as pontas de
compra e venda chamamos de spread, esse é o ganho do banco na negociação
da moeda. (HARTUNG, 2004, p. 86)

As operações de câmbio passam previamente pela etapa chamada de cotação,


que nada mais é do que a precificação da operação. É o momento no qual o cliente
submete seu banco a operação com suas características. O cliente, o prazo, o valor e o
risco envolvido serão os fatores que determinarão o preço da moeda estrangeira a ser
utilizada na operação. As cotações podem ser feitas via telefone ou internet.
Os corretores de câmbio atuam como intermediários entre os bancos e as
partes interessadas. São eles os encarregados de procurar as melhores taxas e condições
89

para seus clientes. O Banco Central do Brasil é o órgão executor da política cambial
brasileira, é ele quem autoriza os bancos comerciais a operarem no mercado cambial.
Segundo Bizelli (2006) sujeitam-se a penalidades e demais sanções previstas
na legislação e regulamentação em vigor, a compra ou a venda de moeda estrangeira a
taxas destoantes daquelas praticadas pelo mercado ou que possam configurar evasão
cambial e formação artificial ou manipulação de preços.
As importações brasileiras, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comercio Exterior (2009) podem ter DI com ou sem cobertura cambial. Nos casos em
que não há cobertura cambial, não existe transferência para o exterior em pagamento da
mercadoria, ou, se houver, será a qualquer outro título que não envolva a transferência
de propriedade do bem. E nos casos em que existe a cobertura cambial, as importações
se amparam na transferência para o exterior de moeda nacional ou estrangeira, relativa
ao pagamento da mercadoria em função da aquisição de sua propriedade.

Nas operações conduzidas com DI sem cobertura cambial, inexiste


contratação de cambio de importação. Algumas operações envolvem a
transferência de divisas para o exterior em pagamento de ônus financeiro
relativo a posse e ao uso da mercadoria importada. Nestas hipóteses, a
importação não perde sua característica de ser sem cobertura cambial, tendo
em vista que há transferência de divisas para o exterior a qualquer título que
não envolva o pagamento da mercadoria. Desse modo, nessas operações, o
contrato de câmbio utilizado para remessas é o tipo 4 - Transferências
Financeiras e não tipo 2 – Importação. (BIZELLI, 2006, p.82).

A parte que contrata com o banco a compra ou a venda da moeda pode escolher
a forma de contratação, porém devem ser levadas em conta características como prazos
entre a constatação e a liquidação de câmbio, possibilidade de antecipação, etc.
Nas modalidades de pagamento, deve se ter de maneira clara, segundo Bizelli
(2006) a figura do exportador que fixa suas bases para o recebimento daquilo que
vende, e o importador, que, por seu lado como comprador, procura ditar as condições
que melhor lhe convêm para o pagamento da importação. As modalidades se resumem
basicamente em: Pagamento antecipado; cobrança (remessa sem saque e cobrança
bancária) que pode ser a vista ou a prazo; e carta de crédito:
O pagamento antecipado consiste no fato de o importador efetuar a remessa das
divisas ao exportador antes do embarque da mercadoria no exterior. Essa operação
envolve certo risco, visto que, existe a possibilidade de o exportador deixar de remeter a
mercadoria, ou mesmo remetê-la em situação diferente da solicitada pelo importador.
90

Segundo Bizelli (2006) o pagamento antecipado pode ser efetuado com


antecipação de até 180 dias a data prevista para o embarque no exterior ou a
nacionalização da mercadoria.

A remessa antecipada é emprega principalmente nos casos em que haja


necessidade de o importador fornecer ao exportador os meios financeiros
necessários para o atendimento do pedido de compra. Nessa hipótese é
firmado um contrato entre comprador e vendedor, que garante ao primeiro as
ações penais necessárias, caso o segundo não lhe envie o equipamento
encomendado, ou entregue em condições não satisfatórias. (RATTI, 2001,
p.84).

O Banco Central define, que ao usar esta modalidade de pagamento, o


importador deve apresentar ao banco um documento emitido pelo exportador
estrangeiro em que esteja prevista a remessa antecipada dos recursos. (LUZ, 2007).
No momento de liquidar o câmbio o importador deve apresentar ao banco
negociador a fatura pro forma, contrato mercantil ou documento equivalente, em que
estejam expressamente previstos os valores, as condições de exigibilidade da
antecipação e o prazo de entrega da mercadoria, data prevista para embarque ou para
nacionalização.
A cobrança consiste em um ajuste entre o exportador e o importador, no sentido
de que o primeiro remeta a mercadoria para, após seu recebimento, o segundo
providenciar o pagamento. A cobrança, em sentido genérico, poderá ser efetuada "à
vista" ou "a prazo" e, nestas condições, poderá ser desenvolvida com ou sem saque ou
cambial.
Segundo Bizelli (2006), ela consiste no oposto do pagamento antecipado, assim,
nessa o risco da operação é do exportador. Pois na cobrança, o exportador remete a
mercadoria para, depois, após o importador tê-la recebido, providenciar o pagamento.

Forma de pagamento na qual o exportador estrangeiro, após o embarque da


mercadoria, emite uma letra de câmbio (também denominada saque ou
cambial) contra o importador brasileiro. Esta será enviada ao BB, que
efetuará a cobrança à vista ou a prazo, de acordo com as instruções do
remetente. Ela serve para dar segurança à operação negociada entre
exportador e importador, garantindo que os termos de pagamento pactuados
sejam cumpridos. Essa modalidade pode se dar a vista ou a prazo. Na
cobrança à vista o importador efetua o pagamento tão logo lhe seja
apresentada a documentação de embarque. Já na cobrança a prazo o
importador, ao ser apresentada a documentação de embarque, aceita um
saque para vencimento futuro. (BANCO DO BRASIL, 2009).

Quanto ao prazo de pagamento, Bizelli (2006) diz que a cobrança pode ser a
vista ou a prazo, considera-se pagamento a vista o efetuado anteriormente ao
91

desembaraço aduaneiro da mercadoria nas importações definitivas, e à vista dos


documentos de embarque remetidos diretamente ao importador ou encaminhados por
via bancária para cobrança, com instruções de liberação contra pagamento. Assim,
podem-se caracterizar duas alternativas:
Remessa sem Saque: O exportador manda a mercadoria para o importador, e
posteriormente recebe o valor correspondente. Esse tipo de operação é mais comumente
utilizado por empresas coligadas, devido ao grande risco que ela representa. Nessa
modalidade o importador pode registrar a DI com pagamento a prazo, pois já esta com
os documentos necessários para o despacho aduaneiro, ou a vista.
A grande vantagem desta modalidade segundo Luz (2007) é a rapidez de entrega
dos documentos ao importador, pois eles não transitam por bancos.
Outra vantagem dessa modalidade segundo Ratti (2001), é que as despesas
cobradas pelos bancos para essa modalidade são inferiores às de outras modalidades,
como a cobrança e a carta de crédito. Em alguns casos os bancos nem cobram comissão,
porque o lucro auferido com a venda da moeda estrangeira já é satisfatório.
Cobrança Bancária: Consiste na remessa da mercadoria pelo exportador, e após,
na entrega dos documentos , acompanhados de um saque ou cambial a um banco, que se
encarregará, por meio de seus correspondentes no país de importaçao, da cobrança junto
ao importador. Ou seja, o saque cambial é um título de crédito representativo da divida,
sacado pelo credor (exportador) contra o devedor (importador). Essa operação também
envolve riscos, se os documentos deixarem de ser recolhidos, e por conseqüência, o
pagamento não ser efetivado. Se isso acontecer, o importador não poderá desembaraçar
a mercadoria.
De acordo com Luz (2007), se for escolhida essa modalidade, o exportador
manda os documentos para um banco do seu país e não para o importador, com a ordem
de somente serem repassados ao importador se houver o pagamento por parte deste,
caso seja uma cobrança a vista, se for uma cobrança a prazo, a ordem é que aceite a a
letra de câmbio. Depois disso, os documentos são repassados para um banco no país do
importador, este banco, ao receber os documentos, convida o importador a retira-los
mediante pagamento ou aceite na letra de câmbio.
A Carta de Crédito é segundo Bizelli (2006) a condição de pagamento mais
difundida no comércio internacional. A grande virtude dessa forma de pagamento, está
no fato de o pagador não ser o importador, mas sim, um banco nomeado pelo próprio
documento.
92

Na Carta de Crédito, o banco, a pedido de seu cliente importador, emite


documento garantindo ao exportador estrangeiro o recebimento pela venda externa,
desde que atendidas todas as condições e os prazos estipulados na carta de crédito. O
serviço garante segurança na realização de negócios entre exportadores e importadores.
Além disso, a Carta de Crédito também poderá ser convencionada como "à vista" ou "a
prazo.
Luz (2007) diz que a carta de crédito é um compromisso irrevogável que um
banco assume de pagar ao beneficiário se e somente se os termos e condições da carta
de crédito tiverem sido inteiramente cumpridos.
Para as operações câmbio simplificado, relativas às operações realizadas por
meio de DSI comentadas no item 8 adiante, no valor de até US$ 10,000.00 (dez mil
dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, a
formalização do câmbio pode ocorre mediante a assinatura de um boleto.
A utilização inadequada desta sistemática sujeita o comprador da moeda
estrangeira a suspensão da possibilidade de utilizar-se do mecanismo de câmbio
simplificado, além das penalidades previstas nas normas em vigor.
Os pagamentos de mercadorias ingressadas no País ao amparo de DSI registrada
no SISCOMEX podem também ser conduzidos mediante utilização de cartão de crédito
internacional emitido no País.
As operações de câmbio podem ser celebradas para liquidação pronta ou futura.
O prazo máximo admitido entre a "contratação" e a "liquidação" dessas operações é de
360 (trezentos e sessenta) dias, limitado à data do vencimento da obrigação no exterior
A vinculação entre as Declarações de Importação e os respectivos Contratos de Câmbio
será efetivada, como regra geral, em função dos prazos de pagamento pactuados, pelos
importadores, quando o pagamento ocorrer antes do Despacho Aduaneiro, ou pelos
Bancos negociadores, no momento da liquidação do câmbio.
93

15 IMPORTAÇÃO

Segundo Bizelli e Barbosa os motivos que levam um país a importar, variam


entre a busca pela redução de custos, formas de pagamento diferenciadas, preço
competitivo, maior qualidade, inovação tecnológica, inexistência de similar nacional,
exigência do cliente, prazo de entrega, acordos comerciais, conceito de marca/ status,
etc.
E são exatamente essas vantagens que os clientes da Partners encontram nos
produtos chineses: Competitividade – Produtos customizados com preços imbatíveis e
estabilidade macroeconômica; Qualidade – Nível internacional de qualidade que atende
clientes exigentes e padrões rigorosos. ex.: ISSO; Escala – Quantidade e distribuição em
escala global, reduzindo custos, prazos e atendendo o mundo inteiro; Tecnologia –
Capacidade de produzir usando a mais alta tecnologia em produtos sofisticados e
inovadores.
Porém, antes de importar, a Partners sempre verifica a viabilidade do negócio, e se não
existem medidas contra a importação de algum produto, isso se dá para não ferir o
mercado interno, pois segundo Ratti sempre que uma empresa deseja importar um
produto ou serviço, existe a possibilidade de que os produtores internos do país
importador sejam submetidos a um maior grau de competitividade, refletindo
diretamente na economia e nos aspectos administrativos e fiscais da importação regidos
pelo governo.
94

16. ASPECTOS NEGOCIAIS

A China possui uma cultura completamente diferente do Brasil, e por isso suas
práticas comerciais e produtivas também são completamente diferentes, referente a isso,
Hartung (2004) diz que esses pontos afetam diretamente todo o processo de importação,
assim, os aspectos culturais são de grande importância na hora de iniciar uma
negociação com outro país. Assim, é preciso estar ciente dessas diferenças, para que não
ocorram problemas com a mercadoria por conta de falhas na comunicação.
Para tornar esse processo negocial mais ágil e seguro, foram criados os
INCOTERMS, que, segundo o site Aprendendo a Exportar, são termos internacionais
do comércio exterior para definir os direitos e obrigações dos importadores e
exportadores, e evitar que ocorram problemas. O INCOTERM mais usado pela
Partners Comex nas operações de seus clientes é o FOB que define que o vendedor
encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio no porto de
embarque indicado e, a partir daquele momento, o comprador assume todas as
responsabilidades quanto a perdas e danos. A entrega se consuma a bordo do navio
designado pelo comprador, quando todas as despesas passam a correr por conta do
comprador. Além disso, o vendedor é o responsável pelo desembaraço da mercadoria
para exportação.
Este termo pode ser utilizado exclusivamente no transporte aquaviário
(marítimo, fluvial ou lacustre).
Porém, quando a importação é de amostras, ou de peças de reposição, a
modalidade usada é a aérea, pois as quantidades são menores e existe uma maior
urgência em trazer o material para o Brasil, e o transporte aéreo é bem mais rápido que
o marítimo. No caso do embarque aéreo, o INCOTERM mais utilizado pela Partners é o
FAC, que segundo autores como Bizelli e Ratti, diz que o vendedor completa suas
obrigações quando entrega a mercadoria, desembaraçada para a exportação, aos
cuidados do transportador internacional indicado pelo comprador, no local determinado.
A partir desse momento, cessam todas as responsabilidades do vendedor, ficando o
comprador responsável por todas as despesas e por quaisquer perdas ou danos que a
mercadoria possa vir a sofrer. Além disso, o comprador poderá indicar outra pessoa, que
não seja o transportador, para receber a mercadoria. Nesse caso, o vendedor encerra
suas obrigações quando a mercadoria é entregue àquela pessoa indicada.
95

Segundo Ratti, no Brasil o uso dos INCOTERMS se resume basicamente nas


formas FOB e CFR, em virtude dos usos, costumes e exigências fiscais e legais do
governo. Desse modo, quando o embarque é marítimo a Partners segue a teoria proposta
por Ratti usando o INCOTERM FOB, mas quando é aéreo, a decisão pelo INCOTERM
é outra.
Na Partners salientaram ainda que na prática, o INCOTERM CIF não existe,
pois o seguro da carga precisa ser pago pelo importador, e na teoria, tanto autores como
Bizelli e Luz, e sites relacionados ao comércio exterior como o Aprendendo a Exportar
dizem que o CIF define que a responsabilidade sobre a mercadoria é transferida do
vendedor para o comprador no momento da transposição da amurada do navio no porto
de embarque, o vendedor é o responsável pelo pagamento dos custos e do frete
necessários para levar a mercadoria até o porto de destino indicado, o comprador deverá
receber a mercadoria no porto de destino e a partir dai se responsabilizar por todas as
despesas, o vendedor é responsável pelo desembaraço das mercadorias para exportação
e deverá contratar e pagar o prêmio de seguro do transporte principal. O seguro pago
pelo vendedor tem cobertura mínima, de modo que compete ao comprador avaliar a
necessidade de efetuar seguro complementar, pois os riscos a partir da entrega são do
comprador.
Quando o assunto da negociação é o frete, o modelo de transporte escolhido é o
marítimo. Segundo o SEBRAE (2009) existem vários fatores que influenciam na
escolha do modelo de transporte, como as dimensões e o peso da carga, a distância entre
os países, o valor agregado da mercadoria, a relação custo-benefício de cada transporte,
a modalidade mais adequada para as características e o tipo da carga, o tempo de
deslocamento da mercadoria, os prazos de entrega, etc.
Nas modalidades de pagamento, a Partners sempre negocia 30% para inicio da
produção, e 70% antes do embarque, sempre através da transferência bancária/contrato
de câmbio, assim existe um banco envolvido na transação, o que gera mais segurança
para o negócio. Contar com um banco na negociação do pagamento é muito importante,
pois é a única garantia de que o recebimento da mercadoria e o pagamento dela serão
feitos de maneira correta, sem prejuízos para importadores e exportadores.
Para dar ainda mais segurança a suas transações, a Partners sempre contrata um
seguro internacional, que segundo Luz visam agregar garantias não apenas às
negociações, mas também ao funcionamento do produto adquirido. A modalidade de
seguro contratada pela Partners e seus clientes, geralmente é o Seguro da Mercadoria, é
96

que é utilizado para garantir a integridade do equipamento ou do produto contra


sinistros, incêndios, catástrofes, etc. Proteger a carga é muito importante, pois nunca se
sabe quando pode haver um sinistro, e se a carga acaba sendo perdida ou danificada, o
prejuízo é muito grande, assim, vale a pena ter um gasto a mais e ter a segurança da
carga, do que correr o risco de perdê-la, o que daria um prejuízo muito maior.
97

17 ASPECTOS DOCUMENTAIS

Na parte documental, o papel do importador é verificar a documentação feita


pelo exportador, para evitar erros, porém em muitos casos, a Partners precisa fazer o
modelo do documento segundo as exigências do governo brasileiro, pois o exportador,
por diferenças culturais e legais não o faz de forma correta.
Essa é a parte mais difícil no trabalho de importação da China, pois na parte de
negociação de preços, se a importação for em grande quantidade, sempre é possível
negociar preços, pois eles tem a mão-de-obra muito barata, assim, geralmente se
consegue um preço mais baixo do que o passado na primeira cotação. Já na questão
documental, é muito dificil para eles entenderem exigências legais do Brasil. Por
exemplo, toda fatura e packing list devem estar carimbados e assinados com caneta
preta ou azul, mas a empresa chinesa só mandava os documentos carimbados, pois para
eles o carimbo já é uma assinatura.
Outro problema nesses termos, é que muitas vezes as invoices e packings não
contêm informações básicas, como NCM, INCOTERM, medidas, endereços completos,
etc. E segundo Bizelli, o governo Brasileiro, exige que esses documentos contenham
nome e endereço completos do exportador e importador, especificações da mercadoria
em português ou idioma oficial do GATT, ou com tradução para o português, marca,
numeração, peso bruto, volumes, etc.
Conforme destacado pelos autores da teoria, o contato inicial para o processo de
importação pode se dar por fax, e-mail, telefone, pessoalmente, etc. E não
necessariamente através de um documento padrão.
Na Partners grande parte desse processo, além de muitos outros durante as
negociações, é feito por telefone, MSN e e-mail, porém, quando esse contato é feito por
telefone é importante que após o contato seja enviado um e-mail confirmando o que foi
acordado, assim se tem um registro do que foi conversado entre importador e
exportador. E no caso do uso do MSN, que torna o processo mais simples e barato, é
importante que as conversas sejam salvas, também como forma de registro e de prova
do que foi negociado.
Após a confirmação do pedido, o exportador envia a Proforma Invoice que tem a
característica de trazer as condições gerais da negociação, e é verificada pela Partners.
Isso é muito importante, pois em muitos casos o documento é feito de forma incorreta, e
com a conferência é possível corrigir esses erros e evitar multas.
98

De posse desse documento, a Partners tem condições para analisar todos os


aspectos que envolvem a operação, como a NCM da mercadoria, e outros tratamentos a
serem seguindos em termos administrativos, cambiais e tributários.
A NCM da mercadoria, muitas vezes já é enviada pelo próprio cliente da
Partners, que só verifica se a NCM está correta, quando o cliente não sabe a NCM do
produto, ou se verifica que ela não está adequada, a Partners busca a correta
classificação da mercadoria. Segundo Bizelli, o código NCM da mercadoria permite a
tributação correta da mercadoria, além de informar se o produto depende de anuência
prévia, proibições ou restrições para o seu embarque e desembaraço. Porém, pude
verificar que essa verificação é feita por um despachante aduaneiro, já que a Partners
não tem o registro de despachante junto à receita, assim, não pode atuar como tal. Desse
modo, a LI e a DI, bem como o processo de desembaraço e nacionalização da carga são
feitas pelo despachante aduaneiro, que as vezes é indicado pelo próprio cliente, ou então
escolhido pela Partners.
Paralelamente a vinda da mercadoria para o Brasil, os autores dizem que a
documentação deve chegar ao importador, para que esse providencie a NF. Nesse ponto
a Partners faz todo o processo como o previsto na teoria, os documentos são enviados
para ela, que libera a documentação para o seu cliente mediante o pagamento dos
honorários. E após emite a NF para transportar a mercadoria após o seu desembaraço e
nacionalização dentro do território brasileiro até a fábrica do cliente.
99

18 ASPECTOS LEGAIS

Teoricamente, o Siscomex importação e o registro no RADAR foram criados


para controlar, agilizar, simplificar, agilidade, redução de custos, desburocratização,
verificara a existência legal da empresa, dados de capital social, patrimônio, renda da
pessoa jurídica e sócia, etc. Porém no inicio o processo de implantação foi bem
complicado, pois até mesmo na receita as pessoas estavam se adaptando ao novo
modelo e não sabiam dar informações corretas sobre os procedimentos a serem tomados
pelos importadores, assim, até os importadores conseguiram se adaptar corretamente ao
sistema foi um período bem conturbado, inclusive para a Partners, como vi durante o
estágio.
Mas depois que o processo foi feito acredito que tornou as importações mais
seguras, pois uma pessoa física é responsável pelos processos, que estão atrelados a um
CPF, e não uma empresa com CNPJ, e é muito mais fácil chegar ao responsável por
uma possível fraude ou irregularidade tendo como responsável pelo processo uma
pessoa física do que uma empresa.
Dentro dos Aspectos legais, existem vários processos como emissão de LI e DI,
etc. que são responsabilidade do despachante aduaneiro. Porém, segundo Bizelli, depois
de concluído o processo de LI e a mercadoria estiver com a NCM correta, o importador
já pode orientar o exportador a enviar a mercadoria, além de providenciar o seguro e um
armador. Assim, quando o despachante da o OK sobre a LI ou outras características
específicas da mercadoria, a Partners pede que seja feito o embarque da mercadoria,
providencia o seguro da carga e contata o armador. Depois, fornece os dados do agente
de carga para o importador e do importador para o agente de cargas, para que esses
acertem os detalhes da entrega da mercadoria.
A forma de fazer o transporte dentro do navio escolhido pela Partners é a
conteinerização, que segundo o site aprendendo a exportar propicia o transporte com
segurança, inviolabilidade e rapidez, permitindo fácil carregamento e descarregamento e
adequado a movimentação mecânica e ao transporte por vários equipamentos. Esse
modelo garante o transporte seguro e adequado de uma maior variedade de cargas.
Os produtos importados pela Partners não possuem o incentivo de Drawback,
pois são produtos acabados, e Hartung essa é uma modalidade que abrange mercadorias
destinadas a produção, composição, transformação, beneficiamento e acondicionamento
de produtos brasileiros.
100

19 ASPECTOS CAMBIAIS

Segundo Castro, o mercado cambial, é formado por exportadores, importadores,


bolsas de valores bancos, corretores e todos aqueles que efetuam transações com o
exterior. E dentro desse mercado, existem dois grupos; o dos vendedores, composto por
exportadores, turistas, tomadores de empréstimos, vendedores de serviços e
especuladores. E o grupo dos compradores, do qual fazem parte os importadores,
turistas, compradores de serviços, compradores de títulos e especuladores. Assim, nesse
mercado a Partners se caracteriza como comprador e os fornecedores chineses como os
vendedores.
Na Partners a cotação é feita no inicio do processo, quando o cliente já definiu o
seu produto, a cotação do dólar é feita via Internet, porém o valor sempre é jogado um
pouco para cima, devido a variação das moedas. Assim, obviamente é preferível que a
cotação saia um pouco mais alta que o preço final, do que mais baixa, e depois o cliente
acabe se surpreendendo com o valor final da compra. Esse processo de cotação, também
é previsto na teoria, e é definido por autores como Hartung como o momento em que
ocorre a precificação da operação. Durante o desenrolar de todo o processo, todos os
valores envolvidos vão sendo tabelados, para serem apresentados ao cliente junto com a
mercadoria, sendo o valor final da importação que deve ser pago pela empresa
importadora.
Os pagamentos ocorrem por transferência bancária/contrato de câmbio, de acordo com o
Banco do Brasil, o contrato de câmbio é o instrumento específico firmado entre o
comprador e o vendedor de moeda estrangeira, no qual são estabelecidas as
características e condições sob as quais se realiza a operação de câmbio. Nos processos
da Partners geralmente são pagos 30% do valor para início da produção, e os outros
70% para embarcar a mercadoria.
101

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho, pude perceber que o desenvolvimento das nações e a


globalização são fundamentais para a existência do comércio internacional, pois se não
fosse por isso, os países não teriam aberto seus mercados para os produtos externos e
não haveria esse tipo de comércio que liga todas as nações dos mundos, seus habitantes
e sua economia.
Esse meio é muito interessante, pois permite o contato com diversas pessoas
de culturas e maneiras de negociar diferentes, porém, isso torna o processo de compra e
venda muito mais perigoso do que no mercado interno, pois as pessoas têm costumes e
modos de ver as coisas diferentes, o que pode gerar documentação incorreta,
dificuldade para entender as necessidades impostas pelas legislações de cada país, e
também das necessidades do consumidor. Além disso, é muito mais fácil ter problemas
em relação ao pagamento e mercadorias com defeitos ou que não correspondem ao
pedido, além de serem muito mais difíceis de resolver. Sendo que nesses casos,
qualquer erro em relação à mercadoria ou à documentação, será cobrado do importador
pela Receita Federal. Para isso, é necessário que o importador acompanhe de perto todo
o processo de importação, inclusive verificando e auxiliando o exportador a realizar a
documentação correta.
Todos os aspectos, do âmbito negocial, documental, legal e cambial, são
importantes e se completam. Todos devem ser feitos de maneira correta observando as
especificações e exigências do governo, e se certificando que a parte do exportador está
sendo feita de forma correta, para que o processo se dê de maneira correta e tranqüila, o
que certamente irá gerar novos negócios entre a empresa exportadora e importadora.
Na importação, além de se preocupar em verificar a documentação, o
importador também deve prestar muita atenção em classificar a mercadoria com a NCM
correta, e de verificar junto a receita se a mesma necessita de LI, ou algum outro
procedimento especial, para evitar multas ou demais problemas com a Receita Federal
Brasileira.
Na minha visão, o processo de importação é muito mais delicado e minucioso
do que o de exportação, pois o importador precisa acompanhar e verificar de perto todo
o processo. Outro ponto importante, é que mesmo que a responsabilidade de fazer a
documentação seja do exportador, muitas vezes, conforme observei na prática, o ele não
consegue entender as exigências legais do Brasil para as importações, assim o
102

importador acaba fazendo um modelo de documento para o exportador se basear. Isso


ocorre, pois a penalidade por qualquer erro na operação vai cair sobre o importador, que
terá que arcar com todas as conseqüências, mesmo que o erro não tenha sido dele.
Com esse trabalho pude ter a visão teórica dos processos de importação,
aliados a parte prática da vivencia dentro do setor na empresa Partners Comex.
Durante o período do estágio, a disponibilidade e a preocupação do pessoal da
Partners ajudou muito no desenvolvimento do trabalho, pois eles me forneceram todos
os dados que pedi, e me permitiram participar e não só observar todos os processos
realizados no período em que estive na empresa, o que me permitiu um maior
aprendizado e compreensão do processo.
Como nunca havia tido contato com setor de importação, esse trabalho me
proporcionou vivenciar na prática e entender muito melhor todos os processos e
preocupações pelo qual passa o importador, e que foram explanados pelos professores.
Foi com certeza um trabalho muito proveitoso que me proporcionou um ótimo
aprendizado e uma visão muito mais clara das operações e realidade de uma operação
de importação.
103

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