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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS EAD
CURSO DE FILOSOFIA

LEANDRO SERRANO GOMES DA SILVA - 177065

FÉ E CIDADANIA

BAURU
2009
LEANDRO SERRANO GOMES DA SILVA - 177065

FÉ E CIDADANIA

Trabalho apresentado no curso de


graduação à Universidade Metodista de São
Paulo, Campus EAD, para o módulo de
Investigação Filosófica do curso de Filosofia.

Orientação: Prof. João Epifânio Regis Lima

BAURU
2009
LEANDRO SERRANO GOMES DA SILVA - 177065

FÉ E CIDADANIA

Trabalho apresentado no curso de


graduação à Universidade Metodista de São
Paulo, Campus EAD, para o módulo de
Investigação Filosófica do curso de Filosofia.

Módulo de Investigação Filosófica

Data de Entrega: 9 de Março de 2009

Resultado: _____________________.
RESUMO

O autor, compreendendo a necessidade de centralização no corpo da sociedade


contemporânea e das idéias capitalistas que regem a mesma (que chama de
corpocentrismo), tenta nos levar por um caminho de desprendimento dessa
necessidade patológica de culto ao corpo perfeito e ideal (o que quase sempre se
encaixa fora dos padrões possíveis pro indivíduo comum) e tenta fazer com que
reencontremos nosso verdadeiro corpo, tenta nos reaproximar da busca pela nossa
alma, pelo nosso eu. Demonstrando a desvalorização do indivíduo dentro da ótica
capitalista de consumo, que leva a uma crescente sutil de padronização humana
dentro de ideais de consumo ditados pelos grandes, poderosos e belos,
conseguimos trilhar um paralelo entre a mecanização e desespiritualização da
ciência, agora como caminho da verdade, enquanto procuramos uma saída de volta
ao nosso eu completo, dotado das vivências individuais e da experiência-corpo de
cada um, devidamente valorizado e por que não dizer, puro, justamente por ser
quem é.

Palavras-Chave: Corpocentrismo, Experiência-corpo, Capitalismo, Ideal.


SUMÁRIO

1 FÉ E CIDADANIA…............................…..................................................................

2 REFERÊNCIAS ….....................................................................................................
FÉ E CIDADANIA
CORPO[DES]CÊNTRICO

Corpocentrismo pode ser definido como o culto moderno ao corpo, a centralização do


ideal de felicidade colocado como a perfeição humana apresentada pela mídia, a centralização
do material em cima do espiritual, um apego desnecessário ao invólucro físico das pessoas e
coisas, e seu funcionamento. Sendo assim, como definir uma sociedade corpocêntrica? Por
que motivo os membros de uma sociedade dessas se importariam uns com os outros? O
problema que se levanta nestas questões é muito mais complexo do que pode parecer em
primeiro instante.
A idéia de uma sociedade corpocêntrica e as implicações dela para a realização do bem
comum suscitam perguntas. Quem são os corpos defensores de uma sociedade corpocêntrica?
Como ela não desencadeou a construção do bem comum? O corpocentrismo seria a
reinstalação do discurso dualista em busca da alma perdida ou seria uma maturidade que
aponta outra percepção da experiência corpo?
O elogio ao corpo se entende, primeiro do esforço da ciência de afastar o mistério por
meio da racionalidade. Muda o recurso à fé pelo rigor da teoria científica. O objeto se tornou
o centro da atenção do cientista que, para desvendá-lo, disseca-o à procura do olvidado, das
provas que o explicarão. Entre os objetos, o corpo. A pergunta pela alma, pela essência perde
o sentido. A recusa do corpo foi substituída por um corpo sem mistério.
O segundo, mas não distante da ciência, do desenvolvimento da lógica do capital que,
em busca da reprodução do valor, torna tudo vendição. O que se transforma em lucro interessa
ao capital. Neste contexto é que o gabo ao corpo, em detrimento da alma e do discurso
religioso contra a usura e a ostentação, surge. Novas necessidades corporais são anunciadas
como naturais, para esconder que são demandas da lógica do consumo que atendem o desejo
dos corpos abastados, criadores de tais demandas para o seu benefício e para justificar a sua
preocupação com o corpo. Os que podem cuidar dos corpos são os que colocaram o corpo no
centro: os seus.
“Nessas duas situações, o que está no centro não é o corpo. A ciência e o capitalismo
não têm por objetivo pôr o corpo como critério das ações, da construção das teorias, da
organização da sociedade.” (SILVA, 2009)
Por isso uma sociedade corpocêntrica ainda não se realizou. O bem comum não é
ameaçado por esta idéia. O que está no centro das mídias, das ações políticas são os corpos de
alguns, que alimentam uma imagem de corpo que aponta a sua experiência-corpo, tornando-a
padrão, negação de outras experiências-corpo. Isto sim, intimida o bem comum.
Na medida em que a visão de sociedade se fizer do reconhecimento de que as nossas
decisões têm que servir os corpos, surgirá o bem comum, não como projeto, mas como
testemunha de outra experiência-corpo.
Bem comum que rivaliza com a prática do bem privado. O desejo do bem comum exige
mudança profunda no modo como os humanos vivem. Enquanto o lucro for o centro, o bem
nunca será amplamente comum.
O desafio é reconhecer que a experiência-corpo é sempre misteriosa de sentido,
possibilidades e utopias. A provocação é perceber que tornar problema o corpocentrismo é
outro modo dos corpos abastados disfarçarem o seu projeto.
Acompanhar a poesia do corpo que vive na forma da exclusão é o início da
compreensão que uma sociedade corpocêntrica é sinônima de bem comum. Se este não se
instalou é falsa aquela denominação.
Não será a redescoberta da alma ou a construção de outras teorias sobre o corpo que
nos levará à sociedade que precisamos. É a solidariedade e a misericórdia dos corpos, que só
têm a companhia dos corpos com quem caminham, que animarão a utopia de uma
experiência-corpo, onde o bem sirva à necessidade e ao prazer dos corpos: de todos.
Os corpos descentralizados nesta sociedade desafiam o esforço de tornar topológico o
que povoa a imaginação e os corações de corpos apaixonados por outros corpos e não só pelo
seu.
REFERÊNCIAS

Dourado, Wesley Adriano Martins. Fé e Cidadania. Universidade Metodista. 2009.

Silva, Leandro Serrano Gomes da Silva. Fé e Cidadania. Universidade Metodista.


2009.

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