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Laboratório
Processos de Fabricação
Torneamento
Influência das condições de usinagem nos esforços de
corte, na forma do cavaco e na rugosidade da peça.
Acadêmico:
Árlei Huebra Póvoa
1
Sumário
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
2. OBJETIVOS ............................................................................................................................. 3
5. RESULTADOS ........................................................................................................................ 15
7. CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 24
Resumo
Este trabalho apresenta resultados de testes com processo de usinagem para
diversas condições de corte. Foram realizados ensaios para avaliar a diferença de
comportamento quanto a esforços de corte, forma do cavaco e acabamento
superficial. O material usinado foi o aço ABNT 1045 e a ferramenta utilizada foi a
TNMG 160408-PF. Observou-se um aumento significativo da potência de corte com
o aumentou do avanço da ferramenta e juntamente um aumento na rugosidade
média da peça, e na rugosidade máxima, tornando-a próxima da ideal, que é a
teórica.
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1. INTRODUÇÃO
A usinagem é o processo de fabricação que consiste em alterar as dimensões de uma
peça pela retirada ou produção de cavaco. Nos dias atuais, qualquer aprimoramento, que
seja na máquina, ferramenta, material ou processo, converte-se em redução de custos de
fabricação. As empresas fabricantes de ferramentas estão em constantes pesquisas e
desenvolvimentos, inclusive com geometrias específicas para determinados trabalhos.
Informações como esforços de corte e potências de usinagem são de fundamental
importância para os fabricantes de máquinas operatrizes, proporcionando assim, condições
de executar seus projetos de produtos mais próximos da realidade e com custo final
apropriado à demanda de mercado.
2. OBJETIVOS
O trabalho propõe-se a realizar ensaios experimentais para avaliar os parâmetros
tecnológicos relativos ao torneamento, analisando, além dos esforços de corte de usinagem,
também a formação dos cavacos e a qualidade da superfície usinada obtida. Para isso
verificaremos o comportamento da potência, força e pressão específica de corte e
avaliaremos a rugosidade da peça obtida, de acordo com a variação do avanço, da
profundidade de corte e da velocidade de corte.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. TORNEAMENTO
O torneamento (Figura 1) é a operação de usinagem mais comumente empregada em
trabalhos de corte de metal. O material a ser cortado é fixado ao mandril de um torno e
rotacionado, enquanto a ferramenta, presa firmemente em um porta-ferramenta, move-se
em um plano que, idealmente contém o eixo de rotação da peça.
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de usinagem sobre a direção de avanço. Existe também a força passiva , que é a
projeção da força de usinagem sobre uma perpendicular ao plano de trabalho.
Uma máquina-ferramenta gera potência para girar seu eixo-árvore para executar o
movimento de corte e para promover o movimento de avanço. (DINIZ et al,2008). A
potência de corte é a potência disponível no gume da ferramenta e consumida na operação
de remoção de cavaco. É ela a mais importante nos cálculos de forças e pressões
especificas de corte. A potência de avanço, embora seja uma parcela utilizada na operação
de corte, no torneamento é usualmente tão pequena em relação à potência de corte que, na
prática, as vezes, compensa reuni-la no grupo das “perdas”.(ESPANHOL, 2008). Segundo
DINIZ et al (2008), a potência de avanço é aproximadamente 140 vezes menor que a de
corte.
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3.3. PRESSÃO ESPECÍFICA DE CORTE (KS)
Uma forma prática de expressar a força de corte é através da relação
Sendo o ângulo de posição da ferramenta. Desse modo pode ser expressa como
De acordo com a equação acima, pode- se notar que com aumento da área da secção
de corte, há uma diminuição de . Assim, com o crescimento do avanço , aumenta a
velocidade de avanço e conseqüentemente, o coeficiente de atrito diminui, pois o corte se
torna mais dinâmico. O aumento da profundidade de corte praticamente não altera o
valor de , pois o crescimento da profundidade de usinagem só faz aumentar o
comprimento de contato ferramenta-peça, sem acrescer as velocidades envolvidas. (DINIZ
et al, 2008)
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3.4. FORMAÇÃO DO CAVACO
Cavaco é a porção de material retirada da peça, pela ferramenta de corte durante o
processo de usinagem. De acordo com DINIZ et al, (2008), a formação do cavaco
influencia diversos fatores ligados à usinagem, tais como o desgaste da ferramenta, os
esforços de corte, o calor gerado na usinagem, a penetração do fluido de corte, etc.
O cavaco pode variar muito (em tipo, forma, extensão) para cada operação de
usinagem, ou mesmo em uma única operação, como por exemplo, o torneamento, sendo o
resultado final (forma, espessura) deste, função de praticamente todas variáveis envolvidas
no processo.
DINIZ et al, (2008) faz uma descrição generalizada para o processo de formação do
cavaco nas condições normais de usinagem com ferramentas de metal duro ou de aço-
rápido:
7
a) Cavaco em fita;
b) Cavaco helicoidal;
c) Cavaco espiral;
d) Cavaco em lascas ou pedaços.
8
Figura 5 - Variação da forma do cavaco em função das variáveis de processo (MACHADO E SILVA, 1999)
A norma ISO 3685 (1993), faz uma classificação mais detalhada das formas de
cavacos possíveis (Figura 6):
Figura 6 – Classificação das formas de cavacos de acordo com a norma ISO 3685 (1993)
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No torneamento do aço, a qualidade e a integridade superficial, são preocupações
freqüentes devido ao seu impacto na apresentação do produto, em termos de
comportamento funcional e estabilidade dimensional. A importância do acabamento
superficial justifica-se pela sua relação, entre outros, com fatores como:
Precisão e tolerância;
Resistência à corrosão;
Resistência à fadiga;
Escoamento de fluidos;
Lubrificação.
3.7. RUGOSIDADE
A rugosidade de uma superfície é definida pelas irregularidades finas ou erros micro-
geométricos da ação inerente ao processo de corte. A rugosidade superficial é utilizada
para controlar o processo de fabricação, sendo avaliada com aparelhos eletrônicos, a
exemplo do rugosímetro, em diversas considerações. (ESPANHOL, 2008)
Rugosidade média :
Média aritmética dos valores absolutos das ordenadas de afastamento dos pontos do
perfil de rugosidade em relação à linha média, dentro do percurso de medição. Essa
grandeza pode corresponder à altura de um retângulo, cuja área é igual a soma absoluta das
áreas delimitadas pelo perfil de rugosidade e pela linha média, tendo por comprimento o
percurso de medição (Figura 7). Esse parâmetro é conhecido como (roughness
average) que significa rugosidade média. O desvio médio aritmético é expresso em
micrometro (μm). (AMORIM, 2002 e ESPANHOL, 2008)
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Figura 7 - Percurso de medição de rugosidade Ra (ESPANHOL, 2008)
Figura 8 - Perfil teórico de rugosidade de uma peça torneada (DINIZ et al, 2008)
O aumento do raio de ponta torna a ponta da ferramenta mais resistente, mas também
aumenta a vibração da ferramenta devido ao aumento do atrito, causado pela maior área de
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contato entre ferramenta e peça. (DINIZ et al, 2008) afetando de forma negativa a
rugosidade.
Rugosidade máxima :
Definida como o valor das rugosidades parciais (Zi) que se apresentam no percurso
de medição (lm). Por exemplo, na Figura 10, o maior valor parcial é o Z3, que está localizado
no 3º cut off (comprimento de medição), e que corresponde à rugosidade Ry
4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
12
O aço usinado foi o ABNT 1045 (Figura 11) e a ferramenta usada foi a
TNMG 160408-PF. (
Figura 12)
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Figura 13 - Rugosímetro portátil Mitutoyo SurfTest-211 (www.mitutoyo.com.br)
Primeira etapa:
Primeiramente fez-se com que permanecesse constante
e então o material foi usinado para diferentes avanços:
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Segunda etapa:
Nesta etapa do procedimento, foram mantidos constantes e
e o material foi usinado com as seguintes profundidades de corte:
Terceira etapa
Finalmente, foram mantidos constantes e o
material foi usinado segundo as seguintes velocidades de corte:
Para todas as etapas do processo, foram feitas leituras no sensor de efeito hall antes e
durante a usinagem para cada situação, tendo assim valores para a corrente em vazio (Io), e
para a corrente quando em usinagem (It), ambas em amperes. Com esses valores em mãos
é possível calcular a corrente em uso pela máquina durante a operação e assim, juntamente
com dados da máquina, obter o valor da potência consumida no processo.
5. RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos através de leituras no sensor
hall e também no rugosímetro para as três etapas do processo. Verificaram-se os seguintes
dados:
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Tabela 2 - Dados obtidos na 2ª etapa
De acordo com a literatura, a pressão específica de corte pode ser obtida por:
Através dos dados obtidos no rugosímetro (R1, R2, R3) para as rugosidades, média e
máxima, podemos estimar um valor para cada rugosidade através da média aritmética dos
valores mensurados.
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Com os valores obtidos acima, e utilizando o software Microsoft Office Excel 2007®
podemos chegar aos seguintes resultados para cada etapa do procedimento.
Primeira etapa:
Para esta etapa, pôde-se também observar a variação da rugosidade máxima teórica
quando às variações do avanço da ferramenta, de acordo com a equação:
Segunda etapa:
Para a segunda etapa, onde foi mantido constante e obtiveram-se os seguintes
resultados para variações de :
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Terceira etapa
Para esta etapa, onde foram mantidos constantes e , os seguintes resultados
foram obtidos:
Com os resultados obtidos acima, podemos exibir a variação dos esforços de corte de
acordo com as variações dos parâmetros propostas inicialmente.
3,0
2,5
Potência de corte [KW]
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Avanço [mm/rot]
18
3,0
2,0
Potência de corte [KW]
1,8
1,5
1,3
1,0
0,8
0,5
100 150 200 250 300
Velocidade de corte [m/min]
19
Força de corte (FC)
1000
800
400
200
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Avanço [mm/rot]
800
600
400
200
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Profundidade de corte [mm]
1000
800
Força de corte [N]
600
400
200
0
100 150 200 250 300
Velocidade de corte [m/min]
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Pressão específica de corte (KS)
4,5E+06
4,0E+06
3,5E+06
3,0E+06
Ks [KPa]
2,5E+06
2,0E+06
1,5E+06
1,0E+06
5,0E+05
0,0E+00
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Avanço [mm/rot]
Figura 21 - Ks x Avanço
4,0E+06
3,5E+06
3,0E+06
Ks [KPa]
2,5E+06
2,0E+06
1,5E+06
1,0E+06
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Profundidade de corte [mm]
4,0E+06
3,5E+06
3,0E+06
2,5E+06
Ks [KPa]
2,0E+06
1,5E+06
1,0E+06
5,0E+05
0,0E+00
100 150 200 250 300
Velocidade de corte [m/min]
21
Rugosidade
27,500
25,000
22,500
20,000
Rugosidade [μm]
17,500
Ra
15,000
12,500 Rt
10,000 Ry
7,500
5,000
2,500
0,000
0,05 0,14 0,23 0,32 0,4
Avanço [mm/rot]
7,000
6,000
5,000
Rugosidade
4,000
Ra
3,000
Ry
2,000 Rt
1,000
0,000
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Profundidade de corte [mm]
22
6,000
5,000
Rugosidade 4,000
3,000
Ra
2,000 Ry
Rt
1,000
0,000
100 150 200 250 300
Velocidade de corte [m/min]
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Sendo que praticamente não se altera com aumento de , a força de corte ,
que pode ser definida por , aumenta de acordo com o aumento de (Figura
19). Novamente, como por definição, a potência de corte é produto da velocidade de corte
e da força de corte, os valores de potência de corte crescem com o aumento da
profundidade de corte (Figura 16).
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fácil a formação do cavaco e a rugosidade da peça se aproxima da ideal,que é a rugosidade
teórica.
Observa-se também que a rugosidade média não é largamente afetada com o
aumento de e de (Figura 25) e (Figura 26). oscila entre valores altos e baixos à
medida que a velocidade de corte cresce, tal fato se dá, pois com o aumento da velocidade
de corte ocorre uma vibração maior no sistema máquina-peça-ferramenta-suporte.
7. CONCLUSÕES
Baseado nos resultados obtidos neste trabalho pode-se concluir que para o
torneamento do aço ABNT 1045 com a ferramenta TNMG 160408-PF que:
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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