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O BATISMO DE JOÃO

João Batista batizava para arrependimento de pecados. O seu batismo era um ritual de
purificação para a entrada no reino dos céus que ele tanto pregava. Não que entrasse, mas
quem aceitava seu batismo já tinha pelo menos um quê de arrependimento. 

Havia, sim alguns critérios para participar do batismo de João. Por exemplo, ele conclamava as
pessoas ao arrependimento (Mt 3.2), ordenava a repartição de bens acumulados (Lc 3.10,11),
cobrava justiça social (Lc 3.12,13), corrigia o comportamento das autoridades (Lc 3.14), enfim,
ele era o cumprimento da palavra de Isaías (Is 40.3-5), que dizia acerca das veredas do Senhor;
elas deviam ser aplainadas, ou seja, deveria haver uma correção para que o Messias iniciasse
Seu glorioso ministério. 

Decerto João está pensando sobre o reino dos céus como uma organização de Deus a ser
estabelecida no mundo, mas, à parte e antes de qualquer manifestação visível da soberania de
Deus. Então, esta expressão significa a maneira de vida dos que se deixam dirigir por Deus em
tudo.

João entendia a chegada do reino de maneira dupla, entretanto concomitante. Restauração


misturada com juízo. Por isso ele exigia dos candidatos que produzissem frutos de
arrependimento, caso contrário jamais fugiriam da ira vindoura (Mt 3.7,8). Corretamente, ele
já entendia a questão da filiação de Abraão. Não bastava ser hebreu, tinha que produzir fruto
(Mt 3.9,10). Paulo explanaria isso mais tarde com maior clareza (Rm 2.28,29; 9.6-8; Gl 3.7,26-
29).

O batismo com fogo que João proclamava era, com certeza, em seu pensamento, a execução
do juízo sobre os impenitentes (v. 11,12).

Então, seu batismo nas águas era uma forma exterior de revelar o interior dos batizandos: que
de fato haviam se arrependido e estavam passando por um rito de purificação para ficarem
aptos a entrar no tão proclamado reino dos céus.

Resumo: o batismo de João era para provar o arrependimento de pecados, para que os
batizados pudessem entrar no reino dos céus que o Messias viria proclamar. Este batismo não
serve como exemplo para o batismo cristão, pois os cristãos entram no reino não pelo
batismo, mas quando recebem a Jesus, nascendo de novo.

O BATISMO DE JESUS

Jesus disse a João, quando este fez oposição a batizá-lO, que deixasse, porque convinha que se
cumprisse toda a justiça (Mt 3.15). Para entendermos o significado do batismo de Jesus é
necessário compreendermos o que Ele quis dizer com essa frase para seu primo, o profeta
João.

Para Jesus, a justiça de Deus era a exigência do pagamento de pecados. Foi exatamente por
isso que Jesus veio. Por ser Deus e, obviamente não ter pecado, Ele se fez homem para
assumir os nossos pecados, uma vez que homem nenhum teria condições de pagar. Preste
bastante atenção a esse ponto: quem deve pagar os pecados é o homem, mas
quem pode pagar é só Deus. Por isso Jesus, sendo Deus se fez homem, assim pôde pagar os
pecados e assumiu o dever, embora não devesse. Portanto, o batismo de Jesus indicava aquilo
que Ele veio fazer: satisfazer a exigência de Deus para com os pecados do homem, ou seja,
cumprir a justiça (foi o que Ele disse para João).

O BATISMO CRISTÃO

Quem crê em Cristo deve ser batizado, conforme diz o Novo Testamento. Mas o batismo não
nos inclui no reino. O batismo simboliza o que aconteceu no campo espiritual quando cremos
em Jesus: nascemos de novo. A partir de então a semente divina passa a germinar em nós para
que geremos frutos espirituais (1Jo 3.9). Assim é que entramos no reino. O batismo que vem
depois disso (depois de sermos também discipulados) é uma amostra visível do que aconteceu
conosco no mundo invisível. Assim, nosso batismo nada tem a ver com o de João, pois este
batizava para provar que a pessoa havia se arrependido de seus pecados e ficasse preparada
para receber a Cristo que iniciava Seu ministério terreno. O nosso batismo é uma prova visível
da nossa identificação com o Cristo que já veio.

Por falar em identificação, é importante lembrar que essa identificação significa muito mais do
que o que se prega por aí. Identificar-se com Cristo é, principalmente, ser participante dos
Seus sofrimentos, para o sermos também da Sua glória (Rm 6.4-8; 8.17; 2Co 4.10; 2Tm 2.11-
13).

O batismo cristão representa o sepultamento do nosso velho homem, uma nova história será
construída a partir do momento em que nascemos de novo (Cl 2.12). Em Rm 6.4 diz que esse
sepultamento se deu para que nós andemos em novidade de vida. Claro que a mudança não
ocorre na hora do batismo, mas no momento em que o Espírito Santo nos convence de todo
pecado e nos faz crer em Cristo. Como já disse, o batismo é só o sinal visível do que aconteceu
no mundo invisível.

CONCLUSÃO

Algumas pessoas dizem algumas coisas erradas que precisam ser corrigidas o quanto antes.

·        Uns dizem: “Não batizamos crianças, porque criança não tem pecado”. Mas isso é uma
heresia absurda. A Bíblia diz que todos nós já nascemos no pecado (Sl 51.5; Rm 3.23).

·        Outros dizem: “Temos que nos batizar, porque batismo é para arrependimento de pecados”.
Não. O batismo é para quem já se arrependeu dos pecados, já se tornou nova criatura em
Jesus, já foi discipulado, já tem em si a divina semente (que é o Espírito Santo que habita nos
crentes). Batismo para arrependimento de pecados era o de João Batista.

·        Ainda outros: “Seguimos o exemplo de Jesus, que Se batizou depois de adulto; quando
criança Ele foi apenas apresentado”. Aqui há alguns erros graves de compreensão:

1)      Jesus Se batizou para cumprir a justiça. Nós não nos batizamos para cumprir a justiça, pois ela
já foi cumprida em Cristo, como se lê em 1Pe 2.24.
2)      Ele Se batizou aos 30 anos aproximadamente, porque na Antiga Aliança, um homem só
poderia começar a cumprir seu ministério a partir dessa idade (Nm 4.23,30,35,39,43...)
3)      Jesus foi apresentado quando criança, mas não da mesma forma que nós apresentamos
crianças na igreja. Ele foi apresentado para cumprir um processo de purificação que a Lei de
Moisés exigia. Toda mulher que tivesse um filho era considerada imunda como nos dias de sua
menstruação. No 8º dia de nascido, o bebê deveria ser circuncidado (Lv 12.3), sendo a
circuncisão um sinal do concerto e um voto de obediência aos seus requisitos. Jesus
nasceu “debaixo da lei” de Moisés e submetido à sua jurisdição (Gl 4.4), por isso foi
circuncidado (Lc 2.21). Mais tarde(33 dias depois da circuncisão, ou seja, 40 dias depois de
nascido, assim a mulher já seria considerada pura através de sua oferta e já teria saído da
quarentena – Deus é sábio – Lv 12.6), José e Maria levaram Jesus aotemplo para a cerimônia
da dedicação do primogênito e a oferta da purificação da mãe (Lc 2.23,24). A apresentação de
Jesus não foi o que nós fazemos nas nossas igrejas, mas o cumprimento de um disposto na Lei
de Moisés, a qual não tem nada a ver conosco, pois não estamos debaixo da lei.

Alguns ainda dizem: “Jesus não precisava Se batizar, mas assim o fez para nos dar o exemplo”.
Negativo! Ele Se batizou para cumprir a justiça de Deus! Ele precisava sim, Se batizar! Não
pelos mesmos motivos que os homens da época de João e nem pelos mesmos motivos que
nós, mas pelos motivos que Ele mesmo já havia recebido do Pai, a incumbência de morrer pela
humanidade!

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