You are on page 1of 62

INSTRUÇÃO DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS CIVIS.

HISTÓRICO DO CDC EM SANTA CATARINA:

As Operações de Controle de Distúrbios Civis tiveram maior destaque no período da ditadura


militar, que impedia a reunião de pessoas em locais públicos.Em Santa Catarina as ações de
Controle de Distúrbios Civis sempre se confundiram com Operações Especiais, tanto que por volta
de 1978, foi criado o Pelopes do 4º BPM, sob o Cmdo do então 2º Tenente Beneval.

No Final do ano de 1985, foi criado o Pelotão de choque do 4º BPM, nota-se o 4º BPM por ser a
OPM mais centralizada a nível de Estado em relação ao governo do Estado, manteve-se sempre
mais atuante e liderando as ações de Controle de Distúrbios Civis no Estado.Outros Grupos de
Choque surgiram no Estado, alguns com certo destaque, podemos citar o Pelotão de Choque do 8º
BPM e o Pelotão de choque do 5º BPM.Todos esses grupos operavam CDC e Operações Especiais.
No ano de 1988 o Pelotão de Choque do 4º BPM se transformou em Companhia de Polícia de
Choque, subordinada diretamente ao Comando do Policiamento da Capital.

Extinta em 1994, criou-se o Batalhão de Operações especiais (BOE) que reunia em seu contexto
Companhia de Operações Especiais, Canil e Cavalaria.

Em 2005 foi criado o BOPE, oriundo do BOE, sendo que cavalaria e Canil ganharam vida própria
e a COE teve seu nome trocado, ganhou estatus de Batalhão com a missão de Controle de
Distúrbios Civis, Ronda Tática e Operações Especiais. As ações de Controle de distúrbios Civis têm
amparo na CF, art. 144, decreto Lei nº 667, decreto 88.777, na CE e legislação pertinente.

Tipos de Massa

1- PACIFICA:
Reúnem-se por motivos “justos” ou pacíficos, pela própria característica do grupo não demonstra
atitudes radicais.
2
PACIFICADORES:
Grupos que se reúnem esporadicamente, quando há eminência de um conflito universal ou
regional , demonstrando-se claramente contra qualquer conflito armado ou violento.

RELIGIOSOS:
É um grupo que normalmente se reúne para mega eventos e que devido a sua peculiaridade,
raramente causam incidentes.

GRUPOS RACIAIS E COMPORTAMENTAIS:


É um grupo que se reúne esporadicamente com a presença de lideranças não muito militantes,
mas que, normalmente, atua de forma pacífica.

2-Massas Organizadas:

São grupos que possuem uma liderança mais definida, possuem relativa disposição para enfrentar
o policiamento local , além de terem objetivos específicos de interesse relativos a seu grupo
social.

PROFESSORES:
Grupo muito numeroso que com a aliança de outros grupos, mostra-se sugestionável e com
atitudes de revolta.

METALÚRGICOS e SEM TERRAS:

Grupos numerosos, altamente politizados e com fortes lideranças, que em outros anos demonstrou
ser violento, causando muitos problemas para as autoridades policiais.

3-Massas Radicais ou Violentas:


São grupos que muitas vezes não possuem lideranças definidas , mas possuem a característica de
promover atos de violência.

PUNKS:
Tem características violentas, sem objetivos definidos a não ser chamar atenção e causar danos.

TORCEDORES UNIFORMIZADOS:
Quando unidos geralmente cometem atos de vandalismo.
3

DETENTOS:
Não tem nada a perder.

PERUEIROS E CAMELÔS:

Grupo emergente, com características violentas.

Princípios doutrinários do pelotão de choque.


A- É indivisível;

B- Todo policial é responsável pela segurança do Pelotão e de seu companheiro;

C-Todo o policial do pelotão zela pelo seu equipamento individual e o conhece perfeitamente;

D- Escudeiro sempre tem prioridade sobre os demais policiais do pelotão;

E - Conhecer a missão e todos os objetivos a serem alcançados;

F-Só desembarca mediante ordem do seu Comandante;

G- O pelotão só atua quando há visibilidade do terreno e do oponente;

H- Atua estritamente dentro da lei e sempre demonstrando autoridade, deixando as questões


sociais ou políticas a cargo das pessoas responsáveis;

I- Mantém–se sempre distante do oponente (mínimo de trinta metros de distancia);

J- Age sempre observando os critérios da prioridade de emprego de meios.

Ações desencadeadas contra a tropa.

a. Impropérios;
4
b. Emprego de fogo;
c. Ataques a pequenos grupos ou veículos;
d. Lançamentos de objetos na tropa;
e. Impulsionar veículos contra a tropa;
f. Destruição;
g. Utilização de armas de fogo;
h. Outras ações (utilizar crianças como escudos, arremeçar objetos contra as guarnições).

Você sabia ?

Da onde surgiu o nome: Coquetel-molotov ?

Durante a segunda guerra mundial quando da invasão do exercito nazista na Rússia, os


soviéticos, com o objetivo de expulsar os alemães de seus territórios invadidos, usavam um
armamento caseiro que era uma bomba incendiaria e que consistia numa garrafa com uma
substancia combustível em seu interior e com um pavio incandescente na ponta que ao se chocar
contra um obstáculo se quebrava resultando na queima deste combustível, causando focos de
incêndio.
Após algum tempo de seu uso com sucesso esta bomba incendiaria recebeu a denominação
de “coquetel Molotov” para prestar uma homenagem ao presidente do Conselho de Ministros da
URSS, VIACHESLAV MOLOTOV.

Prioridade no Emprego dos meios.

Uma tropa de choque sempre deve agir pautada dentro da legalidade, proporcionalidade,
necessidade e conveniência. Não devemos esquecer que muitas vezes não estamos lidando com
bandidos, mas com pessoas que reivindicam direitos, porém podem extrapolar suas emoções.
Lembre-se que toda ação desenvolvida por uma tropa de choque sempre tem grandes repercussões.
Assim sendo, com intuito de evitarmos maiores danos, devemos sempre atentar para estas
prioridades:

a. Vias de fuga;

O reconhecimento prévio do local do distúrbio é de suma importância, para permitir o


deslocamento e aproximação da Tropa por vias de acesso adequadas e para que sejam asseguradas
aos manifestantes, vias de fuga. Quanto mais caminhos de dispersão forem dados à multidão, mais
rapidamente ela se dispersará. A multidão não deve ser encaminhada em direção ao equipamento e
5
viaturas da Tropa ou em direção a estabelecimentos públicos (pontos sensíveis), a fim de evitar
depredação.

b. Demonstração de força:

A tropa deverá desembarcar em local longe das vistas do oponente e, tão próxima quanto possível, a
fim de que a ela possa agir rapidamente, sem desgastes. Deverá o local ser escolhido de forma a não
comprometer a segurança das viaturas. A demonstração de força deve ser feita através da disposição
da tropa em formação disciplinada e no ponto mais próximo do contato.
Sabendo-se que a multidão está bem armada e havendo informes de que o oponente pretende
fazer uso de arma de fogo, o Comandante da tropa deverá fazer uma demonstração de força
devendo lançar um ataque com munições não-letais de uma posição abrigada ou empregar viaturas
blindadas de CDC.

c. Ordem de dispersão:

Deve ser dada pelo Comandante da Tropa através de amplificadores de som (alto-falantes em
viaturas ou bons megafones) de modo a assegurar que todos os componentes do oponente possam
ouvir claramente. A proclamação deve ser de modo claro, distinto e em termos positivos. Os
oponentes não devem ser repreendidos, desafiados ou ameaçados. Por exemplo, o Comandante dirá:
“Esta manifestação é ilegal, façam suas reivindicações através de outros meios”, se os agitadores
não obedecerem às suas ordens para que se dispersem pacificamente, deverão ser adotadas novas
medidas.

d. Recolhimento de provas:

Na verdade é uma providência que deve ser adotada durante toda a operação, pois consiste em
fotografar, filmar ou mesmo gravar fatos ocorridos para posterior apresentação à justiça. As provas
devem ser reunidas quanto à identidade dos líderes e seus auxiliares e os meios utilizados (cartazes,
faixas, armas, intenções etc.).

Muitas vezes a simples presença de um fotógrafo atuando junto à tropa causa um efeito nos
oponentes que temem sua posterior identificação e, os que se aproveitam do anonimato, procurarão
se esconder ou abandonar o local.

e. Emprego de munições não letais e de impacto controlado:


6
Deve ser destacada a importância da direção e sentido do evento, que devem ser observados,
sendo a melhor situação quando o vento soprar da tropa para a multidão.

Ao utilizar-se de agentes químicos não letais, a tropa deverá estar protegida por máscaras contra
gases. Baixas concentrações farão com que a multidão se ponha em fuga, enquanto que as altas
concentrações causarão temporariamente cegueira e outros transtornos.
Os distúrbios podem ser atacados a distância de 150 metros, por meio de projéteis contendo
agente químico não letal lacrimogêneos disparado por armas especiais. Em distúrbios menores o
uso de granadas é eficiente.

A utilização de granadas de efeito moral e granadas fumígenas provocam grande efeito psicológico.
f. Emprego de água:

Jatos de água lançados por meio de veículos especiais (Centurion) ou por meio de mangueiras de
incêndio são empregados para movimentar o oponente. Tinta inofensiva poderá ser misturada à
água, a fim de que as pessoas sejam marcadas para identificação posterior, ou mesmo para aumentar
o efeito psicológico.

g. Carga de cassetete:

O avanço sobre o oponente deve ser realizado através das formações. A carga deve ser rápida e
segura. A velocidade com que o oponente se dispersa é importante, pois dará menos tempo para os
agitadores se reorganizarem. O cassetete é provavelmente o mais útil dos instrumentos de força que
se pode empregar contra desordeiros.

Seu valor reside no efeito psicológico que provoca. Componentes de um tumulto podem desafiar
com sucesso as tropas armadas apenas com armas de fogo, pois bem sabem da hesitação normal que
precede o emprego de disparos contra a massa humana. Por outro lado, a presença das tropas
empunhando cassetetes ostensivamente incute maior respeito ao oponente, pois eles e os curiosos
sabem que os bastões serão usados vigorosamente.

h. Detenção de líderes:

Deve ser feita de preferência durante a carga de cassetete. Porém, sabemos que os líderes são os
primeiros a fugir com o avanço da tropa, daí a necessidade de policiais à paisana para uma
perseguição discreta e detenção posterior.

i. Atiradores de elite:
7

Durante um distúrbio, os atiradores de elite, dotados de armas de precisão procurarão, mediante


ordem, neutralizar as pessoas que disparem contra a tropa, desde que haja um bom campo de tiro,
pois nunca se deve atirar contra a massa. Estes oponentes armados poderão atirar contra a tropa, de
posições de franco-atiradores, como, por exemplo, de janelas de edifícios, veículos ou outros pontos
estratégicos.

j. Emprego de arma de fogo:

É a medida a ser tomada pelo comandante de tropa e deve ser utilizado como último recurso,
quando se defronta com ataques armados. Todo cuidado deve ser tomado para que não sejam
atingidas pelos disparos outras pessoas da multidão e para isso devemos ter sempre um bom campo
de tiro.

Importante: somente utilizamos armas de fogo em legítima defesa. Para a defesa da tropa
podemos utilizar viaturas blindadas.

Composição do Pelotão de Choque

O Pelotão é organizado de modo que cada homem tenha sua função definida dentro do
grupamento a fim de ter uma flexibilidade tal que lhes permita adaptarem-se às mais diversas
situações.

O efetivo do Pelotão de Choque é de 26 homens, podendo variar de acordo com a disponibilidade


de pessoal, mas nunca ter um efetivo inferior a 18 homens.

No Pelotão de Choque, exceção feita pelo Cmt e aos Sgt, cada homem possui ainda um número
de ordem que facilita as formações e o controle do Pelotão.

a. Comandante do Pelotão.
É responsável pelo emprego do efetivo no terreno, cabendo-lhe toda a coordenação das
operações. Ele não deve preocupar-se em executar as ações específicas dos componentes da tropa,
como por exemplo, as dos granadeiros em utilizar as munições não letais. Sua maior preocupação é
o emprego técnico, tático e legal de sua tropa, bem como mantê-la coesa e pronta para a missão.
Deve ter uma boa voz de comando, isto é, audível, firme e forte. Um comando dado com energia
provoca uma reação enérgica dos seus comandados, da mesma forma o contrário.

b. Sargento auxiliar do pelotão.


8
Responsável pelo auxílio imediato ao comandante do pelotão, atuando no controle dos policiais
militares e no repasse de ordens. Estará atento ao desempenho dos demais policiais no cumprimento
das ordens emanadas pelo comandante do pelotão. Tem a preocupação extra de manter-se
atualizado a cerca do planejamento tático do seu comandante, uma vez que é o seu substituto
imediato. Tem o total controle sobre o efetivo disponível e indisponível (aptos, feridos etc.).

c. Sargento comandante de grupo.


É o responsável pela fração do pelotão, devendo manter-se atento ao comandante do pelotão, de
modo a coordenar o seu grupo. Enquanto o comandante do pelotão preocupa-se em manobrar o seu
efetivo, o graduado em tela está preocupado com a execução fiel e eficiente dos movimentos de sua
fração, isto é, garante que os escudeiros estejam ombro a ombro e que os atiradores executem seus
disparos no momento certo e da forma correta.

d. Escudeiros.
Responsáveis pela proteção do pelotão, como um todo, contra o arremesso de objetos que possam
causar lesões (paus, pedras, ferros etc.). Devem preocupar-se com a coesão da linha de escudeiros.
Não devem deixar a formação para atuar sozinhos no afã de resolver o problema.

e. Lançadores ou Granadeiros.
Encarregados de lançar ou arremessar, a comando do comandante do pelotão, munições químicas
não letais, manualmente ou com o emprego de armamento específico. Devem assessorar o
Comandante quanto ao emprego de agentes químicos não-letais. São responsáveis pelo consumo
dessas munições dentro de um universo de aceitabilidade, para tal, devem saber aproveitar cada tipo
de munição disponível para sua missão.

f. Atiradores.
Quando o objetivo a ser atingido pela munição química estiver a uma distância que o lançamento
manual não consiga atingi-lo, a comando do comandante do pelotão os atiradores farão o arremesso,
utilizando armas especiais para lançamento de granadas, bem como o uso de munições de
elastômero.

g. Homem-Extintor.
É o responsável pela condução de extintor de incêndio, para combater o fogo provocado por
arremesso de bombas incendiárias contra a tropa ou em barricadas que provoquem risco de incêndio
ou queimaduras em desfavor dos policiais militares. É necessário ter conhecimento sobre os tipos
de extintores para um melhor aproveitamento do equipamento e de forma a evitar um resultado
lesivo ao socorrido.
9
h. Motoristas.
Responsáveis pela condução das viaturas. Quando a tropa estiver desembarcada, os motoristas
devem permanecer atentos executando a guarda das viaturas e dos demais materiais que estiverem
sob seus cuidados.

i. Segurança.
Responsável pela segurança do pelotão, porta armamento diferenciado (Fuzil ou Carabina) deve
ser sempre o primeiro a desembarcar e o último embarcar da viatura que conduz o pelotão.

Principais Formações:
a. Formações Básicas;
b. Formações de Ataque;
c. Formações de Defesa;
d. Formação Tartaruga.

Formações Básicas:

A- Coluna por três.


B-Coluna por dois.
10
11

Formações de ataque:

1 – Linha

Formações de ataque:
1 – Escalão à direita.
12

Formações de ataque:
Escalão à esquerda.
13

Formações de ataque:
Em cunha.
14

Formações de Defesa:
Guarda Baixa.
15

Formações de Defesa:
Guarda Baixa Emassada.

Formações de Defesa
Guarda Alta.
16

Formações de Defesa
Guarda Alta Emassada.

Formação Tartaruga:
17

Formações de companhia (apoios lateral, cerrado, central e complementar).

a. Apoio Lateral.

Independentemente da formação do Pelotão a ser apoiado. O Pelotão de apoio divide-se, sendo


que o 2º grupo e os de nº par do 1º grupo formarão uma coluna (por um) na extremidade direita da
formação, e o 3º grupo e os nº ímpares do 1º grupo adotará o mesmo procedimento ao lado
esquerdo, caso a companhia seja composta de três Pelotões adota-se o 2º pelotão à direita e o 3º à
esquerda.
18

E12 E9 E7 E6 E3 E1 E2 E4 E5 E8 E10 E11

E1 A18 L15 A18 L15 L15 A18 E2


He x
G 3 G1 G 2
E3 M E4

E6 E5

E7 E8

E9 E10

S
E12 E11

b. Apoio Cerrado.

A função do Pelotão de apoio é de ficar na mesma formação do Pelotão apoiado, colocando seus
homens no intervalo dos PM do 1º Pelotão com objetivo de reforçar a formação. Convenciona-se
colocar os grupos compostos por comandante de grupo, atirador, lançador, homem-extintor e
segurança, conforme a representação da formação de choque visando facilitar para que o
Comandante de Pelotão coordene e execute as ações de choque ao receber ordens do seu
Comandante de Companhia.
19

. Apoio Central.

Trata-se de apoio onde o Cmt da Operação disporá de uma reserva para emprego de qualquer
espécie. Dessa forma, o Pelotão de apoio permanecerá a retaguarda da formação e em coluna por
três ou por dois.

d. Apoio Complementar.

O Pelotão de apoio forma em linha à esquerda Pelotão base com a finalidade de complementar a
formação para aumentando o seu tamanho .

Formações para tomada de Estabelecimentos Penais:

• Meia Lua;
• Nike.
20
• Grupos de Resposta Rápida.

Comandos:
1. Voz de Atenção Pelotão;
2. Distância;
3. Direção;
4. Formação;
5. Execução.
6. Preparar pára a carga! (todos se afastam lateralmente uns dos outros e permanecem na
base da posição de descansar, com o cassetete, ao longo do lado direito do seu corpo).
7. Para a carga, posição! (todos fazem posição de sentido, dão um passo a frente levantan o
cassetete, e gritam “CHOQUE!”).
8. Caraga a (XX) metros!
9. Carga! (todos avançam gritando até chegar ao ponto determinado, lá chegando, fazem
alto, juntam-se novamente, e desferem um golpe com o cassetete, no escudo e gritam
“CHOQUE!”, então dão um passo para frente e tomam a postura “EM GUARDA”).
10. Pelotão, alto! (usado quando o Comandante quer parar sua tropa antes do ponto
determinado, ou quando ele não determina o ponto aonde quer parar).

Exemplo de uma manobra com emprego de Agentes Químicos:


21

Tipos de ações de controle de distúrbios civis.

A. Resistência pacifica.

Muito utilizada pelos seguidores de GHANDI na Índia. Consiste em permanecer deitado ou


sentado ao chão com a finalidade de prejudicar a ação policial. Necessita o emprego de meios
especiais: espargidor de gás pimenta, jatos de água ou tinta, cães etc.

B. Desinterdição de via.

Ação, em via de regra, mais simples. Quase sempre há vias de fuga. Oportunista (não há muita
disposição em resistir). Não requer meios especiais da tropa de choque. Boa forma de utilização das
munições químicas não letais (local aberto).

C. Reintegração de posse.

Necessita de um planejamento apurado. Necessita de negociação e paciência. Atuação inicia já


nas primeiras horas da manhã. Verificação de itinerários alternativos (possibilidade de barricadas).
Difícil atuação de agentes de inteligência.

D. Manifestações.

Atuação somente em extrema necessidade. Muitas vezes tem caráter pacífico. Em caso de
necessidade de se intervir deve-se atuar com planejamento, determinando os objetivos a serem
cumpridos. Atentar para os locais onde são deixadas as viaturas e apoios. Necessita de atuação de
agentes de inteligência.

E. Rebelião em presídios.
22
Atuação bem peculiar. Necessidade de “check-list” de equipamentos. Outros apoios (grupo aéreo,
canil, grupo tático etc.).

F. Ações de choque em locais de evento.

É extremamente complicado caso haja necessidade de intervenção pelo fato de que nesses locais
normalmente não há vias de fuga. A quantidade de pessoas é sempre a maior preocupação.
Cobertura por meios de comunicação. A atuação da tropa pode ser um fator agravante nestes casos.
Facilidade de visualização do local da operação.

CAUSAS DOS DISTÚRBIOS CIVIS:


1-FANATISMO RELIGIOSO
Assinala-se por crimes e graves desordens. Desencadeado, encontra na ignorância um alimento
para o ódio. Não há outro tema onde as polêmicas tenham criado os mais trágicos mal entendidos.
Cada qual vê em seu adversário o inimigo de Deus.

2-ECONÔMICA
Desníveis entre classes sociais;
Desequilíbrio econômico entre regiões;
Divergências entre empregados e empregadores
Resultantes de condições sociais de extrema privação ou pobreza.

3-POLÍTICAS
Lutas político-partidárias
Divergências ideológicas estimuladas ou não por países estrangeiros
Tentativa para atingir o poder político por meios não legais
Operações em estabelecimentos Prisionais:
Principais causas dos incidentes prisionais:
• Demora da decisão dos benefícios;
• Deficiência da assistência judiciária;
• Violências ou injustiças praticadas no estabelecimento prisional;
• Problemas ligados a entorpecentes;
• Superlotação carcerária;
• Tentativas de fugas frustradas;
• Falta ou má qualidade da alimentação e assistência médica;
23
• Problemas ligados à corrupção;
• Demonstração de força de organizações criminosas.

a. Interar-se da missão.

Tão logo o escalão competente transmita a ordem de deslocamento de fração


de tropa, o comandante dessa fração deverá inteirar-se dos detalhes essenciais da
ocorrência.
A tropa deverá ser informada do que está ocorrendo, e assim ser preparada psicologicamente para
a ação. O comandante deve difundir segurança e serenidade.

b. Equipar-se para a missão.

O material pertinente deve ser levado. É preferível perder alguns minutos para reunir o material,
do que se dirigir para a ação com material inadequado ou insuficiente. Recomenda-se que em todas
as ações, a tropa tenha a sua disposição: material de arrombamento, holofotes, capacetes e escudos
balísticos, armam para tiro de precisão, algemas, camisas de força, rádios, cordas-espia, garatéias,
além de outros, conforme for a necessidade.

c. Planejamento inicial.

Durante o trajeto, o comandante da equipe deverá ter em mente que novos detalhes poderão surgir
no desenrolar do evento e, mentalmente irá estabelecendo o “modus operandi” do Grupo Tático, de
maneira que ao chegar ao presídio, já tenha estabelecido um planejamento mínimo, mantendo
contato com a central de comunicações durante o deslocamento, a fim de receber dados e informes
novos.

d. Chegada ao local.

As viaturas deverão chegar ao local, de maneira mais discreta possível, sem alardes, sem sirenes
acionadas, faróis apagados etc. Devem estacionar fora das vistas de eventuais antagonistas o que
evitará sustos, precipitações ou procedimentos indesejáveis.
24
A tropa permanecerá embarcada enquanto o comandante e um auxiliar, com toda cautela e
discrição, se dirigirão ao local do evento para inteirar-se da situação. O grupo Tático não deve ser
visto, senão no momento da ação de modo a causar impacto.

e. Estabelecer uma unidade de comando.

O comandante do grupo Tático procurará uma definição de comando, isto é, qual a autoridade
que dirá “o que fazer”. Isso é primordial para evitar “comandos” paralelos (o que sempre acontece
nos momentos de mais tensão). Enquanto essa definição não for alcançada, abster-se-á de qualquer
iniciativa, exceto sugestões que visem atingir esse objetivo (a definição).

Cabe ao comandante, seja do grupo Tático, ou da operação policial, checar junto ao diretor do
presídio se suas ações no âmbito da correição disciplinar não são capazes de resolver o problema
sendo, assim, necessário a uso da força policial para o restabelecimento da ordem pública dentro do
presídio.

f. Planejamento tático.

A partir do reconhecimento da ordem, deverá ser do comandante do grupo Tático a exclusiva


competência do comando do: como, quando, onde e para que, alusivos à ação.

A responsabilidade deve ser completamente do comandante do grupo Tático. Esta agirá coesa e
coordenada, livre de um ou mais homens que comprometam a coesão.

A vida e a integridade física de reféns e de outras pessoas deverão ser preservadas a qualquer
custo

g. Garantir um ponto de gerenciamento de crises.

O comandante da operação procurará garantir com que as negociações sejam realizadas por
policiais militares especialistas em negociação sem que haja a interferência de terceiros
prejudicando os trabalhos.

h. Ação em situações de reféns.


25
Sendo obrigatória a entrada no local dominado pelos amotinados, a
Companhia de Operações Especiais deve adotar as seguintes condutas após definir de
quem partiu a ordem:
a) Origem da ordem.

Se quem deu a ordem é realmente o comandante da operação.

b) Ordem exeqüível.

Se a ordem é passível de ser executada (não atenta contra a legislação vigente).

c) Armamentos, equipamentos e munições.

Têm-se todos os meios necessários para o cumprimento da missão.

d) Outras soluções táticas para o conflito.

Se não existe alternativa, que não a de invadir o local.

Checar o equipamento e armamento de sua tropa.

f) Agir em conjunto com a tropa de Choque, em sua missão especifica.

g) Evitar que outra tropa a siga, bem como policiais civis ou integrantes de
outro segmento. Não permitir a infiltração de agentes de outros órgãos na tropa.
h) Identificação e prisão de líderes.

i) Deverão ser identificados e presos os amotinados que lideram.

j) Uso coerente de munições não-letais.

l) Comunicações: O contato entre o comandante do Grupo Tático e o


comandante da operação deve ser constante, através de rádio-portátil ou mesmo
através de telefone celular. É importante lembrar que o comandante da operação deve
26
ter conhecimento de tudo que está ocorrendo para que possa adotar as medidas
operacionais e legais cabíveis para facilitar o desfecho da missão.

m) Repassar o planejamento tático para a tropa. É muito importante que o Grupo Tático saiba dos
detalhes da missão para que possa desempenhar, com maior propriedade e segurança, a invasão.

n) Preservar o local de saída da tropa.

6) Retirada da tropa do interior do presídio.

Antes de retirar o Grupo Tático, o Comandante deve preocupar-se em checar se os equipamentos,


os armamentos e as munições estão em posse dos policiais, uma vez que itens como estes, ao
ficarem no interior do presídio, poderão ser objetos de futuras crises e comentários indesejáveis.

Os resíduos oriundos da atuação da tropa deverão ser recolhidos, como por exemplo: os
estilhaços das granadas explosivas, as borrachas de elastômeros, os corpos dos projéteis de
munições não-letais etc, sem prejuízo dos exames periciais.

É extremamente importante a cobertura do evento, seja por meio de fotos e/ou de vídeos, pois
poderá servir como meio de prova para esclarecer a atuação do Grupo Tático.

Quando deixar o estabelecimento prisional o comandante determinará o imediato embarque.


Neste momento, o comandante do grupo fará uma conferência do equipamento / armamento /
munição, bem como do estado de saúde de seus subordinados.

Eventuais entrevistas deverão ser prestadas pelo comandante da operação, para isso o comandante
do Grupo Tático deverá informar todos os fatos, logo que possível, ao seu superior imediato.
Somente dará entrevista se existir ordem para tal, emanada do comandante da operação.

Procedimentos gerais.
• Prever e fazer conteste com todos envolvidos;
• Definir a forma de invasão: por um único ponto ou por vários pontos;
• Definir a missão e os objetivos de cada fração de tropa;
• Prever equipamento adequado para todas as frações.
27
Invasão:
• Conhecer, exatamente, quem são e onde estão os reféns;
• Entrar no presídio em guarda alta emassada;
• Fazer varredura em salas e corredores;
• Ao chegar ao primeiro raio ordenar aos presos que retornem às celas;
• Verificar situação dos reféns;
• Retirar presos das celas e efetuar revista;
• Após deixar grupo de segurança no raio dominado.

Formações de Intervenção em Unidades Prisionais:


1-Meia Lua:
Essa formação é utilizada na invasão de raios, onde se tem um pátio central com celas nos dois
lados. Os escudos estarão em linha, no entanto, com base no escudeiro número um cada um terá
uma frente diferente, inclinando-se para a direita os que estiverem no lado direito do homem base, e
para a esquerda os que estiverem do lado esquerdo.Tal inclinação deve ser gradativa tendo como
resultado um aspecto de meio circulo à formação do pelotão.

2-Nike:

Bem utilizada nos Presídios que tem pátios com celas apenas de um dos lados. Nessa formação,
se as celas estiverem do lado direito, os escudos estarão encostados um no outro, ficando os
escudeiros 3, 6 e 7 com a frente perpendicular (em relação as celas), os escudeiros número 4,5 e 8
com a frente perpendicular (em relação as celas), e os escudeiros número 3, 6, 7, 9, 10, 11 e 12 com
a frente voltadas pára as celas

3-Grupos de Resposta Rápida:

Se nenhuma das duas formações acima for compatível com a configuração do presídio, o pelotão
deverá ser dividido em grupos, conforme a necessidade. Tal divisão deverá ser no máximo por
quatro grupos de forma que o efetivo e as funções estejam distribuídos entre os mesmos de forma
igualitária

Nunca usar munição química ou fumígena.

• Mistura de gases;
• Local fechado;
• Efeito prolongado (persistência no ar);
28
• Disponibilidade de máscara de proteção contra gases para todos os policiais empregados.
Observação: Mesmo com a máscara a “movimentação” fica prejudicada.

h. Rescaldo.

• Providenciar o socorro aos feridos;


• Verificar se os reféns não são presos disfarçados;
• Coleta de provas (cartuchos deflagrados, fotos, filmagens);
• Outros julgados importantes.

Revista em estabelecimentos prisionais:


Seqüência de ações:
• Entrada no estabelecimento;
• Entrada no raio;
• Posicionamento dos escudeiros;
• Tomada de cela;
• Retirada dos presos;
• Contenção dos presos;
• Guarda de presos.

Entrada no estabelecimento:
• Em silêncio;
• Em coluna por dois;
• Na seqüência de entrada nos raios;
• Em corredores mais largos pelotões lado a lado;
• Normalmente do fim para o começo.

Entrada no raio:
• Guarda alta emassada;
• Ordem de entrada no interior das celas;
• Presos ficam de joelho, mãos na cabeça e de costas para a porta.

Posicionamento dos escudeiros.


• Determina a um preso que retire cortinas que estejam atrapalhando a visão;
• Fiscaliza o que se passa no interior da cela;
29
• Orienta quanto a objetos ilícitos encontrados na cela.

Tomada de cela.
• Composta por: Escudeiro, arma curta, arma longa;
• O graduado (arma curta) verbaliza os procedimentos dos presos.

Retirada de presos.
• Saída de um a um, com a cabeça baixa e mãos em cima dela;
• Cuidado com objetos ou água pelo caminho (tropeços);
• Nunca dê as costas para presos;
• Escudeiros e seguranças indicando o caminho.

Contenção dos presos.


• Após saírem da cela os presos permanecem de joelhos e de costas, num ponto do raio;
• A segurança é feita por 02 (dois) policiais com cães, 01 (um) policial com cal 12 (borracha)
e 01 (um) policial (graduado) no comando;
• Enquanto isso é feita à revista na cela pelos agentes penitenciários.

Guarda de presos.
• O escudeiro responsável pela cela informa que terminou a revista dos agentes penitenciários;
• O graduado encarregado da contenção manda que dois presos da cela se dirijam a mesma e
façam uma rápida limpeza;
• Os demais presos retornam à cela com a cabeça baixa e as mãos em cima dela, em coluna
por um.

Missões das outras frações de tropa.


• Canil – contenção de presos;
• Ronda Tática - Tomada de pontos sensíveis, controle da entrada, apoio na tomada de cela ou
prontidão para caso de ocorrência com refém.

Ação de choque em situações de reféns.


30
Sendo obrigatória a entrada da tropa de choque no local dominado pelos
amotinados, nos casos em que o Comando em Operações de Busca Resgate e Assalto
(COBRA) não tenha efetivo suficiente para realizar a invasão (somente em casos
extremos), deve-se adotar as seguintes condutas após definir de quem partiu a ordem:
1) Ação isolada.

Evitar que outra tropa a siga, bem como policiais civis ou integrantes de
outro segmento. Não permitir a infiltração de agentes de outros órgãos na tropa.
2) Varredura das celas.

Realizar os procedimentos de varredura nas celas, revistando e separando


aqueles presos que forem se rendendo à medida que a tropa for progredindo na
invasão.
3) Proteção da integridade física dos homens.

Resguardar-se de ataques com estiletes, armas de fogo (reais ou improvisadas) coquetéis


“molotov” etc.

4) Progressão cuidadosa.

A progressão dos homens deverá ser feita o mais cautelosamente possível. Os homens portarão
escudos e coletes balísticos.

5) Desmembramento do pelotão de choque.

O pelotão, unidade básica em ação de choque, somente deverá ser fracionado em situações
especiais, desde que seu comandante tenha o comando sobre o todo.

6) Identificação e prisão de líderes.

Deverão ser identificados e presos os amotinados que lideram.

7) Evitar a ação corpo-a-corpo.


31
A força da tropa de choque está na sua coesão e trabalho em grupo, portanto as ações isoladas
somente possibilitarão aos presos tomarem policiais como reféns.

8) Uso coerente de munições não-letais.

Prever que o emprego de agentes químicos no interior de um prédio (local fechado) poderá causar
pânico e desarticulação da tropa, se esta não estiver com equipamento de proteção adequado. Riscos
como incêndios decorrentes do uso de munições não-letais que funcionam por meio da queima de
suas cargas químicas, devem ser previamente calculados.

Operações de reintegração de posse

1-Planejamento:

• Levantamento do local;
• Reunião preparatória;
• Definição de missões; e
• Providências finais.

2-Preparação do Terreno:

• Equipe precursora (Oficial P/2);


• Revista, transmissão de ordens e saída;
• Início do comboio;
• Deslocamento;
• Chegada no local;
• Montagem de estacionamento e PC; e
• Posicionamento da tropa.

3-Negociação;

• Ciência aos invasores ( leitura da ordem judicial);


• Negociação propriamente dita;
• Verificação de possibilidade de resistência; e
32
• Ordem de desocupação (Caso haja resistência).

OBS: Verificar possíveis sinais de resistência:


• Vigilância;
• Sinais sonoros e visuais;
• Barricadas;
• Reuniões; e
• Imprensa no local.

4-Ocupação:

• Posicionamento do COBRA em pontos sensíveis( equipe precursora );


• Desembarque da Tropa do PPT;
• Posicionamento no local da ocupação;
• Aproximação;
• Ordem de dispersão; e
• Início da retirada.

5-Retirada dos invasores:

• Prioridade no emprego de meios;


• Detenção de lideranças;
• Varredura nos barracos; e
• Retirada de pertences e demolição de barracos.

6-Rescaldo:

• Socorro a feridos;
• Filmagem e coleta de evidências da resistência;
• Encaminhamento ao Distrito Policial; e
• Triagem e encaminhamento de invasores.

7-Entrega ao proprietário ou representante:

• Verificação da efetiva reintegração de posse, juntamente com Oficial de justiça;


• Lavratura de termo de reintegração de posse; e
33
• Liberação das vias bloqueadas pelo policiamento de área.

Medidas de descontaminação Agente Pimenta

DERMAL:
*Voltar-se contra o vento (a aeração promove a descontaminação: o vento contra o rosto e demais
partes do corpo afetadas pela exposição ao agente, funcionará como um descontaminante mecânico,
retirando as partículas que estiverem sobre a epiderme);
*Polvilhar nas áreas afetadas materiais absorventes, tais como talcos e farinhas (medida indicada
somente para quando a Agente Pimenta estiver no estado líquido);
*Aplicar nas áreas afetadas compressas com álcool (a Capscina poderá ser dissolvida, bastando para
isso limpar as áreas afetadas, com um pano macio ou algodão esterilizado, embebidos em álcool;
Nota do Autor: o emprego da água não é indicado como um método eficiente de descontaminação,
haja vista ela potencializar os efeitos agressivos da Capsaícina);
*Aplicar nas áreas afetadas, pomadas anestésicas, à base de prilocaína e/ou lidocaína (este método,
não pode ser considerado na verdade, como um descontaminante, pois somente aliviará a sensação
de queimação, provocada pelo Agente Pimenta),
*Procurar auxílio médico (caso nenhuma das medidas apresentadas acima diminuam ou aliviem os
efeitos causados pela exposição excessiva ao agente químico, somente a aplicação de um
antiinflamatório e um anestésico, como Voltarem e Lisador trarão alívio à vítima).
OCULAR:
*Voltar-se contra o vento (a aeração promove a descontaminação: o vento contra os olhos
funcionará como um descontaminante mecânico, retirando as partículas que estiverem sobre a
superfície ocular);
*Lavar os olhos com água corrente (à temperatura ambiente) em abundância (medida indicada
somente para aplicação imediata, logo após a exposição ao agente);
*Aplicar nos olhos, compressas com água boricada (além de descontaminante, esta medida tem
também, um caráter anti-séptico, sendo talvez, a mais recomendada para a descontaminação
ocular);
*Instilar nos olhos, colírios anestésicos, à base de lidocaína e/ou prilocaína (o mesmo colírio
empregado pelos soldadores de chapas de metal; não possui ação descontaminante, sendo,
entretanto, bastante eficiente contra as dores nos olhos causadas pela exposição excessiva ao
agente),
34
*Procurar auxílio médico (caso nenhuma das medidas apresentadas acima, diminuam ou aliviem os
efeitos causados pela exposição excessiva ao agente químico, a vítima deverá ser conduzida de
imediato a um serviço de atendimento médico especializado, a fim de que as partículas possam ser
retiradas por um oftalmologista).

PULMONAR:
*Retirar-se do ambiente contaminado (respirar ar puro);
*Aplicar Oxigênio (a 100%) umidificado, além de outros processos de ventilação com o auxílio de
broncodilatadores (medida a ser administrada por pessoal especializado, em face da exigência de
equipamento e treinamento adequados),
*Procurar auxílio médico (caso nenhuma das medidas apresentadas acima diminuam ou aliviem os
efeitos causados pela exposição excessiva ao agente químico, a vítima deverá ser conduzida de
imediato a um serviço de atendimento médico especializado).
INTESTINAL:
*Não ingerir líquidos, principalmente água (tal conduta só potencializaria os efeitos da Capsaícina
sobre as mucosas),
*Procurar auxílio médico imediato, a fim de proceder à lavagem estomacal (medida a ser
administrada por pessoal especializado, em face da exigência de equipamento e treinamento
adequados).

Medidas de descontaminação Agentes Lacrimogêneos Organoclorados


(CS e CN)

DERMAL:
*Voltar-se contra o vento (a aeração promove a descontaminação: o vento contra o rosto e demais
partes do corpo afetadas pela exposição ao agente, funcionará como um descontaminante mecânico,
retirando as partículas que estiverem sobre a epiderme);
*Lavar a área afetada com água corrente em abundância, se possível, com o auxílio de um sabão
neutro (considerada um solvente universal, a água se encarregará de retirar mecanicamente, as
partículas de agente que porventura se encontrem sobre a superfície epitelial; obviamente soluções
saponificadas alcançam melhores resultados, pois aumentam o efeito dissolvedor da água, e o sabão
neutro impede que os aditivos presentes em sabonetes perfumados, reajam com o agente
inquietante, ocasionando a formação de substâncias desconhecidas; este tipo de medida
35
descontaminante é recomendado para os primeiros minutos de exposição ao agente, a fim de que
não se forme uma quantidade de ácido clorídrico considerável, durante a hidrólise do CS ou CN
com a água);
*Polvilhar nas áreas afetadas materiais absorventes, tais como talcos e farinhas (medida indicada
somente para agentes lacrimogêneos no estado líquido);
*Aplicar nas áreas afetadas, uma solução de bicarbonato de sódio, na seguinte proporção: três
colheres de chá de bicarbonato de sódio para um litro de água (soluções alcalinas se encarregarão de
diminuir os efeitos calcinantes produzidos pelo ácido clorídrico, gerando como produtos finais: sal e
água);
*Aplicar nas áreas afetadas, pomadas suavizantes, à base de Caladrine (Caladryl) (este tipo de
medida produz efeitos meramente paliativos, pois irá somente amenizar, de maneira temporária, a
sensação de ardência na pele úmida, causada pela exposição ao ácido clorídrico);
*Aplicar nas áreas afetadas, pomadas anestésicas, à base de prilocaína e/ou lidocaína (este método,
a exemplo do anterior, não pode ser considerado na verdade, como um descontaminante, pois
somente anestesiará as áreas afetadas, impedindo que a vítima sinta os efeitos do ácido clorídrico),
*Procurar auxílio médico (caso nenhuma das medidas apresentadas acima diminua ou alivie os
efeitos causados pela exposição excessiva ao agente químico, a vítima deverá ser conduzida de
imediato a um serviço de atendimento médico especializado).

OCULAR:
*Voltar-se contra o vento (a aeração promove a descontaminação: o vento contra os olhos
funcionará como um descontaminante mecânico, retirando as partículas que estiverem sobre a
superfície globo oculares);
*Lavar os olhos com água corrente (à temperatura ambiente) em abundância (considerada um
solvente universal, a água se encarregará de retirar mecanicamente, as partículas de agente que
porventura se encontrem sobre a superfície ocular, trazendo alívio aos olhos; este tipo de medida
descontaminante é recomendado para os primeiros minutos de exposição ao agente, a fim de que
não se forme uma quantidade de ácido clorídrico considerável, durante a hidrólise do CS ou CN
com a água);

*Aplicar nos olhos, compressas com uma solução de ácido bórico (água boricada), Bol Geral PM
198/89 (além de descontaminante, esta medida tem também, um caráter anti-séptico, sendo talvez, a
mais recomendada para a descontaminação ocular);
2.4 Instilar nos olhos, colírios anestésicos, à base de lidocaína e/ou prilocaína (o mesmo colírio
empregado pelos soldadores de chapas de metal; não possui ação descontaminante, sendo,
36
entretanto, bastante eficiente contra as dores nos olhos causadas pela exposição excessiva ao
agente), e...

*Procurar auxílio médico (caso nenhuma das medidas apresentadas acima diminuam ou aliviem os
efeitos causados pela exposição excessiva ao agente químico, a vítima deverá ser conduzida de
imediato a um serviço de atendimento médico especializado, a fim de que as partículas possam ser
retiradas por um oftalmologista).

PULMONAR:
*Retirar-se do ambiente contaminado (respirar ar puro);
*Aplicar Oxigênio (a 100%) umidificado, além de outros processos de ventilação com o auxílio de
broncodilatadores (medida a ser administrada por pessoal especializado, em face da exigência de
equipamento e treinamento adequados),
*Procurar auxílio médico (caso nenhuma das medidas apresentadas acima diminuam ou aliviem os
efeitos causados pela exposição excessiva ao agente químico, a vítima deverá ser conduzida de
imediato a um serviço de atendimento médico especializado).
INTESTINAL:
*Não ingerir líquidos, principalmente água (tal conduta só agravaria a atuação do ácido clorídrico
sobre as mucosas),
*Procurar auxílio médico imediato, a fim de se proceder à lavagem estomacal (medida a ser
administrada por pessoal especializado, em face da exigência de equipamento e treinamento
adequados).

Agentes Químicos

HISTÓRICO

O surgimento de armas e técnicas especiais é bastante antigo e tem sua origem


nos primeiros conflitos ocorridos entre os povos, o que objetivava a diminuição do
contato físico com o oponente. Joseph Sayegh, em sua obra spray pimenta: aspecto
farmacológico e toxicológico de sua utilização relata que durante a guerra do
Peloponeso (431-404 A.C) gases sufocantes advindos da queima de enxofre foram
utilizados pelos espartanos contra soldados atenienses.
Na Idade Média, surgiram umas das mais famosas armas químicas, conhecida
como fogo grego. Tal arma foi usada pelos bizantinos contra os sarracenos no cerco a
Constantinopla, em 673 d.C. Uma das características interessantes dessa arma era que
a água não apagava o fogo; possivelmente tratava-se de uma mistura de breu, piche,
37
enxofre, nafta e cal finalmente dividida, que em contato com a água o calor da
hidratação da cal provocaria a ignição de vapores combustíveis. Contudo, a
composição do fogo grego ainda é motivo de controvérsias, acreditando alguns
historiadores que se tratava de uma mistura de salitre, piche e enxofre.
Há também, relatos dos índios das três Américas que utilizavam em combate a
queima de vegetais que desprendiam fumaça e ou odores sufocantes.
Na guerra civil americana (1861-1865), o governo cogitou o uso do gás cloro
(CL2) contra os revoltosos, com o intuito de removê-los das eficientes trincheiras
desenvolvidas pelas tropas confederadas.
A história da utilização de armas químicas começou de fato, durante a 1ª
Guerra Mundial (1914-1918) com a morte de mais de 100.000 pessoas, entre civis e
militares.
Após a 1ª Guerra, novos usos de gases atingiram a Etiópia durante o conflito
com a Itália.
Durante a guerra entre Japão e China (1938), os japoneses usaram iperita
junto com os agentes biológicos, disseminando a peste bubônica.
Na guerra da Coréia, em 1951, os EUA, foram acusados de usar agentes
asfixiantes despejados por bombardeiros B-29.
O breve histórico do surgimento dessas armas no passado demonstra que
havia o intuito de se exterminar vidas, quais fossem elas, desde que estivessem do
lado oposto.
Há inclusive protocolos de proibição do uso em guerra, de gases venenosos,
asfixiantes ou outros gases e de guerra biológica – 1925 Convenção de Genebra
1949, convenção das armas químicas – 1993, entre outras.

Podemos dividir a história da Guerra Química em 05 (cinco) períodos:

1º Período: De suas origens à primeira Guerra Mundial;


2º Período: A Guerra Química na Primeira Guerra Mundial;
3º Período: Entre as duas grandes Guerras Mundiais;
4º Período: emprego na Segunda Guerra Mundial;
5º Período: Aspectos atuais da Guerra Química.

Guerra Química – Podemos definir como sendo aquela que emprega substâncias
denominadas agentes químicos.

APLICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS

A. Emprego contra pessoal por meio de gases.


B. Cobertura e sinalização pela fumaça.
C. Restrição de material e pessoal pelo fogo.
38
Nos conflitos contemporâneos assim como nos futuros conflitos em decorrências dos
vários tratados, dos direitos humanos, da mídia em tempo real, etc. Há um apelo forte da
humanidade no sentido de poupar vidas humanas e embora não seja o termo ideal, não-letal,
nos proporciona uma idéia satisfatória de aplicabilidade visando evitar ao máximo ceifar
vidas inocentes de pessoas que estão em meio aos conflitos.

Vejamos o que diz o art. 9º do documento “princípios básicos sobre o uso da força e
das armas de fogo por agentes da lei”, expedido pela Organização das Nações Unidas
(ONU).

“Os agentes da lei não usarão arma de


fogo contra pessoas, exceto em defesa própria ou
em defesa de outros contra ameaça iminente de
morte ou ferimentos graves, para prevenir a
ocorrência de um crime particularmente grave
que envolva séria ameaça à vida ou para
prender uma pessoa que apresente este perigo e
que resista a sua autoridade, ou para evitar sua
fuga e apenas quando meios menos extremos
sejam insuficientes para conseguir estes
objetivos”.

Ainda em relação à preservação da vida, e às garantias individuais, vejamos o


que diz o art. 5º da Constituição Federal de 1988:

“Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
país a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e a
propriedade, nos termos seguintes”.

A LEGALIDADE DA AÇÃO POLICIAL.


39
Temos hoje no país, milhões de pessoas que vivem na mendicância, no crime
e no subemprego, reflexo de um estado falho em diversos aspectos. Então vemos o
aparato policial, o pára-choque da sociedade, como muitos se referem presente para
garantir ao menos os deveres de todo cidadão. O papel da polícia militar é igualmente
constitucional e no que se refere à responsabilidade, em relação aos órgãos que
constituem o sistema de segurança pública, e assim se pronuncia a Constituição
Federal de 1988 em seu Art. 144, o qual define nitidamente a missão precípua das
Policias Militares em todos Estados da Federação.

“A segurança pública, dever do estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos: I – Polícia Federal, II –
Polícia Rodoviária Federal, III – Polícia
Ferroviária Federal, IV – Polícia Civis, V –
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
Militares”.

III – CONCEITUAÇÃO DE ARMAS NÃO-LETAIS.

Em 1996 por ocasião da 2ª conferência de defesa não-letal na cidade de


Milean, Virgínia, nos EUA, o embaixador H. Allen Holmes, então secretário de
defesa assistente, apresentou um conceito daquilo que se pode compreender como
sendo armas não-letais:

“Armas não-letais são aquelas desenhadas explicitamente e


primariamente empregadas para incapacitar pessoal ou materiais,
minimizando ao mesmo tempo, ferimentos no pessoal e danos
indesejados à propriedade e ao ambiente”.

O Manual de Operação de Choque/2003, da Polícia Militar do Estado de


Rondônia, reconhece a existência na atualidade de uma gama de equipamentos,
munição e de substâncias denominadas não–letais, e define;

A tecnologia dessa linha de produtos busca a eliminação temporária do agressor sem precisar
matá-lo ou causar-lhe lesões graves. Para tal, esses agentes utilizam diversos elementos como:
40
água, a eletricidade, os gases irritantes, as munições de borracha, explosivos de efeito moral,
etc.

O CS e o CN são dois dos agentes não-letais mais utilizados pelas forças


policiais e militares, devido a sua capacidade de desorientar e de eliminar a ação do
agressor temporariamente, sem ferí-lo ou prejudicar sua integridade física. Isto,
porém, não era tão eficiente até um tempo atrás: o uso do agente lacrimogêneo, CN
(Cloroacetofenona) causava prejuízos à saúde, como câncer de pele, problemas
respiratórios, etc.

O CN foi descoberto em 1869 e com o avanço de novas substâncias


desenvolvidas, descobriu-se o CS (Ortoclorobenzilmanolonitrilo) que, ao contrário do
CN, não produz problemas para quem é exposto. O CS é dez vezes menos agressivo
que o CN e hoje já substitui completamente o CN no mercado mundial.

Diferentemente das armas letais convencionais, que destroem principalmente


por meio de explosão, penetração e fragmentação, as armas não-letais empregam
outros meios, que não a destruição física indiscriminada, para neutralizar seus alvos.

Vamos a classificação das armas não letais:

a) Brancas - Caracterizadas pela cor do aço de que foram fabricadas,


sendo, no entanto de corte e perfurantes, muito embora algumas dessas armas tenham
cores diferentes, ao serem afiadas para melhor corte, mostram-se em uma cor clara.
Ex.: faca, baioneta, etc.

b) De fogo – são aquelas que se caracterizam pela utilização dos gases resultantes
da combustão de pólvora. Ex.: revolver, pistola, rifle, etc.

c) Especiais – São aquelas que não se enquadram nas especificações


anteriores, mas, que não deixam de ser ofensivas ou defensivas. Ex.: armas
químicas, elétricas, etc.
41

As armas não-letais são projetadas para terem uma das seguintes


características, ou ambas:

A. Possuir efeitos relativamente reversíveis, sobre pessoal e material; e;

B. Afetar os objetos e/ou pessoas em seu raio de ação de forma diferenciada.

IV - A TENDÊNCIA MUNDIAL DE UTILIZAÇÃO DOS AGENTES “NÃO-


LETAIS”

Pelo já exposto vemos que existe uma tendência mundial de uso de agentes
não-letais, ao menos para utilização policial, foram várias as discussões sobre o
assunto, vemos pronunciamento das Nações Unidas, a nossa consagrada CF 88,
igualmente trata a respeito da preservação da vida e recentemente pela ocasião da
Feira Internacional de Segurança e Defesa/2003. Presidido pelo Sr. José Danghesi.
Falou-se sobre munição não-letal, como alternativa para solucionar conflitos,
preservando a vida definindo-se como seque;

Linha de equipamentos e técnicas cuja intenção é prevenir ou


parar operações hostis, sem causar morte ou dano duradouro para
os seres humanos. Além disso, a munição não letal visa ainda
minimizar efeitos secundários causados pelo uso desses meios às
pessoas inocentes, à propriedade ou ao ambiente.

Alguns sites anarquistas e/ou contrários à ação policial têm asseverado


que o uso de agentes químicos no combate a manifestação ilegal e outras funções têm
trazido prejuízo às pessoas, observemos o adiante exposto:
42
“Arma antes propagandeada como ‘não letal’
passa a ser chamada de ‘menos letal’”.

Dentre os agentes químicos, podemos destacar:

AGENTES LACRIMOGÊNEOS

Cloroacetofenona - CN

Classificação Básica: Gás


Fisiológica: Lacrimogêneo (que provoca lágrimas)
Tática: Inquietante (causa desassossego)

Persistência: Sólido: Persistente (que perdura constante).


Gasoso: Não persistente

Reação com água: GÁS HIDRÓLISE

ÁGUA Ácido
Clorídrico
Hidroxilmetilfe
Cheiro: Botões de macieira nilcto

Efeitos: Irritação nos olhos (lacrimejamento), vias aéreas e na pele.

Proteção: Máscara contra gases


Ortoclorobenzalmalononitrilo – CS

Classificação: Básica: Gás


Fisiológica: Lacrimogêneo (que provoca lágrimas)
Tática: Inquietante (causa desassossego)

Persistência: Pouco persistente

Reação com água: GÁS


HIDRÓLISE
ÁGUA
(Insolúvel)
43

Cheiro: Pimenta

Efeitos: Irritação nos olhos (lacrimejamento), vias aéreas e na pele.


Fechamento involuntário dos olhos, mesmo em baixas
concentrações. Dificuldade respiratória. Efeitos imediatos

Proteção: Máscara contra gases.

MÁSCARA DE GÁS

CONCEITO: Equipamento de proteção individual que permite a


permanência do homem em atmosfera gasada sem que este inspire
ar contaminado.

Atuação no ser humano


Órgão Efeito Início Duração

Fecham 1 – 1,5s 3 – 20 mim

Respiração 0,2 –0,5s 15-30 mim

Espasmos 2 – 3s 1 – 3 mim

Irritação 2 – 3s 45-60 mim

A. Concentração.
44
É a quantidade desse agente existente em determinado volume de ar. (mg/m3)
A concentração pode ser EFICIENTE, LETAL ou INQUIETANTE.

EFICIENTE Produz o efeito que lhe é característico e para obtenção do qual é


lançado.
LETAL É aquela que o agente é capaz de produzir a morte em pessoal
desprotegido.
INQUIETANTE Embora não produza integralmente seu efeito característico, exige
uso de máscara contra gases, para evitar outros efeitos secundários
ou inquietantes.

B. Persistência

É o tempo em que o agente permanece em concentração eficiente no ponto em que foi


lançado.

Variação da persistência

A persistência varia de acordo com as propriedades físicas e químicas do agente, que


por sua vez estão na dependência de fatores comuns, tais como temperatura, velocidade do
vento, processo de dispersão, estabilidade do ar, topografia do terreno, vegetação,
natureza do solo e quantidade lançada.

C. Classificação quanto ao estado físico

- Sólidos;
- Líquidos;
- Gasosos.

D. Quanto à classificação básica.

- Gases: Todos os que são empregados contra pessoal e produzem efeitos.


(Não se leva em conta o estado físico inicial do agente, logo podem
ser Sólidos, líquidos ou gasosos).

- Fumígenos: Os que por queima, hidrólise ou condensação produzem fumaça ou


neblina.
45
- Incendiários: Os que gerando altas temperaturas, provoquem incêndios em
materiais combustíveis.

D. Quanto ao emprego tático

- Causadores de baixas: Os que por seus efeitos sobre o organismo humano,


produzem a morte ou incapacitação prolongada.

- Inquietantes: Agentes de efeitos leves e temporários, porém desagradáveis


que diminuem a capacidade combativa do atacado.

- Incapacitantes: Agentes que agem sobre as funções psíquicas do homem,


ocasionando desordem muscular e perturbação mental.

- Fumígenos:

Subdividem-se em dois grupos:

1. De cobertura: Empregados normalmente para cobrir com


fumaça.
2. De sinalização: Representados pelas fumaças coloridas e
empregados em operações que necessite sinalização.

- Incendiários: Os que são utilizados para provocar incêndios em instalações


e materiais ou para atacar pessoal pelo fogo, dividindo-se em
dois grupos:

1. Intensivos: Os que geram altas temperaturas sobre áreas


limitadas;
2. Extensivos: Os que produzem menores temperaturas, mas
atingem áreas maiores.

E. Quanto ao efeito fisiológico

- Sufocantes: Os que causam irritações e inflamações das vias respiratórias,


dos brônquios e dos pulmões.
Ex: Fosfogênio – CG

-Vesicantes: Os que agem principalmente sobre a pele, produzindo


queimaduras, com formação de bolhas e destruição dos
tecidos subjacentes.
Ex: Mostarda Destilada
46

-Tóxicos do sangue: Os que absorvidos pelo organismo afetam diversas funções


vitais.
Ex: Ácido Cianídrico

-Tóxicos dos Nervos: (Neurotóxicos) Absorvidos pelo organismo afetam


diversas funções vitais, pela ação que exerce sobre o sistema
nervoso.

-Lacrimogêneos: Agentes que atacam os olhos, produzindo irritações, dor


intensa e lacrimejamento abundante.
Ex: Cloroacetofenona – CN

-Vomitivos: Provocam tosses, espirros, náuseas e vômitos seguidos de


debilidade mental, tudo temporário.
Ex: Adamsita – DM

-Psicoquímicos: Os que agem sobre as funções físicas e mentais, ocasionando


descoordenação muscular, perda de equilíbrio, perda da visão
e perturbação mental.
Ex: Gás paralisante.

DIVIDEM-SE EM DOIS:

- Lacrimogêneos: CN Cloroacetofenona
CS Ortoclorobenzalmalonitrilo
BBC Cianeto de Bromo-Benzila

- Vomitivos: DM Didenilaminaclorarsina
(Adamsita)

V – MUNIÇÃO QUÍMICA.

PRIMEIROS SOCORROS:

1. Retirar a vítima da área e expô-la ao vento. Administrar bebidas estimulantes não


alcoólicas.

2. Não esfregar a pele e os olhos. Voltar-se contra o vento com os olhos abertos.
47
3. As partículas visíveis devem ser lavadas com água fria corrente.

4. Na contaminação mais concentrada, recomenda-se lavagem com sabonete à base de


lanolina ou solução a base de água morna com bicarbonato de sódio.

5. Às vítimas com dificuldades respiratórias, na iminência de pânico ou desespero,


deve-se assegurar rápida reabilitação procurando tranqüilizá-la.

6. Os casos prolongados e complexos devem ser dirigidos à assistência médica.

7. Nas vítimas sofrendo de queimadura, aplicar-se ungüento protetor / pomada.

8. As regiões da pele que parecem queimar ou coçar devem ser limpos com água e
sabão.

VI – OS RECURSOS NÃO–LETAIS

Os cartuchos anti-motim, pelo preço acessível, são os mais encontrados no acervo de


armas não-letais nas polícias menos favorecidas.

Cartuchos anti-motim.

Os disparos efetuados com os cartuchos anti-motim possuem menor alcance


efetivo e efeitos reduzidos sobre o alvo, quando comparados com cartuchos
48
carregados com projéteis de chumbo. Segundo o fabricante, os bagos plásticos desse
cartucho perfuram uma folha de papel a 18 metros da boca da arma, ou um papelão
colocado a 10 metros. A estas distâncias, inexiste segundo afirmam letalidade. A
mesma munição, entretanto, perfura uma lista telefônica de 20 mm de espessura
colocada a um metro da boca da arma, mostrando que a velocidade de 470 metros por
segundo (1545 fps) na boca da arma a torna bastante letal nesta distância. A energia
gerada por um impacto deste tipo é de 716 joules (528 libras/pé), bem acima daquela
admitida pelos estudos internacionais como mínima para projéteis não letais, como já
foi visto.

Preocupada em estabelecer regras de compromisso para normalizar o emprego


seguro deste tipo de cartucho de munição, as Polícia Militares, estabeleceram
distâncias mínimas e máximas para emprego da munição anti-motim CBC (em suas
diferentes versões), conforme demonstra o quadro a seguir:
Distâncias de tiro da munição anti-motim CBC:

Cartucho Distância Mínima Distância Máxima


ANTI-MOTIM 10 METROS 20 METROS
ANTI-MOTIM MD 10 METROS 20 METROS
ANTI-MOTIM LD 50 METROS
20 METROS
Fonte: Nota de Instrução 037/MB-EMBM/99, Brigada Militar.
49

Figura 1A -

GRANADAS EXPLOSIVAS INDOOR

Especiais para utilização em ambiente fechado, tendo como característica


principal, o seu corpo fabricado inteiramente em borracha e o retardo de
1,5 seg. (próprio para ações táticas). São equipadas com sistema de
iniciação de duplo estágio, exclusivo da CONDOR S/A industria química
que permite a ejeção do corpo do acionador, antes da explosão da carga
principal.

GB-
1 Granada indoor explosiva de efeito moral
704
2 GB-705 Granada indoor explosiva lacrimogênea — CS
3 GB-706 Granada indoor explosiva identificadora
4 GB-707 Granada indoor explosiva de luz e som
5 GB-708 Granada indoor explosiva pimenta — OC
50

Figura 1B - Técnicas não-


letais
Munições explosivas

MUNIÇÕES EXPLOSIVAS
São de extrema importância nas operações de controle de distúrbios e
no combate à criminalidade, equipando as tropas de choque e de
operações especiais com recursos eficazes, resultantes da ação
explosiva associada aos efeitos complementares dos diversos tipos de
munições desta linha.

1
GL- Granada explosiva de efeito
304 moral
2
Granada explosiva lacrimogênea —
GL-305
CS
3
Granada explosiva
GL-306
identificadora
4 GL-307 Granada explosiva de luz e som
5 MB-900 Granada de mão ofensiva
6 GL-101 Cartucho plástico cal.12 com projétil
detonante e carga lacrimogênea - CS
7 GL-102 Cartucho plástico cal.12 com
projétil detonante
51

Figura 1C - Técnicas não-letais


Munições de impacto controlado

MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO

Eficientes na intimidação contra indivíduos isolados ou em


grupos, através do efeito impactante dos projéteis de borracha.
As munições são fabricadas nos calibres 12, 37, 38.1 e 40mm.

AM- Cartucho plástico cal.12 com projétil de


1
403 borracha plástico cal.12 com 3 projéteis de
2 AM- Cartucho
403/A borracha
Cartucho cal.38.1 mm com 3 projéteis de
3 AM-
404 borracha
Cartucho cal.38.1 mm com 12 projéteis de
4 AM-
404/12E borracha
52
53

Figura 1D - Técnicas não-letais


Granadas de emissão lacrimogênea

GRANADAS DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA

Disponíveis em vários modelos com diferentes tempos de emissão, podem também


ser disparadas por lançadores especiais. Produzem densa fumaça contendo agente
lacrimogêneo, garantindo a efetiva ação policial.

Granada manual fúmígena lacrimogênea de média


1 GL-301
GL- emissão
Granada— CS fúmígena lacrimogênea de alta
manual
2
302 emissão —
Granada CS fúmígena lacrimogênea “Mini
manual
3 GL-303
Condor”— CS
54
55

Figura 1E - Técnicas não-letais


Munições de emissão fumígena

MUNIÇÕES DE EMISSÃO FUMÍGENA

Projetadas para lançamento manual ou por disparo de iniciação elétrica à distância, possui
diversos modelos para aplicação em operações militares e policiais através da emissão de
fumaças coloridas e de cortina de fumaça para cobertura, em deslocamento e treinamento de
tropas ou defesa pacífica de veículos militares.

1
SS- Granada de fumaça
601 colorida
2 MB-306/T1
Granada 80 fumígena M1
ou M2 para carro de
combate
Granada fumígena manual -
3 MB-502
HC
56

Figura 1F - Técnicas não-letais


Projetís de emissão lacrimogênea

PROJETÉIS DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA

Para contenção de distúrbios à média e longa distâncias, os projéteis de


emissão lacrimogênea garantem a integridade física da tropa, evitando que
seja atingida por objetos lançados pelos manifestantes. Produzem alta
descarga de gases, sendo fabricados nos calibres 37, 38.1 e 40 mm.

1
GL- Projétil cal. 38.1 mm de médio alcance com
201 carga lacrimogênea
2
GL- Projétil cal. 38.1 mm de longo alcance com carga
202 lacrimogênea
57

Figura 1G - Técnicas não-letais


Espargidores de agente incapacitante
58

ESPARGIDORES DE AGENTE INCAPACITANTE

São fabricados em vários modelos para defesa pessoal e para controle de


distúrbios com excelente eficiência na incapacitação de pessoas através da
ação dos agentes químicos ativos.

Cartucho plástico cal.12 — jato direto —


1 GL-103
CS
2 GL-108
Espargidor de agente lacrimogêneo — CS
CS
3 GL-108 Espargidor de agente pimenta —
OC OC
4 GL-108 CS Espargidor de agente lacrimogêneo — CS
MAX MAX
5 GL-108 OC Espargidor de agente pimenta — OC
MAX MAX
6 GL-109 Ampola de gás lacrimogêneo — CS
59

Figura 1H - Técnicas
não-letais
O KTO Kit Tático Operacional — KTO
foi concebido para dar flexibilidade
operacional ao policiamento ostensivo motorizado ou em unidades fixas para
agirem em circunstâncias inesperadas onde o princípio escalonado do uso da
força recomende o emprego de Munições Não-Letais.

Kit Tático
Operacional

Error: Reference source not found

O simulacro de granada reutilizável tem por principal objetivo o


adestramento da tropa. O seu lançamento simula os efeitos das
granadas explosivas, permitindo ao usuário confiança e perfeita
noção do lançamento manual.
Error: Reference source not found

Figura 1J - Técnicas não-letais


Armamentos

1 AM-402 Projetor cal.12 para cartuchos de munição não-letal


Foram desenvolvidos AM-402
para lançamento de munições não-letais
2
Simulacro Projetor
de granada para munição
reutilizável cal.12 —nos
Tonfa
calibres 12 e 38.13 mm,T dando excelente versatilidade às forças de
AM-507
Projetor para munição cal.38.1 — Tonfa
segurança, nas açõesCde policiamento ostensivo, no combate à
criminalidade e nas operações de controle de distúrbios, com a
utilização de munições diversas de fabricação da CONDOR.
60
Error: Reference source not found

1 SS-608 Cartucho sinalizador 40 mm com uma luz vermelha


2 Error:
SS-608 D Reference source not
Cartucho sinalizador foundError:
40 mm Reference
com duas estrelas source not foundError:
vermelhas
Reference
3 SS-603 source not found
Sinalizador manual estrela (vermelha, branca e verde)
4 SS-602 Sinal fumígeno flutuante laranja
5 SS-606 Foguete de sinalização com pára-quedas
6 SS-607 Foguete de sinalização 5 estrelas
7 SS-605 Sinal de perigo diurno/noturno
8 SS-604 Facho manual luz vermelha
9 SS-605 MINI Sinal de perigo diurno/noturno mini
10 Kit carga sinalizadora noturna
SS-615
jiknnknln
61
DOUTRINA DE EMPREGO EM AÇÕES TÁTICAS

• Anular toda e qualquer possibilidade de pessoas estranhas ao fato serem afetadas pela ação
dos Agentes químicos;

• Evitar a concentração letal no ambiente;

• Dotar a equipe tática de Medidas Operacionais de proteção Preventiva;

• Dar preferência ao método de espargimento para evitar incêndios e lesões corporais.

:
62

You might also like