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Faculdade de Ciências e Tecnologia

da

Universidade Nova de Lisboa

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS de SINAIS e SISTEMAS para a CADEIRA de

TEORIA DE SINAIS

por

Cesaltina Morgado

(Prof. da Escola Náutica Infante D. Henrique)

Manuel Duarte Ortigueira

(Prof. Auxiliar com Agregação do DEE da FCT da UNL)

Julho de 2004
1
II. INTRODUÇÃO AOS SINAIS E SISTEMAS

1 - Faça a representação gráfica dos seguintes sinais. Tome como referência o sinal discreto x[n] da
figura 1.
a) y[n] = x[−n]
b) y[n] = x[2n]
c) y[n] = x[−n -1]
d) y[n] = x[2n +2]
x[n]
4

-1

-2

-3
-6 -4 -2 0 2 4 6
n

fig.1

y[n]=x[-n]
4

-1

-2

-3
-6 -4 -2 0 2 4 6
n

Fig.2−Representação gráfica do sinal discreto x[n ].

Solução:
a) Neste caso o sinal x[n] foi rodado no tempo para dar o sinal x[−n].
2
b) Neste caso, o sinal x[2n] foi obtido de x[n] efectuando “saltos” de 2 unidades no tempo,
conforme se mostra na figura 3.
y[n]=x[2n]
4

-1

-2

-3
-6 -4 -2 0 2 4 6
n

Fig.3−Representação gráfica do sinal discreto x[2n ].


c) O sinal x[−n - 1] é obtido do sinal discreto x[n], efectuando em 1º lugar a operação de inversão
no tempo e em 2º lugar a operação de deslocamento no tempo de 1 unidades para a direita.

y[n]=x[-n+1]
4

-1

-2

-3
-6 -4 -2 0 2 4 6
n

Fig.4−Representação gráfica do sinal discreto x[−n + 1 ].

d) Neste caso, vamos resolver o problema por um segundo método. Vamos considerar sinais do
tipo y[n] =x[an + b]. Para representar estes sinais devemos efectuar a sua decomposição em
dois, seguindo as seguintes regras:
1º −Efectuar a translação no tempo;
2º−Efectuar a mudança de escala.
No nosso caso, efectuamos a seguinte decomposição:
1º− y1[n] =x[n + 2]
2º− y2[n] =y1[2n] =x[2n - 2]

3
O resultado final está representado na figura seguinte.
y[n]=x[2n+2]
4

-1

-2

-3
-8 -6 -4 -2 0 2 4
n

Fig.5−Representação gráfica do sinal discreto x[2n - 2 ].

Note que, se tivéssemos aplicado este método de resolução na alínea c) teríamos chegado ao mesmo
resultado apresentado na figura 4.

2 - Determine se os sistemas definidos pelas relações seguintes são ou não invariantes no tempo:
a) y[n] = x[n] − x[n − 1]
b) y(t) = t x(t)
c) y[n] = x[−n]
d) y(t) = x(t)cos(ωot)

Solução:
a) Este sistema está descrito pela seguinte relação entrada-saída:
y[n] = Γ[x[n]] = x[n] − x[n − 1]

Se a entrada for atrasada de k unidades no tempo e aplicada ao sistema, a saída virá igual a:
y1[n] = Γ[x[n − k]] = x[n − k] − x[n − k − 1]

Por outro lado, se a saída y[n] for atrasada de k unidades no tempo, temos que:
y2[n] = y[ n − k] = x[n − k] − x[n − k − 1]

Uma vez que os resultados de y1[n] e y2[n] são idênticos, isto é, y1[n] = y2[n], concluímos que o
sistema é invariante no tempo.

b) Este sistema é descrito pela relação entrada-saída:


y[n] = Γ[x[n]] = x[−n]

A resposta do sistema à entrada x[n − k] é igual a:


y1[n] = Γ[x[n − k]] = x[− n − k]

Se a saída y[n] for atrasada de k unidades no tempo, temos que:


y2[n] = y[ n − k] = x[−n + k]

4
Como y1[n] ≠ y2[n], concluímos que o sistema é variante no tempo.

3 - Determine se os sistemas descritos pelas seguintes relações de entrada-saída são lineares ou não
lineares.
a) y[n]=nx[n]
b) y[n] = x[n2]
c) y(n) = x2(n)

Solução:
a) Para as entradas x1(t) e x2(t), as correspondentes saídas são:
y1(t) = t x1(t)
y2(t) = t x2(t)

A combinação linear dos dois sinais de entrada, resulta na saída:


y3(t) = Γ[a x1(t) + b x2(t)] = t[a x1(t) + b x2(t)] = a t x1(t) + b t x2(t)

Por outro lado, a combinação linear dos dois sinais de saída y1(t) e y2(t), resulta no sinal:
y4(t) = a y1(t) + b y2(t) = a t x1(t) + b t x2(t)

Como y3(t) = y4(t), concluímos que o sistema é linear.


b) Procedendo de forma similar ao exemplo anterior, as saídas correspondentes aos sinais de
entradas x1[n] e x2[n] são:
y1[n] = x1[n2]
y2[n] = x2[n2]

A combinação linear dos dois sinais de entrada, resulta na saída:


y3[n] = Γ[a x1[n] + b x2[n]] = a x1[n2] + b x2[n2]
Por outro lado, a combinação linear dos dois sinais de saída y1[n] e y2[n], resulta no sinal:
y4[n] = a y1[n] + b y2[n] = a x1[n2] + b x2[n2]

Como y3[n] = y4[n], concluímos que o sistema é linear.

c) As respostas do sistema aos sinais de entrada x1(t) e x2(t) são:


y1(t) = x12(t)
y2(t) = x22(t)

A combinação linear dos dois sinais de entrada, resulta na saída:


y3(t) = Γ[a x1(t) + b x2(t)] = [a x1(t) + b x2(t)]2 = a2 x12(t) + 2ab x1(t) x2(t) + b2 x22(t)

Por outro lado, a combinação linear dos dois sinais de saída y1(t) e y2(t), resulta no sinal:
y4(t) = a y1(t) + b y2(t) = a x12(t) + b x22(t)

Como y3(t) ≠ y4(t), concluímos que o sistema é não linear.

4 - Determine se os seguintes sistemas são ou não causais.


a) y[n] = x[n] − x[n − 1]
5
n
b) y[n] = ∑ x[ k]
k=−∞
c) y[n] = x[n] + 3 x[n + 4]
d) y[n] = x[n2]

Solução: O sistemas descritos nas alíneas a), b), e c) são causais, porque as saídas dependem apenas
das entradas presentes e passadas. Por outro lado, os sistemas das alíneas d), e), e f) são não causais,
porque as saídas dependem dos valores futuros da entrada. O sistema da alínea g) é não causal: por
exemplo, se seleccionarmos o instante t = −1, temos para a saída y(−1) = x(1). Assim, a saída no
instante t = −1, depende da entrada no instante futuro t =1.

5 - Determine a resposta dos seguintes sistemas ao sinal de entrada


|n| −3 ≤ n ≤ 3
a) x[n] = 
0 c.c
b) y[n] = x[n]
c) y[n] = x[n − 1]
d) y[n] = x[n + 1]
e) y[n] = 1/2[x[n − 1] + x[n] + x[n − 1]]

Solução:
Na figura seguinte está representado o sinal x[n].

x[n]
4

3.5

2.5

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
n

6 - Representação gráfica do sinal discreto x[n ] =|n|, −3≤ n ≤3.


Este sinal pode ainda ser representado por:
x[n] = …, 0, 3, 2, 1, 0 , 1, 2, 3, 0, 0, …
 ↑ 
Neste caso, a saída é exactamente igual à entrada. Tal sistema denomina-se sistema identidade.
Este sistema atrasa a entrada de uma amostra. Assim, a sua saída é dada por:
x[n] = …, 0, 3, 2, 1 , 0, 1, 2, 3, 0, 0, …
 ↑ 
Neste caso o sistema avança a entrada de uma amostra. Por exemplo, o valor da saída no instante n = 0
é y[0] = x[1]. A resposta do sistema ao sinal de entrada é igual a:
x[n] = …, 0, 3, 2, 1, 0, 1 , 2, 3, 0, 0, …
 ↑ 
6
A saída deste sistema, em qualquer instante, é igual ao valor médio da amostra anterior, actual e
posterior. Por exemplo, a saída no instante n = 0, é:

1 1 2
y[0] = 2[x[−1] + x[0] + x[1]] = 2 (1 + 0 + 1) = 3

Repetindo este cálculo para todo o valor de n obtemos o seguinte sinal de saída:

x[n] = …, 0, 1, 5/3, 2, 1, 2 3 , 1, 2, 5/3, 1, 0, …


 
 ↑ 

7
III. ANÁLISE DE SINAIS E SISTEMAS NO DOMÍNIO DO TEMPO

7 - Determine a convolução entre os seguintes sinais discretos:


 (2/3) 0≤n≤6
 1 0≤n≤4 n
a) x[n] =  h[ n] = 
 0 c.c  0 c.c
b) x[n] = (1.2)n u[n] m[n] = u[n]

Solução:
Para calcular a convolução entre 2 sinais discretos x[n] e h[n], vamos aplicar o resultado:
+∞
y[n] =x[n]*h[n] = ∑ x[k]h[n-k]
k=−∞

com base nos seguintes passos:


1º Efectuar a inversão no tempo do sinal h[k]: obtemos h[−k]
2º Deslocar h[−k] de “n1”: obtemos h[−k + n1]
3º Multiplicar x[k] por h[−k + n1] e somar: obtemos y[n1]
4º Repetir os passos anteriores, fazendo variar “n” de −∞ a +∞: obtemos y[n].

Note que a operação de convolução goza da propriedade comutativa, isto é:


y[n] = x[n]*h[n] = h[n]*x[n]

Vejamos o exemplo da alínea a):


1º Situação:
Para n<0, não há intersecção dos sinais, logo y[n] = 0.

h[k]
x[n-k]

0.8

0.6

0.4

0.2

0
-15
-4+n n-10 -5 00 5 6 10 15

Fig.1−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n] = h[n]*x[n], n <0.
2ª Situação:
Para n≥0 ∧ n −4≤0, i. e, 0≤n≤4, vem que (ver figura 2−zona de intersecção):
8
n
1−(2/3)n+1
y[ n] = ∑ (2/3)k = 1 − (2/3)
= 3(1−(2/3)n+1)
k=0

Fig.2−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n] = h[n]*x[n], 0≤n≤4.

3ª Situação:

1 h[k]
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 5 10 15

1 u[n-k]

0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 -4+n 00 n 5 10 15

Para n≤6 ∧ n-4>0, isto é, 4<n≤6, temos (ver figura 3):

n
y[ n] = ∑ (2/3)k
k=−4+n

Fazendo a mudança de variável m = k + 4 − n, obtemos:

4
∑ (2/3)m −4+n = (2/3)−4+n 1−(2/3)
5
y[ n] = = 3 [(2/3) −4+n − (2/3) 1+n]
m=0 1 −(2/3)

9
h[k]
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 5 10 15
k

1
x[n-k]
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 -4+n 5n 10 k 15

Fig.3−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n], 4<n≤6.


4ª Situação:
Para n-4≤6 ∧ n>6, ou seja 6<n≤10,temos (ver figura 4):
6
y[n] = ∑ (2/3)k
k=−4+n
Fazendo a mudança de variável m = k + 4 − n, obtemos:
10−n
∑ (2/3)m −4+n = (2/3)−4+n 1−(2/3)
11−n
y[ n] = =3 [(2/3) -4+n − (2/3) 7]
m=0 1 −(2/3)

Fig.4−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n], 6<n≤10

h[k]
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 5 10 15
k

1 x[n-k]
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 -4+n5 n 10 k15

5ª Situação:
Para n-4>6,ou seja n>10, não há intersecção (ver figura 5). Deste modo: y[n] = 0.
10
Fig.5−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n], n>10.

h[k]
1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 5 10 15
k

1
x[n-k]
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 -5 0 5 -4+n
10 n 15
k

1º Situação:
Para n<0, temos y[n] = 0 (pois não há intersecção, conforme se mostra na figura 6).
Fig.6−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n], n<0.

20

15
x[k]

10

0
-15 -10 -5 0 5 10 15
k

1 m[n-k]
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 n -5 0 5 10 15
k

2ª Situação:
Para n≥0 , temos que (ver figura 7):
n
1−(1.2)n+1
y[ n] = ∑ (1.2)k = 1 − (1.2)
= −5(1−(1.2)n+1)
k=0
11
20

15
x[k]

10

0
-15 -10 -5 0 5 10 15
k

1 m[n-k]
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-15 -10 n -5 0 5 10 15
k

Fig.7−Representação gráfica dos sinais factores da convolução y[n] = x[n]*h[n], n≥0 .

8 - Determine a resposta impulsional da associação em série de dois sistemas LIT tendo como repostas
impulsivas:
h1[n] =   u[n] e h2[n] =   u[n]
1 n 1 n
 2  4
Solução:
Para determinar a resposta impulsional global dos dois sistemas ligados em série, efectuamos a
convolução de h1[n] com h2[n]. Deste modo, obtemos:
+∞
h[n] = h1[n]*h2[n] = ∑ h1[k]h2[n-k]
k=−∞

onde h2[n] é invertido e deslocado no tempo, como referido no problema anterior.

1ª Situação:
Para n < 0, temos que h[n] = 0.

2ª Situação:
Para n ≥ 0, temos que:
+∞ +∞ +∞
h[ n] = ∑ h1[k]h2[n-k] = ∑ (1/2)k(1/4)n-k = (1/4)n ∑ 2k = (1/4)n (2n+1 − 1)
k=−∞ k=0 k=0
= (1/2)n [2 −(1/2)n]

9 - Calcule a sequência de autocorrelação do sinal x[n] = an u[n], 0 < a <1.


Solução:
A autocorrelação do sinal x[n] é, por definição, dada por:
+∞
Rx[n] = x[n]*x[−n] = ∑ x[k] x[k − n]
k=−∞

12
O método de resolução é idêntico ao da convolução. Neste caso, o sinal não é invertido no tempo,
apenas é deslocado de uma quantidade n.

1ª Situação:
Para n < 0, vem que (ver figura 8):
+∞ +∞
a−n
Rx[n] = ∑ a a k k − n =a −n
∑ (a2)k = 1 − a2
k= 0 k= 0
x[k]

1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 k8
x[k-n]

1
n<0
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-8 -6 -4
n -2 0 2 4 6 k8

Fig.8−Representação gráfica da autocorrelação Rxx(n) = x[n]* x[−n], n<0.


2ª Situação:
Para n ≥ 0, vem que (ver figura 9):
+∞ +∞
an
Rx[n] = ∑ a a k k − n =a −n
∑ (a2)k = 1 − a2
k= n k= n
x[k]

1
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 k8
x[k-n]

1 n>0
0.8
0.6
0.4
0.2
0
-8 -6 -4 -2 0 2 n 4 6 8
k

Fig.9−Representação gráfica da autocorrelação Rxx(n) = x[n]* x[−n], n ≥ 0.

13
Note que quando n é negativo, a−n = a|n|. Deste modo, as 2 equações anteriores podem ser combinadas
na seguinte expressão:
a
|n|
Rx[n] = 2 −∞ < n < ∞
1−a

10 - Determine a resposta de um sistema LIT discreto com resposta impulsional h[n] = (1/2)n u[n] ao
sinal de entrada x[n] = ej π n/2, - ∞ < n < ∞.

Solução:
A resposta de um SLIT é, no domínio do tempo, dada por:
+∞
y[n] = x[n]*h[n] = ∑x[k] h[n − k] (1)
k=−∞

Então, podemos observar que a resposta do sistema ao sinal de entrada:


x[n] = ejΩo n (2)
é igual a:
y[n] = x[n] H(Ωo) (3)

onde,

H(Ωo) = ∑ h[k] e-j Ωo k (4)
k= - ∞

é a transformada de Fourier da resposta impulsional h[n] do sistema calculada à frequência Ωo.


Na resolução do problema proposto, iremos aplicar a expressão (3), vindo:
y[n] = ej Ωon H Ω ( o) (5)
onde, Ωo = π/2.
Da equação (4), obtemos:
∞ ∞

H =
π
2  ∑ 1 k -j π k/2
2
e =
∑ 1 e-j π /2k
2 
k= 0 k= 0
ou ainda:
1 1 2 - j 26.6o
H(π/2) = = = e
1 1 5
1 - e- j π/2 1 + j
2 2
Substituindo este resultado na equação (5), resulta:
 2 e- j 26.6o ej π n/2
y[ n] =  
 5 
11 - Determine a resposta de um SLIT com resposta impulsional h[n] = (1/2)n u[n] ao sinal de
entrada:
x[n] = cos(π n), - ∞ < n < ∞

Solução:
Vamos considerar x[n] = cos(Ωon). Decompondo em sinais exponenciais complexos, teremos:
14
ej Ωon + e-j Ωon
x[n] = cos(Ωo) = = x1[n] + x2[n] (6)
2

Procedendo de forma idêntica à do exercício anterior, poderemos mostrar que:

y[n] = H(Ωo) cos Ωon + Φ(Ωo)


| | ( ) (7)

Note que:

H(Ωo) = H(Ωo) e jΦ(Ωo)


| |

Particularizando estes resultados para os dados do problema, resulta que:

Ωo = π

x[n] = cos(πn) ⇒ y[n] = |H(π)| cos(π n + Φ(π)) (8)

Da equação (4), determinamos:


H(Ωo) =
∑ 12 e −j Ωo  k

=
1
1 −j Ω
1− e
2
o
⇔ H(π) =
1
1- e
2
=
1
=
1 -j π 1+ 1/2 3
2

k= 0

Desta forma, virá para (8), que:

2
y[ n] = cos(πn), -∞<n<∞
3

15
IV. REPRESENTAÇÃO DE SINAIS PERIÓDICOS POR SÉRIES DE FOURIER

12 - Determine o espectro dos sinais seguintes:


x[n] é periódico com período N = 4 e x[n] = {1,1,0,0}
x[n] = cos(πn/3)
x[n] = cos(21/2πn)

Solução:
Neste caso, o espectro é determinado pela equação:
1 N-1
x n e -j k(2π/N)n k= 0, 1, 2, …, N-1
N ∑ [ ]
ck =
n= 0

onde N é o período fundamental do sinal x[n].


Temos, então, que:
1 3
x n e -j k(2π/N)n
4 ∑ [ ]
ck =
n= 0
1
=
1
4 ∑ e -j k(2π/N)n = 14 (1 + e -j πk/2) com k= 0, 1, 2, 3
n= 0
ou ainda:
1 1 1
4(
co = c1 = 1 - j) c2 = 0 c3 = (1 + j )
2 4

Na figura seguinte estão representados os espectros de amplitude e de fase deste sinal.

0.4
|ck|

0.2

0
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
k fig.a)

50
angulo emgraus

-50
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
k fig.b)

Fig.4−Representação gráfica do espectro do sinal x[n] periódico: a) Espectro de amplitude |ck| (no
topo);
b) Espectro de fase θ(ck) (em baixo).

Neste caso, é mais simples decompor x[n] em exponenciais complexas da forma:


1 j 2πn/6
x[n] = cos(2πn/6) =
2
e (
+ e-j 2πn/6 )
e comparar com a série de Fourier (DTFS):
16
x[ n] = ∑ ck e j k(2π/N)n = ∑ ck e j k(2π/6)n
k= 〈N〉 k= 〈N=6〉

Deste modo, obtemos os seguintes coeficientes ck:

1 1
c-1 = c1 =
2 2

Note que os ck são também periódicos com período N=6. Deste modo, podemos notar que:

1
c-1 = c-1+6 = c5 =
2

1
c1 = c1+ 6 = c7 =
2

etc.

Na figura 5 está representado o espectro de frequências do sinal. Repare que o espectro do sinal
x[n] = cos(2πn/6) coincide com o seu espectro de amplitude, tendo simetria par em torno da origem.
O espectro de fase é zero.

ck

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
k

Fig.5 Espectro do sinal periódico x[n] = cos(2πn/6).

Neste caso, o sinal x[n] = cos(21/2πn) não sendo periódico, não tem representação em séries de
Fourier.

17
V. TRANSFORMADA DE FOURIER DE SINAIS APERIÓDICOS A TEMPO

DISCRETO

13 - Considere o sinal discreto seguinte:


x[n] = an u[n], | a|<1
a) Determine a transformada de Fourier do sinal x[n].
b) Calcule a densidade espectral de energia do sinal x[n].
c) Calcule a energia do sinal:
Solução:
Podemos observar que x[n] satisfaz a condição:
+∞ +∞
∑|x[n]| = ∑|a|2 = 1 −|a| <1
1

n=−∞ n=0
Logo, x[n] tem transformada de Fourier. Aplicando a definição, teremos que:
+∞ +∞
X(Ω) = ∑x [ n ] e −j Ωn
= ∑(a e−j Ω)n = 1 − ae1 −jΩ
n=−∞ n=0
Na figura seguinte estão representadas a amplitude e a fase da transformada de Fourier para a=1/2 e no
intervalo [−3π,3π]. Pela figura, verifica-se que o espectro de frequências do sinal discreto é um sinal
periódico fora do intervalo [0,2π].
Fig.1−Espectro do sinal x[n] = anu[n], | a|<1: a) Espectro de amplitude (no topo);b) Espectro de fase
(em baixo).
O espectro de energia do sinal é dado por:
1
Sx(Ω) = |X(Ω)|2 = X(Ω) X*(Ω) =
1 − 2a cos(Ω) + a2
A energia é determinada por:

Espectro de amplitude

1.5

0.5
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8
frequência (radianos)
Espectro de fase
40

20
(graus)

-20

-40
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
frequência (radianos)

18
x[n]
1

0.8

0.6

0.4

0.2

0
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 n 20
fig.a)
20

15

10

0
−2π
-6 -4 −π -2 00 2 π 4 6

frequência (radianos) fig.b)

+∞ +∞
Ex = ∑ |x[n]| 2
= ∑ |a|2n = 1 − 1a 2n<1
n=−∞ n=0 ||
14 - Determine a transformada de Fourier do sinal discreto x[n] = a|n| , | a|<1.
Solução:
+∞ +∞ −1
X(Ω) = ∑ x[n] e−j Ωn = ∑( a e−j Ω n +) ∑(a ej Ω)−n
n=−∞ n=0 n=−∞
Fazendo a mudança de variável m= −n no 2º somatório, obtemos:
+∞ +∞ +∞
X(Ω) = ∑ x[n] e−j Ωn = ∑( a e−j Ω n +) ∑(a ej Ω)n
n=−∞ n=0 m=1
Vindo, finalmente, que:
1 1
X(Ω) = + −1 ⇔
1 − ae−jΩ 1 − aejΩ
1 − a2
X(Ω) =
1 − 2a cos(Ω) + a2
Neste caso, X(Ω) é real.
Na figura 2 estão representados os sinais x[n] e X(Ω) para a= 0.9.

Fig. 2− a) Representação do sinal x[n] = 0.9| n| ; b) Transformada de Fourier de x[n].

15 - Determine a TFDT do sinal x[n] = cos(Ωon).


Solução:
Vamos decompor o sinal x[n] em sinais exponenciais complexos:
ej Ωon + e-j Ωon
x[n] = cos(Ωo) = (1)
2
Repare que isto é equivalente à expansão da série de Fourier para sinais discretos.
19
Aplicando de seguida o seguinte resultado em (1):
+∞
TFDT{ej Ωo} = ∑2πδ(Ω − Ωo − 2πk) (ver tabela de Transformadas de Fourier)
k=−∞
Obteremos que:
+∞
X(Ω) =TFDT{x(n)} =
∑π [δ(Ω − Ωo − 2πk) + δ(Ω + Ωo − 2πk)]
k=−∞
Repare que o sinal é periódico de período 2π.
16 - Considere um SLIT discreto com resposta impulsional h[n] =   u[n].
1 n
3
Determine a resposta em frequência do sistema.
Determine a resposta do sistema ao sinal de entrada x[n] =   u[n].
1 n
2
Solução:
+∞ +∞
H(Ω) = TFDT{h[n]} = ∑ h[n] e −jΩn
= ∑ (1/3)n e−jΩn ⇔
n=−∞ n=0
1
H(Ω) =
1− e
1 −jΩ
3
Nota: Este resultado pode também ser obtido directamente através da tabela de Transformadas de
Fourier.

Através da propriedade da convolução pode obter-se para a resposta de um SLIT discreto, que:
TF
y[n] = h[n]* x[n] ↔ Y(Ω) = H(Ω).X(Ω) (1)

Vamos determinar a transformada de Fourier de x[n] e substituir na equação (1) o resultado.


+∞ +∞
X(Ω) = TFDT{x[n]} = ∑ x[n] e −jΩn
= ∑ (1/2)n e−jΩn = 1
1− e
1 −jΩ
n=−∞ n=0
2
Deste modo, teremos que:
1
Y(Ω) = H(Ω).X(Ω) = (2)
1 −   e .1 − 1 e−jΩ
1 −jΩ
 3   2 

Aplicando o método dos resíduos na equação (2), poderemos ainda obter:


A B
Y(Ω) = H(Ω).X(Ω) = + (3)
1 −  e 1 −  e
1 −jΩ 1 −jΩ
3  2
onde:
A =   B =  
1 1
= −2
1 −jΩ 1 −jΩ
=3

1 − 2 e  e-j Ω =3 
1 − 3 e  e-j Ω =2
       

Finalmente determinamos a transformada de Fourier inversa de (3) (ver tabela de transformadas de


Fourier):
y[n] = -2  u[n] + 3  u[n]
1 n 1 n
3 2

20
17 - Considere o SLIT discreto descrito pela equação:
3 1
y[n] − y[n − 1] + y[n − 2] = 2x[n] (1)
4 8
Determine:
a) a resposta impulsional do sistema.
b) a resposta do sistema ao sinal de entrada x[n] =   u[n]
1 n
4

Solução:
Para determinarmos a resposta impulsional do sistema, h[n], vamos calcular a transformada de Fourier
inversa de H(Ω).

Reescrevendo (1), no domínio da frequência (ver propriedade do deslocamento no tempo para sinais
discretos), obtemos:
Y(Ω) 1 − e−jΩ + e−j2Ω = 2 X(Ω)
3 1
 4 8 
ou, ainda:
Y(Ω) 2 2
H(Ω) = = =
X(Ω) 3 −jΩ 1 −j2Ω  1 −jΩ 
1 − e−jΩ
1
1− e + e 1− e
4 8  2  4 

Aplicando o método dos resíduos:


2 2 4 2
H(Ω) = = = − (2)
3 −jΩ 1 −j2Ω  1 −jΩ  1 −jΩ 1 −jΩ 1 −jΩ
1− e + e 1− e 1− e 1− e 1− e
4 8  2  4  2 4

A transformada de Fourier inversa de (2) (consultar tabelas de Transformada de Fourier), é dada por:
h[n] = 4  u[n] − 2  u[n]
1 n 1 n
 2 4

Através da propriedade da convolução pode obter-se para a resposta de um SLIT discreto, que:
TF
y[n] = h[n]* x[n] ↔ Y(Ω) = H(Ω).X(Ω) (1)

Determinando a TFDT de x[n], obtemos:


+∞ +∞
X(Ω) = TFDT{x[n]} = ∑ x[n] e −jΩn
= ∑ (1/4)n e−jΩn = 1
1− e
1 −jΩ
n=−∞ n=0
4

Substituindo este resultado na equação (1), virá que:


2
Y(Ω) =
1 − 1e−jΩ 1 − 1e−jΩ2
 2  4 
Aplicando o método dos resíduos, obtemos:
8 4 2
Y(Ω) = − −
1 −jΩ 1 −jΩ  1 −jΩ2
1− e 1− e 1− e
2 4  4 

O cálculo da transformada de Fourier inversa deste resultado (ver tabela de transformadas de Fourier),
dá:
y[n] = 8  u[n] − 4  u[n] − 2(n + 1)   u[n]
1 n 1 n 1 n
 2 4 4

21
22
VI. TRANSFORMADA Z

18 - Determine a transformada z do sinal x[n] =  n u[n].


1
2
Solução:
Aplicando a definição de transformada z, vem que:
+∞ +∞ +∞
X(z) = ∑ x[n]z −n
= ∑ (1/2) n −n
z = ∑ (1/2 .z−1)n
n=−∞ n=0 n=0

Para que X(z) seja convergente é necessário que


+∞
X(z) =
∑ 12 z −1n

<∞
n=0
A região de convergência (ROC) contém o intervalo de valores de Z para os quais  z−1 < 1, isto é,
1 n
 2 
| z| > 1/2. Neste caso, temos que:
1 1
X(z) = ROC: | z| >
1 −1 2
1− z
2

Na figura seguinte está representado o diagrama de pólos e zeros de X(z).

Fig.1−Diagrama de pólos e zeros de X(z) .

0.8

0.6

0.4
Imaginary Part

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1

-1 -0.5 0 0.5 1
Real Part

19 - Determine a transformada z do sinal x[n] = −an u[−n − 1].

Solução:
Aplicando a definição de transformada z, vem que:
23
+∞ −1 −1
X(z) = ∑ x[n]z −n
=− ∑a z n −n
= ∑ (az−1)n
n=−∞ n=−∞ n=−∞

Fazendo a mudança de variável m = −n na equação anterior, resulta que:


+∞ +∞
X(z) = ∑ (a z)−1 m
=1− ∑ (a−1z)m
m=1 m=0

x[n] tem transformada z se |z a−1| < 1, isto é, | z| < a. Nestas condições:


1 1 z
X(z) = 1 − −1
= =
−1 z − a
ROC: | z| < a
1 − a z 1 − az

20 - Determine a transformada Z do sinal discreto x[n] = an u[n] + bn u[−n − 1].

Solução:

Neste exercício vamos usar a tabelas de transformadas z.


A TZ de x[n] é igual a (aplicando a propriedade da linearidade):
X(z) = X1(z) + X2(z) (1)

Das tabelas de TZ podemos obter:


1
X1(z) = TZ{an u[n]} = ROC1: | z| > | a| (2)
1 − az−1
1
X2(z) = TZ{bn u[−n − 1]} = − ROC2: | z| < | b| (3)
1 − bz−1

Substituindo (2) e (3) na equação (1), vem que:


1 1
X(z) = − , | z| > | a| e | z| < | b|
1 − az−1 1 − bz−1

A transformada Z de x[n] existirá para todos os valores de a e b tais que | a| < | b|. Neste caso, a ROC é
| a| < | z| < | b|. De notar que se | a| ≥ |b|, X(z) não existe, porque a intersecção das ROC’s de X1(z) e
X2(z) é o conjunto vazio.

1
21 - Dada a função de transferência H(z) =
1 −1.5z + 0.5 z−2 −1
Determine a resposta impulsional do sistema para as seguintes regiões de convergência:
a) | z| > 1
b) | z| < 0.5
c) 0.5 < | z| < 1

Solução:
Vamos determinar a expansão em fracções parciais de H(z).
Multiplicando o numerador e denominador por z2, eliminamos as potência negativas de H(z).
Obtemos:
24
z2 z2
H(z) = 2 =
z − 1.5z + 0.5 (z − 1) (z − 0.5)

Efectuando o desenvolvimento em fracções simples:


H(z) z A B
= = + (1)
z (z − 1) (z − 0.5) z − 1 z − 0.5

onde:

A=
z 
B=
z 
=2 = −1
z − 0.5 z =1 z − 1 z =0.5

Podemos ainda rescrever a equação (1), como:


2 1
H(z) = −1
− (2)
1−z 1 − 0.5z−1

Neste caso como a ROC é | z| > 1, o sinal h[n] é causal; logo, ambos os termos de (2) são causais.
Consultando a tabela de transformadas z, obtemos para a transformada z inversa de H(z), que:

h[n] = 2 (1)n u[n] − (0.5)n u[n] = [2 − (0.5)n] u[n]

Como a ROC é | z| < 0.5, o sinal h[n] é anti-causal. Deste modo, ambos os termos de (2) correspondem
a sinais anti-causais.

h[n] = TZ −1{H(z)} = [−2 + (0.5)n] u[−n − 1] (ver tabela de TZ)

Neste caso, a ROC é 0.5 < | z| < 1 é uma coroa, o que implica que o sinal é bilateral. Assim, o 1º termo
de (2) corresponde a um sinal causal e o 2º termo a um sinal anti-causal. Deste modo, obtemos:
h[n] = −2 (1)n u[−n − 1] − (0.5)n u[n] (ver tabela de TZ)

22 - Um sistema LIT é caracterizado pela função de transferência


3 − 4 z−1 1 2
H(z) = −1 −2
= +
1 −3.5 z + 1.5 z 1 −1 1 − 3 z−1
1− z
2

Especifique a ROC de H(z) e determine h[n] para as seguintes condições:


a) sistema é estável.
b) sistema é causal.
c) sistema é anti-causal.

Solução:
Na figura seguinte está representado o diagrama de pólos e zeros de H(z).
25
1.5

0.5
Imaginary Part

-0.5

-1

-1.5

-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3


Real Part

Fig.2−Diagrama de pólos e zeros de H(z) .

Podemos observar da figura que o sistema tem pólos em z = 1/2 e z = 3.

Uma vez que o sistema é estável, a ROC deve incluir o círculo de raio unitário e por isso 0.5 < | z| < 3.
Consequentemente, h[n] é não causal e é dada por (ver tabela de TZ):
h[n] = TZ{H(z)} =   u[n] − 2(3) u[−n − 1]
1 n n
 2

Uma vez que o sistema é causal, a ROC é | z| > 3. Neste caso (ver tabela de TZ):
h[n] = TZ{H(z)} =   u[n] + 2(3) u[n]
1 n n
 2
Este sistema é instável.

Se o sistema é anti-causal, a ROC é | z| < 0.5. Por isso (ver tabela de TZ):
h[n] = TZ{H(z)} = −   + 2(3)  u[−n − 1]
1 n n
2 
Neste caso, o sistema é instável.

5 1
23 - Determine a resposta do sistema LIT, y[n] = y[n − 1] − y[n − 2] + x[n], ao sinal de entrada
6 6
1
x[n] = δ[n] − δ[n].
3

Solução:
5 1
y[n] − y[n − 1] + y[n − 2] = x[n] (1)
6 6

Aplicando TZ a ambos os membros de (1) e usando as propriedades da linearidade e do deslocamento


no domínio do tempo, obtemos:
Y(z)1 − z−1 + z−2 = X(z)
5 1
 6 6 
ou:
26
Y(z) 1 1
H(z) = = = (2)
5 −1 1 −2  1 −1
1 − z−1
X(z) 1
1− z + z 1− z
6 6  2  3 

A transformada z de x[n] é (ver tabela de TZ):


1
X(z) = TZ{x[n]} = 1 − z−1 (3)
3
Note que, aplicando a propriedade da convolução à resposta do sistema LIT, y[n] = h[n]*x[n], temos
que:
Y(z) = H(z)X(z) (4)

E, após substituir (2) e (3) em (4):


1
1 − z−1
3 1
Y(z) = H(z)X(z) = = ROC: | z| > 0.5 (5)
1 − z−11 − z−1 1 − z−1
1 1 1
 2  3  2
Na equação (5), pólo z = 1/3 de H(z) foi cancelado pelo zero, z = 1/3, do sinal de entrada. Deste modo,
a resposta do sistema é:
y[n] = TZ−1{Y(z)} =   u[n]
1 n
2
y[n]

0.9

0.8

0.7

0.6

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 5 10 15 20 25 30
n

Fig.3− Representação da resposta do sistema:y[n] = (1/2)n u[n]

24 - Determine a sequência de autocorrelação do sinal x[n] = an u[n], −1< a <1.

Solução:
Através da propriedade da correlação de duas sequências, temos que:
Rx(z) = X(z).X(z−1) (1)
Da tabela de TZ, obtemos:
1
X(z) = TZ{an u[n]} = ROC1: | z| > | a| (sinal causal)
1 − az−1
e
1 1
X(z−1) = ROC2: | z| > (sinal anti-causal)
1 − az |a|

Substituindo estes resultados na equação (1), resulta que:


27
1 . 1 1
Rx(z) = −1 ROC1∩ROC2: | a| < | z| < (2)
1 − az 1 − az |a|

Dado que ROC deste sinal é um anel, rx [n] é um sinal bilateral, mesmo com x[n] causal. Efectuando
a decomposição do sinal (2) em 2 fracções e aplicando a transformada z inversa, obtemos:
1 |n|
r x [ n] = 2 a , −∞< n< ∞
1−a

25 - Determine a transformada z do sinal discreto x[n] = nan u[n].


Solução:
Vamos rescrever o sinal como x[n] = nx1[n], onde x1[n] = an u[n].
Da tabela de TZ, temos que:
1
X1(z) = TZ{an u[n]} = ROC: | z| > | a|
1 − az−1

Aplicando nesta expressão a propriedade da derivação no domínio z:


dX(z)
TZ{nx[n]} = −z
dz
obtemos que:
dX1(z) az−1
X(z) = TZ{nx1[n]} = −z = ROC: | z| > | a|
dz (1 − z−1) 2
26 - Determine a convolução x[n] dos sinais:
1 0 ≤ n ≤ 5
x1[n] = {1, −2, 1} x2[n] = 
0 c.c

Solução:
Calculemos a transformada z de ambos os sinais pela definição:
+∞
X(z) = ∑ x[n]z−n (1)
n=−∞
Resulta que:
X1(z) = 1 − 2z−1 + z−2
X2(z) = 1 + z−1 + z−2 + z−3 + z−4 + z−5

De acordo com a propriedade da convolução:


X(z) = X1(z) X2(z) = 1 − z−1 − z−6 + z−7

Comparando este resultado com (1), obtemos:


x[n] = {1, −1, 0, 0, 0, 0, −1, 1}

27 - Determine a transformada z unilateral dos seguintes sinais:


a) x1[n] =  1 , 2, 5, 7, 0, 1
↑ 
b) x2[n] = δ[n − k]
c) x3[n] = δ[n + k]
d) x4[n] = 1,2, 5 , 7, 0, 1
 ↑ 
e) x5[n] = x[n − 2] onde x[n] = an, −1< a <1.
28
Solução:
Vamos aplicar a definição de transformada z unilateral:

+
X (z) = ∑ x[n]z−n
n=0
X1+(z) = 1 + 2z−1 + 5z−2 + 7z−3 + z−5
X2+(z) = z−k
X3+(z) = 0
X4+(z) = 5 + 7z−1 + z−3
Vamos aplicar a propriedade do deslocamento:
∞  k 
X+(z) = ∑ x[n − k]z−n = z−k  X+(z) +
 ∑ x[− n]zn k>0
n=0  n=1 

com k = 2. Iremos obter:


X5+(z) = z−2 ( X+(z) + x[−1]z + x[−2]z2) = z−2 X+(z) + x[−1]z−1 + x[−2] (1)
Uma vez que x[−1] = a−1, x[−2] = a−2 e por outro lado:
∞ ∞
+
X (z) = ∑ x[n]z −n
= ∑ (az−1)n = 1 − 1az−1
n=0 n=0

Virá para a equação (1), que:


z−2
X5+(z) = −1
+ a−1z−1 + a−2
1 − az

28 - Determine a resposta ao escalão do sistema


y[n] = ay[n − 1] + x[n], −1< a <1 (1)

para a condição inicial y[−1] = 1.

Solução:
Aplicando a transformada z unilateral a ambos os membros de (1), obtemos:
Y+(z) = a z−1Y+(z) + y[−1]
[ ] + X+(z) (2)

Substituindo y[−1] = 1 e
∞ ∞
+
X (z) = ∑ u[n]z −n
= ∑ (z−1)n = 1 −1z−1
n=0 n=0

na equação (2), obtemos:


a 1
Y+(z) = −1
+ (3)
1 − az (1 − az )(1 − z−1)
−1

Efectuando a decomposição de (3) em fracções parciais e tomando a transformada z inversa do


resultado, obtemos:
29
1 − an + 1
y[n] = an+1 u[n] + u[n]
1 − a
ou, ainda:
1
y[ n] =
1−a
(1 − an + 2)u[n]

29 - Um sistema LIT causal é descrito pela equação y[n] = 0.5y[n − 1] + x[n] + 0.5x[n − 1].
Determine:

a) a resposta impulsional do sistema.


b) a resposta do sistema ao sinal de entrada x[n] = u[n], com y[−1] = 0.
c) a resposta do sistema ao sinal x[n] = cos(nπ/12)u[n] com y[−1] = 0.

Solução:
Vamos 1º calcular a função de frequência H(z) do sistema e depois aplicar-lhe a transformada z
inversa: obtemos h[n].

Aplicando TZ a ambos os membros de y[n] = 0.5y[n − 1] + x[n] + 0.5x[n − 1] e usando a propriedade


do deslocamento, chegamos ao resultado:
Y(z) 1 + 0.5z−1 z + 0.5
H(z) = = = ROC: | z| > 0.5
X(z) 1 − 0.5z−1 z − 0.5

Expandindo H(z)/z em fracções parciais:


H(z) z + 0.5 −1 2
= = +
z z(z − 0.5) z z − 0.5

Multiplicando H(z)/z por z, obtemos:


2z
H(z) = −1 + ROC: | z| > 0.5
z − 0.5

Aplicando TZ inversa (ver tabela de TZ), teremos finalmente que:


h[n] = −δ[n] + 2(0.5)n u[n]

A TZ de x[n] pode ser determinada por:


1
X(z) = TZ{an u[n]} = ROC: | z| > | a|
1 − az−1

fazendo a =1.Vamos substituir o resultado na equação Y(z) = H(z)X(z). Obtemos, que:


z + 0.5 z
Y(z) = H(z)X(z) = × ROC: | z| > 1
z − 0.5 1 − z−1

Seguindo o procedimento usual para expansão em fracções parciais (no domínio z), temos que:
Y(z) z + 0.5 1 −2 3
= H(z)X(z) = × = +
z z − 0.5 1 − z−1 z − 0.5 1 − z−1

e, após aplicarmos a transformada z inversa (ver tabela de TZ), obtemos:


y[n] = [−2(0.5)n + 3]u[n]

30
Seguindo o mesmo raciocínio da alínea b), obtemos:

z + 0.5 z(z − cos(π/2)) z + 0.5 z(z − 0.966)


Y(z) = H(z)X(z) = × 2 = × 2 ROC: | z| > 1
z − 0.5 z − 2zcos(π/2) + 1 z − 0.5 z − 1.932z + 1

Nesta situação:

Y(z) z + 0.5 z − 0.966 −1.641 1.397e−j 0.332 1.397ej 0.332


= × 2 = + +
z z − 0.5 z − 1.932z + 1 z − 0.5 z − ej 0.262 z − e−j 0.262

e após multiplicar esta equação por z para dar Y(z), obtemos para a transformada z inversa (ver tabela
TZ):

y[n] = [−1.641(0.5)n + 2.794cos(nπ/12 −0.332)]u[n]

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