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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

NORTE DE MINAS GERAIS – ALMENARA

APOSTILA:

SAÚDE DO IDOSO
Curso Técnico em
Enfermagem

Módulo I

Elaborado por: Prof. Douglas Santana Fagundes


SUMÁRIO

Título Página

O envelhecimento no brasil ............................................................................. 03

Estatuto do idoso ............................................................................................ 08

Alterações anatômicas e fisiológicas do idoso ................................................ 13

Síndrome dos maus-tratos .............................................................................. 20

Acidente vascular encefálico ........................................................................... 22

Pneumonia ...................................................................................................... 25

Os gigantes da geriatria .................................................................................. 29

Prevenção de acidentes domésticos .............................................................. 35

37
A relação idoso-cuidador ................................................................................

Cuidados no manuseio dos medicamentos do idoso .................................. 39

Noções de cuidados de enfermagem para o cuidador do idoso ................. 42

Home care .................................................................................................... 49


O ENVELHECIMENTO NO BRASIL

O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da


maioria das sociedades. O mundo está envelhecendo. Tanto isso é verdade que
estima-se para o ano de 2050 que existam cerca de dois bilhões de pessoas com
sessenta anos e mais no mundo, a maioria delas vivendo em países em
desenvolvimento.

No Brasil, estima-se que existam, atualmente, cerca de 17,6 milhões de idosos.


O retrato e o crescimento da população idosa brasileira em um período de 50 anos
podem ser observados na figura 1:

O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de


saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da
esperança de vida. Não é homogêneo para todos os seres humanos, sofrendo
influência dos processos de discriminação e exclusão associados ao gênero, à etnia,
ao racismo, às condições sociais e econômicas, à região geográfica de origem e à
localização de moradia.

O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural, de diminuição


progressiva da reserva funcional dos indivíduos – senescência - o que, em
condições normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em
condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse
emocional, pode ocasionar uma condição patológica que requeira assistência -
senilidade.

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE DA PESSOA IDOSA
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

No final da década de 90, a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a utilizar


o conceito de “envelhecimento ativo” buscando incluir, além dos cuidados com a
saúde, outros fatores que afetam o envelhecimento. Pode ser compreendido como o
processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com
o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais
velhas.

Envolve políticas públicas que promovam modos de viver mais saudáveis e seguros
em todas as etapas da vida, favorecendo a prática de atividades físicas no cotidiano
e no lazer, a prevenção às situações de violência familiar e urbana, o acesso à
alimentos saudáveis e à redução do consumo de tabaco, entre outros. Tais medidas
contribuirão para o alcance de um envelhecimento que signifique também um ganho
substancial em qualidade de vida e saúde.

Sua implementação envolve uma mudança de paradigma que deixa de ter o enfoque
baseado em necessidades e que, normalmente, coloca as pessoas idosas como
alvos passivos, e passa a ter uma abordagem que reconhece o direito dos idosos à
igualdade de oportunidades e de tratamento em todos os aspectos da vida à medida
que envelhecem. Essa abordagem apóia a responsabilidade dos mais velhos no
exercício de sua participação nos processos políticos e em outros aspectos da vida
em comunidade.

O Ministério da Saúde, em setembro de 2005, definiu a Agenda de Compromisso


pela Saúde que agrega três eixos: o Pacto em Defesa do Sistema Único de Saúde
(SUS), o Pacto em Defesa da Vida e o Pacto de Gestão.

Destaca-se aqui o Pacto em Defesa da Vida que constitui um conjunto de


compromissos que deverão tornar-se prioridades inequívocas dos três entes
federativos, com definição das responsabilidades de cada um. Foram pactuadas seis
prioridades, sendo que três delas têm especial relevância com relação ao
planejamento de saúde para a pessoa idosa. São elas: a saúde do idoso, a
promoção da saúde e o fortalecimento da Atenção Básica.

Em relação à promoção da saúde da população idosa as implementações de ações


locais deverão ser norteadas pelas estratégias de implementação, contempladas na
Política Nacional de Promoção da Saúde – Portaria 687/GM, de 30 de março de
2006, tendo como prioridades as seguintes ações específicas:

a) Divulgação e implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde


(PNPS);
b) Alimentação saudável;
c) Prática corporal/atividade física;
d) Prevenção e controle do tabagismo;
e) Redução da morbidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas;
f) Redução da morbi-mortalidade por acidentes de trânsito;
g) Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz;
h) Promoção do desenvolvimento sustentável.
04
HUMANIZAÇÃO E ACOLHIMENTO À PESSOA
IDOSA NA ATENÇÃO BÁSICA

Para a efetivação do Acolhimento da pessoa idosa, os profissionais de saúde devem


compreender as especificidades dessa população e a própria legislação brasileira
vigente.

Para isso, deve-se:

 Estar preparados para lidar com as questões do processo de envelhecimento;


 Reconhecer que a abordagem interdisciplinar é mais eficaz que somente o
tratamento médico
 Facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de complexidade da
atenção;
 Investir na qualificação dos trabalhadores;
 Estabelecimento de uma relação respeitosa, considerando que, com a
experiência de toda uma vida, as pessoas se tornam em geral mais sábias;
 Chamar a pessoa idosa por seu nome e manter contato visual;
 A utilização de uma linguagem clara, evitando-se a adoção de termos
técnicos que podem não ser compreendidos.

Comunicação com a Pessoa Idosa

A comunicação é considerada uma necessidade fundamental, cuja satisfação


envolve um conjunto de condições bio-psicossociais. É mais do que uma troca de
palavras, trata-se de um processo dinâmico que permite que as pessoas se tornem
acessíveis umas às outras por meio do compartilhamento de sentimentos, opiniões,
experiências e informações.

Facilitadores da comunicação com a pessoa idosa:

 Use frases curtas e objetivas.


 Chame-o pelo próprio nome ou da forma como ele preferir.
 Evite infantilizá-lo utilizando termos inapropriados como “vovô”, “querido”, ou
ainda, tilizando termos diminutivos desnecessários (“bonitinho”, “lindinho” etc)
 Pergunte se entendeu bem a explicação, se houve alguma dúvida.
 Repita a informação, quando essa for erroneamente interpretada, utilizando
palavras diferentes e, de preferência, uma linguagem mais apropriada à sua
compreensão.
 Fale de frente, sem cobrir sua boca e, não se vire ou se afaste enquanto fala.
 Aguarde a resposta da primeira pergunta antes de elaborar a segunda, pois, a
pessoa idosa pode necessitar de um tempo maior para responder.
 Não interrompa a pessoa idosa no meio de sua fala, demonstrando pressa ou
impaciência.

Comunicação não-verbal: a comunicação não-verbal é tudo aquilo que a pessoa


sente, pensa e expressa por meio de sua movimentação corporal, gestos e postura.

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Tem por objetivo completar, substituir ou contradizer a comunicação verbal, além de
demonstrar os sentimentos das pessoas.

Reações de defesa do idoso:

• desviar os olhos e virar a cabeça;


• virar o corpo em outra direção;
• cruzar os braços;
• dar respostas monossilábicas às questões feitas;
• afastar-se.

PROMOÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS

Alimentação Saudável para Pessoas Idosas

Os profissionais da Atenção Básica/Saúde da família devem dar orientações gerais


relacionadas à alimentação da pessoa idosa, em especial nas situações de doenças
crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade e hipercolesterolemia.

Atividade Física

A inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças


crônicas, associadas a dieta inadequada e uso do fumo. É bastante prevalente a
inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior
parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão.

Benefícios da Prática de Atividade Física:

 Melhor funcionamento corporal favorecendo a preservação da independência;


 Redução no risco de morte por doenças cardiovasculares;
 Melhora do controle da pressão arterial;
 Manutenção da densidade óssea, com ossos e articulações mais saudáveis;
 Melhora a postura e o equilíbrio;
 Melhor controle do peso corporal;
 Melhor utilização da glicose;
 Melhora a enfermidade venosa periférica;
 Melhora a função intestinal;
 Melhora de quadros álgicos;
 Melhora a resposta imunológica;
 Melhora a qualidade do sono;
 Ampliação do contato social;
 Diminuição da ansiedade, do estresse, melhora do estado de humor e da
auto-estima.

06
Trabalho em Grupo com Pessoas Idosas

Um grupo é constituído a partir de interesses e temas em comum. É um espaço


possível e privilegiado de rede de apoio e um meio para discussão das situações
comuns vivenciadas no dia-a-dia. Permite descobrir potencialidades e trabalhar a
vulnerabilidade e, consequentemente, eleva a auto-estima. O trabalho em grupos
possibilita a ampliação do vínculo entre equipe e pessoa idosa, sendo um espaço
complementar da consulta individual, de troca de informações, de oferecimento de
orientação e de educação em saúde.

ATRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA NO ATENDIMENTO


À SAÚDE DA PESSOA IDOSA

1. Atribuições Comuns a todos os Profissionais da Equipe

a) Planejar, programar e realizar as ações que envolvem a atenção à saúde da


pessoa idosa.
b) Identificar e acompanhar pessoas idosas frágeis ou em processo de fragilização.
c) Conhecer os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos das pessoas
idosas, de suas famílias e da comunidade.
d) Acolher a pessoas idosas de forma humanizada, na perspectiva de uma
abordagem integral e resolutiva.
e) Realizar e participar das atividades de educação permanente relativas à saúde da
pessoa idosa.
f) Desenvolver ações educativas relativas à saúde da pessoa idosa, de acordo com
o planejamento da equipe.

2. Atribuições do Auxiliar/Técnico de Enfermagem

a) Realizar atenção integral às pessoas idosas.


b) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos
medicamentos.
c) Participar das atividades de assistência básica, no domicílio e/ou nos demais
espaços comunitários.

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ESTATUTO DO IDOSO - RESUMO

LEI Nº 10.741, DE 01 DE OUTUBRO DE 2003.

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e


dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados
às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua
saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social,
em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania,
à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social
locais.
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação,
violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou
omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito
social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,
mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento
saudável e em condições de dignidade.

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CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a
liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis,
políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;

§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,


psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de
prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da
assistência social.
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do
Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção,
proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
afetam preferencialmente os idosos.
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas
para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão
obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos
seguintes órgãos:
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

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Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos
conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do
idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a
matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos
ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o
acesso preferencial aos respectivos locais.
CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas
condições físicas, intelectuais e psíquicas.

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a


discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos,
ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a
idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
CAPÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência
Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real
dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme
os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política
Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da
Assistência Social – Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a
firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.
CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta,
ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em
instituição pública ou privada.
CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

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Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade
dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos
da legislação específica:
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das
passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5%
(cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais
deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.
Art. 42. É assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema de transporte
coletivo.
TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na
execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente
pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em
favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável,
maior de 60 (sessenta) anos.
§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos
assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e
caracteres legíveis.
TÍTULO VI
DOS CRIMES
CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo
de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de
autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa
permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando
obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso,
submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos
e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho
excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos
ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou
imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus
atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

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ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DO IDOSO

INTRODUÇÃO

Os idosos representam um grupo especial e em crescimento, grupo este que, para


ser melhor compreendido, gerou a necessidade da criação de uma ciência e
especialidade médica, a Gerontologia e Geriatria, respectivamente.

Conceitualmente, a Geriatria significa “medicina do idoso” e compreende,


atualmente, a assistência médica (prevenção e tratamento), psicológica e sócio-
econômica e envolve, portanto, um trabalho multidisciplinar.

A Gerontologia significa “o estudo do envelhecimento” e das suas conseqüências


biológicas, médicas, psicológicas e sócio-econômicas(1).

Segundo o Estatuto do Idoso, idosos são todos os indivíduos com idade igual ou
superior a 60 anos e, atualmente, representam cerca de 9% da população brasileira,
com tendência a crescimento(1,2,3). O envelhecimento da população é uma
tendência mundial e é reflexo de vários fatores, como a diminuição das taxas de
mortalidade e fecundidade, progresso da medicina e avanços tecnológicos que,
juntos, possibilitaram um aumento na expectativa de vida, que varia dependendo da
região. No Brasil, por exemplo, a média de expectativa de vida, atualmente, é 70
anos(1,3,4).

A senescência resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e


psicológicas do envelhecimento normal, enquanto a senilidade é caracterizada por
doenças que freqüentemente acometem os indivíduos idosos. As doenças são as
causadoras da perda das reservas orgânicas e, conseqüentemente, da aceleração
do envelhecimento, processo de declínio gradativo da função dos vários sistemas
orgânicos9.

Estima-se que o ser humano pode alcançar a idade de 120 anos ou mais, ainda
com um mínimo de reserva, desde que não apresente, durante toda vida, qualquer
tipo de doença ou distúrbio9. A maior idade alcançada pelo ser humano registrada
até hoje foi 120 anos no gênero masculino e 122 anos no feminino(9).

Fenômenos que contribuem para o envelhecimento(11):

a) estresse – seja proveniente de cirurgias, doenças, traumatismos ou de tensão,


sofrimento, angústia; provoca inibição do sistema imunológico;
b) frio - como causador de estresse, reduzindo, assim, a proteção ao
envelhecimento;
c) radiações - causam maior formação de radicais livres;

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d) luminosidade exagerada - causa depressão da glândula pineal, uma das
responsáveis pelo controle do metabolismo;
e) dieta - consumo exagerado de alimentos e desnutrição.

f) o tabagismo - fator acelerador do envelhecimento devido suas toxinas.

Anatomia e fisiologia do envelhecimento

A composição e forma do corpo

A partir dos 40 anos, a estatura diminui cerca de 1cm por década. Essa perda deve-
se à redução dos arcos dos pés, aumento da curvatura da coluna vertebral, além da
diminuição do diâmetro dos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa torácica e
do crânio tendem a aumentar com o envelhecimento. Há também crescimento do
nariz e das orelhas, dando a conformação típica facial do idoso(6,8).

A composição do corpo também se altera, havendo um aumento do tecido gorduroso


no tronco e diminuição nos membros inferiores. O teor total de água corpórea
diminui por perda de água dentro das células. No geral, ocorre redução do número
de células em todos os órgãos, sendo os mais afetados, em relação à perda de
massa, os rins e o fígado. Os músculos também sofrem perda de peso com o passar
do tempo(6,8,14).

Pele

As espessuras da pele e do subcutâneo diminuem, os vasos sangüíneos rompem-se


com facilidade, propiciando o aparecimento de equimoses aos pequenos traumas e
predispondo a hipotermia em condições ambientais de grande resfriamento(8,13,14).
São também comuns manchas salientes e escuras, conhecidas como queratose
seborréica. Essas alterações são intensificadas nas áreas de pele expostas a
luz(8,13).

A pálpebra inferior tende a ficar com formato de bolsa, por apresentar edema
juntamente com acúmulo de gordura(8,13

As glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem sua atividade, resultando em pele


seca e áspera, mais sujeita às infecções e mais sensível às variações de
temperatura. Há diminuição da regulação térmica pela menor sudorese, o que pode
levar ao choque térmico em situações de grande aquecimento(8,13,14).

As unhas do idoso tornam-se opacas, grossas e sem brilho. Apresentam diminuição


da velocidade de crescimento, a partir da terceira década, e estrias longitudinais em
67% das pessoas com mais de 70 anos.

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Sistema Ósseo

O envelhecimento modifica a atividade celular na medula óssea, ocasionando


desequilíbrio no processo de recomposição e formação óssea, resultando em perda
óssea.

Sistemas articular e muscular

No músculo, há perda de massa muscular com diminuição do peso e do número de


células. Muitas células atrofiam e morrem; outras são substituídas por tecido
gorduroso e conjuntivo. No tendão, há aumento do comprimento e uma redução da
resistência com o aumento da idade.

Sistema nervoso

As alterações mais importantes do envelhecimento ocorrem no cérebro. O cérebro


diminui de volume e peso. Nota-se uma redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20%
aos 90 anos de idade.

A redução da massa encefálica está associada à perda neuronal, que não é


uniforme em todas as áreas cerebrais(6,8,14,20).

Sistema cardiovascular

As principais alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento ocorrem no


miocárdio, no nó sino-atrial, nas valvas cardíacas e vasos sangüíneos,
caracterizando modificações tanto de ordem anatômica quanto funcional.

Vasos Sangüíneos

O aumento da rigidez arterial pode ser considerado o principal marcador do


envelhecimento do aparelho circulatório.

Valvas cardíacas

As valvas cardíacas aparecem placas arterioscleróticas e espessamento das cordas


tendíneas, além de calcificação. A calcificação valvar parece ocorrer com maior
freqüência em mulheres(21,22).

Sistema respiratório

Modificações estruturais do sistema respiratório

O processo de envelhecimento causa uma série de alterações fisiológicas que


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acometem a caixa torácica, os pulmões e a musculatura respiratória, acarretando
prejuízo à função pulmonar de caráter.

Modificações torácicas

O envelhecimento modifica a constituição e forma do tórax. Observam-se redução


da densidade óssea e conseqüente redução e achatamento das vértebras; redução
dos discos vertebrais; calcificação das cartilagens e das articulações das costas.
Essas modificações determinam o enrijecimento da caixa torácica, tornando mais
importante a ação da musculatura abdominal e diafragmática na ventilação.

O achatamento da coluna vertebral e conseqüente cifose torácica, mais evidente no


gênero feminino, o que caracteriza o tórax seni.

A musculatura da respiração enfraquece com o progredir da idade, assim como os


músculos esqueléticos em geral, o que, somado ao enrijecimento da parede
torácica, resulta na redução das pressões inspiratórias e expiratórias com um grau
de dificuldade maior para executar a respiração.

O único músculo que parece não costuma ser afetado pelo envelhecimento é o
diafragma que, no idoso, apresenta a mesma massa muscular que indivíduos mais
jovens.

Vias aéreas e pulmões

A traquéia e a sua bifurcação torna-se mais rígida por calcificações e aumenta de


diâmetro, resultando em aumento do espaço morto. As vias pulmonares,
principalmente as de menor calibre, tornam-se mais frouxas, colabando-se
facilmente, dificultando a respiração.

Sistema digestório

O sistema digestório, assim como os demais sistemas, sofre modificações


estruturais e funcionais com o envelhecimento. As alterações ocorrem em todo trato
gastrintestinal da boca ao reto.

Boca

A perda de dentes não é uma conseqüência inevitável do envelhecimento. Não são


observadas alterações na função mastigatória com o envelhecimento.

16
Esôfago

Com o envelhecimento, a musculatura do esôfago pouco se altera, porém, há uma


redução de sua inervação. Essa alteração é a maior responsável pelas modificações
da motilidade observadas no idoso.

Estômago

Estudos mostram sinais de gastrite, com aumento da incidência com o progredir da


idade. Tem-se notado também um declínio na produção da secreção ácida do
estômago.

Pâncreas

Há redução da capacidade de secreção de lípase (destruidora de lipídios) e de


bicarbonato e também redução de secreção de insulina.

Intestino delgado

É descrita redução da superfície mucosa, das vilosidades intestinais e do fluxo


sanguíneo.

Alguns estudos mostram que outros nutrientes podem ter sua absorção reduzida
com o envelhecimento como: vitamina D, ácido fólico, vitamina B12, cálcio, cobre,
zinco, ácidos graxos e colesterol.

Cólon

Nota-se, na senescência, um aumento de constipação.

Reto e ânus

As alterações do envelhecimento dessa região predispõem a incontinência fecal. Na


musculatura do esfíncter exterior, são observadas alterações como redução de força
muscular, que diminuem a capacidade de retenção fecal.

Sistema genital feminino

As alterações decorrentes do processo de envelhecimento no gênero feminino estão


ligadas a alterações hormonais e iniciam-se após a menopausa.

No sistema genital as mais importantes alterações são:

 atrofia de útero, trompas e ovários;


 infecções genito-urinárias,
 atrofia da uretra;
 redução da libido.
17
As glândulas mamárias atrofiam-se e são substituídas por tecido adiposo, tornando-
as menos firmes, pendentes e flácidas, por enfraquecimento dos ligamentos de
sustentação.

Sistema genital masculino

As alterações do envelhecimento nos órgãos genitais masculinos são menos


evidentes do que no gênero feminino. Os testículos, embora mantenham seu peso e
tamanho, apresentam redução na função, o número de espermatozóides caem pela
metade, no entanto, a fertilidade, freqüentemente, perdura até o extremo da vida.

Observa-se um aumento de peso e tamanho prostático com o envelhecimento, que


se deve à expansão da região da próstata em torno da uretra. Esse aumento pode
tornar difícil a micção.

O pênis tem seu tecido erétil alterado, com perda de elasticidade e alteração da
circulação, resultando em dificuldades no mecanismo de ereção.

Sistema urinário

O rim

O rim sofre modificações no seu peso, a partir da quarta década, inicia-se o


processo do envelhecimento renal, com diminuição do seu peso, que pode atingir
cerca de 180g, reduzindo a área de filtração e, conseqüentemente, das suas
funções fisiológicas.

Bexiga e uretra

O envelhecimento da bexiga e da uretra pode resultar no desarranjo da capacidade


de armazenamento de urina, contração da bexiga e expulsão da urina.

Aspectos otorrinolaringológicos

A senescência afeta as funções auditivas e sensoriais (equilíbrio, olfato e paladar).

Na orelha externa, observa-se redução do número de glândulas produtoras de


cerúmen, levando ao ressecamento e à descamação da pele, propiciando o
aparecimento de prurido.

A orelha interna é a parte mais afetada pelo processo de envelhecimento, causando


perda auditiva irreversível no idoso, geralmente bilateral. Estima-se que 10 a 60%
dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem presbiacusia.

18
Aspectos oftálmicos

As alterações observadas no envelhecimento do sistema visual são: opacidade e


rigidez das lentes, podendo levar a formação de catarata; redução da acuidade
visual; predisposição ao glaucoma.

19
SÍNDROME DOS MAUS-TRATOS

1- DEFINIÇÃO: “Aquelas situações que resultam em danos físicos, psíquicos ou


econômicos, seja por comissão ou omissão, comprometendo a qualidade de vida do
paciente.” (DUARTE &DIOGO,2000:121)

2- FREQUÊNCIA: 2% a 4% da população idosa.

3- CLASSIFICAÇÃO:
 3.1- FÍSICOS: Atos realizados com a intenção de causar dor física ou ferimentos.
 3.2- PSICOLÓGICOS: Atos realizados com a intenção de causar danos

emocionais ou físicos.
 3.3- ECONÔMICOS: Apropriação indevida de dinheiro, bens ou propriedades dos

idosos.
 3.4- NEGLIGÊNCIA OU ABANDONO DO IDOSO: Incapacidade de um designado

cuidador de fornecer cuidados necessários a uma pessoa idosa dependente.


 3.5- ABUSO SOCIAL: Violação dos direitos legais e inalienáveis dos idosos.

 3.6- ABUSO SEXUAL: Realização de atos sexuais com uma pessoa idosa, sem o

seu consentimento, seja pelo emprego de força, ameaça ou deterioração


cognitiva.

4- FATORES DE RISCO:

4.1- Por parte do idoso:


 Grandes incapacidades;
 Deterioração Cognitiva;

 Isolamento Social;

4.2- Cuidador:
 Doença mental;

 Consumo de álcool e outras drogas;


 Dependência do cuidador em relação à vítima;
 Fatores estressantes externos;
 Violência.

5- MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

Contusões; fraturas, contraturas, deformidades; má nutrição e desidratação; falta de


higiene; mau uso da medicação; sangramento ou exudato vaginal; transtornos
afetivos.

6- DIAGNÓSTICO:

 disparidade nas explicações ;


 explicações vagas;
20
 demora no pedido de assistência médica;
 visitas freqüentes a um serviço de emergência;
 existência de múltiplas maneiras de ter evitado o acidente;
 resistência do cuidador à intervenção externa.

7. - PREVENÇÃO:

 Estimular uma boa relação;

 Educação a cerca dos cuidados;

 Aconselhamento acerca dos recursos sociais;

 Apoio ao cuidador;

 Grupo de apoio local;

 Evitar o isolamento social;

8- ONDE PODEM OCORRER OS MAUS TRATOS?

 • Na casa do próprio idoso


 • Na casa do cuidador
 • Na comunidade em que reside
 • Nas instituições de longa permanência
 • Nos hospitais

9-INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL:

 Comunicar o fato às instituições competentes;

 Descrever com exatidão tudo que se relaciona ao caso;

 Avaliar a atitude do idoso frente à situação de maus-tratos.

21
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

O acidente vascular cerebral ou acidente vascular encefálico, também chamado


de derrame cerebral, é caracterizado pela perda rápida de função neurológica,
decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É uma
doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia.

Encéfalo: bulbo (respiração), hipotálamo (vísceras), corpo caloso (conexão entre os


hemisférios), cérebro, tálamo (integração), cerebelo (equilíbrio).

Fatores de risco para AVC

Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo
o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também
aumentam a possibilidade o diabete melitus, trombose, uma arritmia cardíaca
chamada fibrilação atrial.

Principais fatores de risco:


 Hipertensão arterial
 Doença cardíaca
 Colesterol
 Tabagismo
 Diabetes
 Idade
 Sexo
 Obesidade

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Tipos de AVE

 Isquêmico: ocorre devido à falta de irrigação sanguínea num determinado


território cerebral, causando morte de tecido cerebral - é o AVC isquêmico.
Pode ocorrer um acúmulo gordura ou coágulo sanguíneo em uma artéria
cerebral, reduzindo o seu fluxo sangüíneo ao mínimo e causando morte do
cérebro.
 Hemorrágico: é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura
de um vaso sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que
afeta várias funções cerebrais e até a morte do indivíduo cerebral.

Sinais que precedem um derrame:

 Cefaléia intensa e súbita sem causa aparente


 Dormência nos braços e nas pernas
 Dificuldade de falar e perda de equilíbrio
 Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado
esquerdo ou direito do corpo
 Perda súbita de visão em um olho ou nos dois
 Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar
palavras ou para compreender a linguagem
 Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas
ou vômitos.

Como identificar o acidente vascular cerebral:

 Pedir em primeiro lugar para que a pessoa sorria. Se ela mover sua face só
para um dos lados, pode estar tendo um AVC.
 Pedir para que levante os braços. Caso haja dificuldades para levantar um
deles ou, após levantar os dois, um deles caia, procurar socorro médico.
 Dê uma ordem ou peça que a pessoa repita alguma frase. Se ela não
responder ao pedido, pode estar sofrendo um derrame cerebral.

Diagnóstico

O diagnóstico do AVC é obtido através de exames de imagem, tomografia


computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a
área do cérebro afetada e o tipo de AVC.

Prevenção
Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é a prevenção,
identificar e tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes
mellitus, o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e
tratar problemas cardíacos.

23
Consequências/complicações

As consequências do AVC podem afetar diversos aspectos do paciente, tais como


paralisia e fraqueza, habilidades de comunicação, fala, capacidade de compreensão,
sentidos, além de raciocínio, emoções e memória.

Tratamento

O AVC é uma emergência médica e possui tratamento se o paciente for rapidamente


encaminhado para um hospital adequado. O tratamento do AVC isquêmico já
utilizado em todo o mundo há pelo menos 10 anos é realizado com medicamentos
trombolíticos, que possuem a propriedade de dissolver o coágulo sanguíneo que
está entupindo a artéria cerebral, causando a isquemia.

Reabilitação

O processo de reabilitação pode ser longo, dependendo das características do


próprio AVC, da região afetada, da rapidez de atuação para minimizar os riscos e do
apoio que o doente tiver. A reabilitação consiste principalmente em sessões de
fisioterapia e fonoaudiologia.

24
PNEUMONIA

A pneumonia é uma doença que afeta cerca de 2,1 milhões de brasileiros todos os
anos, segundo dados do DATASUS. Esta doença é a principal causa de internação
hospitalar (mais de 960 mil casos por ano) e a quinta causa de morte no Brasil.

Dos 24.756 óbitos por pneumonia registrados no último levantamento do SUS


(2005), 70% eram de pacientes com mais de 65 anos.

Conceito: a pneumonia é uma doença infecciosa que provoca inflamação dos


pulmões.

Causas: microorganismos (bactérias, vírus, fungos e protozoários); aspiração de


alimentos líquidos ou vômitos; inalação de substâncias tóxicas ou cáusticas,
fumaças, poeiras ou gases. Sendo a pneumonia bacteriana a mais comum.

Trata-se de uma doença que afeta mais os idosos, pessoas com doenças crônicas
ou que tenham imunidade baixa. Mas pode afetar também crianças, jovens e adultos
saudáveis. Nas crianças, a pneumonia é a principal causa de morte em todo o
mundo.

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Causas e classificações da pneumonia:

A pneumonia pode ser causada pela infecção de bactérias, vírus, fungos, e outros
parasitas que geralmente são transmitidos por via respiratória. Estes
microorganismos ultrapassam as defesas naturais do corpo e invadem o pulmão,
causando infecção e inflamação desse órgão.

Classificações da pneumonia:

 Pneumonia adquirida na comunidade: é a pneumonia adquirida no


ambiente de convívio social, seja em casa, no trabalho, academias de ginástica,
creches, escolas ou outros locais comunitários.
 Pneumonia hospitalar: trata-se de uma pneumonia adquirida diante de uma
internação hospitalar. Muitas vezes é uma doença mais grave do que a pneumonia
adquirida na comunidade, já que os germes hospitalares são mais perigosos e
resistentes aos antibióticos.
 Pneumonia aspirativa: esse tipo de pneumonia ocorre quando algum
material estranho é inalado ou aspirado para dentro dos pulmões. Ocorre mais
freqüentemente quando alimentos presentes no estômago são aspirados para o
pulmão após os vômitos.
 Pneumonia causada por microorganismos (germes) oportunistas: é uma
pneumonia que afeta pessoas com baixa imunidade (ou baixa defesa do organismo).
Germes que seriam inofensivos para pessoas saudáveis, tornam-se perigosos para
indivíduos com baixa imunidade, como é o caso de pessoas portadoras da AIDS ou
portadores de órgãos transplantados.

Sintomas da pneumonia

Os sintomas da pneumonia geralmente aparecem de forma aguda ou rápida, mas


podem se desenvolver também lentamente. No início dos sintomas, a pneumonia
pode ser confundida com uma gripe ou resfriado forte.

Os sintomas mais comuns da pneumonia são:

 Febre, suor intenso ou calafrios.


 Tosse com catarro amarelado ou esverdeado (em alguns tipos de pneumonia,
a tosse pode ser seca ou sem catarro).
 Dor no peito ou dor no tórax que pode piorar com a respiração.
 Respiração rápida e curta.

Nos casos mais graves pode haver ainda:

 Falta de ar e maior dificuldade respiratória.


 Cianose (coloração azulada ou arroxeada) de extremidades (dedos, nariz,
lábios) por causa de baixa oxigenação sanguínea.
 Confusão mental ou desorientação (observado principalmente em idosos).
 Queda da pressão arterial.
 Aceleração do pulso ou da freqüência cardíaca.

26
Fatores de risco:

Idosos acima dos 65 anos e crianças muito novas têm maior risco de ter pneumonia.

O risco de ter pneumonia também aumenta nas seguintes situações:

 Portadores de doenças crônicas como diabetes, câncer, enfisema pulmonar


ou doenças cardiovasculares (infarto do coração ou derrame cerebral).
 Pessoas cuja imunidade esteja baixa (baixa defesa do organismo), como
portadores da AIDS e pessoas que utilizam medicamentos para quimioterapia ou
drogas imunossupressoras (no caso de câncer, transplante de órgão ou doenças
auto-imunes).
 Fumantes ou alcoólatras.
 Indivíduos internados em unidades de terapia intensiva (UTI).
 Pessoas expostas a certos tipos de produtos químicos (agrotóxicos, químicas
industriais) ou à poluição atmosférica.
 Politraumatizados ou que tenham sofrido alguma cirurgia ou lesão cerebral
importante.

Diagnóstico da pneumonia

O diagnóstico da pneumonia é baseado na história clínica e avaliação do exame


físico do paciente. Para auxiliar no diagnóstico, o médico geralmente pede uma
radiografia de tórax (ou raio-X de tórax) para confirmar a presença da pneumonia,
bem como sua localização e extensão.

Tratamento da pneumonia

O tratamento da pneumonia depende do tipo de microorganismo (germe) causador


da inflamação e infecção dos pulmões, da gravidade dos sintomas, da presença de
outras doenças associadas, local de contaminação (comunidade ou hospital) e grau
de comprometimento dos pulmões.

As pneumonias mais freqüentes são as bacterianas. Nestes casos é necessário o


uso de antibióticos para combater a infecção. Após o início do tratamento, espera-se
uma melhora dos sintomas dentro de 48 a 72 horas.

Na maioria das vezes, as recomendações de tratamento são relacionadas ao


repouso, dieta adequada e a ingesta de líquidos para melhor recuperação.

Prevenção da pneumonia

 Vacina contra gripe: muitas vezes uma gripe ou resfriado podem acabar
levando a um quadro de pneumonia. Desse modo, a vacinação contra gripe,
principalmente em idosos, é uma boa maneira de se prevenir a pneumonia.
 Vacina contra o pneumococo: o pneumococo é a principal bactéria
causadora de pneumonia. Esta vacina também está disponível para aplicação,
visando prevenir a pneumonia pneumocócica. É recomendada para maiores de 65
anos ou pessoas que tenham algum tipo de fator de risco para adquirir pneumonia:
como doenças pulmonares crônicas, doenças cardiovasculares, doenças renais,

27
diabetes, anemia falciforme, alcoolismo, cirrose hepática, pessoas que tiveram o
baço retirado por algum motivo ou caso haja alguma doença que cause queda da
imunidade corporal (como a AIDS, linfomas, leucemias, alguns tipos de câncer, uso
crônico de esteróides, quimioterapia ou radioterapia, transplante de órgão ou
transplante de medula óssea).
 Lavagem das mãos: as mãos quase sempre estão em contato com os
microorganismos (germes) que podem causar pneumonia. Estes microorganismos
penetram no corpo através do toque dos olhos, boca ou nariz. Desse modo, lavar
bem as mãos com água e sabão ajuda a prevenir a pneumonia.
 Não fumar: o cigarro causa lesões ao pulmão, reduzindo as defesas naturais
do organismo contra infecções respiratórias.
 Ter uma boa qualidade de vida: ter uma vida tranqüila, fazer uma dieta
adequada e praticar atividades físicas regularmente ajudam a aumentar as defesas
do organismo, fortalecendo o sistema imune e prevenindo infecções.

Cuidados de enfermagem:

 Oferecer e encorajar a ingestão de líquidos (6 a 8 copos ao dia);


 Estimular mudança de decúbito de 2/2 horas, quando o cliente apresentar
bom nível de consciência;
 Encorajar mobilização no leito e atividade física conforme tolerado;
 Orientar ou apoiar o tórax do cliente durante a tosse;
 Fazer avaliação respiratória pela ausculta;
 Incentivar a prática da respiração profunda e tosse eficaz.
 Aspirar naso e orofaringe a intervalos curtos.
 Orientar e encorajar o cliente a repousar o máximo possível;
 Observar alterações na FR, FC, ocorrência de dispnéia, palidez ou cianose e
disritmia, durante a atividade;
 cuidados com a oxigenoterapia;
 orientar o paciente a utilizar lenços de papel e descartá-los corretamente.

28
OS GIGANTES DA GERIATRIA

1. INSTABILIDADE

Instabilidade postural e quedas são importantes marcadores de diminuição de


capacidade funcional e fragilidade em pessoas idosas. Por essa razão, a referência
da ocorrência de queda sempre deve ser valorizada.

A avaliação da queda visa:


a) Identificar a causa que levou a queda e tratá-la.
b) Reconhecer fatores de risco para prevenir futuros eventos, implementando
intervenções adequadas.

Quedas

A queda representa um grande problema para as pessoas idosas dadas as suas


conseqüências (injúria, incapacidade, institucionalização e morte) que são resultado
da combinação de alta incidência com alta suscetibilidade à lesões.

Cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta para 40%
entre os idosos com mais de 80 anos. As mulheres tendem a cair mais que os
homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as freqüências se igualam.
Dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização e desses, apenas metade
sobreviverá após um ano.

Causas

• Relacionadas ao ambiente.
• Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha.
• Tontura/vertigem.
• Alteração postural/hipotensão ortostática.
• Lesão no SNC.
• Síncope.
• Redução da visão.

Os fatores de risco
Fatores intrínsecos: decorrem das alterações fisiológicas relacionadas ao avançar da
idade, da presença de doenças, de fatores psicológicos e de reações adversas de
medicações em uso. Podem ser citados:

• idosos com mais de 80 anos;


• sexo feminino;
• imobilidade;
• quedas precedentes;
• equilíbrio diminuído;
• marcha lenta e com passos curtos;
• fraqueza muscular de MMII e MMSS;
• alterações cognitivas;
• polifarmácia;

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• uso de sedativos, hipnóticos e ansioliticos.

Fatores extrínsecos: relacionados aos comportamentos e atividades das pessoas


idosas e ao meio ambiente. Ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados e
mal construídos, com barreiras arquitetônicas representam os principais fatores de
risco para quedas.

Os riscos domésticos mais comuns que devem ser objeto de atenção das equipes
de Atenção Básica são:

• Ausência de reflexos de proteção;


• Densidade mineral óssea reduzida – osteoporose;
• Desnutrição;
• Idade avançada;
• Resistência e rigidez da superfície sobre a qual se cai;
• Dificuldade para levantar após a queda.

Como avaliar:

• Equilíbrio sentado
• Levantar
• Tentativas para levantar
• Assim que levanta (primeiros 5 segundos)
• Equilíbrio em pé
• Olhos fechados (pessoa idosa em pé, com os pés juntos)
• Girando 360

2. IMOBILIDADE

Incapacidade de se deslocar sem o auxílio de outra pessoa, com finalidade de


atender às necessidades da vida diária. Pode o paciente estar restrito a uma
poltrona ou ao leito.

Fatores Predisponentes:

 Osteoartrose
 Doenças reumáticas
 Seqüelas de fraturas
 DPOC, ICC, AVC e Infecções
 Desnutrição e Desidratação
 Parkinson, Demência e Depressão.
 LONGOS PERÍODOS ACAMADOS

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Conseqüências:

 Depressão
 Confusão mental
 Hipotensão e constipação intestinal
 Incontinência e Infecção Urinária
 Trombose Venosa e embolia pulmonar 20% das mortes em acamados.
 Pneumonia e broncoaspiração
 Úlcera de pressão- escaras
 Atrofia muscular- sarcopenia

Conduta:

 Mudança de decúbito a cada 2h


 Colchão de água e casca de ovo
 Óleos e hidratantes
 Curativos apropriados.
 Aporte hídrico, metabólico e protéico.

3. INCONTINÊNCIA URINÁRIA

A Incontinência Urinária pode ser definida como “a perda de urina em quantidade e


freqüência suficientes para causar um problema social ou higiênico”. Pode variar
desde um escape ocasional até uma incapacidade total para segurar qualquer
quantidade de urina. Ela se deve, com freqüência, a alterações específicas do corpo
em decorrência de doenças, uso de medicamentos ou pode representar o início de
uma doença.

Estima-se que entre as pessoas idosas, a prevalência de IU é de aproximadamente


10 a 15% entre os homens e de 20 a 35% entre as mulheres. Idosos
institucionalizados e os providos de internação hospitalar recente, apresentem
incontinência urinária de 25 a 30%.

Ao menos que sejam investigados, as pessoas não relatam Incontinência Urinária. A


ocorrência de Incontinência Urinária tende a aumentar à medida que aumentam o
número de medicamentos em uso e as comorbidades.

Conseqüências: predispõe à infecções, do trato urinário e genital; provoca


maceração e ruptura da pele; facilita a formação de úlceras por pressão, celulites;
contribui para disfunção sexual e para perda da função renal; afeta a qualidade do
sono (normalmente interrompendo-o) e predispõe à ocorrência de quedas.

Causas:

Entre as mulheres - danos secundários à partos, cirurgias, radiação, tabagismo,


obesidade, distúrbios neurológicos, da redução da vascularização e hipotrofia dos
tecidos que revestem e envolvem a uretra, a bexiga e a vagina e outros.

31
Entre os homens - o aumento da próstata, alterações da mobilidade, da destreza
manual (dificultando a retirada rápida das vestes), da motivação e a tendência a
excretar maiores volumes após deitar-se (em conseqüência da maior filtração renal)
também predispõem a pessoa idosa à incontinência.

Outras causas: medicamentos, depressão, excesso urinário, distúrbios mentais.

Pesquisar:

 Como ocorre a perda urinária (descreva o problema)?


 Há quanto tempo ocorre?
 Quantas vezes ela ocorre ao dia?
 Há consciência da necessidade de urinar antes do escape?
 Usa fraldas ou outros absorventes para evitar acidentes?
 Evita situações sociais por causa dessa problema?
 Há uma infecção do trato urinário agora?
 É mais difícil controlar a urina ao tossir, se esforçar, espirrar ou rir?
 É mais difícil controlar a urina quando se está correndo, pulando ou
caminhando?
 Que cirurgias já realizou? Que lesões teve?
 Que medicamentos usa?
 Costuma tomar café? Quanto?
 Ingere bebidas alcoólicas? Quanto? Com que freqüência?

Medidas gerais devem fazer parte da orientação de todas as pessoas com


incontinência e incluem:

• Evitar ingestão de grandes quantidades de líquidos quando não houver


disponibilidade de banheiros acessíveis.
• Evitar alimentos como cafeína e bebidas alcoólicas.
• Tratar adequadamente quadros de constipação intestinal crônica.

4. INSUFICIÊNCIA CEREBRAL

Demência

A demência é uma síndrome clínica decorrente de doença ou disfunção cerebral, de


natureza crônica e progressiva, na qual ocorre perturbação de múltiplas funções
cognitivas, incluindo memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação,
compreensão, cálculo, linguagem e julgamento.

A demência produz um declínio apreciável no funcionamento intelectual que interfere


com as atividades diárias, como higiene pessoal, vestimenta, alimentação,
atividades fisiológicas e de toalete.

32
Entre as pessoas idosas, a demência faz parte do grupo das mais importantes
doenças que acarretam declínio funcional progressivo e perda gradual da autonomia
e da independência.

São causas reversíveis de demência:

• Uso de medicamentos (psicotrópicos e analgésicos narcóticos).


• Metabólica (distúrbio hidroeletrolítco, desidratação, insuficiência renal ou hepática e
hipoxemia).
• Neurológica (hidrocefalia de pressão normal, tumor e hematoma subdural crônico).
• Infecciosas (Meningite crônica, AIDS, neurossífilis).
• Endócrinas (doença tireoidiana, doença paratireoidiana, doença da adrenal e
doença da pituitária).
• Nutricionais (deficiência de vitamina B12, ácido fólico, tiamina e niacina).
• Alcoolismo crônico.
• Outras (DPOC, insuficiência cardíaca congestiva e apnéia do sono).

Diagnóstico

O diagnóstico diferencial entre demência vascular e doença de Alzheimer pode ser


difícil, sendo comum a coexistência das duas afecções. Geralmente, as pessoas
com problemas vasculares apresentam déficits mais intensos em testes de
movimentos repetitivos e dependentes de velocidade motora e de mecanismos
corticais e subcorticais, enquanto as pessoas com Alzheimer têm pior desempenho
em teste de memória verbal e repetição de linguagem.

5. IATROGENIA -

Conceito: patologia Provocada por Tratamento Médico. O uso indiscriminado e


excessivo de medicamentos em idosos, podem levar a efeitos colaterais e interações
perigosas. Com o envelhecimento, aumenta a probabilidade de ocorrência de
doenças crônicas e os idosos tomam mais medicamentos que adultos jovens. Em
média uma pessoa idosa toma de quatro a cinco medicamentos de receita e mais
dois de venda livre.

Alterações fisiológicas do envelhecimento, seja no sistema cardiocirculatório,


respiratório, renal ou no próprio sistema nervoso central, são as responsáveis pela
maior predisposição dos idosos às complicações durante a hospitalização. Essas
complicações se dão tanto nos tratamentos clínicos, quanto durante e após cirurgias,
inclusive determinando maior mortalidade.

À medida que as pessoas envelhecem, a quantidade de água no organismo diminui,


como certas drogas se dissolvem na água, com essa diminuição essas drogas ficam
mais concentradas; com a alteração dos rins e da função do fígado, as drogas ficam
mais tempo no organismo, aumentando com isso sua concentração, toxicidade e
efeitos colaterais.

33
O importante é ter consciência médica ao realizar prescrição, diminuir a quantidade
de medicamentos, melhorar a qualidade, explicar tanto para o idosos quanto para o
cuidador as dosagens, os efeitos a observar e com isso melhorar a qualidade de
vida, evitando a Iatrogenia.

34
PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS

Quando se pensa em acidentes domésticos, a preocupação mais freqüente é com


as crianças, esquecendo-nos que os idosos também correm riscos dentro de casa.
Quanto mais avançada for a idade, maior é a propensão de estar envolvido em
acidentes desse tipo. A explicação é simples: o processo de envelhecimento impõe
algumas limitações de caráter físico e com o passar dos anos, os músculos perdem
a elasticidade, os ossos ficam mais frágeis e a calcificação destes fica prejudicada

A maior parte dos acidentes com idosos acontece em casa – no interior da casa, nas
escadas, no jardim ou pátio. Esses acidentes, mesmo os menos graves, podem
debilitar a saúde do idoso, pois o organismo já não está preparado para
recuperações tão rápidas como as de pessoas de menor idade. Uma queda pode
provocar, por exemplo, uma fratura de fêmur ou do quadril, que pode exigir até que o
idoso fique imobilizado na cama por um longo período.

Causas mais freqüentes:

 Uso incorreto de facas de cozinha, causando ferimentos;


 Uso incorreto de produtos inflamáveis, causando queimaduras;
 Quedas de bancos ou cadeiras;
 Andar sobre pavimentos molhados, úmidos ou com cera;
 Andar sobre tapetes, sem superfície antiderrapante;
 Andar somente de meias;
 Usar chinelos ou sapatos muito soltos;
 Mobília instável;
 Gavetas abertas;
 Objetos deixados no caminho, principalmente entre o quarto e o banheiro;
 Má iluminação;
 Escadas com degraus de tamanhos diferentes;
 Fios elétricos ou de telefone deixados no chão;
 Banheira ou chuveiro sem barras de apoio ou tapete antiderrapante.

Recomendações

 Usar sapatos de saltos largos e que tenham calcanhares reforçados, fazendo


com que os pés não possam movimentar-se dentro dos sapatos;
 Colocar os móveis de modo a que possa movimentar-se pela casa sem
esbarrar em nada;
 Não andar sobre locais escorregadios, molhados ou encerados;
 Colocar em casa apenas tapetes com forro antiderrapante;

35
 Evitar comprar móveis que tenham rodas;
 As cadeiras devem ficar a uma altura nem muito elevada, nem muito próxima
do chão;
 Colocar barras de apoio na banheira ou chuveiro;
 Usar tapetes em borracha, antiderrapante, no chuveiro e na banheira;
 A casa deve estar bem iluminada, principalmente nas vias de acesso entre
cada uma das divisões;
 As escadas devem ter um corrimão seguro, degraus antiderrapantes e
estarem bem iluminadas;
 Usar óculos sempre que não conseguir ver um local de maneira nítida;
Não deixar gavetas abertas;
 Não deixar no chão fios elétricos ou de telefone;
 Manter os locais e passagens livres de buracos, fendas e outras
irregularidades que o possam fazer tropeçar;
 Prestar atenção aos movimentos inesperados de animais, crianças e
bicicletas;
 Colocar interruptores de luz próximos da cama, evitando ter que caminhar no
escuro.

Importância da alimentação e da prática de exercício físico

A prática de exercício físico é recomendada em qualquer idade, mas sobretudo em


idades mais avançadas. Para fortalecer os ossos e músculos, fazer caminhadas e
outros exercícios físicos de baixo impacto auxiliam na destreza e condicionamento
físico.

A alimentação também merece atenção. Ela deve conter uma grande quantidade de
alimentos que sejam fontes de cálcio, pois desse modo o idoso previne a
osteoporose.

36
A RELAÇÃO IDOSO-CUIDADOR

1. Como se caracteriza o envelhecimento?

O envelhecimento é um processo de diminuição progressiva de habilidades motoras,


sensitivas e de conhecimento. Isto pode levar a:

• apego aos próprios valores;


• dificuldade de aceitar o novo;
• supervalorização da própria história de vida;
• conflitos com a realidade atual.

2. O que ocorre com a pessoa, no aspecto emocional, no processo de


envelhecimento?

As mudanças mais encontradas são:

Labilidade Mudança rápida de humor, explosão diante


afetiva de estímulos insignificantes.

Depressão Prostração, alteração do apetite e do sono,


auto- estima baixa, falta de interesse pelo
que se passa
A sua volta, irritabilidade, forte sentimento de
culpa.

Comportamento Diminuição da capacidade em se adaptar a


de queixa realidade e a frustrações, tendo como
conseqüência queixas freqüentes.

3. Quais as reações mais comuns no idoso que adoece e se torna


dependente?

Nestas situações, o idoso apresenta várias reações:

Reações O que ocorre? Como proceder?

Sentimento de Acha que está Evite fazer queixas


culpa incomodando e os em sua presença.
problemas da família Reforce os
são devidos a sua aspectos
doença. saudáveis de sua
personalidade.

37
Primitivização Comportamento de Reforce suas
da “mimo” e resistência habilidades e
personalidade em assumir sua parte estabeleça limites.
no tratamento.
Depressão Pode ser patológica Consulte um médico.
ou reativa.

Irritabilidade e Como não consegue Procure mantê-lo


agressividade lidar com as perdas ciente de seus
impostas pela exageros e suas
doença, “atacam” conseqüências. Não
(verbal ou havendo melhora,
fisicamente). consulte um médico

Inveja e ciúme Não aceita que os Estabeleça limites.


demais se divirtam, Mantenha o idoso
trabalhem e se em atividade.
interrelacionem. Garanta que ele
Supervalorizam sua não está sozinho.
impotência e
solicitam demais do
cuidador

4. Como proceder quando o idoso-dependente solicita demais do


cuidador?

Quando o idoso solicita sua presença a todo instante, sem uma necessidade clara,
é interessante que o cuidador procure aumentar o tempo de espera a cada solicitação,
de forma progressiva e contínua (por exemplo, 5 minutos por dia); assim, a pessoa
dependente precisará suportar períodos cada vez mais longos entre seu pedido e a
resposta e o aumento de sua ansiedade.

ORIENTAÇÕES AO CUIDADOR SOBRE O PACIENTE

Não descarregue seu estresse no paciente! Reconheça e não ultrapasse seus limites!
Respeite a dor do paciente. Ela e subjetiva e pode ser um importante sinal. Estabeleça
limites com o paciente.
Observe se a tristeza do paciente assume ares de prostração e interfere em sua
disposição. Avise o medico.
Use o senso de humor; ria com o paciente; ria da vida, sempre com respeito. Procure
proporcionar bem-estar e satisfação com a vida.
Varie os estímulos; saia com o paciente; veja filmes, ouça músicas, notícias, etc.
Mantenha o idoso integrado ao mundo.

38
CUIDADOS NO MANUSEIO DOS MEDICAMENTOS DO IDOSO

1. O que o cuidador deve saber antes de administrar um medicamento


no idoso?

O cuidador deve:

• conferir o nome do medicamento e a data de validade;

• confirmar a dose a ser administrada;

• se o medicamento for dado à noite: nunca fazê-lo com as luzes apagadas;

• lavar as mãos antes de pegar no medicamento.

2. Como conservar um medicamento?

Você deve:

• mantê-lo em sua embalagem original, em lugar fresco e arejado;

• evitar guardar medicamentos em geladeira (a menos que seja indicado); se


isso for necessário, coloque-o dentro de um plástico;

• evitar guardá-lo no armário do banheiro;

• ao usar bolsa de pano, carregar o medicamento dentro de um plástico;

• ao viajar, não colocá-lo no porta-luvas.

3. Como deve ser administrado um medicamento por via oral?

Comprimidos • devem ser tomados com água; • não


e cápsulas macerar o comprimido; • não abrir as
cápsulas.

Gotas • podem ser diluídas com pouco de água; • seguir


o número de gotas prescrito; • não administrar
direto na boca.

Líquido • administrar sempre a medida prescrita; •


(xaropes, após, pode-se dar um pouco de água.
solução,
suspensão)

39
4. E os colírios, como devem ser administrados?

Para os medicamentos a serem aplicados nos olhos deve-se:

• inicialmente, lavar as mãos;


• aquecer o produto nas mãos;
• instilar nos olhos o número de gotas indicado;
• não encostar o bico do frasco nos olhos;
• observar o prazo de validade, depois de aberto, dado pelo fabricante (se o
(Fabricante não der o prazo de validade, não usar mais do que sete dias).

5. Como administrar os medicamentos para os ouvidos?

Ao instilar o medicamento no ouvido, deve-se:

• inicialmente, lavar as mãos;


• deitar a cabeça para o lado oposto ao ouvido a ser tratado;
• instilar as gotas recomendadas sem encostar o conta-gotas na orelha;
• não utilizar, após aberto, no prazo superior a 15 dias;
• não colocar algodão seco para tampar; ele pode absorver o medicamento.

6. Como proceder com os medicamentos para uso nasal?

O cuidador deve seguir as seguintes orientações:

• inicialmente, lavar as mãos;


• pedir ao idoso para que assue o nariz;
• estender a cabeça para trás e manter por um minuto após aplicar o medicamento;
• instilar nas narinas, o número de gotas indicado;
• se o idoso sentir o gosto do remédio na boca, isto é normal;
• não abuse do uso destes produtos;
• depois de aberto, o medicamento não deve ser utilizado após 15 dias.

7. E os produtos dermatológicos, como aplicá-los?

Estes medicamentos são aplicados sobre a pele e seguem as seguintes


observações:

• lavar a região onde será aplicado o produto;


• usar cotonete ou palito de sorvete para aplicar os cremes ou pomadas;
• se você sentir cheiro ácido, o produto deve ser desprezado;

8. Como devem ser aplicados supositórios?

A utilização via retal de supositórios deve seguir as seguintes instruções:

• inicialmente, lavar as mãos;


• retirar o supositório do invólucro;
• com a pessoa deitada de lado, introduzir o medicamento no ânus;
40
• juntar as nádegas por alguns instantes;
• se o supositório sair inteiro deve-se colocar outro;
• se o supositório estiver amolecido, pode-se colocá-lo na geladeira

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NOÇÕES DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA O CUIDADOR DO IDOSO

BANHO NO LEITO

1. Quais as finalidades do banho no leito?

O banho no leito deve ser aplicado no paciente idoso para:

• proporcionar conforto e bem-estar;


• remover sujidades aderidas à pele e odores desagradáveis;
• estimular a circulação;
• remover células mortas e microorganismos;
• favorecer a transpiração.

2. O que o cuidador deve saber sobre o banho no paciente idoso?

A rotina do banho é essencial. Procure aplicar o banho sempre no mesmo horário e


não mude a maneira de conduzir o banho. Assim, o cuidador deve:

• na medida do possível, deixar que o idoso realize (quando estiver em condições)


a tarefa de banhar-se. A melhor maneira de o cuidador agir, é na condição de
incentivador e auxiliar;

• antes de chamar o idoso para o banho, o cuidador deverá preparar tudo nos
mínimos detalhes; se os objetos necessários não estão a Mao (sabonete, xampu,
toalha, roupas limpas), corremos o risco de ter que deixar o idoso sozinho e
molhado num ambiente potencialmente perigoso;

• quando se está preparando o banho, todas as ações devem ser explicadas em


voz alta, falando clara e pausadamente, uma a uma;

• Banho de chuveiro, com água em abundância e temperatura agradável são


requisitos indispensáveis;

• ao iniciar o banho, dependendo do grau de autonomia do idoso, deve-se pedir


que vá se despindo. As ordens devem ser bem claras: “Vamos tirar suas roupas”,
“Entre no box”, “Passe o sabonete nas axilas”;

• todas as ordens bem executadas devem ser acompanhadas de elogios; após o


banho, o cuidador deve oferecer a toalha, e pedir ao idoso que se seque,
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supervisionando principalmente entre os dedos dos pés e nas dobras do corpo.
Depois, oferecer roupas limpas, peca por peca, explicando onde colocar (a
camisa, as meias...) e ajudando-o se for necessário;

• o banho também é um ótimo momento para realizar uma revisão sistemática da


pele, unhas e cabelos, observando assim alguma lesão escondida, rachadura na
pele ou nos pés, hematomas ou algum outro trauma, escaras que estão
iniciando, micoses, etc;

• as unhas devem ser cortadas semanalmente;

• o cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses


(dentaduras) ou mesmo dentes naturais, bem como as gengivas, devem ser
rigorosamente observados, principalmente após as refeições;

• os cabelos devem ser lavados regularmente e revisados em busca de parasitas.


Os cortes do cabelo e da barba devem ser feitos periodicamente;

• quando o idoso não quiser fazer a sua higiene e nem deixar o cuidador faze- lo,
você deve manter postura determinada, evitando a confrontação e a discussão,
conduzindo com firmeza, passo a passo, a execução de toda a tarefa.

MUDANÇA DE DECUBITO

Decúbito lateral

• posicionar-se do lado para o qual se quer virar o idoso;


• aproximar o paciente para a beira oposta da cama;
• virá-lo para o seu lado, com movimentos firmes e suaves;
• apoiar as costas do idoso com travesseiro ou rolo de cobertor;
• colocar travesseiro sob a cabeça e pescoço;
• posicionar travesseiro entre as pernas e dobrar o membro inferior que está por
cima;
• manter fletido o membro superior que está em contato com o colchão.

Decúbito dorsal

• colocar o travesseiro sob a cabeça e pescoço;


• posicionar rolo de lençol embaixo dos joelhos e das pernas deixando os
calcanhares livres;
• colocar aro de borracha na região sacra;
• colocar suporte na região plantar;
• assegurar que os membros inferiores estejam alinhados;
• apoiar os braços sobre travesseiros com os cotovelos levemente flexionados.
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ARRUMAÇÃO DA CAMA

• abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho;


• utilizar lençóis limpos, secos, sem pregas e sem rugas;
• não deixar migalhas de pão, fios de cabelos, etc, nos lençóis a serem reusados;
• limpar o colchão, quando necessário, e deixar o estrado na posição horizontal;
• observar o estado de conservação do colchão, travesseiros e impermeável;
• não arrastar as roupas de cama no chão, nem sacudi-las;
• não alisar as roupas de cama, mas ajeitá-las pelas pontas.

CUIDADOS COM AS ELIMINAÇÕES INTESTINAIS E URINARIAS

O cuidador nunca deve causar constrangimento ou ficar com raiva do idoso, pois,
além de não ser culpa dele, pode deixá-lo também muito triste, pouco cooperativo e
até muito mais agitado. Outras dicas para o cuidador:

• se o idoso se perde, não sabendo onde fica o banheiro e não chega a tempo,
uma das dicas é sinalizar bem a porta do banheiro, com palavras grandes e
chamativas ou colocar a própria figura de um vaso sanitário. À noite, deixe a luz
do banheiro acesa. Deixe o quarto do idoso mais perto do banheiro. Em alguns
casos, deve-se deixar o papagaio/comadre junto à cama. Facilite o uso do vaso,
com assentos altos e adaptados e barras laterais;

• não restrinja a ingestão de líquido, apenas para o idoso urinar menos; isto pode
provocar desidratação no idoso e piorar ainda mais seu quadro clinico;

• durante a parte do dia, procure levar o idoso, em intervalos regulares, ao


banheiro;

• procure vestir o idoso com roupas fáceis de retirar ou abrir. Velcro é uma ótima
opção, no lugar do zíper ou dos botões;

• o uso de fralda descartável geriátrica pode ser útil à noite; observar se a fralda
não amanhece muito cheia ou vazando, pois talvez seja necessária uma troca no
meio da madrugada;

• se o idoso não consegue ir até ao banheiro, para urinar ou evacuar, por


problemas diversos e a incontinência é mais severa, impõe-se o uso de fralda
geriátrica durante todo o dia (dia e noite). Nunca deixar fraldas molhadas no
corpo por muito tempo, evitando assaduras e feridas na pele. Uma boa higiene,
em cada troca, é muito importante, com o uso de água e sabonete para retirar
resíduos de fezes e de urina. Nas mulheres, a má higiene pode, inclusive, ser
causa de infecção urinária. Ao fazer a limpeza, sempre limpar a região anal de
frente para trás, isto é, da vagina para o ânus, evitando levar fezes para o canal
da uretra, contaminando a urina.

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Lembre-se:

• agitação pode ser um sinal de que o idoso quer urinar ou evacuar; se já usa fralda,
pode ser necessário trocá-la;

• evitar o estresse no idoso, manter hábitos alimentares regulares, ingestão


suficiente de fibras e líquido e exercícios diários são fatores que ajudam no controle
das eliminações intestinais e urinárias;

• o uso de medicamentos (tranqüilizantes, compostos com ferro, diuréticos, etc) pode


ser a causa das alterações dos hábitos intestinais e urinários; pergunte sempre ao
médico.

PROBLEMAS COM O SONO DO IDOSO

• reveja com o médico, as medicações que o idoso toma, pois uma mudança simples
de horário ou a retirada de algumas delas, dispensáveis, pode melhorar muito o
padrão de sono;

• observe se o idoso está desconfortável na cama, sentindo dor ou mal-estar, medo,


insegurança, falta de carinho ou a companhia de alguém no quarto;

• o idoso pode acordar para urinar várias vezes, e perde o sono; neste caso, procure
deixar o urinol ou papagaio perto de sua cama, evitando que ele vá ao banheiro;

• a ociosidade e o sedentarismo, durante o dia, podem piorar o padrão de sono


noturno; o exercício físico, a caminhada e ocupação de tempo com atividades
podem restaurar o sono perdido;

• faca o idoso evitar cochilos e deitar na cama ou no sofá, durante a parte do dia;
• faça-o evitar bebidas estimulantes à tardinha e a noite: café, chá-mate, e bebidas
alcoólicas;

• tristeza e depressão são grandes inimigos do sono; tratamento médico adequado é


primordial;

• se nada disto resolver, a ajuda de um médico, com uma prescrição de


tranqüilizante ou sonífero, pode contornar esta situação, estabilizando o padrão de
sono do idoso e melhorando a convivência familiar.

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Lembre-se:

• problemas de sono no idoso podem ocorrer em algumas épocas e não serem


permanentes;
• com paciência, a insônia do idoso pode acabar;
• agora, você cuidador, não cochile.

PROBLEMAS DE MEMÓRIA, DEPRESSAO, DEMÊNCIA

1. Como lidar com o idoso que está com problemas de memória?

Você de deve:

• estabelecer uma rotina para as atividades do idoso, com horários fixos para
dormir, comer, lazer, etc;
• tornar as tarefas mais simples e organizadas;
• inserir em seu dia-a-dia atividades manuais e exercícios mentais, como ler, jogar,
pintar. Tome cuidado para não sobrecarregá-lo;
• fazer intervalos entre as atividades;
• realizar atividades físicas (caminhadas, hidroginástica, etc.);
• manter um calendário grande em lugar de passagem e acompanhá-lo diariamente
para ver o dia, mês e ano;
• colocar os objetos de uso freqüente sempre no mesmo lugar. Desta maneira, será
mais fácil encontrá-los quando precisar;
• manter o período da noite calmo, com pouco barulho e poucas visitas.

2. Como manter um idoso ocupado?

Considere sempre as preferências da pessoa, respeitando seu grau de


dependência e siga as observações seguintes:

• todas as atividades devem estar de acordo com as habilidades e limitações do


idoso;
• se possível, busque aconselhamento com profissionais capacitados que
certamente terão condições de avaliar e indicar quais atividades poderão ser
executadas, segundo as limitações físicas e/ou mentais apresentadas;
• atividades domésticas simples como varrer, tirar o pó, devem ser ético- rajadas,
pois irão gerar no idoso um sentimento agradável de participação e utilidade. No
entanto você deve supervisionar estas atividades;
• atividades sociais fora de casa devem ser selecionadas, amigos ou parentes que
o acompanham devem ter plena consciência de suas limitações, para que possam
agir transmitindo calma e segurança;
46
• as atividades profissionais (desde que possível) devem ser incentivadas e o idoso
observado sutilmente, mesmo que, depois, você tenha que refazer a tarefa.

3. E quanto à depressão no idoso, é difícil reconhecê-la?

Sim. Porque ela pode se confundir com algumas doenças físicas, problemas de
memória, perda de pessoa da família ou amiga. Também a depressão no idoso
pode se expressar por cansaço, irritação, etc., confundindo com outras doenças.

4. Como pode se manifestar a depressão na pessoa idosa?

As principais manifestações, desde que não relacionadas a problemas físicos, são


alterações:

• do comportamento (abandono das atividades que lhe davam prazer, isolamento,


hostilidade);
• do pensamento (diminuição da concentração, preocupação com a memória,
dificuldade de tomar decisões);
• do humor (irritabilidade, perda da esperança com o futuro);
• Físicas (mudança de peso, dores de cabeça, no peito, etc.);
• do padrão do sono (não conseguir dormir, acordar muito cedo, dormir demais).

5. Como lidar com o paciente idoso que apresenta sintomas de depressão?

O cuidador deve:

• procurar o médico para que seja feito o diagnóstico corretamente e lhe dê todas
as orientações possíveis sobre como lidar com o problema;
• fazer que o idoso tome os medicamentos prescritos pelo médico corretamente;
• observar os movimentos do idoso deprimido com atenção, pois as tentativas de
suicídio são mais freqüentes nesta idade;

É sabido que o idoso com problemas de demência ou depressão pode apresentar


comportamentos como:

• chamar pelo cuidador várias vezes;


• ser teimoso, não obedecendo a ordens;
• ficar inativo e ou agressivo;
• ter insônia;
• não ter controle dos esfíncteres;
• ter coordenação motora inadequada (derrubar objetos, comida, etc.);
• perda de memória;
• perda de orientação espacial.

Em conseqüência disso, o cuidador também pode sofrer com isso e apresentar:

47
• tristeza: por vivenciar as perdas do paciente;
• raiva: diante das suas recusas;
• ansiedade: por espera de progresso do paciente, para sair da rotina do dia a dia
da doença;
• culpa: por ter pensamento e atitudes, às vezes, negativas;

E desenvolver:

• cansaço;
• insônia;
• perda de autocontrole;
• impotência;
• depressão;

6. O que fazer nestas situações?

• deixar o idoso ocupado.


• assistir a TV.
• ler jornais, ver noticias (caso não possa convencê-lo, faca por ele).
• oferecer-lhe revistas.
• ouvir música.
• se possível caminhar, tomar banho de sol e fazer alguns exercícios dentro de
seus limites.
• incentivá-lo a rezar (se o paciente for religioso).
• não responder pelo paciente.
• não fazer por ele o que ele pode fazer.
• sair de perto quando estiver perdendo o autocontrole e solicitar ajuda de outro
cuidador da família ou voluntário.
• sempre que possível revezar com alguém.
• procurar se informar a respeito da evolução da patologia.
• procurar recursos existentes na comunidade.
• conversar com familiares que também tenham seus doentes.
• tentar manter as atividades possíveis que o paciente executava como: dobrar
roupas, vestir-se e etc.
• tomar cuidado com seus gestos ou palavras; o paciente atento.
• revezar, entre os membros da família e amigos, horário com disponibilidade
interna para conversar, com o paciente, com muito carinho e ternura.

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HOME CARE

CONCEITO: modalidade de assistência em que os cuidados com o paciente


serão executados em sua própria residência ou em outro local não institucional.
Pode ser aplicado a pacientes de qualquer idade.

O movimento de Home Care surgiu nos Estados Unidos em 1947, na era do pós-
guerra, quando várias enfermeiras passaram a atender e cuidar dos pacientes em
casa pois os hospitais viviam cheios. Houve um salto de eficiência com este tipo
de tratamento, promovendo-se uma recuperação precoce do paciente e os custos
hospitalares reduziram drasticamente. As Seguradoras e Planos de Saúde
descobriram este nicho de diminuição de despesas e passaram a remunerar
quase todos os procedimentos de Home Care.

As enfermidades mais freqüentes em Home Care são aquelas advindas do


progressivo envelhecimento da população, as ditas crônicas como câncer,
seqüelados de AVC, doença de Alzheimer, escleroses (arteriais, cerebrais,
musculares, múltiplas). Presta também atendimento a pacientes terminais, aos
que precisam de suportes ventilatórios como os enfisematosos e asmáticos e
atendimento aos pacientes com HIV que não querem ser expostos publicamente.

Já se observa na internação domiciliar dados que demonstram uma importante


redução do tempo de doença do paciente isto é, a recuperação parece ser mais
rápida pois o atendimento é quase sempre personalizado com um profissional de
enfermagem 24 h exclusivo para o paciente.

Vantagens apresentadas:

 Reintegração da pessoa ao ambiente familiar

 Maior envolvimento de familiares no tratamento

 Diminuição do risco de infecção

 Possibilidade de redução de custos

 Maior satisfação dos clientes

 Atendimento personalizado 24 h

 A família que não precisa se desestruturar com deslocações complicadas

49
 É gratificante ver seu parente sendo acompanhado por equipes de
profissionais dentro da sua própria casa, sem ônus financeiro para a
família.

 O hospital fica com maior rotatividade de seus leitos, abrindo espaço para
pacientes instáveis

 A otimização dos leitos hospitalares acarretará uma maior margem de lucro


pelo fato do hospital não precisar elevar o seu efetivo de pessoal

 Os planos de saúde reduzem os custos hospitalares.

Segundo alguns autores, existem, na prática, pelo menos três modalidades de


Home Care:

A internação ou hospitalização domiciliar

A assistência domiciliar

HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIAR
Esta modalidade tem por característica principal a transferência, para o domicílio,
dos recursos empregados aos cuidados de um paciente em um hospital
convencional, em circunstâncias ideais para a continuidade do tratamento sem
perda de qualidade e efetividade.

Princípios da hospitalização domiciliar


Continuidade de cuidados

Os recursos disponibilizados devem corresponder à necessidade do caso e não


podem comprometer a qualidade da assistência prestada, uma vez estabelecido o
processo de continuidade.

Respeito aos valores familiares

Os princípios éticos profissionais devem prevalecer na relação profissional


família-paciente em respeito aos valores, hábitos e opiniões.

Caráter educativo

A prática dos cuidados deve contemplar aspectos educativos em seu processo,


no sentido de envolver pessoas com pleno conhecimento e familiarizadas com os
procedimentos. A comunicação permanente entre equipe e família facilita o
processo de alta e suas implicações.

50
O não cumprimento dos princípios da hospitalização domiciliar, ou uma
interpretação inadequada dos mesmos, pode acarretar certos riscos, que são
resumidamente:

Superproteção aos pacientes, especialmente crônicos ou anciãos, criando grupos


excessivamente "protegidos", com prejuízos a sua plena recuperação;

Duplicação da atenção, substituindo o cuidado ambulatorial (tanto da Assistência


Primária como da Especializada): por "comodidade" para o paciente e até para os
cuidadores. Exames e serviços que poderiam ser feitos no hospital ou posto de
saúde são levados até a casa do paciente, resultando em acomodação e
dificuldade de ressocialização;

Prolongamento da hospitalização domiciliar, no caso de pacientes com forte


componente social, isto é, que não contam com o apoio da família ou de
responsáveis. Com isso, acabam por não receberem alta, quando necessitariam
apenas de visitas domiciliares.

Objetivos da hospitalização domiciliar

Melhorar o aproveitamento dos recursos hospitalares, ao permitir a diminuição do


tempo de estada, a não-internação ou até a reinternação; com isso, os leitos são
mais rapidamente liberados para a utilização por outros pacientes, permitindo
uma reorganização da oferta de serviços hospitalares;

Efetuar o atendimento no "melhor lugar terapêutico", de forma integral,


personalizada e humanizada, ao mesmo tempo em que se aumentam, no
paciente, a autonomia, a independência sócio-familiar e o cuidado pessoal;

Servir de "ponte" entre o hospital e a assistência ambulatorial, contribuindo para


diminuir o isolamento e a falta de comunicação entre estes níveis;

Realizar a Educação para a Saúde, um objetivo que deve estar atrelado a


qualquer projeto da área. A hospitalização domiciliar tem a vantagem de poder
implantar o processo educativo em um cenário singular, a casa do paciente, onde
é mais fácil promover, por meio de contato direto, a aquisição de conhecimentos e
a modificação de hábitos e atitudes negativas, beneficiando as condições de
saúde e de cuidados pessoais.

Como Funciona:

Embora o eixo de toda Internação domiciliar seja feito pelo pessoal de


enfermagem, cabe ao Médico-Assistente a tarefa de indicar o momento exato que
seu paciente poderá ir para a Internação Domiciliar. Compete exclusivamente a

51
ele repassar para a chefia de enfermagem da instituição de Home Care todas as
suas rotinas, os medicamentos, as orientações médicas, além dos exames que
ele quer, e quando sejam feitos, e as datas que pretende visitar o paciente.
Caberá a enfermeira tomar todas as providências pertinentes, visitar a casa do
paciente, conversar com os familiares, providenciar todos os equipamentos
ergonômicos necessários (cama apropriada, postes de soros, bombas de infusão,
monitores, oxigênio etc...) para continuar o tratamento em casa. Estes
equipamentos têm que ser compatíveis com a residência da família para tornar o
ambiente apropriado e apto para continuar o tratamento do paciente.

O Prontuário Médico com os respectivos relatórios e anotações da enfermagem (e


dos outros profissionais envolvidos no caso) ficam na casa do paciente à
disposição do Médico Assistente. Qualquer intercorrência com o paciente, este
será prontamente notificado e dará as instruções ou tomará as medidas que achar
oportunas para a resolução do problema e continuação do tratamento ou até de
uma eventual re-internação.

A parte mais específica e mais difícil do Home Care é a "alta" do paciente. Isto
acontece quando a equipe (de acordo com o medico assistente) se retira da casa
do paciente e transfere os cuidados para o próprio paciente ou para familiares.
Todos os detalhes devem ser pormenorizadamente explicados e entendidos pelos
cuidadores. Aqui a resistência dos familiares é significativa. Por isso é necessário
muita experiência, eficiência e competência por parte das equipes especializadas
em Home Care quando da alta do paciente.

ASSISTÊNCIA DOMICILIAR

Esta modalidade corresponde aos serviços prestados em nível domiciliar aos


pacientes que já superaram a fase aguda do processo, mas ainda estão em
situação clínica delicada, necessitando de atenção constante, e aos portadores de
doença crônica que necessitem de cuidados específicos de baixa complexidade
ou em caráter paliativo e/ou profilático, com característica de média duração e
programação eletiva.

A assistência domiciliar terapêutica consiste em:

 Acompanhamento e cuidados de enfermagem;

 Visitas médicas esporádicas;

 Fisioterapia motora e/ou respiratória;

 Controle nutricional;

52
 Psicoterapia e tratamento de feridas;

 Tratamento da dor e reabilitação;

 Educação para uso de próteses;

 Controle de exames de rotina para doenças crônicas;

 Vacinação;

 Educação alimentar;

 Assistência ao idoso;

 Assistência ao deficiente físico;

 Outros.

PROCEDIMENTOS

 Administração de soros e medicamentos injetáveis

 Cuidados com cateteres vasculares e de diálise

 Passagem de cateter vesical de demora ou alívio

 Passagem de tubos (sondas) para alimentação

 Administração de dietas enterais

 Treinamento de auto-administração de insulina

 Coleta de urina e sangue para exames

 Lavagem intestinal

 Consultas médicas,

 Consultas de enfermagem

 Serviços de reabilitação

 Tratamento de feridas diabéticas ou vasculares

 Nutrição enteral e parenteral

 Fornecimento de equipamentos

53
 Fornecimento de medicamentos

 Fototerapia para recém-nascidos

 Exames clínicos,

 Aplicações de vacinas;

 Quimioterapia

 Respiração artificial

 Acompanhamento integral por profissionais especializados em


monitoramento contínuo.

CÓDIGO DE ÉTICA DO HOME CARE

Agir de uma maneira que inspire segurança, confiança, honestidade e respeito


dos pacientes, dos empregados, dos colegas profissionais, das organizações, do
público em geral e do sistema de entrega de serviços de saúde.

Proteger e preservar os direitos humanos de cada paciente, acreditando que os


direitos do ser humano são edificados com uma base fundamental de princípios:

 Respeito pela vida: todas as vidas são preciosas e devem ser respeitadas.

 Autonomia: todas as pessoas têm o direito de determinação própria.

 Beneficente: nós devemos tentar fazer o bem.

 Não-maleficiente: o dever de não causar danos físicos, morais e ou


espirituais.

 Fidelidade e devoção: responsabilidades profissionais e lealdade


incondicional.

 Justiça Distributiva: todas as pessoas devem ser tratadas com justiça;


pessoas não podem ser objeto de discriminação sem uma justa causa.

Interagir com o paciente de uma forma honesta dando valor é dignidade humana
baseada no respeito, simpatia e compaixão, sempre procurando suprir as
necessidades físicas, psicológicas e espirituais do paciente.

Cumprir com todas as leis e regulamentos que governam esta modalidade de


serviços, atividades profissionais e as leis da nação.

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Tratar todos os funcionários com dignidade e respeito, e prover oportunidades
profissionais baseado em competências de trabalho, sem discriminação de raça,
cor, religião, nacionalidade, sexo, idade ou deficiência física.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília : Ministério da Saúde,


2006.

BRASIL. LEI Nº 10.741, DE 01 DE OUTUBRO DE 2003.

CARROLL, Mary; BRUE, L. Jane. Enfermagem para idosos: guia prático. São Paulo:
Andrei, 1991. 198 p.

FORLENZA, O. V. e CARAMELLI, P. Neuropsiquiatria Geriatria. Editora Atheneu,


2001

JUNIOR, M. S. e NETO, M.R.L. Depressão na Terceira Idade – Lemos Editorial &


Gráfica Ltda.

KAUFFMAN, Timothy L.; Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2001

MATSUDO, V.G e MATSUDO, S. Prescrição e Beneficio da Atividade Física na


Terceira Idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, V. 04, p i9-30, i992

PAPALEO NETTO, Matheus. Gerontologia. São Paulo: Atheneu. 1996.

RODRIGUES, Rosalinda A. P.; DIOGO, Maria José D. Como cuidar dos idosos. 2.
ed. Campinas: Papirus, 1996. 128 p.

VITTA, A. Atividade Física e Bem Estar na Velhice. In: Néri, A.L. Campinas:
Papirus, 2000

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