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Anton Walter Smetak (Zurique, 12 de fevereiro de 1913 - Salvador, Bahia, 30 de maio de

1984) foi um músico suíço que viveu no Brasil a partir de 1937. violoncelista, compositor,
escritor, escultor e construtor de instrumentos musicais, Smetak lecionou na Escola de Música
da Universidade Federal da Bahia e influenciou toda uma geração de músicos brasileiros,
entre os quais Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Marco Antônio Guimarães.

Biografia

Filho de um casal checo que habitava a cidade de Zurique, Smetak desde cedo teve contato
com a música. Seu pai, exímio tocador de cítara, foi seu primeiro professor. Embora desejasse
tocar piano, um acidente que tirou a coordenação de sua mão direita fez com que estudasse
violoncelo. Formou-se no Mozarteum de Salzburgo e tornou-se concertista em 1934 no
Conservatório de Viena, junto a Pablo Casals.

Em 1937 ele é forçado a mudar-se para o Brasil, contratado por uma Orquestra Sinfônica de
Porto Alegre. Descobriu apenas após sua chegada que a orquestra já não existia mais. Passa a
viver em São Paulo e Rio de Janeiro, tocando em festas, cassinos, orquestras de rádio.
Acompanha cantores em gravações e chega a tocar com Carmem Miranda.

Em 1957 muda-se para Salvador, na Bahia, chamado por Hans Joachim Koellreuter, onde
passa a ser pesquisador e professor na Universidade Federal da Bahia. Lá conhece a teosofia e
passa a realizar pesquisas sonoras. Constrói uma oficina onde cria instrumentos musicais com
tubos de PVC, cabaças, isopor e outros materiais pouco usuais. Alguns dos instrumentos não
têm utilidade puramente musical. São esculturas influenciadas por sua forma mística de
encarar a música e as formas. Ao longo de sua permanência na UFBa, o músico construiu
cerca de 150 destes instrumentos, os quais chamou de "plásticas sonoras". Além disso atuou
como violoncelista na Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia e lecionava som
e acústica.

Também foi escultor e escritor. Participou em 1967 da I Bienal de Artes Plásticas de


Salvador. Escreveu mais de 30 livros, três peças teatrais

A partir de 1969, sua oficina passou a ser freqüentada por Gilberto Gil, Rogério Duarte e
Tuzé de Abreu. Além deles, também foram seus alunos Tom Zé, Gereba, Djalma Correia e
Marco Antônio Guimarães. Para executar seus instrumentos, criou, com os alunos da
Universidade o "Grupo de Mendigos" que realizou apresentações na Bahia e em São Paulo.

Em 1972, Caetano Veloso citou Smetak na canção "Épico": "Smetak, Smetak & Musak &
Smetak & Musak & Smetak & Musak & Razão".

Faleceu no dia 30 de maio de 1984 em Salvador. Suas "plásticas sonoras" encontram-se em


exposição na Biblioteca Reitor Macedo Costa, no Campus de Ondina, Salvador.

Música

Smetak foi muito influenciado pela mística esotérica. Acreditava que a música microtonal era
superior à tonal e construiu ou adaptou muitos instrumentos para a execução desse tipo de
música. Em sua oficina, tocava com seus alunos suas próprias composições e fazia
improvisações microtonais. Seus alunos o chamavam carinhosamente de "Tak Tak" em
referência à sua musicalidade.
Com sua excentricidade musical, angariou admiradores entre os músicos eruditos e populares.
Os artistas do Tropicalismo sempre o consideraram uma de suas mais fortes influências.
Marco Antônio Guimarães, um de seus alunos, também violoncelista, foi um de seus
seguidores mais fiéis. Em Belo Horizonte criou uma oficina instrumental nos moldes da de
Smetak e fundou o grupo Uakti.

Nos últimos dez anos de sua vida deixou de escrever partituras de suas composições,
preferindo a improvisação em grupo com seus instrumentos. Deixou uma série de gravações
dessas seções de improviso.

Gravou dois LPs: "Smetak (1975), com produção de Caetano Veloso e Roberto Santana e
"Interregno" (1980), com o conjunto Microtons.

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