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OUTROS SUBSCRITORES: JOSÉ PEDRO BARROS (ALMADA), JOÃO SILVA ANTUNES (ALMADA),
PEDRO CORREIA AZEVEDO (ALMADA), NUNO GONÇALO POÇAS (SEIXAL), TIAGO MIGUEL ALVES
(BARREIRO)
Entendemos, porquanto, que a necessidade de estabilização das contas públicas não pode
ser realizada hipotecando sucessivas gerações que pretendem uma maior qualificação, com
vista ao desenvolvimento como quadros técnicos do futuro.
A política educativa, à semelhança de todas as outras temáticas políticas, deve ser pautada
por exigência, rigor e transparência. Existe a urgente necessidade de atacar a despesa do
Estado mas não de uma forma arbitrária; é preciso fazê-lo resolvendo as questões de fundo,
sem atacar ferozmente os que mais precisam e menos têm, sendo o apoio social escolar o
balão de oxigénio para alcançar os seus objectivos.
Ademais introduz normas que agravam seriamente o regime de atribuição desses apoios,
nomeadamente:
- alargamento dos rendimentos a considerar (art. 2º), por exemplo, com uma ficção de
rendimentos prediais na habitação própria;
- capitação do agregado familiar, considerando que existem pessoas que valem somente por
meia, caso dos menores, e pessoas que valem 0.7 de pessoa, caso dos maiores de idade, sendo
que somente o requerente é considerado como uma pessoa (art. 5º).
Este documento teve como resultado objectivo o ataque aos bolsos das famílias, com claro
agravamento para famílias mais numerosas, reduzindo consideravelmente o valor final
atribuído. Houve também várias famílias que acabaram por ser excluídas de uma série de
apoios.
Assim, as bolsas de estudo do Ensino Superior Público são também alvo objectivo desta lei,
não favorecendo e dificultando o financiamento dos jovens neste contexto. As várias forças
partidárias foram unânimes nas críticas efectuadas à lei, à excepção do Partido Socialista; o
próprio Secretário de Estado do Ensino Superior considerou que a lei tinha que ser revista.
O processo eleitoral legislativo que se avizinha será mais um impasse nesta matéria, com
todo o manancial de processos associados, por exemplo, a tomada de posse, imediatamente
seguido das férias legislativas. Existe um sério risco de, no próximo ano lectivo, não serem
atribuídas bolsas de estudo!
Entendemos que é nosso dever e direito, pugnar para que os responsáveis políticos tenham
uma especial atenção a esta matéria e atendam o mais atempadamente possível à resolução
desta situação.
É obrigatório que o façam, caso contrário, poderemos ter para o próximo ano lectivo uma
ruptura total do sistema de acção social escolar do Ensino Superior Público, com grave dano
para os estudantes mais carenciados.
Este documento deverá ser enviado para a Comissão Política Regional do Partido Social
Democrata, Comissões Políticas Nacionais do Partido Social Democrata e Juventude Social
Democrata, Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Presidência do Conselho de
Ministros e Presidência da República.