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Unidade 2

Monitoramento e controle de processos


Bombas

S ão máquinas acionadas que recebem energia mecânica de uma fonte mo-


tora (máquina acionadora) e a transformam em energia cinética (movimen-
to), ou energia de pressão (força), ou ambas, e as transmitem ao líquido.
O uso de bombas hidráulicas ocorre sempre que se necessita aumen-
tar a pressão de trabalho de um líquido, para transportá-lo pela tubula-
ção, de um ponto a outro da planta, obedecendo às condições de vazão e
pressão requeridas pelo processo. Existem diversos tipos diferentes de
bombas, cada um adequado a uma determinada necessidade ou exigên-
cia do processo. Veja no lembrete abaixo.

LEMBRE-SE DISSO

✔ Vazão do líquido
✔ Diferencial de pressão necessária (carga)
✔ Características do líquido (viscosidade,
densidade, contaminantes etc.)
✔ Condições de temperatura e pressão
✔ Regime de funcionamento
✔ Flexibilidade operacional desejada

Vamos apresentar os diferentes tipos, com suas características básicas,


vantagens e desvantagens, com maior atenção para as bombas dinâmicas
centrífugas, que são as mais utilizadas em refinarias.
.......... ..........
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SE

AS

NA
I–P
ETRO
CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS

Quanto aos tipos

BOMBAS

Dinâmicas Volumétricas
ou turbobombas ou de deslocamento positivo

CENTRÍFUGAS ALTERNATIVAS ROTATIVAS

DE FLUXO AXIAL Pistão Engrenagens

DE FLUXO MISTO Êmbolo Lóbulos

PERIFÉRICAS Diafragma Parafusos

Palhetas
deslizantes

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Bombas volumétricas
ou de deslocamento positivo 2
Nestas, a movimentação de uma peça da bomba força o líquido a execu-
tar o mesmo movimento. O líquido sucessivamente preenche e é expulso

Monitoramento e controle de processos


de um volume no interior da bomba. Logo, existe uma proporcionalidade
entre a vazão de líquido e a velocidade da bomba.

Bombas alternativas
A peça que impelirá o fluido possui movimento alternativo. Utilizadas para
baixas vazões e elevado diferencial de pressão. Observe a Figura 16 e leia
a seguir as características das principais partes desse tipo de bomba.

P I STÃO FIGURA 16 BOMBA ALTERNATIVA


O impelidor é um pistão
que se desloca dentro de
TAMPA BIELA ARTICULADA
um cilindro. No movimen-
to de aspiração diminui a
PISTÃO COROA DENTADA
pressão na câmara, abre-
se a válvula direcional de ÁRVORE
DE ARRASTE
entrada e o líquido é admi-
tido. Em seguida, pelo mo-
vimento de recalque do
pistão, a pressão aumenta,
ANEL
abre-se a válvula direcio- INTERMEDIÁRIO

nal de saída e o líquido é PRESSIONADOR


CAIXA
expulso do cilindro. ROTOR
CAIXA

COROA DENTADA CABEÇA DA BIELA


Ê M BOLO
Ele tem o mesmo princípio
de funcionamento da bom-
ba de pistão, sendo que nesta o impelidor é um êmbolo que admite e ex-
pulsa o líquido, ocupando e desocupando um determinado volume den-
tro da câmara. Indicada para pressões mais altas.

D IAFR AG MA
O líquido é impelido por uma membrana, que por sua vez é acionada por
uma haste com movimento alternativo. Quando puxada, a membrana di-
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minui a pressão na câmara, abre-se a válvula direcional de entrada e o
líquido é admitido. Quando empurrada, a pressão aumenta, abre-se a
válvula direcional de saída e o líquido é expulso da câmara. Muito encon-
tradas com duplo diafragma e acionamento por ar comprimido. Utilizadas
como bombas dosadoras.

Bombas rotativas
As peças que impelirão o fluido possuem movimento rotativo. São utili-
zadas para elevado diferencial de pressão com vazões mais altas que as
alternativas. Observe a Figura 17 e leia a seguir as características das prin-
cipais partes desse tipo de bomba.

E N G R E NAG E N S
Consiste em duas engrenagens montadas em uma carcaça com pouquís-
sima folga. Com engrenagens lado a lado, no bocal de admissão, o fluido
é forçado a percorrer as laterais da carcaça pela rotação das engrenagens,
nos espaços entre os seus
FIGURA 17 BOMBA DE ENGRENAGENS
dentes. Na descarga o fe-
ÁRVORE DE CAIXA DA chamento dos dentes for-
ARRASTE BOMBA
ça a saída do líquido. As-
ENGRENAGEM
MOVIDA
sim, sucessivamente, os
dentes se abrem, admi-
tindo o líquido, o carre-
gam e o expulsam ao se
fecharem. Com velocida-
de fixa, a vazão é fixa.
Com engrenagem inter-
na e coroa externa excên-
tricas, o funcionamento é
parecido com os de pa-
lhetas deslizantes.

L ÓB ULOS
É o mesmo princípio das bombas anteriores, só que ao invés de engrena-
gens são montadas as peças denominadas lóbulos.
Observe na página ao lado a Figura 18.

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ETRO
BOMBA DE PALHETAS DESLIZANTES
2
FIGURA 18

PALHETA ROTOR CAIXA DE BOMBA

Monitoramento e controle de processos


ÁRVORE DE ARRASTE

P AR AFU SO S FIGURA 19 BOMBA DE PARAFUSOS


Consistem em dois para- ÁRVORE DE
CAIXA DA BOMBA PARAFUSO ARRASTE
fusos de acionamento,
montados dentro de uma
carcaça com pouquíssi-
ma folga e sem contato
entre os filetes, sincroni-
zados por engrenagens.
O líquido é admitido e os
filetes o expulsam pelo
bocal de saída. Indicadas
para fluidos de viscosida-
de elevada.

P ALH ETAS DE S LIZ ANTE S


Consistem em um cilindro montado excêntrico na câmara da carcaça, pos-
suindo cavidades radiais no seu entorno, onde são montadas palhetas re-
tráteis. O líquido é admitido no lado de maior folga da excentricidade,
sendo levado pelas palhetas e expulso à medida que a folga diminui.
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Bombas dinâmicas ou turbobombas
A energia é transferida para o líquido pela rotação de um eixo onde é mon-
tado um disco, com um certo número de palhetas ou pás, chamadas de
rotor ou impelidor. O que caracteriza os diferentes tipos de turbobombas
é a geometria do impelidor e suas palhetas, o que vai influenciar a forma
como a energia é transferida para o fluido e sua direção na saída do im-
pelidor. A vazão bombeada depende da construção da bomba e das ca-
racterísticas do sistema em que está operando. Observe a Figura 20 abai-
xo e a Figura 21 na página ao lado. Leia a seguir as características dos prin-
cipais tipos de turbobombas.

FIGURA 20 PEÇAS DAS TURBOBOMBAS

Bombas centrífugas
O líquido entra na bomba e é acelerado radialmente pelo impelidor, sen-
do a direção de saída do líquido perpendicular ao eixo. Usadas para dife-
renciais de pressão elevados com cargas relativamente baixas.

Bombas de fluxo axial


O líquido entra na bomba e é acelerado por arrasto pelo impelidor, sendo
a direção de saída do líquido paralela ao eixo.

Bombas de fluxo misto


Seu impelidor é uma composição dos dois tipos anteriores, sendo a dire-
ção de saída do líquido inclinada ao eixo.

Bombas periféricas
O impelidor com palhetas na periferia arrasta o fluido.

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FUNCIONAMENTO DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS
2
PARTES FUNDAMENTAIS
IMPELIDOR OU ROTOR – Impulsiona o líquido
CARCAÇA – Contém o líquido, envolvendo o impelidor, e dispõe dos bocais de entrada

Monitoramento e controle de processos


(sucção) e saída (descarga). Podem ser do tipo carcaça em voluta com região difusora ou
do tipo carcaça com pás difusoras, entre outras
EIXO – Atravessa a carcaça e se conecta ao impelidor, provendo movimento rotativo

FIGURA 21 PARTES DA BOMBA CENTRÍFUGA

FIXAÇÃO VEDAÇÃO
DO ROTOR DOS MANCAIS

TAMPA DA MANCAL AXIAL E


CARCAÇA RADIAL DE ALTA REFRIGERAÇÃO
PERFORMANCE DOS MANCAIS
ANÉIS DE
DESGASTE EIXO
SUBSTITUÍVEIS RÍGIDO

SELO MECÂNICO
TIPO CARTUCHO
PALHETA DOIS ANÉIS
CÂMARA DE VEDAÇÃO PESCADORES
ROTOR
FURO DE DRENO

FURO DE CARCAÇA

PRINCÍPIOS
As bombas centrífugas têm como princípio de funcionamento a criação de duas zonas de
pressão: uma de baixa pressão na sucção e outra de alta pressão na descarga (recalque).
Na partida é necessário que a carcaça da bomba e a tubulação de sucção estejam totalmente
preenchidas com o fluido a ser bombeado (escorva). O movimento rotativo do impelidor faz
com que as partículas de líquido sejam impulsionadas para fora. Esse movimento de
centrifugação cria um “vazio” na entrada (baixa pressão) e um “acúmulo” na saída (alta
pressão) pela redução da velocidade com o aumento de volume na carcaça (no difusor ou nas
pás difusoras). A baixa pressão succiona novas partículas vindas da tubulação, estabelecendo
um fluxo contínuo de líquido. A alta pressão permite que o fluxo de líquido vença as perdas
impostas pela tubulação e seus acessórios na descarga.

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CURVAS DE CARGA (H) X VAZÃO (Q)
Teoricamente, carga de uma bomba é definida como a energia por uni-
dade de massa que a bomba tem condições de fornecer ao líquido, para
uma determinada vazão.
No campo prático, é definida como a energia por unidade de peso (for-
ça) que a bomba tem condições de fornecer ao líquido, para uma determi-
nada vazão. Assim, as curvas “cargas x vazão” fornecidas pelos fabrican-
tes normalmente apresentam a carga com uma das seguintes unidades:

kgf . m/kgf = m ou lbf . ft/lbf = ft

Diz-se então que é a altura de coluna de líquido (m ou ft) equivalente


ao diferencial de pressão que a bomba fornece, para aquela vazão. Ou a
altura manométrica que a bomba consegue vencer naquela vazão.
Como a energia fornecida pelo eixo é constante, quanto maior a vazão,
maior a distribuição de energia pela massa de fluido e menor a carga, ou
diferencial de pressão, conseguida. Porém, a carga fornecida ao líquido
não varia de maneira linear com a vazão (curva teórica), pois existem di-
versas perdas hidráulicas no processo (Ph), devido ao comportamento do
líquido em relação ao impelidor e carcaça não ser ideal (escorregamento,
atrito interno, choques e turbulência), fazendo com que a variação da “car-
ga x vazão” tenha diferentes curvas (curvas reais). Com base no que você
acabou de ler, procure analisar a Figura 22.

FIGURA 22 CURVAS DE CARGA (H) X VAZÃO (Q)


Q

ESCORREGAMENTO E NÃO-UNIFORMIDADE

CHOQUES E TURBULÊNCIA

ATRITO INTERNO

CURVA REAL

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As curvas reais dependem dos detalhes construtivos das bombas e
podem ser estáveis – para cada carga apenas uma vazão – ou instáveis: 2
Planas (flat)

Monitoramento e controle de processos


Inclinadas
Ascendentes/descendentes (instáveis)
Descendentes

FIGURA 23 CURVAS REAIS

H H H H

Q Q Q Q

CURVAS DE POTÊNCIA ABSORVIDA

(Pot abs) X VAZÃO (Q)

A potência realmente absorvida pelo líquido, potência útil (Potu), pode ser
definida também em função da massa ou do peso.

Pot u =  . Q . H

Em energia
H
Massa

Pot u =  . Q . H

Em energia
H
Peso

 = massa específica
 = peso específico

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A potência absorvida pelo conjunto da bomba (Potabs) é igual à potên-
cia útil somada a todas as perdas de energia no conjunto da bomba. Além
das perdas hidráulicas (Ph), devemos considerar ainda:

P E R DAS VOLU MÉTR I CAS (Pv)


Uma parte da energia cedida ao líquido é perdida com a recirculação do
líquido entre as partes da bomba

P E R DAS M ECÂN I CAS (Pm)


Uma parte da energia se perde no atrito entre as partes em movimento,
nos mancais e sistema de vedação. Logo:

Pot abs = Pot u + Ph + Pv + Pm

Não se faz o cálculo exato das diferentes perdas;


a curva de Potabs é medida em bancadas de prova e
fornecida pelo fabricante do equipamento ATENÇÃO

CURVAS DE RENDIMENTO TOTAL

() X Vazão (Q)

Mostram o rendimento total da bomba em função da vazão, contabiliza-


dos os rendimentos hidráulico, volumétrico e mecânico:

 = h . v . m

Na prática é calculada pela relação entre a potência útil e a potência absorvida:

Pot u
h =
Pot abs

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FATORES QUE ALTERAM AS CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS
São alterações na geometria da bomba, no acionamento ou no fluido que 2
alteram seu desempenho e conseqüentemente suas curvas características,
passando de uma condição atual (1) para uma nova condição depois das

Monitoramento e controle de processos


mudanças (2).

Variação do diâmetro do impelidor (D)


Refere-se à troca de impelidores ou à sua usinagem para a redução do
diâmetro, sendo limitados pelo tamanho da carcaça e pela baixa eficiên-
cia para rotores pequenos (folga muito grande entre rotor e carcaça; logo,
muita recirculação):

( ( ( (
2 3
Q2 D2 H2 D2 Pot2 D2
= = =
Q1 D1 H1 D1 Pot1 D1

Outras mudanças geométricas no impelidor têm influência mais com-


plexa nas curvas e devem ser estudadas com o fabricante. O desgaste de-
vido ao tempo de vida da bomba reduz sua eficiência.

Variação da rotação do impelidor (N)


Refere-se a variações no acionamento. Às vezes são utilizados variadores de
velocidade nos motores para controlar o desempenho da bomba no sistema:

( ( 冑 冑
2 3
Q2 N2 H2 N2 Pot2 N2
= = =
Q1 N1 H1 N1 Pot1 N1

Variações nas propriedades dos líquidos


A variação da massa específica não altera a carga da bomba, ou seja, a ener-
gia cedida por unidade de massa de fluido continuará a mesma. Porém, a
potência absorvida pela bomba é diretamente proporcional:

Pot u =  .Q . H

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Com fluidos muito viscosos as bombas centrífugas aumentam bastan-
te a potência absorvida, reduzem a carga e diminuem um pouco a vazão
bombeada. Existem cartas de correção das curvas para uso das bombas
centrífugas com fluidos muito viscosos.

APRESENTAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS


As curvas de carga (H) x vazão (Q), potência absorvida (Potabs) x vazão
(Q) e rendimento total () x vazão (Q) são normalmente fornecidas pelo
fabricante da bomba em um único gráfico, em relação a um único eixo de
vazão, com valores para di-
versos tamanhos de rotor e FIGURA 24 CURVAS DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS
ainda com a curva de NPSH H (m) Ø648
60 70 75
(Net Positive Suction Head) 150 80
85 87
Ø630 88
requerido, que será visto 87
85
adiante. Em alguns casos a Ø570 80
100
potência e o rendimento são Ø500

apresentados em um conjun- 75

50
to de linhas que marcam as
faixas de valores (linhas de
isopotência e isorrendimen- 0
Q min
to). Observe a Figura 24.
NPSH (m)
Ø648
14
CURVA DO SISTEMA
10 Ø500
Temos de determinar a ener- 6
gia por unidade de peso, 2

que o sistema solicitará de


P (kW)
uma bomba em função da 1500
vazão de bombeamento. É
Ø648
denominada carga do siste- 1000 Ø630

ma (H) ou altura manométri- Ø570


500
Ø500
ca do sistema (AMT).
Ela varia em função da 0
0 500 1000 1000 1500 2000 2500 3000 3500
diferença de elevação entre Q (m /h) 3

os reservatórios de sucção e
descarga; da diferença de
pressões entre os reservatórios de sucção e descarga; e das perdas de car-
ga existentes na tubulação, devido às perdas por atrito e restrições.

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São estas diferenças e perdas que a bomba deve compensar. Várias
mudanças no sistema podem mudar sua curva característica: 2
Mudanças nas propriedades dos fluidos: diminuição da densidade re-

Monitoramento e controle de processos


duz o peso das colunas de líquido e altera os valores da perda de carga.
Aumento na viscosidade também aumenta a perda de carga etc.
Variações de níveis nos vasos de sucção e descarga
Variações de pressão nos vasos de sucção e descarga
Alterações nas linhas: aumento ou redução de restrição à passagem do
líquido, principalmente por válvulas de controle, aumenta ou reduz a perda
de carga

CAVITAÇÃO E NPSH
(Net Positive Suction Head ou Pressão Líquida Positiva na Sucção)
Em linhas gerais, o processo da cavitação pode ser definido da seguin-
te maneira:

Todos os fluidos processados na indústria, por mais “puros” que sejam,


sempre possuem uma pequena quantidade de impurezas e gases dissolvi-
dos. Essas impurezas e gases (núcleos) quebram a resistência do líquido à
formação de bolhas maiores, notadamente abaixo de um determinado va-
lor de pressão, chamada de pressão crítica. Esta pressão crítica normalmente
fica em torno da pressão de vapor do líquido à temperatura de operação.

Quando há uma redução da pressão do líquido até a pressão crítica, é


facilitada a formação de macrobolhas a partir das microbolhas de gases
existentes. Então, na veia líquida começam a aparecer mais e mais ma-
crobolhas à medida que a pressão cai.

Se a pressão é levada novamente a valores acima da pressão crítica, as


bolhas geradas entram em colapso, implodem. O líquido ao redor ocupa
o espaço deixado instantaneamente pelo gás, gerando ondas de choque
e microjatos de fluido. Quando este fenômeno ocorre na proximidade de
paredes metálicas, gera vibração, ruído e erosão nas peças envolvidas.
Quanto maior a intensidade da cavitação, maiores a vibração e o ruído, e
mais severa será a erosão.
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Nas bombas centrífugas, se a pressão na sucção chegar a níveis abai-
xo da pressão crítica do líquido, serão formadas as bolhas e, ao entrarem
no impelidor, serão subitamente pressurizadas, implodindo. Diz-se então
que a bomba está “cavitando”, com ruído, vibração, erosão severa e per-
da de eficiência.

A cavitação é um fenômeno indesejável e deve ser equacionado. Para


isto devemos garantir que a pressão do líquido na entrada do impelidor
(Pi) esteja acima da pressão crítica.
Tomamos a pressão de vapor do fluido na temperatura de operação (Pv)
como referência para a pressão crítica, pois esta não é determinada para
as condições práticas. Logo, Pi deve estar acima da Pv, considerando ainda
uma folga. Os fabricantes testam e calculam as perdas de carga da entra-
da da bomba até o impelidor, informando aos consumidores o NPSH re-
querido, ou seja, o mínimo de carga que deve haver acima da Pv no bo-
cal de sucção para que não se inicie a cavitação. Este valor depende uni-
camente da geometria da entrada da bomba e da vazão, sendo indicado
no gráfico da bomba como uma curva NPSHr x Q.
Quem seleciona a bomba deve calcular o NPSH disponível, ou seja, o
valor de carga acima da Pv existente no bocal de sucção. Este valor de-
pende unicamente do sistema: pressão e elevação do vaso de sucção, tem-
peratura do fluido, perdas de carga na linha de sucção etc. Como também
varia com a vazão, pode ser indicado em um gráfico NPSHd x Q.

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE TRABALHO E SELEÇÃO DA BOMBA


Podemos representar FIGURA 25 CURVAS DA BOMBA E DO SISTEMA
no mesmo gráfico as
curvas características H x Q sistema
da bomba e do sistema. t
O ponto de trabalho xQ
será determinado na Ht

interseção entre a cur- Pot x Q


Pot
va de carga da bomba
HxQ
e a curva de carga do
sistema. Observe a Fi-
Qt Q
gura 25.

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Este ponto indica a AMT fornecida pela bomba e a vazão de opera-
ção. Traçando uma reta vertical, identificamos o rendimento e a potên- 2
cia absorvida.
A reta vertical também cruza as curvas de NPSH requerido e disponí-

Monitoramento e controle de processos


vel e verificamos a folga (f) entre os valores:

f = NPSHd - NPSHr

f > 0,6 m (2ft) é aceitável

Quando há problemas em selecionar bombas com boa folga, pode-se


aumentar o NPSHd, modificando o projeto do sistema na sucção, ou redu-
zir o NPSH requerido, optando pelo uso de indutores (peças semelhantes a
rotores axiais ou mistos, instaladas à frente do rotor da bomba), ou reduzin-
do-se a rotação (só em casos especiais como bombas de condensado).
No projeto, determina-se a curva do sistema que atende às exigências
do processo e procura-se escolher nos catálogos dos fabricantes, do tipo
de bomba adequado ao serviço, o modelo cujas curvas atendam às neces-
sidades, na região de alta eficiência e com boa folga (f).
Para aplicações fora das soluções usuais oferecidas no mercado, “de
prateleira”, deve-se estudar cuidadosamente as alternativas. Como comen-
tado anteriormente, existem várias maneiras de modificar as curvas da
bomba e do sistema, visando adequá-las às exigências do processo.

ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS CENTRÍFUGAS


As bombas podem ser associadas em série ou em paralelo.

Associação em série: opção quando a altura manométrica é muito ele-


vada para a vazão requerida, acima dos limites alcançados por uma úni-
ca bomba disponível no mercado. A curva H x Q do conjunto correspon-
de ao somatório do head das bombas para as mesmas vazões

Associação em paralelo: opção quando a vazão é muito elevada para a


altura manométrica requerida, ou varia de forma definida, acima dos limites
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alcançados por uma única bomba disponível no mercado, oferecendo ainda
flexibilidade e segurança operacional. A curva H x Q do conjunto corresponde
ao somatório da vazão das duas bombas para os mesmos heads.

Características gerais das turbobombas

FIGURA 26 ANÉIS DE DESGASTE

ANÉIS DE DESGASTE

ANÉIS DE DESGASTE

ANÉIS DE DESGASTE

ANÉIS DE DESGASTE

ANÉIS DE DESGASTE

Este grupo de bombas responde pela maioria das aplicações, notadamen-


te as bombas centrífugas. Nesta Unidade será dada ênfase às bombas cen-
trífugas por serem maioria na instalação de refinarias. Ver a Figura 26.

Vantagens
São acionadas por motores elétricos sem modificadores de velocidade
Trabalham em regime permanente
Apresentam flexibilidade operacional devido às modificações que po-
dem ser feitas para que se adaptem às novas condições: restrição de vál-
vula na descarga, mudança do impelidor, variação de velocidade
Requerem menor manutenção do que as bombas alternativas
Cobrem ampla faixa de vazões
Apresentam relação de custo favorável

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2
Desvantagens
Baixa eficiência para vazões muito baixas e diferenciais de pressão
muito altos
Baixa eficiência para altas viscosidades

Monitoramento e controle de processos


Redução da sua capacidade pelos gases dissolvidos no líquido
Erosão acelerada causada pelos sólidos em suspensão
Inadequada quando se deseja vazão constante, independente de alte-
rações no sistema

DETALHES CONSTRUTIVOS DAS TURBOBOMBAS

Quanto à posição, podem ser:


Horizontais
Verticais

Quanto ao número de impelidores, as bombas podem ser de:


Simples estágio
Múltiplos estágios

FIGURA 27 DETALHE DE UMA TURBOBOMBA

.......... ..........
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Impelidor FIGURA 28 IMPELIDOR DE DUPLA SUCÇÃO
Já foi vista sua classifica-
ção em centrífugos, axi-
ais ou mistos. Os impeli-
dores podem ser:

Abertos
Semi-abertos
Fechados

E ainda:
Sucção simples
Dupla sucção

Carcaça
Os tipos construtivos são os seguintes:

E M VOLUTA
São as mais utilizadas pela eficiência, baixo custo e simplicidade mecâ-
nica, predominantemente para bombas de simples estágio. Devido aos
esforços radiais gerados por vazões diferentes da vazão de projeto, a va-
zão mínima para bombas com voluta é limitada em torno de 25% a 50%
da vazão de projeto.

C OM PÁS DI F U S O R AS
Possui pás difusoras fixas à carcaça, formando canais difusores para o lí-
quido que sai do rotor. Mais utilizadas em bombas de múltiplos estágios,
onde ainda possui uma parte chamada diafragma, para separar os estági-
os e redirecionar o líquido.

C ON CÊNTR ICAS
São baratas porém menos eficientes que as de voluta e com maiores es-
forços radiais.

E M DU PLA VOLUTA
Possui uma chicana intermediária, formando duas volutas defasadas de 180°.

.......... ..........
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M I STA CARCAÇA
2
FIGURA 29
É uma combinação de vo-
Partida axialmente
luta com pás difusoras.

Monitoramento e controle de processos


Podem ser ainda:
Partidas axialmente
Partidas radialmente

Eixo
O eixo transmite o movi-
mento do acionador para
o(s) impelidor(es), supor-
tando todas as partes ro-
tativas da bomba. O eixo se conecta ao acionador por meio de um acopla-
mento e é suportado por mancais. Como atravessa a carcaça para conec-
tar-se ao(s) impelidor(es), necessita de um sistema de vedação que evite
o vazamento do fluido da carcaça. Ver Figura 29.

Luvas de eixo
Têm o objetivo de proteger o eixo de corrosão, erosão ou desgaste, prin-
cipalmente em caixas de gaxetas onde há atrito com as gaxetas na pre-
sença do fluido bombeado ou de selagem. As luvas podem ter outros ob-
jetivos, como por exemplo atuar como espaçadores na montagem de vá-
rios impelidores em bombas de múltiplos estágios.

Anéis de desgaste
São “peças de sacrifício” colocadas nas extremidades que sofrem muito des-
gaste por erosão nas carcaças e nos impelidores. O aumento da folga entre
carcaça e impelidor permite maior recirculação, reduzindo o rendimento da
bomba. A colocação dos anéis torna mais simples e barata a manutenção.

Vedação por gaxetas


Sua função é evitar o vazamento do líquido bombeado (ou no caso de
operação com pressão, sucção inferior à pressão atmosférica, evitar a ad-
missão de ar). Composta por:
.......... ..........
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AS

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C AIX A DE G AX ETAS FIGURA 30 CAIXA DE GAXETAS
Acomoda os anéis de gaxetas
na parte posterior da carcaça
SOBREPOSTA

A NÉI S DE GA XETAS
Elementos de vedação de se-
GAXETAS
ção quadrada, que envolvem
o eixo ou luva de eixo dentro
da caixa de gaxetas

S OB R E POSTA
Atravessada pelo eixo e mon-
tada ao final da caixa de gaxe-
tas, comprime as gaxetas para dar o ajuste necessário. O aperto de ajuste
na sobreposta é feito de tal forma que permita um vazamento de 30 a 60
gotas de líquido por minuto, fazendo a lubrificação e refrigeração no con-
tato gaxeta/eixo

E em determinados casos ainda pode possuir:

B UC HA DE GARG ANTA OU DE F U N DO
Montada no fundo da caixa de gaxetas, próxima ao impelidor, restringe a
passagem do líquido bombeado

C ON EXÃO PAR A LÍQU I DO DE S E LAG E M


Usa-se líquido de selagem quando a pressão interna na carcaça é negati-
va, quando o fluido é abrasivo ou contém sólidos em suspensão, ou quan-
do o vazamento do fluido bombeado é indesejável (líquidos inflamáveis,
tóxicos, corrosivos etc.). Pode ser o próprio fluido bombeado, no caso de
água fria ou produto limpo (com conexões na própria bomba), ou um flui-
do disponível adequado para este fim (água ou óleo de selagem).

A N E L DE LANTE R NA
O anel bipartido perfurado, que distribui o líquido de selagem de manei-
ra uniforme no entorno do eixo, pode ser montado entre as gaxetas, pró-
ximo ao rotor (evitando a passagem de sólidos e impurezas), ou próximo
à sobreposta para reduzir a diluição do fluido bombeado.

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C ÂM AR A PAR A R E F R I G E R AÇÃO
São caixas de gaxetas com câmaras para passagem de fluido de refrige- 2
ração, usadas quando se deseja uma refrigeração mais eficiente do con-
junto de vedação.

Monitoramento e controle de processos


São indicadas para:

Produtos limpos ou que não oferecem restrições ao vazamento (não


perigosos)
Condições de operação suaves ou moderadas
Velocidades superficiais inferiores a 900 ft/min
Líquido com boas propriedades lubrificantes
Alta deflexão do eixo na caixa de gaxetas
Alta vibração
Serviço intermitente com produtos que se solidificam ou formam de-
pósitos

As gaxetas podem ser fabricadas de diversos materiais, tais como juta, li-
nho, algodão, borracha natural, neoprene, silicone, teflon, amianto, cobre,
alumínio, ente outros. Sua escolha depende da compatibilidade com o fluido
bombeado e seus contaminantes, além das condições de bombeamento.

Vedação por selo mecânico FIGURA 31 VEDAÇÃO


É aplicada em condições de bom-
beamento em que as deficiências Por selo mecânico
das caixas de gaxetas são excessi-
vas. Em linhas gerais, os selos me-
cânicos consistem em duas super-
fícies adjacentes (sedes), polidas,
montadas em posição perpendicu-
lar ao eixo, uma na parte estacioná-
ria da bomba e outra no eixo, giran-
do com ele. O contato contínuo en-
tre as partes é garantido por molas,
sendo mantido um selo fluido entre
elas, com atrito e vazamento míni-
mos. Veja a Figura 31.
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Compostos basicamente por:

C AIX A DE S E LAG E M
Acomoda o selo mecânico.

S E DE E STAC IO NÁR IA
Peça montada na sobreposta que possui a face polida estacionária.

S E DE ROTATIVA
Peça montada no eixo que possui a face polida rotativa.

M OLA
Mantém as sedes em contato. Pode ser montada mais de uma mola.

S OB R E POSTA
Atravessada pelo eixo e montada ao final da caixa de selagem, recebe a
sede estacionária.

Nos selos mecânicos existem três áreas que necessitam de selagem (ver
Figuras 32 e 33, na página ao lado).

E NTR E A S E DE E STAC I ONÁR IA E A CARCAÇA ( S E LO S EC U N DÁR IO E STÁTICO )

Usam-se juntas convencionais ou anéis tipo o-ring.

E NTR E A S E DE R OTATIVA E O E IXO ( S E LO S EC U N DÁR IO DI NÂM I CO )


Usam-se anéis tipo o-ring, cunha, anéis em “V” ou fole de borracha ou
elastômero.

E NTR E AS DUAS S U PE R FÍC I E S DE S E LAG E M E M MOVI M E NTO


É garantido por um filme lubrificante líquido formado entre as superfí-
cies polidas.

Tipos básicos de montagem:

I NTE R NA
A sede rotativa é montada dentro da caixa de selagem, ficando em conta-
to com o fluido, com melhor refrigeração e menor vazamento.

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E X TE R NA SELOS DE AÇÃO SIMPLES
2
FIGURA 32
A sede rotativa é montada fora da
caixa de selagem, não tendo conta-
to com o fluido, de fácil instalação e

Monitoramento e controle de processos


inspeção.

Tipo de selagem externa:

S I MPLE S
Um único selo mecânico montado.

D U PLO
A montagem é feita com dois selos
mecânicos para fluidos que não po-
dem passar para a atmosfera. Po-
dem ser montados face a face, costa a costa ou em série (tandem), pos-
suindo fluido de barreira entre eles, injetado para evitar o vazamento do
fluido bombeado.

N ÃO BALAN C EAD OS
Quando toda a pressão interna atua no sentido de juntar as faces. Para
fluidos de boas propriedades lubrificantes e baixas pressões.

B ALAN C EADOS FIGURA 33 SELOS DE AÇÃO DUPLA


Quando a força de fechamento é di-
minuída pela redução da área efeti-
va exposta à pressão interna que
atua no sentido de juntar as faces.

Pode possuir ainda:

C ON EXÕE S PAR A LÍQU I DO


DE S E LAG E M , R E FR IG E R AÇÃO ,

LAVAG E M , DR E NO E R E S PI RO

Usam-se para fazer lubrificação,


limpeza e refrigeração das faces de
selagem com fluidos externos.
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C ÂMAR AS PAR A R E FR IG E R AÇÃO
Caixas de selagem, sobreposta ou sede estacionária, com câmaras para
passagem de fluido de refrigeração. São usadas quando se deseja uma
refrigeração mais eficiente do conjunto de vedação.

São indicados para:

Produtos perigosos
Produtos caros
Líquidos com baixas propriedades lubrificantes
Gaxetas que gerariam alto atrito, consumindo potência
Altas temperaturas que inibem o uso de gaxetas
Condições de operação cíclicas

Mancais
Apóiam o eixo e suportam os esforços radiais e axiais que atuam sobre con-
junto rotativo. Garantem também as folgas entre as partes móveis e esta-
cionárias. Podem ser mancais radiais (de apoio), axiais (de escora) ou mis-
tos (combinação apoio e escora).
Os mancais de rolamentos são os mais usados para bombas centrífu-
gas comuns, quando a combinação de carregamentos elevados e veloci-
dade não é muito severa. São muito empregados rolamentos de esferas e
cilindros, de pistas simples e duplas e também os autocompensadores.
Os mancais de deslizamento são utilizados nas condições em que os de
rolamentos não são aconselhados e também em casos em que se empre-
ga o fluido bombeado para lubrificação.

Operação de bombas centrífugas


A operação de uma bomba centrífuga depende do tipo de bomba e do
serviço para o qual ela foi selecionada, bem como do sistema no qual ela
está instalada. Deve-se observar cuidadosamente os dados e procedimen-
tos definidos no manual de instalação, operação e manutenção fornecido
pelo fabricante, assim como nos manuais de operação da unidade. Serão
apresentados aqui passos básicos para uma visão global da operação de
bombas centrífugas.

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A operação compõe-se das fases de partida, acompanhamento e para-
da. Deve-se efetuar uma inspeção preliminar da bomba, observando: 2
Limpeza

Monitoramento e controle de processos


Segurança
Sentido de rotação do acionador
Sistema de lubrificação
Sistemas auxiliares (água de refrigeração, líquido de selagem, vapor
de aquecimento etc.)
Linhas de sucção e descarga e seus alinhamentos
Escorva da sucção

A partida pode ser manual ou automática. Para partida manual é ne-


cessário observar os principais passos:

Fechar drenos
Fechar válvula de descarga – lembrar que bombas axiais partem com
a válvula de descarga aberta
Abrir válvula de recirculação se necessário
Abrir válvula de sucção
Partir o acionador
Abrir válvula de descarga vagarosamente após a bomba alcançar ro-
tação normal
Fechar válvula de recirculação se necessário
Observar operação inicial do conjunto: vazamentos, temperatura, ruí-
do, vibração, aquecimento ou qualquer comportamento anormal etc.

No caso de partida automática tem-se apenas o passo partir, de forma


remota. Porém, é necessário colocar a bomba em condição de partida au-
tomática e realizar os passos não-automatizados, pois é importante obser-
var que na opção automático as válvulas sempre ficarão abertas, a menos
que se tenham acionadores com comando remoto.
O acompanhamento visa detectar anormalidades e evitar que uma
condição operacional inadequada se torne uma falha mecânica, ou uma
falha mecânica se agrave a ponto de danificar severamente o equipamento
e/ou causar acidentes. Dá-se pela observação e intervenção do operador,
com uso de instrumentos portáteis de monitoramento (como medidores de
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vibração, medidores de temperatura, avaliadores de ruído e detectores de
vazamentos) e de instrumentos residentes de monitoramento e proteção
(sensores instalados no equipamento e cabos transmitindo os sinais até a
estação de controle). As determinações de uso destes métodos são em
função da importância do equipamento e da política de operação e auto-
mação da empresa.

Os principais problemas que constituem falhas mecânicas são:

V AZAM E NTOS
Produto, lubrificante e água de refrigeração

V I B R AÇÃO
Cavitação, carga excessiva, carga muito baixa, desbalanceamento, desa-
linhamento, folgas inadequadas etc.

E ROSÃO
Cavitação, sólidos em suspensão

RUÍD O
Danificação dos mancais, atrito entre as partes móveis, cavitação

A QU EC I M E NTO EXC E S S IVO


Falha na lubrificação, excesso de lubrificante nos mancais, falha na refri-
geração, recirculação excessiva, bloqueio da descarga etc.

P E R DA DE E FI C IÊNC IA
Recirculação interna devido a desgaste dos anéis de desgaste, vazamen-
to excessivo etc.

A parada também pode ser manual ou automática. Na parada manual


é necessário observar os passos da partida na seqüência inversa. Na pa-
rada automática é preciso apenas parar pelo sistema de comando remoto.

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RESUMO

BOMBAS
1 2
DEFINIÇÃO
São máquinas acionadas que recebem energia mecânica de uma fonte motora (máquina
acionadora) e a transformam em energia cinética (movimento), ou energia de pressão (força),

Monitoramento e controle de processos


ou ambas, e as transmitem ao líquido, para transportá-lo pela tubulação, de um ponto a outro
da planta, obedecendo às condições de vazão e pressão requeridas pelo processo.

CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS QUANTO AOS TIPOS

1 BOMBAS VOLUMÉTRICAS OU 2 BOMBAS DINÂMICAS OU


DE DESLOCAMENTO POSITIVO TURBOBOMBAS
BOMBAS ALTERNATIVAS A energia é transferida para o líquido pela rotação
A peça que impelirá o fluido possui movimento de um eixo, onde é montado um impelidor.
alternativo.
Centrífugas – O líquido é acelerado
Pistão – O impelidor é um pistão que se radialmente pelo impelidor, sendo a direção
desloca dentro de um cilindro de saída perpendicular ao eixo
Êmbolo – O impelidor é um êmbolo que De fluxo axial – O líquido é acelerado por
admite e expulsa o líquido, ocupando e arrasto pelo impelidor, sendo a direção de
desocupando um determinado volume saída paralela ao eixo
Diafragma – O líquido é impelido por uma De fluxo misto – Seu impelidor é uma
membrana, acionada por uma haste com composição dos dois tipos anteriores,
movimento alternativo sendo a direção de saída inclinada ao eixo
Periféricas – O impelidor com palhetas na
periferia arrasta o fluido
BOMBAS ROTATIVAS
As peças que impelirão o fluido possuem
movimento rotativo.
Engrenagens – Consiste em duas 3 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
engrenagens montadas em uma carcaça DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS
com pouquíssima folga. O fluido é forçado
a percorrer as laterais da carcaça pela Impelidor – Impulsiona o líquido
rotação das engrenagens, nos espaços Carcaça – Contém o líquido, envolvendo o
entre os seus dentes impelidor, e dispõe dos bocais de entrada
Lóbulos – Mesmo princípio das bombas (sucção) e saída (descarga)
anteriores, só que ao invés de engrenagens Eixo – Atravessa a carcaça e se conecta ao
são montadas as peças denominadas lóbulos impelidor, provendo movimento rotativo
Parafusos – Consiste em dois parafusos de Criação de duas zonas de pressão pelo
acionamento montados em uma carcaça com movimento de centrifugação do impelidor: a de
pouquíssima folga, sincronizados. O líquido baixa pressão na entrada succiona novas
é admitido e os filetes o expulsam partículas vindas da tubulação, e a de alta
Palhetas deslizantes – Consiste em um pressão na descarga permite que o fluxo de
cilindro montado excêntrico na carcaça, líquido vença as perdas na descarga.
com cavidades radiais, onde são
montadas palhetas retráteis. O líquido é
admitido no lado de maior folga, sendo
levado pelas palhetas e expulso à medida
que a folga diminui

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RESUMO

BOMBAS
2
4 CURVAS CARACTERÍSTICAS 8 NPSH
DA BOMBA
Carga (H) x vazão (Q) REQUERIDO
É o mínimo de carga que deve haver acima da
Potência absorvida (Potabs) x vazão (Q) Pv no bocal de sucção para que não se inicie a
Rendimento total () x vazão (Q) cavitação (gráfico NPSHr x Q)

DISPONÍVEL
No sistema, é o valor de carga acima da Pv
5 FATORES QUE ALTERAM AS CURVAS existente no bocal de sucção (gráfico NPSHd x Q)
CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS
DIÂMETRO DO IMPELIDOR
9 DETERMINAÇÃO DO
PONTO DE TRABALHO E
SELEÇÃO DA BOMBA
VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO (N) Interseção entre as curvas de carga da bomba
e do sistema. Uma reta vertical identifica o
rendimento, a potência absorvida, NPSH
requerido e disponível (folga > 0,6m = 2ft é
aceitável). Escolher nos catálogos dos
VARIAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA
fabricantes o modelo cujas curvas atendam às
Potência absorvida diretamente proporcional
necessidades, na região de alta eficiência e
FLUIDOS MUITO VISCOSOS com boa folga (f).
Aumentam muito a potência absorvida,
reduzem a carga e a vazão bombeada

São normalmente fornecidas pelo fabricante em 10 ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS


um único gráfico, em relação a um único eixo de CENTRÍFUGAS
vazão e ainda com a curva de NPSH requerido. Em série Em paralelo

6 CURVA CARACTERÍSTICA 11 CARACTERÍSTICAS


DO SISTEMA GERAIS DAS TURBOBOMBAS
CARGA (H OU AMT) x VAZÃO (Q)
Responde pela maioria das aplicações,
É função da diferença de elevação e diferença
notadamente as bombas centrífugas
de pressões entre os reservatórios de sucção e
descarga e das perdas de carga na tubulação. VANTAGENS
São acionadas por motores elétricos sem
modificadores de velocidade
7 CAVITAÇÃO Trabalham em regime permanente
Apresentam flexibilidade operacional devido
A redução da pressão do líquido até a pressão às modificações que podem ser feitas para
crítica (próxima à pressão de vapor – Pv) que se adaptem às novas condições:
facilita a formação contínua de macrobolhas a restrição de válvula na descarga, mudança
partir das microbolhas de gases existentes. do impelidor, variação de velocidade
Se a pressão é levada novamente a valores
Requerem menor manutenção do que as
acima da pressão crítica, as bolhas geradas
bombas alternativas
entram em colapso, gerando ondas de
choque e microjatos de fluido. Gera vibração, Cobrem ampla faixa de vazões
ruído e erosão na região do impelidor.
Apresentam relação de custo favorável

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RESUMO

BOMBAS 3 2
12 CARACTERÍSTICAS 15 VEDAÇÃO
GERAIS DAS TURBOBOMBAS POR GAXETAS

Monitoramento e controle de processos


DESVANTAGENS Caixa de gaxetas
Baixa eficiência para vazões muito baixas e Anéis de gaxetas
diferenciais de pressão muito altos
Sobreposta
Baixa eficiência para altas viscosidades
Bucha de garganta ou de fundo
Redução da sua capacidade pelos gases
Conexão para líquido de selagem
dissolvidos no líquido
Anel de lanterna
Erosão acelerada causada pelos
sólidos em suspensão Câmara para refrigeração
Inadequada quando se deseja vazão constante,
independente de alterações no sistema São indicadas para:
Produtos limpos ou que não oferecem
restrições ao vazamento (não perigosos)
13 DETALHES CONSTRUTIVOS Condições de operação suaves ou moderadas
DAS TURBOBOMBAS Velocidades superficiais inferiores
Impelidor – Abertos; semi-abertos e a 900 ft/min
fechados. De sucção simples e dupla sucção Líquido com boas propriedades lubrificantes
Carcaça – Em voluta, com pás difusoras, Alta deflexão do eixo na caixa de gaxetas
concêntricas, em dupla voluta ou mista.
Partidas axialmente ou radialmente Alta vibração

Eixo e luvas de eixo Serviço intermitente com produtos que se


solidificam ou formam depósitos
Anéis de desgaste
Quanto à posição – Horizontais e verticais
Quanto ao número de impelidores – Simples 16 TIPOS BÁSICOS DE
estágio e múltiplos estágios MONTAGEM
Interna ou externa
Simples ou duplo
14 VEDAÇÃO POR
SELO MECÂNICO Não-balanceados

Caixa de selagem Balanceados

Sede estacionária
São indicadas para:
Sede rotativa
Produtos perigosos
Mola
Produtos caros
Sobreposta
Líquidos com baixas propriedades
Conexões para líquido de selagem, lubrificantes
refrigeração, lavagem, dreno e respiro
Gaxetas que gerariam alto atrito,
Câmaras para refrigeração consumindo potência
Selo secundário estático Altas temperaturas que inibem
Selo secundário dinâmico o uso de gaxetas

Filme lubrificante Condições de operação cíclicas

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RESUMO

BOMBAS 4
17 MANCAIS 20 PARTIDA
AUTOMÁTICA
Os de rolamentos são os mais usados para Partir remotamente. Colocar a bomba em
bombas centrífugas comuns, quando a combinação condição de partida e realizar os passos
de carregamentos elevados e velocidade não é não-automatizados
muito severa. Os mancais de deslizamento são
usados nas condições onde os de rolamentos não
são aconselhados e também em casos em que se
utiliza o fluido bombeado para lubrificação 21 ACOMPANHAMENTO

Detectar anormalidades e intervir para evitar


condição operacional inadequada ou que uma
18 INSPEÇÃO PRELIMINAR falha mecânica se agrave. Uso de instrumentos
DA BOMBA portáteis de monitoramento e de instrumentos
Limpeza residentes de monitoramento e proteção.
Principais problemas que constituem falhas
Segurança mecânicas: vazamentos, vibração, erosão, ruído,
Sentido de rotação do acionador aquecimento excessivo, perda de eficiência

Sistema de lubrificação
Sistemas auxiliares (água de refrigeração,
líquido de selagem, vapor de aquecimento etc.) 22 PARADA
Linhas de sucção e descarga e seus
alinhamentos MANUAL
Passos da partida na seqüência inversa
Escorva da sucção
AUTOMÁTICA
Parar pelo sistema de comando remoto

19 PARTIDA MANUAL

Fechar drenos Tome Nota


Fechar válvula de descarga – lembrar que
bombas axiais partem com a válvula de
descarga aberta
Abrir válvula de recirculação se necessário
Abrir válvula de sucção
Partir o acionador
Abrir válvula de descarga vagarosamente
após a bomba alcançar rotação normal
Fechar válvula de recirculação se necessário
Observar operação inicial do conjunto:
vazamentos, temperatura, ruído, vibração,
aquecimento ou qualquer comportamento
anormal etc.

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