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O FUNCIONALISMO

URBANISMO, ARQUITETURA, DESENHO INDUSTRIAL

A época do funcionalismo é um período inserido entre as grandes guerras,


produto das novas conformações sociais, políticas, econômicas e tecnológicas
estabelecidas após o intenso belicismo e a maciça produção industrial.
A partir das transformações do pós guerra não é possível pensar antigas questões
como antes. As questões urbanas, arquitetônicas e artísticas,se antes apresentavam-
se como situações subjetivas de um futuro distante, agora ganham força e exigem
soluções. A cidade passa a ser entendida como um organismo produtivo, tecnológico,
social e político cujo crescimento qualitativo e quantitativo caso não organizado
racionalmente emperra seu funcionamento. Nesse sentido a figura do arquiteto passa
a ser exigido não apenas como um simples construtor, mas como um pensador do
espaço urbano. E, toda a arquitetura moderna a ser revista segundo os princípios
funcionalistas.
O Funcionalismo como produto do crescimento urbano, do caos instaurado no
pós primeira guerra e conseqüente agravamento das questões urbanísticas prega a
necessidade de tornar as cidades cada vez mais funcionais. E, como tendência
artística prega que tanto na arquitetura quanto no urbanismo ou no mobiliário, a forma
deve resultar da perfeita adequação a função. Portanto, seus princípios básicos
determinam:

-Condicionamento dos projetos arquitetônicos pelo meio envolvente, que obriga


o arquiteto a assumir-se também como urbanista;
-Prioridade do planejamento urbanístico sobre o projeto arquitetônico;
-Recurso à tecnologia industrial, à estandardização e à pré-fabricação em
série, isto é, à progressiva industrialização da produção de objetos da vida
diária.
-Procura de soluções arquitetônicas que conciliem o sentido estético com as
funções do edifício, em articulação com as necessidades práticas de um
cotidiano urbano cada vez mais massificado;

Segundo Argan, o principal obstáculo que impede que a estrutura se adéqüe à


função urbana é a especulação imobiliária. Ela divide os arquitetos de então entre os
oportunistas que aceitam essa prática e dela tiram vantagem, piorando a condição das
cidades, e os que verdadeiramente são arquitetos e urbanistas que encaram a
questão funcional da cidade.
É possível que a especulação imobiliária tenha se iniciado desde que foi
instaurado o conceito de propriedade. Porém, é mais provável que essa prática, como
a conhecemos hoje, tenha começado nos primórdios do capitalismo, após as
revoluções burguesas. A partir do momento em que a burguesia instaura o direito à
propriedade como inalienável, dá-se margem para que a especulação desta ocorra.
Até os dias atuais essa questão se mostra muito presente. Se os urbanistas modernos
propunham uma cidade funcional que primava pela interação de seus habitantes
através do uso de espaços comuns, hoje o que vemos são os mesmos oportunistas de
outrora propondo seus empreendimentos imobiliários na forma dos condomínios
fechados.

Como se vê , velhas questões continuam ainda a ser obstáculos para o pelo


desenvolvimento da cidade. Mas isso não tira a validade das soluções , das diversas
orientações e formulações problemáticas ligadas às diversas situações políticas
sociais e culturais surgidas e intensificadas a partir das primeiras décadas do século
XX.
Dentre as correntes do funcionalismo é possível distinguir inicialmente duas : a
corrente racionalista e a corrente organicista. Dentro da corrente racionalista pode-se
distinguir o racionalismo formal de Le Corbusier na França, o racionalismo
metodológico - didático de W. Gropius e da Bauhaus na Alemanha, o racionalismo
ideológico de Construtivismo soviético, o racionalismo formalista do Neoplasticismo
holandês e o racionalismo empírico de A Aalto nos países escandinavos.A corrente
organicista fundamenta-se no pensamento racionalista orgânico de Frank L Wright
nos Estados Unidos.

O Racionalismo Formal
Tendo como expoente, idealizador e propagador o arquiteto e artista Le
Corbusier, o racionalismo formal busca uma forma artística que seja uma resposta
lógica ao “problema bem formulado”. Nada é mais belo que essa resposta lógica , não
são necessários assim adornos ou decorações basta a forma sóbria que responda
bem à questão / necessidade construtiva.
Parte da premissa de que a sociedade é fundamentalmente sadia e que sua relação
com a natureza originária e ineliminável , portanto cabe ao arquiteto-urbanista a
criação de condições naturais e ao mesmo tempo lógicas .Ou seja , deve-se organizar
o espaço urbano mas não a ponto de impedir que o homem entre em contato com o
natural.
E, é no homem que Le Corbusier encontra a medida perfeita para construção
do espaço habitável e busca do pelo equilíbrio entre a natureza e a história humana.
Não diferenciando objeto-edifício de objeto-natureza busca eliminar as contradições
existentes entre coisa e espaço, entre as construções e o entorno. Em suas criações
destacam-se volumes elevados por pilares onde a natureza e a cidade não apenas
circundam a edificação como também fluem e existem por debaixo dessa.
Em seus projetos urbanísticos a valorização do viver em sociedade, do viver “junto
com a comunidade” associa-se ao viver individual .Projeta conjuntos habitacionais que
são verdadeiras cidades-casas e , essa mescla de viver individual e comunitário é a
chave para grandes questões hoje discutidas em termos de sustentabilidade urbana.
Quanto ao uso das formas , segue as tendências e geometrizações cubistas e a busca
da claridade da forma clássica. Na construção opta-se pela Concepção retangular da
planta e das fachadas, de forma a salientar os interiores funcionais do edifício; a
fachadas que poderiam ser vistas de vários ângulos e fusão do fundo e da figura numa
unidade( para arquitetura natureza e sociedade) .

Racionalismo metodológico – didático


Surgido na Alemanha do pós guerra, propunha uma via de oposição ao
irracionalismo político, a violência e exasperação das condições sociais. Por meio do
racionalismo crítico pretende resolver as questões pendentes buscando a lógica não
das armas.
Baseava- se a no Expressionismo do Grupo de Novembro e refletia a ânsia por
um renascimento ideal no pos guerra. Não para menos, na Alemanha destruída o mais
lógico seria pensar em uma reconstrução pacifica e ideal e não mais em guerra e
destruição.
Nesse contexto eleva-se a figura de Walter Gropius e da escola Bauhaus
fundada por este e herdeira de várias experiências pedagógicas e artísticas ocorridas
na Europa desde o século XIX (movimento inglês Arts & Crafts).
A bauhaus foi uma experiência de escola democratica cujo objetivo, segundo o
proprío Gropius, era: “é a obra de arte total – o edifício – na qual não existem
quaisquer barreiras entre as artes estruturais e as artes decorativas”.A Bauhaus
objetivava a compreensão das revoluções artisticas e movimentos de vanguarda para
posteriori transformação em metodo e didatica . Nao existiria em seus dominios
genios ou mestres todos seriam aprendizem ajudando e influenciando-se mutualmente
em perfeita democracia.
A Bauhaus tambem significou uma casa de construção no sentido amplo do
termo ali se construiam desde utencilios destinados ao uso cotidiano ate pensava-se
na escala da cidade construia-se assim a sociedade visto que essa constroi-se apartir
da cidade.
Outras questoes como o dinamismo o signo e significado das formas tambem
foram bem pensadas e desenvolvidas na Bauhaus. Por isso Argan afirma que : “ tudo
que se inclui no ambito da comunicação visual é objeto de analise e estudo “ na escola
.
A Bauhaus e por conseguinte o racionalismo metodológico –didático estao
inceridos no contexo industrial que busca a produção em serie e a padronização
( defendida visto que cada individuo é livre para interpretar e tirar as proprias
conclusões a partir da forma).
Por fim , pode-se dizer que no curto período da sua existência, tornou-se centro
de todas as correntes artísticas europeias. Foi muito mais que um exemplo de
arquitetura: nela se ensinava também pintura e design, criação de novos padrões de
mobiliário e de tecidos. Foi um foco de atenção de artístas de toda a Europa e de
todas as áreas.
Seu legado pode ser visto em criações artisticas a serviço das necessidades
elementares do cotidiano e na significativa renovação em todos os ramos da criação
artistica até então as chamadas artea menores e atualmente desgnadas novas
disciplinas artisticas – foi la que o design adiquiriu status de arte.
Mas, não apenas da Bauhaus viveu W Groupius , a obra urbanistica e
arquitetonica considerada simples e pura aplicação racionalista tem como exemplo o
projeto da fábrica Fagus onde resolve simultaneamente o problema da
instrumentalidade do edificio e as condições de higiene epsicológicas.

Se Gropius não foi apenas a Bauhaus , o racionalismo metodológico didático


tambem não restingiu-se a escola. No movimento Alemão, destaca-se também Mies
Van Der Rohe . Ao contrário de Gropius , Mies não tem pretensoes sociais nem
urbanistas, considera as cidades velhas fadadas a desaparecer e que os arranhas-
ceus por ele projetados são sinônimos dos novos tempos e das cidades que vão surgir
no lugar das antigas. E, seu facinio pelo arranha-céu, figura mitólogica na arquitetura
americana mas de certa maneira vista com estranheza na europa, decorre de sua
interpretação lógica da ideologia do Grupo De Novembro: considerando-o uma “casa
de vidro” limpida como cristal que eleva-se ao céu.
Mies leva o racionalismo as ultimas consequencias podendo parecer um
extremista as vezes, mas na verdade só deseja ser um arquiteto no sentido pelo
usando de toda a tecnica e das infinitas possiblidades industriais de seu tempo.Cria
assim “poesia “ apartir da tecnologia de ponta.
Por Fim , podemos constatar que o racionalismo metodico didatico espalhou-se
pelo mundo apartir das perseguições nazitas e encontrou compo fertil nos Estados
Unidos ondes as tecnicas de pre fabricação e grandes nomes desevolveram a
arquitetura verticalizada e baseada na repetição de elementos rumo ao céu dos
grandes centros urbanos.

O Racionalismo Ideológico
Tem por base as vanguardas construtivas na União Soviética no início do
século. No início, seu desenvolvimento é limitado pela falta de dinheiro, tecnologia e
profissonais capazes de por em prática o que estava sendo discutido no campo
teórico. O racionalismo ideologico tem como característica principal seus ideais
expressos no campo das artes, principalmente nos ramos da arquitetura e escultura.
Sofre influência do teatro e busca nas formas expressar o conteúdo. Argan comenta
que isso é virtude e defeito simultaneamente pois ao mesmo tempo que a arquitetura é
capaz de comunicar instantaneamente os conceitos que a norteiam, ela assume um
caráter cenográfico e formalista. Talvez a obra mais emblemática dessa escola seja o
monumento de Tatlin para a terceira internacional, famoso por reunir todas as artes
em uma só peça, que é arquitetônica, escultural, funcional e comunicativa. O
geometrismo aqui desempenha papel fundamental e, é através dele que o espírito
racionalista da revolução russa é demonstrado.

O Neoplasticismo – Racionalismo Formalista


Na Holanda se origina um movimento de grande tensão intelectual, provocada
pela guerra, que tem como fundamentos desenvolvimento da atividade criativa de
maneira purista, ou seja, sem que ela seja influenciada pela historicidade. O
Neoplasticismo prima pela utilização de formas mínimas e por essa razão também tem
caráter geométrico. Segundo os neoplásticos, só de se construir formas já obtém-se
um efeito estético. No campo da arquitetetura a funcionalidade é muito presente e a
ausência de uma finalidade reformista no que se refere ao urbanismo permite que
essa funcionalidade seja extensamente explorada. Um grande exemplo de casa do
racionalismo formalista é a Casa Schroder, do arquiteto holandês Rietveld. Nela, a
composição através das linhas, planos e cores é o retrato da simplicidade neoplastica.

O Racionalismo Empírico
Diferente dos outros movimentos até então, os escandinavos do racionalismo
empírico não recorrem à regras e à princípios para resolver suas questões. Não que
ele opte pelo caminho da irracionalidade, pelo contrário, a razão norteia a maneira
como o homen deve pensar suas relações entre si e com a natureza. Portanto, os
arquitetos escandinavos, tendo como seu maior expoente Alvar Aalto, não propõe
fórmulas compositivas e se aproximam mais da arquitetura orgânica de F.L. Wright.
Segundo Aalto, todo o espaço é interno, o horizonte é o limite.

O Racionalismo Orgânico
No contexto americano surge a figura marcante de Frank Lloyd Wright,
buscando estabelecer nos Estados Unidos uma arquitetura que difere da
européia.Segundo ele, a criação em sua plenitude só existe quando não vem
acompanhada de uma bagagem histórica. Wright começa a se destacar no início do
século com suas casas voltadas para a classe média, as prairie houses. Seu processo
projetual parte da criação dos espaços internos para os externos, suas casas são
marcadas pela articulação entre espaços e planos. Vive por algum tempo no Japão,
onde a cultura e a arquitetura o influenciam até o fim de sua vida. Embora Wright se
oponha à historicidade da arquitetura européia, ele aceita a arquitetura japonesa por
não considerá-la intrinsicamente histórica, já que sua racionalidade está na relação do
homem com a natureza. Voltando ao Ocidente, é um dos grandes responsáveis por
trazer elementos das artes orientais para os Estados Unidos e Europa, o próprio
caráter orgânico de sua arquitetura a partir de então é também fruto de sua passagem
no Japão. No campo teórico, Wright inova ao estabelecer os conceitos do espaço
como concepção humana, a arquitetura como ação do sujeito. É o grande responsável
pelo início do ciclo histórico da arte americana.
Pintura e Escultura

No campo da pintura e da escultura, a arte deixa de ser meramente


representativa e passa ter um caráter funcional. Os artistas de então se opõe à
burguesia capitalista e à hierarquização da sociedade e suas obras passam a
contestar a alienação desta. Temos o conflito da arte e da criatividade com a indústria
e sua repetitividade. Nesse
contexto, os movimentos que surgem são divididos em 2 grupos, as vanguardas
positivas e as negativas. Os adeptos das vanguardas positivas pensam que a arte,
enquanto operação criativa, deve modificar as condições alienantes determinadas pelo
capitalismo industrial ou então pensam que a arte deve servir como fuga da alienação.
Já as vanguardas negativas negam qualquer compatibilidade da arte com o sistema
cultural vigente, considerando até a impossibilidade da sua sobrevivência.

Vanguardas Construtivas

Cubismo – Esse movimento nasce à luz das obras de Cézzane e Rousseau,


representado inicialmente (fase analítica) por Picasso e Braque. Para eles, a partir do
momento em que o quadro é considerado um campo plástico, a sucessão de planos
deixa de existir assim como a distinção entre imagem e fundo (pintura e escultura, na
prática, têm o mesmo valor). Além disso, os objetos são apresentados através de
múltiplas visões, referentes a diferentes ângulos, como se o observador estivesse se
movimentando em torno dele. Esse movimento não se limita às três dimensões, mas
transcende para o espaço-tempo de maneira que o objeto pode aparecer em diversos
pontos do espaço. Posteriormente, a implementação da técnica de collage consolida
o quadro enquanto espaço real. As principais críticas dirigidas ao movimento estão
inseridas no próprio e são feitas por Duchamp e Delanay, que consideram o cubismo
ainda muito cartesiano, racionalista e cobram mais arrojo. Talvez por essa razão,
Delanay se aproxima do movimento futurista e Duchamp se torne, mais tarde, o maior
expoente do dada.

Der Blaue Reiter – Fundado pelo russo Vassili Kandinsky, o cavaleiro azul é a
vanguarda construtiva inserida no contexto alemão. Seu outro grande expoente é Paul
Klee e, ambos partilham os conceitos de uma arte simbolista e espiritualista,
trabalhando extensamente no campo dos signos. A sua produção não busca
representar algo real ou tangível, pelo contrário, busca exteriorizar o que está
ocorrendo na consciência do artista. É através da introspecção que ele torna visíveis
fenômenos que antes só ocorriam internamente. Os artistas fazem uso das linhas,
cores e formas geométricas que, nesse contexto, estão destituídas de seu valor
original, mas com sua nova conformação adquirem o significado do fenômeno.

Vanguarda Russa – Dentre todos os movimentos que surgem à época do


funcionalismo, a vanguarda russa é o único que está inserido numa revolução. Argan
divide esse período em 3 escolas, o Raísmo, o Suprematismo e o Construtivismo. O
Raísmo, representado por Larionov e Natalia Goncharova se diz ser a síntese entre
cubismo, futurismo e orfismo. Para Larionov, o espaço deve existir sem o objeto,
apenos com movimentos e com a luz. O suprematismo tem seu grande expoente na
figura de Malevich, que prima relação entre idéia e percepção e pelo espaço
“representado” ( representação é uma palavra delicada nesse momento) num símbolo
geométrico. Segundo ele, o quadro é o meio de comunicar a relação entre sujeito e
objeto, é a síntese da existência entre mundo interior e exterior. Já o construtivismo é
encabeçado por Tatlin, que prega a arte a serviço da revolução. Ele diz que não pode
mais haver distinção entre as artes, o que fica evidente em seu famoso monumento à
Terceira Internacional. Esse período de florescimento das artes na Rússia sofre um fim
abrupto após a morte de Lênin e o inicio da burocracia Stalinista.

A SITUAÇÃO ITALIANA

Do mesmo modo que é imposssivel dissociar totalmente a arte de seu tempo ,


é impossível conceber a arte italiana do entre guerras sem pensar nos traumas e
dificuldades vividos com a implantação do regime totalitario facista no pais.

Visto isso é perfeitamente explicavel o fato do manifesto da arquitetura futurista


italiana nao ter tido muitas adesões. Com uma industria moderna ainda em formação,
especialmente no norte do pais, o problema das habitações operarias e as questoes
sociais que esse encerra eram na maioria das vezes ignorados. Por todo pais reinava
a especulação imobiliaria favorecida pelo fato da maior parte da construção civil e
iniciativas referentes a essa estarem nas maos do poder publico ( nada diferente do
que vemos hoje em muitos paises e cidades onde o bem comum é negado em
detrimento do bem de poucos que detem nao apenas o poder economico como
tambem o politico)

Assim sendo, qualquer reivindicação social era tratado como questao de policia
no caso a policia facista. E, a atuação dos arquitetos futuristas restringiam-se ou em
concordarem com a situação e em primeiro momento ver algo de revolucionario no
regime facista ou em lutarem contra esse e por fim acabarem vencidos e exilados.

A frente do conformismo ou melhor conformação encontrava-se Piacenti que


como arquiteto oficial do regime empreendeu entre outras coisas empreendeu policas
de modernização.No entanto, para os arquitetos oficiais modernização significava ou
“demolição “ ou o saneamento dos centros historicos com a retirada da populção
pobre desses. Com o pretesto do “vulto monumental” a população pobre era
transferida para suburbios que eram verdadeiros bolsões de pobreza. Não podemos
no entanto dizer que tal politica de “modernização” restringiu-se à Italia, por todo
mundo ainda existe o mito que para se modernizar e consequentemente solucionar os
problemas social basta tira-los de vista.

Mas nem tudo era aceitação de um regime opressor e falsamente humanista


por natureza, em contra mão a politicas oficiais surgiam proposta e organizações de
arquitetos insatisfeitos com tal “ modernidade”. A revista Casabella iniciativa do critico
E. Perisco e do arquiteto G. Pagano reunia em torno de si as mentes verdadeiramente
engajadas com a modernidade e as questoes socialis que essa encerra.Planos como
o de urbanização de Milão – milao verde- mostram que nem tudo ideologicamente
estava perdido mas distante de concretização visto as opções de atuação do regime
facista.

Por fim podemos conculir que apesar das contradições e problemas internos
pulsava ainda que modestamente o objetivo de engajar a arquitetura moderna italiana
ao que havia de mais novo em toda europa.
Nas artes , pintura e escultura, a situçao não é tão diversa da que foi vista na
arquitetura. Com o fim da primeira Guerra o futurrismo entrava em decadencia e , para
“substitui-lo”, ainda nao havia se estruturado ideologicamente uma escola de peso e
com adeptos suficientemente engajados. Por isso, o Neofuturismo rapidamente
esvazia-se ; lançando luzes ao fato de que a ” arte moderna italiana deveria partir
necessariamente do futurismo e sua crise , apontando suas causas na ênfase neo-
romantica e no historicismo”.

Tantas contradições internas isolam a arte italiana do fertl mercado europeu e


apesar das tentativas de artistas como Balla essa, a arte, acaba em segundo plano
quando olhamos para a Italia do entre guerras.

ÉCOLE DE PARIS

Se é valido dizer que a globalização economica começou com as grandes


navegações , é igualmente valido falar que a arte global , consmopolitana deve tributo
a Ecole de Paris

Diferente da Bauhaus onde a arte era “estudada” , os impulsos revolucionarios


transformados em métodos, a arte, em experiencia estetica coletiva transferida para as
produçoes industiais (agentes de educação e comunicação social) ; A ecole de paris
propunha o “aprendizado” com o mercado. Nada de sistematização ou metodos, o
mercado e sua lei basica de oferta e procura formaria os artistas que a sociedade
burguesa necessitava.Pode-se assim dizer que a Bauhaus pensava e criava para uma
sociedade futura, que talvez ainda nem exista, enquanto a ecole de paris , para a
sociedade burguesa que delimitava-se no entre guerras.

Não pode-se contudo subestimar uma frente a outra como tambem não é
possivel subestimar a função cultural do mercado ,não ha quem negue que em nosso
século ele tem sido determinante. Afinal, o mercado parisiense ,e parte do atual,
dirigia-se a uma população exigente.E, a atuação da ecole de paris frente a bauhaus
ma formação e irradiação da arte moderna foi decisivamente maior visto tambem que
a segunda acabou fechada pelo regime totalitario alemão.

Sendo portando , a ecole de paris um centro efervecente da cultura artistica


moderna logo , passou a atrair artistas de toda europa que lotavam as reuniões
noturnas nos cafes , buscando seu lugar ao sol e a aprovação da critica que
consequentemente refletia a aprovação do mercado. E, embora a principio distancia-
se de qualquer tendencia politica , com o advento dos regimes totalitarios , será
simbólo da liberdade e de opasição a opresão que os regimes de extrema direita ou
mesmo extrema esquerda encerravam. Será, portanto, defensora da liberdade e acima
de tudo livre no melhor sentido que pode-se esperar da arte.

Dentre os imumeros artistas que disputavam um lugar de prestigio no


concorrido e efervecente mercado parisiense tres figuras sao e foram ja aquele tempo
unanimes. São eles : Picasso, Matisse e Braque.

Picasso não filiou-se , ou melhor não seguiu, durante toda sua carreira uma
escola artistica,intervém em todos e ao seu estilo percorreu “ da decomposição
cubista à monumentalidade clássica(ainda que ironica) , do desenho limpido à maneira
de Ingres à deflagração da forma, de um naturalismo sereno à violenta dilaceração da
forma, do belo ao horrendo” provando que todas as tendencias são ú teis e ao mesmo
tempo inútes; E Que o valor existe em si.Do mesmo modo que move-se por diversas
tendencias, move-se no tempo, revive classicos da arte para provar que o valor
tambem não é historico como tambem não pertence a nenhuma escola, prova que o
valor existe , fato simples e complexo, mas fato. (E, o valor hoje ,tambem não existe
por si? Logico que sim , Picasso estava e esta certo rompendo a barreira de seu
tempo.)

Outra das três figuras emblematicas da ecole de paris é Braque , autor de


pensamentos celebres como “Um quadro está concluido quando apagou a ideia” e “
amo a regra que corrige a emoção”. Nos pensamentos, Braque resalta a importancia
do objeto frente a ideia do artista , é No Objeto absoluto que o artista fixa o significado
e o valor. E , para a criação artistica não é a regra que deve preceder mas sim o que
tem de mais puro no ser humano, a emoção, mas que deve ser modelada por uma
norma de valores sintese de toda experiencia e práxis.

O ultimo da “ santissima trindade” da ecole de paris é Matisse demostrando


que “a arte se faz fora e acima da história” , visto que a arte é o capital, é o valor, é a
força da humanidade frente as tragédias da humanidade. O pensamento de Matisse é
perfeitamente justificável visto que esse viveu como outros grandes artistas da epoca
as duas grandes guerras e encontrou na arte meios para desvilcular-se e de tentar
desvincular a humanidade de tamanhas desgraças.

Diversas correntes e diversos artistas uniram-se e mutualmente influenciaram-


se na Ecole de Paris , conservando o ideario comum da arte como linguagem
universal, de “circulação viva e contínua no corpo vivo da sociedade”. Não é possivel,
dada sua heterogenidade, tamanha e viva atuação, citar apenas um quadro ou um
artista como unico e representativo da Ecole .Mas pode-se dizer sem duvida que essa
tornou-se simbolo e propagadora da arte moderna livre que é de mercado sem vender-
se a ele.

DADA

A primeira Guerra traz alem de destruição uma profunda crise de valores que
se manifesta em todas as esferas sociais, inclusive na arte. Esta, contrariando as
correntes artistica de até então, não se propoe mais a interpretar, conhecer ou
participar da realidade , mas pelo contrario, dela si distancia. E, distanciando-se de
uma realida de lógica e mercadológica ,deixa de ser fruto da razão , de ter valor e
finalidade.

Assim, configura-se a arte Dada que apela para a desvalorização e


desfinalização do objeto e do fazer artistico tornando-se e almejando uma anti-arte ,
um contra senso.

O contra senso é usado para de certa maneira questionar os valores de uma


sociedade que fez e faz referencia a lógica e industria mas que foi traida por ambos no
momento em que a guerra eclode.E, para questionar esses valores é que foram
produzidas obras como a Giocconda de Leonardo de Bigodes por Duchamps ou, o
Mictóro assinado tambem dele.Duchamps como outros mostram que o valor não esta
no objeto em si mas no juizo que se faz dele, e que o limite de uma representação e
do real pode ser tão tenue que é facil desmitificar um mito como a Gioconda.

Por fim pode-se dizer que o Dada é acima de tudo liberdade, liberdade de ver o
mundo sem o crivo castrador da lógica, liberdade de questionar o inquestionavel,
liberdade de derrubar e destruir mitificações e principalmente liberdade de ser artista e
viver as contradições de seu tempo da mameira que melhor parecer.

O SURREALISMO

Tal qual a corrente dada o movimento surrealista não pretende criar uma arte
representativa e mercadológica e, assim o faz.As produções surrealista apelam para
as revelações do inconsciente.

O inconsciente em sua dimensão psiquica é mais facilmente trago a tona por


meio de imagens como é feito e provado na psicanálise por isso os artistas
surrealistas tomam a imagem não meramente em sua dimensão estetic a mas
principalmentena dimensão da propria arte.

As imagens produzidas pelo inconsciente revelam-se como experiencias


oniricas não programadas, formam então um conjuto de experiencias irracionais que
fazem frente ao racionalismo arquitetonico e ao desenho industrial que se
desenvolviam na epoca.

No fundo a expertiencia surrealista prova tal qual q dadaista que o valor das
coisas , dos objetos produzidos pelo homem não esta nele em si mas do julgamento
que se faz dele, não esta no conteudo mas na interpretação que cada um tem ao ver
uma imagem.Não precisa ser psiquiatra ou viver na epoca surrealista para ter a
certerza que os idealizadores do surrealismo estavam certos, afinal nada em si possui
valor , o valor e a valorização é um atributo consciente ou inconscientemente humano.
Relatório sobre “A arte moderna” de Giulio Carlo Argan
Capítulo 6 – A época do funcionalismo

Pedro Machado Meneghel – 7171752


Veruska Bichuette Custodio - 6811169

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