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I - INTRODUÇÃO:
A biologia é o estudo dos seres vivos (do grego βιος - bios = vida e
λογος - logos = estudo). Debruça-se sobre as características e o
comportamento dos organismos, a origem de espécies e indivíduos, e a forma
como estes interagem uns com os outros e com o seu ambiente. A biologia
abrange um espectro amplo de áreas acadêmicas frequentemente
consideradas disciplinas independentes, mas que, no seu conjunto, estudam a
vida nas mais variadas escalas.
A vida é estudada à escala atômica e molecular pela biologia molecular,
pela bioquímica e genética molecular, ao nível da célula, biologia celular e à
escala multicelular pela fisiologia, anatomia e histologia. A biologia do
desenvolvimento estuda a vida ao nível do desenvolvimento ou ontogenia do
organismo individual.
Subindo na escala para grupos de mais que um organismo, a genética
estuda como funciona a hereditariedade entre progenitores e a sua
descendência. A etologia estuda o comportamento dos indivíduos. A genética
populacional trabalha ao nível da população, enquanto que a sistemática
trabalha com linhagens de muitas espécies. As ligações de indivíduos,
populações e espécies entre si e com os seus habitats são estudadas pela
ecologia e pela biologia evolutiva. Uma nova área, altamente especulativa, a
astrobiologia (ou xenobiologia) estuda a possibilidade de vida para lá do nosso
planeta. A biologia clínica constitui a área especializada da biologia
profissional, para Diagnose em saúde e qualidade de vida, dos processos
orgânicos eticamente consagrados.
II - A ORIGEM:
Antes da EVOLUÇÃO BIOLÓGICA houve certa EVOLUÇÃO
QUÍMICA que teve como cenário a Terra primitiva - um ambiente de há 3
bilhões de anos, com características bem diferentes da atual Terra.
METANO - AMÔNIA - HIDROGÊNIO e VAPOR D'ÁGUA combinaram-
se para formarem as primeiras moléculas orgânicas, que seriam mais tarde os
componentes das grandes moléculas celulares. A ausência de oxigênio
molecular na atmosfera primitiva, impossibilitava a formação de uma camada
de ozônio e as radiações que percorriam essa atmosfera atuavam
fotoquimicamente favorecendo a existências de grande quantidade de
moléculas ionizadas e reativas. Teríamos um ambiente quimicamente redutor e
formador de aglomerados cada vez mais complexos de átomos. MILLER
comprovou em laboratórios que em tais circunstâncias podem se formar
AMINOÁCIDOS, NUCLEOTÍDEOS, AÇUCARES e BASES NITROGENADAS.
Esses entes químicos se polimerizaram para originarem as principais
MACROMOLÉCULAS das células. Catalisadores minerais, calor, altas
concentrações de fosfatos foram provavelmente os promotores dessa
polimerização inicial. A rapidez no surgimento de novos polímeros depois do
início comentado acima, poderia ser explicada pela capacidade catalítica de
certas macromoléculas. Porém para que moléculas viessem a formar sistemas
vivos elas precisaram ter o poder de:
Teoria autogenética
A Teoria da Endossimbiose, criada por Lynn Margulis, propõe que
organelas ou organóides, que compõem as eucélulas tenham surgido como
conseqüência de uma associação simbiótica estável entre organismos. Esta
teoria postula que os cloroplastos e as mitocôndrias (organelas celulares) dos
organismos eucariontes (com um verdadeiro núcleo celular) têm origem num
procarionte autotrófico – provavelmente um antepassado das cianobactéria
atuais - que viveu em simbiose dentro de outro organismo, também unicelular,
mas provavelmente de maiores dimensões, obtendo assim proteção e
fornecendo ao hospedeiro a energia fornecida pela fotossíntese.
A principal implicação da endossimbiogênese é a de que os eucariotas
são, de fato, quimeras produzidas pela combinação de diversos genomas de
procariontes. Esta teoria é apoiada por várias similaridades estruturais e
genéticas como, por exemplo, o fato dos cloroplastos primários das plantas
conterem clorofila b e os das algas vermelhas e glaucophyta conterem
ficobilinas. Por outro lado, a análise do genoma de alguns destas organelas
mostra a sua origem de outros organismos. Outros tipos de algas possuem
cloroplastos que provavelmente têm origem numa endossimbiose secundária
(como as atuais zooxantelas simbiontes dos corais) ou por ingestão dum
organismo com aquelas organelas. Atualmente, também se verificam
associações de simbiose entre bactérias e alguns eucariontes.
A idéia de que a célula eucariótica é um conjunto de microorganismos foi
pela primeira vez sugerida na década de 1920 pelo biólogo norte-americano
Ivan Wallin, mas a teoria da origem Endossimbiótica das mitocôndrias e
cloroplastos só foi formulada por Lynn Margulis da Universidade de
Massachusetts - Amherst em 1981, com a publicação do seu ensaio Symbiosis
in Cell Evolution (“Simbiose na Evolução das Células”) onde ela sugeriu que as
células eucarióticas nasceram como comunidades de organismos em
interação, que se uniram numa ordem específica. Os elementos procarióticos
poderiam ter entrado numa célula hospedeira, quer por ingestão, quer como
um parasita. Com o tempo, os elementos originais teriam desenvolvido uma
interação biológica mutuamente benéfica que, mais tarde, se tornou numa
simbiose obrigatória.
Margulis também sugeriu que o flagelo e cílio das células eucarióticas
pode ter tido origem numa espiroqueta endossimbiótica, mas aquelas
organelas não contêm DNA e não têm similaridades ultra estruturais com os
dos procariotes; por estas razões, aquela idéia não tem grande apoio na
comunidade científica. A mesma autora sugeriu ainda que as relações
simbióticas são uma das principais forças no processo evolutivo, tendo
afirmado (em Margulis e Sagan, 1996) que "Os seres vivos não ocuparam o
mundo pela força, mas por cooperação" e considera incompleta a teoria de
Darwin de ser a competição a principal força na evolução.
Christian de Duve (premiado com o Prêmio Nobel Medicina, em 1974)
considera que os peroxissomas podem ter sido os primeiros endossimbiontes,
que permitiram às células adaptar-se à quantidade crescente de oxigênio
molecular na atmosfera da Terra, no entanto, como estes organelas também
não possuem DNA, esta teoria é considerada especulativa e sem bases
sólidas. Provas da origem endossimbionte das mitocôndrias e cloroplastos
Os seguintes fatos provam que as mitocôndrias e cloroplastos tiveram origem
em bactérias endossimbionte:
Tanto as mitocôndrias como os cloroplastos possuem DNA bastante
diferente do que existe no núcleo celular e em quantidades semelhantes ao das
bactérias; As mitocôndrias utilizam um código genético diferente do da célula
eucariótica hospedeira e semelhante ao das bactérias e Archaea;
Ambas organelas se encontram rodeados por duas ou mais membranas
e a mais interna tem diferenças na composição em relação às outras
membranas da célula e semelhanças com a dos procariotes; Ambas se formam
por fissão binária, como é comum nas bactérias; em algumas algas, como a
Euglena, os cloroplastos podem ser destruídos por certas substâncias químicas
ou por ausência prolongada de luz, sem que isso afete a célula (que se torna
heterotrófica); além disso, quando isto acontece, a célula não tem capacidade
para regenerar os seus cloroplastos;
Muito da estrutura e bioquímica dos cloroplastos, como por exemplo, a
presença de tilacóides e tipos particulares de pigmentos, é muito semelhante
aos das cianobactérias; análises filogenéticas de bactérias, cloroplastos e
genomas eucarióticos também sugerem que os cloroplastos estão relacionados
com as cianobactérias;
A seqüência do DNA de algumas espécies sugere que o núcleo celular
contém genes que aparentemente vieram do cloroplasto;
Tanto as mitocôndrias como os cloroplastos possuem genomas muito
pequenos, em comparação com outros organismos, o que pode significar um
aumento da dependência destas organelas depois da simbiose se tornar
obrigatória, ou melhor, passar a ser um organismo novo;
Vários grupos de protistas possuem cloroplastos, embora os seus
portadores forem, em geral, mais estreitamente aparentados com formas que
não os possuem, o que sugere que, se os cloroplastos tiveram origem em
células endossimbiontes, esse processo teve lugar múltiplas vezes, o que é
muitas vezes chamado “endossimbiose secundária”.