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CÁLCULO DE CONDUTORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Para calcular a secção transversal de condutores de energia elétrica de um


circuito terminal utilizaremos como exemplo os seguintes dados a seguir:

a. Potência instalada P= 1.320 VA


b. Condutores instalados em eletroduto embutido em alvenaria com dois
outros circuitos terminais.
c. Temperatura ambiente T= 350 C
d. Condutores de cobre isolados, Pirastic Super Antiflan 450/750V
e. Distância ao quadro terminal de luz L=25 metros
f. Tensão de alimentação V=110 volts
g. Queda de tensão máxima permissível segundo a NBR-5410/2004 da ABNT

RESOLUÇÃO: Para o cálculo de qualquer secção de condutor de energia


elétrica o projetista deve sempre fazê-lo por três critérios:

1o CRITÉRIO: - MÁXIMA CORRENTE PERMISSÍVEL

a. CÁLCULO DA CORRENTE DE PROJETO IB.


É acorrente que os condutores de um circuito, seja terminal ou de
distribuição, deve suportar, levando em conta apenas as suas
características nominais.
1. 320 VA
P=V ×I B IB =
110 V

IB=12 A

b. CÁLCULO DA CORRENTE FICTÍCIA DE PROJETO I’B


Todos os fabricantes de cabos elétricos elaboram suas tabelas de
capacidades de corrente elétrica a uma temperatura ambiente de
referência (30 °C para linhas não subterrâneas e 20 °C para linhas
subterrâneas, conforme as tabelas 36, 37, 38 e 39, pg. 101 a 105, NBR
5410/2004). Se os condutores forem instalados em ambiente cuja
temperatura difira dos valores indicados nessas tabelas (30ºC para
condutores não enterrados e de 20ºC para condutores enterrados), a NBR
5410/2004 define um fator de correção de temperatura (FCT) que divide
o valor da corrente nominal, para a obtenção da corrente corrigida. Para
tanto, aplica-se os fatores de correção dados na tabela 40, pg. 106, NBR
5410/2004. Anexo 2.
Alguns fabricantes trabalham com temperaturas de referências diferentes
do padronizado pela ABNT, nesses casos devem fornecer suas próprias
tabelas de correções.

Outro fator a ser levado em consideração para determinação da corrente


fictícia é quanto ao número de circuitos diferentes em um mesmo
eletroduto, a NBR 5410/2004 define um fator de correção de
agrupamento (FCA) que divide o valor da corrente nominal pelo fator de
agrupamento, para a obtenção da corrente corrigida.
A Tabela 42 da NBR 5410/2004, pg. 117, apresenta os fatores de
agrupamento para Diversas Maneiras de Instalar os Condutores. Para o
nosso exercício em questão utilizaremos a “Referencia 1” da “Forma de
agrupamento de condutores” exibidos na tabela 42: "Feixe de cabos ao ar
livre ou sobre superfície; cabos em condutos fechados". Anexo 3.

1
Continuando o exercício, temos:

IB
I 'B =
Fct×Fca onde,

Fct = Fator de correção de temperatura, Norma NBR-5410/2004 (tab.


40)

Fca = Fator de correção de agrupamento para condutores agrupados em


feixe: ao ar livre ou sobre superfície; embutidos; em conduto
fechado

De acordo com os dados do item c, para T=35 °C


Fct = 0,94 (Tabela 40, NBR 5410/2004 ou anexo 2)

De acordo com os dados do item b, para 3 circuitos (ele e mais dois)


Fca = 0,7 (tab.42, NBR 5410/2004 ou anexo 3)

12A

Portanto, I ‘B = 0,94×0,7
I’B =18,24 A

Em posse desse valor de corrente e consultando a tabela 36


(capacidade de corrente elétrica de condutores) da NBR 5410/2004,
pagina 101, para dois condutores carregados encontramos a bitola do
condutor e a capacidade de condução do condutor para o primeiro
critério:

S1 = 2,5 mm2, bitola do condutor (Área do cobre em mm²)


Iz = 24 A, capacidade de condução do condutor

Podemos também utilizar as tabelas atualizadas de capacidade de


condução de corrente elétrica dos fabricantes.

Informações Importantes sobre Tabelas da NBR/2004:

Toda vez ao examinarmos uma tabela de bitola de condutores


sempre vamos nos deparar com algumas observações mais comuns
como, por exemplo: maneira de instalar, número de condutores
carregados, tipo de Isolação, temperatura ambiente etc., portanto
vamos comentar um pouco mais a respeito.
Maneira de Instalar refere-se à forma de instalar o condutor
elétrico. A tabela 33 da NBR 5410/2004, página 90 a 95, “Tipos de
Linhas Elétricas” descreve a cada tipo de instalação em baixa
tensão: Se é uma instalação aérea, ou se é uma instalação onde o
condutor se encontra dentro de um eletroduto e se este eletroduto
está ou não embutido etc. e referencia por uma letra (A1, B1, C1,
etc.)

Para o exercício em questão podemos utilizar o Anexo1 ou tabela


33 página 90 da NBR 5410/2004, portanto temos:
 Método de Instalação: Número 7
 Descrição: Condutores isolados ou cabos unipolares em
eletroduto de seção circular embutido em alvenaria

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 Método de Referência: B1(utilizado na determinação da
capacidade de condução de corrente na tabela 33 da NBR
5410/2004) ou Anexo 1.
Números de Condutores Carregados refere-se ao número de
condutores que efetivamente estão conduzindo corrente elétrica,
tabelas de números 36 a 39, páginas de 101 a 105 da NBR
5410/2004, Anexo 04 ou Anexo 05. Para o nosso caso em questão
estamos trabalhando com 127 V- circuito monofásico (fase e
neutro), portanto são dois condutores carregados que conduz
corrente elétrica. O condutor de proteção (terra) não entra na
contagem do numero de condutores carregados.
Tipo de Isolação refere-se de como é constituída a sua isolação,
se é de PVC (mais comum), XLPE, EPR etc.
Temperatura Ambiente, já mencionado no item b (cálculo da
corrente fictícia de projeto) em que os valores das capacidades de
correntes com suas respectivas bitolas são valores referenciados à
uma temperatura de ensaio, que geralmente é de 30 0C (NBR
5410/2004).

Conclusão do 1º critério:

O valor de corrente real que é absorvido pela carga é IB = 12 A.


Portanto o condutor dimensionado deve ter a capacidade de conduzir o
valor da corrente IB, porém, de acordo com as condições propostas
pelo exercício que são temperatura ambiente e o número de
condutores em um mesmo eletroduto, produz uma redução real na
capacidade de condução desse condutor. Para contornar tal situação foi
calculada a corrente fictícia (I’B = 18,24 A) que é função da
temperatura ambiente e do fator de agrupamento.
O valor de I’B foi determinado somente para que pudesse ser
dimensionada a correta bitola do condutor elétrico que tivesse a
capacidade de conduzir a corrente de projeto IB mediante as
condições propostas pelo exercício.

2º CRITÉRIO: MÁXIMA QUEDA DE TENSÃO ∆V PERMISSÍVEL

Introdução Teórica
Um dos parâmetros mais importantes para o correto dimensionamento dos
condutores é o cálculo da seção, pelo método da Máxima Queda de Tensão.
Para que a instalação elétrica, tais como: motores, aparelhos e equipamentos,
funcionem de forma satisfatória, é necessário que a tensão a que os
equipamentos estão submetidos estejam dentro de limites pré-definidos.
Durante o percurso entre o quadro geral ou a subestação até o ponto de
utilização de um circuito terminal, ocorre uma queda de tensão devido às
resistências dos condutores e equipamentos.
Em virtude dessa queda de tensão, é necessário que os condutores sejam
dimensionados de tal maneira que limitem a queda aos valores estabelecidos
pela norma NBR 5410/2004, em relação ao valor da tensão nominal da
instalação:

a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador


MT/BT, no caso de transformador de propriedade da(s) unidade(s)
consumidora(s);

3
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador
MT/BT da empresa distribuidora de eletricidade, quando o ponto de
entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto
de entrega com fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de
grupo gerador próprio.
Nota:
Estes limites de queda de tensão são válidos quando a tensão nominal dos
equipamentos de utilização previstos for coincidente com a tensão nominal
da instalação.
Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser
superior a 4%.

Na tabela 1 estão listados os valores máximos de queda de tensão para os


diversos tipos de entrada.

Tipo da instalação Iluminação e Outros usos


tomadas

Instalações alimentadas diretamente 5% 5%


por um ramal de baixa tensão, a
partir de uma rede de distribuição
pública de baixa tensão.

Instalações alimentadas diretamente 7% 7%


por subestação transformadora, a
partir de uma instalação de alta
tensão.

Instalações que possuam fonte 7% 7%


própria.

Tabela 1 – Limites de queda de Tensão

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 Figura 1 - Queda de Tensão a
considerar (Alta Tensão)

Figura 2 - Queda de Tensão a considerar (Baixa Tensão)

Para dimensionar os condutores é necessário conhecer anteriormente:


Corrente de projeto, IB (A)
O fator de potência, cos θ
A queda de tensão admissível para o caso, em porcentagem (%)
O comprimento do circuito L (m)
A tensão entre fases U (V)
Com esses parâmetros pode-se calcular o valor da seção do condutor necessária à
limitação da queda de tensão através da equação dada:
2 × L × I B ×cos θ × ρ
S=
% ∆ V ×V
Sendo que,

5
S = Área do condutor em [mm2]
L = Distância em metros [m] do quadro terminal à carga considerada
IB = Corrente de projeto [A]
Cosθ =Fator de Potencia

1 mm2
ρ = Resistividade do cobre
[
57
Ω×
m ]
O número 2 presente nesta equação é referente a tensão de alimentação quando
esta for 110V (monofásica) ou 220V (bifásica). Para circuitos trifásicos
substituiremos por √ 3.
Com esses parâmetros, pode-se deduzir que o fator crucial para o
dimensionamento é a distância do ponto de utilização ao Quadro Geral, terminal e
subestação.
Quanto maior a distância, maior será a seção necessária do condutor para
transmitir a mesma quantidade de energia. Portanto, é de interesse prático e
econômico que se procure alternativas no projeto para limitar as distâncias entre os
pontos de utilização, com o objetivo de que não sejam dimensionadas seções
elevadas.
Por isso, ao verificar em seu projeto que a seção calculada foi elevada em razão da
Queda de Tensão, analise o trabalho procurando caminhos alternativos, que
diminuam a distância entre os diversos pontos dos circuitos.
Através deste critério, voltemos a analisar o nosso exercício.

L = distância em metros da carga considerada (L=25 m)

IB = Corrente de projeto (12 A)


V = Tensão da alimentação da carga (dado V=110 volts)
1 Ω×mm 2
×
 = Resistividade do cobre 57 m
V  Para circuitos terminais 2% (NBR 5410/2004)
Cos θ=1 (quando não for dado adota-se igual a 1 resistivo)

2×25 ( m )×12 ( A )×1 Ω×mm 2


S 2=
0,02×110 (V )×57 ( m )
=4,78 mm2

S2=4,78 mm2

Voltemos novamente à análise da tabela 36, pg. 101 da NBR-5410/2004


ou Anexo 04:
i. Método de referência
Para que o método de referência seja identificado primeiramente
recorre-se à tabela 33 NBR-5410/2004 – Tipos de Linhas ou
Anexo 1:
B1 - Condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de
seção circular embutido em alvenaria – em acordo com os dados
do exercício
ii. Número de condutores carregados:
2 condutores (1 fase + 1 Neutro)
iii. Seções nominais (mm²):

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A seção calculada foi de 4,78 mm², o mais próximo (sempre para
mais) na tabela é 6 mm2 que corresponde pela tabela a uma
capacidade de corrente de I z= 41A

Conclusão entre os dois Critérios Utilizados

Comparando as duas secções calculadas o projetista SEMPRE deve


adotar aquela que apresentou a MAIOR seção, portanto S2 > S1.

3o CRITÉRIO:
COORDENAÇÃO DA PROTEÇÃO COM A SECÇÃO TRANSVERSAL DO
CONDUTOR DE ENERGIA ELÉTRICA PARA SOBRECARGAS

Devemos sempre satisfazer as duas seguintes condições:


a. IB  IN  IZ
b.
I 2 ≤1,45×Iz

(ver proteções elétricas)

I. PROTEÇÕES ELÉTRICAS

Antes de darmos seqüência ao nosso exercício vamos estudar algumas


condições anormais que podem ocorrer em um circuito.
Sobrecarga: É a parcela da potência absorvida de um circuito que
excede a potência nominal do sistema.
Sobrecorrente: É quando a corrente de um circuito ultrapassa a
máxima permitida para um sistema ou um equipamento, podendo
ocorrer um grande aquecimento nos condutores.
Corrente de Curto-Circuito: É quando ocorre uma ligação acidental
entre dois condutores de potenciais diferentes, ocorrendo uma corrente
de grande intensidade.

i. Fusíveis de Baixa Tensão


Consideramos como elemento de proteção em baixa tensão os fusíveis
que podem ser utilizados até uma tensão de 1kV em CA e 1,5 kV em
CC.

São dispositivos usados com o objetivo de limitar o efeito de uma


perturbação, proporcionando a sua interrupção. Os fusíveis (figura 3)
são os elementos mais frágeis que são propositadamente intercalados
num determinado ponto do circuito elétrico para interromper corrente de
sobrecargas violentas.

Os fusíveis são indicados para proteção contra curtos-circuitos, cuja


capacidade de interrupção varia com a tensão de trabalho chegando a
100 kA em 440V , sendo que sua proteção contra sobrecarga é pouco
precisa.

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Figura 3. Fusíveis tipos NH e Diazed em portas fusíveis e em
diversos tamanhos.

a. Principais Elementos que Constituem os Fusíveis de BT


Elo fusível ou elemento fusível: É feito basicamente de cobre
recoberto com zinco, que com a passagem de corrente com valor acima
do valor nominal do fusível, provoca um aquecimento e este elo se
funde em um meio extintor, interrompendo esta corrente.
Meio extintor: Esse material pode ser de areia de quartzo que tem
como finalidade de retirar a energia calorífera do arco provocada pela
fusão do elo fusível.
Corpo: São feitos de material isolante (porcelana no caso dos
industriais, mas existem também de papelão de vidro e de plástico)
Serve para sustentar o elemento fusível , o meio extintor e os terminais.
Terminais: São feitos de metal com robustez bastante para que não
sofrer com a corrente que flui pelo fusível Fazem o contato do elemento
fusível com o porta fusível.
Porta fusível: é um compartimento que fica fixo no circuito e serve de
encaixe para o fusível.

b. Característica de Desligamento
Fusível de efeito rápido: destina-se a circuitos em que a variação da
corrente entre a partida e o regime normal de funcionamento é pequena
(ex.: cargas resistivas, cargas que funcionam com semicondutores);

Fusível de efeito retardado: destina-se a circuitos em que acorrente de


partida é várias vezes superior à corrente nominal (ex.: motores).

c. Faixa de interrupção
Os dispositivos fusíveis podem ser do tipo gG, gM, aM.

A primeira letra indica a faixa de interrupção:


Fusíveis tipo g - fusíveis de capacidade de interrupção em toda faixa;
Fusíveis tipo a - fusíveis de capacidade de interrupção em faixa parcial.

A segunda letra indica a categoria de utilização e define com


precisão a característica tempo-corrente, tempos e correntes
convencionais, e regiões de atuação.

gG indica fusíveis, com capacidade de interrupção em toda a faixa,


para aplicação geral;

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gM indica fusíveis, com capacidade de interrupção em toda a faixa,
para proteção de circuitos de motores;
aM indica fusíveis, com capacidade de interrupção em faixa parcial
para proteção de circuitos de motores.

a) Tipos de Fusíveis
a.Fusível Rolha

Fusível de baixa tensão em que um dos contatos é uma peça roscada,


que se fixa no contato roscado da base correspondente, ainda
facilmente encontrados no mercado, porém não são admitidos pelas
normas NBR devido a pouca ou nenhuma segurança, não faremos
referências ao seu estudo.

Figura 04 - Fusível Cartucho tipo


Virola e Fusível tipo Rolha

b.Fusível Cartucho

Fusível de baixa tensão cujo elemento fusível é encerrado em um tubo


protetor de material Isolante e pode conter cristais de sílica como
elemento extintor, com contatos nas extremidades fechando o tubo.
Os fusíveis cartuchos cujos invólucros são somente de papelão
impregnado de verniz sem o meio extintor não são admitidos pela NBR

Nota: De acordo com a forma dos contatos, este fusível é designado:


a) fusível (cartucho) tipo virola;
b) fusível (cartucho) tipo faca.

Fusível Tipo Virola Fusível Tipo Faca


Corrente Nominal (A) Corrente Nominal (A)
6 12 25 40 100 60 400

9
8 16 30 50 100 600
1 20 32 60 200
0
Tabela 1 – Correntes Nominais dos Fusíveis Cartucho

c.Fusível Diazed

Os fusíveis Diazed são de alta confiabilidade e utilizadas em bases


calibradas, isto é, em uma substituição somente poderá ser trocado por
outro de mesmo valor nominal e podem ser encontrados em duas
versões, rápido e retardado sendo que o último é de uso exclusivo à
proteção de motores.
Quando instalado fica em um invólucro completamente fechado não
expondo partes vivas. Possui também um dispositivo indicador de fusão
que se solta quando o elo se funde.
Tem uma elevada capacidade de interrupção em curto circuito de até 70
kA, e pode ser utilizados em circuitos cuja tensão nominal não
ultrapasse 600 V.

FUSÍVEL DIAZED
Corrente Corrente Corrente Nominal Corrente
Nominal Nominal Nominal
do Fusível (A) da Base ( A ) do Fusível ( A ) da Base ( A )
2 35
4 50 63
6 63
10 25 80
16 100 100
20 125
25 160 200
200
Tabela 2

d.Fusível NH

São fusíveis de alta confiabilidade, porém mais caros, predomina em


utilizações industriais onde suporta elevadas correntes de partida de
motores elétricos. Possui elevada corrente de ruptura de curto circuito,
chegando até 100kA.

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Uma das vantagens que possui em relação aos demais além de sua
grande eficácia, é que os elos fusíveis podem ser renovados quando se
fundem dando um sinal através de um pino indicador de fusão.

FUSÍVEIS TIPO NH
Corrente Corrente Nominal Corrente Nominal Corrente Nominal
Nominal da Base (A)
do
Fusível do Fusível ( A ) da Base ( A )
(A)
6 36
10 50
16 63
20 80 250
25 100
36 125 125
50 160
63 200
80 224
100 250
125 300 400
355
400
425
500 630
630
800
1000 1000
Tabela 3

Conclusão:
seu valor de especificação de corrente deverá ser sempre maior que o
do dispositivo fusível e sua tensão deverá ser sempre maior que a
tensão da rede elétrica.
Recomenda-se que as facas se abram quando puxadas para baixo.

(continuação do exercício – Utilizando o Fusível como Elemento


de Proteção)

a.
Como IB = 12 A ( calculado )
Iz = 41 A ( Anexo 4 )
Substituindo os valores de IB e IZ na expressão IB  IN  IZ ,

12 A ≤ I N ≤ 41 A

O projetista deve escolher IN, corrente nominal do fusível, (tab. 1 ou 2


dos Fusíveis) um valor que deve ser igual ou imediatamente superior a
12 A. Na tabela o valor encontrado é de 16 A, portanto:

12A  16A  41A , (satisfeito o item a).

b. Uma nova condição também deverá ser satisfeita

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I2 ≤ 1,45 × IZ ,substituindo IZ = 41A na expressão dada,

temos:
I 2  1,45  41A , portanto
I 2  59,45A

O passo seguinte do projeto é calcular o valor da corrente I2, para tanto


é necessário consultar a Tabela Fatores de Multiplicação de
Corrente (K) que relaciona aos tempos de atuação de um determinado
dispositivo de proteção (fusíveis e disjuntores). TABELA 4.

Tipo Corrente nominal IN(A) Corrente convencional Corrente convencional de


de não atuação INA(A) atuação IA(A) = I2
Fusível gI I2 ≤ 4 1,5 × IN 2,1 × IN
4 < I2 ≤ 10 1,5 × IN 1,9 × IN
10 < I2 ≤ 25 1,4 × IN 1,75 × IN
25 < I2 ≤ 100 1,3 × IN 1,6 × IN
100 < I2 ≤ 1000 1,2 × IN 1,6 × IN

Fusíveis gII Todas 1,2 × IN 1,6 × IN

Fusíveis gG Todas 1,25 × IN 1,6 × IN

Disjuntores em IN ≤ 10 1,5 × IN 1,9 × IN


caixa moldada tipo 10 < IN ≤ 25 1,4 × IN 1,75 × IN
L
IN > 25 1,3 × IN 1,6 × IN
Disjuntores em Todas 1,05 × IN 1,35 × IN
caixa moldada tipo
G

Disjuntores em IN ≤ 63 1,05 × IN 1,35 × IN


geral IN > 63 1,05 × IN 1,25 × IN

Corrente Convencional de Não Atuação: Valor especificado pela


corrente de um disjuntor ou fusível que pode ser suportado durante um
tempo especificado (tempo convencional)

Corrente Convencional de Atuação (I2): Valor especificado pela


corrente de um disjuntor ou fusível que atua dentro de um tempo
especificado (tempo convencional)
I2 = If = k  IN
A Tabela 5 mostra os tempos convencionais para os principais
dispositivos de proteção contra sobrecorrentes de baixa tensão.
TIPO CORRENTE TEMPO
CONVENCIONAL CONVENCIONAL
IN(A) (h)
Fusíveis gI, gII e IN ≤63 1
gG 63 < IN ≤ 160 2
160 < IN ≤ 400 3
400 < IN ≤ 1000 4
Disjuntores IN ≤ 63 1
IN > 63 2
TABELA 5
Na TABELA 4 para fusíveis gI e IN = 16A (valor encontrado no item a),
encontramos na coluna corrente Atuação I2 = 1,75 × IN.

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Portanto I2 = 1,75 16A
I2 = 28A
Como no item anterior encontramos que I 2  59,45A ∴
substituindo o valor de I2 encontrado temos que:

(I2 = 28A) < 59,45A (Satisfeito o item b)

CONCLUSÃO FINAL: - A secção transversal dos condutores de energia


elétrica do circuito terminal do problema será:
2  # 6 mm2 , IZ = 41 A , fusível = 1  16 A
Como se trata de um circuito monofásico 110 V , utilizamos fusível
somente para proteção da fase.

(continuação do exercício – Utilizando o Disjuntor como


Elemento de Proteção)

I. DISJUNTORES

DISJUNTOR TIPO AMERICANO DISJUNTOR TIPO EUROPEU

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DISJUNTOR DE DISJUNTOR DE ALTA TENSÃO
CAIXA MOLDADA

Os disjuntores podem ser encontrados como monopolar, bipolar e


tripolar , normalmente possuem dois sistemas de proteção :
Proteção contra Sobrecorrente - trata-se de um dispositivo
térmico (lâmina bimetálica) sensível às condições de sobrecarga.
Quando por este dispositivo circular uma corrente superior à nominal,
este se aquece curvando a lâmina e desarmando o disjuntor.
Proteção contra curto-circuito - trata-se de um dispositivo
eletromagnético cuja armadura encontra-se presa a uma mola , quando
pelos fios da bobina circular uma corrente alta suficiente, acima da
corrente de operação (I), capaz de vencer ação da mola a armadura
então será tracionada pelo núcleo promovendo então abertura dos
contatos desarmando o disjuntor.
Esta corrente de operação (I) pode ser fixa ou ajustável (dentro
de uma faixa), mas para isto é necessário que o disjuntor já venha com
tal dispositivo de ajuste.
Temos dispositivos eletromagnéticos de disparo são classificados em
três grupos: instantâneo, extra rápido e de retardo, sendo que este
último ao passar uma corrente superior a sua corrente de operação o
seu disparo ocorrerá após um tempo de retardo ocasionado por um
circuito temporizador.
Os disjuntores que operam em baixa tensão e geralmente
trabalham com proteção térmica e eletromagnética são chamados de
disjuntores termomagnéticos.

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1 - Parte Externa, termoplástica
2 - Terminal superior
3 - Câmara de extinção de arco
4 - Bobina responsável pelo disparo instantâneo (magnético)
5 - Alavanca:
    0 - Desligado: verde visível
    I - Ligado: vermelho visível
6 - Contato fixo
7 - Contato móvel
8 - Guia para o arco - sob condições de falta, o contato
móvel se afasta do contato fixo e o arco resultante é guiado
para a câmara de extinção, evitando danos no bimetal, em
caso de altas correntes (curto-circuito)
9 - Bimetal - responsável pelo disparo por sobrecarga
(térmico)
10 - Terminal inferior
11 - Clip para fixação no trilho DIN

A combinação da bobina magnética, arco guia e a câmara


de extinção de arco garantem rapidez no desarme, alta
capacidade de ruptura, alta seletividade e durabilidade do
disjuntor

Foto Ilustrativa

Tais disjuntores possuem boa confiabilidade na proteção contra


sobrecargas devido o seu dispositivo térmico trabalhar próximo ao
seu valor nominal de corrente. Enquanto que o seu dispositivo
eletromagnético opera dentro de uma faixa, cujo valor inicial é superior
ao valor de sobrecorrente e o seu valor final é o valor da capacidade de
interrupção do disjuntor.
Os minidisjuntores termomagnéticos de caixa moldada (caixa
plástica hermeticamente fechada) com correntes nominais de 5 a 100A
são para nós os mais empregados, portanto a estes vamos dedicar os
nossos estudos.
Os minidisjuntores são divididos em duas classes: tipo europeu
e tipo americano.
a. Minidisjuntor tipo Americano (NEMA)
É geralmente mais robusto, sua caixa é de baquelite preta, seu
dispositivo eletromagnético não é bobinado o que o torna sensível
apenas a altas correntes de operação (I) de 10 a 30IN, isto é , para um
disjuntor cuja corrente nominal ( IN = 15A ) a faixa de atuação de seu
dispositivo eletromagnético é de 150 a 450A.
b. Minidisjuntores tipo Europeu (DIN)
Possuem mecanismos de alta precisão, sua caixa não é de baquelite
e geralmente possui cor clara. O seu dispositivo eletromagnético é
bobinado, o que o torna mais sensível a pequenos valores acima da
corrente de operação (I).
Tais disjuntores são classificados em dois tipos: L e G
1. Tipo L: possuem os disparadores eletromagnéticos ajustados
para atuar entre 3,5 e 5 vezes a corrente nominal, sendo
indicados para proteção de instalações residenciais ,
circuitos de iluminação e comando, etc.
2. Tipo G: Possuem os disparadores eletromagnéticos
ajustados para atuar entre 7 e 10 vezes a corrente nominal,
sendo indicados para proteção de circuitos nos quais

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existem cargas motrizes, já que suportam a corrente de
partida de motores que é da ordem de 6 IN.

Portanto para um disjuntor cuja corrente nominal seja 15A a faixa


de atuação para tipo L varia de 52,5 A a 75 A, enquanto que para o
tipo G a faixa de atuação varia de 105 A a 150 A.

CAPACIDADE DE RUPTURA: A capacidade de interrupção de um


disjuntor representa o valor máximo da corrente de curto circuito
(Icc) que o fabricante do disjuntor assegura que o mesmo pode
suportar sem sofrer avarias. Se tais valores forem superados na
ocorrência de um curto circuito, o respectivo disjuntor de proteção,
ao invés de manter a integridade da instalação poderá colar seus
terminais mantendo  a destruidora corrente de curto circuito ou, até
mesmo, "explodir”.
O projetista  encontrará vários disjuntores com a mesma corrente
nominal e do mesmo fabricante, porém com preços diferentes, pois
saibam que quanto maior a capacidade de ruptura, que pode variar
de 5KA até 65KA, maior será o preço cobrado, pois o disjuntor tem
que ser mais robusto.
A corrente de curto circuito depende do transformador que
alimenta a instalação (ou o transformador da sua cabine primária, ou
o que está no poste da Concessionária de energia elétrica) e do
comprimento dos cabos desde o seu quadro elétrico até este
transformador. Quanto mais longe estiver o quadro elétrico do
transformador da instalação, menor será o valor da Icc neste quadro.
Desta forma, o cálculo de Icc para cada quadro da sua
instalação pode representar uma economia, pois o seu quadro
geral pode exigir, por exemplo, 25KA/220VCA, mas os demais podem
exigir apenas 5KA/220VCA.

                 
A tabela 7 nos dá os valores das correntes convencionais dos
principais dispositivos de proteção contra sobrecorrentes em acordo com
as normas NBR, portanto não se trata de valores obtidos de tabelas de
fabricante.

Nota:
Quando se trata de instalações comerciais e industriais
onde circuitos terminais de iluminação ficam ligados por mais de
três horas, isto faz com que a temperatura do quadro terminal suba
por muitas vezes a valores superiores a 40 °C. Uma vez que os
disjuntores são calibrados a uma temperatura que não ultrapassa
40 oC é de se esperar então que passe a responder a valores de
correntes inferior a sua capacidade nominal. Por exemplo, um
disjuntor monopolar da EATON de 16 A calibrado a uma
temperatura ambiente de 40 oC ,de acordo com sua tabela de
corrente nominal em função da temperatura, temos que à 50 oC o
seu valor nominal cai para 14,9 A. Por normas , os disjuntores não
devem trabalhar a mais de 80% de sua capacidade nominal,
portanto muitos fabricantes já fornecem uma tabela para escolha
apropriado do disjuntor mediante a sua utilização em temperaturas
diferentes das de calibração. TABELA 6

TABELA 6 - Tabela de Correção de Temperatura (Disjuntores Eaton)

TEMPERATURA CORRENTE NOMINAL (A)

16
a 40°C 16 20 32 40 50 63 80 100
a 50°C 14,9 18,6 29,8 37,2 46,5 58,6 74,4 93,0
a 50°C 13,6 17,0 27,2 34,0 42,5 53,6 68,0 85,0

Continuação do Exercício

As condições anteriormente descritas para os fusíveis são também


válidas para os disjuntores:

1a condição: IB  I N  IZ
a I 2 ≤1,45×I Z
2 condição:

Análise para a primeira condição:


IB  I N  IZ
Sendo:
IB = 12 A (calculado)
IZ = 41 A (Anexo 4)

12A  I N  41A
Analisando a tabela 7 encontramos um disjuntor de IN =16A
(imediatamente superior ao valor calculado IB), portanto:

12A ≤ 16A ≤ 41A, primeira condição satisfeita

IN (A) IN (A) IN (A)


5 30 63
10 35 70
16 40 80
20 45 90
25 50 100
TABELA 7 - Esta é uma tabela geral de valores de disjuntores sem
especificar o fabricante.

Análise para a segunda condição:


I 2 ≤1,45×I Z
I 2 ≤1,45×41A ∴ I2 ≤59,45A
Sabendo que
Agora em posse da tabela 4 escolhemos que para os disjuntores de
uso geral, IN =16A (tipo americano (NEMA) e tipo europeu (DIN)),
temos:
I 2 =I A =1,35×I N
I2 = IA = corrente de atuação do disjuntor dentro de
um tempo convencional TC.

Substituindo IN = 16A, temos:


I 2 =1,35×16 ∴ I2 =21,60A
I 2 =21,60A ≤59,45A

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A 2a condição também se verifica podemos então utilizar o disjuntor
de 16A.

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