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A questão do mítico em contraponto ao cientificismo se faz presente desde o advento

da ciência propriamente dita. Há sempre um indicio de mutualismo e dualidade entre o


mito e a ciência. Metaforicamente falando, podemos comparar à sexualidade, em que
dois seres de naturezas fisiológicas distintas se unem para formar um único, no caso
avaliado, esse único seria nada menos que o conhecimento ou, exacerbando ainda mais,
a verdade em si.

Sempre foi uma exigência natural do ser humano buscar explicações e representações
plausíveis sobre a existência, também é bastante válido ressaltar a superioridade das
explicações míticas, como é citado no texto Mito e Ciência, a ciência não parte apenas
da observação do universo para defini-lo, entendo como se ela fosse aos poucos
galgando degraus para um dia (particularmente descarto essa possibilidade) chegar a
uma explicação única e indiscutível sobre as questões já explicadas pelas idéias do
mundo mítico.

A principal função do mito é acalentar a humanidade, oferecer razões prontas para


todas as coisas, sejam elas boas ou ruins. O mito é inatingível pela ética, pois, ele possui
sua própria ética, seu próprio conteúdo moral. Já a ciência está sujeita a um julgamento
de uma ética imposta pela sociedade, estamos sim, dispostos a investir em estudos
aprofundados nas células tronco, por exemplo, mas em contrapartida nos
fundamentamos em princípios morais que impedem tais avanços, como a religião. Com
a praticidade que a religião se difunde se torna até mais viável acreditar na verdade
imposta do que na própria ciência. Essa praticidade é oriunda da falta de
questionamento próprio sobre as coisas em conjunto com a ausência de conhecimento,
podendo ser facilmente exemplificada expondo a Idade Média, onde qualquer pessoa
que se utilizasse de uma metodologia cientifica (por mais arcaica que fosse) era julgada
por um tribunal de inquisição e por vezes queimado na fogueira por heresia.

A teoria da evolução sofreu inúmeras mutações até chegar ao princípio lógico


Darwinista, por exemplo. A capacidade de ser volátil e constantemente renovável é o
principal alicerce da ciência. Um bom caso a se pensar se caso um dia, hipoteticamente,
a ciência conseguisse explicar tudo que os mitos explicam, seja através da matemática
ou qualquer outro meio que garanta uma certeza absoluta. O que seria feito após isso?
Seria sim, decretada a morte da ciência, com uma vitória sobre todo o mundo mítico,
mas logo assim se tornando obsoleta.

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