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Edifício Spazio JK, projeto de Edo Rocha: vidro laminado refletivo prata da Glassec
A fabricação dos vidros refletivos pode ser realizada por meio de dois processos: o
pirolítico, ou on line, e em câmara a vácuo, ou off line (sputtering methode).
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Edifício Atrium V, projeto de Aflalo & Gasperini: vidro SGG Stadip Cool Lite azul e cinza, da Santa Marina
Como especificar
Segundo Paulo Duarte, o vidro refletivo deve ser especificado sempre que a
incidência de radiação solar sobre uma fachada for excessiva, resultando no
aquecimento interno do ambiente. Mas, observa ele, a escolha não é tão simples.
É importante, antes de se falar sobre as características de especificação de um
vidro refletivo, saber como ocorrem os fenômenos físicos que comandam o
desempenho desse produto e como a radiação solar incide sobre uma construção,
particularmente sobre as fachadas e coberturas (figura 1).
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Figura 1 - Coeficiente fotoenergético
Entre 0 e 380 nanômetros estão as radiações ultravioleta (UV), que são invisíveis
ao olho humano e têm características benéficas e maléficas para o homem. Na
faixa entre 380 e 800 nanômetros, temos o espectro da luz visível, que, começa
nas freqüências mais altas do violeta, passa pelo azul e vai pelo verde, amarelo
até chegar ao vermelho, passando depois para as radiações no infravermelho
(IV), que também são invisíveis e concentram mais calor (figura 2).
Figura 2 - Espectrofotometria
Gráfico do espectro solar mostra a curva de distribuição das ondas da radiação oriundas do sol,
tomando como base seus comprimentos de onda e suas freqüências.
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A radiação solar é composta por aproximadamente 3% de UV, 42% de luz visível e
55% de IV. Ao atingir uma placa de vidro, essa radiação se divide da seguinte
forma: parte atravessa o vidro, penetrando no ambiente interno (transmissão
direta); parte é refletida para fora; e um terceiro percentual é absorvido pelo
vidro, que se aquece e redistribui essa energia, devolvendo parte para o exterior e
parte para o interior. Conclui-se que a quantidade total de radiação que passa
para o interior é o percentual de transmissão direta (TD) mais a parte da energia
absorvida pelo vidro que foi devolvida para o lado interno (AE).
A radiação refletida não faz parte da energia que passa por transmissão direta, e
vice-versa. Quando o vidro reflete demais, passa pouca radiação; quando absorve
demais, além de permitir passar menos radiação, reduz a parcela refletida. A
combinação entre os percentuais de radiação transmitida, refletida e absorvida
definem o desempenho fotoenergético do vidro; o bom desempenho é o balanço
desejável entre a transmissão de luz direta e o bloqueio máximo de calor. Este
balanço ocorre matematicamente para cada comprimento de onda e vai muito
além de simples cálculos aritméticos.
Cobertura da piscina do Hotel Hilton São Paulo Morumbi, projeto de Botti Rubin: vidros
laminados refletivos da Santa Marina.
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No balanço fotoenergético, a dificuldade está em encontrar o equilíbrio entre a
quantidade de luz e de calor transmitida para dentro do ambiente e a quantidade
de luz refletida internamente. Nesse caso, vale lembrar: se a quantidade de luz
direta transmitida for diminuída, haverá escurecimento do ambiente interno com
efeitos negativos sobre a visão, exigindo-se mais energia para iluminação artificial;
pode ocorrer, ainda, um efeito psicológico depressivo. A luz refletida causa o
aspecto espelhado do vidro, resultando nas “caixas-espelho”, que estão se
tornando cada vez mais indesejáveis.
O vidro refletivo não é um espelho, ele reflete parcialmente para o lado onde há
mais luz. Isso significa que durante o dia a reflexão é externa e durante a noite é
interna, e se essa reflexão é excessiva o resultado pode ser desagradável.
Portanto, passa a interessar o percentual de refletividade interna.
Vidros coloridos
Os vidros coloridos refletivos tendem a enfatizar a refletividade interna,
obrigando a uma revisão dos valores fotoenergéticos. Portanto, é importante
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considerar também o efeito da cor do vidro. Pode-se obter um vidro colorido
refletivo de três maneiras.
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A escolha adequada
Após conhecer as particularidades que envolvem a concepção de um vidro
refletivo, para especificá-lo é necessário observar os seguintes itens:
• Escolha o que melhor atender ao cliente e à obra. Isso implica conhecer o que o
projeto de ar condicionado requer como desempenho do vidro para melhor suprir
as necessidades de conforto térmico, com eficiência e economia.
• Não se pode escolher a cor do vidro considerando cores de encomenda; vidro
não é tecido nem tinta, suas composições são limitadas.
• Nem sempre o vidro que apresenta exatamente a cor desejada é aceitável para
o projeto. Nesse caso, deve-se fazer outra opção, para se obter uma alternativa
que melhor se adapte ao projeto.
• O vidro refletivo tem reflexão para fora e para dentro do edifício, geralmente
mais para dentro, e a reflexão interna pode apresentar uma cor detestável.
• Para resolver problemas acústicos, não é preciso procurar vidros insulados
(duplos). Um laminado geralmente resolve melhor o problema, com custo menor.
• Vidro insulado com um componente refletivo oferece melhores coeficientes
fotoenergéticos do que o vidro monolítico ou laminado, além de diminuir a
transferência de calor - fator U mais baixo.
No caso do Brasil, um país que se estende desde a latitude 5B norte até 33B sul,
temos a seguinte situação: grande parte do país na região tropical, parte no
hemisfério norte e parte no sul, alguns Estados na região equatorial e Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul abaixo do trópico de Capricórnio. Isso significa
que a incidência da radiação solar vem em diferentes ângulos nas diversas regiões
e há um período de insolação maior em algumas delas.
Assim, é indicado selecionar vidros de média refletividade nos estados das regiões
Norte e Nordeste e de baixa refletividade no Sul e Sudeste. Deve-se bloquear mais
luz natural na região Norte e menos no Sul.
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Figura 3 - Indicação das faces de vidro
Os aspectos estéticos relativos às refletividades externa e, principalmente, interna
também devem ser considerados, pois ninguém quer estar num quarto de hotel,
por exemplo, de onde se pode observar uma bela paisagem, e, ao olhar através do
vidro, ver quase somente sua própria imagem refletida.
“Para um escritório comum, o nível deve ser relativamente alto, mas sem
desconforto. Nos locais em que haja predominância do uso de computadores, esse
nível deve ser mais baixo, ou a visibilidade das telas será péssima.”
Para coberturas, segundo Paulo Duarte, são indicados vidros que tenham baixo
coeficiente de sombreamento (CS), menor que 0,40; transmissão luminosa (TL)
entre 25% e 40%; refletividade interna (Ri) inferior a 18%; e valor Uv menor que 3
W/m2.BC.