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Direito Penal – OAB 2ª Etapa

(Profa. Patrícia Vanzolini)

<www.lfg.com.br/areadoaluno>

Aula dia 05/10/2010

- Sexta-feira: plantão de dúvidas..

- Material: bibliografia no site.

1) Livro Prática Penal (RT é como se fosse nossa apostila, material


essencial do curso – 7 ed.).

2) Vademecum. Levar o codigozinho que é mais fácil de consultar


(verdinho RT tem mais remissões) atualizado e um Vademecum grande
como complemento.

3) Resumos do Elementos do Direito de Penal e Processo Penal, os


Remédios Constitucionais e o livro de ECA.

- Esqueleto (montagem do raciocínio): antes de tudo entender o contexto


do problema. Não tentar identificar a peça de cara!

1) Cliente: é importante verificar se seu cliente é a vítima ou o


indiciado.

2) Crime/ pena: o crime e a respectiva pena que constam da


denúncia ou do respectivo inquérito. Quando vc acha que é outro crime –
desclassificação. Às vezes o problema já traz o crime. Outras vezes vc tem
que identificar o crime – é importante a correta tipificação. Se houver uma
mudança de tipificação na stç, vc tem que colocar no item 2.

3) Ação penal: é importante para descobrir a minha peça e a minha


tese. Ex.: se eu tenho uma ação privada ou pública condicionada a
representaçao aí eu posso ter uma tese de nulidade – ex.: legitimidade de
parte. OU ainda condiçoes de procedibilidade.

=> Pode-se pensar tb em causas de extinção da punibilidade (4):


decadência, perempção, renúncia e perdão do ofendido. É preciso checar
isso se for ação ação privada.
4) Rito Processual: importante para definir a competência. Se
sumaríssimo JECRIM (ex.: assédio sexual, ação privada, rito JECRIM). Tem
tb os processos de juri – rito de juri. Rito ordinário e sumário- juízo comum,
sem grandes problemas. Cada rito tem uma sequencia lógica, aí vc sabe o
próximo passo. Saber qual é o rito tb faz vc perceber novas teses.

Ex.: Tício caloniou o Mévio que ofereceu queixa-crime. O juiz aceitou a queixa-crime e
citou imediatamente Tício.

- Crime: art. 138 c/c art. 141 (6m a 2ª +1/3)

- Ação penal: privada

- Rito processual: especial de crime de honra (CPP): nesse antes da citação deve ser
feita uma audiência, e aí estava a tese da questão: está no imediatamente o erro do
juiz.

5) Momento processual: é preciso identificar o momento processual.


Ex.: era caso de apelação e a pessoa fez uma revisão criminal. Não é pq a
pessoa nào sabia a diferença entre as duas pessas. Foi uma falha de
identificação do momento: não viu que já havia transitado em julgado.

6) Peça: conjugação do cliente, do rito e do momento (1+ 4+ 5).

7) Competência: conjugação entre a peça e o rito.

8) Tese: não tem uma regra padronizada.

9) Pedido: decorre da tese.

- Identificação da Peça:

1) Cliente:

a- verificar se deve patrocinar os interesses do autor ou da


vítima do crime. (verificar se um ou mais de um).

b- verificar também a parte contrária. Ex.: pode ser o MP em


ação pública, mas pode ser outra pessoa no de ação privada (ex:
Mévio). É importante verificar se é um só ou mais de um, msm
pq isso poderia gerar uma extinção por renúncia para o juiz vc
não denunciar os dois autores.

2) Crime/pena:

a- verificar o crime que está sendo imputado.


b- verificar, se for o caso, o crime efetivamente praticado
(desclassificação.Ex.: no caso de roubo para furto vc tem q pedir a
desclassificação e a anulação do processo pela diferença de rito, pq no
furto por exemplo causa sursis processual. Por isso é preciso checar se
com a mudança da imputação não houve uma mudança de rito).

3) Ação penal:

a- classificação subjetiva:

a.1 - Pública (denúncia): incondicionada

condicionada: representação

requisição

a.2 – Privada (queixa-crime): propriamente dita

personalíssima

subsidiária da pública

=> o advogado criminalista pode fazer representação, HC


e revisão criminal, contudo por não serem privativas o Cespe não
cobrava.

Segunda parte aula dia 05/10/10:

- Como identificar a ação penal?

R: A ação penal de cada crime, se for do CP, vc vai procurar no CP – parte


especial (e ñ no CPP). Se de lei especial estará nesta lei junto com o crime.
Ex.: estupro (art. 213, CP) – art. 225 ( Regra: pública condicionada a
representação. Exceção: crime contra vulnerável ou menor de 18 anos –
pública incondicionada).

Súm. 608, STF: se o crime for cometido com violência real, a


ação penal é pública incondicionada. 2 posições:

a) ainda vale

b) não tem mais validade em face da modificação da lei (


posição majoritária – interpretação mai favorável ao réu):
pq o legislador em 2009 disciplinou completamente a matéria,
se quissesse que a súmula n. 608 valesse teria incorporado
no texto de lei. Portanto ficaria a regra pública condicionada e
exceção incondicionada. Sendo a súmula 608 desfavorável ao
réu, pois na pública incondicionada nao tem choro nem vela,
a posição majoritária é que a súmula não mais se aplica.

=> grifar a Súm. 608 no Vade.

Ex.: perigo de contágio de doença venérea: art. 130, §2º : ação


condicionada à representação.

Também pode estar: a) no próprio tipo ou

b) nas disposições gerais/ finais após o tipo.

4) Rito processual:

- comum: ordinário – penas maiores

sumário – penas médias

sumaríssimo – penas menores- menor potencial


ofensivo

- especial: a definição se dá pela matéria:

CPP : júri

funcionário público

honra

propriedade imaterial

Leis especiais: Drogas

- Como identificar o rito?

1ª pergunta: trata-se de infração de menor potencial ofensivo?

Sim: rito sumaríssimo


Não:

IMPO: contravenções penais

art. 61 crimes cuja pena máxima é < ou = a 2 anos.


L. 9099/95

Concursos de crimes deve ser levar em conta? Se praticou


vários crimes, todos individualmente de menor potencial
ofensiva.

Posição amplamente majoritária: o concurso de


crimes deve ser considerado.

a) concurso material (art. 69): soma das penas máximas.

b) concurso formal (art. 70):

pena máxima do crime + grave e elevo até ½


(aumento máximo).

o truque aqui, é vc saber se deu mais ou menos de 2


anos.

c) crime continuado (art. 71):

pena máxima do crime + grave e elevo 2/3 (aumento


máximo).

Causas de aumento ou diminuição de pena devem


ser consideradas? SIM! Devem ser consideradas!

Ex. 1: calúnia + 141, III (causa aumento)

(6m a 2 a) + 1/3

+ 1/3 a +1/2

- 1/3 a - 2/3 (tentativa)

- é preciso considerar os aumentos máximos e as


diminuições mínimas (como se ve nos vermelhos).

Não confundir:
IMPO X Sursis processual

(art. 61, L. 9099/95) (art. 89 L. 9099/95)

pena máx <= 2a Pena mín. < = 1a

ñ ter sido condenado e ñ

estar sendo processado.

* sursis processual é caso de carona legislativa, pq nao


engloba só os crimes de menor infração de menor
potencial ofensivo.

- Como identificar o rito?

1ª pergunta: trata-se de infração de menor potencial ofensivo?

Sim: rito sumaríssimo

Não:

2ª pergunta: há previsão de rito especial?

Sim: rito especial

Júri – dolosos contra vida – 121 (exceto §3º - culposo) a 128

Funcionário Público – art. 312 a 327.

Honra – 138 a 145

Propriedade material – 184 a 186

Não:

3ª pergunta: qual a pena?

*pena máx > 2 e < 4 => rito sumário (com todas as considerações já
feitas: concurso de crimes, causas de aumento/ diminuiçao).

*pena máx > ou = a 4 => rito ordinário


Ex.1: aborto: rito especial – Juri.

Ex.2: prevaricação: o rito é sumaríssimo (IMPO). Crimes de menor potencial


ofensivo sempre prefere aos outros. Por isso deve analisar primeiro, pq
prefere até sobre os ritos especiais, prefere a todos os outros!

Ex.3: art. 319: 3 m a 1 a: rito sumaríssimo.

Momento processual: caso a caso.

Dever de Casa: Livro de prática p. 21 a 67.

Obs.:crime rito (cabe sursis?) e ação.

Direito Penal

Aula dia 06/10/2010:

(Prof. Flávio Martins – www.professorflaviomartins.net.br- material


de apoio. Twitter:@flaviodolfg).

TEMA: PRINCIPAL TESE DE DEFESA, DE MÉRITO – FALTA DE JUSTA CAUSA

- é preciso complementar em casa. O livro Prática Penal, tem em suas


páginas iniciais essa tese de mérito. Esse é um bom começo.

- Elementos do crime: para a maioria da doutrina são 3:

Fato típico Ilicitude ou Culpabilidade


Antijuridicidade
Conduta* Contrariedade do fato Elementos:
típico à norma penal

Resultado** Via de regra, todo fato a) imputabilidade:


típico também é capacidade de entender
antijurídico e querer. Via de regra,
todos somos imputáveis
exceção: inimputáveis.

Nexo causal*** Exceção: só não o será b) potencial consciência


se houver uma causa de da ilicitude
exclusão da
ilicitude*****.

Tipicidade**** c) exigibilidade de
conduta diversa

*conduta: ato voluntário dirigido a uma finalidade.

Att. => atos involuntários e atos reflexos, não são conduta!

Ex1: ato durante o sono. O indivíduo está tento um pesadelo


empurra a mulher que cai, bate a cabeça num criado mudo e
morre. Este indivíduo não praticou nenhum crime, pq se não há
conduta, não há fato típico, não há crime.

Ex2: ato durante o estado de hipinose é ato involuntário, e por


isso não é conduta para o direito penal.

Ex3: atos reflexos – espasmo muscular. O médico bate um


martelhinho no joelho do cara que dá um chute e o médico cai
em um aparelho morrendo eletrocutado.

Atos praticados sob coação? São conduta para o Direito Penal?

Depende!

Há dois tipos de coação:


1- Resistível: aquela que dá para resistir, afastar. Ex.:
caso aliança de noivado: a noiva manda o noivo roubar
a aliança sob pena de término do namoro. Essa dá para
afastar. Não exlcui o crime! Mas nesse caso, temos
uma circunstância atenuante (art. 65, III, “c”, CP).

2- Irresistível: aquela que não dá para o sujeito resistir,


afastar. 2 tipos:

2.1- Física: ex.: o sujeito pega minha mão para que


eu pratique um ato libidinoso. Não responde pelo
crime! Exclui a conduta, pois o ato não é voluntário!

2.2 – Moral: ex.: o sujeito aponta uma arma na


cabeça do gerente do banco e diz: ou vc abre o cofre ou
eu te mato. Não exclui a conduta, pois o ato do
agente é voluntário! Tem uma parcela de vontade!
Porém, exclui a culpabilidade, no requisito
exigibilidade de conduta diversa.

Classificações da conduta:

A- Existem 2 tipos de conduta:

1) Comissiva: crimes comissivos, praticados por ação. É conduta


positiva. Ex.: homicídico, infanticídio etc.

2) Omissiva: crimes praticados por omissão (crimes omissivos).

a. Omissivos próprios: a omissão está no próprio tipo penal.


Descreve um não fazer. Verbos: “deixar de fazer”. Ex.:
omissão de socorro (art. 135, CP).

b. Omissivos impróprios: crime comissivo por omissão. O tipo


penal descreve uma ação, mas o agente se omite,
respondendo pelo resultado quando tinha o dever jurídico de
impedi-lo. Ex.: um garotinho de 10 anos pula na piscina do
clube, mas não sabe nadar e começa a se afogar. Tinha um
salva-vidas que não o salva, permanece inerte. Eu, sócio do
clube, também não o salvo. Qual o crime cada um praticou? O
salva-vidas, homicídio, pq tinha o dever jurídico de salvar o
menino. Eu vou responder por omissão de socorro.
A omissão só é penalmente relevante se o agente tinha o
dever jurídico de praticá-la.

B- A conduta também pode ser:

1) Dolosa (art. 18, I, CP):

a. vontade de produzir o resultado.

b. assumir o risco de produzir o resultado

Espécies: direto, eventual, alternativo, geral, de dano, de


perigo, específico e genérico (estudar em casa – Livro
Prática).

2) Culposa: imprudência, negligência e imperícia.

a. Imperícia: inaptidão técnica. Ex.: médico recém


formado, motorista.

A Air France foi condenada por conduta culposa.

Atenção: só existe a modalidade culposa do crime se


houver expressa previsão legal!

** resultado: 2 tipos:

1) Jurídico: é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico (todo crime


produz!). Ex.: furto lesiona o patrimônio, injúria lesiona a honra
etc.

2) Naturalístico: é a modificação ocorrida no mundo dos fatos. Nem


todo crime produz. É mudança visual. Ex.: a injúria pode não
provocar resultado naturalístico.

2.1- Crime material: sempre produz resultado naturalístico (ex.:


homicídio).

2.2 – Crime formal:pode produzir resultado naturalístico, mas


nem sempre produz (“crime de consumação antecipada”). Ex.:
corrupção passiva. Este se consuma no momento que o
funcionário pede! Não precisa o recebimento da vantagem, isso
é mera consequencia. Ex2: extorsão mediante sequestre: para
que esse crime se consume não é preciso o recebimento do
resgate. O crime se consuma com o sequestro, não preciso
exigir o resgate nem recebê-lo. É crime formal, pode até ter
resultado naturalístico, mas este não é necessário.

2.3 – Crime de mera conduta: nunca produz resultado


naturalístico. Ex.: violação de domicílio alheio. Basta por o pé no
domicílio alheio sem autorização para o crime se consumar.

=> Há crimes que não tem resultado: crimes tentados.

A - Requisitos da tentativa (art. 14, II, CP):

1) Início da execução: o agente tem que começar a


executar o crime. Executar o crime é a prática do
núcleo do tipo, ou seja, é a prática do verbo do crime.

2) Não consumação:

3) Por circunstâncias alheias à vontade do agente:


ex.: a vítima saiu correndo, a polícia prendeu o
indivíduo, o médico salvou a vítima etc.

B- Pena do crime tentado: mesma pena do crime


consumado, com uma redução de 1/3 a 2/3.

C- Critério para redução: quanto mais o crime se


aproximar da consumação, menor será a redução da pena.

Tipos de tentativa: tentativa perfeita/imperfeita,


branca/vermelha.

=> Desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP):

- causas de exclusão da TIPICIDADE.

A- Desistência voluntária: iniciada a execução do crime, o


agente desiste voluntariamente de nela prosseguir. No meio da
execuçao do crime eu desiste.

B- Arrependimento eficaz: terminada a execução, o agente


impede que o resultado se produza.
=> Desistência voluntária e arrependimento eficaz
excluem a figura da tentativa, ou seja, o agente não
responderá por crime tentado. Por quê? ñ é circunstância alheia
a vontade do agente.

=> O agente responderá, apenas, pelos atos já


praticados. Ex.: entro na casa de alguém para furtar um
objeto. No meio do ação eu desisto. Não vou responder por
furto, mas responderei por violação de domicílio.

=> Arrependimento posterior (art. 16, CP):na verdade esse nome


é um pleonasmo, porque todo arrependimento é posterior. É uma causa de
diminuição de pena.

C.1- Requisitos:

a- crime praticado sem violência ou grave ameaça à


pessoa: é possível no furto, mas não é possível no
roubo.

b- reparação do dano ou restituição da coisa: ex


restituição: eu furtei a bicicleta e devolvo a mesma
bicicleta. Já reparação do dano é eu pagar o valor
correspondente ao da bicicleta.

c- até o recebimento da denúncia: se a reparação


for posterior será apenas circunstância atenuante,
nos termos do art. 65 do CP.

d- por ato voluntário do agente.

=> Regras especiais de arrependimento:

1) Cheque sem fundo: se for pré-datado não é crime. Isso é


fato atípico, porque quando vc o faz pré-datado vc desvirtua a natureza do
cheque que é ordem de pagto a vista. Assim, pode configurar estelionato,
mas só se o cheque for dado a vista. Se houver a reparaçao do dano
antes do recebimento da denúncia, o fato é ATÍPICO (posição STF).

2) Crime contra ordem tributária (sonegação fiscal): se


houver a reparação do dano antes ou durante o processo penal => extinção
da punibilidade.
3) Peculato culposo: funcionário público, por culpa, contribui
para o crime de outrem. Ex.: o policial deixa a chave na ignição da viatura, o
bandido vai lá e rouba.

=> se a reparaçao ocorrer:

a) até o trânsito em juglado: extinção da punibilidade.

b) após o trânsito em julgado reduz a pena até a ½.

=> normalmente peculato é a apropriação indébita


praticada por funcionário público.

Segunda parte aula 06/10/10:

=> Crime impossível (art. 17 do CP) : ocorre quando a conusmação


é de impossível alcance. 2 hipóteses:

1- por ineficácia absoluta do meio: ex.: tenta matar alguém com


arma sem balas, ou com arma de brinquedo, ou com açúcar em vez de
veneno.

2- absoluta impropriedade do objeto: objeto material (pessoa ou


coisa sobre a qual recai a conduta) é impróprio. Ex.: tentar matar um
cadáver, tentar abortar quando não está grávida.

=>Qual a consequência do cirme impossível? FATO ATÍPICO.

=> Se a ineficácia ou a impropriedade for relativa, haverá crime


tentado. ex.: a arma está com balas, contudo a arma naquele
instante por algum motivo não dispara. Ex.2: medalha do papa
que o protegeu da morte. Nesse caso o agente responderá por
crime tentado.

*** Nexo causal: é o liame entre a conduta e o resultado:

conduta resultado
Teoria: da equivalência dos antecedentes causais (conditio
sine qua non). Tudo que contribuir para a produção do resultado
seá considerado causa.

=> existem algumas causas que autam paralelamente a


conduta, interferindo no nexo causal.

conduta ------------****---------------resultado

=> causas absolutamente independentes: não tem


origem na conduta e não fazem parte do seu normal
desdobramento. Ex.: ministro veneno a minha sogra =>
ela é atropleada e morta por um caminhão sem que o
veneno fizesse efeito. Efeito: excluem o nexo causal
entre conduta e resultado.

=> causa relativamente independente: tem origem na


conduta, mas não faz parte de seu normal desdobramento.
Ex.: atiro na vítima, ela é levada ao hospital, acidente com
ambulância. Efeito: não excluem o nexo causal entre
conduta e resultado, salvo se superveniente (ocorrer
após a conduta), e, por si só, produzir o
resultado.Ex: dou uma facada na minha sogra, ela está
bem mas é levada de ambulancia, ocorre um acidente, ela
voa no parabrisa e morre.

**** Tipicidade: 2 tipos:

1) Formal (adequação típica): o fato praticado se enquadra na lei


penal. É o encaixe do fato na norma (subsunção).

Fato => norma.

Hj só a tipicidade formal não basta! Por isso a material:

2) Material: a lesão ao bem jurídico deve ser significativa. Se a lesão


for insignificante, o fato é atípico.

***** Causas de exclusão da ilicitude (art. 23, CP):

1- Estado de necessidade:
2- Legítima defesa:

3- Estrito cumprimento do dever legal:

4- Exercício regular de um direito:

1-Estado de necessecidade=situação de perigo + conduta lesiva.

Ex.: incêncio, cachorro correndo em sua direção, enchente etc.

a) situação de perigo:

a.1- atual;

a.2 - contra direito próprio ou de 3º

a.3- não causado voluntariamente pelo agente

a.4 – inexistência do dever legal de afastar o perigo.


Ex.: o perigo razoável deve ser afastado pelo
bombeiro.

Ex.: um cachorro correndo em minha direçao, eu


pulo na casa de uma velhinha, quebro a janela tudo
para salvar a minha vida.

b) conduta lesiva: pode ser lesionado bem jurídico igual ou


menor. Ex.: tábua de salvação: vc pode salvar a sua vida
ou a de outro (vidaxvida). É diferente se está relacionado
ao patrimônio (obra de arte). Em um confronto vida x
patrimonio tem que salvar a vida.

2- Legítima defesa:

2.1- agressão (conduta humana – não animal) injusta (contrária


ao direito).

2.2- atual (está acontecendo) ou iminente (está prestes a


acontecer – eu vou ser atcado).

2.3 – contra direito próprio ou de 3º.


2.4*- repulsa com os meios necessários: o agente deve se
utilizar do meio menos lesivo que estiver a sua disposição (se ele
só tiver a arma de fogo, usa a arma de fogo).

2.5*- uso moderado desses meios: não adianta o réu usar o


meio certo, ele tb deve usá-lo moderadamente. Ex.: não
adianta escolher o pau em vez da arma, se vc matar o garoto
que furtou o seu pomar de tanta paulada.

3- Estrito cumprimento do dever legal:

=> muitas vezes o funcionário público, ao cumprir o dever imposto por


lei, lesiona bem jurídico alheio. Ex.: prisão – o policial está no
exercício de sua função. Mas é “estrito”cumprimento do dever legal, pq
o agente em que cumprir nos limites da lei!

4- Exercício regular de um direito:

=> muitas vezes quando exercemos direito próprio, violamos direito


alheio. Ex.: ofendículos (aparato para defesa do patrimônio, como por
ex, cerca elétrica, cacos de vidro no muro, lanças no portão, cachorro
bravo.

=> att.: o exercício tem que ser “regular”: a cachorro por exemplo
tem que estar dentro dos limites daquela propriedade, não pode estar
na rua. A cerca elétrica não pode dar choque em quem está andando
normalmente na rua.

=> se o cachorro atacar dentro da propriedade o seu dono não


responde por nenhum crime! É exercício regular do direito! E olha que
não precisa ter placa avisando: “cão bravo” : o que o cara está
fazendo dentro da sua propriedade sem autorização?

=> ex.: o jogador de futebol lesiona outro: não é crime porque futebol
é esporte de contato – exercício regular de um direito.

IMPUTABILIDADE:

- Causas de exclusão (art. 26, CP):

a- doença mental
b- desenvolvimento mental incompleto: silvícola inadaptado (índio
inadaptado), menor de 18 anos.

c- desenvolvimento mental retardado

d- embriaguez completa oriunda de caso fortuito ou força maior: a


embriaguez completa exclui o entender e o querer. Ex força maior:
alguém coloca uma bebida alcóolica na bebida dele.

POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE:

- excludente: erro de proibição. Ex.: numa certa cultura indígena, uma


criança que nasce deficiente deve ser morta afogada no rio. A índia vê que a
criança nasceu deficiente e joga no rio.

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA:

- excludentes:

a) coação moral irresistível:

b) obediência hierárquica a ordem não manifestamente ilegal.

Ex.: o policial prende um sujeito que o delegado mandou, sendo


que chegou a perguntar ao delegado se tinha mandado. Mal ele
sabia que o cara era inimigo do delegado.

- Complementar essa aula com o Prática Penal.

Aula dia (07/10/2010):

(Prof. Madeira – <professormadeira.wordpress.com>)

Teses:

1) Teses de mérito (aula dia 06/10/10).

2) Autoridade Arbitrária.

3) Extinção da Punibilidade.
4) Nulidades.

2) Autoridade arbitrária: não é para escrever na sua peça.

=>significa que existe direito subjetivo negado.

=>o pedido será a concessão do direito subjetivo negado.

=> Ex.1: uma mãe de quatro filhos que nao tem como os alimentar
vai a um supermercado e pega uma lata de leite em pó para alimentar seus
filhos. O segurança pega. O juiz nega a ela a liberdade. Só que essa mulher
nao representa nenhum perigo à sociedade. Portanto, ela teve um direito
subjetivo negado: a liberdade.

=> portanto, versa sobre temas relativos à liberdade.

=> Ex.2: outro tema de autoridade arbitrária é a execução. O cara


havia matado prostitutas e está preso a 30 anos. Como ninguém pode ficar
preso há mais de 30 anos => recurso de agravo em execução.

=> logo a autoridade arbitrária tb versa sobre temas da execução.

=> Ex. 3: memoriais – pedido principal: absolvição; mas há pedidos


subsidiários: ex.: se vc condenar Sr. Juiz, deixa meu cliente recorrer em
liberdade?

=> Logo, tb diz respeito a pedidos subsidiários nas peças (isso é o que
tem de mais comum em autoridade arbitrária).

3) Extinção da punibilidade:

3.1- Localização:

a) regra: art. 107, Código Penal (não é só neste art. que tem,
mas 90% das situações está aqui. Tem por ex o pagto do tributo como
causa de extinçao da punibilidade – lei especial).

b) o artigo 107 não é exaustivo

3.2 – Morte do agente (art. 107, I, CP):

* nunca caiu como tema de peça. O normal é cair como pergunta.


a) como provar a morte? Somente com a certidão de óbito (de
nenhum outro jeito). A declaração de ausência não gera a extinção da
punibilidade.

b) o que cairia para nós na peça? Certidão de óbito falsa!

Ex.: apresentou a certidao de obito falsa, o juiz nao percebeu e


declarou extinta a punibilidade. Transitou em julgado! E aí pode o processo
voltar a correr ou não? Pode voltar com a ação após o trânsito em julgado?
2 posições:

b.1- não pode: não existe revisão criminal pro societate,


ou seja, em favor da sociedade. Ou seja, transitou em julgado nao se pode
fazer mais nada. Quem defende isso é a doutrina. O máximo que vc pode
fazer é processar o indivíduo por falsificação de documento. Vc defenderia
essa posição na peça.

b.2- pode: trata-se de ato inexistente. Quem defende


essa posição é o STF. Portanto, pode voltar a correr a ação.

* se cair na pergunta, depende de como perguntar. Se


quiserem que vc coloque todas as posiçoes possíveis, eles querem que vc
analise tudo.

3.3- Anistia, graça ou indulto (art. 107, II).

*anistia é o tema do momento. Deve cair como pergunta, mas


pode cair em peça tb.

a) Anistia: veículo é a lei. Portanto é editada pelo congresso


nacional. É causa de extinção da punibilidade.

*Lei de Anistia: recentemente o STF julgou uma ADPF.


Segundo o STF a Lei da Anistia (caso dos torturadores da época da
ditadura brasileira) é válida. A Corte Interamericana de Direitos Humanos
está para julgar esse caso, e tem posição pacífica no sentido de que
ditaduras não podem fazer Lei de Anistia. => tem muita chance de cair isso
como pergunta!!! Todos os outros países latino-americanos que foram
julgados pela Corte, o fizeram por sua lei e só o Congresso Nacional fazem
as leis (caso Barrios x Alto – caso chileno- não ler para 2ª fase- nao perder
tempo com isso).
b) Graça e indulto:

- os dois são feitos pelo Presidente da República pela via do


decreto.

- a graça é individual.

- o indulto é coletivo. É necessário indulto de Natal!

3.4 – Abolitio criminis (art. 107, III, CP):

- Ex.: o indivíduo foi condenado por estupro e atentado violento


ao pudor. A família te procura. O legislador cagou, pq todos
esses caras que foram condenados art. 213 c/c art. 214, vao
entrar com uma revisão criminal, para que seja modificada a
pena e aplicada a pena de 1 crime só. Assim, o cara condenado
por 12 anos, acaba caindo 6 anos.

=> então, sobre abolito criminis, lembrar do problema


envolvendo o art. 213 do CP e o revogado art. 214.

3.5- Prescrição, decadência e perempção (art. 107, IV, CP):

1- Prescrição (vamos ver depois):

2- Decadência: aplica-se à queixa e à representação. Se no


dia da prova estivermos defendendo alguém de ação penal privada, é muito
provável mesmo que caia decadência!

2.1- Prazo da decadência: 6 meses ( é um prazo de


Direito Penal material). Termo inicial: conhecimento da
autoria.

Ex: vc tomou conhecimento da autoria em


11/04/10. Sendo prazo de dir. material (pq é extinção da
punibilidade), nao se prorroga, nao se suspende, não se
interrompe. Então ia 10/10/10 (vc soma 06 no mês, e
diminui um do dia – pq no dir. material, exclui o do final! –
art. 10, CP).

Att.: o prazo de 6 meses é para oferecer queixa-


crime. Este prazo não se suspende nem se interrompe.
Att: Lei de Imprensa L 5.250, revogada.

Att.: se for Ação Penal Pública condicionada a


representação, 6 meses para representar.

3 – Perempção (art. 60, CPP):

- causa de extinção da punibilidade que se aplica a ação penal


privada.

3.1 – Não dar andamento por 30 dias seguidos ( inc. I).

Ex.: intimado para recolher custas, não faz nada


durante 30 dias.

3.2 – CADI (conjuge, ascendente, descendente, irmão) :


não cai como tema de peça – inc. II.

3.3 – Não comparecimento na audiência de maneira


injustificada (cai como tema de peça – extinção da
punibilidade (inc. III). O professor deu o exemplo do
indivíduo preso no trânsito de São Paulo = foi justificado.

3.3- Não pedir a condenação!

=> nao existe mais o termo alegações finais, ou é


memoriais ou debates orais.

3.6 – Renúncia e perdão (art. 107, V):

- ambos são causa de extinção da punibilidade e ambos revelam


desejo incompatível com a vontade de processar.

- Ex.: eu calunio a prof. Patrícia. NO dia do meu aniversário,


depois que eu caluniei, ela vai no meu aniversário e levou
presente. OU chamou para ser madrinha de casamento ou
batismo... A diferença é que se é antes do processo, renúncia. se
depois, perdão.

- Atenção:

Renúncia Perdão

Pré processual Processual


* ficar atento para a hipótese em que eles são tácitos.

- Vai cair uma historinha como o do exemplo acima. A FGV não


vai te dizer que é renúncia/perdão.

Competencia pela prevençao: prática de um ato executório:


autorizou por exemplo a interceptação telefonica.

Segunda parte da aulta dia 07/10/10:

3.7 – Retratação (art. 107, VI): lembrar do crime de falso


testemunho que admite retratação até a sentença.

3.8 – Perdão judicial (art. 107, IX – cai muito):

=> deve estar expresso em lei.

=> homicídio culposo (art. 121, §5º ): ex.: eu tenho uma arma
de fogo, sem querer a arma dispara e vc mata seu filho.

=> art. 299 e 300 CTB – foi vetado o artigo que cuidava do
perdao judicial. Ex.: o cara que num acidente de transito mata a namorada.
A jurisprudência extende o perdão judicial do Código Penal para o Código de
Trânsito.

4) Nulidades:

=> sanção pela prática de ato em desconformidade com a lei.

=> se eu tiver 2 teses: nulidade e absolvição, eu peço primeiro


nulidade. Apesar da absolvição ser melhor para seu cliente, mais benéfica,
foda-se! Vc tem que pedir primeiro a nulidade! O juiz só pode absolver em
processo que não há nulidade! O juiz só pode absolver se o processo tiver
em ordem. Dar uma olhada na prova de 1 fase.

=> regra: 1º a nulidade e depois a absolvição.

=> exceção única: quando a nulidade decorre do acolhimento da tese


de mérito.

Ex. 1: tráfico de drogas ----- desclassificação (para uso)-- nulidade


absoluta, por causa da competência (o primeiro é da Vara Criminal, o
segundo JECRIM). Tem que desclassificar e voltar para o JECRIM pq lá o réu
tem uma série de benefícios, por isso não é correto o juiz desclassificar e
condenar por uso.

Ex. 2: se a falsificação é boa o crime é de moeda falsa (Justiça


Federal). Se a falsificação é grosseira, é crime de estelionato (Justiça
Estadual). Tb nesse caso a nulidade só surge se o juiz acolher a tese de
mérito no sentido de desclassificar o crime de moeda falsa para estelionato.
Aqui tb há incompetencia absoluta.

4.1 – Pedidos no caso de nulidade:

a) nulidade ab initio: “pau que nasce torto, nunca se endireita”.

Ex.1: denúncia inepta (o promotor não descreve a conduta).

Ex.2: incompetência absoluta (dois exemplos acima). Na


incompetencia absoluta anula tudo, nem mesmo a denúncia é
aproveitada.

Ex. 3: ilegitimidade de parte:

=> pedido: que seja anulado ab initio o processo.

ou: “que seja declarada a nulidade ab initio do processo”.

Atenção: “decretar” a nulidade ñ é o termo mais correto


tecnicamente. Não está errado, mas não é o melhor.

b) nulidade a partir “de”:

- se o processo está sendo conduzido direitinho, não é preciso


anular o que está correto, anula só a partir do ato viciado.

- Ex.: denúncia -- citaçao - resposta -- audiência* (vício)

nesse caso, o pedido é: que seja anulado a partir da audiência.

c) fundamento legal da nulidade:

- Art. 564, CPP: rol de nulidades. Não é taxativo! A maioria das


nulidades não estão previstas nesse artigo. O problema é que
com a reforma de 2008, o legislador esqueceu de mudar esse
artigo.
- se for cair art. 564, os clássicos: I (incompetencia) e II
(ilegitimidade). Caso contrário o curinga é o inciso IV.

- é preciso raciocinar segundo o devido processo legal (art. 5º


, LIV) em questoes de nulidade.

- é preciso colocar o art. 564, CPP + art. 5º, LIV, CR/88 +


art. 8º do Decreto 678 (Convenção Interamericana de Direitos
Humanos). O art. 8º versa sobre3 garantias judiciais- ler essas
garantias do art. 8º !!

FLUXOGRAMA DO PCO:

Den.-- recebimento -- citaçao -- resposta à acusação- abs.


sum. (397)

AIDJ

memoriais sentença

apelação.

- se a denúncia é inepta, nulidade ab initio.

- citação : se citou o cara por edital primeiro, antes de citar


pessoalmente, nulidade.

- resposta à acusação é obrigatória, se ninguém apresentar, o juiz tem


que nomear alguém para apresentar! Se o juiz falar que é
intempestiva e a tirar do processo aí tem nulidade, pq ela não pode
faltar!

- audiência problemas: o juiz não colhe prova. Outro problema é no


interrogatório o juiz dizer só: “vc confirma o depoimento prestado na
delegacia? R. acusado: Sim!” => nulidade!

- Ler em casa: pgs. 21 e 114 e principais súmulas do STF e do STJ.

Estudar: nulidade, extinção da punibilidade (com exceção de


prescrição) e ler o código, art. 8º CIDH e súm. STF e STJ.

Resolução de dúvidas:

Ação penal privada subsidiária da pública: o prazo de 6 meses nasce a partir do dia
seguinte do prazo do MP.
Ex.: o prazo do MP é dia 12/04, começa o prazo de 6 meses do ofendido a
partir do dia 13/04.

Com a revogação da Lei de Imprensa, o que se aplica? Código Penal.

Renúncia de representação: JECRIM (art. 74, §1º L. 9099/95 ) + Maria da Penha.

- “exclui o crime” geralmente indica exlcusão de ilicitude, já “isento de


pena”geralmente tem a ver com punibilidade.

- problema do Saraiva: falta lei e remissoes.

- art. 529 c/c art. 6meses: tem que cobinar os dois depois de 30 dias do laudo eu
perco o resto.

Aula dia 13/10/2010 (Prof. Paulo Henrique):

PRISÕES PROCESSUAIS

- também chamadas provisórias ou cautelares - sinônimos: são caracterizadas por


virem antes do trânsito em julgado. Seu fundamento não é em pena, é fundamento
processual. Servem para garantir a eficácia do processo. Tudo é provisório antes do
TJ.

- sào cautelares por serem um instrumento de eficácia do processo: assegurar que


os resultados do processo penal sejam eficazes. É meio para os fins do processo.
Logo, seu fundamento nao é em pena. Seu fim nao é antecipaçao pura e simples de
pena, visa assegurar a eficácia do processo.

- prisão preventiva, cautelar, temporária: garantir os fins do processo. Sao medidas


cautelares do processo penal.

- todas tem que exibir 2 requisitos: fbi e pim (em Direito Civil). Mas no processo
penal é : fumus commissi delicti (o sujeito aparentemente cometeu um delito) +
periculum libertatis (se a liberdade oferecer perigo é que vou privá-lo dela) => é
necessidade, fundamentos para aquela prisão (não é tanto uma urgência, é mais
uma necessidade mesmo. Ex.: quando houver risco de fuga). Se nao houver
necessidade nao cabe mais prisao processual.

- 3 espécies de prisão processual:


1- Prisão em flagrante:é a única que não depende de ordem judicial. Art.
5º, LXI, CR/88. Fumus: o fato se revista de tipicidade. Assim, tem que ser
pelo menos típico. Periculum: situação de flagrância (é tão urgente que
dispensa a ordem judicial anterior). Art. 302, CPP.

=> Art. 302, CPP: (requisitos cautelares)

*inciso I: cometendo é quem está praticando/ relaizando atos de


execução do crime. Ex.: ele estava esfaqueando a vítima quando foi
preso.

*inciso II: acabou: ele já nao estava mais executando a execução. No


inciso II existe uma relação de imediatidade entre o fim da execução
e a prisão do agente. Ou seja, está muito perto o fim do ato de
execução. Ex.: o agente nao mais está esfaqueando, mas está no local
do crime.

*inciso III: perseguição: aqui eu prolongo a flagrância. Pode ser que 3


dias depois ainda há flagrância. A perseguição prolonga a flagrância
por tempo indeterminado, basta que seja contínua e initerrupta.
Cessou a perseguição, só com ordem judicial. Nao é qq perseguiçao
que gera flagrancia. A perseguição tem que ser:

a) iniciada “logo após” o crime.

b) contínua e ininterrupta: art. 290, §1º, “a”, CPP –


continuidade da perseguiçao, se ela for interrompida cessa a
flagrância.

*inciso IV: encontrado: “logo depois”. Para ter flagrancia tem que ter
proximidade temporal entre o crime e sua prisão (flagrare vem de
queimar: ainda está quentinho). Além disso é preciso que o indivíduo
esteja em poder de armas, objetos, instrumentos ou papéis o faz
presumir autor da infração penal. Há presunção de autoria.

=>se eu faço uma prisão sem respeitar esses requisitos, eu o fiz sem
periculum libertatis, e portanto será ilegal.

=> Art. 303, CPP: é elucidativo. Não era necessário. A lei o fez para
deixar bem claro e inequívoco. No caso de crime permanente, a
flagrância subsiste enquanto durar a permanência.

- crimes permanentes: de consumação permanente. Ele se


consuma de imediato e continua consumando o tempo todo. Ex.: art.
159: extorsão mediante sequestro. Sua consumação é antecipada, já
está consumado com a ação de sequestrar. Se houver resgate é mero
esgotamento, pq já está consumado. Continua se consumando por
todo o tempo enquanto a vítima estiver privada de sua liberdade. Só
cessa a permanência/ consumação quando a vítima é libertada. Aí que
tá: se está se consumando, o agente está cometendo, o que entra tb
no inciso I, por isso a desnecessidade do art. 303.

=> apresentação espontânea: impede a prisão em flagrante. Isso


porque, quem se apresenta espontaneamente perante a autoridade
policial nem houve prisão. Isso porque nao se aplica os inicisos do art.
302, incisos I, II, III e IV: nao estava cometendo, nao foi preso
quando acabou de cometer, nao foi perseguido. Ninguem o prendeu,
foi ele quem se apresentou perante a autoridade policial. Art. 317,
CPP: ele diz isso por exclusão, ou a contrario sensu. Não impede a
preventiva, e somente essa, por exclusão impede em flagrante. Se o
artigo nao falou das outras, por exclusão, nao cabe a flagrante. Mas
cabe prisão temporária em apresentaçao espontânea pq a ela se
aplica as regras da prisão preventiva. Assim a apresentação
espontânea do indiciado só impede a prisão em flagrante.

=> formalidades legais:

1) lavratura do auto de prisão em flagrante: art. 304, CPP:


condutor, testemunhas, interrogatório preso. Até a subversão dessa
ordem gera ilegalidade e relaxa o flagrante.

2) entrega da nota de culpa: em no máximo 24 horas, contadas do


momento em que ele foi preso (do momento que vc captura o preso).
Nao conta do encerramento do auto pq caso contrário a autoridade
policial poderia ficar “lavrando o auto”manipulando o prazo. Por isso
conta da captura do preso. Art. 306, §2º. A nota de culpa é importante
pq dá ciência ao preso do motivo da prisão.

3) comunicação da prisão ao juiz competente: isso pq a prisão em


flagrante é a única que não é antecedida de ordem judicial. Então essa
comunicação em 24 h supre essa comunicação antecedente. Se houver
qq ilegalidade o juiz a cessa.

4) comunicação à Defensoria Pública: só é exigível se durante o


interrogatório o preso não disser o nome de seu advogado. Art. 306,
§1º , CPP.

=> assim 1+ 2+ 3 = devem constar de toda prisão em flagrante. Já a


4, só se o preso nao indicar o nome de seu advogado.
2- Prisão temporária:

=> Prisao temporária~Prisão preventiva:

- são espécies de prisoes processuais.

- dependem de ordem judicial.

=> Prisão temporária ≠ Prisão preventiva:

Prisão Temporária (Lei 7.960/89) Prisão Preventiva (arts. 311 a 316 CPP)

Só cabe para fins de investigação (só Cabe a todo momento antes do trânsito em
cabe na primeira fase da persecução julgado. Cabe até mesmo após sentença
penal). Não cabe durante a ação penal condenatória recorrível ou na sentença de
pronúncia.

IPL + processo (art. 311 CPP)

*IMP.: Juiz nunca a decreta ex officio Cabe decretação ex officio: art. 311. Tb
(art. 2º L. 7960/89): cabe:

- a requerimento do MP -a requerimento do MP,

- ou representação autoridade policial - representação da autoridade policial e

- a requerimento do querelante (querelante


é quem já ajuizou a ação. Então durante o
IPL não cabe, pq durante o inquérito ele é
ofendido e nao querelante. Entao
tecnicamente nao pode durante o IPL,
apesar de o juiz poder decretar de ofício).

=> cabe prisão temporária (art. 1º, L. 7.960/89):

*inc. I: quando for imprescindível às investigações;

*inc. II: a) sujeito não tem residência fixa;

b) dúvida quanto a identidade.

*inc. III: indícios de autoria ou participação no crimes: rol é taxativo,


pq prisão exige interpretaçao restritiva. Ou! Se o crime for hediondo
ou assemelhado (3 T`s: Tortura, Tráfico ou Terrorismo). Então: rol
do art. 1º , III + hediondo ou assemelhado. Portanto o rol é taxativo,
mas não é exaustivo, pq a Lei dos Crime Hediondos ampliou o rol do
inciso III.

Obs.: O inciso III é o fumus comissi delicti da prisão temporária: tem


que haver indícios de autoria ou participação de um dos crimes do inc.
III ou se for hediondo.

- já os incisos I e II trazer o periculum.

- o III é sempre exigível pq é a aparencia. Logo, vc tem que ter pelo


menos inc. III + I ou inciso III + II. Tem que ter sempre o III, mais ou
inc. I ou inc. II. Portanto os incisos I e II são alternativos: ou um ou
outro + o III.

=> Prazo limite da prisão temporária: 5 dias + 5 dias

* uma única prorrogação por mais 5 dias.

* se hediondo ou assemelhado (3 T`s): art. 2º , §4º, Lei


8072/90: 30d + 30d

Ex: se homicídio simples: 5+5. Se homicídio qualificado: 30+30.


O mesmo raciocínio para latrocínio x roubo.

3- Prisão preventiva (att.: ≠provisória: esta é genero do qual a preventiva


é apenas uma das espécies).

- condiçoes de admissibilidade: art. 313, CPP.

- caput: ` crime (1) + doloso (2).

ñ cabe em ñ cabe em culposo


contravenção

- inciso I: crime doloso punido com reclusão (3).

*exceção: detenção:

II- vadio/ dúvida quanto à sua identidade.

III- reincidente em crime doloso.

IV- Lei Maria da Penha (L. 11.340/06): pressupõe o


descumprimento das medidas protetivas de urgência.
Para garantir é pq elas foram primeiro descumpridas. Eu
nao vou garantir o cumprimento do que está sendo
religiosamente cumprido. O descumprimento das medidas
é que legitima a preventiva. Se o indivíduo está
cumprindo o afastamento cautelar nao justifica a
preventiva. Se ele descumpriu, cabe a preventiva. Ela não
é feita de cara. Só quando descumprida e que ela nao se
revelou suficiente e o juiz deve decretar a preventiva.

- Att.: são 3 requisitos (1) + (2) + (3).

- fumus + periculum na preventiva: art. 312, CPP:

*fumus: a) indícios de autoria +

(cumulativos) b) prova da materialidade (requisitos cumulativos!)

- materialidade = existência.

* periculum: a) garantia da ordem pública;

(alternativos) b) garantia da ordem econômica:

c) conveniência da instrução criminal. Ex:


ameaça testemunhas, provas.

d) futura aplicação da lei penal. Ex: fuga. Deve


haver dados concretos da intenção dessa fuga –
passagem só de ida para o Iraque.

=> esses 4 fundamentos do periculum demontram a necessidade da


prisão preventiva.

=> tem que ter um desses periculum + os dois requisitos do fumus.

=> dentro da garantia da ordem pública: a gravidade do


crime justifica a prisão por garantia da ordem pública ou
não? Depende! A gravidade apenas abstrata do crime não
permite a prisão preventiva para a garantia da ordem pública
(posição STF, STJ) Ex.: abstratamente todo roubo é grave. Só a
garantia concreta pode ser fundamento para preventiva para
garantia da ordem pública. Ex.: quando o sujeito nao é
perigoso. Caso meninos que derrubaram o outro e levaram o
boné de zoação. Quando o crime é grave em concreto evidencia
a periculosidade do sujeito. No caso “Fabião”havia gravidade em
abstrato e em concreto.

=> art. 314, CPP: no fundo é artigo desnecessário: não cabe


preventiva quando o fato foi aparentemente praticado sob
excludente de ilicitude (ex.: legítima defesa). É desnecessário
porque para a prisão preventiva é preciso ser crime, e se o
sujeito age sob uma exclusão de ilicitude nem crime há.

- Liberdade para cada uma das prisões: cada uma das prisões cessam
de maneira diferente porque nascem de maneira diferente:

Prisão em flagrante Prisão temporária- Prisão preventiva


(ordem judicial)
*Se ilegal: relaxamento Revogação (nunca liberdade
(desmanchar, desconstituir o que provisória). Revogação tem a idéia de
é ilegal). Art. 5º, LXV, CR. retirar o ato que o próprio juiz colocou.
*Se desnecessária: liberdade Art. 316, CPP.
provisória. Nesse caso é legal,
só não é necessária. O juiz vai
substituir a prisão provisória por
liberdade provisória. Art. 5º ,
LXVI, CR. O juiz ñ pode revogar
pq nao foi ele que fez.
O instrumento que vai por o 2 possibilidades:
indivíduo em liberdade é o a) se só tem mandado de prisão
alvará de soltura. Então vou expedido, mas não prendeu, vc pede
pedir: o relaxamento ou contramandado.
liberdade provisória + alvará de ou:
solutra. Aqui é sempre alvará de b) se o indivíduo já está preso: alvará
soltura pq em flagrante o de soltura.
indivíduo está preso.

=> Liberdade provisória: pressupõe prisão em flagrante legal, porém


desnecessária.

a) com fiança: art. 323 e 324 – exige prestação de garantia real e em


dinheiro. Os arts. dizem quando não cabe fiança, não dizem quando cabe!
Aqui é por exclusão. Se não há nenhum dos 9 impedimentos, cabe fiança.

* Não cabe (art. 323):

I- reclusão, pena mínima superior a 2 anos.

*Cabe:
- detenção: primeiro vc verifica a qualidade (reclusao/detençao)
e depois a quantidade. Sempre poderá em relação a detençao,
independente da quantidade.

- reclusão: pena mínima até = a 2 anos.

Ex.: art. 155, §4º : 2 a 8 a: cabe com fiança.

Ex2: art. 121, CP: não admite liberdade provisória com fiança.
Mas, cabe a sem fiança? Se o agente matou em legítima defesa, cabe
a liberdade provisória sem fiança. Então, pode nao caber a com fiança
onde cabe a sem (elas são independentes).

b) sem fiança:

b.1: art. 310, CPP:

b.1.1- caput: excludente de ilicitude. Se matou em


legítima defesa, o indivíduo agiu por excludente, nao era um cara
perigoso. Fez o que todos nós poderiamos fazer, ou seja, repelir uma
agressão injusta. Esta excludente revela que a prisão é desnecessária
eis que o agente não é perigoso, mas legal ela era.

b.1.2- parágrafo único: não estão presentes os motivos da


prisão preventiva (art. 312: garantia da ordem pública/econônica,
conveniencia da instrução criminal...). Não exige a presença das
excludentes de ilicitude.

=> se couber a com e a sem? Se couber as duas eu peço


primeiro a com fiança por ser mais célere. A sem fiança só é melhor do
ponto de vista econômico, por nao exigir dinheiro. Logo, vc pede
primeiro a com fiança e se não der a sem. A com fiança o juiz pode
conceder sem ouvir o MP. (nesse caso, vc ganha tempo, porque nao se
ouve o MP, o que faz seu procedimento mais rápido – art. 333, CPP).
Já a sem fiança (art. 310, CPP), só depois de ouvir o MP. Embora a
sem fiança aparenta melhor do ponto de vista econômico, é mais
demorado seu procedimento.

=> se couber as 2 vc pede as duas. Mas há um caso que não


cabe a sem fiança: art. 325,§2º CPP (exceçao) – diz que não se aplica
o art. 310, CPP (sem fiança) – só cabe, nesse caso, liberdade
provisória com fiança – arts. 323 e 324:

a) crimes contra a economia popular:

b) sonegaçao fiscal

(são crimes contra a ordem tributária).

=> art. 350: o juiz dá a fiança sem exigir recolhimento e sem


ouvir MP, no caso que o indivíduo é pobre.

Então o ideal é: primeiro pedir relaxamento. Se não der: com


fiança (se pobre requerendo a dispensa do recolhimento. É mais
célere); se não der a sem fiança, pq é mais demorada.

=> a liberdade é provisória, portanto o sujeito tem que respeitar seus


requisitos. Se ele tinha que comparecer perante a autoridade e nao
comparece, a liberdade é revogada, e é preso novamente.

=> É possível prisão ilegal e desnecessária? Sim. Mas, primeiro vc olha a


legalidade: entao se é ilegal primeiro pedir o relaxamento. Depois vc pensa
em necessidade ou nao. Vc pode pedir subsidiariamente a liberdade
provisória.

Att.: resolução de dúvidas. A parte de execução do CPP está quase todo


revogado. Por isso, em tema de exceução é mais seguro trabalhar com a LEP (L
7210) e a parte de exceução do CP (L 7209).

- não há exigência de comunicação da prisão ao MP.

- não há juridicamente nulidade no inquérito. Nulidade é para o processo apenas.


Assim, só haverá falta de formalidade legal que torna a prisão ilegal (att.: nao
nula). Tanto é que vc nao pede a nulidade da prisão, mas sim o seu relaxamento.

- segregação cautelar é o mesmo que prisão.

Dever de casa: somente o esqueleto: número 1 e 5 (assunto prisão em


liberdade). Resolver qual a peça cabível. A tese geralmente é autoridade arbitrária.
Definir o pedido. Sem redigir.

Aula dia 14/10/2010 (Prof. Guilherme Madeira):

PROCEDIMENTOS EM GERAL
PEÇA: Resposta à acusação.

1- Procedimento comum ordinário:

Den.  Recebimento Citação  Resposta à acusação  Absolvição sumária (art. 397).

AIDJ

1.1- Recebimento:

a) O juiz não pode alterar a classificação do crime no momento do recebimento da


denúncia. Existe um momento próprio para ele mudar essa classificação. Este
momento próprio é o dos arts. 383, 384 (mutatio e emendatio libelli).Ex.:O juiz
quando recebe a denúncia muda a classificaçao do crime: é roubo e ele recebe
como furto: isso pode? Não pode!! => att.: isso é pergunta clássica de prova da
OAB.

b) motivação recebimento da denúncia:

b.1 – regra: segundo a jurisprudencia do STF e do STJ o juiz não precisa


motivar o recebimento da denúncia.

b.2- exceções (cai muito): precisa motivar a denúncia!

- JECRIM

- crimes de responsabilidade do fincionário público (afiançáveis).

- crimes de competência originária (ou prerrogativa de função)

=> o que os 3 têm em comum é a defesa vem antes do recebimento.

=> Procedimento ≠.

=> nesses casos, se o juiz tem que motivar o recebimento e não


motiva, qual a tese que vc vai usar? Nulidade!

1.2 – Citação:

- é clássico para cair em prova, tanto na peça quanto em pergunta.

a) modalidades:

a.1- citação real: mandado.

a.2 - citação ficta: 2 formas: edital ou hora certa.

- Edital:
a- exceção:

b- esgotar os meios para achar o réu;

c- art. 366, CPP.

citação por edital (1) ----> não comparece (2) e não constitui
advogado (3)

Juiz:

a) deve: -suspender o processo

Súm. 415, STJ -suspender a prescrição.

b) pode (só se for o caso): decretar a prisão preventiva

Súm 455, STJ produzir prova antecipada.

=> atenção aos requisitos (1) + (2) + (3): só se citado por


edital, se citado pessoalmente, por exemplo, não cabe o art. 366.

=> o juiz “deve”: ele é obrigado a fazer isso. Geralmente isso


cai como pergunta.

=> no caso do juiz “pode” cai muito em peça.

=> Por quanto tempo vai ficar suspensa?

Ex.: Roberta com 23 anos mata o marido. Ela reaparece com 73


anos. O razoável é que o crime tenha uma prescrição. Apesar de
ficar suspensa, ela não pode ficar suspensa para sempre. A lei
não pode tornar um crime imprescritível (só a CF).

Súm. 415: diz quanto tempo vai ficar suspensa a prescrição. “O


período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo
máximo da pena cominada”.

Súm. 415, STJ: a prescrição fica suspensa observando a tabela


do art. 109, CP. Vencido o prazo, volta a correr a prescrição,
mas não o processo! O processo só volta a correr se o réu:

- comparece;

- ou constitui advogado.
- Art. 121, CP: homicídio simples: 6 a 20 anos.

- Art. 109, I, CP: o crime vai ficar suspenso por 20 anos. A


prescrição máxima é 20 anos.

- quando a Roberta tiver 43 anos, volta a correr a prescrição.


Então eu tenho que somar + 20 anos, ou seja, 63 anos!

- regra prática: tendo o 366, a prescrição é pelo dobro!!

- e o processo volta a correr? Não! Só se ela for preso.

- ninguém citado por edital corre o processo, não pode! O


processo não caminha, fica parado (isso desde 1996). Isso
porque os EUA não extraditavam ninguém a países em que os
processos corriam a revelia.

- Ex.: se o réu não comparece e nao constitui advogado, o juiz


nomeia um e manda correr o processo: qual a tese? Nulidade a
partir do momento que o processo volta a correr.

- produção de prova antecipada: ex.: a testemunha está quase


morrendo! Por isso antecipação de prova, é só se for o caso. O
tempo pode até ser uma questão relevante, mas súm. 455, STJ:
o decurso do tempo não a justifica.

- não é porque citou por edital e o réu não compareceu nem


nomeou advogado, que vc vai decretar a preventiva: é só se for
o caso! Tem nuances da vida concreta que determinam que não
se aplique automaticamente a preventiva. Tem que ter um dado
concreto de fuga do indivíduo! Tem que ter indício concreto.
Ex.: às vezes a pessoa mudou de endereço e esqueceu de
informar nos órgãos competentes.

=> citação especiais:

1) militar: art. 358, CPP. Ex.: Capitão Nascimento – Tropa Elite.

1.3 – Resposta à acusação (art. 396 e 396-A):

a- é obrigatória: se o réu citado não apresentar, o juiz deve nomear


defensor.

b- o prazo é de 10 dias => o termo inicial não é a juntada do mandado no


processo. O termo inicial é a data da efetiva citação!!! Súm. 710, STF.
Ex.: fulano foi citado em x. Apresente a peça no último dia do prazo. Att.: vc
só vai datar a peça se o problema mandar!

É prazo processual: eu excluo o início e incluo o fim.

14/10 – 5ª Feira.

OUTUBRO (resposta a acusação – 10


dias)

D S T Q Q S S

14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

24 25 26 27

*att.: caiu num domingo, passa para segunda! Se segunda for feriado, prorroga
para o próximo dia útil, que seria 26/10/10.

- e se a citação se der numa sexta-feira? (15/10)? Se for na sexta, começa a


contar do primeiro dia útil que vier. Nesse caso, daria dia 27/10/2010.

- se o feriado tiver no meio, conta, vc só vai tirar se tiver no início ou no final.


Foda-se se o feriado for no meio! O que interessa é se o feriado for no primeiro dia
(prorroga) ou no último dia (prorroga tb!).

- Conteúdo da resposta a acusação (teses):

1) nulidade;

2) absolvição sumária (art. 397);

3) arrolar testemunhas e requerer provas.

- a resposta a acusação é a única peça em que a extinção da punibilidade


gera pedido de absolvição sumária. Isso por causa do art. 397, CPP (todas as
outras peças vc pede a extinção da punibilidade). Declaração de extinção de
punibilidade sempre, salvo no caso da resposta a acusação.

1.4 – Audiência de Instrução, Debates e Julgamento (AIDJ):

- art. 400 e segs CPP.


- art. 400: tem a ordem dos atos.

- número máx. testemunhas: 8.

- art. 403, §3º, CPP .

Segunda parte da aula dia 14/10/2010:

Peça Resposta à Acusação

1) Identificação: :

Denúncia  Citação (“cliente foi citado”)  Resposta

- Exceções: incompetência, coisa julgada.

- Att.: entre uma peça mais ampla e uma menos ampla, via de regra, aplique a
mais ampla. Por isso é raro cair exceçao: só se tiver expresso (“apresente a peça
que não seja resposta a acusaçao nem HC”ou “apresente a exceçao”)! Exceçoes são
exceçao na prova!

2) Teses e pedidos:

a- nulidade: anluação processo.

b- mérito: absolvição sumária (397).

c- extinção da punibilidade:absolvição sumária (397). – é a única peça


em que se a sua tese for extinçao da punibilidade vc pede absolviçao sumária.

d- autoridade arbitrária: exp. alvará de soltura ou contramandado.

e- provas.

- o normal é que prisao e liberdade caiam atreladas a outra peça!

- Ex.: seu cleinte está preso e está extinta a punibilidade: pedir o consequente
alvará de soltura!! Aqui a autoridade arbitrária cai juntamente com pedidos
subsidários.

- Assim, a consequencia do acolhimento de um desses pedidos acima relatados (a,


b e c) é a expediçao do alvará de soltura!

- Modelo (p. 244, livro prática):

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE _________.
(att.: se o problema indicar a vara e a comarca, coloque!)

PATRÍCIA VANZOLINI, já qualificada na denúncia oferecida pelo digníssimo


membro do Ministério Público, por seu advogado que esta subscreve (conforme
procuração anexa – doc. 01 OU instrumento de mandado incluso – doc. 01),
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar (decorar esse
verbo!)

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

(OU DEFESA PRELIMINAR)

com fundamento nos artigos 396 e 396-A do CPP, pelas razões de fato e de
direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS:

(se for grande no dia da prova, resumir. Se pequeno, pode copiar).

II – DO DIREITO:

III – DO PEDIDO:

Ante o exposto, requer seja anulado ab initio o processo nos termos do art.
564, IV do CPP ou, caso não seja este o entendimento (ou subsidiariamente), que
seja absolvido sumariamente, com fundamento no art. 397, I do CPP ou, ainda,
caso não seja acolhido este último pedido, requer sejam intimadas as testemunhas
ao final arroladas para que sejam ouvidas na audiência de intrução e julgamento.
Junta documentos com o presente pedido (ou junta documentos com a presente
peça).

*att. à ordem dos pedidos: nulidade em 1º lugar, absolviçao depois e por


último testemunhas.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data,

____________________

Oab n. _______________.

Rol de testemunhas:
1- Nome, endereço.

2- Nome, enderereço

3- Nome, endereço.

4- Nome, endereço.

5- Nome, endereço.

6- Nome, endereço.

7- Nome, endereço.

8- Nome, endereço.

PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Procedimento Comum Ordinário Procedimento Comum Sumário

60 dias para fazer AIDJ 30 dias para fazer AIDJ

8 testemunhas 5 testemunhas

Pode pedir provas ao final da audiência Não tem previsão expressa

Pode converter em memoriais escritos Não tem previsão expressa*

*mas, pode em aplicação subsidiária do ordinário (? – verificar).

PROCEDIMENTO DOS CRIMES CONTRA A HONRA

=> como regra, vão estar no JECRIM - sumaríssimo. No JECRIM segue o rito do
JECRIM.

=> exceção: quando estiver fora do JECRIM – rito especial do art. 519 e segs.

- art. 519,CPP e segs: apesar de estar escrito só calúnia e injúria, tb se aplica a


difamação. Só não está aí porque a difamação veio depois.

Queixa-crime  audiência de conciliação  recebimento queixa-crime  PCO.

Então é especial até o recebimento da queixa-crime. Depois segue o rito ordinário


(há quem defenda que siga o sumário, contudo a letra da lei é para que siga o
ordinário).

Resoluçao do problema n. 07 (p. 308):

1) Cliente: Pedro.
2) Crime: art. 163, parágrafo único, I, CP.

3) Rito: procedimento comum sumário.

Denúncia - citado- resposta a acusação!

4) Peça: resposta a acusação.

5) Competência: Juiz da ___ Vara Criminal da Comarca de _______.

6) Tese: nulidade ab initio do processo.

=> a denúncia é lacônica, baseada em fatos indefinidos! => a denúncia é inepta!!


=> gera nulidade ab initio.

7) Pedido: nulidade ab initio + arrolar testemunhas.

Ante o exposto, requer seja anulado ab initio o processo, nos termos do art.
564, IV do CPP, ou, ainda, caso não seja acolhido este pedido, requer sejam
intimadas as testemunhas ao final arroladas para que sejam ouvidas em audiência
de instrução e julgamento.

Nestes termos,

Pede deferimento,

Local, data.

Advogado

OAB n..

Rol de testemunhas:

1- nome, endereço.

[...]

Dever de casa: fazer o problema 08 (Josafá...). Ler os capítulos dos PCO, PCS e
Honra!

Resolução de dúvidas:

- “todos os meios de prova em direito admitidos”: nao cabe em pedidos de


processo penal, só processo civil.

- a nulidade vem sempre antes.

- peça de penal: só uma tem valor da causa => mandado de segurança!


- não dizer que “as testemunhas vão comparecer independentemente de
intimação”!

- identificação: o réu foi citado – o próximo passo é resposta a acusação.

- em regra vc não vai apresentar exceção como peça autônoma.

- se o oficial citar em feriado, começa a contar do dia útil seguinte.

- a nulidade pode ser alegada em qq peça, mas no inquérito não se fala em


nulidade.

- se houver uma greve, jogo do brasil, o prazo é prorrogado para outro dia? Sim.

- não é preciso saber recesso forense, eis que a prova é nacional.

- prazo prescricional: corre pela metade >70 ou <21 (mesmo no caso do 366).

- a partir de quando suspende a prescrição? A partir do ato do juiz.

Aula dia 18/10/2010:

(Prof. Gustavo Junqueira)

FIXAÇÃO DA PENA e MEMORIAIS

=> APLICAÇÃO DA PENA

- cai muito em exame da OAB. Os juizes erram muito por isso a OAB quer que vc
perceba.

- dizer pq tem que ser pena mínima, redutores de pena, espécies de pena mais
interessantes.... (isso é algegado quer nos materiais, quer na apelaçao).

- Temos um padrão de fixação da pena, que existe como forma de equiparar a pena
nos diversos juízos do Brasil, para não ter uma discrepância muito grande entre as
Varas.

- O sistema de aplicação da pena é trifásico. É preciso entender a classificaçao das


coisas: o que vai na primeira, na segunda ou na terceira fase. Os juízes acabam
errando isso, dá muita nulidade a partir disso. Por isso cai na OAB, pq ela quer que
o candidato identifique isso.

1) Classificação das Circunstâncias:


a) judiciais: são as previstas no art. 59 do CP. Personalidade, conduta
social. São chamadas judiciais pois a interpretação depende de intensa subjetivação
po parte juiz. (está na cabeça do juiz aqueles valores).

b) legais: não possuem grande subjetivismo.

b.1- qualificadoras: são as circunstâncias que trazem novos limites


mínimo e máximo expressos para a fixação da pena. Ex.: art. 155: 1 a
4 a. art. 155, §4º: 2 a 8 anos. Assim, como o §4º traz novo limite
expresso (2 a 8 anos) é qualificadora. Ex.: art. 121 e art. 121 §2º .É
muito recorrente o erro com a confusão de qualificadora e causa de
aumento.

b.2 – agravantes e atenuantes: agravantes estão no art. 61 e 62 do


CP. Atenuantes estão no art. 65 e idéia genérica do art. 66 (é genérica
pq não prevista em lei. Esta é importante no Júri, pq o juiz tem que
perguntar aos jurados se eles reconhecem alguma atenuante não
prevista em lei!É importante lembrar que a reincidência é uma
agravante. Lembrar também, se cair Maria da Penha que violencia
contra mulher é agravante. Contra CADI tb incide. Atenuante: art. 65,
I: é chamada menoridade relativa. É uma superatenuante, prepondera
sobre as outras. Exemplo do at. 65, III, e: torcida – comportamento
de multidão.

Obs.: quanto ao art. 65, III, d: a lei não exige arrependimento


sincero!

b.3- causas de aumento e diminunição: são as que aumentam ou


diminuem a pena em fração. Ex.: aumenta a pena de 1/3, diminui de
½. Dobro e triplo são frações também! É causa de aumento. Ex.: art.
155, §1º, do CP – aumenta em fração, e por isso é causa de aumento.
O art. 155, §2º, traz uma causa de diminuição. O art. 155, §4º :
qualificadora. Ex2: art. 157, §2º , I, o emprego de arma é uma causa
de aumento! O roubo é aumentado (e não qualificado) pelo emprego
da arma. Existe roubo qualificado, o do §3º .

2) Sistema trifásico de Nelson Hungria:

- 3 fases:

1ª fase: o objetivo é fixar a pena base. (circunstancias judiciais – art. 59)

1º passo: o juiz deve fixar os limites mínimo e máximo da pena base,


partindo do preceito secundário do tipo fundamental ou da qualificadora.
Preceito primário é o art. 155: subtrair. O Preceito sencundário é a pena.

Ex.: 1 --------------------------------------- 4 (furto simples)

2 --------------------------------------- 8 (furto qualificado)

2º passo: o juiz fixará a pena base a partir das circunstâncias judiciais.

Assim, na primeira fase nos usamos: qualificadoras e circuntâncias judiciais.

De onde o juiz começa a fixar: do meio ou do mínimo? Começar do mínimo é


privilegiar o princípio da presunção da inocência. Por isso o Brasil previlegiou
o mínimo.

Obs. 1: assim, a operação se inicia do mínimo para consagrar o princípio da


presunção da inocência. Assim quem não tem nada favorável tá no mínimo,
assim como que tem tudo tb tá no mínimo.

Obs. 2: as circuntâncias judiciais não podem trazer a pena aquém, ou levar a


pena além dos limites mínimo e máximo estabelecidos.

Obs.3: a influência das circunstâncias judiciais fica ao prudente arbítrio do


juiz. Não há um limite legal, o juiz fica muito livre na primeira fase.

2ª fase: partindo da pena base fixada, incidirão agravantes e


atenuantes.

Obs. 1: prevalece na doutrina e é pacífica a orientação nos tribunais que


agravantes e atenuantes não podem extrapolar os limites mínimo e máximo
da pena base. Súm. 231, STJ.

- a idéia de que não pode reduzir aquém do mínimo, como manda a Súmula
231 é uma idéia controversa. Art. 65: são circunstâncias que sempre... Na
há posição entendendo que a pena pode vir aquém do mínimo, pois o Código
Penal usa a expressão sempre!

- as vezes o indivíduo confessou o crime, mas não adianta nada pq a pena


saiu da primeira fase já no mínimo.

- Obs.2: a influência das agravantes e atenuantes depende do prudente


arbítrio do juiz.

Ex.: 1-------------------------------------4

3ª fase: causas de aumento e diminuição.


Obs.: na terceira fase é possível transbordar os limites mínimo e máximo da
pena base. Pode transbordar os limites porque o quantum de aumento ou
diminuição já está expresso na lei.

- O juizes erram muito: “fixo a pena base em tanto pela reincidência”

=> a consequência pelo descumprimento do sistema trifásico, previsto no


art. 68 do Código Penal, é a nulidade da sentença.

3) Conflito entre circunstâncias:

3.1 – no concurso de qualificadoras, prevalece que uma qualificará o


crime e as demais incidirão como agravantes.

Ex.: homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, veneno e emboscada). O


motivo fútil vai elevar a pena para o limite de 12 a 30 anos. Entao a segunda
e a terceira nao vai ter como elevar a pena. Se nao está qualificando, pode
agravar, no entendimento do STJ. Entao as outras vao funcionar ou como
circunstancias judiciais ou como agranvantes. Portanto há duas posiçOes há
quem diga que é circunstancia judicial por causa do disposto no art. 61, a
segunda posição é a do STJ. Prevalece atualmente que vao funcionar como
agravantes.

3.2 - no conflito entre circunstâncias judiciais, as de caráter


subjetivo prevalecem (art. 59).

- caráter subjetivo (construçao doutrinária): culpabilidade,


antecedentes, personalidade, antecedentes e motivos (as cinco primeiras).

- caráter objetivo: as três últimas: comportamento da vítima, ...

3.3 – no conflito entre agravantes e atenuantes prevalecem as de


caráter subjetivo e, dentre estas, os motivos, a personalidade e a
reincidência. Isso está no art. 67 do CP.

=> Lembrar que é pacífico no STF que a menoridade relativa é


especialmente preponderante.

3.4 – no concurso de causas de aumento e diminuição:

a) em primeiro serão analisadas as da parte especial e depois as da


parte geral. Ex.: tentativa de roubo com aumento de pena. Primeiro o
aumento,depois diminui.
b) no concurso de causas de aumento e diminuiçào da parte especial,
o juiz pode aplicar uma só, prevalecendo a que mais aumente ou diminua.
Art. 68, §ú, CP.

c) no concurso de causas de aumento e diminuição da parte geral,


todas incidem, e a ordem é a que favorece o réu. (na maioria das vezes da
igual, mas as vezes pode favorecer o réu).

Súmula 443, STJ (chance grande de cair na OAB): significa que o aumento
na terceira fase do roubo nao está relacionado com o número das causas de
aumento, mas sim com a gravidade concreta de cada uma delas. => marcar
no Vade Saraiva.

Ex.: 5 causas de aumento do roubo. Aumenta a pena de 1/3 até ½. Os juizes


bolaram a regra de quanto mais causas de aumento, mais próximo a ½,
quanto menos mais próximo de 1/3.

4) Regime inicial de cumprimento de pena:

- até agora estávamos discutindo o quantum de pena, agora a qualidade inicial do


regime de cumprimento de pena.

- os regimes iniciais de cumprimento de pena são: fechado, semiaberto e aberto. O


critério está previsto nos arts. 33 e segs do CP.

- também vai ser importante a espécie de pena.

- premissa: a detenção não admite regime inicial fechado.

Rebime regra:

/////////////////// Reclusão Detenção

Pena ≤ 4 anos ABERTO ABERTO

(Regra)

Pena ≤ 4 anos Semiaberto, fechado Semiaberto

(Exceção)

4 < Pena ≤ 8 SEMIABERTO SEMIABERTO

(Regra)

4 < Pena ≤ 8 Fechado XXXXXXXXXXXX (ñ tem)


(Exceção)

Pena > 8 FECHADO SEMIABERTO

(Regra)

Pena > 8 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

(Exceção)

Exceções:

1ª – Reincidente (o código odeia o reincidente): pelo CP, sempre o pior regime


possível.

Súmula STJ 269: não precisa respeitar a letra da lei. Para a Súmula 269 do STJ se
o a pena é ≤ 4 anos, pode-se dar ao reincidente o regime inicial semiaberto. Foi
criada para atenuar o rigor do CP. Isso pode cair como pergunta. Pela lei seria o
regime fechado, pela jurisprudencia súmula 269.

2ª – As circunstâncias concretas do crime (art. 59, CP) permitem a piora


do regime inicial.

Ex.: caso do indivíduo que ao praticar um roubo contra uma mãe e uma criança,
coloca a arma na boca da criança. Daria regime aberto, mas como é algo muito
ruim pode-se piorar a pena.

Quem avalia se o roubo é algo grave abstratamente é o legislativo e nao o


judiciário. Os regimes acabaram com essa regra começaram a fixa o regime mais
grave não pelas circunstancias concretas do crime, mas pela gravidade em abstrato
do crime (o perigo de se dar o poder ao magistrado).

=> lembrar das súmulas 719 e 718 do STF.

- att.: não dá para o juiz dizer que as circunstâncias sáo favoráveis na pena base, e
dizer que são desfavoráveis no regime – isso é contradição lógica evidente =>
Súm. 440, STJ. (marcar no Vade Saraiva).

- há um suplemento da RT com toda a reforma legislativa e as novas súmulas.

3ª – LCH (Lei 8072) – Regime inicial sempre fechado!!!

Att.: cabe hj restritiva de direitos no tráfico: chance de cair é grande.

4ª- Lei do crime Organizado (Lei 9.034): Regime inicial sempre fechado!!!
=> OBS.: nos dois casos discute-se na doutrina e nos tribunais superiores a
constitucionalidade dos dispositivos legais. O argumento pela inconstitucionalidade,
é a violação do princípio constitucional da individualização da pena. O que se
questiona por ex, é o bobo que carrega o pacote de droga, ele merece uma sanção
sim, mas ele não é um traficante mesmo: nao é razoável o regime fechado.

MEMORIAIS

- só não é mais fácil que E. Infringetes.

- memoriais são fáceis pq não tem forma rígida.

- Memorias são apenas a conversão para forma escrita dos debates que
devem ser feitos, a princípio, em audiência (debates orais – estes nao tem
formalidade específica). A previsão legal está no art. 403, §3º, do CPP. Tal
dispositivo versa sobre o rito ordinário, mas será aplicável, por analogia, aos
demais ritos.

- Requisitos para a conversão:

1- complexidade (art. 403, §3º );

2 – número de acusados (art. 403, §3º );

3 – deferimento de diligências (art. 404, §ú, CPP).

Observações:

- Se os memorias são de acusação em ação penal privada, deve ser expresso, o


pedido de condenação. Ex.: “requer seja condenado”! Caso contrário: perempção
– causa extintiva da punibilidade (art. 60, CPP).

- qq que seja a ação penal na acusação, é prudente a elaboração de pedido de


indenização.

- na defesa, devem ser feitos todos os pedidos favoráveis ao réu. A ordem sugerida
é a seguinte:

1º : nulidades;

2º : absolvição;

3º : pedidos que afastam incrementos de pena e impõem reduções.

4º : pedidos sobre espécie de pena, regime adequado, e benefícios (ex.:


sursis – art. 77, CP)
* se a tese for: ------------- pedido:

nulidade ----------------------- anulação

ext. punibilidade -------------- extinção da punibilidade

mérito -------------------------- absolvição.

(tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade, isenção de pena)

mérito (punição excessiva) -------------- redução da pena, desclassificação

autoridade arbitrária -------------------- concede o direito subjetivo.

Modelo:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ____ VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE ________.

Autos n.

Autor: Justiça Pública

Réu: _____________.

Réu, já qualificado nos autos, por seu advogado infra-assinado, vem pela
presente apresentar MEMORIAIS com fulgro no art. 403, §3º, do Código de
Processo Penal, nos termos que passa a expor:

DOS FATOS: (paráfrase do problema).

DO DIREITO: (estilo).

DA NULIDADE (no processo penal não é preciso escrever preliminarmente).

DO MÉRITO

1º - nulidade

2º - absolviçao

3º - atenuançao da pena

4º - benefício
=> extinção da punibilidade (em qq lugar, onde quiser!)

- no gabarito da OAB, o ideal é escrever primeiro a nulidade, depois a


absolvição.

PEDIDO:

Ante o exposto, requer seja reconhecida a nulidade a partir do vício


apontado**. Subsidiariamente, seja julgado improcedente o pedido, com a
absolvição do acusado, nos termos do art. 386, ___, do CPP. Se não for esse o
entendimento de Vossa Excelência, requer seja afastada a qualificadora e
reconhecida a tentativa, com a fixaçao do regime inicial de cumprimento de pena
aberto e concedido o sursis.

Termos em que

Pede deferimento.

Local, data,

________________

Advogado OAB n.

** (ab initio se da denúncia, caso contrário do local onde a nulidade está: “a partir
da audiência”, “a partir do ato apontado” ou a partir do vício apontado).

Att.: hoje é preciso fazer na OAB todos os pedidos possíveis.

- Problema n. 10:

1ª tese: atipicidade do fato, pois o pagamento faz prova inequívoca da


ausência de dolo. (Súm. 554 e 246 do STF).

2ª tese: cheque de R$36,00 – atipicidade material, pela insignificância,


bagatela. Não há artigo de lei para isso: é construção jurisprudencial, doutrinária.

3ª tese: pena mínima, pelas circunstâncias favoráveis – fixação do regime


aberto + conversão em restritiva de direitos.

- Pedido:

1º - absolvição pelo art. 386, III, do CPP.

2º - pena no mínimo, regime aberto, conversão em restritiva.

3º - que não seja fixado valor de indenização, pois não há prejuízo.


4º - que seja concedido o direito de recorrer em liberdade.

Tarefa:

1) redigir e entregar a peça 03, relativa ao problema 12.

2) fazer esqueleto do problema 11

3) Leitura complementar: livro de prática, “Tese de punição excessiva” e do livro de


Penal, “Aplicação da pena”.

-Att.: é importante transcrever os artigos.

Aula dia 19/10/10 (Prof. Flávio Martins):

APELAÇÃO (muita chance de cair – palpite do prof. para a prova FGV).

- é o principal recurso do Processo Penal.

- é um recurso feito em 2 peças:

INTERPOSIÇÃO

(5 dias)

o prazo se conta
da intimação
RAZÕES

(8 dias)

o prazo se
conta da
intimação

5 dias + 8 dias

Obs.: na OAB apresenta os dois juntos.

Att: JECRIM 10 dias (interposição + razões simultaneamente).

- Interposição:

Juiz que decidiu:

a) Juiz Estadual; (90% dos casos)


b) Juiz Federal;

c) Juiz da Vara do Júri;

d) Juiz presidente do Tribunal do Júri;

e) Juiz do JECRIM.

- Razões:

TJ (se estadual) ou TRF (federal)

Júri: TJ estadual

Jecrim => Turma Recursal do JECRIM (atenção!)

Obs.: Na apelação não existe juízo de retratação!

- Então, para que eu interponho perante o juiz a quo? Para que ele exerça o juízo
de admissibilidade (pressupostos recurso).

- E se o juiz denega em juízo de admissibilidade? RSE (art. 581, CPP).

APELAÇÃO: datar na prova com o último dia da interposição (5 dias).

Na prova, vc tem que apresentar as 2 peças no prazo da interposição. Para a OAB


é tudo junto. É preciso fazer, em 5 dias, interposição + razões.

- 19/10/10 (3ª )=> 25/10/10. ok!

- 22/10/10 (seg)=> 29/10/10. ok!

-25/10/10=> 01/11/10. ok!

- Quando cai apelação tem 2 possibilidades na OAB:

1) interposição + razões: mais comum na OAB.

2) a OAB te diz que o recurso já foi interposto. Faça as razões.

Petição de juntada das razões + Razões

Prazo : 8 dias
Cabimento (art. 593, CPP):

1) sentença condenatória (ñ t.j.)

2) sentença absolutória:

2.1- Absolvição (art. 386, CPP):

I- certeza da inexistência material do fato*.

II – dúvida sobre a existência do fato.

III- FATO é atípico

IV – (novidade) certeza da não autoria

V- dúvida sobre a autoria.

VI- excludente da ilicitude ou culpabilidade

VII- (geralzão) insuficiência de provas (in dubio pro reo).

* Ex.: a Elisa Samúdio aparece, Bruno será absolvido por este


inciso.

2.2- É possível recorrer contra sentença absolutória? Sim! Há


alguns casos em que a defesa pode recorrer contra a absolvição (para
alterar a fundamentação). Isso porque, existem absolvições melhores
que outras.

a) melhores: incisos I, IV, VI. São melhores porque impedem a ação


civil ex delicto.

Obs.: é possível apelar contra a absolvição pleiteando a mudança de


fundamentação para o inciso I, IV ou VI, primeira parte, pois são
absolvições melhores que as outras.

3) contra sentença definitiva ou com força de definitiva, quando não


cabe o RSE (art. 593, II, CPP). => ñ cai muito.

Exemplos:

a)decisão que julga reabilitação.

b) decisão que julga medidas assecuratórias (sequestro, hipoteca legal).


Obs.: para o prof. pode cair apelaçao contra stç absolvitória, em que vc deve pedir
alteração para inciso I, IV ou VI. Mas é mais provável cair contra stç condenatória.

- Teses (sentença condenatória – mesmas teses dos memoriais):

I- nulidade. (para o advogado a nulidade é absoluta! Alega em qq


momento!)

*fundamento CPP: art. 564, ___, CPP (IV é o geralzão) + outro artigo do
CPP violado.

** se possível tb fundamente na CR/88 (art. 5º , LIII ou LV etc)

*** Tratado Internacional (ex.: Pacto de São José da Costa Rica – art. 7º
a 9º ou 9º).

II – Extinção da punibilidade (1ª tese de mérito). Ex.: prescriçao,


decadência, renúncia.

III- Absolvição (art. 386, ___, CPP).

IV – Desclassificação: (que seja condenado por crime menos grave).

V- Pedidos secundários quanto à pena:

a) pena mínima (att. às circunstâncias atenuantes ou causas de


diminuição de pena).

b) fixação de regime inicial mais brando (art. 33, §2º , CP –


regime aberto).

c) substituição por pena restritiva de direitos (art. 44, CP):


desde que presentes os requisitos do art. 44 do CP.

ou: d) suspensão condicional da pena (“sursis”- art. 77, CP): se


presentes os requisitos do art. 77 do CP.

Resolução problema n. 15:

- o cado do problema parece com o caso Cissa Guimarães. No caso da Cissa, o


policial que pede o dinheiro é corrupção passiva. Quem entrega o dinheiro (o pai do
menino que atropelou) é atípico. Só é crime de corrupção ativa quando a iniciativa
parte do particular. Quando o policial pediu o dinheiro e o particular entrega o
dinheiro, é atípico. O particular que apenas cedeu a corrupção é atípico.

- art. 317, CP: funcionário público!


- art. 333, CP: particular.

- Peça: recurso cabível - apelaçao.

- aqui nesse problema 15 vc vai só oferecer as razões. Vc tem que oferecer:


(petição de juntada + razões) => para juiz da causa.

Modelo problema 15:

PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Capital.

João de Deus, já qualificado nos autos do processo n. ..., por seu advogado
que esta subscreve, inconformado com a decisão que o condenou às penas de 2
anos de reclusão e 10 dias-multa, com suspensão condicional da pena,
respeitosamente se faz presente perante Vossa Excelência para interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

com fulcro no art. 593, I, do Código de Processo Penal.

Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas


razões, a serem encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de...

Nesses termos,

pede deferimento.

Local, data.

Advogado...

OAB n...

PETIÇÃO DE JUNTADA DAS RAZÕES DE APELAÇÃO:

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...ª Vara Criminal da Comarca de...
João de Deus, já qualificado nos autos do processo n. ..., por seu advogado
que esta subscreve, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para
requerer a

JUNTADA DAS INCLUSAS RAZÕES DE APELAÇÃO,

com fulcro no art. 600 (atenção!), do Código de Processo Penal.

Requer seja o presente recurso processado e as inclusas razões serem


encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de....

RAZÕES

RAZÕES DE APELAÇÃO

APELANTE: João de Deus

APELADA: Justiça Pública

Proc. n. ...

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Douta Procuradora.

Em que pese o brilho do magistrado a quo e de sua decisão, merece ser


reformada sua sentença pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DOS FATOS:

usar “apelante”.

II – DO DIREITO:

Nulidade? Não.

Extinção da punibilidade? Não.

Absolvição? SIM! (fato atípico – não se enquadra no ar.t 333, CP). Pedido:
art. 386, III, CPP.

Desclassificação? Não!
Pedidos secundários de pena?

Pena mínima? Não. Já tá na mín.

Regime mais brando? Não. Já foi condenado no aberto.

Pena restritiva de direitos? SIM!

Sursis? Não, já teve.

II – DO DIREITO:

O apelante deve ser absolvido, tendo em vista que a imputação que lhe é
feita não configura ilícito penal.

Isso porque o apelante apenas cedeu à pressão policial, motivo pelo qual não
praticou o rime previsto no art. 333, do Código Penal, que diz:

Art. 333 ..........................................

Segundo o artigo sobredito, só é crime a conduta de OFERECER ou


PROMETER vantagem indevida.

Ora, o apelante jamais prometue ou ofereceu vantagem ao funcionário


público.

Segundo o artigo 1º, do Código Penal, não há crime sem lei anterior que o
defina e, no caso em tela, não se poderia jamais aplicar analogia à referida norma
penal incriminadora.

Se não bastasse, ainda que condenado, o apelante faz jus à substituição por
pena restritiva de direitos, já que presentes todos os requisitos do artigo 44, do
Código Penal.

III – DO PEDIDO:

Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e


provido (att.: todo recurso começa assim), para que o apelante seja absolvido,
nos termos do art. 386, inciso III, do CPP, como medida de Justiça. Caso não seja
essse o entendimento de V. Exa., requer seja sua pena privativa de liberdade
substituída por pena restritiva de direitos, nos termos do artigo 44, do Código
Penal.

Local, data.

Advogado ...

OAB...
Dever de casa:

1) Fazer o esqueleto do problema 26;

2) Redigir e entregar o problema 27 do livro (apelação).

3) Ler arts. 44 (pena restritiva de direitos) e 77 (sursis).

Aula dia 20/10/2010 (Profa. Patrícia Vanzolini):

- ler livros Elementos (Penal + Proc. Penal) + Prática.

- atenção: a exposição de motivos é doutrina!! Ler antes da prova! Ver o que pode
extrair dele (ex.: ponto 17 – fala sobre erro).

- Problema n. 26:

1) Cliente: Vânia (acusada).

2) Crime/pena: art. 33 (5 a 15 anos) com aumento de pena art. 40, III, Lei

11343/06.

3) Ação: pública incondicionada.

4) Rito especial (previsto na Lei de Drogas).

5) Momento processual: condenação.

6) Peça: apelação, com fulcro no art. 593, I.

7) Competência: Interposição: Juiz da Vara 1ª Vara de Franco da Rocha/SP.

Razões: TJ/SP

8) Teses:

-Check list (nulidade tem? Nao; ext. punib? Nao).

- Mérito:

a- erro de tipo (art. 20,§2º, determinado por terceiro). Exclui o dolo


(ver texto do art. 20). O artigo da Vania não há previsáo da modalidade culposa,
por isso exclui o tipo- conduta atípica (art. 386, VI).

obs.: escusa absolutória, inciso VI.


- Subsidiariamente:

a- reconhecimento da causa de diminuição de pena do art. 33, §4º


(Vania é primária, bons antecedentes...).

b- regime semiaberto.

b - se reconhecida a causa de diminuiçao, restritiva de direitos.

Obs.: é importante que vc fale das teses subsidiários na tese, na


fundamentação de direito, e tb no pedido. Nesse caso, vc nao
precisaria colocar no pedido.

Obs. 02: Os pedidos subsidiários, se não couber na tese (vc ver isso),
bota no pedido, colocar o artigo, pq ele o cara vai ler com mais
atenção!

*conferir: classificaçao do crime: não dá para pedir a


desclassificação para uso só pela pequena quantidade de
droga. Ademais, nada nas circunstancias do fato concreta
sustenta essa tese, mesmo pq a droga estava dentro do
sapato.

dosimetria : há causa de aumento de pena, ou


agravante para afastar? Nao. Há atenuante/ causa de
diminuição para ser reconhecida? Sim! 33 §4º.

regime: semiaberto (art. 33, §2º, b, CP). Mas o MP vai


alegar que é crime equiparado a hediondo e que o regime
inicial é fechado. Para alegar que o regime é semiaberto
deve-se fundamentar na inconstitucionalidade do
regime inicial fechado: a) violação da individualização da
pena; b) o tráfico quando privilegiado (art. 33, §4º) perde
a natureza de equiparado a hediondo. Isso porque, se o
legislador permitiu um abrandamento da pena é pq é algo
que considera mais leve, e por isso é uma contradição dar
a ele tratamento de crime hediondo

substituiçao: analisar: a) restritiva: se for reconhecida


a causa de dimunuição de pena (até 2/3) a pena vai ficar
menos do que 4, cabendo PRD (art. 44, CP); b) sursis.

Regime: 33 / Restritiva 44/ Sursis 77: 33-44-77


Requisitos da Restritiva:

*objetivos:

a) no crime culposo, qq que seja a pena, ñ há limite.

b) doloso:

b.1- pena≤4 anos

b.2 – crime não cometido com violência ou grave


ameaça.

=> pena≤4 anos (pena em concreto. Ex.: é possível


restritiva em estelionato? Depende de quanto aquele cara
pegou em concreto: se 3 anos, cabe. Não é para analisar
aqui a pena em abstrato, mas sim em concreto!). Ex.:
roubo: 4 anos, cabe restritiva? Não, pq tb tem que ser
sem violência ou grave ameaça. Apesar de ter pegado a
pena mínima, de 4 anos, crime com violência e grave
ameaça nao faz jus.

* subjetivos:

- não reincidente específico (art. 44, §3º ).

circunstâncias judiciais favoráveis (analisar se não é


reinc. específico, se o requisito subjetivo está preenchido,
pq dificilmente o problema vai trazer todos os dados
sobre a personalidade, conduta social etc.

*desde que haja dados, nao ficar inventando.

** att.: não há item para tirar pontos de tese errada. Por isso alegar
tudo. Raciocíno jurídico é o único critério mais subjetivo, que vale até
0,4.

9) Pedido:

- em sede de nulidade a omissão tem que estar expressa: nao foi feita a
proposta de sursis processual. Ou nao foi feita citaçao. Tem que estar expressa no
problema! Se o problema não traz, vc nao pode sair inventando, viajando. Isso
acontece pq o problema não pode trazer todas as informações.

Segunda parte da aula do dia 20/10/10:


*Art. 44, Lei 11343/06: foi considerado inconstitucional o trecho “vedada a
conversão de suas penas em restritivas de direitos”. Tb é inconstitucional a vedação
do sursis. Isso pq essas vedaçoes não tem sede constitucional. O resto está na
constituição. O STF entendeu inconstitucional a proibição da Constituição – e isso
seria bom colocar na fundamentação, se tiver espaço.

**Tb é inconstitucional esse mesmo trecho que consta no art. 33, §4º, CF.

=> houve uma decisão do Pleno (não é uma Adin) no sentido da


inconstitucionalidade de parte dos dispositivos do art. 44 e art. 33, §4º , no que
tange à vedação à conversão em PRD.

REVISÃO CRIMINAL

1) Cabimento: art. 621 e segs.

a) sentença condenatória transitada em julgado.

Obs.: é possível contra sentença absolvitória para mudar o fundamento?


Não, pois não há previsão legal.

b) a doutrina defende a possibilidade em sentença imprópria: sentença que


absolve, mas aplica medida de segurança. Isso pq apesar de ser absolvitória, seus
efeitos podem prejudicar o réu penalmente. Ex.: o indivíduo que é esquizofrenico e
foi condenado a medida de segurança por ter matado alguém. Mais para frente
descobre-se que ele não matou. Não é justo ele ficar sofrendo essa sançao
restritiva sendo que não é culpado.

Hipóteses: -sentença x lei

‘’ x prova

-provas falsas

-provas novas

- a fundamentaçao é semelhante à apelaçao.

- a tese dos memoriais morre em primeira instancia e rescucita na segunda


instancia sob a forma de apelaçao. A tese da apelaçao morre em segunda instancia
e rescucita após o transito em julgado com a revisão.

- o coringão é o inciso I. Se não houver provas falsas, provas novas, alegar


contrariedade sentença x lei ou prova.
2) Legitimidade (privativa da defesa):

a – ativa: condenado/ procurador/ CADI. Obs.: como está o réu ou seu


procurador, parece que o réu pode propor a revisão por ele próprio, sem advogado,
como o faz no Habeas corpus. O Estatudo da OAB contraria isso. Hj o entendimetno
majoritário é: “é necessáiro o advogado para postulação em juízo”. Entáo ao
escrever a revisáo é preciso dizer: Tício, por seu advogado...

3) Prazo: qq prazo após o trânsito em julgado. Vc tem todo o tempo do mundo.


Então se tiver na questao, datar no último dia do prazo, vc já sabe que está
fazendo a peça errada.

Eu posso entrar com a revisão msm depois da extinçao da pena? Sim, art. 622,
CPP.

4) Competência: depende de quem proferiu a última decisáo da decisáo


revisionanda:

STF Decisões por ele proferidas

STJ Decisões por ele proferidas

TJ/TRF Demais casos:

- proferida pelo TJ/TRF.

- proferida pelo juiz ( a revisão tem que


ser julgada sempre por um tribunal, um
órgão colegiado).

5) Teses/ Pedidos: art. 626, CPP.

Tese Pedido

Nulidade Anulação

Tese de mérito Absolvição

Punição excessiva (baseado na pena Desclassificação ou alteração da pena


justa)

Autoridade arbitrária Alvará de soltura (se tiver informação de


que o réu está preso).

Indenização*

Obs.=> não está escrito no art. 626 a extinçao da punibilidade. Mas só isso não
impediria alegar... Mas eu entro com revisão criminal, já está na execuçao. Uma
das coisas que o juiz da execução pode fazer (art. 66, LEP) é a extinçao da
punibilidade. Por isso não é necessária a revisão criminal no caso. Eu posso entrar
com uma simples petição de extinção de punibilidade para o juiz da execuçao. Por
isso, nunca caiu na OAB elaborar revisão criminal com base na extinçao da
punibilidade.

=> Qual é o último pedido específico de revisão criminal? Indenizaçao (art. 630,
CPP). Isso porque uma prisao desnecessária traz prejuízos, por isso pedir o
reconhecimento da indenização.

=> Casos q nao cabe indenizaçao: art. 630, §2º, ‘a’. A hipótese da letra ‘b’, nao
cabimento da revisão em açao penal privada não tem acolhida atualmente, é letra
morta.

=> art. 66, I LEP + Súm. 611, STF: aplicação da lei mais benéfica. Nesse caso, não
é revisão criminal. Então em abolitio criminis, petiçao ao juiz da execução.

=> decisão do TJ:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS.

TÍCIO, nacionalidade, estado civil, profissão, residente* (ou atualmente


cumprindo pena em ...), por seu advogado que esta subscreve (conforme
procuração anexa), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, não se
conformando com a respeitável sentença condenatória transitada em julgado
(conforme certidão anexa), vem requerer**

REVISÃO CRIMINAL

com fulcro no art. 621, ... do Código de Processo Penal, pelas razões de fato
e de direito a seguir expostas.

I- DOS FATOS:

II – DO DIREITO:
III – DO PEDIDO:

Diante do exposto, requer seja julgada procedente a presente ação...

* ignorar que o cara ta preso, vc nao vai escrever o endereço da prisão

** requerer é o verbo que o CPP usa (art. 622), mas pode tb propor, ajuizar.

=> 7 pontos cabalísticos do preâmbulo:

1- nome

2 -qualificação –eu tenho 2 preocupações: se vou escrever “já qualificado” ou


“não”. Todas as iniciais eu preciso qualificar (revisão inclusive). Todas as outras, ao
longo do processo, colocar já qualificado (resposta a acusação, apelaçao,
memoriais...).

3 – por seu advogado que esta subscreve: peças que vamos mencionar a
juntada de procuraçao (autor na queixa, o réu na resposta à acusação e na revisão
criminal).

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

- recurso contra decisões específicas.

1) Cabimento: art. 581,CPP

=> algumas decisões não desafiam mais RESE:

- inc. XI: nesse caso cabe apelaçao, pq quem vai negar ou conceder
sursis é o juiz da sentença. Quanto à decisão que cassar (revogar)
cabe agravo em execução.

- inc. XII.

- inx. XVII a XXIIII.

=> decisáo que indefere pedido de prisão preventiva: RESE

=> decisao que indefere pedido de revogaçao da prisão preventiva: náo


cabe! Atençao!

2) Prazo: 5 dias.
2.1 – Interposição + Razões: como a petição de interposição é no prazo de
cinco dias, eu tb vou colocar o prazo nas razões de cinco dias. Eu tenho que colocar
a mesma data na interposição e nas razões!!

Interposição + Razões

5 dias 5 dias

2.2 – E se o RESE já foi interposto?

Petição Juntada + Razões

(2 dias art. 588) (2 dias)

2.3 – E se forem Contrarrazões?

Petição Juntada + Contrarrazões

(2 dias art. 588) (2 dias)

3) Competência:

Interposição/ Petição de juntada: juiz a quo

Razões/Contrarrazões: Tribunal

4) Legitimidade: qq das partes, desde que prejudicado pela decisão recorrida.

5) Pedido:

Interposição: => regra dos 3 “Re`s” : a) Recebimento;

b) Retratação

c) Remessa.

Obs.: o RESE tem 3 re`s. Os Emb. Infr.,por exemplo, tem um só: recebimento.

Razões: conhecido e provido.

Dever: fazer os esqueletos dos exercícios do 33 e 39.

Aula dia 21/10/2010 (Prof. Madeira):

- A grande questão de recurso de queixa-crime é saber se vc está no JECRIM ou na


Vara Criminal Comum, pois se for JECRIM é apelação, se na Vara, RESE.

- crimes praticados pela internet não são federais.

Resolução Problema n. 39;


1) Cliente: Modestino.

2) Crime: art. 138 e art. 141, III, CP – Vara Criminal Comum

3) Peça: RESE (recurso para a queixa-crime).

5) Competencia: Interposição – Juiz Vara Criminal

=> Att.: pedir juízo de retratação!!!

Razões: TJ.

6) Tese: autoridade arbitrária: direito subjetivo negado (art. 73, CPP).

7) Pedido:

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, a fim de


que se reforme a r. decisão, determinando-se o recebimento e processamento da
presente ação penal na comarca de São Paulo, como medida de justiça.

=> (decorar a frase acima!!).

PROCEDIMENTO DO JÚRI

1) Divisão:

=> 2 fases:

a) 1ª fase: juiz togado => endereçada ao Juiz da Vara do Júri.

b) 2ª fase: juiz togado + jurados => endereçamento ao Juiz


Presidente do Tribunal do Júri.

Att.: não confundir pedidos da 1ª fase com os da 2ª fase!!

Verificar que há pedidos próprios em cada fase!

2) Fluxograma 1ª fase do Júri:

Denúncia  Recebimento  Citação Resposta  Réplica  Absolvição Sumária


(art. 397 - ?)
AIDJ
(memoriais escritos)
pronúncia ou desclassificaçao (Rese)

absolv. sum (415)/ impronúncia


=> cabe apelaçao
=> Na verdade esse é um tema controvertido na doutrina e a jurisprudência nada
diz, mas o melhor na prova da OAB é pedir a absolvição sumária do art. 397, pq vc
não perde nada com isso.

=> NO que tange a absolvição do art. 415, não há dúvida, vc tem que pedir!

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

1) Endereçamnto: Juiz Vara Júri.

2) Fundamento legal: art. 406, CPP

=> no júri é 8 testemunhas por fato, se forem 2 crimes serão 16


testemunhas.

3) Teses e pedido:

a) nulidade ---------------- anulação processo.

b) mérito ------------------ absolvição sumária (art. 397)

c) extinção da punibilicade

d) autoridade arbitrária -- direito subjetivo

+ TESTEMUNHAS.

Erros comuns:

-atenção não se pode fazer pedidos comuns do final da primeira fase.

- não se pode usar o art. 386, CPP em Júri (NEM FODENDO! Nem na resposta
a acusação).

PRONÚNCIA (art. 413, CPP)

a) Requisitos: materialidade
e
indícios suficientes de autoria ou participação (+ comum em provas da OAB).

- caso Bruno: tese defesa – não há materialidade do crime, não há nada


comprovando que ela morreu (nas provas de OAB essa tese não é comum). A tese
de que “se não há corpo, não há crime” é uma bobagem.
- a segunda tese: não há indícios suficientes de autoria.

b) Conteúdo: fato típico (ex.: art. 121);


qualificadora*
causa de aumento de pena
* o comum é que vc tenha que pedir o afastamento da
qualificadora. Ex.: quem mata o estruprador da filha, na
situação do filme do Samuel Jackson, qualificado no caso por
emboscada, vc tem que usar a tese de afastamento de
qualificadora. Na verdade é privilegiado.
**de emboscada: eu estava escondido, saio e mato.
c) Conteúdo (parte II):
- o juiz, ao pronunciar, não pode se exceder na motivação, sob pena de
nulidade (art. 413, §1º, CPP). A doutrina chama isso de eloquência acusatória.
*Exemplo de eloquência acusatória:
“Sou magistrado há muitos anos e, devo confessar, jamais em toda a minha
vida presenciei fato tão grotesco.
Os réus se portaram como verdadeiros animais e a tese de defesa
apresentada é absurda. Jamais poderia ter ocorrido a legítima defesa.
Devo dizer que, neste momento, verto uma lágrima em memória da vítima”.\
=> esta pronúncia está nula pq o juiz se excedeu!!
** Dica: se na pronúncia constar juízo aboluto (ex.: a tese de defesa é
absurda) ou adjetivaçao (ex.:o réu é frio e calculista), será nula.

IMPRONÚNCIA (art. 414, CPP):


1) Quando faltar:
- indícios suficientes de autoria
- materialidade.
=> se faltar um desses dois, ou mesmo os 2, impronúncia.

DESCLASSIFICAÇÃO (art. 419, CPP):


- não se trata de crime doloso contra a vida.
- quando vc pede a desclassificação vc pede a remessa para o juízo competente.
Ex prof.: a vítima diz que o réu não tinha a intenção de matá-la,
desclassificação de homicído para lesão.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA (art. 415, CPP):
- se aproxima muito do art. 386;
- exemplos das hipóteses art. 415:
I – a Elisa Samúdio aparece.
II- aparece um vídeo mostrando que não foi o casal Nardoni que jogou a
criança. O crime existiu, mas não foram eles.
III- mais difícil em júri. Se na sua prova cair um caso de pílula do dia
seguinte. Ex.: caso alemão que o cara come o outro, consentimento da vítima.
IV- caso da legítima defesa. Nesse caso, precisa estar plenamente
comprovada, para ter a questão da absolvição sumária.
- diferença asolvição sumária x impronúncia: é o grau e os efeitos. Na absolvição
sumária, transitou em julgado, acabou.

Art. 415, parágrafo único (versão Madeira): se o cara é maluco e está comporvado,
só pode mandar para o hospital de maluco (medida de segurança) se for a única
tese.
- Ex.: louco em legítima defesa.
=> O problema da inimputabilidade e o parágrafo único:

1ª situação: o cara é inimputável (está comprovado) + legítima defesa


(comprovada) => absolvição sumária pela legítima defesa. O juiz não pode
aplicar medida de segurança (o cara pode estar certo!).

2ª situação: única tese é a inimputabilidade -- abolvição sumária com


medida de segurança.

3ª situação: o cara é inimputável (está comprovado). Ele alega legítima


defesa (não está comprovada). Aplicar medida de segurança, só quando for a
única tese defensiva. Aqui tem duas teses. Uma só comprovada: a loucura:
se vc absolver e aplicar MS vc viola o parágrafo único. Ademais vc esta
violando a possibilidade de os jurados analisarem a legítima defesa. Por isso,
vc tem que pronunciá–lo para mandar a júri. A defesa pode pedir a pronúncia
para , já que os jurados podem abolvê-lo, o que é melhor para o seu
cliente... (ele já tá fudido mesmo!). A explicação técnica é que os jurados
são os juízes naturais da causa. O juiz só vai aplicar a medida de segurança
se a inimputabilidade for a única tese de defesa dele.
=> portanto, neste caso a consequência é pronúncia.
- Diferença art. 397 x art. 415: a diferença está no momento. O art. 415 é só no
final. O 397, na resposta. Vc náo pode pedir o 397 no final.

=> Informativo 613, STF: portador de vírus HIV, vai transar com suas parceiras
e não usa camisinha de maneira deliberada: pode ser mandado a júri? Segundo o
STF não é tentativa de homicídio. Quanto ao crime, o STF não definiu qual é (se
lesão corporal ou se perigo de contágio de doença venérea).

Segunda parte da aula do dia 21/10/10:

Peças da primeira fase do Júri:

MEMORIAIS
1) Endereçamento: Juiz Vara do Júri.
2) Fundamento legal: art. 394, §2º cc art. 403, §3º
3) Teses e pedidos:
a – nulidade: anulação;
b- mérito:
b.1- absolviçao sumária;
b.2 – impronúncia
b.3 – desclassificaçao.
b.4- pronúcia (art 415, parágrafo único)
c- autoridade arbitrária: recorrer em liberdade.
d- extinção da punibilidade - declaração de ext. da punibilidade.
=> não é para usar: 397 e 386.

RSE (no Júri)


- caso haja pronúncia ou desclassific ação.
1) Competência:
Interposiçao: Juiz Vara do Júri
Razões: Tribunal de Justiça.
2) Fundamento legal:
- se for pronúncia: art. 581, IV.
- se for desclassificação: art. 581, II (que concluir pela incompetência do
juízo).
3) Teses e pedidos:
- o Rese é um memorial metido a besta. Tudo que vc pode pedir no memorial pode
pedir aqui.

a) nulidade --- anulaçao.


b) tese de mérito - todas as anteriores.
c) autoridade arbitrária  (geralmente ligado à liberdade) recurso em
liberdade.
d) ext. punibilidade - declaração da ext. punibilidade.
=> não usar art. 386 nem 397, CPP.

APELAÇÃO
1) Competência:
Interposiçao: Juiz Vara do Júri
Razões: Tribunal de Justiça.
2) Fundamento legal:
Impronúncia: art. 416.
Absolvição sumária: art. 416 c.c. art. 593, I.
3) Teses e pedidos:
os mesmos do RESE.
=> não usar o art. 386 nem 397, CPP.
2ª fase do Júri:
Aposta prof.: APELAÇÃO (2ª fase Júri):
- vc só tem que saber ler!
APELAÇÃO DA 2ª FASE DO JÚRI
1) Competência:
Interposiçao: Juiz Presidente do Tribunal do Júri (muda em relação à 1ª fase)
Razões: Tribunal de Justiça.
2) Fundamento legal:
=> art. 593, III, a, b, c e d.
3) Teses e pedidos:
=> só o que consta dos parágrafos (é vinculado) -§§1º, 2º , 3º e 4º.
=> não usar 386 nem 397, CPP.
=> não fazer pedidos da 1ª fase.
=>Súmula 713, STF: se tiver só nulidade, uma tese só, vc usa só aquela
letra (ex.: a). Agora se tiver mais teses, vc usa as letras referentes (ex.: a e d).
*1 tese: fund. -- art. 593, II a ou b ou c ou d.
*+ de 1 tese (ex. Nardoni) art. 593, III, “a” cc “d”.

REVISÃO CRIMINAL NO JÚRI


- pressuposto: transito em julgado.
- AQUI VC USA O ART. 386.
- durante o processo de conhecimento vc nao usa o 386 (por causa dos jurados).
Mas, ocorrendo o transito em julgado, devolve a competencia plena para o juiz
togado.

- A revisão criminal no júri não muda. É igual à peça vista ontem. Ou seja, pode
usar o art. 386, CPP.

Problema n. 44:
1) Cliente: Felício
2) Crime: art. 121, caput
3) Situação: pronúncia
4) Peça: RESE
5) Competência:
Interposição: Juiz da Vara do Júri
Razões: TJ
6) Tese:
a- mérito: desclassificação. (p/ o crime => lesão corporal seguida de morte).

III – PEDIDO:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso a fim de
que se reforme a r. decisão, desclassificando-se a imputação para a prevista no art.
129, §3º, do Código Penal, como medida de justiça.

Problema n. 47:
1) Cliente: João da Silva.
2) Crime: art. 121, caput.
3) Situação: absolvição sumária c.c. medida de segurança.
4) Peça: apelação.
5) Competência:
Interposição: Juiz da Vara do Júri.
Razoes: TJ.
6) Tese: - legítima defesa => absolvição sumária sem medida de segurança +
pronúncia.
7) Pedido: pronúncia
III – DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, a fim de
que se reforme a r. sentença, absolvendo-se sumariamente o recorrente, nos
termos do art. 415, do CPP, sem a imposição de medida de segurança ou, caso não
seja esse o entendimento, requer a reforma da r. sentença a fim de que seja o réu
pronunciado nos temros do artigo 413 do CPP, como medida de justiça.

Problema n. 30:
1) Cliente: Carlos.
2) Situação: 2ª fase do júri com apelaçao interposta.
3) Razões de apelaçao.
4) Competência:
- petiçao de juntada:PRESIDENTE DO TRIBUNAL DO JÚRI
- razões: TJ
=>att.: não é interposiçao, pq no caso do problema já havia sido interposta.
5) Tese: art. 593, III, “d”.
6) Pedido:

III – DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso a fim de
que seja o réu submetido a novo julgamento, nos termos do art. 593, §3º , do CPP,
como medida de jutiça.

Problema n. 32:
- Aborto – exame de corpo delito – infração penal que deixa vestígio, tem que ter
exame de corpo delito!!
- Peça : Revisão cRiminal
- Competencia: TJ – Desembargador Presidente do Tribunal do Júri.
- Tese:
1- nulidade: ausencia de exame de corpo de delito
2- abolvição: art. 386 c.c art. 626.
- Pedido:
Ante o exposto, requer seja julgado procedente o presente pedido a fim de
que se anule o processo nos termos do art. 564, III, b, do CPP ou, caso não seja
este o entendimento, requer seja absolvido com fundamento no art. 386, b do CPP
c.c art. 626, também do CPP, como medida de justiça.

- minha pergunta: não é pq é internet que é federal, é pq tem um tratado!

Aula dia 25/10/2010 (Profa. Patrícia Vanzolini):

1) Prescrição da pretensão punitiva:


1.1 – em abstrato: quando ainda não houver sentença transitada em julgado
para a acusação (ñ cabe mais recurso).
1.2 – em concreto:

Exemplos:
Problema n. 06: nao tem nem stç, quanto mais tj. Aqui eu calculo prescrição em
abstrato.
Problema n. 17: “a acusação não recorreu”, isso quer dizer que para ela tj. Nesse
caso vamos calcular a prescrição em concreto.

Como calcular a prescrição?

1º - verificar a pena máxima em abstrato prevista no tipo.


Obs. 1: as causas de aumento ou diminuição de pena devem ser
contabilizadas? Sim! As causas de aumento ou diminuição da pena devem
ser consideradas.
Ex.: furto 1 a 4 a + 1/3 a 2/3: como fazer a conta? pegar a pena máx. 4
anos e aplicar o aumento máximo.
Ex. 2: 1 a 4 a – 1/3 a 2/3.

Obs.2:concurso de crimes nunca é considerado!! A prescrição incide sobre


cada crime isoladamente.
=> a prescrição não é nuca sobre o bolo, a prescrição é de cada crime
Ex.: calúnia (6m a 2 a )=> P=4 + injúria (1 m a 6 m) => P=3
assim não é 2 + 6 m => 3

Ex.2: homicídio – 6 a 20 (P=20)


+ quadrilha 1 a 3 (P=8).

2º - verificar a tabela do art. 109, CP:

P < 1 3 anos (a partir da L. 12.234/10 – antes era 2)


1 ≤ P≤2 4 anos
2 < P≤4 8 anos
4 < P≤8 12 anos
8 < P ≤ 12 16 anos
P > 12 20 anos
- como essa questao dos 3 anos é reformatio in pejus, crimes praticados antes da
Lei 12.234/2010, não se aplica a fatos antigos, não retroage!

3º - verificar o artigo 115, CP:


- reduzir de ½ a tabela acima.
4º - verificar os seguintes intervalos:
Fato Recebimento SCR SCTJ

*SCR- sentença condenatória recorrível


** SCTJ - sentença condenatória transitada em julgado.
=> Obs: termo inicial (art. 111, CP):
a – consumou:
tiro -------- morre
(25/10/10) (1/12)
20 anos 21 anos
* para prescrição do art. 115, tem que ver a idade na data da
conduta, e não na data de consumação. No presente caso, ele
faria jus a precrição pela metade.
b- tentativa: data em que cessar a atividade criminosa.
c – permanente: data em que cessar a permanência.
*ex.: furto de energia (gato, gato NET).
**ex.2 : fraude x INSS (art. 171)- se a pessoa apresenta um
documento falso e fica recebendo um benefício mes a mes é
crime permanente?
em relaçao ao próprio beneficiário, o crime é permanente
fraude STF
INSS em relação ao terceiro que pratica a fraude, o crime é
instantâneo de efeitos permanentes.

d – bigamia (art. 235) + adulteração de registro civil


(241/242): data em que o crime se tornar conhecido
Exemplo de crime instantaneo de efeitos permanentes: homicídio: a minha vontade
estava naquele momento só, depois os efeitos permanecem, mesmo sem a minha
vontade. Hoje se entende que a bigamia não é um crime permanente, mas
instantâneo de efeitos permanentes.
Exemplo de crime permanente: a cada dia minha vontade se renova.
Crime de parto suposto: o prazo prescricional desse crime não conta da
consumação (registro da criança), começa a correr da data em que o crime se
tornar conhecido.. Caso Vilma
Problema n. 6:
1º pena máxima abstrata do crime: 2 anos.
2º - prescrição em 4 anos.
3º - ½ - 20 anos- 2 anos.
4º - Fato: 13/03/2008 => o último dia para o juiz ter recebido era 12/03/2010 (é
um prazo penal, conta o do início e exclui o do final).
Recebimento: 14/03/2010 – deu prescrição!!
- no problema nao diz sobre os fins de comércio, e o art. 234 exige isso.

1) Cliente: Paulo;
2) Crime/pena: art. 234. Pena: 6 m a 2 anos.
3) Ação penal: pública incondicionada.
4) Rito: sumaríssimo.
5) Momento: MP ofereceu memoriais
6) Peça: memoriais da defesa. (art. 403, §3º ).
7) Competência: juiz do JECRIM.
8) Tese:
a – extinção da punibilidade: prescrição.
b- mérito: atipicidade.
c- punição excessiva: fixação da pena no mínimo, reconhecendo-se a
atenuante do art. 65.
- regime inicial aberto
- substituída pena restritiva
- direito de apelar em liberdade
=> interposiçao: eu apelo: posso fazer oralmente, na audiencia!

Segunda parte da aula do dia 25/10/2010 (Patrícia Vanzolini):

- causas que interrompem a prescrição: começa a contar do 0 (zero).

Causas interruptivas: art. 117, CP:


Fato Recebimento

a) recebimento:
- att.: não é da data do oferecimento
-ex.: 1 a 4 (->8 anos): 25.10.10 =>24.10.18 (seja no TJ, seja em 1ª instancia,
tem que ter um despacho de recebimento até o dia 24, dia 25, inês é morta).
- att.: nao confundir prescriçao com a decadencia!

b) pronúncia (quando o crime é de juri):

Ex.: homicídio 6 a 20 anos  prescreve em 20.

Fato 15 anos Recebimento 10 anos Pronúncia


(1985) (2000) (2010)
Logo, não ocorreu a prescrição.

c) decisão confirmatória da pronúncia (art. 117, III):


Pronúncia - Decisao confirmatória da pronúncia

Fato Recebimento Pronúncia Decisão conf. da pronúncia


d) publicação sentença ou acórdão condenatório recorrível:
* Situação pacífica:
Fato Recebimento Stç absolutória Acórdão Condenatório TJ

- o acórdão condenatório interrompe a prescrição: isso é pacífico!!

*Situação polêmica:

Fato Recebimento Stç condenatória Acórdão confirmatório

o acórdão mesmo confirmatório interrompe (majoritário jurisp).


2 posições
só o acórdão condenatório interrompe, e não o confirmatório
(posição advogados).

- polêmica: o acórdão que confirma a condenação também interrompe? O maior


intervalo de tempo é stç até o acórdão. A intençao do legislador em 2007, segundo
a jurisprudencia, era criar um novo marco, o do acórdão confirmatório!

- a prescrição em abstrato nào mudou, o que mudou foi a em concreto.

1.2 – Prescrição em concreto: quando já houver sentença transitada em julgado


para a acusação.
- peça mais típica de apelaçao, revisão criminal, pq vc tem que esperar ao menos
uma stç. Vc nao a alega em memoriais.

1º - verificar a pena em concreto aplicada: pegar a pena que o juiz


aplicou.
Atenção: lembre-se de que o concurso de crimes nunca é considerado!
=> Se o concurso for:
a) material: desmembrar as penas.
b) formal/ continuado: subtrair o aumento.
2º - verificar a tabela do art. 109
3º - verificar o art. 115
4º - verificar os intervalos:

Fato Recebimento Pronúncia DCP SCR TJ

Fato 3 anos Recebimento 5 anos SC 5 anos TJ


Intervalo 1 Intervalo 2 Intervalo 3

ex.: furto 1 a 4
P. em abstrato: 8 (nao ocorreu)
sentença: pena 1 ano
MP nao recorreu
P. em concreto (contada de acordo com a pena em concreto quando o MP
nao tiver recorrido): 4. No caso deu, entre o Recebimento e a Stç
Condenatória. Também se daria entre a SC e o TJ.
A prescriçao pode ocorrem em qualquer dos intervalos acima

Se a precriçao ocorrem nos intervalos 1 e 2 : prescrição da pretensão


punitiva retroativa.
Intervalo 3: prescrição da pretensão punitiva superveniente.

- qual é a diferença entre a p.em abstrato e a em concreto? A base de


cálculo (uma é a pena máxima, outra em pena concreta).

** Após a Lei 12.234/2010 deixou de existir a prescrição em


concreto na modalidade “retroativa”, no intervalo 1 (fato
recebimento).

Ex.:
Fato 5 anos Receb. 3anos SC TJ

Furto: 1 a 4 anos
PA: 8 anos
Sentença pena- 2 anos
MP não recorre.
PC= 4 anos.
- no caso em tela não será possível alegar a prescrição, pq no intervalo que
deu 5 anos (intervalo 1), com a Lei 12234, não é mais possível tal
prescrição.
- isso tem uma razão: os crimes que prescrevem no intervalo 1 eram os
crimes de colarinho branco.

- obs.: quanto a prescrição em abstrato, nenhuma acabou. Acabou foi parte da


prescrição em concreto, no intervalo fatorecebimento.

Prescrição virtual:
A prescrição virtual é a antecipação de uma provável prescrição retroativa. Não é
admitida na lei e nem nos tribunais superiores e contraria a Súmula n. 438 do STJ
(que a impede).

PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA (PPE):


- quando já houver sentença transitada em julgado.
- qual é melhor para o réu? A prescrição da pretensão punitiva ou executória? A
punitiva, pq nela não há nenhum resquício de condenaçao. A executória só extingue
a execução (mantém reincidência, indenização etc).
- a base de cálculo é a pena em concreto.
- Como calcular?
1º - verificar a pena em concreto aplicada.
obs.: concurso de crimes nunca é considerado.

Ex.:
condenação => 1 ano (P=4)
cumpriu 2 meses e fugiu
quanto tempo o Estado tem para prendê-lo? O restante da pena é de 10
meses.
10 meses, prescrevem em 3 anos.

Obs.: no caso da pena já ter sido parcialmente cumprida, a prescrição deve


ser contada com base na pena restante.

2º - verificar a tabela do art. 109.


3º - verificar o art. 115 (-1/2) + verificar o art. 110 (reincidente, a
prescrição é aumentada de 1/3  +1/3***).
*** att.: o aumento de 1/3 pela reincidência só para a PPE (prescriçao da
pretensão executória, nunca para a PPP – prescriçao da pretensáo punitiva)
att.: nao é a pena que eu corto pela metade, mas sim a prescriçao. Eu tenho
que pegar a pena, jogar no 109 e só depois aumentar ou diminuir.

4º - verificar os intervalos:
obs.: art. 112: quando começa a contar a prescrição no caso da PPE:
inciso I (perigoso)- só posso ter a PPE após o tj. Mas para calcular a PPE o
termo inicial é o dia do transito em julgado para a acusação.

Data do trânsito para a acusação----------- início ou continuação do

Data da fuga--------------------------- ------ cumprimento da pena (art. 117, V)

Data da revogação do sursis----------------


Data da revogação do livramento-----------

Reincidência (art. 117, VI)

Aula dia 26/10/2010 (Prof. Gustavo):


Problema n. 55:
- já houve o tj, já havia sido preso, iniciou-se o processo de execução.
=> Recurso cabível: contra qualquer decisão do juízo das execuções cabe o
agravo em execução do art. 197 da LEP (esquecer o 581, CPP).
- hoje é pacífico que contra toda decisão do juízo das execuçoes cabe agravo em
execução.

PROCEDIMENTO DO AGRAVO EM EXEUÇÃO: não há procedimento no agravo!!


Esqueceram de colocar o procedimento na LEP. Então a doutrina teve que se
ocupar disso. Adota-se o mesmo procedimento do RSE. O rito é o do RSE. No
agravo vc tb interpoe e arrazoa. Intima-se a outra parte para contrarrazoar.
*art. 197, LEP.
- Competência: interpõe-se o recurso ao juízo ao quo, das execuções.
razões vão para o Tribunal.
- Tese: a) prescrição da pretensão executória
*TJ acusação: 05.01.05 (começou a correr a pretensão executória).
*TJ defesa: 20.02.05
*começou a cumprir a pena em 28/01/2007.

Art. 119: no caso de concurso de crimes a extinção da punibilidade


tem que se tirar de cada um deles. Não se pode tomar a pena global.

Pena: 2 anos => prescrição em 4 anos,


Tinha 19 anos (art. 115, CP–menoridade relativa)=> reduz pela metade = 2 anos.
Já se passaram mais de 2 anos do tj para acusação até o início do cumprimento da
pena, houve prescrição da pretensão executória!!

Aumento pela continuação: 4 meses (vou desprezar o aumento de pena!!).


Em razão do art. 119 do CP, para o cálculo da prescrição nos casos de crime
continuado e concurso formal deve ser desprezado o aumento de pena.

- Conclusão:
1ª- do trânsito em julgado para a acusação (que é o termo inicial da PPE),
até o início do cumprimento da pena, foi percorrido lapso superior a dois anos.
2ª - Nos termos do art. 119, o aumento decorrente do crime continuado
deve ser desprezado para o cálculo do prazo prescricional.
3ª - Nos termos do art. 115, a menoridade relativa na data do fato reduz o
prazo de prescrição pela metade.

- Pedido: requer seja reconhecida a extinção da punibilidade pela prescrição da


pretensão executória, expedindo-se alvará de soltura.
- a OAB não admite liminar em agravo de execução (portanto, não seria possível
pedir liminarmente a soltura do condenado). Art. 197, LEP: “sem efeito
suspensivo”. Não cabe antecipação de tutela da soltura.

Obs.: uma coisa que o juiz faz muito errado: concurso de cirimes um de 2, outro de
1 e um de 4. Daria um total de 7, o que prescreveria em 12! Mas esse raciocínio
está errado. É preciso analisar os crimes em separado: o de 2 prescreveria em 4, o
de 1 prescreveria tb em 4, e a de 4 prescreveria em 8. Assim, nesse caso o
indivíduo teria que cumprir 8 anos.
2--------------------------------------4
1-----7--------------------------------4
4---------------------------------------8
12
- no 5º ano, já estaria prescritos os 2 primeiros.
- Na OAB: cabe um recurso, é melhor fazer o recurso!! A dica da OAB é que vc
prefira a via recursal ( em vez das ações impugnativas, como a revisão criminal e o
HC).
- art. 113, CP: o Código premia o foragido.
- o início do cumprimento da pena é causa interruptiva.
- quando fugiu, a prescrição é calculada sobre o montante da pena que resta a
cumprir.
- as penas não são cumpridas todas ao mesmo tempo. Começa-se a cumprir a mais
grave primeiro.

EXECUÇÃO PENAL (L. 7.210/84)


- Princípios de Execução Penal:
1 – Princípio da humanidade das penas: o condenado não perde sua
condição humana. Ex.: presos com sarna.

- Penas que o constituinte considera inconstitucionais:


a) pena de morte;
b) pena de caráter perpétuo (ñ é prisão perpétua): o art. 75, CP
regulamenta a proibição da pena perpétua, estabelecendo como 30 anos o máximo
de cumprimento (a prisão não pode ter mais de 30 anos).
=> denomina-se unificação de penas o procedimento por meio do qual o
juiz das execuções penais reduz a 30 anos a soma das penas que ultrapassa tal
valor (art. 75, §1º, CP).
=> o prazo máximo da medida de segurança (chance grande de cair
como pergunta – colocar as 3 posições):
*1ª posição (tradicional): não há prazo máximo pois não se trata de pena.
Segundo essa posição a medida de segurança é um bem (?), pq é cuidado,
carinho...
*2ª posição (STF): a medida de segurança não pode ultrapassar 30 anos, por
analogia ao art. 75 do CP.
* 3ª posição (STJ-atual): o prazo máximo da medida de segurança não pode
superar a pena máxima em abstrato prevista para a infração.
Ex.: e no caso do indivíduo até babar, vc vai soltar ele e deixar ele lá? A
solução é interditar e coloca-lo num estabelecimento civil.
- se cair como peça, colocar somente a 3ª posição.

Observação 1: no caso de superveniência de doença mental durante o


cumprimento da pena, se a perturbação é passageira, apenas será fornecido
tratamento. No entanto, se a perturbação for duradoura, a pena deverá ser
convertida em medida de segurança. Nesse caso, prevalece que o prazo não
poderá superar o que restava de pena a cumprir.
Observação 2: a pena pode ser convertida em medida de segurança, mas a
medida de segurança jamais será convertida em pena (a med. de seg. tem
que curar).

c) trabalho forçado
d) banimento
e) pena cruel.

2 – Princípio da individualização das penas: na execução penal, significa


que o condenado com bom comportamento deve ter tratamento diverso daquele
com mau comportamento. Aplica-se em 99% das peças de execução penal.
3- Princípio da jurisdicionalidade: (o que mais caiu em prova prática de
execução penal da OAB). Significa que o processo de execução penal é jurisdicional,
e, por isso, deve respeitar os princípios constitucionais do contraditório e da ampla
defesa (art. 5º, LV, CR).
4- Princípio ressocializador: que a execução penal tem como objetivo a
reinserção social do condenado. Colocar em todo pedido de execução penal. Está no
art. 1º da LEP.
* Institutos de reinserção social:
1) Progressão do regime de cumprimento de pena:

*fechado, restringe muito (segurança máxima), semiaberto mais ou menos e


aberto o cara pode se sentir quase em liberdade.
Problemas:
1- falta de vaga no regime adequado: na falta de vagas em casa de albergado é
pacífica a orientaçao jurisprudencial no sentido de possibilidade de prisão albergue
domiciliar, mesmo fora das hipóteses do art. 117 da LEP. Se não houver vaga em
casa de albergado o juiz nao pode deixar o condenado em regime semiaberto, pois
isso é ilegal.

- Hoje é possível que o juiz condicione a prisão domiciliar ao uso de monitoramento


eletrônico (ex.: tornozeleira), mas não pode deixar de conceder o benefício pela
ausência ou indisponibilidade do aparelho.
2 – falta de vaga em colônia agrícola ou industrial no semiaberto: pacífica
orientação jurisprudencial nas cortes superiores que deverá aguardar sua vaga em
regime aberto provisório. Ex. de questão prática: o cara foi condenado ao regime
semiaberto, está cumprindo pena na cadeia pública. Dizer que é ilegal e pedir para
o Estado que ele cumpra no aberto provisoriamente.

3- falta vaga no fechado: empurra pq vai ter que caber no fechado. Não existe
orientaçao jurisprudencial no sentido de que se não há vaga no fechado vai para o
semiaberto.

PROGRESSÃO (art. 112, LEP)

- é a passagem de um regime mais grave para um regime mais ameno.


- não é possível no mundo jurídico a progressão por salto no mundo jurídico (na
prática pode até ocorrer – caso da falta de vaga no semiaberto que o indivíduo vai
para aberto provisório, até que surja vaga no semiaberto).
- Requisitos para a progressão:
1) Objetivo: cumprimento de parcela da pena, quando:
a) nos crimes comuns: 1/6 da pena;
b) hediondos e equiparados (TTT): 2/5 se primário, e 3/5 se
reincidente.
=> Súm. 715, STF: os benefícios da execução penal serão
sempre calculados sobre a pena total aplicada, e não sobre a
unificação em 30 anos. Exemplo: é 1/6 sobre 70 anos, e não sobre 30.

=> A segunda progressão é com base na pena total ou no que


resta para cumprir? Na segunda progressão, basta o cumprimento de
fração da pena que resta a cumprir.

2) Subjetivo: mérito. Em regra o mérito será demonstrado pelo atestado de


conduta carcerária, firmado pelo Diretor do Estabelecimento.
=> exame criminológico: feito por um psicólogo/ psiquiatra que avalia a
periculosidade do condenado, com base em sua personalidade. 2 problemas: 1) o
exame é temerário: seria um exercício de adivinhação (o psicólogo não pode aferir
se ele realmente vai voltar a delinquir); 2) nunca tem médico para fazer o exame
criminológico. Em 2003, o legislador não mais exigiu o criminológico. O problema é
que o atestado às vezes nao diz a verdade: as vezes, um líder de facção não tem
falta grave. Acabava que esse saia com boa conduta. O problema é que se voltar o
criminológico volta todas as críticas. Hoje como não teria em tese mais exam.
criminológico não tem mais médico, o que demora ainda meis para avaliar.
=> tradução da Súm. 439 STJ: o exame criminológico não está proibido,
mas só pode ser determinado em decisão que justifique sua necessidade, com as
peculiaridades do caso concreto. Assim, o juiz não pode mandar fazer ex. crim. em
todos os crimes. Nem pode mandar em todos os crimes que envolvam violência ou
grave ameaça. Ele só pode determinar o exame criminológico quando ele não confia
no atestado. Tem que fundamentar no caso concreto!
=> se o juiz mandar o exame criminológico sem motivo, vc agrava! Se ele
mandou sem motivo, e o criminológico vem pela não progressão: vc vai pedir para
desconsiderar o criminológico feito sem motivação.
=> se determinado o criminológico sem fundamentação suficiente deve ser
interposto agravo para obediência à Súmula 439 STJ. Se a progressão foi negada
com base em criminológico determinado sem fundamentação suficiente deve ser
interposto agravo, pois o exame, nesse caso, deverá ser desprezado
*Art. 33, §4º : nos crimes contra a Administração Pública a progressão fica
condicionada a reparação do dano, com acréscimos legais.

REGRESSÃO (art. 118, LEP)


- é a passagem de um regime mais ameno para um mais grave;
- pode ser por salto: o cara pode ir do aberto direto para o fechado;
- art. 118, §2º, LEP:lembrar o respeito ao contraditório e ampla defesa, com
a oitiva pessoal do condenado.
- art. 118, inciso I: as faltas graves devem estar prevista em lei federal, e constam
do art. 50 e 52 LEP.
- inciso VII: portar componente de celular configura falta grave? A lei federal não
falou do componente. O STJ entendeu recentemente que portar componente de
celular configura sim falta grave. Ex.: no problema diz que o condenado foi pego
com a antena de celular: vc pode defender na peça que isso ofende ao princípio da
estrita legalidade. Se em questão colocar a posiçao do STJ.
- Então, lembrar que é controversa a caracterização de falta grave na posse de
componentes de aparelhos de comunicação. Pela estrita legalidade, da previsão do
art. 50, VII, da LEP, não seria, mas o entendimento atual do STJ é pela
configuração da falta, pois, de outra forma, seria fácil a burla.
- art. 118, inciso I, LEP: sobre a prática de crime doloso, prevalece que basta a
notícia da prática, pois essa é a redação do art. 118, I. No entanto, parte da
doutrina defende a necessidade do trânsito em julgado, em homenagem à
presunção de inocência (isso já caiu na OAB. A primeira posição é pacífica nos
tribunais superiores. Foram aceitas na prova as duas posições).

REMIÇÃO
(arts. 126 e segs da LEP)
- é o desconto de pena a cumprir pelos dias trabalhados, na razão de 3 para 1.
1ª observação: só é possível nos regimes fechado e semiaberto (não pode no
aberto pq o trabalho já é a pena, por isso não é prêmio).
2ª observação: nos termos da Súm. 341, STJ, é possível remissão pelo
estudo.
- crise: o art. 127 da LEP determina a perda de dias remidos se praticada falta
grave. 2 teses de defesa: 1) o art. 127 é inconstitucional pq os dias remidos já sãop
um direito adquirido; 2) não poderia perder mais de 30 dias de remissão. Ex.:
moça que atrasou na volta da saída temporária. Perder 300 dias de remissão não
seria razoável. É claro que tem que ser punida, mas com razoabilidade. Nos termos
da Súmula Vinculante n. 09 é constitucional a perda de dias remidos, que não se
limita a 30 dias (paulada na defesa).
- é controversa a possibilidade de cumulação de remições (ex.: trabalha de manhã
e estuda a tarde) ou horas extras. Hoje prevalece no STJ a negativa. Por que? Caso
contrário, o indivíduo pode acabar cumprindo a pena muito rápido.

RDD (Regime Disciplinar Diferenciado)

- art. 52 da LEP
- apesar do nome, o RDD não é um regime de cumprimento da pena, mas sim um
castigo disciplinar.
- Características RDD (cumulativas):
a) isolamento por até 360 dias que pode ser renovado por igual período,
desde que não ultrapasse 1/6 da pena (é até 1 ano). Pode repetir? Sim, em caso de
nova falta. Passados os 360 só pode renovar se houver outra falta! Mesmo assim a
renovação não pode superar 1/6 da pena aplicada;
b) banho de sol de 2 horas diárias:
c) visita de 2 pessoas por semana, sem contar crianças (advogado nao conta
pq nao é visita).
- Cabimento do RDD (3 hipóteses alternativas):
1- prática de crime doloso que ocasione subversão da ordem interna (ex.:
caso do preso que deu 54 facadas no faxina);
2- se o sujeito passa a integrar ou permanece em organização criminosa,
quadrilha ou bando (facção).
3- se o sujeito apresenta alto risco para a ordem interna e externa.
- Procedimento do RDD (cai muito):
Pedido-------------- Juiz------------------- MP ---------- Defesa Técnica*

(autoridade administrativa) (aprecia o cabimento de liminar)

Juiz

Decisão final
- não pode ir para o RDD sem decisão final. Tem que ter ordem judicial (art. 60, in
fine, LEP).
- não cabe autodefesa.

Dever de casa: ler sobre execução penal. Ler também Livramento Condicional.
Resolver o problema n. 52 (livramento condicional).

Aula dia 27.10.2010 (Prof. Paulo Henrique):

EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (art. 609, p. ú., CPP)

- verbo: “opor”.
-privativo da defesa, por isso a OAB gosta muito desse recurso.
- qual a diferença de infringentes ou de nulidade? De acordo com a tese de defesa
que vc for usar:
a) se de nulidade: só nulidade;
b) se infringentes: por exclusão, outras teses (de mérito ou extinçao da
punibilidade). Para qualquer outra tese que não seja de nulidade vc vai chamar de
infringentes.
- cabimento (4 requisitos fundamentais):
1) Decisão não unânime (2x1). Pressupõe que já foi julgado uma apelaçao
ou RESE, julgado por decisão não unânime. A lógica é que esse 1 voto vencido tem
aparência de razão. Nos EI todos os cinco desembargadores votam, e nada impede
que nos EI dê 5x0, havendo retratação de alguns desembargadores (é possível
juízo de retratação nesse caso).
2) Tribunal de 2º grau => TJ ou TRF.
3) Desfavorável à Defesa (só se for 2x1 contra o acusado é que vai caber
infringentes – é isso que o torna recurso privativo da defesa). A acusação não pode
opor infringentes se ela perder por 2x1. Princípio do favor rei: é um favor que se
traz ao réu ser um recurso somente para a defesa. Este tb é o princípio que
fundamenta a existência de revisão criminal apenas a favor do réu (não há revisão
criminal pro societate).
4) no julgamento do recursos:
a- apelação;
b- RESE;
c- Agravo em execução penal (entra aqui por extensão do RESE):

Ex.: HC – 2 (denegaram) x 1 (concede) – atenção: neste caso não cabe EI, pq HC


nem recurso é . Neste caso caberia ROC (Recurso Ordinário Constitucional).
- no exame de ordem, onde couber recurso vc faz o recurso. Onde couber ROC,
interponha ROC. => portanto, cuidado com o 4º requisito!!
- Art. 33, L. 8.038/90: tem a mesma tramitação do HC, por isso é tão rápido
quanto. Em que pese a possibilidade de HC subsidiário do ROC (um HC sobre HC),
o mais adequado é o ROC.
- o cabimento só no RESE e apelação está no título do capítulo onde se situa o art.
609, p.ú (Capítulo V – Do processo e do julgamento dos Recursos em Sentido
Estrito e das Apelações nos Tribunais de Apelação). O agravo em execução é por
extensão ao RESE.
=> Prefeito Municipal (prerrogativa de função – TJ): exemplo 2 condenam x 1 1
absolve. Neste caso não cabe os EI pq o julgamento não veio do julgamento do
RESE ou apelação ou agravo em execução. Veio de uma ação penal originária. A
prerrogativa de função é um privilégio só se a decisão for favorável, caso contrário
não há duplo grau de jurisdição.
Ex.: Turma recursal – apelação (2 condenam x 1 absolve): cabe infringentes? Não,
pq os 2x1 não veio de um Tribunal de 2º grau. Por não ser a Turma qualificável
como Tribunal de 2º grau, não cabem infringentes. Contra decisão da Turma
Recursal só cabe REXT (STF), se a decisão da Turma Recursal contraria a
constituição. Att.: só se violada a CR! Att.: HC pode sempre, mas HC não é recurso.
Não cabe Resp, pq este exige decisão de um Tribunal de 2º grau.

- Endereçamento (peça dupla):


a) Interposição: juízo a quo (TJ): Relator do voto. Surge nele 3 elementos
novos (lembrar dos 3):
*EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO
N. ... DA ... CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
DE...
3 itens novos (fazer o check list na prova):
1) Relator
2) do Acórdão n....
3) da ... Câmara Criminal
Obs.: Recursos q vc interpoe ao Presidente: ROC, RESP e REXT. Tb ações
originárias: Rev. Criminal.
b) Razões: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,
COLENDA CÂMARA,
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA.

- a pior parte dos EI é cabimento e endereçamento. Tese e pedido são mais


tranquilos.

- Tese e pedido: será sempre a tese do voto vencido. Nos limites do voto
vencido (art. 609, p. u., in fine, CPP – “os embargos serão restritos à matéria
objeto de divergência)!!! Não posso ir além, pq os EI tem objeto limitado ao que foi
o voto vencido. Aquilo sobre o que não houve divergência vc nao tinha razão nem
aparentemente. A função dos infringesntes não é ser uma 2ª apelaçao, mas discutir
o que me deu aparencia de razao.
Exceção: matéria de ordem pública, que permitam o conhecimento pelo juiz ex
officio, posso alegar a qualquer momento, inclusive em EI. Ex.: extinção da
punibilidade (art. 61, CPP) e nulidade. Att.: nesse caso não é embargos de
nulidade, mas embargos de infringentes em que se alega nulidade, porque tal
nulidade ainda não é questão divergente. Nos embargos de nulidade, aquela
nulidade já foi discutiva, e é divergente. No segundo caso, se alega a nulidade pq é
matéria de ordem pública e não pq foi questão divergente.

Ex.: 30,00 – insignificancia – atípico – pede absolvição. Caso não se acolhesse a


tese de atipiciadade material, se desclassificasse para furto privilegiado (art. 155,
§2º, CP). Nesse caso, vc pediu a insignificancìa. Subsidiariamente vc pediu o furto
privilegiado. Em memoriais, isso são boas teses. Vamos supor que mesmo assim vc
perde tudo na 1ª instancia (afasta absolvição e privilégio). Aí vc interpoe apelação:
vc pode devolver todas essas teses de novo, pq na apelação a devolução é ampla.
Contudo, ao julgar a apelação, o TJ lhe deu provimento parcial: 2 votos
continuaram a condenar por furto simples (concordaram com o juiz) e um lhe deu
provimento, condenou, mas foi por furto privilegiado (acolheu sua tese de
desclassificação). Cabe Embargos Infringentes? Sim! Contudo, vc não pode reiterar
nos EI a insignificância. Quanto a insignificancia, eu perdi por 3x0, os 3
desembargadores condenaram, por isso nao tem aparencia de razão. Por isso nao
poderia reiterar nos infringentes, pq se não o estaria usando como uma segunda
apelaçao, o que não é cabível. Por isso a discussão a que vou me limitar se é furto
privilegiado ou simples. Nos infringentes estou limitado ao voto vencido. Em
exame de OAB, se vc for além do voto vencido está juridicamente incorreto.

- Pedido Emb. Infr.:


a) conhecido e provido para que seja acolhido o voto vencido, _____ (por
exemplo, desclassificando a conduta, ou seja, basta reiterar o que foi voto
vencido).

- Problema n. 62:

Peça- Embargos de nulidade (art. 609, parágrafo único, CPP).


Interposição: Relator do acórdão.
Razões: TJ (Egrégio TJ, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça).
Tese: voto vencido: nulidade (art. 564, III, “a”, do CPP - 3ª figura – falta de
representação). Reforçar que o estupro está submetido a ação penal pública
condicionada à representação do ofendido => art. 225, caput, CP. Dizer que,
por esse motivo, vc pede a nulidade por falta de representação.
Pedido: Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para
anulação do processo ab initio + alvará de soltura (att.: quando aparecer que está
preso, sublinhar isso, para lembrar de pedir a expedição de alvará).
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO
N. ... DA ... CÂMARA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...

JOSÉ, qualificado nos autos do recurso de apelação n... , por seu Advogao,
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS DE NULIDADE,
com fundamento no artigo 609, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
Requer seja recebido e processado* o presente recurso, com as inclusas
razões.
Termos em que,
pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO...

*atenção não pede encaminhamento (nem remessa) pq já está encaminhado, já


está no TJ, que é o Tribunal ad quem.

RAZÕES DE EMBARGOS DE NULIDADE


EMBARGANTE: José
EMBARGADO: Ministério Público
AUTOS N.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA CÂMARA,
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA.

I – DOS FATOS:
II – DO DIREITO: nulidade (art. 564, III, “a”, 3ª figura – faltou representação do
pedido, conjugando com o art. 225, caput, CP, que diz ser ação pública
condicionada).
III – DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido para que se acolha o voto
vencido, anulando-se o processo ab initio com a consequente expedição de alvará
de soltura.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO.

*obs.: para o prof. o ideal é que não coloque os artigos no pedido, para não
tumultuá-lo. Só colocar no caso de absolvição (art. 386) e revisao criminal. O ideal
é usar os arts. que vc nao usou no direito. Em absolvição, sempre colocar o artigo
correspondente.

=> os infringentes só vão caber em civil quando o acórdão tiver modificado a stç.
Mas em penal não há essa limitação. Os nossos infringentes não exigem isso (em
penal, dá para ser 3x1- um juiz,dois desembargadores, contra um).

- Embargos de Nulidade e Infringentes concomitante: exemplo: em uma apelação


vc alega: a) nulidade (não tem advogado); b) absolvição (atipicidade). No
julgamento, 2 desembargadores afastam e um deles anulam o processo. Como não
anulou, eles continuam julgando a apelação. Vamos supor que 2 continuam
condenando seu cliente, e 1 absolve. Nesse caso há dupla divergência. Nesse caso
vc vai opor “Embargos de Nulidade e Infringentes”. Vc pode ter na mesma peça,
justapostos, nulidade e mérito, alegando-se primerio a nulidade e depois o mérito
Se vc alega ainda questão de ordem pública (prescrição), vc vai inovar. Vc pode
acrescentar tese de extinção da punibilidade, mas isso é excepcional dentro dos
infringentes. A prescrição é questão que vc pode alegar em qq peça!!

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
- uma única peça (não é desmembrado em interposiçao e razões).
- verbo: opor.
- Cabimento (4 vícios – 2 ãos e 2 ades):
1) omissão:
2) contradição:
3) ambiguidade:
4) obscuridade:

- fundamento legal:
a- se for contra sentença (“embarguinhos”): art. 382, CPP.
b- se for acórdão (“embargão”): art. 619, CPP.
* os 2 prevêem os mesmos vícios e o mesmo prazo: 2 dias.
c- no JECRIM: art. 83, da Lei 9.099/95 (quer contra a stç quer quanto ao
acórdão). PRAZO: 5 dias. Quando opostos contra sentença, apenas suspendem o
prazo para outro recurso.

Att. ex:

Stç ED (3º dia)* Apelação (7 dias)

atençao: é tempestivo esse prazo se no JECRIM, se fosse no juízo comum já seria


intempestivo, já que o prazo é de 2 dias. No caso, o ED iria suspender o prazo para
apelação, como já se passaram 3 dias até a interposição do ED, vc terá um prazo
de 7 dias para interpor a apelação (ou seja, 10-3=7 dias), uma vez que suspende o
prazo (não interrompe!). Isso está no art. 83, §2º da Lei 9.099/95. Atenção: a
regra geral é que interrompe ! A exceção – suspensão - é só no caso, de sentença
do JECRIM (acórdão da turma recursal tb obedece a regra geral – interrompe, já
que o art. 83 nada dispoe sobre isso – só fala em sentença).
- endereçamento:
a) Sentença:
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ...

b) Acórdão:
EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR RELATOR DO ACÓRDÃO N. ... DA ... CÂMARA
CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...
c) JECRIM:

c.1 – Sentença:

EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO ... JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA


COMARCA DE ...

c.2 – Acórdão:

EXMO. SR. DR. JUIZ RELATOR DO ACÓRDÃO N. ... DA EGRÉGIA TURMA


RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE...

- tese: ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.


- pedido: conhecido e provido para que seja declarada a decisão embargada,
sanando-se o vício apontado .

- Efeitos em outros recursos: embora não haja previsão alguma no CPP, na sua
omissão, é pacífico que se aplica por analogia o art. 538 do CPC. Segundo esse
dispositivo, os embargos de declaração interrompem o prazo para o recurso
seguinte (então o prazo volta a correr por inteiro, pq quem errou foi o juiz. Eu
como parte não posso ser prejudicada por um erro do juiz).

Problema n. 65:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE ...

JOÃO, qualificado nos autos da ação penal n..., por seu Advogado, vem
respeitosamente, perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,
com fundamento no artigo 382 do Código de Processo Penal.
I- DOS FATOS
II – DO DIREITO
Contradição entre a fundamentação e o dispositivo: dizer que o juiz
reconheceu expressamente o privilégio e aplicou a pena mínima do qualificado.
III – DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido para que seja declarada a
sentença embargada, sanando-se a contradição apontada e, por conseguinte,
aplicando-se a pena mínima cominada para a forma privilegiada para a forma
privilegiada do furto.

CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 639, CPP).

- para impugnar a decisão que nega seguimento a alguns recursos (isso quer
dizer, não encaminhar, não remeter ao Tribunal). Esses recursos são: RESE e
Agravo em Execução Penal. Exceção: decisão que nega seguimento apelação:
não cabe carta, cabe RESE (art. 581, XV, CPP)!! Por sua vez, se o juiz tb negar
seguimento a este RESE, caberia Carta Testemunhável.
- eu só penso em carta se ele ficou retido no primeiro grau. A carta é um “viagra”
pois faz os recursos subirem (nao tem um fim em si mesma, é a alavanca que faz
os recursos subirem, é o meio para que o recurso suba).
- “recebido, processado e encaminhado” (3 verbos do recurso).

- endereçamento (2 peças*):
a) interposição**:
ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DIRETOR DO ... OFÍCIO CRIMINAL DA
COMARCA DE ...

* o único que é peça única são os embargos de declaração.


** geralmente se interpoe perante o juiz a quo, contudo, no caso da carta
testemunhável é diferente: vc endereça para o escrivão do ofício criminal (do
cartório ou da secretaria).
*** posso requerer a extração da carta ( e não falar mais de interposiçao : pode
“interpor” ou “requerer a extração da carta testemunhável”). Forma-se um
instrumento.
**** Requerer o traslado das seguintes peças (nos termos do art. 640, CPP).
***** depois de interposta, a carta testemunhável assume o rito do RESE.

b) Razões de Recurso da Carta: EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA CÂMARA,
DOUTO PROCURADOR DE JUSTIÇA.

- tese de carta testemunhável:


1- Autoridade arbitária: ao negar o recurso o juiz está negando direito
subjetivo ao recurso interposto (RESE ou Agravo em execução penal). Se negou
com base na intempestividade, vou alegar que é tempestivo e vou mandar seguir.

- pedido: requer seja conhecido e provido para (copiar o art. 644, CPP da metade
em diante – do verbo mandar em diante).

Dever de casa: fazer o esqueleto do problema n. 61.

Aula dia 28/10/2010 (Prof. Flávio Martins):

HABEAS CORPUS
-tecnicamente é possível cobrar o HC, mas a Cespe não costumava cobrar por não
ser privativa de advogado.
- não é recurso, é ação constitucional (fundamento legal: art. 5º, LXVIII, CR +
art. 647 e 648, __, CPP).
- Direito? Liberdarde de locomoção, direito de ir, vir e ficar ou liberdade
ambulatória.
- 2 espécies de HC:
a) preventivo: é aquele que o agente tem apenas uma mera ameaça de
constrangimento da liberdade. Ex.: não é muito comum. Prostituição é
fato atípico. Se a prostituta está sendo ameaçada pelas autoridades locais de
prisão pode impetrar um HC preventivo, diante da ameaça de
constrangimento. Ex.2: quem depõe em CPI: interpõe HC preventivo para
que possa permanecer em silêncio sem ser preso.
b) repressivo: já existe um ato constrangedor (inquério policial irregular,
processo irregular, ordem de prisão ou prisão). É mais comum.

- Pedido:
a) HC Preventivo: salvo-conduto (art. 660, §4º, CPP).
b) HC Repressivo: depende!
- Alvará de soltura;
- Contramandado de prisão (neste caso é se já existe mandado de
prisão, porém seu cliente ainda não está preso).
- trancamento do IPL. (ex.: fato atípico)
- trancamento da ação penal (ex.: fato atípico, sem justa causa*)
*justa causa é o mínimo probatório.

- Quem pode impetrar HC? A favor de quem se pode impetrar HC?


=> qualquer pessoa pode impetrar HC em favor de qualquer pessoa.
Impetrante: qualquer pessoa
não precisa ser advogado
em favor de seu direito ou direito alheio
não precisa de procuração.
pode ser analfabeto (alguém vai escrever e assinar para ele);
pode ser brasileiro ou estrangeiro.
tem que ser em língua portuguesa.

Paciente: é em favor de pessoa humana, não cabe HC para objetos nem


para animais.

Autoridade coatora: é a pessoa que praticou o constrangimento. Pode ser


particular ou autoridade pública. Ex. de particular como autoridade
coatora: dono de um Hospital que não libera o paciente enquanto ele não
paga a conta, ou o dono de uma escola que não deixa entrar o aluno que não
paga o mensalidade. É mais comum que seja uma autoridade pública: um
delegado que te prendeu irregularmente, pode ser o juiz, pode ser o
promotor – vai que ele ordenou a instauração de um inquérito irregular. O
Tribunal tb pode ser autoridade coatora.

- diferentemente de qq outra peça que nós já fizemos, nós impetramos o HC em


nosso nome!! Exemplo:

Impetrante (você), advogado inscrito na OAB sob o n. ..., com escritório


situado na rua ..., respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para
impetrar
HABEAS CORPUS
com fulcro no artigo 5º , LXVIII, da Constituição Federal e artigos 647 e 648,
___, do Código de Processo Penal, em favor de Guilherme Madeira, nacionalidade,
estado civil, profissão, endereço, contra o ato praticado pelo Excelentíssimo Senhor
Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ...

=> Então, 3 pessoas tem que aparecer no começo do seu HC: o impetrante, o
paciente e a autoridade coatora.
=> dá para ser, ao mesmo tempo, impetrante e paciente. Mas não dá para ser
impetrante e autoridade coatora, uma vez que é incompatível.
=> o juiz da causa não pode impetrar o HC.
- Competência para julgar o HC: depende de autoridade coatora.

STF

STJ

TJ ou TRF.

TJ TRF TJ Turma Recursal TJ

Juiz (estadual, federal, da Vara do Júri, JECRIM) MP

Delegado ou particular

*HC para o tribunal, vc endereça para o Presidente do Tribunal.

Cabimento:

1) Falta de justa causa (art. 648, I, CPP): + comum

a- para o IPL: quando o IPL não poderia ser instaurado (ex.: fato atípico)
=> trancamento do IP.
b- para o processo: falta de um mínimo probatório. (vc pede o
trancamento da ação penal).
c- para a prisão: quando a prisão é irregular . Vc pede: revogação ou
relaxamento + alvará de soltura ou contramandado de prisão.

2) excesso de prazo na prisão: art. 648, II, CPP.


3) autoridade incompetente: art. 648, III , CPP
4) cessaram os motivos da prisão. ex.: o sujeito está muito doente: art. 648, IV,
CPP
5) quando o processo é nulo (art. 648, VI), extinção da punibilidade – mas se o
processo é nulo, o ideal no exame da OAB é fazer memoriais, resposta a acusação,
etc. Na OAB as hipóteses dos incisos anteriores são mais prováveis.

- é possível pedir liminar em HC? sim! Quando o indivíduo está preso ou em vias
de ser preso.
- Pessoa jurídica pode ser impetrante de HC em favor de pessoa física? O
STF entende que a pessoa jurídica não pode nem ser impetrante nem paciente de
HC (contudo, o prof. Flávio acha q não há problema algum na pj ser impetrante).

Problema n. 36:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE...

IMPETRANTE, advogado inscrito na OAB sob o n. ..., com escritório


situado na rua ..., respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para
impetrar
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR,
com fulcro no artigo 5º , LXVIII da Constituição Federal e artigos 647 e
648, I, do Código de Processo Penal, em favor de “A”, nacionalidade, estado civil,
profissão, endereço, contra o ato praticado pelo Excelentíssimo Senhor Doutor
Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de ..., de acordo com as razões de
fato e de direito a seguir elencadas.
I – DOS FATOS: (parafrasear o problema)
Cliente: paciente.
Juiz : autoridade coatora.
II – DO DIREITO:
Não existe mais no direito brasileiro a prisão automática decorrente de
sentença penal condenatória.
Segundo o Código de Processo Penal, o réu condenado somente pode
ser preso até o trânsito em julgado se estiverem presentes as condições que
autorizam a prisão preventiva (art. 312, CPP).
No caso em tela, o próprio magistrado, ora autoridade coatora,
reconheceu na sentença que o réu é primário e de bons antecedentes. Assim, não
estão presentes as condições que autorizam a prisão preventiva.
O artigo 594 do Código de Processo Penal, que autorizava a prisão
decorrente de senteça condenatória recorrível foi revogado no ano de 2008.
Se não bastasse, a Constituição Federal, no artigo 5º , LVII, diz que o
réu deve se presumir inocente até que haja o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória.
Por fim, o Pacto de São José da Costa Rica afirma que é direito do réu
recorrer para instâncias superiores, o que não poderia ser limitado arbitrairamente,
como no presente caso.
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer seja julgado procedente o presente pedido
de habeas corpus, concedendo-se liminarmente o contramandado de prisão, já que
presentes os requisitos do fumus boni juris e periculum in mora, bem como seja, ao
final, confirmada definitivamente a liminar, como medida de Justiça.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, data.
Advogado...
OAB n. ...

Problema n. 37:
- o filho furtou o relógio do pai. A mãe foi ao MP e este determinou a instauração de
um IPL.
- em se tratando de crimes patrimoniais, praticados contra ascendente,
descendente o CP tem uma regra especial: art. 181, II. É chamada escusa
absolutória. É uma medida de política criminal, uma conveniencia pública.
- no caso, o IPL não deveria ter sido instaurado! A medida é o HC para trancar o
IPL (art. 648, I, CPP).
- quem é a autoridade coatora no caso? Membro do Ministério Público.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO DE ...

IMPETRANTE, advogado inscrito na OAB sob o n. ..., com escritório situado


na rua ..., respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para impetrar
HABEAS CORPUS,
com fulcro no artigo 5º, LXVIII da Constituição Federal e artigo 647 e 648, I,
do Código de Processo Penal, em favor de João Fernando Albuquerque Filho,
nacionalidade, estado civil, profissão endereço, contra ato praticado pelo
Excelentíssimo Dr. Promotor de Justiça da comarca de..., de acordo com as razões
de fato e de direito a seguir expostas.
I – DOS FATOS: cliente, paciente. MP – autoridade coatora.
II – DO DIREITO:
Escusa absolutória... [...]ver no site.
III- DO PEDIDO:
[...] ver no site.

Decisão que nega HC O que cabe?


Juiz RESE (art. 581, X, CPP).
Pedido: o mesmo do HC (ex.:
trancamento do inquérito, trancamento
da ação penal).
- tb cabe outro HC.
Tribunal ROC – Recurso Ordinário Constitucional
-tb cabe outro HC
- contra decisão que nega HC, cabe outro HC.
- é o recurso mais democrático que existe.

ROC para o STF

- fundamento legal: art. 102, II, ..., CF e Lei 8.038/90.


- cabimento:
=>alínea ‘a’ – contra decisão que nega HC, em única instância**, em
Tribunal Superior  (STJ, STM, TSE e TST -> art. 114, IV, CF).
**única instância: significa que eu impetrei o HC diretamente no Tribunal, e
ele negou, então cabe ROC para o STF.
=> HC ---- STJ, STM, TSE e TST.
STJ: + chance de cair na OAB
- crime político (art. 109, CF – Justiça Federal: contra decisão do juiz
federal que julga crime político  cabe ROC para o STF). Por que isso?
Primeiro pq tá na lei, depois porque o constituinte havia sido perseguido no
regime militar.
- 2 peças:
- interposição: Presidente do Tribunal que decidiu. Ex:STJ
- razões: STF.
- Prazo: 5 dias.
- Pedido: basicamente, o mesmo que foi pedido no habeas corpus.

ROC para o STJ


- também é feito em 2 peças:
=>interposição: Presidente do Tribunal que decidiu
=>razões: STJ
- prazo: 5 dias.
- cabimento (art. 105, II, CR/88) + Lei 8.038/90.
a- contra decisão que nega HC, em única ou última instância***, no TJ ou no
TRF.=> ROC para o STJ.
*** única instância: o HC é impetrado diretamente no Tribunal (TJ ou TRF).
***última instância: exemplo: um juiz de 1ª instância negou seu HC, contra
essa decisão cabe RESE, vc faz esse RESE. Vamos supor que o TJ negue esse RESE.
Neste caso o Tribunal está negando, em última instância, o seu HC. => neste caso
também cabe ROC para o STJ.

Juiz negou HC  TJ nega RESE (neste caso, o TJ nega em última instância, o


seu HC). => ROC para STJ

Problema n. 66:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO

MÉVIO, já qualificado nos autos do Habeas Corpus n. ..., por seu advogado
que esta subscreve, respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para
interpor
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL,
com fulcro no artigo 105, II, ‘a’, da Constituição Federal e Lei 8.038/90.
Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas
razões, a serem encaminhadas ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO
OAB N. ...

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL


RECORRENTE: Mévio
RECORRIDA: Justiça Pública
HABEAS CORPUS N. ...

EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA TURMA,
DOUTA PROCURADORIA.

Em que pese o indiscutível saber jurídico da 1ª Câmara Criminal do Tribunal


de Justiça do Estado do Mato Grosso, merece ser reformada sua decisão, pelas
razões de fato e de direito a seguir espostas.
I – DOS FATOS:
“recorrente”.
II – DO DIREITO:
basicamente, no ROC vc vai pedir basicamente o que foi negado em HC.

O recorrente tem direito à suspensão condicional da pena, prevista no artigo


77 do Código Penal.
Isso porque, condenado a uma pena privativa de liberdade não superior a 2
anos, preenche todos os requisitos do sobremencionado diploma legal, que diz:
Art. 77. blablablablablablablabla.......
Preenchidos os requisitos legais para concessão do “sursis”, torna-se um
direito subjetivo do acusado, e não uma discricionariedade do magistrado.
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer seja o presente recurso conhecido e provido, para
que seja concedida a suspensão condicional da pena, como medida de Justiça.
Termos em que, pede deferimento.
Local, data.
ADVOGADO ...
OAB N. ...

- Carta Testemunhável: quando o juiz de primeira instância que nega seguimento


ao RESE.
RESP e REXT

Recurso Extraordinário - REXT Recurso Especial - RESP


Art. 102, III, CF + Lei 8.038/90 Art. 105, III, CF + Lei 8.038/90
STF STJ
Prazo: 15 dias 15 dias
2 peças: 2 peças:
Int. : Presidente do Tribunal que decidiu. Int.: Presidente do Tribunal que decidiu.
Razões: STF Razões: STJ
Só é cabível quando esgotados os Idem.
recursos ordinários
Deve existir o pré-questionamento* Idem.
Deve existir Repercussão Geral (art. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
102, §3º, CF + CPC – o que se aplica, XXXXXXXXX(não tem isso não)XXXXXXX
por analogia, ao CPP) . Dessa forma, o XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
STF escolhe quais tem e quais não tem
repercussão geral.
Cabimento: Cabimento:
a) a decisão que contraria a a) decisão que contraria lei federal
Constituição (estado de inocência, (ex.: CPP) ou tratado (ex.: PSJ Costa
proibição de provas ilícitas); Rica). - + fácil de cair.
b) contra decisão que declara lei ou b) quando um tribunal interpretar lei
tratado inconstitucional (controle federal de forma diferente da de outro
difuso de constitucionalidade) tribunal (+ difícil cair na OAB).

Pedido: tão amplo quanto na apelação. Idem.


* pré-questionamento: a matéria que vc está discutindo já foi alegada antes em
instância inferior. Vc não pode inventar uma nova tese no RESP ou no REXT, que
até então não havia sido alegada. Vc não pode surpreender! Se a matéria que vc
alegou não foi analisada pelo juiz, se ele se omitiu sobre o tema, vc pode opor
embargos de declaração para força-lo a falar sobre o tema, forçando o pré-
questionamento.

- REXT (aspectos práticos):


- 2 peças: interposição (presidente de tribunal que decidiu) + razões (STF).
ATENÇÃO: No REXT além de DOS FATOS, DO DIREITO E DO PEDIDO,
acrescente + 2 capítulos: DO CABIMENTO e DA REPERCUSSÃO GERAL (este é
obrigatório!!). Ordem ideal (mas não obrigatória):
DO CABIMENTO
DOS FATOS
REPERCUSSAO GERAL
DO DIREITO
DO PEDIDO.

Obs.: vc pode colocar Recorrido Ministério Público. Mas, para o exame da OAB,
colocar Justiça Pública, pq geralmente vem no seu gabarito.

Problema n. 69:
-maus antecedentes: condenações anteriores já transitadas em julgado.
-contra a decisão do Tribunal... – é REXT pq fere o estado de inocência
(constitucional).

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...

JOSÉ, já qualificado nos autos da apelação n. ..., por seu advogado que esta
subscreve, inconformado com a respeitável decisão que manteve sua condenação e
pena base acima do mínimo legal, respeitosamente se faz presente ante Vossa
Excelência para interpor
RECURSO EXTRAORIDNÁRIO,
com fulcro no artigo 102, III, ´a’, da Constituição Federal e Lei n. 8.038/90.
Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as inclusas razões, a
serem encaminhadas ao Egrégio Supremo Tribunal Federal.
Nesses termos,
pede deferimento.
ADVOGADO
OAB N.
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECORRENTE: José
RECORRIDA: Justiça Pública

EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


COLENDA TURMA
DOUTA PROCURADORIA

I – DO CABIMENTO:

É plenamente cabível, no caso em tela, recurso extraordinário, tendo em vista que


houve violação a dispositivo consitucional.
Diz o artigo 102, III, “a”, da Constituição:
Com a devida vênia, a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de ...., violou o
artigo 5º, LVII, da Constituição Federal, que diz.
Por fim, houve o prequestionamento, tendo em vista que o Tribunal de Justiça
analisou a tese ora defendida, indeferindo-a.
II – DOS FATOS
“recorrente”
III – DA REPERCUSSÃO GERAL
art. 102, §3º , CF + CPC
No caso em tela, inequivocamente, a matéria constitucional aqui tratada, tem
repercussao geral, tendo em vista que o assunto interessa para todo... (usar as
expressões dos dipositivos legais mencionados).
IV – DO DIREITO
Violação ao artigo 5º , LVII, da CF (estado de inocência). Processos em andamento
não configuram maus antecedentes.
V – DO PEDIDO
Afastada a circunstância judical dos maus antecedentes, condenando-se o réu à
pena mínima com todos os benefícios penais daí decorrentes.
Dever de casa: redijir a peça 09 (problema n. 68) Redigir o bloco de questoes n.
03. Fazer o esqueleto dos problemas 16,18 e 21. Estudar (ROC, REXT, RESP).

- não sair impetrando HC contra qq um – é infração ética do advogado.


- impetra-se HC contra autoridade que está acima da autoridade coatora.

Aula dia 03/11/2010 (Prof. Guilherme Madeira):

Correção de Exercícios:
Problema n. 33:
1) Cliente: A
2) Crime: art. 272, CP.
3) Já teve ação penal => Revisão Criminal.
4) Competência: TJ – Presidente do TJ
5) Tese:
a) nulidade ab initio do processo (art. 564, III, b, CPP).
b) absolvição por falta de prova (falta de materialidade): art. 386, VII, CPP
c) expedição de alvará de soltura
d) indenização (pedido clássico em Rev. Criminal, só nela cabe).
6) Pedido:
Ante o exposto, requer seja julgado procedente o presente pedido, a fim de
que seja anulado ab initio o processo, com fundamento no artigo 564, III, “b”, do
CPP, ou, caso não seja esse o entendimento, requer seja absolvido o requerente
com fundamento no artigo 386, VII e 626, ambos do CPP, expedindo-se em
qualquer caso o competente alvará de soltura. Ainda, requer seja reconhecido o
direito a indenização pelo erro judiciário, como medida de justiça.

Problema n. 31:
1) Cliente: Pedro Antunes
2) Crime/pena: art. 121, caput c/c art. 14, II c/c art. 61, II, e
3) Ação penal: pública condicionada.
4) Rito: homicídio doloso – JÚRI.
5) Momento processual: 2ª Fase do Júri – situação: condenado.
6) Peça: Apelaçao.
7) Competência: I – Juiz Presidente do Tribunal Júri
R – TJ
8) Tese (na 2ª fase do Júri vc só pode fazer os pedidos que o CPP autoriza. Dica:
art. 593, III, CPP). Nesse caso, aplica-se o art. 593, III, “d”, CPP – os jurados
não reconheceram a desistência voluntária).
- Mérito: desistência voluntária: art. 593, III, d, CPP => §3º : submissão a novo
julgamento.
9) Pedido:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso a fim de
que seja o recrrente submetido a novo julgamento, com fundamento no artigo 593,
parágrafo 3º , do CPP, como medida de justiça.

=> Se cair, duas teses, uma agravante e outra de desistencia voluntária, o que
pedir primeiro? Primeiro a submissão a novo julgamento, depois o afastamento da
agravante.

=> SE TIVESSEM DUAS TESES FICARIA ASSIM O PEDIDO:

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso a fim de


que seja o recorrente submetido a novo julgamento, com fundamento no artigo
593, parágrafo 3º , do CPP, ou, caso não seja este o entendimento, que seja
afastada a agravante fixando-se a pena no mínimo legal, como medida de
justiça.
Problema n. 20:
1) Cliente: João Alves dos Santos.
2) Crime: apropriação indébita – art. 168
3) Situação: sentença penal condenatória – 1 ano.
4) Peça: apelação
5) Competência: I : Juiz da Vara Criminal
R: TJ
6) Tese:
- Extinção da punibilidade (PPP Retroativa)
Prescrição: pena concreta foi de 1 ano => tabela do artigo 109 (inciso V => 4
anos). Prescreveu em 11.03.2010 (ver linha do tempo no livro – p. 317).
Explicar direitinho as datas!
- Mérito: absolvição por atipicidade (art. 386, III, CPP) - é ilícito civil. Houve um
mero descumprimento contratual. O problema não é de ordem criminal, mas sim
contratual.
7) Pedido:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, a fim de
que se declare extinta a punibilidade com fundamento no artigo 107, IV, do Código
Penal ou, caso não seja este o entedimento, que se reforme a r. sentença,
absolvendo-se o réu com fundamento no artigo 386, III, do CPP, ou, ainda, que
seja fixada apenas uma pena restritiva de direitos, como medida de justiça.

JECRIM (Lei 9.099/95)


1) Competência: art. 61, L. 9.099/95.
- contravenção penal (todas)
- crimes com pena máxima ≤2 anos

- carnaval do Rio de Janeiro: é crime fazer xixi na rua? Não é crime, é


contravenção!! As pessoas quando vão urinar, vira de costas para o muro. Como é
contravenção, a competência é do JECRIM (não dá prisão).

FLUXOGRAMA DO JECRIM (pegar o fluxograma no material de apoio):

composição civil (art. 72-75)


Termo Circunstanciado --Audiência de Conciliação transação penal (art. 76)
(art. 69) denúncia ou queixa (art. 77)

** é composição, ou transação ou denúncia ou queixa.


Denúncia ou queixa  AIDJ (art. 81)  defesa preliminar - recebimento/rejeição
- art. 89, sursis processual - prova oral-- interrogatório - debates -
sentença- apelação para  Turma Recursal REXT (STF)
RESP (STJ) ñ cabe pq é só para decisão de TJ.

HC (Tribunal)*

*(Tribunal, pq a Súm. 690 STF perdeu eficácia)


- a idéia do JECRIM é evitar a prolação de sentença e, caso seja prolatada, evitar a
PPL.
- os crimes que estão no JECRIM são crimes que qq um pode cometer....
- Via de regra, não há flagrante em JECRIM – art. 69, parágrafo único. Isso
porque se o indivíduo assumir o compromisso de comparecer no juizado, não se
pode impor a ele prisão em flagrante. Se mesmo prestando compromisso, o policial
prender, a prisão é ilegal e, por isso, deve ser relaxada.
- Não existe inquérito no JECRIM, a idéia é sempre de celeridade. O que substitui o
inquérito é o termo circunstanciado.
- pode-se pedir ao juiz o cancelamento do inquérito e transformação em TCO.
- composiçao civil dos danos, gera extinção da punibilidade pq gera a renúncia do
direito de queixa. Mas a composição civil dos danos não nos interessa para fins de
peça.
- o que nos interessa para a peça é transação penal e denúncia ou queixa.
- se vc leu transação penal na prova, é um puta indício de JECRIM.
- Art. 76, L. 9099/95: só se não foi possível a composição civil dos danos. Só vai
ter transação penal se não for o caso de arquivamento (ou seja, se houver motivos
para o oferecimento da denúncia). Homologada a transação penal, se eu não
cumpri, o processo pode voltar a correr? Para o prof. Madeira não. Mas para o
STF e STJ pode voltar a correr. Se houver o cumprimento, ao final, se extingue a
punibilidade.
-Atenção: em caso de descumprimento da transação penal, segundo a posição
majoritária, o processo voltará a correr.
- Se não for o caso de transação penal, será feita denúncia ou queixa (art. 77)
- se cair em peça será uma queixa-crime no JECRIM, ou então um recurso que
rejeita a queixa-crime e, este recurso que vc irá interpor é apelação, e não RESE.
Atenção: Da decisão que rejeita a denúncia ou a queixa caberá apelação, quando
no JECRIM (art. 82).
- Dica: se você tiver numa vara, resa (RESE). Mas se for de pequeno potencial
ofensivo apele (APELAÇÃO), você tem direito!

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO


ou “SURSIS PROCESSUAL” (art. 89)

=> aplica-se fora do JECRIM também!


- atenção: é diferente de sursis penal.

1) Requisitos:
- pena mínima ≤1 ano;
+
- não estar sendo processado
+
- art. 77 CP (sursis penal)

2) Efeitos:
1º- extinção da punibilidade após cumprir as condições.
2º- não gera reincidência (pq não há condenação)

- O juiz pode dar de ofício? NÃO! Caso o promotor não ofereça o juiz pode
aplicar o art. 28, CPP. SÚM 696, STF.
- esse é um instituto italiano: non lo contendere.

3) Teses da suspensão condicional do processo:


a- o MP não faz a proposta => tese: nulidade para que seja feita a proposta
pelo MP (art. 564, IV, CPP).
b- passa a ter direito com a desclassificação do crime => nulidade para que
seja feita a proposta de suspensão condicional do processo (art. 564, IV +
art. 383, §1º, CPP).
Ex.: desclassificar do tráfico (33) para uso: surge o direito de estar no
JECRIM, além de um série de benefícios por ser de menor potencial ofensivo,
como a própria suspensão condicional do processo.
Inquérito em andamento impede a suspensão condicional do processo? Não!

Fluxograma (pegar no material de apoio):

Suspensão --- Recebimento -- Suspensão Condicional do processo( art. 89)**


-- Sentença Condenatória (Pena restritiva de direitos –art. 44, se não couber,
vejo se tem direito a sursis penal – art. 77, CP***)---- Trânsito em julgado ---
Execução da pena (progressão do regime ou livramento condicional).
** é depois do recebimento, por isso impede a continuação do processo: por isso é
suspensão condicional do processo.
*** na prática ficou esvaziado o sursis penal, por causa da PRD.

- Qual a diferença do sursis penal do 77 e do sursis processual?


A suspensão condicional do processo, ou sursis processual, impede que
continue o processo e , portanto, impede que nosso cliente seja reincidente. Já o
sursis penal gera reincidência.
- art. 89: fala em “poderá”. Contudo, é direito subjetivo do réu, preenchidos os
requisitos legais, receber a proposta de suspensão condicional do processo. Daí a
nulidade da ausência dessa proposta.

QUEIXA CRIME

1) Competência: é o grande problema da queixa crime.


=> JECRIM X VARA CRIMINAL COMUM.
Ex.: art. 138 – calúnia – o prof. Madeira caluniou o aluno na frente de várias
pessoas, incidindo também a causa de aumento de pena do art. 141, III. Por incidir
essa causa de aumento a competência sai do JECRIM para a Vara comum.

Atenção:
a- calúnia (art. 138) c.c. causa de aumento de pena (art. 141, III, CP);
b- concurso de crimes => somar penas.
c- atenção na tipificação: o art. 216-A e o art. 226 (este não se aplica se for
patrão).
Ex.: o chefe de Clotilde a chama no escritório e diz para ela que se ela não
transar com ele ela será despedida. Crime: assédio sexual art. 216-A – por essa
pena, a competência seria do JECRIM. Atenção pois nesse caso não se aplica a
causa de aumento do art. 226, já que a relação hierárquica já está no tipo. O que
está no tipo não pode servir como causa de aumento de pena, por causa do bis in
idem. Portanto, neste exemplo a competência será do JECRIM.

2) Fundamento legal:

art. 30, CPP


+
art. 41, CPP

- usar o artigo 30 e cumular com o 41. Mas o 30 é o mais certo (para o Madeira o
41 está errado, mas o gabarito da OAB saiu o 30 cumulado com o 41).

Atenção: se for ação penal privada subsidiária da pública, o fundamento legal,


além do 41 é o 29 CPP. Então fica art. 29,CPP c/c art. 41, CPP

3) Requisito específico da queixa crime:


- procuração com poderes especiais;

4) Modelo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE ...
JOHNY, brasileiro, casado, qualificação, por seu advogado que esta subscreve
(conforme procuração com poderes especiais em anexo – doc. 1) vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer
QUEIXA CRIME
em face de MADEIRA, (qualificação do réu) com fundamento nos artigos 30 e
41, ambos do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

No dia 03.11.2010, às 9 horas e 45 minutos, o réu ofendeu a honra do


querelante, na presença de várias pessoas, imputando-lhe fato definido como
crime.
O réu, valendo-se da posição superior em sala, disse que o autor vendia
carros com o motor adulterado, tendo noção de que se tratava de fato
evidentemente falso.
Ora, nesta situação incidiu na conduta descrita no artigo 138 do CP:
Art. 138 ...........................................................................
Da mesma forma, mostra-se presente a causa de aumento de pena do art.
141, inciso III:
Art. 141 .............................................................................
Isso porque, o crime foi praticado em sala de aula, em que havia a presença
de cerca de 60 pessoas e, não bastasse isso, fora transmitido para o mundo todo
pelo sistema de videoconferência.
Ante o exposto, requer seja recebida e autuada a presente queixa crime,
determinando-se a citação do querelado (acusado) para que seja processado e, ao
final, condenado como incurso nas penas do artigo 138 c/c artigo 141, III, ambos
do Código Penal, fixando-se ainda o valor mínimo da indenização, nos termos do
artigo 387, IV, do CPP, como medida de justiça. Arrola as testemunhas abaixo
indicadas e requer sua notificação para que compareçam em audiência.
1-
2-
3-
_________
* na queixa crime não tem: dos fatos, do direito e do pedido...
Problema n. 61:

Decadencia --negada pelo juiz--- RESE -- juiz nega seguimento - Carta
Testemunhável.
Peça: Carta Testemunhável.
Competência: I: escrivão diretor
R: TJ

Pedido:
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para que se
reforme a r. decisão, determinando-se o processamento do recurso em sentido
estrito, ou, caso Vossas Excelências entendam estar suficientemente instruída a
carta, que julguem de meritis*.

* o prof. copiou o art. 644, CPP.

- Atenção: se for subsidiária da pública, fundamentar a legitimidade da parte.


- Ver todas as peças, fundamento legal, se é peça única ou não, suas teses...
- Livramento condicional (art. 83 e segs).
- exame de corpo delito é espécie de laudo pericial.

- HC ≠ RC ≠ Agravo execução:

1) HC≠ Agravo em execução: regra geral, onde cabe um cabe o outro.


Mas, se estiver no prazo, agravo em execução. Se fora do prazo HC.
2) HC ≠ Revisão criminal (ver p. 215 livro Prática):
- só usar HC se houver tese única de nulidade ou de extinção da
punibilidade.
MAS: se tiver tese de mérito: usar a revisão criminal (absolvição,
desclassificação).
- se o problema manda pedir indenização, fazer a revisão cirminal.
- PPP: na ação, PPE, depois do transito em julgado para a defesa, quando já na
execução.
Atenção: se o problema te diz que ele foi “regularmente processado” não tem
nulidade!
- se no Júri falar que houve condenação está na 2ª fase.
- REVISÃO CRIMINAL (dar uma lida: é uma aposta do Madeira). Outra aposta é o
CTB.
- ação pública incondicionada: o prazo para o oferecimento da denúncia é 5 dias,
preso e 15 dias solto. Se não oferece nesse prazo, vc pode oferecer ação penal
privada subsidiária da pública.
- o art. 41 da Lei Maria da Penha, proíbe a aplicação do art. 89 da Lei 9099.
- a tese de nulidade por falta de suspensao condicional do processo: vc poderia
alegar em memoriais, apelaçao e até em revisao criminal.
- o atentado violento ao pudor não sofreu abolitio criminis, na verdade ele foi
incorporado ao crime de estupro.
Dever de casa: esqueletos 23, 24 e 25. Estudar o rito sumaríssimo. Exercícios no
site para entregar.

Problema n. 23:

1) Cliente: João
2) Crime/pena: art. 213, caput c/c art. 69 (2 vezes)
3) Ação penal: pública condicionada
4) Rito: ordinário
5) Momento processual: sentença condenatória
6) Peça: apelação
7) Competência: I: Juiz de Direito da ... Vara Criminal da Comarca de...
R: TJ.
8) Teses:
- que o sexo oral foi um meio, uma preliminar para o crime de estupro posterior.
- que seja reconhecida a continuidade delitiva.
9) Pedido:

Problema n. 24:

1) Cliente:
2) Crime/pena:
3) Ação penal:
4) Rito:
5) Momento processual:
6) Peça:
7) Competência:
8) Teses:
9) Pedido:
10) Prazo:

Problema n. 25:

1) Cliente:
2) Crime/pena:
3) Ação penal:
4) Rito:
5) Momento processual:
6) Peça:
7) Competência:
8) Teses:
9) Pedido:
10) Prazo:

Aula dia 04/11/2010 (Prof. Flávio Martins):


SÚMULAS VINCULANTES IMPORTANTES
- n. 09: é constitucional a perda dos dias remidos no caso de falta grave.
- n. 11: o uso de algemas é excepcional. Só em 3 casos: resistência, receio de
fuga, risco a integridade física ou do preso ou de terceiros. A segunda parte da
súmula fala da consequencia disso: se forem utilizadas as algemas, a autoridade
terá que justificar por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal.
Se as algemas foem utilizadas de forma indevida: responsabilidade civil, disiplinar e
penal do agente.
- n. 14: o advogado tem acesso aos autos da investigação (IPL, CPI,...). No caso
da operação Satiagrarra foi preciso uma decisao do Supremo para que os
advogados dos indiciados tivessem acesso ao inquérito. O que ocorre é que muitas
autoridades negavam esse acesso, desrespeitando o art. 7, ...., Estatuto da OAB,
- n. 24: se o tributo ainda está sendo questionado na seara administrativa, não
configura o crime contra a ordem tributária. Por isso é necessário o lançamento
definitivo na área administrativa, antes disso o fato é atípico.
- n. 26: o antigo regime integralmente fechado não mais subsiste, não mais se
aplica. O juiz da execução pode reconhecer a inconstitucionalidade do regime
integralmente fechado, reconhecendo a progressão ao preso. O que ela quer dizer
que o regime integralmente fechado é inconstitucional, possibilitando a progressão.
Mas não quer dizer que o artigo 2 seja inconstitucional. A progressão de regimes
não configura direito adquirido.
- o que cabe contra decisão ou ato que desrespeita uma súmula
vinculante? Cabe Reclamação para o STF (art. 103-A, §3º, CF e Lei
11.417/2006).

SÚMULAS VINCULANTES (aspectos importantes):

- As súmulas vinculantes estão previstas no art. 103-A, CF;


- editada pelo STF;
- pode ser editada de ofício ou mediante requerimento.
- é necessário 2/3 dos Ministros (8)
- controvérsia relevante sobre matéria constitucional
- reiteradas decisões do STF sobre essa matéria constitucional. (a súmula
vinculante 11 é muito criticada pq não houve essas reiteradas decisões, no
entender de alguns doutrinadores).
- vincula:
a – todos os órgãos do Judiciário.
b- toda a Administração Pública (direta, indireta etc).

- att.: no §3º do art. 103-A do CF está o seu pedido na reclamação (vide grifos no
meu código – julgar procedente...).
- A Reclamação só é cabível contra súmula vinculante! Súmula é jurisprudencia.
- Reclamação é uma peça só.

Problema n. 71 (anotações no livro):

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO


TRIBUNAL FEDERAL

JOÃO ALVES DOS SANTOS, nacionalidade, estado civil, profissão,


endreço, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa),
respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para ajuizar
RECLAMAÇÃO COM PEDIDO DE LIMINAR
com fulcro no artigo 103-A, §3º, CR e Lei 11. 417/06, contra o ato
praticado pelo Ilustríssimo Senhor Dr. Delegado de Polícia do ... Distrito Policial a
cidade de ..., de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostas.

I- DOS FATOS:
O reclamante....
II – DO DIREITO:
Houve lesão a súmula vinculante n. 14, que assim dispõe:
Blablla bla bla bla bla bla bla bla
Em caso de violação à súmula vinculante cabe reclamação, nos termos
do artigo 103-A, §3º e Lei 11.417/06.
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer seja julgada procedente a presente
relcmação, a fim de que seja anulado o ato administrativo, determinando-se o
imediato acesso do advogado do reclamante aos autos da investigação.
Outrossim, como o constrangimento é manifesto, presente o fumus
boni juris e o periculum in mora, requer seja concedida a sobredita decisão
liminarmente, como medida de justiça.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local, data.
Advogado...
OAB ...

- para o exame da OAB basta fazer menção ao fbi e pim. Para o exame da OAB não
precisa perder tempo com isso, abrindo um capítulo sobre fbj e pim, basta fazer
menção no decorrer da peça.
- o fbi e pim não precisam ser pedidos primeiro.

QUESTÕES PREJUDICIAIS

- são matérias de mérito que precisam ser julgadas antes da matéria principal.
- pré/judicial: o próprio nome já diz: pré juízo, isto é, aquilo que precisa ser julgado
antes.
- questão prejudicial (matéria de mérito) ≠ questão preliminar (matéria
processual).
- Ex.: furto: a questão de se saber de quem é a propriedade. Antes de julgar o
furto precisamos saber de quem é a propriedade.
-Ex.2: sujeito está sendo processado por bigamia (já sendo casado contrai outro
casamento). Ele discute antes a nulidade do 1º casamento, dizendo que este foi
nulo. Esta é uma questão de mérito que precisa ser julgada antes. Antes de discutir
a bigamia é preciso discutir a nulidade do primeiro casamento.

Questão prejudicial (classificações):

homogênea: a matéria principal e a matéria prejudicial têm a mesma


natureza, ou seja, natureza penal. Ex.: crime de calúnia e exceção da
verdade – exemplo: eu digo que o Madeira estava fumando maconha
na sala dos professores, o que configura crime. O Madeira me
processa por calúnia. Então eu digo que tenho provas: eu filmei. O juiz
criminal julgará as duas matérias: tanto a principal, quanto a
prejudicial, isto é, tanto a calúnia quanto a exceção da verdade.
heterogênea: matéria principal e prejudicial são de natureza diversa.
Ex.: bigamia e anulação do casamento. As matérias serão julgadas por
juízes diferentes. Ex.: o juiz civel vai julgar a anulação e o criminal a
bigamia.

total:* interfere na existência do crime. Ex.: discussão da propriedade


no crime patrimonial. Ex.: estou sendo processado por furto, mas eu
digo que aquele bem era meu.
parcial: não interfere na existência do crime, mas interfere nas
circunstâncias (agravante, atenuante, qualificadora etc).

*suspensão da precrição (art. 116, CP): quando houver a suspensão


do processo na questão prejudicial total.
obrigatória (art. 92, CPP): o processo será suspenso
obrigatoriamente para discussão da questão prejudicial (ex.: para
discussão da matéria cível). Versa sobre o estado civil das pessoas.
Ex.: bigamia e nuldiade do 1º casamento – é questão prejudicial
obrigatória.
Facultativa (art. 93, CPP): a suspensão do processo é uma
faculdade do juiz. Versa sobre outras matérias. Ex.: furto e discussão
da propriedade. O juiz fixa prazo para a suspensão do processo.

** contra decisão que suspende o processo por questão


prejudicial cabe RESE (art. 581, XVI, CPP).
*** contra decisão que nega a suspensão do processo pela questão
prejudicial: não cabe recurso!

=> é mais fácil cair questão prejudicial como pergunta!

EXCEÇÕES (art. 95, CPP)

- são defesas indiretas que o advogado faz;


- uma peça só, endereçada ao juiz da causa.
- é difícil de cair pq normalmente se faz essa peça juntamente com a resposta a
acusação. Além da resposta a acusação vc faz a exceção. No exame da OAB não cai
2 peças. Nunca caiu, a probabilidade de cair é mínima. Só caberia se o problema te
dissesse que já foi apresentada resposta à acusação e vc tem que promover outra
defesa ao réu cabível. A OAB daria preferência à resposta a acusação.

- tipos:

a) de suspeição: a) contra o juiz;


juiz é imparcial: b) contra o MP;
(amigo íntimo c) contra o serventuário/ perito.
ou inimigo capital) * não cabe contra o delegado.

b) de incompetência: (relativa) ex.: territorial. Obs.: a incompetência


absoluta pode ser arguida a qualquer momento
c) de ilegitimidade de parte:
ativa: o MP ou querelante não era parte legítima;
passiva: a única hipótese de ilegitimidade passiva – se o cliente é
menor de 18 anos.
d) de litispendência: o réu está sendo processado pelo mesmo crime em
dois processos diferentes.
e) de coisa julgada: o réu está sendo processado por crime do qual já foi
julgado por sentença irrecorrível (transitada em julgado).

- Exceção de suspeição (art. 96 a 106, CPP):

- contra o juiz: você endereça para o juiz (mas quem julga é o tribunal).
- contra o MP ou o serventuário: é endereçada para o juiz e quem julga é o
próprio juiz.

=> hipóteses de suspeição: art. 254, CPP (é obrigatório mencionar este


dispositivo na prova).
- inciso I (+ comum): amizade íntima ou inimizade profunda (caso
contrário o juiz não poderia julgar ninguém no interior, já que conhece todo
mundo).

- vide os modelinhos de exceção em casa (ver os pedidos no livro prática).


Pedidos:
1) Exceção de Incompetência: oitiva MP, acolher a exceção, encaminhar o feito ao
juízo competente.
2) Exceção de Suspeição: acolher a exceção, reconhecer a suspeição, ordenar a
remessa dos autos ao substituto legal. Notificação das testemunhas.
3) Exceção de Ilegitimidade de parte: reconhecimento da ilegitimidade, nulidade ab
initito do processo.
4) Exceção de coisa julgada: reconhecer a coisa julgada, nulidade ab initio do
processo.
- Outras exceções (art. 108 e segs).
quem faz uma exceção faz todas.
Segunda parte da aula do dia 04.11.2010:

Exceção de suspeição:
- juiz da causa; endereçada para o juiz e quem julga é tribunal
- MP ou serventuário – endereça para o juiz ele próprio julga.
- art. 95, I, CPP
- art. 254
- art. 98, CPP

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE ...

GUILHERME MADEIRA, já qualificado nos autos do processo n. ..., por seu


advogado que esta subscreve (procuração com poderes especiais anexa),
respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência para opor
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO,
com fulcro no artigo 95, I e artigo 254, ambos do Código de Processo Penal,
de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DOS FATOS:
O excipiente está sendo processado...
II – DO DIREITO:
Por que o juiz é suspeito? Art. 254, CPP.
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer seja julgada procedente a presente exceção,
reconhecendo-se a suspeição, com a respectiva remessa dos autos ao juiz
substituto. Caso não seja reconhecida de imediato a suspeição, requer seja a
presente encaminhada ao Tribunal, ouvindo-se as testemunhas a seguir arroladas.
Nesses termos....

- ver art. 108, CPP e art. 110.


-Contra as decisões que negam a exceções, cabe recurso? Não. Só das que
concedem a exceção, que a julga procedente => cabe RESE (art. 581, III, CPP).
Ressalva: é vedado RESE para decisão que julga exceção de suspeição, ainda que
procedente!

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE...

GUILHERME MADEIRA, já qualificado nos autos do processo n..., por seu


advogado que esta subscreve (procuração anexa), respeitosamente se faz presente
ante Vossa Excelência para opor
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
com fulcro no artigo 95, II e artigo 108, art. 95, III e artigo 110, ambos do
Código de Processo Penal, de acordo com as razoes de fato e de direito a seguir
expostas.
I – DOS FATOS:
excipiente.
II – DO DIREITO:
Por que o juízo é incompetente?
Por que há coisa julgada? Já foi julgado por sentença transitada em julgado.
Por que há litispendencia? Já existe um processo pelo mesmo crime
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer seja juglada procedente a presente exceção a fim
de que:
a) incompetencia: sejam os autos remetidos ao juízo competente
b) litipendência: seja anulado o processo ab initio
c) coisa julgada: idem
- pegar o modelo no site, nao copiei tudo!

MEDIDAS ASSECURATÓRIAS (art. 125 e segs do CPP)


- são medidas destinadas a assegurar a reparação do dano para a vítima.
- é uma petição que se faz em nome da vítima, buscando uma reparação pelo
crime.
- o crime traz ao menos 2 consequências: penal e civil (dever de reparar o dano).
- Quais são as medidas assecuratórias? 4 basicamente:
1ª – Sequestro* (art. 125, 126, 127 CPP) : É a medida que recai sobre bens
imóveis, provenientes da infração penal (provenientes dos proventos do crime).
Ex.: furto R$100.000,00 => o criminoso adquiriu uma casa neste valor. A vítima
pode pedir o sequestro desta casa.
* a única que já caiu em exame da OAB.
* e quanto ao terceiro de boa-fé que adquiriu o imóvel? Embargos de
terceiro: vai dizer que não cabe o sequestro pq adquiriu de boa-fé (art. 130, II,
CPP).

Problema n. 73: contra bens imóveis adquiridos com os proventos da infração,


sequestro! Difícil cair na prova de tão fácil que é.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO DEPARTAMENTO DE


INQUÉRITOS POLICIAIS DA CAPITAL – DIPO.

VÍTIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço, por seu advogado


que esta subscreve (procuração anexa), respeitosamente se faz presente ante
Vossa Excelência, nos autos do inquérito policial n. ..., para requerer o
SEQUESTRO do bem imóvel situado na rua..., de propriedade de Graciliano, já
qualificado nos autos do inquérito policial sobredito, com fulcro no artigo 125 e
seguintes do CPP, de acordo com as razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DOS FATOS:
Vítima = o requerente.
II – DO DIREITO:
Quando o imóvel é adquirido com os proventos da infração penal, pode ser
objeto de sequestro (art. 125 e 126 do CPP – transcrever!).
III – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer seja concedido o presente sequestro, com a
respectiva inscrição no Registro de Imóveis, como medida de justiça.
Nesses termos....

2ª – Sequestro de bens móveis: quando o criminoso, com os proventos da


infração, adquiriu bem móvel (art. 132, CPP). Ex.: adquiriu um carro. É muito igual
ao sequestro de bem móvel, a única diferença é que vc nao pede a inscrição no
regime de imóveis. Vc pede o sequestro do bem móvel, como medida de justiça. O
tratamento será o do processo civil (depositário...).

3ª – Hipoteca legal: (art. 134 e 135, CPP):


=> sequestro ≠ hipoteca legal: o sequestro recai sobre bens móveis ou imóveis
adquiridos com os proventos da infração. Já a hipoteca legal, recai sobre bens
imóveis lícitos! Outra diferença: a hipoteca legal só pode ocorrer no processo, não
cabe no inquérito ( diferente do sequestro que pode ser no processo ou no inquérito
– art. 127, CPP).

4ª – Arresto: é a “hipoteca legal” sobre bens móveis (art. 137, CPP). ex.: o
infrator tem um carro de R$150.000,00 – posso pedir o arresto. Então é só sobre
móveis lícitos!

Problema n. 16:
-Peça: contra stç condenatória recorrível: apelação (art. 593, I, CPP).
-2 peças: I: Juiz da Vara.
R: Tribunal de Justiça.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .. VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE ...

SAULO, já qualificado nos autos do processo n. ..., por seu advogado


que esta subscreve, inconformado com a r. decisão que o condenou ...,
respeitosamente se faz presente ante Vossa Excelência, para interpor APELAÇÃO,
com fulcro no artigo 593, I, do Código de Processo Penal.
Requer seja o presente recurso recebido e processado, com as
inclusas razões, a serem encaminhadas ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado
de...
Nesses termos...

RAZÕES DE APELAÇÃO
APELANTE: Saulo
APELADA: Justiça Pública
Autos n.

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


COLENDA CÂMARA,
DOUTA PROCURADORIA.

DIREITO:
Absolvição por fato atípico => crime impossível por impropriedade absoluta do
objeto – art. 17, CP. Absolvição (art. 386, III, CPP).

Pedidos secundários (pena):


a) regime inicial mais benéfico (súmula 269 do STJ – a reincidencia não
implica regime fechado necessariamente);
b) pedir pena restritiva de direitos (art. 44, CP): o CP só veda a pena
restritiva pra o reincidente específico, no mesmo crime (furto + furto; se for
estelionato + furto, se aplica! – art. 44, §3º, CP).
- Pedidos de REXT e RESP: geralzão, como na apelação.
Aula dia 08/11/2010:

COMPETÊNCIA

- afeta a tese de nulidade e o endereçamento.


1º) é preciso analisar se é da competência da:
a)Justiça Especial: só aquilo que não for especial é que será,
residualmente, comum. É improvável cair competência Justiça Especial na OAB.
Justiças especiais são:
a.1 – eleitoral: julga crimes eleitorais + os crimes comuns conexos.
a.2 – militar*:só julga crimes militares (não atrai qq crime comum,
ainda que seja conexo), definidos no Código Penal Militar.
a.3 – trabalho: não tem competência criminal alguma. Nunca julga
infração penal nem que nela ocorra um crime.

* Lei 9299/96: inseriu o parágrafo único no artigo 9º CPM: diz que passou
a ser da Justiça Comum:
=> crimes dolosos contra a vida, praticados por militar contra
vítima civil (2 requisitos: doloso contra a vida + vítima civil). Ex.: um crime
doloso contra a vida praticado contra militar quem manda é a vítima: se a
vítima for militar, o crime será julgado pela Justiça Militar. Se a vítima for
civil, o crime será julgado pelo Tribunal do Júri.
=> “HIPA”: homicídio, infanticídio, participação no suicídio e aborto.

b) Justiça Comum: competência residual. Se divide em:


b.1- Federal: sua competência está prevista de forma taxativa no art.
109 da CF.
b.2 – Estadual: aqueles crimes que não entrarem no art. 109, será,
por exclusão, estadual.

Competência da Justiça Comum FEDERAL:


- começa no inciso IV do art. 109:
a) crimes políticos (eram de competência da Justiça Militar no Regime
Militar, hoje como o regime é democrático os crimes políticos são julgados pela
Justiça Comum, porém Federal). Os crimes políticos estão previstos na Lei de
Segurança Nacional (L. 7170/83).
b) infrações penais*: é gênero. Devem ser praticadas contra 3 coisas:
“BIS” (B= bens; I= interesse e S= serviços). O BIS pode ser da:
b.1- UNIÃO:
b.2- Entidades autárquicas: é mais amplo que autarquia em si. Por
isso, abrange tanto autarquia, popriamente dita, como fundações públicas
(autarquia + fundações públicas).
b.3- Empresas públicas*:

* excluídas as contravenções penais: competência da Justiça Comum


Estadual. Assim, no fundo a Justiça Federal é só para crimes (se for contravenção
não interessa o que ela lesa, lesa o que lese, a competência será da Justiça
Estadual). Súm. 38, STJ.

* o gênero é empresa estatal, a diferença é que o capital pode ser 100% público
(caso da empresa pública), mas se o capital for prevalentemente público, mas
houver também capital privado (púb. + privado): nesse caso será sociedade de
economia mista. Atençao: porque o art. 109 só fala em empresa pública! Assim, a
sociedade de economia mista está excluída do art. 109, e portanto colocou na
competência estadual os crimes praticados contra o BIS da SEM. Assim a
competência da Sociedade de Economia Mista é ESTADUAL. Essa exclusão foi
acidental ou proposital? No caso da empresa pública, a lesão é 100% da União.
Quanto a SEM ainda que seja mista, há parte de interesse privado, e onde há
interesse privado, mesmo que parcial, quem julga é a Justiça Estadual.
- Dica para dissernir Empresa Pública x Sociedade de Economia Mista: a forma: a
empresa pública assume qq forma. Já as sociedades de economia mista tem que ter
forma de S/A.
- Ex.: um crime praticado contra a CAIXA Econômica Federal (empresa pública):
Justiça Federal. Já se for contra o Banco do Brasil S.A. (SEM): Justiça Estadual.
- Súm. 42 STJ:
- Empresas públicas:
a) CEF (Caixda Economica Federal),
b) EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) => Justiça Federal. Se
for Correios, em princípio, é da Justiça Federal. Mas se for agência franqueada ou
de administração direta, é preciso estar atento ao entendimetno do STJ:
=> se for franqueada: o STJ entende que a competência passaria a
ser estadual, e não mais federal. Isso pq o contrato de franquia entre a EBCT e a
empresa franqueada diz que quem suporta os prejuízos pelo furto são os
particulares franqueado. Logo, roubo contra agência franqueada só há prejuízo do
particular, por isso a competência será estadual!

Exemplos de autarquia muito cobrada na OAB: INSS! Gera competência


federal. Ex.: peculato contra o INSS.

Crimes contra a ordem tributária: é preciso analisar se o tributo é federal ou


estadual.
a) federal: se for IR, II, IE: Justiça Comum Federal + previdenciários (art.
168-A e 337-A, CP) . Assim, será da Justiça Federal quando forem tributos
federais ou previdenciários.
b) estadual ou municipal: se for tributo de competência estadual ou
municipal, eis que não afeta o patrimônio da União. Exemplo - se alguém sonega
ICMS (estadual): Justiça Estadual.

Crimes que afetam serviços da UNIÃO:

crimes praticados por (peculato) ou Servidor público federal + nexo funcional


crimes praticados contra (desacato) entre o crime e a função.

=> crime que sempre pressupõe nexo: peculato.

Súmula 254, TFR (extinto Tribunal Federal de Recursos, cujos componentes


passaram a integrar o STJ após a Constituição. Por isso o seu entendimento ainda é
aplicado pelo STJ):
- não basta que o funcionário público federal pratique o crime, tem que ter nexo
com a sua função!! Ex.: o servidor público vai para a balada e agrida o segurança:
será da Justiça Estadual, pq ele estava de folga, não tem nada a ver com a sua
função.

- Exemplo de crime contra o servidor: desacato (art. 331, CP). Se o policial for
federal (desacato a policial federal): competência da Justiça Comum Federal. Como
o 331 é de menor potencial ofensivo: será JECRIM federal e não estadual.
- “Júri Federal”: mata-se um policial federal durante a perseguição.
- Ex.: furto de um delegado federal que estava de folga com sua esposa no
shopping: competência da jutiça comum estadual.
- Logo, se não há nexo com a função, ainda que seja servidor federal, não será de
competência da J. Federal.

Art. 109, V, CF:

1) tratado/convenção internacional: crime com repressão prevista em


tratado ou convenção internacional: tem que ter uma norma internacional
reprimindo o crime e que o Brasil a ela tenha aderido.
+
2) à distância: crimes que começam em um país e se consumam em outro:
crimes a distância ou de espaço máximo (percorrem um grande espaço ou
uma grande distância). Ex.: tráfico de drogas internacional ou transnacional:
começa em um país e termina em outro. É previsto em um tratado
internacional: Convenção de Viena. Já os crimes de tráfico for praticado
dentro do país, ainda que envolva mais de 1 Estado membro da federação: a
competência será sempre estadual. Assim competência da Justiça Federal
para o tráfico é exceção, só quando o tráfico for internacional. A regra é a
competência da Justiça Estadual. Súm. 522 STF.
Ex.2: tráfico de pessoas internacional: Justiça Federal.
Para ser de competência da JF é preciso consumar em outro país? Ou basta
que seria a consumação hipotética? Ver art. 109, V. Basta que devesse se
consumar em outro país. Ex.: o indivíduo é pego no Aeroporto na posse das
drogas. Ainda que não tenha saído do Brasil, fica claro que se ele tivesse
realmente ido para Paris lá teria se consumado. Mas se o cara tenha bilhete
marcado BH – Salvador, ainda que fosse pegar uma aeronave para outro país
em Salvador, a competencia será da JF.

Ex.: é tráfico internacional – competência da Justiça Comum Federal. Vamos


supor que no lugar que ele foi preso não tem Vara da Justiça Federal: o que
fazer? Cuidado: na lei antiga era de um jeito (dizia que o juiz estadual julga
em 1º grau com recurso para o TRF- atençao, isso não vale mais!! Era uma
confusão!). Já a lei nova é completamente diferente: se a competência
é federal é preciso julgar na Vara Federal mais próxima (ainda que
seja a 200 km, por mais longe que fique). Hoje o juiz estadual não mais
julga por delegação tráfico internacional.

Art. 70, §ú, Lei 11.343/06: se é federal vai para a federal. O juiz estadual
não mais julga tráfico interacional.

Art. 109, VI, CF:

a) crimes contra a organização do trabalho: art. 197-207 do CP. Para o


STJ só são realmente de competência da Justiça Federal somente aqueles que
afetam a organização geral do trabalho (isso porque, sendo geral, afeta a
organização do trabalho) ou direito dos trabalhadores coletivamente
considerados. A dimensão,por isso, tem que ter uma dimensão geral ou coletiva. Se
o crime afeta direito individual do trabalho (nao tem dimensao nem geral nem
coletiva) a estadual que julgue. Súm. 115, TFR.
b) crimes contra o sistema financeiro ou contra a ordem econômico-
financeira: mas nesse caso exige que a lei que o preveja estabeleça
expressamente competência da Jutiça Federal.
=> Sistema financeiro ou ordem econômica financeira + previsão legal
competência federal.
=> só existe um caso no Brasil: crimes contra o sistema financeiro nacional
(Lei 7.492/86). Em seu art. 26, caput, determina a competência da Justiça
Federal.

=> Competência da Justiça Estadual: pegadinhas:


a) crimes contra a ordem econômica popular (Lei 1521/51) esta lei não
determina competência federal. Súm. 498, STF. Embora esses crimes afetem a
ordem econômica são de competencia estadual, pois sua lei não prevê competência
federal.
b) crimes contra a ordem econômica (arts. 4º a 6º da Lei 8.137/90):
muito embora afetem a ordem economica são de competencia da Justiça Estadual.

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