Professional Documents
Culture Documents
1
conselho de turma sob proposta do(s) professor(es) de cada
disciplina/área curricular não disciplinar, quer do Despacho
Normativo nº 10/2004, o qual regula a avaliação no ensino secundário e
estabelece, no nº 3.5 do Capítulo II, que “a decisão final quanto à
classificação a atribuir é da competência do Conselho de Turma,
que, para o efeito, aprecia a proposta apresentada por cada
professor, as informações justificativas da mesma e a situação
global do aluno.";
• Não é legítimo que a avaliação de desempenho dos professores e a
sua progressão na carreira se subordine a parâmetros como o sucesso
dos alunos, o abandono escolar e avaliação atribuída aos seus
alunos. Desprezam-se variáveis inerentes à realidade social,
económica, cultural e familiar dos alunos que escapam ao controlo e
responsabilidade do professor e que são fortemente condicionadoras
do sucesso educativo...
• Os critérios que guiaram o primeiro Concurso de Acesso a Professor Titular,
valorizando, acima de tudo, a mera ocupação automática de cargos nos últimos
sete anos lectivos, independentemente de qualquer avaliação da competência e
da adequação técnica, pedagógica ou científica com que os mesmos foram
exercidos, deixando de fora muitos professores com currículos altamente
qualificados, com uma actividade curricular ou extracurricular excelente e
prestigiada, marcada por décadas de investimento denodado na sua formação
pessoal, na escola e nos seus alunos. Semeiase terreno para, no nosso
quotidiano escolar, se desencadearem situações paradoxais, como por exemplo
professores avaliadores possuírem formação científicopedagógica e académica
inferior aos avaliados. Injustiça insanável que mina a credibilização deste
modelo.
• Os critérios que guiaram o primeiro Concurso de Acesso a Professor Titular,
geram uma divisão artificial e gratuita entre “professores titulares” e
“professores”.
2
pedagógicas. “A pressa é uma inimiga…” As escolas são, neste momento,
cenário de professores afogados em burocracia, instabilidade e
insegurança, situação inconciliável com o verdadeiro propósito da
docência.
• Contingências disparatadas, como os avaliadores de hoje serem avaliandos
amanhã, e viceversa, avaliadores com formação científicopedagógica e
académica de nível inferior ao dos avaliandos, ou ocorrerem avaliações da
qualidade científicopedagógica de práticas docentes empreendidas por
avaliadores oriundos de grupos disciplinares muito díspares (os quais,
nem sequer foram objecto de uma formação adequada em supervisão e
avaliação pedagógica, quanto mais científica)...
• Como pode haver ensino de qualidade e sucesso escolar se os professores
investem a maior parte do seu tempo (que no momento ultrapassa
largamente as 35 horas semanais) na elaboração e preenchimento de um
emaranhado de documentos burocráticos nos quais ancora este Modelo
de Avaliação?
• O horário de trabalho é demasiado escasso para responder às inúmeras
tarefas e funções que lhe são atribuídas ou solicitadas. Dez ou onze tempos
de trabalho individual não são suficientes para a planificação de aulas, a
análise das estratégias mais adequadas, a criação de recursos diversificados e
inovadores, a elaboração de recursos para os apoios educativos e para os
alunos que exigem um ensino diferenciado, a preparação de instrumentos de
avaliação diagnóstica, formativa e sumativa, a correcção dos mesmos, a
reflexão sobre os resultados, a reformulação de práticas, … tudo isto
multiplicado por uma média de cem alunos; cinco, seis ou sete turmas; três,
quatro ou cinco níveis. Para além do exposto, há ainda a participação nas
reuniões dos órgãos de gestão intermédia sem esquecer a
dinamização/participação em actividades extra-curriculares e de intervenção
na comunidade educativa...
5. Rigidez e inflexibilidade:
PORQUE?:
6. Regime de quotas:
PORQUE:
• O regime de quotas que impõe uma manipulação dos resultados da
avaliação, gerando nas escolas situações de profunda injustiça e
3
parcialidade, devido aos “acertos” impostos pela existência de percentagens
máximas para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito
Bom, estipuladas pelo Despacho n.º 20131/2008, e que reflecte claramente o
objectivo economicista que subjaz a este Modelo de Avaliação que visa, tão
somente, fabricar um falso sucesso escolar com fins meramente
demagógicos e eleitoralistas.
7. Que futuro?
PORQUE:
• Este modelo produz um sistema, prevalentemente, penalizador e não
performativo de futuros desempenhos, além de que não discrimina
positivamente os docentes que leccionam ou desenvolvem projectos com
as turmas mais problemáticas e com maiores dificuldades de
aprendizagem.
E clarificando, ainda:
• Que não é objectivo dos subscritores uma
resistência contra a avaliação, bem pelo contrário,
mas pretendem uma melhor avaliação: isenta, justa e
simplificada (o tempo útil que a profissão tem deve
ser para o ensino e não para burocracias); um tempo
mais alargado de debate e experimentação, por
TODAS as partes envolvidas e interessadas; um
período alargado de experimentação, como
acontece, por exemplo, no Ministério da Justiça.
4
reconhecem nele qualquer efeito positivo sobre a qualidade
do ensino/aprendizagem, não prestigiando, também, a escola
pública.