Professional Documents
Culture Documents
CENTRO TECNOLÓGICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
TRABALHO DE PESQUISA
DESCONTINUIDADES EM SOLDAGEM
Florianópolis - SC
Outubro/1999
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 3
1 DESCONTINUIDADES EM SOLDAGEM 3
1.1 Definição 3
1.2 Classificação 3
2.5 Mordeduras 27
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
4 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 33
3
APRESENTAÇÀO
1 DESCONTINUIDADES EM SOLDAGEM
1.1 Definição
1.2 Classificação
B. Outros
♦ Marcas de abertura de arco (arc strikes)
♦ Inclusão de escória (slag inclusions)
♦ Inclusão de tungstênio
♦ Filmes óxidos
♦ Salpico (spatter)
♦ Cratera do arco (arc crater)
♦ Defeito de esmerilhamento na solda (weld dressing)
Metalúrgico
A. Trincas ou fissuras
♦ A quente ou de solidificação (hot cracks)
♦ A frio ou de hidrogênio (cold or delayed cracks)
♦ De reaquecimento
♦ De alívio de tensões (stress-relief)
♦ De envelhecimento (strain-age)
B. Porosidade
♦ Esférica
♦ Vermicular (worm-hole)
C. Zona termicamente afetada (ZTA) – modificações estruturais
D. Segregações no metal de base e na ZTA
E. Defeito de laminação no metal de base (base plate delamination)
Desenho (projeto)
A. Modificações na seção – concentração de tensão
B. Tipo de junta
6
Por exemplo:
♦ Corrosão sob tensão pode servir como elemento nucleante de
descontinuidades tanto no metal de solda quanto na ZTA;
♦ Fratura frágil apresenta uma ligação com o tipo de material, isto é,
os ferríticos são mais propensos a este mecanismo de fratura
quando comparados com os inox auteníticos, alumínio e ligas a
base de níquel. Porém, os últimos, sob determinadas condições,
podem a apresentar o mecanismo quando sujeitos a uma
modificação de ordem metalúrgica local;
♦ Fratura por fadiga apresenta um relação com 90% dos casos de
falha e muitas das vezes precede a fratura frágil. Uma
descontinuidade sob estado um alternado de tensão (ciclos de
fadiga) pode iniciar uma trinca que se propagará sobre estável
condição até atingir um instável crescimento (fratura);
♦ Descontinuidades planares tendem a ser mais nocivas ao
processo de fadiga, desde que estas requerem uma menor tempo
de iniciação antes da propagação em comparação ao estado
tridimensional;
♦ Fluência (creep) não é normalmente associada com
descontinuidades em regiões soldadas uma vez que esta em
temperaturas elevadas (onde os materiais apresentam maior
dutilidade). Cuidados especiais com relação a “creep failure”
devem ser tomados quando da análise de falhas oriundas de
reaquecimento e tratamento térmico para alívio de tensões, onde
a fluência pode ser considerável.
a) Localização
♦ ZTA (2);
♦ Zona fundida (3).
Cordão (zona fundida) Metal de base
3
3 2
2
3
2
Cratera
ZTA
1
Figura 1: Descrição genérica das localizações das trincas a quente, onde: (a)
perspectiva e (b) vista superior.
b) Forma
♦ Irregular (macrotrinca – na ordem de algumas dezenas de mm e
microtrinca – na ordem de alguns décimos de mm);
♦ Bidimensional;
♦ Propagação preferencial intergranular perpendicularmente à direção
de contração (longitudinais ao cordão).
c) Mecanismo de formação
Filme líquido
Direção de
solidificação
Tensões devido
à contração
Largura
Penetração
Tensão de
contração
Errado
Superfície sob tensão muito largo e côncavo
(pobre remoção de escória)
Trinca
Errado
Relação excessiva
Solda de filete côncava penetração/largura
Largura
Errado
molhamento lateral
Penetração
excessivo e côncavo
Superfície não tensionada Tensão de
contração
Certo
Certo
Plano ou ligeiramente convexo Adequada Relação
e molhamento lateral adequado penetração/largura
Solda de filete convexa
Metalúrgicos
Faixa de temperatura na mudança líquido-sólido (freezing ranger)
e presença de fases eutéticas;
Fase primária de solidificação;
Tensão superficial no contorno de grão líquido;
Granulometria da zona fundida.
Mecânicos
Tensão devido à contração;
Grau de restrição.
10
f) Meios de controle
24
22
Trincas à quente 20
20 40
18 AUSTENITA
AUSTENITA
16 A+M +
FERRITA 80
14
12
10
MARTENSITA
Fase sigma 100
8
6
Trincas à frio A+F+M
% Ferrita
4 F M+F Crescimento
2 + FERRITA
0
M de grão
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Se
Usc < 10 solda não susceptível
Usc > 30 solda susceptível
11
Onde:
Usc → Unidade de susceptibilidade ao surgimento de trinca à quente
% → percentual em peso do componente químico
C → 0,08 a 0,23; S → 0,01 a 0,05; P → 0,01 a 0,045; Si → 0,15 a
0,65;
Mn → 0,45 a 1,60 e Nb → até 0,07.
g) Exemplos práticos
a b
Figura 4: (a) macrografia mostrando aspecto do cordão e localização da
descontinuidade e (b) micrografia mostrando trinca entre os ramos
dendríticos. Extraídas de [3 e 10].
12
a b
Figura 5: Trinca de solidificação na ZTA, onde: (a) micrografia mostrando a
trinca na ZTA logo abaixo da linha de fusão e (b) micrografia mostrando
detalhe da propagação intergranular da trinca. Extraídas de [11].
a b
Figura 5: (a) Trinca de cratera e (b) trinca devido ao segundo passe
(reverso) numa junta em “T”, provocada pelo elevado grau de restrição.
Extraídos de [3 e 7].
a) Localização
b) Forma
♦ Irregular (macrotrinca e microtrinca);
♦ Bidimensional;
♦ Propagação preferencial intergranular perpendicularmente à direção
de contração (longitudinais ao cordão).
c) Mecanismo de formação
γ γ γ Zona parcialmente
γ γ γ Zona parcialmente
fundida fundida
Filme
γ δ γ
a b
Metalúrgicos
Presença de fases eutéticas (composição química);
Fase primária de solidificação;
Tensão superficial no contorno de grão líquido;
Granulometria na zona parcialmente fundida.
14
Mecânicos
Tensão devido à contração;
Grau de restrição.
Operacional
Aporte de calor (heat input).
f) Meios de controle
g) Exemplos práticos
a b
a) Localização
b) Forma
♦ Irregular (macrotrinca e microtrinca);
♦ Bidimensional;
♦ Propagação preferencial intergranular perpendicularmente à direção
da carga imposta à região da solda.
c) Mecanismo de formação
Metalúrgicos
Presença de impurezas (composição química do metal de base);
Granulometria na ZTA;
Exposição prolongada na temperatura de tratamento pós-
soldagem.
Mecânicos
Tensão induzida;
Grau de restrição.
16
f) Meios de controle
Onde:
CS → índice de susceptibilidade à fissuração por reaquecimento.
g) Exemplos práticos
a b
a) Localização
Internamente no:
♦ Metal de base próximo a ZTA, podendo aflorar à superfície.
Metal de base
b) Forma
♦ Irregular (macrotrinca e microtrinca);
♦ Bidimensional;
♦ Propagação preferencial em degraus na direção da conformação
mecânica (laminação) perpendicularmente à direção da carga imposta
à região da solda.
c) Mecanismo de formação
Metalúrgicos
Presença de impurezas no metal de base (formação de MnS);
Mecânicos
Tensão induzida;
Grau de restrição.
18
Projeto
Projeto inadequado da junta e modo de deposição.
f) Meios de controle
g) Exemplos práticos
a b
a) Localização
Internamente ou externamente:
♦ Na ZTA e próximo a linha de fusão (zona parcialmente fundida);
♦ No metal de solda.
19
b) Forma
♦ Irregular (macrotrinca e microtrinca);
♦ Bidimensional;
♦ Propagação intergranular seguindo os contornos da austenita anterior ou
transgranular.
c) Mecanismo de formação
+
Metal de solda Direção de soldagem H disperso no
solidificado
Direção de soldagem
metal de solda
α +Fe3C γ
Poça γ
H α+Fe3C
+ +
+ +
H H H
+ + +
H H H
+ +
H H
+
+
H + Poça
+
H H H
+ +
γ H H
α+M ZTA
+ α+M γ ZTA
Concentração de H
a b
Metalúrgicos
Mecânicos
Tensão induzida;
Grau de restrição.
Projeto
f) Meios de controle
g) Exemplos práticos
a b
c d
Figura 13: Macrografias apresentando o aspecto da fissuração induzida
pelo hidrogênio (a), (b) e (c) e micrografia mostrando o detalhe do modo de
propagação da trinca (d). Extraídas de [3, 10 e 11].
22
a) Forma
b) Mecanismo de formação
Metalúrgicos
Operacionais
Mecânico
e) Meios de controle
f) Exemplos práticos
a b
Figura 14: Macrografia mostrando a presença de porosidade na forma
esférica num cordão de solda em AlSi (a) e microporosidade entre os ramos
dendríticos no mesmo cordão (b). Autoria dos autores.
a b
Figura 15: Porosidade vermicular com direção de crescimento da raiz para o
reforço (a) e porosidade agrupada (b). Extraída de [7 e 10].
a) Forma
Irregular;
Direção preferencial paralela a superfície na soldagem multipasse.
25
b) Mecanismo de formação
Projeto
e) Meios de controle
f) Exemplos práticos
a b
Figura 16: Macrografia mostrando a presença de uma inclusão na interface
zona fundida/metal de base (a) e micrografia mostrando a presença de uma
inclusão na zona fundida (b). Extraída de [7].
a) Causas e controle
Causas:
Controle
b) Exemplo prático
2.5 Mordeduras
a) Localização
a b c
b) Mecanismo de formação
Por outro lado, se o metal de adição não for suficiente para encher a
cavidade até o nível em que o metal de base fundiu, então, Ter-se-á
reentrâncias no metal de base adjacentes ao passe.
d) Métodos de correção
e) Exemplos práticos
a) Localização.
a b c
Figura 18: Localizações comuns para a ocorrência de falta de fusão.
Extraídas de [7].
b) Mecanismo de formação
d) Métodos de correção
e) Exemplos práticos
a) Localização
a b c
Figura 22: Localizações comuns para a ocorrência de falta de penetração.
Extraídas de [7].
b) Mecanismo de formação
d) Métodos de correção
e) Exemplos práticos
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
[1] ASM. Metals Handbook. Vol. 11. Failures Analysis and Prevision. 9a
Edição.USA: ASM, 1986.
[3] KOU, S.. Welding Metallurgy. Livro.1a Edição. USA: John Wiley &
Sons,1987.
[8] PORT, R. D.. The Nalco Guide to Boiler Failure Analysis. Livro. 1a
Edição. USA: MacGraw-Hill, 1991.