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Trabalhos realizados no âmbito do estudo da obra Os Lusíadas de Luís Vaz de

Camões e inspirados no episódio “As Despedidas de Belém” da mesma obra, e no


poema “Mar Português” de Fernando Pessoa.

A VIAGEM

E lá iam eles… Sob um mar pouco agitado, e um vento fresco e sereno. Os


seus braços fortes e volumosos acenavam um pesaroso adeus às suas mulheres. Alguns
mandavam beijos, na esperança de que o vento os conduzisse até elas. Do rosto das
mulheres jorravam grossas lágrimas ao verem os seus maridos a navegar para lá do
horizonte, em busca da terra indiana. No coração de algumas esposas batia a sensação
de que aquele era o último adeus.
À noite, já o vento andava desnorteado, sem rumo para onde soprar. Cada vez
que este ganhava um pouco de força, um tremor invadia o corpo assustado de mães,
esposas, irmãs e filhos, pensando nos seus entes queridos embarcados em gigantes com
casco de madeira e velas de pano.
Passaram-se dias, semanas, meses, e continuavam as mulheres a ir a Belém, na
esperança de verem uma única caravela que anunciasse o regresso das outras todas, mas
tudo foi em vão. Era só mar, um mar que nada dizia…Um mar que nada queria contar…

José Carlos Félix- 9ºA


Escola da Torre- Câmara de Lobos
CARTA AO MEU AMOR

Meu querido esposo.


Começo por te dizer que estou com imensas saudades tuas, questionando-me
de como será a tua vida longe de mim.
Cada dia que passa, sinto-me cada vez mais distante, e isso entristece-me ainda
mais, pois eu passo os dias a rezar por ti e pelo teu regresso.
Quando partiste, chorei tanto que mais parecia um dia de chuva de Inverno,
gritei desesperadamente sem fim, mas sempre com a esperança de um dia olhar para o
mar e de te ver a regressar para mim; para o nosso lar.
Uma prenda tu me deixaste: um novo ser que cresce dentro de mim e que
daqui a nove meses irá nascer e crescer no meu seio. Vou educá-lo e torná-lo numa
pessoa como tu, porque tu és um esposo e um pai como toda a gente quer e deveria ter.
Juro-te que, a partir do momento em que o nosso filho nascer, eu irei falar-lhe
de ti e explicar-lhe toda a situação. Dir-lhe-ei que vamos estar os dois à espera do teu
regresso na imensidão do mar.
Quando chegares, ficaremos juntos para sempre, e nunca mais te deixaremos
partir para esse mar, porque a dor é tão intensa que não dá para aguentar.
Despeço-me com muitos beijos, desejando que nunca te esqueças do amor que
sinto por ti.
Um beijo enorme, desta mulher que te ama!

Joana Isabel Reis, 9ºA


Escola da Torre- Câmara de Lobos

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