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FICHA DE LEITURA – PORTUGUÊS - 10ºANO – LEITURA CONTRATUAL

Nome:Fábio Machuqueiro nº 8 Data da leitura: 1/11/2008


Avaliação ______

Indicação bibliográfica completa (apelido e nome do autor, título, editora, data e


local de publicação):
Alegre,Manuel; Cão como nós; Publicações Dom Quixote; 2002, Biblioteca
Nacional

Tempo de leitura: 1 hora e 45 minutos local de leitura : Em casa


Razões da escolha da obra: Escolhi esta obra, porque recolhi informação
sobre ela e pareceu-me que ia gostar bastante. Não me enganei.

Dados relevantes sobre o autor:

VIDA (biografia)

Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu no dia 12 de Maio de


1936 em Águeda. Estudou em Lisboa, no Porto e na Universidade
de Coimbra frequentando a Faculdade de Direito e tornando-se
actor do Teatro Universitário. Foi campeão de natação. Em 1961,
segue para Angola integrando as forças armadas numa tentativa
de revolta militar. Preso pela PIDE, passa seis meses em Luanda,
na fortaleza de São Paulo. Aí conhece Luandino Vieira e escreve
muitos poemas que integrariam as suas obras. Em 1964 volta a
Portugal, mas é obrigado à clandestinidade e à emigração. Em
Outubro do mesmo ano passa a trabalhar em Argel na emissora”
Voz da Liberdade” depois de ter sido eleito membro do comite
nacional da frente patriotica de libertação nacional. Regressa ao
país de origem após o 25 de Abril. A partir daqui dedica-se à
politica sendo deputado do partido socialista e vice presidente da
Assembleia da Républica, mas nunca deixando de parte a escrita e
a literatura.

OBRA (bibliografia)

Manuel Alegre é autor de variadas obras da literatura em


Portugal. Destacou-se com O homem do país azul(1989),os
romances Jornada de África(1989) e Alma(1995), seguido de 30
Anos de Poesia(1995). Em 1997 lança Contra a Corrente, uma
colectanea de textos politicos. Um ano depois volta aos romances
com A Terceira Rosa e à poesia com Rouxinol do Mundo e Senhora
das Tempestades pelo qual recebeu o Prémio da Crítica no mesmo
ano atribuido pela Associação Internacional do críticos literários.
Em 1999 é lançado Obra Poética contendo toda a sua obra
incluindo os seus livros Pico, Alentejo e Ninguém e Che entre
outros. Em 2001 continua o seu legado com a obra Livro do
Português Errante. Segue-se Arte de Marear em 2002 e Rafael em
2004. O livro Cão como nós, foi mais uma grande obra do autor,
saiu em 2002 e já vai na sua 17º edição com mais de 80.000
exemplares vendidos.ct
1
Modo Literário:
Narrativo ∆ Dramático ∆ Poético∆

Tema : Afecto/Amizade/Saudade actual ∆ de outra época ∆


intemporal ∆

Parte mais interessante (resumo + indicação da passagem,


citação…)

Para mim ouve muitas partes que achei extremamente


interessantes, pela relação do autor com o seu cão. Ao longo da leitura
achei muito interessante ver o desenrolar da relação entre o cão e o
autor. Por um lado, gostava muito do seu cão, mas ao não ligar ao dono,
este tinha de o fazer vem quem mandava. O modo como o autor explica
que passou a ser o “mau da fita” perante a família é soberbo. Mas é
dificil dizer qual a parte mais interessante. Penso que o facto de haver
exertos que nos aponta à saudade que o cão deixou também nos faz
pensar e é muito sentimental sem tirar o facto de que a relação de amor
e afectos de um cão que deixou saudades está sempre presente no livro.

“Uma vez foi atrás de uma cadela saída e obrigou-me a correr(…)


Apetecia-me matá-lo, mas a dona da cadela, quando o finalmente o
agarrei(…)começou a elogiar aquele grande sacana.(…)Apeteceu-me
dizer-lhe tal cadela tal dona, mas tive de engolir em seco e ainda por
cima agradecer. Com ele a olhar para mim, de língua de fora, ia jurar
que a sorrir.”
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)

“Não eram, como se vê, relações simples. O Cão introduziu na família


novos sentimentos, alianças subtis, divisões por vezes inesperadas,
tensões nem sempre resolvidas. E conseguiu fazer de mim, durante
muito tempo, o mau da fita.”
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)

“Cão bonito, dizia eu, em momentos raros. E era um acontecimento lá


em casa.”
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)

“Não era um cão como os outros. Era um cão rebelde, caprichoso,


desobediente, mas um de nós, o nosso cão, ou mais que o nosso cão,
um cão que não queria ser cão e era como nós”.
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)

(Poema dedicado pelo autor a Kurica, o fiel cão que para sempre deixou
daudades)

“Como nós eras altivo


fiel mas como nós
desobediente.
Gostavas de estar conosco a sós
2
mas não cativo
e sempre presente-ausente
como nós.
Cão que não querias
ser cão
e não lambias
a mão
e não respondias
à voz.
Cão
Como nós.”
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)

Parte menos interessante. Justificação.

É dificil dizer a parte que menos achei interessante, porque o livro


despertou-me o interesse. Mas talvez a parte do livro que nos conta a
forma como o cão foi parar ao canil. Não que achasse menos
interessante, mas eu nesta altura do livro já estava muito entusiasmado
com a leitura e com as palavras do autor que demonstravam a relação
de afecto e de amizade que ia crescendo entre ambos.

“E num Natal, em Águeda, pespegou com ele no antigo canil onde


outrora o meu pai tinha os cães de caça.”
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)

A linguagem utilizada:

Registo(s) de língua: Linguagem Familiar

Vocabulário: fácil e comum ∆ rico e variado ∆ difícil e rebuscado


Uso predominante de: denotação ∆ conotação ∆ (Contudo nota-se


o uso de alguma conotação.)

Uso predominante de frases: coordenadas ∆ subordinadas ∆

Apreciação crítica como leitor (a):

a) Selecção de uma expressão ou parágrafo que considere


belo(s). Justificação.

“(Sei que andas por aí, oiço os teus passos em certas noites, quando
me esqueço e fecho as portas começas a raspar devagarinho, às vezes
rosnas, posso mesmo jurar que já te ouvi a uivar, cá em casa dizem que
é o vento, eu sei que és tu, os cães também regressam, sei muito bem
que andas por aí.)”
(Alegre, Manuel; Cão como nós, 2002, Dom Quixote)
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Este parágrafo situa-se logo no ínicio do livro. Mas quando chegamos
ao final da leitura, reparamos na beleza deste simples parágrafo. O
autor nunca esqueceu o seu fiél cão, e apesar de já não estar presente
fisicamente continuará para sempre na memória do autor, porque para
ele e para toda a família que conviveu com ele, o Kurika era da família.
O Autor sente que aquele membro da família ainda está com ele e que
de certa forma nunca partiu.

b) Tema destacado na obra :

A relação de afectos, a amizade e a saudade que uma pessoa pode


deixar quando parte, neste caso um cão, mas como dizia o autor e
passo a citar “(…) Era cão como nós.”

c) Esta obra fez reflectir sobre:

A falta que nos faz aqueles que amamos e que nos acompanham
nesta dura jornada que é a vida. É certo que falamos de um cão, um
animal, mas segundo o livro ele era como nós. Eu não estou muito
habituado a ler, mas cheguei ao final do livro muito satisfeito pela minha
escolha. Lembrei-me de como é duro perder alguem e como será perder
as pessoas que nos são mais proximas no dia à dia. No final do livro dei
comigo também a pensar que o amor reflectido no livro, nem sempre é
real, porque existe ainda muita gente que maltrata animais. O livro
deixa-nos a pensar que se todos somos seres vivos, devemos ser
tratados de forma igual, e foi assim que o autor e a sua familia trataram
um cão que não queria ser cão. Sendo assim tratara-no como um de
nós.

d) Considero-a de leitura: fácil ∆ difícil ∆ aborrecida ∆ rápida


∆ demorada∆

d) Destaco alguns elementos paratextuais ( índice, capa e contracapa,


imagens, prefácio, posfácio, nota de rodapé, tipo de papel) :

Destaco a capa por nos mostrar a imagem do cão, que será


certamente o Kurika. Que outra imagem podia ter a capa, senão o
elemento principal do livro? Para alem disso, é um livro de encadernação
muito leve. Nas abas do livro destaco o prefácio que está também muito
bom com um peuqeno parágrafo que nos indica o sentimento que
transborda no livro, A relação de afectos e a saudade e também as
obras de Manuel Alegre já editadas pelas publicações Dom Quixote. De
notar ainda que temos disponivel nas páginas iniciais uma pequena
biografia e bibliografia de Manuel Alegre.

Prof. Josete Perdigão

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