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LAUDO DE CONFORTO TÉRMICO 2008

SANTA CASA DE LIMEIRA

LAUDO DE CONFORTO
TÉRMICO
(NR-17)
2007

IRMANDADE DA SANTA CASA DE


MISERICÓRDIA DE LIMEIRA

CLÍNICA FICO - SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO (19) 3451-6344 / 3495-3415 -1 -


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SANTA CASA DE LIMEIRA

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Razão Social: IRMANDADE DA SANTA CASA DE


MISERICÓRDIA DE LIMEIRA

CNPJ: 51.473.692/0001-26

CNAE: 85.11-1

DESCRIÇÃO DA Cuidados Médicos e da Saúde


ATIVIDADE:

GRAU DE RISCO: 3

LOGRADOURO: Av. Antonio Ometto, 657

BAIRRO: Vila Claúdia

CEP: 13480-970

CIDADE/ESTADO: Limeira/SP

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Conceito de Conforto Térmico

A ISO 7730(1994), define conforto térmico como sendo uma


condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico. A
insatisfação térmica pode ser causada por desconforto pelo calor ou
pelo frio no corpo todo ou pode ser causada pelo aquecimento ou
resfriamento indesejável de alguma parte do corpo. O desconforto local
pode ser causado por uma diferença anormal de uma temperatura
vertical entre os tornozelos e a cabeça, por pisos muito quentes, ou
muito frios, ou por grande assimetria da temperatura radiante. O
desconforto pelo calor também pode ser causado por uma taxa
metabólica muito alta ou por roupas muito pesadas.
De acordo com ASHRAE Standart 55 (1992), conforto térmico é
um estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente térmico
que envolve a pessoa. Se o balanço de todas as trocas de calor a que
está submetido o corpo for nulo e a temperatura da pele e suor,
estiverem dentro de certos limites, pode-se dizer que o homem sente
conforto térmico.
Para Xavier (2000), o conforto térmico pode ser analisado sob dois
aspectos distintos:
a) do ponto de vista pessoal: onde uma determinada pessoa que
se encontre em um determinado ambiente esteja em estado confortável
com relação a sua sensação térmica;
b) do ponto de vista ambiental: onde a combinação das variáveis
físicas inertes a esse ambiente, cria condições termo-ambientais para
um menor número de pessoas, que estejam satisfeitas com esse
ambiente. Uma vez que os estudos de conforto térmico envolvem
aspectos pessoais e ambientais, é impossível que um grupo de pessoas
sujeitas a um mesmo ambiente, ao mesmo tempo, estejam todos
satisfeitos, com as condições térmicas do mesmo.
Assim sendo, diz-se que um ambiente é aceitável termicamente,
quando o mesmo apresenta combinações das variáveis físicas que o
tornem desconfortável para o menor número de pessoas possível (ISO
7730, 1994).

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Condições para Conforto Térmico

Segundo Xavier (1999), para que uma pessoa se encontre em


estado de conforto térmico, são necessários que se verifiquem três
condições fisiológicas e mentais, sem as quais este estado não é capaz
de ser atingido quais sejam: que a pessoa se encontre em neutralidade
térmica; que a temperatura de sua pele e sua taxa de secreção de suor,
estejam dentro de certos limites compatíveis com sua atividade; que a
pessoa não esteja sujeita a nenhum tipo de desconforto térmico
localizado.

1. ISO 7730/94 Ambientes Térmicos Moderados


Cálculo do Voto Médio Estimado (PMV) – O Voto Médio
Estimado, pela ISO 7730 (1994) pode ser calculado pela equação
empírica que correlaciona as variáveis ambientais e humanas ou por
tabelas para atividades metabólicas, vestimentas, temperaturas
operativas e velocidades do ar relativas pré-determinadas.
O PMV prevê um valor médio para um grande grupo de pessoas,
segundo a escala de sensações de sete pontos. Valores positivos
correspondem a situações de desconforto por calor, o valor zero, de
conforto e valores negativos, desconforto por frio. A escala sensorial
existente varia de +3, +2, +1, 0, -1, -2, -3, ou Muito quente, Quente,
Levemente quente, Neutro, Levemente frio, Frio e Muito frio.

A Norma Internacional ISO 7730 (1994) recomenda que se use o índice


PMV quando: M = 46 a 232 W/m2 (0,8 a 4,0 met), Icl = 0 a 0,31 m2
ºC/W (0 a 2 clo), ta = 10 a 30 ºC, tr = 10 a 40ºC, var = 0 a 1 m/s e Pa =
0 a 2700 Pa

M – Taxa metabólica (W/m2)


W – Trabalho mecânico (W/m2) – nulo para a maioria das atividades
pa – Pressão parcial do vapor de água
ta – Temperatura do ar (ºC)
fcl – Razão entre a área superficial do corpo vestido pela área do corpo
nu
tcl – Temperatura superficial das roupas (ºC)
tr – Temperatura radiante média (ºC)
hc – Coeficiente de transferência de calor por convecção (W/m2ºC )

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Cálculo do índice de percentagem de pessoas insatisfeitas


termicamente com o ambiente(PPD) – Baseia-se em um grande
número de pessoas que gostariam que o ambiente estivesse mais
quente (votando -2 ou -3 na escala de sensações), ou mais frio (votando
+2 ou +3).Segundo Fanger (1970), as pessoas que votaram +1 ou –1 na
escala de sensações ou percepções, não foram considerados como
insatisfeitos para determinação do PPD, pois elas não manifestavam
uma situação de desconforto bem acentuada.
O PPD é determinado analiticamente em função do PMV, através
da tabela 1 ou da equação 4 (ambos da ISO 7730):

1. Caracterização das variáveis estudadas


As variáveis em estudo para a análise da sensação de conforto térmico
são:

Variáveis ambientais: são as variáveis referentes às condições termo


climáticas do ambiente pesquisado. Segundo a norma internacional ISO
7730 (1994) as variáveis são: temperatura do ar (ta), temperatura média
radiante (tr), temperatura de globo (BGT), velocidade do ar (va) e
umidade relativa do ar (UR).

Variáveis pessoais: são aquelas referentes às pessoas. Segundo a ISO


7730 (1994) as variáveis são: atividade desempenhada (ativ), isolamento
térmico das roupas (clo). Estas variáveis completam o rol de variáveis
necessárias à obtenção da condição de conforto térmico. Além dessas
variáveis, também foram levantadas as sensações reais (R) de conforto
térmico dos trabalhadores, e suas preferências térmicas (P), através de
questionários apropriados. Para a obtenção dos dados foi utilizada a
seguinte metodologia:

Roupas, vestimentas usadas pelos trabalhadores nos momentos das


medições. Os valores das tabelas estão expressos em clo;

Temperatura do ar interno (ta), coletada pelas medições e expressa em


°C;

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Temperatura radiante média (tr), determinada pela temperatura do ar


e temperatura de globo, expressa em °C;

Velocidade do ar (va), coletada elas medições e expressa em m/s;

Umidade relativa do ar (UR), determinada através da coleta da


temperatura do ar e temperatura de bulbo úmido e expressa em %;

Percentagens de pessoas insatisfeitas (PPD), determinada


analiticamente pela equação específica, em função do PMV, expressa
em %;

Sensações reais de conforto térmico (S), obtidas através dos votos na


escala de sensações ou percepções, adimensional;

Preferências térmicas relatadas (P) pelos trabalhadores, obtidos


através dos votos na escala de preferências, expressa em

Metodologia

Na Santa Casa de Misericórdia de Limeira as medições tanto


ambientais quanto às sensações térmicas foram coletadas no período de
22 à 25 de fevereiro de 2007. Nesse local de trabalho, a maioria de seus
trabalhadores exerce suas atividades em pé. Num primeiro momento,
foi realizada a análise da normalidade das variáveis ambientais depois
apresenta-se a percepção térmica respondida pelos trabalhadores .

Os dados foram coletados na Santa Casa de Misericórdia de


Limeira durante os dias 22/02/2007, 23/02/2007, 24/02/2007 e
25/02/2007, nos turnos manhã (08:00h), tarde (14:00h) e noite
(20:00h).
No período das medições, os trabalhadores estavam realizando
suas atividades normalmente, onde foram questionados sobre sensação
de conforto térmico durante a jornada de trabalho.

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SETORES AVALIADOS:

• Lavanderia Suja e Limpa

HORÁRIOS DE MEDIÇÕES:

1. Manhã: A partir das 08:00h em cada setor

2. Tarde: A partir das 14:00h em cada setor

3. Noite: A partir das 20:00h em cada setor

RELAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PRESENTES EM CADA SETOR NO


HORÁRIO DE MEDIÇÕES:

1. PASSANDERIA:
• Maria Aparecida Líbanio
• Selma Regina M. Ferreira
• Maria Sônia F. da Silva
• Elizabete Martins Pereira
• Maria Cristina Menegrim
• Gleide Freire dos Reis Souza

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INSTRUMENTOS UTILIZADOS NAS MEDIÇÕES:

a. Termômetro de Bulbo Seco


b. Termômetro de Bulbo Úmido
c. Termômetro de Globo

RESULTADOS OBTIDOS:

1. Avaliações da temperatura.
Nas Tabelas 1 e 2 são apresentados os dados relativos aos períodos em
que foram analisados os dados.

Tabela 1 - Valores de temperatura efetiva mensurada com auxílio


do controlador de temperatura.
TBS: Termômetro de Bulbo Seco
TBU: Termômetro de Bulbo Úmido
TG: Termômetro de Globo
IBUTG: Conforme NR-15

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SETOR: Lavanderia Suja


Velocidade do ar: Nos três turnos variação de 0,10 á 0,23
m/s
Temperatura de Bulbo Seco: Variação de 24,0 á 31.3 °C

Horário Dia TBS (° C) TBU (°C) TG (°C) IBUTG (°C)

8:10h 23/02/07 24.0 19.6 25.1 21.1


15:30h 23/02/07 31.3 21.3 31.5 24.2
20:30 24/02/07 30.1 22.5 30.5 24.8

40

30 TBS
20 TBU
TG
10
IBUTG
0
08:30 15:30 20:30

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ÍNDICE DE PESSOAS INSATISFEITAS:

Pela análise juntamente com os funcionários durante as medições


e questionamentos sobre a sensação térmica durante a jornada de
trabalho observou-se:

• Na Nutrição o índice de pessoas insatisfeitas e que relataram


desconforto térmico foi maior que as que não relataram o mesmo
desconforto.
• Na Lavanderia Suja e Limpa, o n° de pessoas insatisfeitas igualá-
se aquelas sem queixas de desconforto.
• Na Passanderia foi observado um índice maior de insatisfação dos
funcionários que trabalham neste setor, com queixas de calor
intenso, sendo observado que os funcionários desligam o exaustor
muitas vezes no turno de trabalho queixando-se de ruído que está
abaixo dos limiares de tolerância, e como prevenção foi entregue
protetores aurticulares.
• Na Diluição, o índice de pessoas insatisfeitas é praticamente nulo,
relatando-se um ambiente agradável.

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SEGUE EM ANEXO OS QUADROS 1 E 2 ( NR-15) PARA AVALIAÇÃO


DE CONFORTO TÉRMICO ATRAVÉS DOS ÍNDICES DE IBUTG:

QUADRO N° 1 – NR 15

Regime de Tipo de Atividade


Trabalho LEVE MODERADA PESADA
intermitente
com descanso
no próprio
local de
trabalho
Trabalho Até 30.0 Até 26.7 Até 25.0
Contínuo
45 min-15 30.1 a 30.6 26.8 a 28.0 25.1 a 25.9
descanso
30min- 30 30.7 a 31.4 28.1 a 29.4 26.0 a 27.9
descanso
15min-45 31.5 a 32.2 29.5 a 31.1 28.0 a 30.0
descanso
Não é permitido Acima de 32.2 Acima de 31.1 Acima de 30.0
o trabalho sem
adoção de
medidas
adequadas de
controle

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QUADRO N° 2 NR-15:

M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG


175 30.5
200 30.0
250 28.5
300 27.5
350 26.5
400 26.0
450 25.5
500 25.0

OBS: GRIFOS EM VERMELHO FEITAS PELO AUTOR DO


LAUDO PARA CARACTERIZAR A SITUAÇÃO DA EMPRESA
AVALIADA.

CONCLUSÃO
NR17:
17.5. Condições ambientais de trabalho.

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios,
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as
seguintes condiçôes de conforto:

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira


registrada no INMETRO; (117.023-6 / I2)

b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus
centígrados); (117.024-4 / I2)

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2)

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. (117.026-0 / I2)

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OBSERVAÇÃO

LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO QUE NÃO EXISTE


PARÂMETROS NA NR 17 PARA OS SETORES AVALIADOS
NA SANTA CASA DE LIMEIRA EM RELAÇÃO AO
CONFORTO TÉRMICO, NOSSA CONCLUSÃO É BASEADA
NA NR 15 CONFORME RESULTADO EXISTENTE NESTE
LAUDO.

Desta forma comparando-se os resultados obtidos com


os dados fornecidos pela NR-17, concluímos que os valores de
Temperatura estão acima dos níveis normais nos setores de
Lavanderia Suja (24,7°C), Lavanderia Limpa (24,8°C),
Nutrição ( 26,7°C), Diluição ( 25,9°C), Passanderia
( 25.3°C).
Sendo orientado à empresa as seguintes adoções de
medidas para melhoria do conforto térmico nos setores
discriminados:

1. Lavanderia Suja e Limpa: Colocação de


Ventiladores

2. Nutrição: Concerto de Exaustores existentes.

3. Passanderia: Colocação de Persianas nas janelas


e ventiladores no ambiente.

4. Diluição: Recomenda-se ligar os exaustores


quando os funcionários estiverem no setor, e
colocação de ventiladores.

Após implantação destas medidas de melhoria, orienta-


se uma nova avaliação de temperatura nos setores para
determinar os níveis de conforto térmico no local de trabalho,
assim como a sensação de conforto determinada pelos
funcionários.

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DISPOSIÇÕES FINAIS

Este Laudo foi desenvolvido pela Empresa Clínica Fico –


Segurança e Medicina do Trabalho sob coordenação do
Engenheiro de Segurança do Trabalho – Djalmenson Ribeiro
Pessoa CREA: 5060756834, na data firmada, sem mais e a
disposição para esclarecimentos técnicos.

Limeira 26/02/2007

__________________________________
Engenheiro de Segurança do Trabalho
Djalmenson Ribeiro Pessoa
CREA: 5060756834

______________________________________
CLÍNICA FICO- Segurança e Medicina do Trabalho
Téc.de Segurança do Trabalho
Fernando David Fico

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