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HERMANN SCHMITT
JULIANA MARCONDES BUSSOLOTTI
INTRODUÇÃO
A intensa visitação da trilha do Picadão da Barra com 216 grupos no período de março
a setembro de 2002 (Coordenadoria de Visitação do NP) acabou por ocasionar forte
impacto ao longo dela, com alargamento do caminho, pisoteamento de vegetação,
além da compactação do solo, principalmente dentro do ambiente de manguezal.
A solução para o ambiente de manguezal foi implantar uma trilha fluvial que consiste
em navegar o Rio Fazenda até o manguezal em um bote de alumínio por entre a
vegetação característica deste ecossistema. Este roteiro de bote mostrou ser uma
alternativa viável para os grupos que desejam conhecer o ambiente de manguezal;
causando um impacto mínimo no ambiente, pois elimina o pisoteamento; além de
visitar um manguezal mais característico em solo, vegetação, qualidade da água;
favorece o avistamento de animais.
Com a visitação do manguezal resolvida, busca-se agora uma alternativa que passe
pelo ambiente de restinga e que ofereça aos visitantes voltados ao estudo do meio um
ambiente mais preservado, com suas características ambientais bem definidas e com
o mínimo impacto possível.
• Identificar áreas para serem limpas com pelo menos 10 m² que deverão
ser utilizadas como “áreas de interpretação”.
METODOLOGIA
A trilha foi percorrida até seu atrativo final, uma imensa Figueira Branca (Fícus
Insípeda) no meio do Caxetal, (tabebuia cassinóides) tirando anotações de rumo,
distância e intervenções (ver anexo 1); que foi entregue a coordenação para análise
de sua viabilidade.
A vegetação que por alguma razão deverá ser removida, sempre que for possível será
replantada nas proximidades de seu lugar de origem, garantindo seu micro-clima e
favorecendo que suporte melhor o replantio.
As intervenções deverão ser realizadas em 6 níveis:
1. Definição de largura de trilha, espaçamento máximo de 80cm, com limpeza
lateral suficiente para garantir a passagem das pessoas sem tocar na
vegetação.
2. Definição da altura mínima em 2,5m permitindo a passagem sem obrigar as
pessoas a se agachar, que normalmente, escolherá passar por um lugar
mais alto. Impõe-se aqui o fator segurança evitando queda de detritos e
batidas de cabeças. Neste caso serão preservadas as árvores vivas com
tronco com mais de 10cm de DAP.
3. Definição das áreas para interpretação, sendo aproveitados os pontos com
apenas vegetação rasteira ou impactada por queda de galhos; sem corte
de troncos vivos, e seu perímetro demarcado por elementos da própria
floresta, evitando o aumento gradativo das áreas de interpretação pelo
pisoteio do grupo, que normalmente, quando parados, se postam em roda
para ouvir as explicações ou participar de dinâmicas.
4. As intervenções no solo muito sensível ao pisoteio, deverão ser realizadas
com o aproveitamento, ao máximo, de elementos da própria floresta, ou
seja, galhos ou troncos em cima de cordões litorâneos. Apenas em caso
especiais, onde se torne ineficaz o uso destes elementos que será utilizado
outros materiais, como pedras, saibro, sempre garantindo o pleno
escoamento das águas em seu traçado natural. Pedaços de cano de PVC
de 10’, devidamente cobertos e escondidos podem ser úteis nos casos em
que a grande extensão do cordão litorâneo dificulte a passagem, evitando
que os grupos passem por regiões sensíveis, inundáveis e lamacentas.
5. No caso de raízes expostas, com as alternativas de cobri-las com saibro
quando não alterar muito o ambiente, ou pequeno desvio quando a raiz se
encontrar muito acima do nível do solo.
6. E finalmente, abertura de uma trilha de aproximadamente 20ms, levando do
final da trilha, na borda do Caxetal, até a Figueira Branca situada na borda
pelo lado direito, mantendo aqui todos os cuidados anteriores.
RESULTADOS
TRILHA:___________________________________________________
DATA:_____________________________________________________
VISITA N°:__________________________________________________
RESPONSÁVEL:_____________________________________________
EQUIPE:____________________________________________________
DISCUSSÃO
Neste sentido os Programas de Uso Público das Unidades de Conservação devem ser
planejados para normatizar o uso da área visando à minimização dos impactos nas
atividades que envolvem visitação, utilizando a recreação, educação ambiental e
interpretação da natureza como ferramenta para sensibilizar o visitante da importância
e beneficio da conservação, buscando seu entendimento, apoio e participação.
Conciliar a recreação do visitante com educação ambiental, sem que esta transmissão
de sensações, impressões, conhecimentos, se torne maçante e cansativas é a arte e
técnica da interpretação ambiental.
Porém, o primeiro a propor uma definição formal sobre interpretação ambiental, foi o
dramaturgo e filósofo norte americano Freman Tilden, que em 1957 estabeleceu que
“Interpretação da natureza é uma atividade educativa que aspira revelar os
significados e as relações existentes no ambiente, por meio de objetos originais,
através de experimentos de primeira mão e meios ilustrativos, em vez de
simplesmente comunicar informação literal”. (VASCONCELLOS 2003, p. 97)
Uma analise destes autores revela que Tilden esta focado na prática do interprete, nos
cuidados que ele deve ter para atingir seus objetivos, enquanto Sharp busca na prática
do interprete uma ferramenta de transformação. Não se contradizem, mas se
complementam. Uma boa técnica de comunicação é o caminho mais eficaz para a
transformação.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ANEXO
PLANILHA DE MANUTENÇÃO Nº 0
TRILHA: CAXETAL
DATA: 07/02/03
RESPONSÁVEL: Hermann Schmitt