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E anos de atuação no
mercado (mais seis
meses de planejamento que
ser professoral, busca iden-
tificar rumos possíveis da
economia e dos negócios,
Paris, e em abril próximo
irão à Interpack, novamente
em Düsseldorf.
consumiu para ser lança- em especial os relacionados Para alguns, essa movimen-
da),EMBALAGEMMARCA à cadeia de embalagem. tação pode parecer passeio,
acumulou respeitável ban- Dentro do esforço para mas é trabalho em que se
Wilson Palhares co de dados. Hoje, esse da- identificar caminhos e de- adensa a qualidade editori-
tabase possibilita, primeiro, tectar inovações está a par- al, se amplia o relaciona-
No esforço para fundamentar com conteúdo ticipação crescente em mento e o volume de infor-
identificar rumos e cada vez mais denso as re- eventos nacionais e interna- mação em nível global e se
detectar inovações portagens e os artigos pu- cionais. Nestas, em outu- alimenta a ambição de fa-
blicados regularmente na bro, mal uma parte da equi- zer uma publicação cada
está a participação
revista. pe retornara da Label Expo vez mais útil aos profissio-
crescente em
Em segundo, serve para ali- em Chicago, outra arruma- nais de embalagem. Sem o
eventos nacionais cerçar um trabalho que, va as malas para a Pack atrevimento de intitular-se
e internacionais. nas edições de dezembro, Expo, na mesma cidade, “líder”, “a maior”, ou “a
Isso faz parte do se transforma em útil docu- meio tempo em que alguém melhor”, EMBALAGEMMAR-
empenho de fazer mento de consulta. Trata-se regressava da feira K, em CA continua se empenhando
uma revista cada de Tendências e Perspecti- Düsseldorf. Ainda em no- para melhorar sempre.
vez mais útil vas, um balanço/prognósti- vembro, mais dois partirão Até dezembro.
nº 63 • novembro 2004
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
8 28
Reportagem de capa: Design
Reportagem
Cremes Dentais Na 6ª Semana Abre do Design redacao@embalagemmarca.com.br
Diante de boas perspectivas de Embalagem, o destaque foi Flávio Palhares
para um mercado estagnado a força vendedora do branding flavio@embalagemmarca.com.br
em inovações Guilherme Kamio
42
de embalagem, K’2004 guma@embalagemmarca.com.br
fornecedores se Na cobertura da grande Leandro Haberli Silva
movimentam feira mundial da cadeia de leandro@embalagemmarca.com.br
plásticos, a boa presença
Diretor de Arte
das empresas brasileiras
16
Carlos Gustavo Curado
Making Of arte@embalagemmarca.com.br
50
O passo-a-passo da criação Entrevista:
da capa desta edição, com a Assistente de Arte
Vice-presidente da Abief,
José Hiroshi Taniguti
integração de vários parceiros Rogério Mani fala sobre o mer-
cado de embalagens flexíveis, e Administração
20
Internacional a participação da entidade na K Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Jones Soda amplia estratégia Eunice Fruet (Diretora Financeira)
58
de “publicar” fotos dos con- Reciclagem Departamento Comercial
sumidores a Químico cria sistema de comercial@embalagemmarca.com.br
suas novas lavagem de embalagens de Karin Trojan
multipacks lubrificantes Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas
60
Aço Marcella de Freitas Monteiro
24
Cartonadas Indústria gaúcha reposiciona assinaturas@embalagemmarca.com.br
Tetra Pak quer difundir alternati- seu achocolatado através Assinatura anual: R$ 90,00
va de impressão mais nobre em da utilização de lata com Público-Alvo
caixinhas longa vida de leites tampa prática EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
A capa desta edição foi impressa pela Antilhas em Papelcartão Art Premium Novo
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
250g/m2, da Ripasa, termolaminada com filme Prolam® aplicado pela Lamimax. materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
3 Editorial com a cadeia de embalagem.
A essência da edição do mês, nas palavras do editor Filiada ao
22 Internacional
Destaques e idéias de mercados estrangeiros
64 Display
Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens Esta revista foi impressa em Papelcartão
66 Panorama
Art Premium Novo 250g/m2 (capa) e papel
Image Mate 90g/m2 (miolo), fabricados pela
Ripasa S/A Celulose e Papel, em
Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos harmonia com o meio ambiente.
70 Painel Gráfico Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466
Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens Laminação: Lamimax Tel.: (11) 3644-4128
Filme da laminação: Prolam Tel.: (11) 3611-3400
74 Almanaque
EMBALAGEMMARCA é uma publicação
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
32 Investimentos Filiada à
Inaugurada no país fábrica de impressão de rótulos heat transfer
34 Pirataria www.embalagemmarca.com.br
Selo de segurança elimina falsificações de autopeças O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
38 Consolidação
resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
Com a compra da PP Print, Sol PP fortalece atuação em rótulos de BOPP cadas nesta revista sem autorização da Bloco
39 Curtas de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
matérias assinadas não refletem necessaria-
Materiais, equipamentos e processos de decoração, identificação e rastreabilidade mente a opinião da revista.
reportagem de capa >>> cremes dentais
Cenário sorridente, um
ecentemente, o ministério da Saúde
Nem as líderes
“As marcas com maior valor agregado teriam
como repassar custos incrementais decorrentes
de inovações e para elas temos disponíveis
uma ampla gama de materiais, terminações e
tampas”, aponta Marcio Azevedo, gerente de
marketing da Alcan Packaging Cebal, outra
força da seara de tubos laminados e detentora
da conta da Unilever, segunda maior produto-
ra de creme dental do país, só atrás de outra
multinacional, a Colgate-Palmolive. “Mesmo
assim a demanda seria pequena, pois o consu-
midor é bastante sensível às variações de preço
dos cremes dentais”, ele pondera.
O crescimento da concorrência, entretanto,
pode vir a ser um motor de inovações. Embo-
ra as três principais marcas nacionais de cre-
mes dentais – Colgate, Sorriso e Close Up –
detenham perto de 80% do mercado, segundo
dados de 2003 da AC Nielsen, operações pe-
quenas e médias de cremes dentais vêm sendo
abertas no país nos últimos anos. O mesmo
instituto de pesquisas calcula já existirem no
Brasil, hoje, quinze fábricas, produtoras de 23
marcas e 112 versões de cremes e géis dentais,
números engrossados no passado recente.
“Marcas regionais e de médio porte têm surgi-
do às pencas nos últimos dois anos”, confirma
um profissional da área de embalagens que
pede para não ser identificado.
E esses médios e pequenos negócios têm
vingado, querem aumentar seu quinhão de
mercado e são operações atraentes. Prova
disso é a recente venda, sem valores revelados,
da pernambucana Bonamil, dona da marca de
creme dental 100% Branco, para a gaúcha
Condor, uma das cinco maiores fabricantes de
Uma ação de
O passo-a-passo da criação de uma capa de revista que é uma embalagem
capa desta edição de EMBALAGEM-
1 2 CONCEPÇÃO – A imagem
de capa desta edição foi
feita pela R3F Digital
Design com o software
Lightwave de modela-
gem e animação em
terceira dimensão. Ao
lado, quadros mostram
seqüência de criação do
objeto: wireframe
(imagem 1), volume (2),
3 4 wireframe com volume
(3) e textura aplicada (4)
das com uma estrutura especial de papel car- com o público, continuamos a criar uma es-
tão que mantém as embalagens em seu inte- tratégia avançada.”
INSTANTÂNEOS – Acima, os
rótulos das garrafas com as
fotografias tiradas pelos con-
sumidores: sucesso consolida-
FOTOS: JONES SODA CO.
Caixinha porta-retrato
Tetra Pak quer difundir processo de impressão mais nobre para leites
eite é uma bebida naturalmente associada à
será implantada numa fábrica na andamento, da primeira planta esperado que o valor de merca-
cidade de Valencia, prevista para com tecnologia de separação por do das caixinhas pós-consumo se
iniciar operações em agosto de plasma do país, em Piracicaba valorize em até 30%.
Nacionalização e agilidade
Na empresa O Boticário, Lígia Baruque, geren-
te de desenvolvimento de embalagem, diz que
a importância da embalagem na consolidação
da marca levou inclusive a uma mudança mais
radical: um processo de nacionalização dos
componentes de embalagem que permitiu ter
mais agilidade nos desenvolvimentos e, conse-
qüentemente, na percepção da marca.
Todos os projetos têm como ponto de parti-
da a missão da empresa de ser reconhecida por
seus colaboradores, parceiros, clientes e merca-
do onde atua como uma importante referência
em beleza. “É isso tudo, além de fazer com que
nossas ações para a preservação da vida estabe-
leçam uma forte identificação com a socieda-
de”, ela explica. “Traduzimos essa intenção nas
embalagens de forma a fidelizar nossos clientes
e assegurar o crescimento e a rentabilidade de
nosso negócio.”
A 6ª Semana ABRE do Design de Embala-
gem contou ainda com a palestra de Rossana
Costa, que apresentou o case da Kidspage, em-
presa que iniciou a comercialização, no Brasil,
de camisetas para pintar. Nesse caso as embala-
gens tiveram um papel fundamental para apre-
sentar a marca e o novo conceito de produto ao
mercado.
Além das palestras, as dezenas de profissio-
nais que visitaram diariamente o evento tive-
ram a oportunidade de ver a exposição monta-
da com cases de 31 das 44 agências de design
de embalagem filiadas ao Comitê de Design. A
6ª Semana ABRE do Design de Embalagem foi
patrocinada pelas empresas Avery Dennison,
Fispal, Ibratec, Indusplan, Novelprint, Rigesa,
Ripasa, Sinimplast, Suzano e Tetra Pak.
O pulo do heat transfer
Nova planta produtiva e rótulos mais baratos impulsionam o sistema no país
Por Leandro Haberli
tecnologia heat transfer de rotula- plano é conquistar com seus heat transfers
de uma estratégia mais ampla. Já em 2005 a reciclagem dos frascos. Ainda de acordo com
Technopack pretende ampliar novamente a Nunes, esta última particularidade se explica
fábrica, investindo mais 7 milhões de reais. O porque, diferentemente de outros processos
de decoração, o rótulo heat transfer não preci-
32 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
sa ser retirado da embalagem na hora da reci- tencialmente concorre com todos os demais
clagem. Faz parte dela, no mesmo material. Technopack sistemas de rotulagem, incluindo auto-adesi-
www.technopack.com.br
Estima-se que o maior mercado consumi- (51) 470-6889 vos, termoencolhíveis, etiquetas de papel e
dor de heat transfer no Brasil seja o de óleos in-mold labels. Confiante nas vantagens do
automotivos, onde conhecidas marcas já mi- heat transfer, a empresa não está investindo
graram para o sistema. Mas a tecnologia tem apenas na impressão dos rótulos: a aposta é
crescido em outros setores, com destaque também na fabricação de rotuladoras e de-
para o de cosméticos e alimentos. mais equipamentos, nacionalmente. “A pers-
Em termos práticos, os projetos de alta pectiva de crescimento também é grande por-
produtividade quase sempre recomendam que que, fora dos Estados Unidos, existe apenas
as rotuladoras sejam integradas às linhas de uma empresa que fabrica rótulos heat trans-
produção. Entre as possibilidades de acaba- Instalados na fábrica de fer”, informa Nunes. “Trata-se da argentina
Cachoeirinha (RS), novos
mento, vale dizer que as bobinas de papel po- Multicolor, que tem pouca penetração no
equipamentos elevaram
dem ser impressas em até oito cores, “com a capacidade produtiva mercado brasileiro.”
qualidade fotográfica e múltiplas tonalida- da Technopack para 8
des”. Também é possível explorar tintas ter- milhões de rótulos heat
transfer por ano
mocromáticas (que podem brilhar ou se tor-
nar ocultas de acordo com a variação da tem-
peratura) e fluorescentes. Além disso, os rótu-
los heat transfer podem receber acabamentos
holográficos, ajudando a minimizar riscos de
contrafação.
Por tudo isso os executivos da gaúcha
Technopack acreditam que a tecnologia po-
Um freio na pirataria
Selos de segurança ajudam produtora de autopeças a combater falsificação
os cálculos do Sindipeças (Sindi-
DIVULGAÇÃO
receber uma série de queixas de seus distri-
buidores e consumidores sobre seus jogos de
reparo para freios. Por meio de investiga- EXCLUSIVIDADE – Tecnologia dos selos de segurança com
ções, a empresa descobriu que caíra na ma- holografia e imagem retrográfica é segredo industrial da 3M
Duas imagens
A solução consiste numa
etiqueta auto-adesiva que
“combina a beleza da ho-
lografia com a segurança
de imagens ocultas retro-
refletivas”, como explica
Eduardo Salles, executivo de
vendas e marketing da Divisão de Siste-
mas de Autenticidade da 3M do Brasil. Em
3M Sindipeças
(19) 3838-6916 (11) 3848-4848
www.3m.com.br www.sindipecas.org.br
Maior iBOPPe
De olho na alta do consumo dos rótulos de BOPP, Sol adquire a PP Print
ojões espocaram em setembro na mes laminados e rótulos em polipropileno
Projeto de realocação
Na planta da PP Print estão alocadas uma
DIVULGAÇÃO
Inovação e negócios
Empresas brasileiras marcam boa presença na feira mundial do plástico
Por Wilson Palhares, de Düsseldorf
eixados de lado o ufanismo e o otimis- versas, o consumo global de produtos plásticos, que
Instrumentos adequados
Para isso, na medida em que oferecem uma visão
abrangente das inovações e da possibilidade de
realizar negócios, os eventos internacionais são
apontados como instrumentos muito adequados
(não por menos o lema da K 2004 foi “Visão –
Inovação – Negócios”). No caso específico da K,
lembrou Werner Mathias Dornscheidt, presidente
e CEO da empresa organizadora do evento, a Mes-
se Düsseldorf GmbH, a composição da feira refle-
te exatamente o que aconteceu no mundo nos últi-
mos três anos. “Nesse período, ocorreram impor-
tantes reestruturações e mudanças regionais, cujos
efeitos agora se tornam visíveis”, ele disse. “Da
edição anterior da feira, em 2001, para esta, o nú-
mero de expositores estrangeiros cresceu em mais
de 100, para 1 831, enquanto o de exibidores ale-
mães caiu de 1 162 para 1 090.” Sem surpresa, o
maior crescimento foi de asiáticos – de 255 para
373. São números que, por si sós, dimensionam o
tamanho da concorrência em nível global e de
onde ela virá com mais força.
No entanto, como lembraram alguns entrevis-
tados, essas oportunidades não devem induzir ao
comodismo de aguardar a realização de eventos
internacionais para atualizar-se. Igualmente indis-
pensável é utilizar a internet e os veículos de co-
municação especializados. Num mundo em que,
por força da competição em velocidade eletrônica,
as inovações são incorporadas imediatamente às
matérias-primas, aos processos, aos equipamentos
e aos serviços, o caminho para a sobrevivência
pode ser sintetizado em duas necessidades: estar
informado e, na medida que o capital permite,
equipado com o que houver de mais avançado. É,
em síntese, o que se pode depreender dos exem-
plos e depoimentos a seguir.
Venda no primeiro dia
Dado o fato de sua participação na K ter
introduzido a Rulli Standard Indústria e
Comércio de Máquinas, de Guarulhos
(SP), nos mercados europeu, norte-ame-
ricano e asiático, quinze anos atrás, a
empresa nunca mais deixou de participar
IMAGENS: DIVULGAÇÃO
Ipiranga faz três lançamentos mundiais de PEAD
Beneficiada como outras fornece- ro direcionado ao segmento de so- segmento de alto volume, como
doras pelo mercado demandante, pro para embalagens de detergen- bombonas e tambores de 100 a
pela segunda vez consecutiva a Ipi- tes, tensoativos e cosméticos, além 240 litros e tambores elanenados
ranga Petroquímica participou da de bombonas para produtos quími- de 200 litros.
K, onde fez três lançamentos mun- cos e agroquímicos. Características Na participação anterior da Ipiran-
diais de polietileno de alta densida- destacadas: excelente resistência ga na K, em 2001, “o objetivo foi
de para sopro: GD 5160, GD 5250 ao impacto, boa rigidez e resistên- mostrar ao mundo a empresa, que
e GV 0350. cia ao tensofissuramento. Já o GD era praticamente desconhecida”,
A primeira, um homopolímero, foi 03250 apresenta alta massa mo- segundo relata Jayme Lucchese
desenvolvida para a fabricação de lar. Esse copolímero, que segundo o Moura, gerente de desenvolvimento
recipientes de pequeno volume, em fabricante oferece excelente resis- e especialidades. “Em nossa avalia-
processo injeção-sopro. Na área de tência química e alta resistência ao ção, o resultado foi muito além das
embalagem, é indicada para tampas impacto, foi desenvolvido para o expectativas”, ele conta. Já no iní-
injetadas, bisnagas, bocais de cre- cio da atual edição da feira, “os
me dental, frascos para sucos, resultados do investimento ante-
bebidas lácteas e recipientes de rior puderam ser sentidos, com
uso geral com capacidade de até visitas em grande quantidade – e
2 litros. A empresa destaca, de ótima qualidade, além da ex-
entre suas características, a boa celente receptividade aos três
resistência a empilhamento e a lançamentos”.
impacto, além de elevada produti- Ipiranga:
vidade. A GF 5250 é um copolíme- (51) 3216-4449 • www.ipq.com.br
tiva do que em anos anteriores. Embora descapitalizados, os midor final nem de longe foi afetado por ele. Em outras pa-
empresários brasileiros sabem quanto é importante manter- lavras, aumentamos nossas vendas, pois houve um reaqueci-
se atualizado tecnologicamente, antecipando-se às várias mento do consumo, mas estamos com sérios problemas de
tendências do mercado internacional. Especialmente porque caixa. Todo mês temos que bater na porta de nossos clientes,
muitos deles já vêm a exportação como uma saída bem viá- para negociar um possível aumento – e na maioria das vezes
vel para a crise no mercado doméstico. não somos bem sucedidos. Na velocidade em que esses au-
mentos vêm ocorrendo, a situação de boa parte das empre-
No total, foram à K mais de 3 000 sas começa a dar sinais de enfermi-
brasileiros. Como pode ser inter- “Na velocidade em dade. O capital de giro já se foi faz
pretada essa presença? algum tempo.
Como disse anteriormente, o em- que os aumentos das
presário brasileiro está suficiente- Lá fora o processo de alta dos insu-
mente maduro para reconhecer a
importância de fazer parte de um ce-
matérias-primas vêm mos tem sido igualmente negativo
para o setor de embalagens flexí-
nário internacional e respirar as no- veis?
vidades tecnológicas e mercadoló-
ocorrendo, a situação de Creio que o mercado internacional
gicas. E isso não é de agora. Ano a também está sofrendo com esses au-
ano a presença brasileira em even- boa parte das empresas mentos contínuos, mas de uma for-
tos como a K, a PackExpo e a Inter- ma mais equacionada. Até porque
pack aumentam. Só tivemos uma do mercado de embalagens as petroquímicas não saem mês a
queda de participação nos eventos mês impondo novos preços para
realizados logo após o 11 de setem- flexíveis começa a dar seus produtos. A força dos converte-
bro. E repito: essa participação in- dores não permite tal situação. Nor-
ternacional só tende a se fortalecer, malmente, nos mercados externos,
uma vez que o empresário quer
sinais de enfermidade. trabalha-se através de contratos, ou
mesmo estreitar sua relação com seja, os preços são pré-determina-
empresas internacionais que pos- O capital de giro dos por 120 a 180 dias, com corre-
sam ser potenciais clientes ou ções futuras.
mesmo potenciais parceiros em suas já desapareceu há
negociações internacionais. Na opinião do senhor, quais os me-
algum tempo” canismos e ações de que o Brasil
A atual taxa de ociosidade do setor dispõe para diminuir o ritmo dos
de embalagens flexíveis, de 10%, revela-se baixa na compa- aumentos das matérias-primas derivadas do petróleo?
ração com a da indústria de plásticos em geral (25%). Essa Na ABIEF acreditamos que o governo poderia ter um papel
situação se deve a eventuais dificuldades de investimentos importante nessas negociações. Afinal, os aumentos são de-
produtivos? Ou estaria ligada ao simples aumento da de- sencadeados pela Petrobras. Por isso mesmo, estamos ten-
manda por embalagens flexíveis no país? tando mostrar às autoridades os prejuízos que o setor vem
Eu diria que está mais ligada a um aquecimento da deman- sofrendo, e como eles poderão afetar a atividade industrial e
da, sentido principalmente neste segundo semestre. Mas isso a economia como um todo. Chegamos até a cogitar algum
não significa que o setor está financeiramente saudável. tipo de incentivo governamental que viabilize as importa-
Continuamos amargando aumentos continuados no preço da ções de resina. Em paralelo, continuamos a promover reu-
matéria-prima, sem conseguir repassá-los. Também é neces- niões nas quais todos os elos da cadeia possam participar.
sário considerar que os volumes vendidos são cada vez Acreditamos que esta também é uma forma de mostrar que
maiores, mas a rentabilidade tem registrado queda constan- vai chegar um momento em que não haverá bons clientes
te. Por outro lado, o setor convive ainda com alguns equipa- para as petroquímicas.
mentos antigos e com baixa produtividade. Portanto, esses
dois fatores somados, aquecimento e baixa produtividade, Vem se observando nos últimos tempos a tendência, entre os
explicam a menor ociosidade. fornecedores de resinas, de oferecer especialidades, para
fugir da comoditização. De que forma isso tem afetado as
Em que medida a alta das matérias-primas, que somou 60% margens dos convertedores?
nos últimos nove meses, tem influenciado os índices brasi- As especialidades só ajudam os convertedores, uma vez que
leiros de consumo de embalagens flexíveis? podemos agregar valor às nossas embalagens. O problema é
Como não conseguimos repassar esses aumentos, o consu- que novamente as petroquímicas estão oferecendo essas es-
52 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
entrevista >>> Rogério Mani
pecialidades a preços pouco competitivos, muitas vezes su- tipo camiseta, as sacolas plásticas convencionais e filmes
periores aos praticados no mercado internacional. Tal práti- stretch e shrink. Só não exportamos mais por não termos
ca inviabiliza qualquer inovação. preços e custos competitivos.
Uma área onde se notam grandes avanços é a de filmes para Há notícias de que a China está investindo fortemente para
rótulos. A gama de produtos oferecidos pelos laminadores é tornar-se em poucos anos o principal país exportador de
cada vez maior. Seria a mesma tendência de busca por es- embalagens flexíveis. Ante a agressividade comercial que se
pecialidades e agregação de valor? observa nos chineses em outras
Sem dúvida. Os filmes para rótulos Do ponto de vista áreas, isso pode vir a ser uma
termoencolhíveis ou auto-adesivos ameaça para o setor que a ABIEF
garantem maiores margens de ga- tecnológico o Brasil está representa?
nho. Mas produtos assim só se tor- Certamente. E aí voltamos ao entra-
narão um boom no mercado nacio- ve competitivo imposto pelos cons-
nal, a exemplo do que já ocorre no
preparado para enfrentar tantes aumentos no preço da resina.
exterior, quando os convertedores Se estamos com a nossa sobrevivên-
sentirem firmeza em investir. Para a agressividade comercial cia ameaçada, como podemos ter
isso o setor precisa ter garantias de fôlego para exportar? Chegamos a
que o fantasma do aumento contí- de países como a China. um ponto em que, se não houver um
nuo de preços deixará de assombrar envolvimento efetivo de toda a
suas planilhas de custo. Mas talvez os converte- cadeia petroquímica, não apenas
deixaremos de nos inserir no con-
Recentemente, até por falta de in- texto internacional, como deixare-
formação adequada, a questão am-
dores e demais elos da mos de existir no mercado domésti-
biental tem colocado a indústria do co. Precisamos trabalhar com pre-
plástico numa situação complicada. cadeia de embalagens ços alinhados no mercado interno e
Já surgiram, por exemplo, leis ata- externo. Precisamos, urgentemente,
cando o uso de sacolas plásticas flexíveis não tenham desonerar as exportações.
nos supermercados. Quais as res-
postas da indústria para esse tipo estrutura financeira para O Brasil está preparado para en-
de problema? frentar essa ameaça?
A principal delas é a utilização de
materiais de rápida degradação. Al-
superar essa ameaça Do ponto de vista tecnológico, te-
mos todas as condições de competir
gumas empresas associadas à ABIEF já estão fazendo um em pé de igualdade. Mas talvez não tenhamos estrutura fi-
trabalho muito sério nesse sentido, colocando no mercado nanceira para tal. O que consigo enxergar no momento é
produtos feitos à base de resinas biodegradáveis, que já re- que, se não repassarmos os aumentos acumulados, devemos
ceberam o aval de marcas famosas como O Boticário, Gru- nos preparar para uma diminuição de estoques e, conseqüen-
po Pão de Açúcar e Natura. temente, de redução de produção. São medidas que definiti-
vamente inviabilizariam boa parte das nossas estratégias de
Diversas entidades de classe vêm afirmando que uma maior exportação.
participação das embalagens na balança comercial brasi-
leira é factível. A própria ABIEF decidiu colocar em práti- Em mercados mais desenvolvidos e aquecidos que o brasi-
ca um programa de incentivo às exportações do segmento leiro, registra-se tendência de crescimento do uso de emba-
de embalagens flexíveis. Que resultados a entidade teve até lagens flexíveis, em substituição às rígidas. Essa tendência
agora e quais produtos o senhor acredita terem maior po- ocorre também no Brasil?
tencial de vendas internacionais? Sim. Um bom exemplo é a aparição de embalagens stand-up
Embora não possa medir os resultados em números, sabe- pouch em mercados que até pouco tempo eram dominados
mos que o VIPE ABIEF – ferramenta de incentivo às expor- pelas embalagens rígidas. Esperamos que a indústria de fle-
tações, cujo objetivo é criar condições imediatas para a ex- xíveis cresça em volume cerca de 10% este ano.
portação de embalagens plásticas flexíveis através da equi-
paração do preço das resinas aos níveis internacionais – está Em que categorias de produtos o senhor diria que a substi-
tendo impacto muito positivo no caixa das empresas que se tuição de embalagens rígidas pelas flexíveis é mais acen-
propuseram a exportar. Hoje os produtos brasileiros com tuada?
maior penetração no mercado internacional são as sacolas Em alimentos e bebidas de maneira geral, e em alimentos
54 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
entrevista >>> Rogério Mani
prontos e semi-prontos em particular. Bom exemplo são os O BOPP versão matte é sem dúvida um material novo, que
retortable pouches, e as embalagens flexíveis para bebidas ainda tem um longo e promissor caminho a percorrer. Ele foi
especiais, como sucos prontos para beber e isotônicos. São introduzido no segmento de snacks e está ganhando adeptos
segmentos em que o surgimento de novos sistemas de aber- diariamente. Se existirem inovações, elas devem concentrar-
tura/fechamento reforçam a portabilidade da embalagem e se na redução de espessura dos filmes.
facilitam o chamado consumo nômade – em trânsito. Fora
desses dois segmentos-chave, também é possível perceber Fala-se muito no potencial nacional para os retortable pou-
algum movimento de adoção de no- ches, seguindo uma tendência inter-
vos tipos de embalagens flexíveis Ainda não existe o risco nacional, o que abriria uma disputa
pela indústria de higiene pessoal e dessas embalagens flexíveis com la-
limpeza doméstica. de haver problemas de tas de aço e de alumínio. Já obser-
vamos um lançamento pioneiro des-
Outra tendência de que se ouve fa- sa natureza na área de pescados.
lar muito, esta no campo da produ-
suprimento de resinas Qual a sua projeção para essa
ção, seria a de aumento do uso de questão?
equipamentos de banda estreita, to- no mercado interno. Trata-se de uma embalagem que a
mando mercado de embalagens médio e longo prazo certamente
produzidas em máquinas de banda Por outro lado, muitos conquistará uma fatia significativa
larga. Isso ocorreria devido à ne- dos alimentos prontos para consu-
cessidade de tiragens menores para convertedores estão na mo. A tecnologia ainda não está a
atender a multiplicidade de marcas pleno vapor no Brasil, talvez por
e de submarcas dos produtos, para questões de custo, e pela própria in-
suprir segmentos de mercado cada
iminência de enfrentar certeza da reação do consumidor.
vez mais focados. Tal informação é Mas quando começar a ser reconhe-
verdadeira? falta de estoque. É cida será uma embalagem de suces-
A especialização e o foco em tira- so absoluto, a exemplo do que ocor-
gens menores, em produtos com mais um reflexo dos re no Japão e em outros países
alto valor agregado, é sem dúvida desenvolvidos há tanto tempo.
uma tendência para a indústria de contínuos aumentos
embalagem como um todo. Todos Produtos tradicionalmente vendidos
buscam diferenciar-se, tornando-se
mais competitivos, e não há dúvidas
das matérias-primas em cartuchos cartonados têm mi-
grado para embalagens flexíveis.
de que uma maneira de atingir esses objetivos é investir em Que mercados o senhor destacaria para demonstrar o inver-
extensões de linha. Nesse sentido, os equipamentos de ban- so desse movimento, ou seja, o assédio de outros materiais a
da estreita de fato têm se mostrado uma boa alternativa para categorias em que as flexíveis até então eram absolutas?
a indústria de embalagens flexíveis, pois permitem o desen- Felizmente não me lembro de nenhum exemplo de caminho
volvimento de pequenas tiragens. contrário ao flexível. Na verdade, todas as estatísticas refor-
çam essa tendência de migração para o flexível, apontando-
Poucos meses atrás, o senhor disse que poderia haver pro- o como a embalagem que terá o maior crescimento em par-
blemas de suprimento de resinas no mercado interno caso ticipação, tanto por novas aplicações quanto pela substitui-
as petroquímicas optassem por aproveitar o cenário de pre- ção de materiais mais tradicionais.
ços altos no mercado internacional e exportar mais do que
o excedente. Isso está ocorrendo? Em termos de sistemas de impressão, fala-se muito no Brasil
Ainda não. Quem está na iminência de ter problemas de es- sobre o avanço da flexografia. Esse movimento de expansão
toque são os convertedores. Os aumentos constantes estão vem de fato ocorrendo?
tendo reflexos nos estoques, que poderão estar seriamente Sem dúvida. A verdade é que a impressão flexográfica evo-
comprometidos em pouco tempo. luiu tanto que mesmo especialistas encontram dificuldade
em diferenciá-la de uma impressão em rotogravura, por
O polipropileno bi-orientado (BOPP) se tornou nos últimos exemplo. Com o aumento do número de cores, esse sistema
anos a “bola da vez” em materiais para embalagens flexí- não deixa nada a desejar para outras técnicas. Além disso, a
veis, tendo avançado significativamente em áreas como ró- flexografia apresenta redução de custos e flexibilidade de
tulos, embalagens de sabonetes e snacks. Quais as próximas produção. Por tudo isso, é o sistema de impressão que mais
perspectivas de expansão desse material? se consolidou na indústria de embalagens flexíveis.
56 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2004
reciclagem >>> lubrificantes
Lavagem ecológica
Solvente promete estimular reciclagem de embalagens de óleos lubrificantes
undamentado na ação de catadores etapa inicial da reciclagem de plásticos como
RENOVAÇÃO –
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Supercau ganhou
abertura prática
(veja seqüência de
abertura ao lado) e
decoração litográfica
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62
CONGRAF
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Bubbaloo tem novo sabor em flow pack
Através de pesquisas cado de chicles os sabores “ex-
com jovens de 8 a 14 traídos” de frutas tropicais brasi-
anos de idade, a Cad- leiras, típicas de seu cotidiano. A
bury Adams detectou empresa resolveu então lançar o
que faltavam no mer- Bubbaloo Salada de Frutas, que
já vem com os sabores “mistura-
dos”. As novas gomas de mascar
são embaladas em flow packs
produzidos pela Inapel.
Gloss para
Assolan adota rótulos auto-adesivos estações quentes
A nova linha de saponáceos cremo- cas da família de produtos e o Mas- A Chlorophylla está lançando
sos Assolan chega ao mercado nas cote Assolan. uma linha de gloss com as cores
versões Pinho, Limão e Marine com que prometem ser a moda na pri-
rótulos auto-adesivos da Novelprint. mavera-verão: rosa e marrom.
O design da embalagem tem cores A embalagem primária, em poli-
que facilitam a diferenciação das propileno, é fabricada pela Ipel.
suas variantes na gôndola. Os rótu- A caixa de papelão é da Serze-
los seguem o padrão gráfico de toda graf, com design desenvolvido
a linha de produtos Assolan. As co- pela Chlorophylla.
res são as mesmas dos frascos, po-
rém em tons diferentes. Os frascos e
os rótulos foram criados pela agência
MDesign, mantendo as característi-
Plano completo
Após vender recentemente sua divisão
Abeaço tem novo presidente
de filmes de embalagens para um gru- Numa assembléia realizada da Companhia Siderúrgica
po de investidores, a belga UCB fe- em 28 de setembro a Asso- Nacional (CSN). Elio Cepol-
chou seu projeto de desinvestimentos ciação Brasileira de Embala- lina, membro do Conselho
com a venda total da divisão química gem de Aço (Abeaço) ele- Consultivo da Prada e vice-
(Surface Specialties) para a Cytec. A geu Luís Fernando Martinez presidente da Associação
UCB se concentra, agora, na área far- seu novo presidente. Marti- Brasileira de Embalagens
macêutica. O negócio de filmes já está nez, 39 anos, é engenheiro (Abre), permanecerá como
operando no Brasil sob o novo nome metalurgista e diretor comer- vice-presidente da entidade.
Innovia Films.
cial para o mercado interno www.abeaco.org.br