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São Paulo
2012
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
São Paulo
2012
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
BANCA EXAMINADORA:
Prof. ...........................................................
Universidade .......................
Convidado
Prof............................................................
Universidade.......................
Convidado
A minha noiva, familiares e amigos.
AGRADECIMENTO
Ao professor Dr. Antônio Marcos Vargas Oliveira, pela orientação, apoio e confiança.
Agradeço as empresas que permitiram a realização das entrevistas e devido a estas este
estudo pode ser concluído.
RESUMO
The good Brazilian economic stage has enabled the emergence of new companies. In
many cases these do not exist in the first year of activity, so that this situation does not
occur requires some basic skills that assist management and business continuity. The
objective of this work is to identify the competencies (knowledge, skills and attitudes)
for basic management companies in its first year of activity, and identify the presence of
such evidence in the region of Santa entrepreneurs Efigênia - Sant Paul / SP - Brazil.
The methodology used was the literature search and exploratory field research. To
obtain the data used was questionnaire through personal interview. As a result, one can
see that even varying from one activity area to another, such skills are linked to
planning, financial control, marketing and human resources, and behaviors that meet the
business objectives. Field research can raise hypotheses due to the sample size on the
profile of entrepreneurs in the region and the presence of skills studied in these
individuals. Entrepreneurs are the managers of micro-enterprises with up to two years of
activity that started business activities with its own resources and have experienced
difficulties that can make a company disappear. The presence of skills was noted only
partially due to the absence of aid in situations such as writing a business plan and
superficial analyzes of business. These hypotheses can be further studied and verified
for a deeper about the topic in question.
Gráfico 13 – Dificuldades 56
Gráfico 14 – Em atividade 56
EI - Empresa Individual.
ME – Microempresa.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 13
4. CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................... 61
1. INTRODUÇÃO
Somente de 2009 para 2010, segundo dados do Portal Brasil (2011), o crescimento de
empresas no âmbito nacional chegou a 101%, com forte tendência de que o número seja
superado em 2011. Destas, 346.651 foram criadas no estado de São Paulo. O Portal Brasil
(2011) ainda destaca que o que colaborou para o forte crescimento foi o programa
Empreendedor Individual.
Esta taxa de mortalidade das empresas brasileiras em seu início de atividade sempre foi um
fantasma para os empresários. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), realiza de maneira periódica análises destas taxas e seus principais fatores
condicionantes. No relatório de monitoramento da sobrevivência e mortalidade das empresas
de São Paulo, o SEBRAE (2011) divulgou certa tendência de queda no índice de mortalidade
das empresas paulistas com menos de um ano de existência. Este relatório aponta que 27%
destas empresas deixam de existir em seu primeiro ano de atividade, e as principais causas
deste alto índice são:
Relatórios anteriores também apontavam as mesmas causas, no entanto não na mesma ordem,
o que mostra que os empresários paulistas, proprietários de estabelecimentos em início de
atividade, tendem a enfrentar as mesmas situações que outros enfrentaram anteriormente. Para
atenuar ou solucionar os efeitos destes problemas simples competências podem ser utilizadas,
estas competências visam conhecimentos, habilidade e atitudes inerentes a gestão empresarial.
1.1 Problema
Diante deste contexto, onde cresce o número de empresas e os fatores que ocasionam sua
mortalidade continuam praticamente imutáveis, com base na bibliografia a respeito do tema,
são realmente encontradas competências básicas para gerir empresas em empresários da
região da Santa Efigênia?
1.4 Justificativa
O Brasil vem sendo passando por uma fase favorável da economia, segundo dados do IBGE
(G1, 2011). O crescimento da economia brasileira em 2010 foi de 7,5%, e em comparação
com outros 16 países realizada pelo site G1 em 03 de março de 2011, o Brasil só perde para
China e Índia, superando outros países da zona do euro. Essa virada na economia brasileira,
que ao longo de muitos anos passou por turbulentas fases, trouxe diversos benefícios. Um
deles foi o aumento do poder aquisitivo da população.
Ao mesmo passo em que o poder de compra aumentou, surge um mercado em potencial, uma
oportunidade vislumbrada por empreendedores formais e informais. Segundo Braun (2011)
em um estudo realizado pela consultoria Accenture com cerca de 8 mil consumidores em 8
países, o Brasil lidera o consumo por eletrônicos em 2010. A procura por celulares e outros
dispositivos móveis lidera a pesquisa. Um dos locais onde o consumidor tende a procurar por
estes aparelhos eletrônicos é a região comercial da Santa Efigênia, conhecida pela sua
quantidade de lojas, na maioria, especializadas em eletrônicos. Atraídos pelo bom mercado e
baixo custo para manter um empreendimento, muitos empresários migram para esta região.
Atualmente não existem pesquisas ou estudos que mostrem quantas empresas ativas existem
na região da Santa Efigênia, porém em consulta realizada no banco de dados de empresas
ativas disponível no portal eletrônico da Junta Comercial do Estado de São Paulo – JUCESP
(2012), em 01 de junho de 2012, são apresentadas um total de 7787 empresas ativas na região.
Na pesquisa ao banco de dados foi levada em consideração a variação da nomenclatura do
bairro, que em alguns casos pode aparecer como Santa Ifigênia e em outros como Santa
Efigênia. Ainda em relação à consulta, o resultado mostrou que a maior concentração é de
micro empresas com um total de 4995 empresas ativas, o que representa 64,14% das empresas
da região.
1.5 Metodologia
Para atingir os objetivos propostos por este trabalho foi realizada pesquisa bibliográfica de
cunho exploratório, que para Cervo (2007) tem como objetivo encontrar respostas a
problemas formulados e o recurso utilizado para isso é a consulta dos documentos
bibliográficos, em conformidade com a afirmação, Barros (2007, pág. 85) relata que a
“pesquisa bibliográfica é a que se efetua tentando resolver um problema ou adquirir
conhecimentos a partir do emprego predominante de informações advindas de material
gráfico, sonoro e informatizado”. Os documentos pesquisados neste trabalho foram de
natureza secundária, que para Cervo (2007, pág. 80) “são dados colhidos em relatórios, livros,
revistas, jornais e outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas”. A pesquisa
bibliográfica deste trabalho esta voltada a temas relacionados à gestão empresarial,
competências básicas para gerir empresas e a mortalidade das empresas.
Aliada a pesquisa bibliográfica, foi realizada a pesquisa de campo que para Vergara (2000,
pág. 47) “é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno
ou que dispõe de elementos para explica-lo”, em complemento, Barros (2007, pág. 90) afirma
que a “pesquisa de campo favorece o acúmulo de informações sobre fenômenos” e para Cervo
(2007, pág. 80) “são dados coletados em primeira mão”, sendo assim a maneira mais
adequada para se chegar aos objetivos propostos por este trabalho foi a pesquisa de campo.
Esta foi realizada por meio de entrevista pessoal que para Samara (2002), é o método de
coleta de dados mais largamente utilizado em pesquisas, e com ele se obtém o maior número
de informações possível do entrevistado. Esta entrevista foi realizada através de formulário
pré-impresso contendo questões objetivas com características quantitativas acerca dos temas
apresentados no objetivo.
encontro aos objetivos propostos. A amostragem ainda foi definida por critério de
acessibilidade, que segundo Vergara (2000), este tipo de amostra facilita o acesso aos
elementos e esta longe de qualquer procedimento estatístico. Devido ao grande número de
empresas na região, este tipo de amostragem foi a mais eficiente para o trabalho. A amostra
foi composta por 20 empresas de micro e pequeno porte, que estão situadas na região
pesquisada, representando 0,40% do universo.
Para a coleta de dados foi utilizado formulário pré-impresso, para Vergara (2000) o
formulário é o meio-termo entre questionário e entrevista. Para a elaboração do formulário
foram utilizados os conceitos abordados acerca dos objetivos propostos por este trabalho e
listados todos os aspectos voltados para os objetivos e transformados em perguntas fechadas,
que são, segundo Samara (2002), perguntas onde o entrevistado só pode dar uma resposta, e
isso facilita a obtenção de dados. O apêndice A apresenta o formulário referente a esta
pesquisa.
Ocorreram casos em que, por motivo da empresa não estar mais em atividade, o entrevistado
concedeu as respostas por telefone. Esta situação ocorreu em 10% dos casos. Tanto as
entrevistas pessoais quanto as telefônicas ocorreram dentro de um tempo de aproximadamente
15 minutos e foram realizadas do dia 31 de julho de 2012 à 5 de agosto de 2012.
A tabulação é, segundo Barros (2007) o processo pelo qual se apresentam os dados obtidos da
categorização de tabelas. Nesta pesquisa foi utilizada a tabulação simples, que para Samara
(2002), é usado quando o entrevistado só pode dar uma resposta. A tabulação será realizada
com o auxílio de planilha eletrônica.
Os dados foram tratados de forma quantitativa, com o auxílio de quadros e tabelas, e para
Barros (2007) os dados dispostos de maneira gráfica auxilia a análise e a interpretação e
facilita o processo de inter-relação com as hipóteses do estudo. Portanto, os resultados serão
apresentados por meio de gráficos. Foi realizada a análise geral dos dados, que seguindo
Samara (2000) é um resumo dos principais dados descritos nas tabelas de tabulação e deve ser
um texto que responda os objetivos do trabalho.
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Para a elaboração deste trabalho foram levantadas bibliografias referentes aos assuntos:
Administração, Gestão Empresarial, Competências e Empreendedorismo, estes assuntos estão
divididos em tópicos presentes no segundo capítulo. Já o terceiro capítulo aborda a coleta e
apuração dos dados obtidos através da pesquisa de campo por meio do formulário presente no
apêndice “A”. O último capítulo deste trabalho traz as considerações sobre o estudo em
questão e sobre o resultado da pesquisa.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo são abordados conceitos pertinentes ao objetivo proposto por este trabalho, são
explorados conceitos sobre o cenário econômico atual e as possibilidades que ele gera para a
criação de empresas. Em seguida são explorados temas sobre empreendedorismo, no que
tange o perfil do empreendedor brasileiro, passando pela classificação de empresas, a
evolução do tema empreendedorismo e o perfil do empreendedor brasileiro. Logo após são
abordados assuntos ligados a criação de empresas, e competências básicas para a gestão de
pequenas empresas, e por fim são evidenciados assuntos relevantes a taxa de mortalidade das
micro e pequenas empresas e as principais causas.
Já faz algumas décadas que o Brasil vem se tornando cada vez mais estável, passando a ter
papel importante no mercado econômico mundial. Segundo Souza (2009) essa melhora no
posicionamento do país na economia mundial, se deu graças a três mudanças ocorridas no fim
do século XX, foram elas: a abertura do mercado as importações, as privatizações e o fim da
inflação. Como resultado, o país, passou a ser considerado em março de 2012, a sexta maior
economia do mundo, ficando atrás de países como Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e
França. Esse ranking, divulgado pelo Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial, baseia-se
no Produto Interno Bruto (PIB) dos países no ano de 2011 (EXAME, 2012). Segundo
O’Sullivan (2004) PIB é o valor de todos os bens e serviços finais de um país dentro de um
período de tempo. Existem várias definições e maneiras de se calcular o PIB de um país, no
entanto, a finalidade deles é, segundo Souza (2009), retratar o fluxo de riquezas de um país. O
PIB representa o crescimento econômico.
Para Souza (2009) o crescimento econômico de um país esta vinculado a quanto ele produz,
uma vez que esta produção gerará mais empregos e em consequência, mais renda circulará e o
padrão de vida crescerá. O Gráfico 1 demonstra a variação o PIB e o PIB per capta do ano de
2000 ao ano de 2010. Segundo Mendes (2004) PIB per capta é o valor monetário produzido
por um país dividido pela sua população, esse resultado permite avaliar a quantidade média de
bens e serviços para cada habitante.
20
8
7,5
6,5
6 6,1
5,7
4,9 5,2
4 4,3 4,3 4 4,1
3,2
2,8 2,7 2,7
2 1,9
1,3 1,2 1,1
0 -0,2 -0,2
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008-0,62009 2010
-1,6
-2
-4
Demonstrando a evolução econômica do Brasil, o IBGE (2012) divulgou que o país teve um
crescimento econômico de 7,5% em 2010 em relação a 2009, para Souza (2009), crescimento
econômico nada mais é do que o crescimento do PIB, e esta é uma meta obsessivamente
perseguida por políticos e economistas no mundo todo. Ainda para Souza (2009) o que
determina a capacidade de um país crescer mais que o outro são os estoques dos fatores de
produção que são: a terra, o trabalho e o capital. Essa capacidade de crescer também esta
ligada a produtividade destes fatores, ou seja, o quanto eles podem gerar. Partindo destas
afirmações pode-se dizer que o país tornou-se mais produtivo em 2010 em comparação a
2009.
Em 2011, mesmo em meio a uma “turbulência econômica” causada pela crise mundial, o país
apresentou conforme IBGE (2012), uma variação de 2,7% no PIB em relação a 2010,
totalizando R$ 4,143 trilhões, o que reforça ainda mais o bom momento da economia
brasileira que vem se fortificando e crescendo ao longo dos anos. Acompanhando o mesmo
ritmo do país, o estado de São Paulo, também obteve bons índices de crescimento econômico,
e a tabela 1 evidencia a evolução do PIB do estado de 2002 a 2011, indo ao encontro da
evolução nacional.
21
Fonte: Adaptado de Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados - FUNDAÇÂO SEADE (2010, 2011 e
2012).
Como resultado dessa melhora na economia ocorreu um aumento no consumo dos brasileiros.
Segundo Maximiano (2011, pág. 43) “um dos elementos que fazem parte do PIB é o
consumo, que representa as despesas das famílias com bens e serviços”, também houve uma
mobilidade de classes sociais melhorando o padrão de vida dos brasileiros e com isso criou-se
oportunidades de negócios. Desde 2005 o consumo das famílias brasileiras vem aumentando,
como pode ser observado na tabela 2.
Com foco nesse mercado em expansão, surgem fatores favoráveis e faz com que mais pessoas
optem por se tornar empreendedores. Para Maximiano (2012), muitas pessoas optam por abrir
um negócio devido às oportunidades. Maximiano ainda refere que existem três fatores da
conjuntura econômica que são primordiais para o desempenho de qualquer negócio:
crescimento econômico, inflação ou deflação e taxa de juros. O Brasil vem tornando estes
fatores favoráveis ao longo de sua trajetória econômica. O aumento do PIB, o aumento do
consumo e a taxa de juros controlada criam um ambiente favorável para início de um negócio.
Este conjunto de fatores favoráveis possibilitou um crescimento, de 2009 para 2010, segundo
Portal Brasil (2011), de 101% no número de empresas criadas no Brasil. Segundo o SEBRAE
(2011) existem cerca de 5,1 milhões de empresas no país, sendo que 1,5 milhões estão
localizadas no estado de São Paulo. Em complemento o Portal Brasil (2011) afirma que o
maior desempenho de criação de novas empresas, de 2009 a 2010, foi o da região sudeste. Os
estudos apresentados pelos órgãos não demonstram a quantidade de empresas criadas por
porte. No entanto, do total das empresas brasileiras, 98% são classificadas como micro e
pequenas empresas (MPE’s).
Segundo dados do SEBRAE (2011) existem cerca de 5,1 milhões de empresas no país, e
estas refletem o mercado brasileiro. Esta totalidade está dividida em grupos, esses por sua vez
podem seguir classificações quanto a quantidade de funcionários ou faturamento bruto anual,
além de outros critérios. Segundo Longenecker (1997) os critérios de classificação das
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empresas variam, e podem ser aplicados para diferentes tipos de negócios, e o melhor critério
depende do propósito do usuário. No Brasil, levando em consideração o enquadramento por
faturamento bruto anual, conforme critérios da Lei Complementar N.º 123, de 14/12/2006
(BRASIL, 2006), as empresas podem ser classificadas de acordo com o quadro 1.
Outras classificações para empresas de médio e grande porte são determinadas pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e levam em consideração, assim como a Lei
Complementar N.º 123, o faturamento das empresas. Contudo estas classificações expostas
pela Lei Complementar N.º 123, contemplam cerca de 98% das empresas brasileiras, e em
suma retratam explicitamente o perfil empreendedor brasileiro.
As empresas são consideradas mais do que agentes econômicos, para Arantes (1994), as
empresas devem ser consideradas agentes do progresso e da riqueza social, sendo assim as
empresas estão ligadas ao crescimento e desenvolvimento de um mercado, neste caso a
evolução da economia brasileira.
Embora seja difícil mensurar a participação das pequenas empresas na economia, elas
contribuem inquestionavelmente, há muitos anos, para o bem-estar econômico
(LONGNECKER, 1997). A contribuição das pequenas empresas para a economia é citada por
Dolabela (1999), que afirma que após a Primeira Guerra Mundial, na década de 1920, na
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Inglaterra, pesquisas demonstravam que as pequenas empresas geravam mais empregos que
as grandes organizações E o que se percebe é que desde então o papel das MPE’s obteve mais
importância na economia. Dentre destas contribuições estão a criação de novos empregos, que
Longenecker (1997), define como o fornecimento de novos empregos que a economia e a
população precisam, enquanto as grandes empresas estão “achatando” sua estrutura demitindo
pessoas, as MPE’s criam oportunidades de emprego. Outras contribuições estão ligadas as
inovações, estimulação da competitividade econômica, auxílio a grandes empresas e produção
de bens e serviços de maneira eficiente (LONGENECKER, 1997).
Contudo a pequena empresa ainda não é notavelmente percebida pela sua importância, as
pessoas estão acostumadas a identificar como pólos da economia apenas o Estado e as
grandes empresas (DOLABELA, 1999). No entanto, conforme Lima Júnior (2009, p. 31):
Desta maneira fica mais evidente que as pequenas empresas são parte crucial da economia.
No Brasil, por exemplo, elas têm uma representatividade enorme, indo ao encontro da
importância das pequenas empresas para o país:
O Brasil não é exceção e, pelo estágio econômico em que se encontra, parte
significativa de seu desenvolvimento se apóia nas tarefas de micro, pequenas e
médias organizações, responsáveis Pela manutenção do nível de emprego e eficiente
combate à sombria distribuição injusta de renda. (MACHADO, 2005, p. 01)
O mercado empresarial brasileiro é constituído em sua maioria por MPE’s e elas possuem
uma importância ímpar para a economia, entretanto existe um fenômeno responsável pelo
crescimento das pequenas empresas no Brasil. Este é o empreendedorismo, velho conhecido
de alguns, uma nova visão para outros, dentre várias teorias que descrevem esse agente da
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No Brasil o fenômeno passou a ganhar mais força em 1990, quando, segundo Dornelas
(2005), foram criados o SEBRAE e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software
(Softex). Vale ressaltar que, conforme afirmação de Dornelas (2005) antes de 1990
praticamente não se falava em empreendedorismo no país, uma vez que o ambiente, tanto
político quanto econômico não eram propícios, e, além disso, não haviam informações que
auxiliassem o empreendedor em seus desafios diários.
Em contrapartida Dolabela (1999) afirma que esta revolução silenciosa, que esta apenas
começando, se referindo ao empreendedorismo, teve seu início em 1981 através de uma
iniciativa do professor Ronald Degen em um curso chamado “Novos Negócios", ministrado
na Escola de Administração de Empresas Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, e que logo
depois começou a difundir-se pelo país. Mesmo que possuindo pontos de partidas diferentes o
conceito abordado de que o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, passa a ser valido,
a medida que se analisa o contexto empresarial brasileiro.
26
Contudo a afirmação de Maximiano (2012) que leva como referência a pesquisa sobre o
empreendedorismo brasileiro, onde a mesma revela que 68% dos empreendedores iniciaram
um negócio vislumbrando uma oportunidade e 32% por necessidade, demonstra o perfil
empreendedor do brasileiro. Para Dornelas (2005) o processo empreendedor se inicia na fase
de identificação de oportunidades, onde o indivíduo percebe uma possibilidade de iniciar um
negócio O processo de identificação de oportunidades segue tendências de mercado
(SEBRAE, 2012). Para Chér (2002) oportunidade é um fenômeno exterior que pode ser
isolado, transformado e utilizado, já para Dolabela (1999, p. 87) “é uma idéia que esta
vinculada a um produto ou serviço que agrega valor ao seu consumidor, seja através de
inovação ou diferenciação”. Ainda para Dolabela (1999) a oportunidade é algo que atende a
demanda dos clientes e tem potencial para gerar lucros.
O mercado brasileiro, favorecido pelo aumento de renda e consumo das famílias brasileiras,
tem contribuído para esse índice de negócios iniciados pela perspectiva de oportunidades.
Segundo Afirmação de Chér (2002) a oportunidade é um conceito de “da janela para fora”, o
mesmo afirma Dolabela (1999) ao se referir ao mercado e a criação de oportunidades, pois
uma oportunidade pode se abrir e fechar assim como uma janela, na mesma direção Hisrish
(2004, p. 54) conceitua a janela de oportunidade como “o período de tempo disponível para a
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Ao iniciar um negócio muita gente acredita que o primeiro passo é alugar um imóvel, adquirir
uma linha telefônica, comprar móveis usados, adquirir máquinas e equipamentos para
produção de bens e serviços, e, se possível financiar tudo, depois contratar-se pessoas,
anuncia o negócio e apela pela sorte. Essa é a mentalidade de muitos empreendedores
brasileiros e é a receita para o fracasso (CHÉR, 2002). A criação de um empreendimento vai
muito além de aquisições, contratações e sorte.
Existe um processo a ser seguido e a avaliação das oportunidades é o primeiro passo para
evitar o fracasso empresarial, o segundo passo é, conforme Dornelas (2005), desenvolver o
plano de negócios conforme Figura 1 que detalha esse processo.
Para Dornelas (2005) o negócio inicia-se pela análise da viabilidade da oportunidade, essa
avaliação não é tarefa fácil, pois deve atender a alguns aspectos, como:
O empreendedor ainda deve atentar-se para as variáveis desses aspectos, que de maneira
geral, podem ou não avaliar uma oportunidade como boa ou ruim (DORNELAS, 2005). O
quadro 3 apresenta estes critérios.
Pessoas da equipe;
Equipe Gerencial Formação das pessoas;
Envolvimento com o negócio.
Para Hisrish (2004) a análise da oportunidade não é o plano de negócios, é uma análise que
leva somente em consideração a oportunidade.
Para Longenecker (1997) é normal que empreendedores, levados pela ansiedade de começar,
acabem negligenciando o estágio de planejamento. Outro motivo para tal descuido, pode estar
no fato de não proverem de fundos suficientes e nem experiência necessária para realizar um
estudo de viabilidade. Um plano de negócios é sem sombra de dúvidas o caminho que a
empresa precisa seguir, é uma previsão do seu futuro, uma perspectiva do que o negócio pode
apresentar, para Maximiano (2011) o plano de negócios se assemelha a planta de uma casa,
contendo, além de toda a estrutura, o orçamento para realiza-la. Para Dornelas (2005, p. 98)
“é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que
sustenta a empresa”. Em complemento Dolabela (1999, p. 127) afirma que o plano de
negócios “é a validação da idéia, a análise da sua viabilidade como negócio”. Portanto o plano
de negócios é a ferramenta fundamental para antecipar acontecimentos e se prevenir de um
eventual infortúnio que resulte em fracasso. Para Longenecker (1997) o plano de negócios
deve ter abrangência de três a cinco primeiros anos de atividade, e isso vai ao encontro na
afirmação de Dornelas (2005) de que o índice de mortalidade das MPE’s em seus primeiros
anos de atividade atinjam percentuais muito altos.
Os altos índices de empresas que deixam de existir em seus primeiros anos de atividade
refletem a necessidade da realização de um plano de negócios, no entanto para Bang (1998
apud DORNELAS, 2005, p. 99) ao questionar um empreendedor que não realizou seu plano
de negócios, ele certamente responderá que não necessita de um, ou que o plano esta em sua
mente, ou que não sabe como começar o plano, ou que não disponibiliza tempo para realizar o
plano, ou que não possui habilidades com números ou então que possui dinheiro o suficiente
para ter sucesso. Mesmo com essas fugas por parte de alguns empreendedores, o plano de
negócios tem como objetivos conseguir, segundo Dornelas (2005):
• Entender o negócio;
• Gerenciar e tomar decisões sobre a empresa;
• Acompanhar o dia-a-dia da empresa;
• Conseguir financiamentos;
31
• Identificar oportunidades;
• Estabelecer uma comunicação eficaz, tanto com o público interno quanto com o
externo.
Um plano de negócios é a reta final do empreendimento (CHÉR, 2002), ele deve seguir uma
estrutura básica. O quadro 4 detalha as partes que a estrutura do plano de negócios deve
contemplar.
Ao ponto que elabora o plano de negócios o empreendedor pode se deparar com diversas
barreiras que podem representar o fracasso, todavia um plano de negócios bem elaborado é o
caminho para o sucesso empresarial.
Doenças
1. Metas irreais;
2. Incapacidade de antever obstáculos;
3. Falta de pontos de controle, de indicadores e de
acompanhamento;
4. Falta de compromisso;
5. Incapacidade de revisar metas e objetivos;
6. Incapacidade de aprender pela própria experiência.
Um dos processos iniciais de uma empresa é a captação de recursos, ou seja, de onde vira os
recursos financeiros necessários para garantir o sucesso, para Longenecker (1997) a
dificuldade de adquirir financiamento é um problema crítico para o empreendedor, esta falta
de dinheiro, onde e como consegui-lo é uma barreira para se iniciar um negócio, em
complemento Chér (2002) afirma que é difícil aceitar tal situação, uma vez que as pequenas
empresas possuem um peso muito grande na economia do país. Para Dornelas (2005) além da
falta de incentivo ao financiamento das MPE’s, por parte do governo, as linhas oferecidas
para financiamentos possuem taxas altas e exigibilidade de garantias. Para Santos (2010) a
garantia é, em seu aspecto de risco, a vinculação de um bem ou uma responsabilidade que
pode ser convertida em valor para assegurar a liquidação do crédito, a garantia representa os
riscos envolvidos na operação de crédito. Sendo assim quanto maior o risco maior a
exigibilidade de uma garantia. O risco, segundo Tsuru (2009), é a possibilidade que uma
33
pessoa física ou jurídica possui de não honrar com o crédito adquirido, esse risco possui
critérios de classificação estabelecidos pela Resolução BACEN N.º 2.682/1999.
O risco que as pequenas empresas representam para o mercado financeiro esta ligada a alta
taxa de mortalidade, além dessa dificuldade de conseguir financiamento. Segundo Chér
(2002) a falta de informação sobre as linhas de crédito disponíveis é outra barreira para o
empreendedor, uma vez que o mesmo pode acabar utilizando a linha menos indicada para sua
necessidade. Com todas estas barreiras para o financiamento, o empreendedor busca apoio em
familiares, amigos e em suas economias pessoais, conforme afirma Dornelas (2005, p. 176) “é
o tipo de financiamento mais comum e que geralmente é conseguido devido a fatores pessoais
e do ambiente que cerca o empreendedor”.
Vale ressaltar que existem programas de incentivo dos governos municipais, estaduais e
Federal (Dornelas, 2005). Segundo Chér (2002) os três principais fundos de aval são: O fundo
de Aval para Geração de Emprego e Renda (Funproger) constituído com o Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT), o outro é o Fundo de Garantia para a Promoção de Competitividade
(FGPC) gerido pelo BNDES e o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas de Pequeno
Porte (Fampe) gerido pelo SEBRAE.
Estas fontes de financiamento, em sua maioria, são parcerias entre governo e entidades,
porém em muitos casos a burocracia envolvida no processo para aquisição do financiamento
34
Gerenciar uma empresa não é uma tarefa fácil, contudo não é impossível :
Após seguir os passos do processo de empreender a empresa ainda se depara com a parte mais
crucial, de como será feito o seu gerenciamento. A tarefa de gerenciar uma empresa sempre
foi vinculada ao administrador, contudo em um contexto onde o empreendedor realiza todos
os processos dentro da empresa, e conforme afirmação de Longenecker (1997) a falta de
dinheiro e pessoal capacitado para gestão são novas barreiras. Para Arantes (1994) não se
pode confundir o administrador como somente aquele indivíduo formado em escolas de
administração. O administrador está vinculado às tarefas rotineiras da empresa. Para Dornelas
(2005), o empreendedor é um administrador, contudo ele possui uma característica que o
diferencia dos demais administradores, como gerentes ou executivos. Os empreendedores são
mais visionários.
Sendo tarefa do empreendedor a gestão da empresa, fica ainda mais claro se tratando de
pequenas empresas, e no contexto brasileiro,:
Em complemento Drucker (2002, p. 61), afirma que o primeiro dever de quem gerencia uma
empresa é “lutar pelos resultados econômicos melhores possíveis a partir dos recursos
empregados ou disponíveis.”. Para gerir uma empresa e evitar um fracasso, o empreendedor
precisa ter, conforme Hisrish (2004, p. 456) “[...] habilidades e estratégias administrativas em
áreas como controle financeiro e de registros, controle de estoque, recursos humanos,
marketing e planejamento [...]”. Para Maximiano (2011), como administrador o empreendedor
deve desempenhar três papéis tomar decisões, lidar com pessoas e lidar com informações, o
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comportamento pouco desenvolvido do empreendedor atual vem de encontro com esses três
pilares.
Já para Dornelas (2005) gerenciar uma empresa inclui o estilo de gestão, controle dos fatores
críticos de sucesso, identificação de problemas atuais e potenciais, implementar um sistema
de gestão, profissionalizar a gestão e entrar em novos mercados. Basicamente o empreendedor
necessita atribuir ao seu dia-a-dia o processo administrativo, que para Chiavenato (2009),
trata-se de planejar, organizar, dirigir e controlar.
Planejamento:
previsões sobre o futuro e
designar um caminho a seguir;
Controle: Organização:
envolve a análise de se tudo o distribuição dos recursos,
que foi planejado foi executado.
responsabilidades e atividades.
Direção:
orientar e conduzir as pessoas;
Contudo Longenecker (1997), afirma que o empreendedor típico não possui habilidades
gerenciais, e para isso ele pode contar com assistências externas. Esta assistência gerencial
pode ser por meio de consultoria gerencial, incubadoras de negócios e outros serviços
profissionais e empresariais.
36
Quadro 6 – Competências.
Conhecimentos Habilidades Atitudes
C H A
Saber Saber Fazer Querer Fazer
Conhecimentos técnicos, Experiência nos conhecimentos Ter atitudes compatíveis para
escolaridade, cursos, técnicos, ter colocado em atingir eficácia em relação aos
especializações, etc. prática o saber. conhecimentos e habilidades
adquiridas ou a ser adquirido.
A partir do quadro 6, pode-se afirmar que o empreendedor competente é aquele que sabe, ou
seja, possui conhecimento sobre o assunto, sabe fazer, pois já possui experiência e realiza a
37
partir do conhecimento adquirido. Contudo, para Arantes (1994), gerir uma empresa exige
habilidades especiais e para que esta gestão contribua para os resultados é necessário o
atendimento de um conjunto de requisitos. Pode-se então montar um perfil das competências
necessárias para gerir uma empresa, as quais um empreendedor necessita dominar.
2.4.1 Conhecimentos
Durante muito tempo foi pregado que o empreendedor era inato, hoje cada vez mais acredita-
se que o perfil empreendedor pode ser ensinado (DORNELAS, 2005). Na mesma direção
desta afirmação Degen (2009), afirma que indivíduos graduados possuem um preparo melhor
do que os que não possuem nenhum preparo, uma vez que os graduados possuem maior
autoconfiança e acúmulo de conhecimentos. Sendo assim, o empreendedor necessita adquirir
o máximo de conhecimento possível para gerir a empresa. Os conhecimentos necessários
variam de empresa para empresa, (LONGENECKER, 1997), no entanto optar por um ramo de
negócio que se enquadre com seus conhecimentos, segundo Razzolini Filho (2010), auxilia o
planejamento, além de aumentar as possibilidades de sucesso.
2.4.2 Habilidades
2.4.3 Atitudes
Para Hisrish (2004) o fracasso empresarial é, além de algo doloroso para o empreendedor,
algo comum e que pode ser evitado se fosse prestada a devida atenção a fatores críticos na
operação da empresa. Para Degen (1989, apud LIMA JUNIOR, 2009, p. 34) “[...] a alta taxa
de mortalidade das micro e pequenas empresas nos primeiros anos de atividade, ocorrem por
40
serem diretamente atingidas pelas variáveis internas e externas e por deterem menor poder de
barganha”. Para Hisrish (2004) a empresa, prestes a falir dá sinais de alerta, contudo o
empreendedor nem sempre os interpreta da maneira correta ou os entende. O quadro 7
demonstra.
Para Dolabela (1999), muitas empresas em todo o mundo fecham prematuramente em seus
primeiros anos de atividade e não se pode negar que uma incalculável energia e recursos são
desperdiçados nestes encerramentos. Em complemento para Longenecker (1997) quando uma
empresa encerra suas atividades, esta ação representa custos para os envolvidos com a
empresa, essas perdas são: capital do empreendedor e do credor, abalos psicológicos danosos
aos empreendedores e perdas econômicas e sociais.
O SEBRAE divulga de maneira periódica análises sobre a taxa de mortalidade das empresas
brasileiras, esses relatórios mostram os fatores condicionantes da mortalidade das empresas
em seus primeiros anos de atividade. Esse monitoramento da sobrevivência e mortalidade das
empresas aponta como fatores condicionantes para a mortalidade em seu primeiro ano de
atividade o comportamento empreendedor pouco desenvolvido, a falta de planejamento
prévio, a gestão deficiente do negócio, a insuficiência de políticas de apoio, as flutuações na
conjuntura econômica e os problemas pessoais dos proprietários.
Para o SEBRAE (2011) sete em cada dez empresas sobrevivem aos dois primeiros anos de
atividade no Brasil. Esta estatística levou em consideração as empresas criadas nos anos de
2005 e 2006, e a taxa de mortalidade destas empresas caiu de 28,1% para 26,9%. O SEBRAE
41
(2011), ainda destaca que a região sudeste do país teve a maior taxa de sobrevivência com
76,4%, e a taxa de mortalidade para esta região foi de 23,6%. O Gráfico 2 mostra o
desempenho do estado de São Paulo no índice de mortalidade.
Gráfico 2 – Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2006, por Unidade
Federativa.
O estado de São Paulo obteve um dos melhores desempenhos do país, outros relatórios
apresentados pelo SEBRAE, mostram detalhadamente esta taxa. O relatório mais recente,
divulgado em agosto de 2010, demonstra que 27% das empresas paulistas encerram suas
atividades já no primeiro ano de existência, o Gráfico 3 mostra a evolução desta taxa.
Gráfico 3 - Taxa de mortalidade das empresas no estado - Comparações com as pesquisas anteriores.
Nota-se através do gráfico 3, que a taxa de mortalidade vem caindo ao longo dos doze anos de
pesquisas realizadas. O Gráfico 3 demonstra a constituição das empresas e o encerramento
anual. Nota-se que em 2008 o número de empresas constituídas superou em muito o número
de empresas encerradas.
Gráfico 4 – Constituição anual de empresas e estimativa de empresas encerradas no estado de São Paulo (1997-
2008)
O SEBRAE (2011) afirma que o que levou os empreendedores a abrirem as empresas de 2003
a 2007, foi motivo de necessidade para 23% e oportunidade para 77%. Das empresas
constituídas, esse aumento está vinculado ao crescimento econômico brasileiro, uma vez que
o consumo também cresceu, criando oportunidades de negócios. O Quadro 8 demonstra as
principais causas da mortalidade das empresas paulistas.
43
Fonte:
SEBRAE (2011, p. 41).
A seguir são analisados os resultados com base no roteiro de pesquisa, presente no apêndice
“A”, que serviu de instrumento para coleta dos dados deste estudo.
Esta pergunta teve como objetivo identificar os dados básicos da empresa, como localidade e
principalmente o tempo de atividade.
Observa-se que a maior parte das empresas entrevistadas possui tempo de atividade até 2
anos, do total elas representam 65%, empresas com 2 ou mais de 5 anos de atividade
representam 45%. Ainda é possível notar que, 40% das empresas entrevistadas possuem até
um ano de tempo de atividade, demonstrando a tendência na procura da região para abertura
de negócios.
De acordo com estatísticas recentes, em âmbito estadual, divulgadas pelo SEBRAE (2011), a
probabilidade é que deste percentual de empresas com até um ano de atividade 27% podem
encerrar suas atividades, bem como o encontro de somente 10% de empresas com mais de 5
anos de existência ressalta as dificuldades encontradas para gerir um negócio.
45
Esta pergunta foi formulada com o intuito de identificar o porte da empresa para realizar uma
triagem na análise de dados. Foram utilizados os critérios por faturamento bruto anual, as
alternativas expostas aos entrevistados foram: Empresa individual, Microempresa, Empresa
de Pequeno Porte, Media Empresa e Grande Empresa. Os resultados estão dispostos na tabela
4 abaixo:
Da totalidade das empresas entrevistadas 60% possuíam faturamento bruto anual até R$
360.000,00 e 25% das empresas eram classificadas como Empreendedor Individual, com
faturamento bruto anual de até R$ 60.000,00. Não houve identificação de empresas que se
enquadrassem na classificação de média e grande empresa.
O objetivo desta pergunta foi levantar, dentro das opções apresentadas, o motivo que levou o
indivíduo a iniciar seu negócio, as opções de escolha foram: oportunidade, necessidade e
outros.
30%
70% Oportunidade
Necessidade
Dentre os motivos apresentados para os entrevistados, tendo como base pesquisas anteriores,
70% alegaram iniciar o negócio vislumbrando uma oportunidade no mercado e 30% devido a
necessidade. A alternativa Outros não obteve representatividade na entrevista. Os riscos e
dificuldades encontrados por MPE’s muitas vezes são relacionados à falta de análise da
oportunidade vislumbrada, a situação ainda se agrava em se tratando de uma região em que a
amostra demonstra concentração de empresas em início de atividade.
Pergunta 04: Procurou auxílio de alguém para realizar a abertura do negócio? Quem?
A pergunta visa identificar se no momento em que decidiu iniciar seu negócio, o empresário
procurou auxílio especializado, como alternativas aos entrevistados foram dadas: SEBRAE,
Contador, Amigos e/ou Familiares, Outros empreendedores e Não precisou de ajuda. Foram
obtidos os seguintes resultados presentes na tabela 5.
Observa-se que, das empresas entrevistadas, muitos empreendedores ainda agem por conta
própria ou buscam auxílios não indicados para realizar a abertura de um negócio. Para se
iniciar um negócio, teóricos sugerem diversas ferramentas e processos que podem ser
seguidos, um dos processos para iniciar um negócio é o processo empreendedor, que sugere
etapas que vão desde análise da viabilidade do negocio até como gerenciar. A procura por
47
apoio para seguir este processo faz-se necessária para inibir e prevenir. Quanto as dificuldades
a serem encontradas, existe a hipótese de que como são empresas recentes e não procuraram
auxílio especializado para constituir um empreendimento, as chances de fracasso podem ser
exponenciais.
35%
Sim
65%
Não
Como a pergunta 4 obteve respostas que indicam a falta ou inexistência de busca por auxílio
especializado para iniciar o empreendimento, é provável que a análise realizada pelos 65%
dos entrevistados da pergunta 5 não tenham contemplado os aspectos básicos para verificar a
viabilidade da oportunidade.
Pergunta 06: Antes da abertura do negócio, analisou qual o mercado o negócio atende?
Não 35%
Sim 65%
Verifica-se que a maior parte dos empreendedores, 65%, realizou a análise do mercado antes
da abertura do empreendimento, no entanto 35% dos entrevistados não fizeram tal exercício.
Pergunta 07: Antes da abertura do negócio, já tinha noção do retorno econômico, avaliando
lucros esperados, ponto de equilíbrio, fluxo de caixa, etc.?
A decisão sobre a abertura de um negócio tem como base diversas informações, uma delas é o
retorno financeiro que o negócio irá proporcionar, esta pergunta tem como objetivo verificar
se os entrevistados realizaram esta reflexão.
A maioria dos entrevistados, 60%, não realizou tal reflexão e não tinham noção do retorno
econômico que o novo empreendimento proporcionaria, e 40% dos entrevistados alegaram ter
noção do retorno financeiro do empreendimento antes do início. A análise econômica é um
aspecto importante da análise da viabilidade da oportunidade, uma vez que dela partirão
expectativas de lucros e o fluxo de caixa da empresa.
Pergunta 08: Houve análise das vantagens competitivas que a oportunidade do negócio
contemplava, como: Custos Fixos e Variáveis, Preços, Fornecedores, vantagens tecnológicas,
etc.?
49
Não 35%
Sim 65%
Nota-se que 65% dos entrevistados realizaram a análise da vantagem competitiva e 35% não
fizeram uso de tal reflexão. Outro critério importante no aspecto da avaliação da oportunidade
é a identificação e exploração das vantagens competitivas. Tratando-se de uma região como a
da amostra, onde o número de concorrentes é demasiadamente grande, torna-se essencial ter
vantagens competitivas, no entanto em decorrência das respostas apresentadas é possível que
as estas empresas tenham realizado uma análise de maneira superficial.
55% 45%
Sim
Não
Os empreendedores entrevistados alegaram não ter realizado tal análise, essa maioria
representou 55% do total de entrevistados, e 45% alegaram ter realizado a análise. O último
aspecto que complementa a avaliação da oportunidade é a equipe gerencial. Saber qual o
perfil da equipe que irá auxiliar no sucesso do negócio é importante, a maior parte das
empresas entrevistadas não possui mais de um funcionário, e em sua maioria são familiares ou
amigos que trabalham de maneira informal. Sendo assim esta análise tem pouco peso para as
empresas da região.
Em resposta, 90% dos entrevistados não tinham conhecimento sobre o que vem a ser um
plano de negócios, somente 10% sabiam o que significava. Esta pergunta reforça a forma com
que os empresários realizam a abertura do negócio e aumentam as chances de fracasso da
empresa.
O objetivo desta pergunta era evidenciar a realização do plano de negócios para a abertura de
um novo empreendimento. Como resultado, acompanhando a tendência da pergunta anterior
da totalidade entrevistada, nenhum dos empreendedores fez um plano de negócios para
abertura da empresa, o que representa 100% dos entrevistados. Mesmo os 10% da amostra
que tinha conhecimento sobre plano de negócios o negligenciou no momento da constituição
da empresa.
Pergunta 12: O seu Plano de Negócios foi utilizado com qual objetivo?
Esta pergunta possuía o intuito de identificar com qual objetivo o entrevistado utilizou o plano
de negócios, contudo conforme respostas concedidas a pergunta anterior, nenhum dos
entrevistados fez o plano de negócios antes da abertura do empreendimento. O que representa
100% dos entrevistados.
Este questionamento pretende identificar a origem dos recursos iniciais dos novos
empreendimentos. Dentre as opções dadas ao entrevistado estavam: próprios sendo os
recursos oriundos de fontes do próprio empreendedor, amigos e/ou familiares neste caso se o
empreendedor teve auxílio de fonte de recursos financeiros por parte de terceiros, Bancos
Públicos/Privados e programas de financiamentos. Os resultados são apresentados na tabela 6
abaixo.
O resultado do questionamento apresentou que a maioria das empresas teve início utilizando
recursos de fontes próprias dos empreendedores, com representatividade de 80%. Já 15% dos
empreendedores iniciaram o empreendimento com auxílio financeiro de terceiros como
amigos e familiares. Para 5%, a origem dos recursos financeiros foram bancos
públicos/privados e nenhum dos entrevistados alegaram terem buscado recursos em
programas de financiamento. É provável que, em decorrência das respostas dadas a pergunta
7, a noção sobre o valor e onde buscar os recursos financeiro esteja subestimada, mesmo
tendo a maioria obtido recursos de fontes próprias os valores podem ser inferiores ou
superiores ao que o negocio necessitaria para se sustentar.
Responsável Frequência
O próprio Empreendedor 70%
Gerente Contratado -
Familiares 30%
Outros -
52
Observa-se que dentre as alternativas propostas, os entrevistados alegaram que a maioria das
empresas é gerenciada pelo próprio empreendedor, o que representa 70% do total. Em
nenhum dos casos foi encontrado empreendimento gerenciado por gerente contratado. Já em
30% dos casos, o empreendimento é gerenciado por um familiar, e não houve respostas para a
alternativa outros que contemplava indivíduos ausentes nas alternativas.
Esta pergunta foi formulada com o intuito de saber como os responsáveis pelo gerenciamento
do negócio aprenderam a gerenciar. A esta questão foram dadas as alternativas Sozinho,
Auxílio de outros empreendedores e Outros. A tabela 8 apresenta os dados obtidos.
Os entrevistados alegaram que 70% deles aprenderam a gerenciar o negócio sozinhos, e 30%
aprenderam com o auxílio de outros empreendedores. Não houve respostas para a alternativa
Outros, que tinha por objetivo contemplar a ausência de outros modos de aprendizado. Esta
pergunta demonstra, quando aliada a pergunta 14, que o risco da região é elevado, ou seja, de
uma maneira geral a amostra possui indivíduos que aprenderam a gerir de maneira empírica, e
estes em sua maioria aprenderam sozinhos sem o auxílio de modelos de sucesso.
Pergunta 16: Quais itens da lista acredita serem importantes para a gestão do negócio?
Para os entrevistados o controle financeiro é o item de gestão mais importante, tendo sido
considerado como tal por 85% dos gestores. Em seguida o planejamento vem com 75% de
respostas como sendo importante para a gestão. Empatados estão o controle de estoque e o
Marketing ambos com 70% de consideração. Para 45% dos entrevistados sorte também é
importante na gestão dos negócios, recursos humanos vem em seguida com 305 de
consideração sobre sua importância. A alternativa Outros não obteve respostas na entrevista.
Apesar de a maioria considerar o controle financeiro e o planejamento importantes na gestão
do negócio, é possível notar que existe uma probabilidade baixa de que os façam da maneira
correta ou formal.
40%
Sim
60%
Não
O resultado evidencia que 60% dos entrevistados possuem experiência no ramo de atividade
da empresa e 40% não possuíam. Apresentando um ponto satisfatório, a maioria dos
54
Pergunta 18: Você possui conhecimentos técnicos, cursos ou especializações voltadas para a
atividade da empresa ou que auxilie na gestão dela?
5%
Sim
95% Não
O resultado demonstra que 95% possuem conhecimentos básicos ou para gestão ou para o
ramo de atividade e que 5% não possuem conhecimentos que auxiliem na gestão da empresa.
Apesar da pergunta não contemplar os níveis de conhecimento, o intuito foi identificar a
presença de conhecimentos básicos, mesmo alegando ter certos conhecimentos estes estão
mais ligados ao ramo em que atuam e não propriamente em gestão empresarial.
Pergunta 19: No dia-a-dia da empresa, você toma/tomava atitudes para garantir a eficácia do
negócio?
Esta questão procurou investigar se em seu dia-a-dia o empreendedor toma atitudes que visam
garantir o sucesso do empreendimento. Os resultados mostraram que:
A maioria dos entrevistados alegou tomar atitudes em seu dia-a-dia que visem o sucesso do
negócio, essa maioria representa 80%, os outros 20% alegaram não terem atitudes a esse
respeito. As iniciativas são base para o bom funcionamento do negócio, um gestor de empresa
que se mostra apático poucas chances tem de ter sucesso.
55
O foco desta abordagem foi saber se as empresas entrevistadas já passaram ou passam por
algum tipo de dificuldade. O gráfico 12 demonstra o resultado.
10%
Sim
90% Não
Os resultados mostram que apenas 10% das empresas não passam ou passaram por
dificuldades e 90% já passaram ou enfrentam algum tipo de dificuldade. Estas estão
evidenciadas na pergunta 21.
O foco da abordagem foi saber quais dificuldades as empresas que representam 90% das
respostas positivas do gráfico 12 enfrentam. Foram questionados aos 18 empreendedores que
já passaram por alguma dificuldade quais eram essas dificuldades com base nas seguintes
alternativas: falta de capital, difícil acesso ao crédito, clientes, baixa escolaridade do
proprietário, falta de experiência no ramo de atividade e fraca avaliação das oportunidades.
Clientes 67%
Gráfico 13 – Dificuldades.
10%
Sim
90% Não
Gráfico 14 – Em atividade.
57
Observa-se que somente 10% das empresas já não estão mais em atividade, esses dois casos
pertencem ao grupo de empresas que possuem até 1 ano de atividade e eram classificadas
como microempresas e ambas não realizaram o plano de negócios.
Pergunta 24: Seu planejamento contempla/contemplava o número de clientes que você possui,
seus hábitos, número de concorrentes, fornecedores e suas práticas?
Não 35%
Sim 65%
Esta pergunta visa identificar se os empreendedores sentem falta de incentivos por parte do
governo para auxiliar o sucesso empresarial. Foram obtidos os seguintes resultados:
Não 35%
Sim 65%
Para 60% existe a falta de incentivos, já para 35% não há este sentimento. Este resultado
demonstra o quanto os empresários da região sentem falta de incentivos que possibilitem
melhorias para as empresas. Estes incentivos não são especificados.
Em 75% dos casos houve análise da conjuntura econômica e em 25% não aconteceu tal
análise.
Pergunta 28: Possui/possuía algum problema de saúde que dificulte o bom andamento da
empresa?
Este questionamento visa identificar se existe ou existiu algum problema de saúde que
atrapalhasse o bom andamento da empresa, fazendo com que o empreendedor se afastasse do
empreendimento. Em 75% dos casos o empreendedor não apresenta problemas que
atrapalhem o bom andamento da empresa, porém em 25% dos casos o empreendedor teve que
deixar o negócio para tratar da saúde.
As questões e 23 a 28 seguiram uma tendência onde a maior parte dos entrevistaram alegaram
seguir as recomendações do SEBRAE para se prevenir as ameaças da mortalidade
empresarial. Na questão 23, 65% os entrevistados alegaram possuir um comportamento
empreendedor, ou seja, estão empenhados a buscar informações para garantir o sucesso
empresarial. O mesmo número percentual foi apresentado nas questões 24 e 26, onde os
empreendedores alegaram realizar planejamentos que contemplam suas deficiências e hábitos.
Respectivamente, o mesmo numero de entrevistados sente falta de incentivos do governo que
melhorem o dia-a-dia do empresário. A maioria também alegou ter ciência da necessidade de
busca pela capacitação profissional, tal proposta foi estabelecida pela questão 25. Já nas
questões 27 e 28, o mesmo número, 75% dos entrevistados alegaram realizar
acompanhamento da conjuntura econômica e não possuírem problemas de saúde que afetem o
bom andamento das atividades.
Essa pergunta tem por objetivo identificar a motivação e a visão do empreendedor sobre seu
empreendimento.
60
5%
Sim
95% Não
Mesmo não estando em atividade uma das empresas já encerradas acreditava no sucesso do
empreendimento e para uma empresa da amostra apenas, o sucesso era impossível. Essa
confiança auxilia no processo motivacional pela busca incessante de manter-se em atividade
diariamente.
61
4. CONSIDERAÇÕES
Este estudo alcançou os objetivos propostos, uma vez que conseguiu evidenciar na revisão da
literatura as competências básicas para a gestão de micro e pequenas empresas. No entanto,
em relação a pesquisa de campo, o tamanho da amostra não permitiu conclusões sobre a
presença de tais competências em empresários da região estudada, mas sim o levantamento de
hipóteses que podem ser estudadas futuramente.
Pesquisas revelam que até 2011 existiam cerca de 5,1 milhões de empresas no país, e no
estado de São Paulo cerca de 1,5 milhões. Nos últimos anos a quantidade de empresas tem
aumentado rapidamente. Somente de 2009 para 2010 este crescimento representou 101%.
Incentivos do governo como a Lei Complementar N.° 128, de 19/12/2008, que adicionou uma
nova modalidade de empresa, o Empreendedor Individual, colaboraram para esse
crescimento. Dados revelam que neste período de crescimento, somente no estado de São
Paulo, foram criadas 346.651 empresas, entidades como o SEBRAE afirmam que 98% das
empresas brasileiras são MPE’s.
Em suma, o que possibilitou esse crescimento foi a boa fase econômica do país. Esta fase
apresentou índices de crescimento econômicos compatíveis com as maiores economias do
mundo, o que possibilitou a classificação do país como sexta maior economia entre elas.
Aliado a este crescimento econômico, o crescimento do consumo da família brasileira
acompanhou o ritmo e possibilitou oportunidades para o início de novos empreendimentos.
Pesquisas apontam que a maioria dos empreendedores brasileiros, ao iniciarem um negócio,
buscam uma oportunidade no mercado.
Contudo, as taxas de mortalidade das empresas em seu primeiro ano de atividade revelam o
quão despreparados os empresários brasileiros estão para gerir uma empresa. Cerca de sete
em cada dez empresas brasileiras não sobrevivem até o segundo ano de atividade. No estado
de São Paulo, 27% das empresas que iniciaram suas atividades estão fadadas a inexistir em
até um ano. Os motivos que levam a estes resultados são:
O resultado de uma pesquisa realizada pela consultoria Accenture afirma que em 2010, o
Brasil foi o líder de consumo por eletrônicos, apesar de o país ter vários centros onde a
comercialização destes produtos é de suma importância. A região da Santa Efigênia, centro da
cidade de São Paulo, se destaca pela quantidade de empresas especializadas nestes produtos.
Na região existem, de acordo com a JUCESP, cerca de 7787 empresas, deste total 64,14% são
MPE’s. Esta melhora no consumo pelos produtos da região ocasionou oportunidades de
negócios, apesar de não haver dados que demonstrem o crescimento das empresas nesta
região no período mencionado, é provável que tenha ocorrido a abertura de novas empresas na
região. Desta maneira a região se torna um bom campo para a identificação das competências
básicas para gerir uma empresa e superar situações cruciais que podem ocasionar na
inexistência do negócio.
• Habilidades técnicas, que nada mais é do que saber ouvir, falar, ler, captar
informações, ser organizado e ser racional;
• Habilidades gerenciais, estas estão voltadas a gestão da empresa, e em suma
contemplam a administração utilizando os conhecimentos básicos para gerir;
• Características pessoais, estas, por sua vez, mesmo variando de empreendedor para
empreendedor, dizem respeito à personalidade, pensamentos, etc.
Estas habilidades, ou melhor, este saber fazer está ligado aos conhecimentos expostos como
essenciais para a gestão.
De nada adiantaria ter conhecimento e colocá-lo em pratica se não existir a atitude. Este
componente da competência está voltado a: iniciativa, criatividade, relacionamento
interpessoal, agilidade, foco em resultados, flexibilidade, etc.
O perfil dos empresários da região é de micro e pequenas empresas com até dois anos de
atividade que foram constituídas almejando uma oportunidade. Estas empresas foram
iniciadas com capital próprio e sem o auxílio de entidades como o SEBRAE para orientações
sobre o processo de iniciar um empreendimento. A gestão é realizada pelo próprio
empreendedor que aprendeu a realiza-la através do método acerto e erro, contudo eles
possuem ciência da importância de assuntos como: controle financeiro, planejamento, estoque
e marketing no dia-a-dia da empresa. Estes empresários possuem experiência no ramo de
atividade e alegaram ter passado por fatores que ocasionaram dificuldades para a empresa.
64
No que tange a presença de competências básicas descritas como cruciais para gerir uma
empresa nota-se que o mínimo de conhecimentos e habilidades para esse fim esta presente nos
empresários da região. Esta presença é evidenciada pelo fato de terem passado por
dificuldades como: falta de capital de giro, difícil acesso ao crédito e escassez de clientes.
Estas exigem certos conhecimentos sobre gestão para serem superadas, no entanto vale
ressaltar que a maior parte destas empresas ainda não tem mais de dois anos de atividade
podendo ter um risco ainda maior de deixarem de existir. Já as atitudes necessárias para por
em prática seus conhecimentos é notável na região, esta presença se justifica pelo mesmo fato
da presença anterior, porém se reforça pela região ser altamente competitiva.
A análise mais específica das competências em uma amostra mais abrangente pode ser
utilizada como sugestão para estudos futuros, a viabilidade destes estudos vão ao encontro das
necessidades empresariais do país e refletem diretamente no crescimento econômico.
65
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66
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As informações prestadas aqui serão, única e exclusivamente, utilizadas para tal fim
supracitado.
Declaro estar ciente sobre as informações prestadas, bem como da sua utilização.
_______________________________________
Nome:
RG:
1. Identificação da Organização
CNPJ
Razão Social
Nome Fantasia
Endereço
Número Complemento CEP
Bairro Cidade UF
Telefones
E-mail
Ano de Fundação
Entrevistado Cargo
69
7. Antes da abertura do negócio, já tinha noção do retorno econômico, avaliando lucros esperados,
ponto de equilíbrio, fluxo de caixa, etc.?
Sim Não
8. Houve análise das vantagens competitivas que a oportunidade do negócio contemplava, como:
Custos Fixos e Variáveis, Preços, Fornecedores, vantagens tecnológicas, etc.?
Sim Não
11. Para abrir o negócio realizou o Plano de Negócios? (Em caso negativo pular para a questão 16)
Sim Não
16. Quais itens da lista acredita serem importantes para a gestão do negócio?
Sorte Marketing
Planejamento Recursos Humanos
Controle Financeiro Outros não listados
Controle de estoque
17. Você possui conhecimentos técnicos, cursos ou especializações voltadas para a atividade da
empresa ou que auxilie na gestão dela?
Sim Não
19. No dia-a-dia da empresa, você toma atitudes para garantir a eficácia do negócio?
Sim Não
22. No dia-a-dia da empresa você busca informações, faz planejamentos e monitoramento, se antecipa
aos fatos, estabelece objetivos e metas e realiza contatos com clientes parceiros?
Sim Não
23. Seu planejamento contempla o número de clientes que você possui, seus hábitos, número de
concorrentes, fornecedores e suas práticas?
Sim Não
24. No dia-a-dia da empresa você investe na sua capacitação profissional, inova e realiza
acompanhamento das ações da empresa?
Sim Não
26. Realiza análises e acompanha a economia, consumo, estabilidade de preços e mercado onde atua?
Sim Não
27. Possui algum problema de saúde que dificulte o bom andamento da empresa?
Sim Não