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Fora pode haver uma pequena exposição de imagens sobre o darfur, algum folheto informativo, folhetos a
pedir a carta, a explicar o projecto da escola em Nyala, algum material de venda para o projecto
A Igreja está às escuras (cada pessoa tem uma vela apagada). Entram 7 crianças/jovens com as palavras do
tema da vigília e com a vela acesa mostram o tema da vigília. Há uma música de fundo (aquela onde se
ouvem vozes de crianças).
Alguém apresenta o documentário que se vai visionar, alertando para algumas cenas e para o tempo de
silêncio que se seguirá onde cada um terá oportunidade de rezar por essas situações e pessoas.
Vamos escutar um pequeno texto, tirado do livro “Caminhos de Missão” do padre Feliz que está nesta
região do Darfur e que dá o seu testemunho.
Texto do P. Feliz
1
-Cântico (à escolha)
De seguida distribui-se um nome de uma pessoa do Darfur a cada participante (bom ter bastantes
preparadas); acende-se a vela e vai-se em marcha silenciosa até outra Igreja ou dão uma volta à igreja. O
silêncio é cortado com alguns exemplos de vidas de pessoas do Darfur. Entre cada exemplo, canta-se o
Misericordia Domine (ou outro apropriado).
Os nomes:
(os testemunhos podem ser abreviados ou eliminados alguns se for muito longo)
Quando estão todos já fora da igreja lê-se o 1º testemunho:
2
. A pequena de 5 anos, Samia Ramadan chora e pergunta todos os dias pelos 5 irmãos que foram
mortos aquando do ataque dos Janjauid em Buram. Tentam salvá-la do estado de loucura que
parece inevitável.
Inicia-se a caminhar, cantando – Misericórdia Domine
Caminhar em silêncio
2º Testemunho
. Zinat Abdu de 3 anos diz que a casa onde vive agora é muito pobre comparada com aquela em que
vivia em Bulbul e aqui no campo de refugiados de Kalma já não tem ovelhas nem cabras para
guardar e brincar… nem leite.
Misericórdia Domine
Caminhar em silêncio
3º Testemunho
É encorajante ver o Abd el Wahab e a Raquia ( 7 ou 8 anos de idade) a trabalhar com e como os
adultos à entrada do campo refugiados de Kalma a fazer tijolos verdes: “quero trabalhar aqui, fazer
e vender muitos tijolos para fazer uma casa para mim e meus avós”. Os seus pais e resto da família
foram mortos pelos janjauid.
Misericórdia Domine
Caminhar em silêncio
4º Testemunho
. Há mais de uma semana, já quase a dar a meia-noite, batem à porta da missão de Nyala. Afoitei-
me e fui abrir. Ouvir a história dos dois jovens – o Abdu e o Hachim – foi algo de espantoso.
“Pedimos protecção por esta noite”, dizem. Quase que falam os dois ao mesmo tempo e têm pressa
de entrar; “quem sabe se amanhã já não será precisa a tua colaboração para nós porque nos
seguiram até à cidade e o que será de nós amanhã não se sabe... Os amigos dos jaunjauid sabem
que estamos aqui na cidade”.
O Abdu e o Hachim vêm a fugir de Greida ( Kms) onde se está em plena batalha desde há 4 dias. A
pareceu uma alma amiga que lhes deu guarida e protecção porque sabia o perigo em que eles e eu
incorríamos. Depois continuariam para o Sul (são sulistas e cristãos). Partiram sim, na manhã
seguinte. A pé, em camião, de carroça e de camelo… Que a Srª de Fátima os proteja. Ou, se já
chegaram (duvido) agradeçamos com eles…
Misericórdia Domine
Caminhar em silêncio
5º Testemunho
O Jamal viu-me à entrada do seu campo de refugiados em Kalma e disse-me: porque não
multiplicais os esforços da saúde aqui? Falta de tudo, mas ao menos se houve algumas latrinas
haveria muito menos risco de infecções e cólera…
È perigoso parar à entrada de um destes campos, eu sei. Mas eu queria ouvir alguém, falar,
partilhar esperanças, pobrezas e riquezas. Que as há. De uma e outra parte. Num e noutro sentido. E
encontrei-me com o Jamal que me tomou por um dos ONG. Levemos a oração deste jovem
muçulmano aos pés da Virgem de Fátima, cujo nome é árabe de origem (Fátima uma das filhas de
Mohammed).
Misericórdia Domine
Caminhar em silêncio
6º Testemunho
3
Perto do campo de refugiados de Utach, os adolescentes ouviram a conversa e riram às
gargalhadas. Mas eu compartilhei com o Ramadan, o jovem que tinha provocado esse riso nos ditos
adolescentes. O contexto da conversa é que o Ramadan estava prestes a casar quando vieram os
Janjauid… destruíram, queimaram e levaram-lhe a querida noiva de nome Leila que nunca mais
chegou a ver. Depois de 2 anos que passaram estará Leila ainda viva? Talvez escrava/prostituta
deles? Agora o meu casamento deu-se com este enorme campo de refugiados. Aqui não odeio
ninguém mas não vejo a quem eu amo de verdade”. E concluiu: “A esperança é muito pouca, mas
ainda sonho, acordado e a dormir, que um dia encontrarei a minha Leila. Ramadan e Leila com
muitos filhos, talvez pobres, mas já não importa”.
É para rir às gargalhadas? Para sorrir de esperança, sim. E fazer um intenção de oração por estes
noivos.
Misericórdia Domine
- Oração Universal
Jesus Cristo chama cada um de nós pelo seu nome, apelando às nossas capacidades e dons para
colaborar na construção do Reino.
Cantemos ao Senhor:
Alguém sofre hoje, kumbaya
Alguém ama hoje, vem Senhor
Alguém chora hoje, kumbaya
Senhor, kumbaya!
4
1- Jesus, nosso irmão, ajuda-nos a ter um olhar puro para descobrir a Tua presença em tudo de
belo que já criaste e concede-nos a lucidez para proteger e defender todos os seres criados.
Refrão
2- Jesus, nosso amigo, abençoa os jovens do mundo inteiro e derrama o Teu amor nos seus
corações para que eles coloquem as suas forças, generosidade e o seu entusiasmo ao serviço
da paz, da justiça e da liberdade, isto é, do Teu Reino.
Refrão
3- Jesus, Paz verdadeira, faz que sejamos instrumentos da tua paz, para onde houver inveja reine
o perdão, onde houver ódio vença o amor, e onde houver discórdia cresça a união.
Refrão
4- Jesus, Amor, derrama a tua bênção sobre todos os doentes, sobre todos os refugiados, sobre
aquele ou aquela pessoa que sofre, para que todos sintam que Tu És o Caminho, a Verdade e a
Vida.
Refrão
5- Jesus, amigo dos pobres e pequeninos, olha por todas as regiões de “DARFUR”, ou seja, pelo
Sul do Sudão, Iraque, República Democrática do Congo, Birmãnia, Peru, por todos os países
onde as armas se fazem sentir com toda a sua injustiça, ódios e medos.
Refrão
6- Jesus, nosso Deus, pedimos por todas as missionárias e missionários para que o seu
testemunho de vida pobre, casto e obediente, e a sua entrega à missão sejam um sinal
profético da presença do Reino neste momento da história que atravessamos.
Refrão
- PAI-NOSSO MISSIONÁRIO
Introdução: Jesus nos pede que rezemos no plural e peçamos o pão - nosso de cada dia para todos e
não apenas para mim ou a minha família ou comunidade.
(o presidente reza a primeira invocação todos a outra parte.)
Pai nosso,
Pai de todos os povos e de todas as nações,
Que estais nos céus,
onde nos quereis a todos junto de Vós para sempre,
Santificado seja o Vosso nome
nos corações de todos os vossos filhos e filhas.
Venha a nós o vosso reino,
um reino de justiça, amor e paz, aos nossos corações e aos corações de todos e
nos faça Vossos apóstolos.
Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu,
em todo o mundo, removendo ódios, guerra, violência e injustiça.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Alimentai-nos com o pão do céu que só Vós nos podeis dar. Fazei-nos partilhar o
nosso pão com os famintos. Que ninguém tenha necessidade de comida, roupa
e abrigo.
- Oração Final
Oremos: Senhor, ajuda-nos a crescer no diálogo, na caridade, na solidariedade e na justiça. Ilumina
os nossos caminhos para construirmos uma nova história, com lugar para todos, onde um mundo
diferente é possível. Ámen
- Bênção
- Cântico Final
PS: isto é só uma proposta. Cada grupo é livre de a utilizar toda, só uma parte, nada.
Cada um é que verá, sentindo-se sempre livra para inventar, criar, ser original.