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Observações sobre a captação em digital para posterior transferencia para filme

carlos ebert, ABC

Pelas dimensões reduzidas do CCD de 2/3 de polegada, quando você na projeção ampliar a
imagem captada em digital, estará ampliando 2 ½ vezes mais do que se fosse ela tivesse sido
captada em filme 35mm. Assim, o poder de resolução da óptica usada na captação em digital
deveria ser maior do que a da óptica usada nas cameras 35mm, o que quase nunca acontece. A
óptica que equipa as cameras HDW 24P da Sony, fabricadas pela Panavision, tem alegadamente
um poder de resolução que satisfaz a esta maior ampliação da imagem. As Beta digital, DVCam e
DVPro não, o que significa uma pequena perda de definição

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O tamanho menor do CCD resulta igualmente em maior profundidade de campo (usa lentes com
menor distancia focal). Para conseguirmos explorar o foco seletivo é necessário pois trabalhar com
a objetiva toda aberta, o que só é aconselhável se a qualidade da objetiva for boa.
Em termos comparativos, a profundidade de campo obtida num CCD de 2/3 de polegada com a
objetiva diafragmada em 1.6 equivale em 35mm a mesma objetiva diafragmada em 3.5.

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A presença do monitor no set exibindo uma imagem muito próxima àquela que vai ser vista na tela
faz com que v. possa fazer um julgamento dessa imagem e aprimora-la, fazendo pequenas
correções de intensidade, temp de cor, direção etc. Entretanto é necessário ter em mente as
diferenças existentes entre o que é visto no monitor e o que vai estar na cópia final 35mm. São
diferenças em tonalidade, saturação, gamma e luminância que o DF tem que conhecer, e que só
podem ser determinadas através de testes feitos antes da filmagem.
Da mesma forma, os set-ups de camera recomendados para um futuro transfer a 35mm, se
caracterizam por terem baixo contraste, o que gera uma imagem “lavada” num monitor regulado.
Para evitar duvidas e perguntas, recomendo que para o diretor, maquiador, diretor de arte,
produtor etc. seja colocado um monitor regulado fora do padrão, mas com um contraste e um brilho
mais próximos do resultado que será obtido na cópia final em película.

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Não se consegue captar em digital a mesma quantidade de informação que capturamos no


negativo. Logo no digital é necessário sem bem preciso, principalmente no que se refere às zonas
de super-exposição. Não coloque nenhuma informação importante numa área de super-exposição
que esteja além do limite de clipping que v estabeleceu. (ver ilustração knee point e knee slope).
Nunca deixe o sinal ultrapassar 100 %. Já nas zonas de sub-exposição a latitude do digital
(principalmente do HDTV) rivaliza com a do 35mm (6 à 7 stops)

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Quando se capta em digital fica-se com a impressão de estar renunciando à qualidade que existe
no filme. Entretanto, penso que não é o caso de uma comparação. São formatos diferentes, ambos
com vantagens e desvantagens. O própria captação filme sofreu ao longo de sua evolução
mudanças que resultaram em perda de qualidade, mas que venceram por terem uma relação
custo/benefício mais interessante. Para dar apenas um exemplo marcante, a qualidade do
processo Technicolor tripack era muito superior ao EastmanColor monopack que o sucedeu.

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O set up da camera Sony DSR 500 WS utilizada no filme “Rua Seis, Sem Número” foi uma
variante do sugerido pela Swiss Effects , e que pode ser encontrado no formato .pdf no endereço
http://www.swisseffects.ch/spanisch/spanisch_bereiche/english_pdf/e_tape.pdf

Consiste basicamente nas seguintes regulagens:

DTL LEVEL –15 à -50


DTL FREQ H ou HH (“HIGH ” ou “HIGH HIGH ”)
VDTL LEVEL 0 0
BLACK STRECH 0 à +8
M BLACK 0 à -1
M GAMMA 0 à +5
DL (DynaLatitude) ON and sensitivity on “LOW ”

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Sabendo que na transferencia para o filme, qualquer que seja o processo utilizado (CRT, EBR ou
Laser) , o contraste aumenta, deve-se fazer um teste simples, que consiste em gravar uma carta
de cinzas com 19 tons (com o patch do branco em 100% do sinal de vídeo) ,variando o gamma
para cima e para baixo em intervalos de 5 steps. Depois, fazer o transfer e checar no negativo em
que set-up os 19 tons foram preservados

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Outro aspecto que merece muita atenção é o nível de detalhe na imagem. Níveis de detalhe alto
vão ser traduzidos no filme como linhas de contorno exageradas, de aspecto desagradável. O uso
de filtros suavizadores (low contast, ultra contrast, black pro-mist etc.) deve ser decidido após
testes que cheguem até ao positivo 35mm projetado. Obtive alguns resultados com 1/8 e ¼ de
black pro mist que me satisfizeram bastante. Mas tenha sempre em mente que ao ser transferida,
a imagem já perde um pouco de definição. Se v. quiser ainda mais flou, trabalhe no tape to tape.

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O processo de transferencia é básicamente este: Seu master em Beta Digital ou DVCam NTSC é
importado para um computador que faz o desentrelaçamento dos campos que formam os quadros,
e a reamostragem de 29.97 para 24 quadros por segundo. Esta é a fase crucial pois é aí que uma
parte da informação será descartada. Existem vários processos (hardware + software) que fazem
isso com diferentes níveis de qualidade. A informação é então enviada ao recorder (CRT, EBR ou
Laser), que faz a impressão no filme.
A maioria dos processos imprime no negativo 5245 da Kodak mas alguns já se utilizam do novo
intermediate 5242.
O áudio, gravado em duas pistas no master é transferido para um DAT com timecode e daí
transferido para o óptico no negativo de som (com Dolby ou não)

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Especificações do Arrilaser (DuArt)

Frame Size 35mm full aperture, 4 perf.


Nominal Spot Size .006 mm (4K resolution)
.012 mm (2K resolution)
Image Format 4096 (hor) x 3112 pixels (4K resolution)
2048 (hor) x 1556 pixels (2K resolution)
Dynamic Range 2.046 status M density above Dmin on EXR 5244
40% @ 40 lp/mm horizontal and vertical
Recording Time < 6 seconds per 4K frame
< 4 seconds per 2K frame

Host Computer Windows NT platform


command line and graphical including

Mais detalhes sobre o Arrilaser: http://www.arri.at/prod/digital/laser/prod/prod.htm

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Os principais laser recorders em uso reúnem as seguintes características: 3 feixes de lasers


correspondentes às cores primarias vermelho, verde e azul combinados num único feixe co-linear
que é o que traça a imagem sobre o filme.
O feixe co-linear é defletido por um espelho que gira em alta velocidade numa suspensão a ar
comprimido. A janela por onde o filme corre é ligeiramente curvada gerando uma superfície
acurada, que permite o foco preciso das três cores do feixe co-linear e diminui os erros
cromáticos.
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Mesmo captando em beta digital, vale a pena usar as regulagens de matriz de cor recomendadas
pela ITU 709 (Basic parameter values for the HDTV standard for international programme
exchange). Testes realizados com transferência de HDTV para 35 mm demostraram que o uso
destes parâmetros na captação, permite uma super-exposição de um stop e uma sub-exposição
de 3 stops, antes que algum ruído seja detectado.
Testes realizados no laboratório da E-Film, demonstraram que além da aplicação dos parâmetros
do ITU 709, uma desaturação das cores associada a um aumento no stretch das baixas luzes
melhora ainda mais o resultado no negativo resultante do transfer, fazendo com que a correção de
cor nas cópias seja minimizado ou até eliminado.

Rec. 709 coordenadas das primarias e do branco


R G B white
X 0.640 0.300 0.150 0.3127
Y 0.330 0.600 0.060 0.3290
z 0.030 0.100 0.790 0.3582

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Há notícias que a Sony elaborou um set-up de gamma que permite v. gravar com a HDW F900 no
espaço de cor do Cineon. O que incorpora todos os benefícios da correção de cor permitidos
neste espaço.

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