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Existe a discussão de qual seria melhor ou teria mais resultado: três ou uma
série de 10 repetições. Quando comparadas, existem pesquisas que defendem
tanto uma como a outra e por isso mesmo não se tem uma definição clara e
acredito não haver diferenças significantes. Sabe-se que os efeitos da
hipertrofia estão relacionados com a liberação natural dos hormônios
anabolizantes tais como a testosterona e o de crescimento e, para que isso
aconteça é necessário treinar pesado. Com uma série a possibilidade de se
atingir um percentual maior de força é maior do que com três por razões
óbvias. Com três séries, como a maioria faz, as pessoas advogam um
recrutamento maior de unidades motoras e isso pode estar relacionado com a
maior sensação de esforço percebido. Isso pode ser psicológico ou não.
Existem pesquisas de boa confiabilidade defendendo múltiplas séries e
também outras advogando série única. Como a maioria das pessoas hoje em
dia não têm muito tempo para fazer musculação ou outra atividade física, e
são essas mesmas pessoas a maioria dos nosso clientes, pode-se optar por um
programa de 6 a 8 exercícios multiarticulares com séries únicas de 10
repetições usando-se o método alternado por segmento.
Outra vantagem de se trabalhar assim é na questão da aderência ao programa.
Como a literatura atual ainda sugere uma carga de 85% a 90% da Força
Máxima e repetições de 6 a 8 quando se deseja adquirir a força pura, 70 a 85%
da FM e 8 a 12 repetições para a força dinâmica e 40 a 60% da FM com mais
de 12 repetições quando o objetivo for a resistência muscular localizada, o
melhor para a hipertrofia ainda é repetições de 8 a 12.
Agora, usar uma ou três séries vai depender do cliente que temos em mãos e o
bom senso para decidir. Se for um atleta com tempo disponível...
O músculo também está composto por fibras de contração lenta (Ia e Ib), de
contração rápida (IIa e IIb) e intermediárias (IIc), sendo variada sua
proporção, existindo pessoas com predominância de uma ou outra
(determinado geneticamente). Estímulos de baixa intensidade recrutam as de
contração lenta e estímulos de alta intensidade as de contração rápida. As
intermediárias só se esgotarão através de esforços de relativa intensidade e
duração. Os músculos que possuem poucas fibras de contração rápida, quando
submetidos a estímulos de alta intensidade apresentam hipertrofia nestas
fibras, mas não nas outras, ganhando em força, mas com discreto aumento no
corte transverso da massa muscular (hipertrofia). Assim, é necessário
hipertrofiar os outros tipos de fibras, as intermediárias e/ou lentas através de
estímulos de média intensidade (em relação as de contração rápida), porém
elevados em relação às intermediárias. Esses pesos permitem repetições entre
10 e 25. Vale lembrar que as fibras lentas tipo Ia não sofrem hipertrofia, mas
melhoram o processo de oxidação, mas não a síntese proteica. Nas fibras
lentas Ib há alterações de hipertrofia quando estimuladas com um número de
contrações superior a 25. Importante, as unidades motoras com mais alto teor
de excitabilidade envolvem as fibras de contração rápida tipo II. As fibras de
contração rápida são as que melhor se adaptam à hipertrofia. Assim, pessoas
com predominância de fibras de contração rápida obtém níveis superiores de
hipertrofia em relação as pessoas com predominância de fibras de contração
lenta (Rodrigues, 1990; 1992).