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Meditação

- Cruz -

Material para o Centro:

- Postais com o Crucificado


- Velas
- Lenços
- Musica - CD

Disposição da Sala/Capela:

- Cadeiras em circulo

- Cruz, postais, velas no meio

- Espaço para se poder mover


Introdução
Cada um de nós,
todos os grupos de pessoas
vivem com muitos sinais e símbolos,
que lhes dão um Fundamento,
lhes ajudam a compreender a vida,
a vivê-la e a aceitá-la sob uma perspectiva diferente.

Por exemplo, quem é capaz de falar do amor,


se esse amor não se manifestar através de gestos, de sinais,
de símbolos?
É através do corpo e dos sentidos
que o amor é visível.
É através do corpo que recebemos e damos amor.
através de nós e da nossa vida.

Imagens, Sinais e Símbolos são meios


pelos quais se forma e se realiza a realidade da nossa vida.

A Cruz com duas traves iguais é um Pré-Símbolo.


O Símbolo mais antigo que a Humanidade conhece.
Ela mostra a Unidade das Contradições:
Alto e baixo, direita e esquerda...
E tudo está centrado, unificado, reunido no centro.

A Cruz é um Símbolo da Vida,


da Vida com todas as suas tensões.
Tensão entre o alto e baixo,
entre a Direita e a Esquerda,
entre o Conservar e o Alterar,
entre o Permanecer e o Modificar,
entre o Renunciar e o Manter,
entre o ar razão e o manter-se na sua,
entre o Consciente e o Inconsciente...
entre a Vida e a Morte,
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entre a Alegria e a Tristeza,
entre o Prazer e a Dor,
entre o Bem e o Mal,
entre o Chegar e o Partir,
entre o Receber e o Dar,
entre o Dia e a Noite...

A nossa tentação é evitar essas tensões,


pois temos medo de nos confrontar com a realidade da
própria vida.
E assim fugimos à Realidade que tem sempre duas faces,
assim fugimos à Vida que cresce na e com a Morte...

É nossa tarefa unificar as realidades contraditórias da nossa


vida, pois só poderemos viver em Harmonia e não em
desarmonia, desarmonia que nos leva à auto-destruição.

Quando a Harmonia da Vida é destruída,


quando deixa de existir unidade,
surge desunião, egoísmo, condenação...
O da Cruz como pode ser um escândalo
e um desafio para cada um nós,
pois ela recorda-nos a violência, o ódio e a vingança dos
Homens.
O símbolo da Cruz é também uma fonte de Força para os
Homens que se empenham por maior tolerância e
reconciliação, das quais todos nós estamos e somos
dependentes.

Exercício em pé

Talvez agora possamos perguntar-nos o que é que a Cruz


que está pendurada em nossas casas, nos Hospitais, nas
Escolas, nas Casas de Terceira Idade... tem para nos dizer?

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Talvez seja oportuno perguntar-nos o que é que a Cruz que
trazemos pendurada ao pescoço ou que diariamente
fazemos, tem para nos dizer?

Estamos conscientes do seu verdadeiro significado?

Agora quero convidar-vos a sentir o verdadeiro significado


da Cruz na vossa vida.
Ela penetra na minha vida e eu deixo-me entrar nas suas
dimensões... tornando-se Orientação e Conteúdo para a
minha vida, tornando-se Apoio e Ajuda para a minha Vida
que vou interiorizando e vivendo com maior intensidade ao
longo dos dias e dos anos que me são concedidos.

Os gestos e as oração que vamos fazer podem ajudar-nos


como Grupo e como indivíduos a compreender a viver a
própria Vida sob a dimensão da Cruz.

- Para melhor estarmos em contacto connosco mesmos e


para estarmos mais abertos para Deus, levantamo-nos...

- Os pés um pouco afastados um do outro... os ombros


deixamo-los cair... os braços e as mãos ficam livres e
desprendidos juntos às pernas...

- Para cada um/uma possa estar melhor em contacto


consigo mesmo, pode fechar os olhos... e vai prestando
atenção à respiração... ao ar que entra e sai... não
necessito de o controlar... o ar entra e sai... cada vez
que respiro sinto o ar que entra pelo nariz e vai até aos
pulmões... ao expirar deixo sair também os
pensamentos, as imagens, as pessoas, as preocupações
que vão surgindo na minha mente ou no meu coração...

- Aos poucos e poucos vou-me tornando mais


calmo/calma... vou-me apercebendo da paz, do silêncio
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que existe em mim, pois não me agarro a esses
pensamentos, imagens, preocupações... assim como o
ar entra e sai, assim também esses pensamentos vêm e
vão...

- Com a minha imaginação penso que sou uma árvore...


uma árvore grande e forte... uma árvore que deita
raízes e que essas raízes são profundas... E a
profundidade das minhas raízes sinto-a todas as vezes
que expiro... o ar que expiro calma e tranquilamente
deixam-me sentir a profundidade e a vitalidade que
estão em mim e ao mesmo tempo deixam-se sentir a
serenidade, a tranquilidade e a paz que existem em
mim mesmo/mesma...

- E neste movimento próprio de inspirar e expirar sinto-


me seguro/segura pois posso deitar raízes profundas
que me dão maior segurança e tranquilidade...

- E agora abro-me para Deus que me sustenta e dá a


seiva para a vida... d’Ele tiro forças para a minha
vida...
- Abro-me para Deus que está sobre mim e me deixa
crescer e me impele a abrir-me...

- E neste estar de pé, em contacto comigo mesmo/mesma


e aberto para Deus que me suporta e sustenta, sinto-me
unido e em comunhão com os demais...

- Aos poucos e poucos vou levantando devagar as mãos e


os braços até à altura dos ombros... e sinto o movimento
exterior e interior dos meus braços, sinto a mudança que
se está a dar em mim e no meu corpo...

- Com os braços abertos continuo a respirar calma e


conscientemente... ao respirar e expirar vai criando-se
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um espaço em mim... a árvore que sou está bem
enraizada, abre-se e cresce em altura e fortaleza...

- Devagar vou deixando cair os braços, voltando à


posição inicial para descansar um pouco...

- Novamente fazemos o mesmo movimento anterior...


Aos poucos e poucos vou levantando devagar as mãos e
os braços até à altura dos ombros... e sinto o movimento
exterior e interior dos meus braços, sinto a mudança que
se está a dar em mim e no meu corpo...

- E nesta posição sou não somente uma árvore, mas


também uma Cruz... em mim estão concentradas todas
as contradições da Humanidade: Alegria e Tristeza,
Prazer e Dor, Generosidade e Egoísmo... que muitas
vezes geram em mim tensão e mal estar...

- E nesta tensão interior levanto a minha voz para Deus:

Senhor, eu não posso mais.


O sofrimento e a dor dominam e determinam a minha
vida.
Eu sofro por causa dos outros e os outros sofrem por
minha causa.
Ajudam-me a compreender que através do teu amor
tudo tem um sentido, mesmo que eu agora não entenda.
Faz-me, Senhor, aberto para os sinais do teu amor.

- Aos poucos e poucos estendo os braços para a frente e


com as mãos faço uma concha... uma concha que me
ajuda a acolher aquilo que a Vida e o Amor de Deus me
querem oferecer...

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- Devagarinho vou abrindo as mãos e os braços voltam à
posição de Cruz... e mais uma vez eu sinto e aguento o
peso da minha Cruz que sou eu mesmo/mesma...
Aos poucos e poucos vou deixando cair os braços até
que as mãos toquem as pernas...

- E nesta posição inicial tomo consciência do meu estar


aqui... apercebo-me das mudanças interiores que houve
em mim, se é que as houve... se não as houve, também
está bem assim...

- Agora sentamo-nos por alguns momentos para


descansarmos um pouco... podemos abrir os olhos...

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Uma História

Uma lenda da Idade Média conta, como Deus mostrou a sua


misericórdia para com um homem que se queixava sobre o
peso da Cruz da sua vida.
Deus conduziu-o a uma sala, aonde estavam guardadas
todas as Cruzes dos Homens.
Disse-lhe Deus: “Escolhe uma!”
O Homem pôs-se a procurar uma cruz que fosse do seu
agrado.
A primeira Cruz que viu, foi uma Cruz muito fina, se bem
que demasiado cumprida para o seu gosto.
Num outro sítio viu uma outra Cruz, mais pequena que a
primeira. Ao tentar levantá-la, viu que era demasiada
pesada, mais pesada que o chumbo. Também esta não lhe
agradou.
Não muito longe do lugar da última Cruz que tinha pegado,
viu uma que lhe agradava e logo a colocou aos seus
ombros. Ao colocá-la aos ombros apercebe-se da existência
de um grande espinho num canto da Cruz. Um espinho que
entraria pelo ombro se colocasse a Cruz aos seus ombros.
Todas as Cruzes tinham algo de incómodo.
Ele viu todas as Cruzes existentes na sala e experimentou
uma grande parte delas, porém sem encontrar uma que lhe
agradasse.
A um canto da sala, escondida no meio de tantas outras
cruzes, viu uma Cruz, ignorada e esquecida por ele. Essa
Cruz não era muito pesada, mas também não era muito
leve... estava feita à medida para ele... Logo pensou para si
mesmo:
“Esta Cruz é a Cruz que quero trazer no futuro!”
Ao ver a Cruz mais de perto, apercebeu-se de imediato que
a Cruz que escolheu, era a Cruz que ele sempre tinha
trazido consigo ao longo da sua vida.

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Momento de silêncio – Musica CD

Levantamo-nos e fazemos de novo a Cruz, cada uma/uma


faz a Cruz de pé com o próprio ritmo...

De mãos abertas e de braços estendidos para o lado,


com os pés bem assentes na Terra... dirigimos
interiormente a nossa voz até Deus pedindo-lhe ou
agradecendo aquilo que trazemos no nosso coração...

- Devagarinho estendemos os braços para a frente e com


as mãos fazemos uma concha que aos poucos e poucos
levantamos em direcção a Deus... em sinal que lhe
oferecemos tudo aquilo que está no nosso coração, na
nossa vida...
Devagar vamos abrindo as mãos e os braços até à altura
dos ombros... e em forma de Cruz aguentamos alguns
momentos e depois deixamos os braços cair até as mãos
tocarem as pernas...

Senhor,
Deixa que o Amor que tu me manifestaste na Cruz de
Jesus, seja a Meta da Via-Sacra da minha Vida.
Senhor, quando me sentir perdido,
Dá-me através da Cruz a Força da Alegria.
Ajuda-me, Senhor, a levantar e a recomeçar o meu
caminho com fé, esperança e amor até que eu chegue à
meta da minha vida: formar comunidade contigo, com
os demais e comigo mesmo.
Isto te peço por intermédio de Jesus, Teu Filho e meu
irmão, que vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Amem.

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