You are on page 1of 14

Dr.

Henrique Eloy Bueno Câmara

Cirurgia Bariátrica
Cirurgia Geral e Laparoscópica
Gastroenterologia
Endoscopia Digestiva Alta
Dr. Henrique Eloy Bueno Câmara
Cirurgia Geral, Laparoscópica e Bariátrica.
Gastroenterologia Clínica e Endoscopia Digestiva
CRM-MG 16.945

Orientações para a operação de gastroplastia redutora (Tratamento cirúrgico da obesidade)

O que é a obesidade?
A obesidade é uma doença crônica, progressiva e fatal, que se caracteriza pelo
excesso de tecido gorduroso no corpo de uma pessoa.

O que causa a obesidade?


A obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, possui diversas causas, que muitas
vezes atuam em conjunto. A principal causa é a herança genética, mas o aparecimento da
obesidade poderá ocorrer em decorrência dos maus hábitos alimentares, falta de atividade
física, alterações psíquicas graves, alterações hormonais ( como o hipotiroidismo ou
uma gravidez), entre outros motivos. Acredita-se que 15 a 20% dos brasileiros sejam
obesos (IMC entre 25 e 40) e que 5% sejam obesos mórbidos (IMC acima de 40).

Como se classifica a obesidade?


Para melhor estudar e tratar essa doença, a OMS ( Organização Mundial de Saúde ),
classificou a obesidade usando o IMC (índice de Massa Corporal). Esse índice é calculado
dividindo-se o peso de uma pessoa (em quilos) pela sua altura (em metros) ao quadrado.
Por exemplo: Uma pessoa de 80 quilos com 1,60 metros de altura. O seu IMC será:
80 dividido por 1,60 x 1,60. Então 80 dividido por 2,56. Logo, o seu IMC será de 31,25. Já
uma pessoa com 120 quilos e 1,60 metros, terá seu IMC de 46,87 (80 dividido por 2,56).

Usando esse índice as pessoas são assim classificadas:

IMC de 18,5 até 24,9: pessoas com peso ideal.


IMC de 25,0 até 29,9: pessoas com sobrepeso.
IMC de 30,0 até 34,9: obesidade leve ou grau l.
IMC de 35,0 até 39,9: obesidade moderada ou grau II.
IMC acima de 40,0 : obesidade mórbida ou grau III.
Quais são as pessoas que tem indicação para a operação para obesidade?

As indicações para o tratamento cirúrgico da obesidade se baseiam no IMC e não no


peso absoluto de cada pessoa.
A operação está indicada para:

1- Todas as pessoas classificadas como obesas mórbidas (grau III).

2- Em alguns casos, pessoas com obesidade moderada (grau II), mas que sofram de
alguma doença que comprovadamente seja agravada pelo excesso de peso.

Todos candidatos a operação deverão ter no mínimo dois anos de tratamento


clínico correto, feito por um médico qualificado, para ser considerado como tratamento
clínico sem sucesso e serem encaminhado para o tratamento cirúrgico.

Quais doenças podem ser provocadas ou agravadas pelo excesso de


peso?

1-Hipertensão arterial.
2-Doenças coronarianas e infarto do miocardio.
3-Diabetes.
4-Apnéia (parada da respiração durante o sono).
5-Aumento do colesterol e triglicérides.
6-Cálculos da vesícula biliar.
7-Artroses.
8-Varizes nas pernas.
9-Câncer de intestino, próstata, mama, útero e ovário.
10-Depressão.
11-Impotência e infertilidade.
12-Outras que se encontram em estudo.
Quais são os exames que devem ser feitos para a operação?

Todo paciente que faz a opção de se submeter a gastroplastia redutora deverá passar
por uma completa avaliação clínica. Essa avaliação consiste em:

1-Exames de sangue, fezes e urina.


2-Endoscopia digestiva alta.
3-Ultrasom abdominal total.
4-Avaliação endocrinológica.
5-Avaliação psicológica ou psiquiátrica.
6-Avaliação cardiológica.
7-Avaliação pneumológica.
8-Avaliação nutricional.
9-Outros exames ou avaliações poderão ser solicitados se necessário.

Qual é a operação que a equipe realiza?

A operação que a equipe realiza é a gastroplastia redutora pela técnica de Fobi-


Capella. É a operação mais estudada e realizada no mundo inteiro, não sendo mais
considerada técnica experimental. Nessa operação reduzimos o tamanho do estômago
(utilizando grampeadores cirúrgicos especiais) para cerca de 5% do seu tamanho original,
ficando com o formato de um tubo de 10cm( capacidade de 30 a 50 ml). É colocado
um pequeno anel de silastic em torno desse tubo, cuja função é diminuir a velocidade da
passagem do alimento por esse local. A seguir efetua-se um pequeno desvio ( t 1 metro) da
parte proximal do intestino delgado que será anastomosado (ligado) ao tubo gástrico para dar
continuidade ao processo digestório.

Veja as ilustrações nas páginas seguintes:


Existem outras operações?

Sim existem outras técnicas operatórias em que o tamanho do estômago é deixado


maior( o que permite a pessoa a comer um maior volume), mas realizam um desvio
intestinal muito grande ( São as chamadas operações predominantemente desabsortivas,
as principais técnicas são a operação de Scopnaro e a Duodenal Switch. Essas operações
apresentam como efeito secundário indesejável a alta freqüência de diarréias (ás vezes
incontroláveis).Alterações importantes nas concentrações de vitaminas, minerais e
proteínas (o que obriga ao paciente fazer uso diário de medicações para o resto da vida.Por
esse motivo não a utilizamos.

A equipe realiza a operação por vídeo-laparoscopia?


Não, as operações por víde-laparoscopia para tratamento de obesidae ainda
apresentam taxas de complicações e mortalidade superiores a operação aberta. Além disso,
devido ao uso de maior número de grampeadores laparoscópicos descartáveis, o seu custo é
bem mais elevado e muitas vezes não é cobertas pelo plano de saúde
Por isso, preferimos realiza-las através de uma pequena incisão, de cerca de 12 a
15 cm, o que torna a operação bem mais segura

Quanto de peso se perde com a operação?

A quantidade de peso que se perde é bastante variada e dependerá de diversos


fatores. É considerado como bom resultado quando o paciente perde cerca de 75% do
EXCESSO de seu peso do dia da operação. Alguns fatores contribuem para alterar a
quantidade de peso perdido: atividade física constante, orientação dietética adequada com
nutricionista, o não uso de bebidas alcoólicas, chocolates, doces em geral e alimentos
gordurosos. A freqüência com que o paciente faz os controles clínicos e exames
laboratoriais é de fundamental importância. Os melhores resultados são alcançados pelos
pacientes que realizam seus controles periódicos com o cirurgião, nutricionista,
endocrinologista, psicólogos, etc... Já os piores resultados ocorreram justamente com os
pacientes que abandonam o controle clínico logo após a operação. É muito importante não
se criar falsas espectativas do tipo "quero voltar a ter peso de quando eu tinha 18 anos
ou quero perder tantos quilos no primeiro mês como um conhecido meu perdeu", para não
haver frustação no pós-operatório. Lembre que cada organismo reage de forma diferente
e por isso não pode haver comparações
Até quando se perde peso e por quanto tempo e deve-sefazer o controle clínico?

A perda de peso é mais intensa especialmente nos primeiros seis meses. Após esse
período, a perda continua em ritmo menor, até se estabilizar com cerca de 1 a 2 anos. O
controle clínico é feito mensalmente nos primeiros 3 meses, depois será trimestral até o 19
ano e a seguir semestral até o 59 ano. O importante é que o paciente tenha conciência que
seu rítimo de perda de peso é único e não fazer Comparações com a perda de peso de outras
pessoas operadas.

A operação apresenta risco de morte?


Sim, como toda e qualquer operação de grande porte, a gastroplastia redutora possui
mortalidadeoperatória. Essa mortalidade varia de 1 a 2% dos pacientes e dependerá de suas
condições clínicas no momento da operação. Idade avançada, doenças graves associadas e
operações já realizadas podem aumentar o risco da operação.

Qual o período de internação, afastamento do serviço e para voltar a participáe


atividades físicas ?
O tempo de internação é de cerca de quatro dias. Habitualmente interna-se no
mesmo dia da operação e a primeira noite é em CTI, quando indicado. O tempo de
afastamento de suas atividade profissionais é de 15 dias aproximadamente. O retorno à
atividade física se faz progresivamente, sendo a caminhada liberada com 30 dias,
hidroginástica com 60 dias e musculação com 90 dias.

É de extrema importância, para o bom resultado da operação, que opaciente siga


corretamente as orientações médicas e não falte aos retornos para as avaliações com o
cirurgião e os demais especialistas.
O acompanhamento no pós-operatório é feito da seguinte forma:
1 - retorno- 15 dias Avaliar ferida operatória e dieta.
2- retorno- 30 dias Pesagem, exames laboratoriais e nutricionais.
39 retorno- 60 dias Idem.
49 retorno- 90 dias Idem.
5- retorno- 6 meses Idem.
69 retorno- 1 ano Idem. Avaliação de cirurgia plástica.
A partir do 19 ano,avaliação semestrais.
O uso de cinta é obrigatório? •
Não, o seu uso não é obrigatório, mas algumas pessoas se sentem mais seguras e
confortáveis usando a cinta. Só recomendamos usar a cinta após a retirada dos pontos da
operação. Praticamente em todos os pacientes, ocorre abertura na ferida com saída de
secreção nos primeiros dias. É bastante comum e sem gravidade, bastando fazer curativo
com gasinhas e não há necessidade de usar pomadas. O uso de cinta não impede essa
ocorrência.

É comum a queda de cabelo no pós-operatório?

Sim, pode ocorrer queda de cabelo e outras alterações, como unhas quebradiças
Após a operação. Essas alterações são transitórias e não apresentam causas bem definidas.
Acredita-se que decorram de deficiência de ácidos graxos, proteínas ou vitaminas. Essas
ocorrências podem ser amenizadas com o uso de suplementos orais, calcualdos e
Prescritos pelo nutricionista.

O uso de vitaminas é obrigatório?

Não, a prescrição de vitaminas ou de minerais dependerá da presença de alterações


observadas pelos exames sangüíneos periódicos.

A partir de quando pode ser feita a cirurgia plástica?


O excesso de pele ocasionado pela redução do peso pode necessitar de
operação plástica. Essa só é iniciada após a estabilização do peso que ocorre entre 1 a 2
anos.

Posso voltar a engordar após a operação?


Após a estabilização do peso, alguns pacientes poderão voltar a ganhar
alguns poucos quilos, mas jamais voltarão ao peso do dia da operação. A quantidade de
peso que poderá ser recuperado dependerá de diversos fatores. Nas mulheres é mais comum
por causa das alterações hormonais. Além disso, o consumo de bebidas alcóolicas,
chocolates, doces em geral, alimentos gordurosos, a falta de atividade física e o abandono
dos controles clínicos periódicos contribuem bastante para o ganho de peso.
Autorização para a operação:

Como é comum a todas as operações eletivas de grande porte, é


obrigatório a ssinatura pelo paciente de uma autorização para realizar a
operação. Alguns convênios só liberam a guia mediante autorização
assinada, da mesma forma, alguns hospitais exigem a autorização assinada
para efetuar a internação

Referências e sites recomendados

1 - Dieta ou cirurgia?: Barbara Thompson


Prestigio Editora
2- www.cirurgiadoemagrecimento.com.br
3- www.obeso.org.br
4- www.portalmedico.org.br
5- www.sbcb.org.br
6- www.endocrino.org.br
Av. Bernado Monteiro, 890/1001
Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG
Tel.: (31) 3222.6422
www.cirurgiadoemagrecimento.com.br

You might also like