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TEXTO DE APOIO 9
SIDA1
A infecção VIH/sida tem uma história relativamente recente, mas já dramática à escala
mundial. O número de doentes continua a aumentar, apesar de todos os esforços promovidos
pelos Governos e diferentes organismos ligados à saúde e à educação a nível mundial.
mundial
Presentemente, a infecção VIH/sida não tem cura. A prevenção é a única medida eficaz.
O que é a sida?
A sida (Síndroma da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença não hereditária causada pelo
vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV - na língua inglesa)
lesa) que enfraquece o sistema
imunitário do nosso organismo, destruindo a nossa capacidade de defesa em relação a muitas
doenças.
O doente infectado pelo HIV vai ficando progressivamente fragilizado e pode contrair várias
doenças que o podem conduzir à morte. Estas doenças são designadas por “oportunistas”,
uma vez que, por norma, não atacam as pessoas com um sistema imunitário saudável.
O que é o VIH?
O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente causador da sida. Este agente pode ficar
incubado no corpo humano por tempo indeterminado, sem que o infectado manifeste os
sintomas da sida. Quando uma pessoa está infectada com o VIH diz-se
diz se que é seropositiva.
seropo
Uma pessoa seropositiva pode não ter quaisquer sinais da doença, aparentando mesmo um
estado saudável durante um longo período, mas tem o vírus presente no seu organismo e, por
isso mesmo, pode transmiti-lo
lo a outra pessoa.
1
In www.portaldasaude.pt
O sistema imunitário é uma rede complexa de várias células e moléculas. Um dos grupos de
células do sistema imunitário é constituído por glóbulos brancos e, dentro desta classe, há um
tipo de células designadas linfócitos.
Dos vários tipos de linfócitos, os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos,
importantíssimos para o sucesso da maior parte das vacinas. Outro tipo de linfócitos são os
linfócitos T. Dentro destes, distinguem-se dois grupos: os CD4+ e os CD8+. Os CD4+ comandam
o sistema imunitário, para que a resposta aos agentes estranhos ao organismo seja efectuada
rapidamente, de forma eficaz e sequencialmente correcta. Se este tipo de linfócitos deixar de
funcionar correctamente, ou se forem destruídos, o sistema imunitário deixa de ser eficaz e a
pessoa adoece gravemente.
O VIH infecta e destrói sobretudo os linfócitos CD4+, o que significa que a pessoa vai
progressivamente perdendo células coordenadoras do sistema imunitário, até que este deixa
de funcionar e instalam-se as denominadas doenças oportunistas.
A partilha de seringas, agulhas, escova de dentes, lâminas de barbear e/ou material cortante
com a pessoa infectada pelo VIH constitui, igualmente, causa de transmissão. Os utensílios e
objectos mencionados, depois de utilizados, devem ser colocados em contentores rígidos com
abertura e tampa (pode obtê-los nos centros de saúde) ou, então, em garrafas de água ou
sumo vazias, de material rígido e grosso, que também são excelentes para este fim. Embora
represente um risco menor, não devem ser partilhados objectos cortantes onde exista sangue
de uma pessoa infectada. É o caso, por exemplo, dos piercings, instrumentos de tatuagem e de
furar as orelhas e alguns utensílios de manicura.
Da mãe para o filho durante a gravidez, parto e/ou amamentação. Se a mãe estiver infectada
pode transmitir a infecção ao bebé durante a gravidez, através do seu próprio sangue, ou
durante o parto, através do sangue ou secreções vaginais. Há ainda o risco de contágio
durante o período de aleitamento. Sempre que haja alternativas à amamentação, esta deve
ser evitada. Da saúde da futura mãe dependerá a saúde da criança. Assim, é muito importante
que, antes e durante a gravidez, a mulher seja acompanhada regularmente pelo seu médico
assistente. Todas as mulheres grávidas têm direito a usufruir do Serviço Nacional de Saúde,
onde os serviços de vigilância materna são prestados gratuitamente.
• Através do ar, alimentos, água, picadas de insectos e outros animais, louça, talheres,
sanitas ou qualquer outro meio que não envolva sangue, esperma, fluidos vaginais ou
leite materno.
• Através da urina, suor, lágrimas, fezes, saliva, secreções nasais ou vómitos, desde que
estes não tenham sangue misturado;
• As pessoas sexualmente activas que têm relações sexuais não protegidas.Os jovens,
por terem relações espontâneas e apreciarem as frequentes mudanças de parceiros,
são o grupo mais vulnerável, excepto se procurarem manter relações sexuais
protegidas (preservativo) desde o início da relação. As drogas injectáveis são utilizadas
sobretudo por esta faixa etária e, no trocar de seringas e agulhas, pode estar também
o perigo de contaminação.
De acordo com dados recentes, a comunidade de homens que têm sexo com homens
passou de grupo mais afectado no início da epidemia (década de 80) à terceira
categoria de transmissão, em Portugal. No entanto, dados internacionais revelam um
aumento da infecção junto desta comunidade, pela diminuição das adopção de
práticas sexuais seguras.
• A propagação do VIH junto das pessoas que se prostituem e indivíduos que recorrem
ao sexo pago também é preocupante. Trata-se de uma população com grande
mobilidade, sobretudo imigrante e, muitas vezes, em situação irregular no país. A
presença de problemas de toxicodependência também é comum. Há ainda a
considerar o receio da discriminação por parte dos profissionais de saúde que, com
frequência, não estão preparados para lidar com populações com estilos de vida
considerados socialmente desajustados, dificultando assim, o acesso das prostitutas e
prostitutos aos centros de saúde.
• Minorias e migrantes.
É importante fazer o teste de diagnóstico sempre que se tem dúvidas sobre a possibilidade de
estar infectado pelo VIH ou se pensa engravidar e se:
Se o resultado for positivo, pode ter acesso aos cuidados de saúde apropriados e iniciar o
tratamento o mais cedo possível. Deste modo, a evolução da doença é retardada.
Por outro lado, saber que está infectado é razão para evitar contaminar outras pessoas,
adoptando comportamentos preventivos. Protege-se a si próprio, de forma mais eficaz, das
chamadas doenças oportunistas.
Em caso de gravidez, pode-se diminuir muitíssimo o risco de transmissão do vírus da mãe para
o filho.
Onde pode fazer o teste do VIH?
Para fazer o teste do VIH poderá consultar o seu médico de família ou outro igualmente da sua
confiança. Caso prefira fazê-lo de uma forma anónima, confidencial e gratuita, poderá dirigir-
se aos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce VIH (CAD).
Desde 1980, data em que foi inaugurado o primeiro centro de detecção em Lisboa (Centro de
Rastreio Anónimo da Lapa), à criação da Rede dos CAD com início em 2001, encontram-se já
em funcionamento 22 CAD, em quase todos os distritos do país: Aveiro, Beja, Braga, Bragança,
Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro (CAD de Faro e CAD Móvel), Guarda, Leiria, Lisboa (CAD
da Lapa, CAD da Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso e CAD Móvel), Portalegre, Porto,
Santarém, Setúbal (CAD de Almada, CAD do Barreiro e CAD de Setúbal), Viana do Castelo e Vila
Real.
Que o sangue da pessoa testada não apresenta anticorpos anti-VIH, pelo que não deverá estar
infectada pelo vírus. Mas, atenção, pois o organismo leva algum tempo a produzir anticorpos
que possam ser detectados.
Qualquer pessoa à qual tenha sido diagnosticada a sua seropositividade pelo VIH/SIDA deve
ser referenciada aos serviços hospitalares competentes. Deve ser agendada uma consulta de
imediato. Os doentes em medicação anti-retrovírica necessitam de apoio especial antes e
durante o tratamento. O acompanhamento médico deve ser constante, pois é um período em
que os doentes irão sofrer as principais mudanças no organismo e podem ocorrer dificuldades
na adesão.
Contudo, lembre-se sempre que a eficácia do tratamento depende de si. É fundamental que
tome correctamente e continuamente os anti-retrovíricos para que tudo dê certo.
O seu médico tem de vigiá-lo constantemente para saber se o tratamento está ou não a fazer
o efeito pretendido ou se é necessário mudar o esquema terapêutico. E isto só é possível
através da realização de exames específicos, como a células CD4+ (determina o nível de células
de defesa no organismo); carga vírica ou viral (determina a quantidade de vírus no sangue);
genotipagem do vírus (detecta as mutações no vírus que potencialmente causam falência
terapêutica - resistências), entre outros.
A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais frequentes em Portugal e, em muitos casos,
afecta a pessoa infectada com VIH. É uma doença contagiosa, pode infectar outras pessoas,
mas existe tratamento. É um tratamento longo, mas os medicamentos são gratuitos e
distribuídos no Centro de Doenças Pneumológicas da sua área de residência. Dado que a
bactéria da tuberculose pode desenvolver resistência aos medicamentos e estes deixarem de
fazer efeito, é importante que não falhe nem interrompa o tratamento.
A sida caracteriza-se por uma quebra do sistema imunitário do organismo e, por este motivo,
as infecções de ordem geral não podem ser combatidas eficazmente. Actualmente, a cura não
é possível. A única medida eficaz para combatê-la, presentemente, é a prevenção.