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Uso de bateria na igreja

Muito se fala a respeito do uso de bateria na igreja. Este sem dúvida


alguma é um dos assuntos mais polêmicos e discutidos hoje em várias
denominações. Quero expor aqui o que de fato a palavra de Deus ensina a
esse respeito. Espero que o leitor leia com atenção e com intenção de
aprender e ouvir a voz de Deus neste assunto. Alguns dizem que a bíblia se
cala quando o assunto é música e por esta razão muitos querem introduzir
suas opiniões pessoais, mas todos que analisarem este estudo verão que a
bíblia tem muito a dizer sobre o tema da música e instrumentos de
percussão, e que nossa opinião pessoal deve ser abandonada completamente. Deus o abençoe neste exame e
leitura do artigo abaixo.

1º - A percussão era usada no templo do Antigo Testamento?

Tanto a presença quanto a ausência do tambor em circunstâncias bíblicas específicas nos ajudará a
compreender a questão do uso da bateria na adoração a Deus.

Davi quis fazer uma casa para o Senhor. Mas Deus não permitiu. Mas como Davi era músico, Deus
lhe deu orientações precisas para que tomasse todas as providências para o templo, que Salomão edificaria.
Entre essas orientações Deus determinou quais instrumentos seriam usados na adoração.

Os instrumentos que Deus Pediu foram:

"Címbalos, Alaúdes, Harpas e posteriormente Trombetas. II Cr 29:25,26. O texto bíblico diz:


"...Porque este mandado veio do Senhor por intermédio de seus Profetas..." II Cr 29:25. Estes instrumentos
são qualificados como ``do Senhor´´. Se este mandado veio diretamente do Senhor, atentem para ver que na
lista de Deus não existia tambores. Eu desafio ao leitor a examinar todo o contexto e o histórico musical do
santuário, e com certeza verá que esse tipo de instrumento jamais fora usado no santuário. A pergunta que
deveríamos fazer é: “Porque Deus não colocou tal instrumento em sua lista uma vez que era muito usado
pelos israelitas? Porque Deus não permitiu que o próprio Davi que era conhecedor de música, escolhesse os
instrumentos que seriam usados na adoração? Deus não permitiu que Moisés escrevesse os Dez
Mandamentos; da mesma forma, Deus não permitiu que Davi tivesse a liberdade de escolher os instrumentos
de música que seriam usados no templo para a adoração. Faça esse paralelo e perceberá que o assunto da
música e dos instrumentos a serem usados na adoração é muito sério.

Pastor Vanderlei Dorneles, Mestre em Teologia e Comunicação pelo Seminário Adventista Latino
Americano de Teologia, Campus 2, expressou-se da seguinte forma: “A exclusão do tambor no templo pode
indicar que Deus não quis o instrumento na música de adoração por causa de sua relação direta com o
misticismo e por sua influência no sentido de excitar as danças e embotar a consciência e o juízo. O ritmo do
tambor que inclinava as pessoas à dança deveria estar fora do culto que requer a lucidez da mente para a
compreensão da vontade de Deus. Além disso, uma vez que o templo era uma representação do trono de

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Deus, a música a ser usada ali deveria distinguir-se daquela usada nas celebrações profanas”. Cristãos em
busca do êxtase – Pág. 193

Pastor Samuele Bacchiocchi Professor e Doutor em teologia na Andrews University – EUA a esse
respeito escreveu:

“O Estudo da música e da liturgia do Templo de Jerusalém, bem como do Santuário celestial, foi
muito instrutivo. Vimos que, por respeito pela presença de Deus, instrumentos de percussão e música de
entretenimento que estimula as pessoas fisicamente, não eram permitidos nos serviços do Templo, nem são
usados na liturgia do Santuário Celestial. Para a mesma razão, instrumentos rítmicos e música que estimula
as pessoas fisicamente em vez de elevá-las espiritualmente, está fora de lugar na igreja hoje. A adoração nos
dois templos, terrestres e celestial, também nos ensina que Deus deve ser adorado com grande reverência e
respeito. Música na igreja não pode tratar Deus com frivolidade e irreverência. Deveria ajudar aquietar
nossas almas e a responder a Ele em reverência.” Música, Teologia do Louvor e Adoração a Deus, Pág. 22.

Eurydice V. Osterman, compositora e professora de música na Universidade de Oakwood em


Huntsville, Alabama – EUA, também escreveu que: “Uma possível explicação para não usar bateria pode
ser que, por sua natureza, não é um instrumento melódico. Em toda a Bíblia, há numerosas referências para
cantar e fazer “Melodia” com a voz e com instrumentos. Como a bateria não é capaz de fazer “melodia”, as
sagradas Escrituras não a apresentam como sendo usada no santuário. O que Deus diz sobre a música, Pág.
72.

Várias pesquisas evidenciam que os tambores tem raízes bem seculares e que estão relacionados aos
cultos místicos e espiritualistas. Veja alguns exemplos:

“A música e a dança são os principais fatores dos fenômenos de possessão que se observam nos
cultos mágicos” Sparta, A Dança dos Orixás .

“O tambor e a dança do culto proporcionam uma espécie de confraternização com a divindade,


tornando os deuses mais amáveis e coniventes”. Bastos, Os Cultos Mágico-Religiosos .

“Os xamãs preparam seu transe cantando e tocando tambor”. Mircea Eliade, História das Crenças e
das Idéias Religiosas .

“Na maioria das tradições xamânicas, a dança e o canto com tambor são os meios mais utilizados
para se atingir o transe” Eliade, Xamanismo e as Técnicas Arcaicas do Transe

“O ritmo violento dos tambores e a repetição intérmina dos cantos, produzem fadiga e
amortecimento conseqüente da consciência, levando os iniciados a um verdadeiro estado de hipnose”.
Sparta, A Dança dos Orixás

“O tambor é um instrumento de correspondência, isto é, de comunicação entre o homem e os seres


misteriosos que governam a natureza”. Bastos, Os Cultos Mágicos Religiosos.

“Ritmo é o elemento mais ativo na experiência do transe. O ritmo marcado com a percussão é ainda
mais eficaz em desencadear a experiência de possessão”. Livro: Música e Transe, Gilbert Rouget.

“A percussão é o som por excelência do transe. Se há um instrumento capaz de quebrar os nossos


nervos, esse é o do tambor. Além disso, esse é o instrumento mais importante do ritmo, e por conseqüência
da dança”. Rouget

“A beleza da Santidade vem no tempo do Espírito Santo. Vem vindo lá dos lados da África. Vem
com seus tambores e cores, com seus ritmos e melodias, com seus meneios de quadris... “Que distância

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haverá entre o êxtase dos orgasmos e os êxtases carismáticos que nos fazem falar em línguas e estremecer as
entranhas?” Metodista Jaci Maraschin, A Beleza da Santidade.

Dr. Stefani (Formado em Teologia e Doutor em Música na Universidade Andrews), considera que o
ritmo, produzido mais propriamente pelo tambor, é a característica mais eminente e essencial da música
africana, já amplamente relacionada com as experiências de transe e possessão. Cristãos em busca do êxtase,
Pág. 193.

Gilbert Rouget também assinala o papel do ritmo nas experiências de transe. Para ele, é o ritmo,
acelerando e crescendo, produzido por qualquer instrumento, e “não só pelo tambor, que responde pelas
experiências místicas primitivas” (cf. Rouget, 1986: 78-86).

Os tambores são de fato e verdade instrumentos que tem uma relação fortíssima com os cultos
espiritualistas e místicos além de estarem completamente associados aos cultos pentecostais.

Voltando a bíblia, podemos perceber a exclusão dos tambores também na história de Davi na
condução da arca de Quiriate-Jearim até a casa de Obede-Edom. (II Sam. 6:5 e I Cron. 13:8) .

A história diz que foram duas tentativas de Davi para trazer de volta a arca. Na primeira tentativa deu
tudo errado e Davi não conseguiu trazê-la. Foi um desastre porque Davi havia contrariado a Deus em várias
maneiras de como a arca deveria ser levada. Percebendo os erros cometidos, na segunda tentativa ele corrige
tudo para fazer conforme fora ordenado por Deus. Observando atentamente, percebe-se que nas correções
que foram feitas para trazer a arca novamente, os tambores também entraram em sua lista de coisas que
eram do desagrado do Senhor. Davi contrariou a vontade de Deus em várias coisas, mas na segunda
oportunidade ele fez tudo conforme era a vontade de Deus. Houve alegria, mas ao contrário da primeira vez,
a banda musical não teve tambor, mas harpas, alaúdes e címbalos (I Cron. 15:16).

Alguns argumentam também, que quando o povo de Israel saiu do Egito, usavam tambores e adufes
em seus cânticos. Com isso tentam bonificar o uso de tal instrumento. Mas vale lembrar que o povo não só
trouxe os tambores do Egito como também trouxeram outros costumes pagãos como por exemplo a
poligamia. Com base nisso podemos hoje também ser polígamos? O povo de Israel viveu mais de 400 anos
escravizado no Egito e muitos de seus costumes, inclusive musical eram de origem pagã. Em toda a bíblia o
único culto de adoração a Deus ocorrido, em que houve uso de tambores na música foi no monte Sinai,
quando na verdade estavam adorando ao bezerro de ouro e não ao Deus verdadeiro, (Êx. 32).

Outros argumentam que os tambores foram usados no templo. Essa afirmação é no mínimo
equivocada e tendenciosa e no mais, falsa e mentirosa. Essas afirmações são vazias, completamente
desprovidas de conhecimento bíblico. Novamente apelo para que o leitor estude todo histórico musical do
santuário e verá por si que tal instrumento, por alguma razão sábia da parte de Deus não fizeram parte da
liturgia do santuário.

Os relatos bíblicos sobre música apresentam que a “música do santuário sem o uso de tambores se
tornou exemplo para as outras gerações. Após a volta do cativeiro babilônico, a adoração foi conduzida de
maneira semelhante a do santuário. Os instrumentos usados estavam completamente relacionados com as
determinações dadas por Deus a Davi (Esdras 3:10). E podemos ver este mesmo exemplo sendo seguido na
cerimônia da dedicação dos muros de Jerusalém (Neemias 12:27). A igreja primitiva com toda sua riqueza
de louvor e adoração, não menciona em momento algum o uso de tambores na liturgia, o que sugere que o
padrão do templo que era diferente do padrão profano, tenha se tornado o modelo para suas reuniões de
adoração a Deus”. Cristãos em Busca do Êxtase, Pág. 194.

Vanderlei Dorneles apresenta “os eventos posteriores ao templo como indicando que a adoração em
Israel e, depois na igreja cristã, afastou-se dos costumes profanos trazidos do Egito e se concentrou no
padrão pretendido por Deus. As visões do Apocalipse que mencionam a adoração no céu (Apoc. 5:8-14;
7:11-12; 11:16; 14:2; 15:2; 19:4), sem qualquer referência aos tambores, confirmam que o modelo

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assimilado a partir do templo de Salomão é sem dúvida o modelo do céu”. Cristãos em Busca do Êxtase,
pag. 194.

Fica completamente evidente que os tambores jamais foram usados na adoração a Deus no templo e
que sua proximidade com o culto verdadeiro jamais existiu.

E quanto aos címbalos?

No artigo de Levi de Paula Tavares intitulado “O Uso da Percussão na Adoração à Luz da Bíblia”
vemos as seguintes informações: “Os címbalos de metal eram constituídos por dois pequenos discos de
metal, com suas beiras dobradas. Quando golpeados verticalmente, produziam um toque agudo, como um
tinido, cuja sonoridade era ouvida a grandes distâncias. Alguns apelam para o uso dos címbalos (que são,
portanto, instrumentos de percussão) para argumentar que a música do templo tinha uma batida rítmica e,
por conseguinte, a Bíblia não proíbe instrumentos de percussão na igreja hoje. Tal argumento ignora o fato
de que, como explica Kleinig (John W. Kleining, The Lord’s Song: The Basis, Function and Significance of
Choral Music in Chronicles (Sheffield, England, 1993) p. 82-83), “os címbalos não eram usados pelo
cantor-mor na condução do cântico, batendo o ritmo da música, mas sim para anunciar o começo de uma
estrofe ou de um cântico. Uma vez que eles eram usados para introduzir o cântico, eram brandidos pelo líder
do coro em ocasiões ordinárias (I Crônicas 16:5) ou pelos três líderes dos grupos em ocasiões
extraordinárias (I Crônicas 15:19)”. E estes três líderes estavam “sob a supervisão do rei” Davi (I Crônicas
25:6).

De modo semelhante, Curt Sachs em Rhythm and Tempo (Nova York, 1953), p. 79) explica que “A
música no templo incluía címbalos, e o leitor moderno poderia concluir que a presença de instrumentos de
percussão indicaria ritmos precisos. Mas há pouca dúvida de que os címbalos, como em qualquer outro
lugar, marcavam o fim de uma linha e não o ritmo dentro de um verso.”

Observe também as explanações de John Kleinig e A. Z. Idelssohn, sobre como os címbalos eram
utilizados: "Os címbalos não eram usados pelo cantor para conduzir os cânticos mediante a marcação do
ritmo da canção, mas para anunciar seu início ou estrofe." John Kleinig, A Canção do Senhor, pág. 82. "Os
instrumentos de percussão eram reduzidos a um címbalo, que não era empregado na música propriamente,
mas simplesmente para marcar pausas e intervalos." A. Z. Idelssohn, A Música Judaica em Seu
Desenvolvimento Histórico, pág. 17.

Vemos, desta forma, que apesar de os címbalos serem, verdadeiramente, instrumentos de percussão,
não é apropriado afirmar que estes instrumentos fossem utilizados como utilizamos os instrumentos de
percussão atualmente, ou seja, para marcação rítmica. A sua função era de sinalização, assim como as
trombetas (que veremos adiante); com a diferença que as trombetas sinalizavam para o povo e os címbalos
eram utilizados como sinalização para os cantores e instrumentistas, quase da mesma forma que um regente
faz sinais corporais para os músicos de uma orquestra na atualidade, indicando as entradas dos diversos
instrumentos.”

Precisamos todos, Pastores, Anciãos, Líderes e membros nos conscientizar de que precisamos deixar
completamente nossa opinião de lado para nos agarrar com força num assim diz o Senhor. Nenhuma
conjectura, gosto e eu acho humano deve ser a tônica da verdade a esse respeito ou a respeito de qualquer
outro assunto. Muita discussão existe, justamente pelo excesso de eu acho e tentando suplantar a palavra de
Deus.

Na Revista Adventista de setembro de 1985 lemos: "Hoje parece que muitos, mesmo pastores, se
acostumaram a conviver com a música popular religiosa no lar, na escola e na igreja. Não querem se
indispor com algum compositor ou intérprete; temem tornar-se antipáticos aos jovens, ou algum

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administrador, evangelista ou líder J.A. Às vezes não sabem, não conhecem, e acabam também
desenvolvendo o gosto e se esquecem da responsabilidade."

Termino esta primeira parte do artigo com uma declaração importante do Pastor Jorge Mário:
“Ninguém deve ser regra para ninguém. Cada pessoa deve estudar, observar, conhecer os fatos e as verdades
por si mesma. Há muita preguiça nesta direção e por isto muita confusão. Também existe muito: EU ACHO
e pouquíssimo O QUE DEUS ACHA. Meu povo pereceu por falta de conhecimento diz o profeta. Faremos
parte deste grupo? A revelação está aí. Existe água pura, maná e bálsamo em Gileade. É só buscar. "Buscar-
me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o coração.”

Abaixo, links com as respostas dos demais tópicos do artigo.


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2º - O Espírito de Profecia e o uso de percussão, e outros.

3º - A posição oficial da Igreja Adventista sobre música, e outros.

Autor: Gilberto Theiss

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