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SAÚDE

GRATUITA

ALEXANDRA PRISCILA LUIZ


ALEXANDRA PRISCILA LUIZ colou grau em Direito pela UniFMU no ano de 1999.
Atualmente cursa MBA – Master in Business Administration em Direito
Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e exerce o cargo de assessora
jurídica na empresa Bayer HealthCare em São Paulo – SP. Desde a fundação do
Instituto Canguru – Grupo Especializado em Doenças Metabólicas vem
prestando assessoria jurídica gratuita.

A intenção da obra não é esgotar o assunto, mas tentar abrir novos caminhos aos
pacientes e profissionais de saúde, a fim de demonstrar que os direitos dos pacientes
estão salvaguardados pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Os direitos autorais foram cedidos gratuitamente pela autora ao Instituto Canguru em


conformidade com os artigos 49 e seguintes da Lei nº 9610 de 19/02/98.

“A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.”


Montesquieu

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais e irmãos por terem compartilhado todas as alegrias e tristezas
ao longo de minha vida.

Ao meu noivo pelo imenso amor e também por todo incentivo durante a fase de
construção do Instituto Canguru.

Ao Departamento de Nutrição e DGA da Secretaria de Estado da Saúde do Rio


de Janeiro, à Sra. Solange Pacheco – Assistente Social do Centro de Referência da
Assistência Social da Prefeitura de São Paulo e ao Dr. Paulo Sérgio Montez –
Advogado e Procurador do Estado de São Paulo, atuante na Procuradoria de
Assistência Judiciária que mostraram-se preocupados com a causa defendida pelo
Instituto Canguru, dividindo seus conhecimentos e trazendo preciosas informações
para a elaboração desta pequena obra.

À Dra. Roseli Saccardo Sarni, pediatra da NUNESP – Nutrição e Neurologia de


São Paulo, pelo comprometimento com a vida humana, que motivou a realização
deste trabalho.

À Vanessa Cristina Dias de Castro, Hélio Guy Osmo e Carlos Eduardo Paula
Leite Gouvêa pelo apoio e confiança.

Enfim, a todas as pessoas que, de uma ou outra forma, colaboraram para que
eu efetivasse este trabalho, a minha singela gratidão.

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O INSTITUTO CANGURU

O Grupo de Apoio às Doenças Metabólicas nasceu em Agosto de 2002 atualmente


mais conhecido como Instituto Canguru, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público), sem fins lucrativos, que tem por missão contribuir para a
melhoria de qualidade de vida dos portadores de doenças metabólicas. O Instituto
Canguru informa os pacientes e orienta seus familiares, assim como os médicos e
profissionais envolvidos nas diversas etapas de tratamento das doenças metabólicas.

São objetivos do Instituto Canguru:

y divulgar informações sobre as doenças metabólicas hereditárias para profissionais


da área de saúde e para a sociedade em geral;

y encorajar parcerias entre serviços de saúde, educação e profissionais envolvidos


com essas doenças;

y promover pesquisas;

y promover e apoiar a realização de congressos, cursos e outros eventos sobre esse


tema;

y criar e manter uma biblioteca direcionada a doenças metabólicas;

y fornecer suporte às famílias dos portadores de doenças metabólicas hereditárias,


por meio de informações, aconselhamento e apoio jurídico;

y atuar em projetos de cooperação técnica e institucional de âmbito nacional e


internacional.

O Instituto Canguru pode ser contatado através dos seguintes meios de comunicação:
Telefone: 0800 704 0055
E-mail: canguru@institutocanguru.org.br
Website: www.institutocanguru.org.br.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 6

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL .......................................................................................... 7

DA NECESSIDADE DE ALIMENTOS ESPECIAIS E


MEDICAMENTOS GRATUITOS .................................................................................. 9

CONCLUSÃO ............................................................................................................. 16

ANEXOS .................................................................................................................... 17

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo alertar os profissionais de saúde e os pacientes sobre
os direitos destes últimos em receber gratuitamente alimentos, medicamentos,
equipamentos e demais utensílios indispensáveis à vida.

As pesquisas foram motivadas inicialmente pela preocupação da Dra. Roseli Saccardo


Sarni, pediatra da NUNESP – Nutrição e Neurologia de São Paulo, que tem
presenciado no seu dia-a-dia, inúmeras crianças carentes impossibilitadas de comprar
alimentos necessários ao pronto restabelecimento.

Neste diapasão, o leitor verificará por vezes que o estudo em referência foi voltado
especificamente para a área de alimentos. A abordagem se faz necessária em virtude
de ainda nos depararmos com o conservadorismo legal, no qual acredita-se que os
alimentos, tais como as dietas enterais e alimentos para doenças metabólicas
hereditárias, não possuem a real urgência, tal como se verifica com os medicamentos.

A intenção deste obra não é esgotar o assunto, mas tentar abrir novos caminhos aos
pacientes e profissionais de saúde, a fim de mostrar que os direitos dos pacientes
estão salvaguardados pelo nosso ordenamento jurídico.

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LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

É de suma importância que inicialmente apresentemos as legislações em vigor no


ordenamento jurídico brasileiro, a fim de demonstrar a efetiva proteção aos direitos
dos pacientes, em especial, àqueles desprovidos de recursos financeiros:

x DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (ONU – 1948)

ARTIGO XXV – Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si
e a sua família, saúde e bem-estar.
xCONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL - 1988

SEÇÃO II – DA SAÚDE – ARTIGO 196 – A saúde é direito de todos e dever do


Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e do acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação

xESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – LEI Nº 8069 DE 13/07/90

ART. 7º – A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante


a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

ART. 11 – É assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do


Sistema Único de Saúde, garantindo o acesso universal e igualitário às ações e
serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

§ 2º – Incumbe ao Poder Público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os


medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação.

xSUS – LEI Nº 8080 DE 19/09/90

ART. 2º – A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover


as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

ART. 3º – A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a


alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis
de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.

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Parágrafo Único – Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do
disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade
condições de bem-estar físico, mental e social.

ART. 6º – Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde


(SUS):
I – a execução de ações:
(d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica
IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar.
VI – a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

ART. 7º – As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados


ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo
ainda aos seguintes princípios:
I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

ART. 19-I – São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento


domiciliar e a internação domiciliar.
§ 1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-
se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,
psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos
pacientes em seu domicílio.
§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes
multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e
reabilitadora.
§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por
indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família."

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DA NECESSIDADE DE ALIMENTOS ESPECIAIS E MEDICAMENTOS GRATUITOS

No Brasil, ainda se tem o falso entendimento de que o Governo está obrigado a


fornecer gratuitamente, tão somente, medicamentos, com o intuito de suprir as
necessidades dos cidadãos brasileiros no que concerne à saúde.

No entanto, a lei é cristalina ao afirmar que a saúde tem como fatores determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais.

Como se não bastasse, na nossa Constituição Federal existem, ainda, vastas leis
infraconstitucionais que determinam a total garantia aos cidadãos brasileiros de
acesso à saúde como bem descrito no capítulo anterior. Ainda assim, observamos
que, na prática, os pacientes que dependem especificamente de alimentos especiais,
tais como, as dietas enterais, fórmulas infantis e para doenças metabólicas
hereditárias, não conseguem obter estes produtos gratuitamente.

Esta restrição deve-se ao fato da Administração Pública entender, erroneamente, que


os produtos denominados “alimentos” não são de extrema relevância à saúde
humana, como o são os medicamentos.

Entretanto, os alimentos especiais, muito embora sejam registrados no Ministério da


Saúde como sendo “alimentos”, são de extrema relevância para a sobrevivência dos
pacientes dependentes destes produtos.

Em linhas gerais, a função primordial dos alimentos especiais é nutrir o organismo


“doente”, ajudando no tratamento de determinada patologia. O que vale dizer que, a
ausência destes alimentos especiais fará com que o organismo fique muito mais
debilitado e, por conseguinte, suscetível às enfermidades maiores.

Para visualizar a importância desses produtos, passamos a descrever algumas


justificativas para a utilização de medicamentos e alimentos especiais:

1) Alimentos Especiais:

1.1 - Doenças Metabólicas Hereditárias: tratam-se de doenças que envolvem o


acúmulo de substratos tóxicos ou a falta de produtos vitais para o funcionamento
adequado do organismo. Na maioria dos casos, isto ocorre devido a deficiência de
uma enzima que exerce importante atividade metabólica em nosso organismo.
Alguns exemplos de doenças nas quais o indivíduo não consegue metabolisar
adequadamente aminoácidos específicos são:

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a) Aminoacidopatias: homocistinúria (aminoácido metionina), tirosinemia (aminoácidos
fenilalanina e tirosina), fenilcetonúria (aminoácido fenilalanina)

b) Acidemias Orgânicas: acidemias glutárica (aminoácidos lisina e triptofano),


acidemia metilmalônica e acidemia propiônica (aminoácidos metionina, treonina, valina
e isoleucina)

c) Distúrbios do Ciclo da Uréia (aminoácidos não essenciais).

O tratamento é baseado em dietas compostas por alimentos naturais com teor mínimo
de proteína e suplementadas com fórmulas industrializadas ou especiais que contêm
todos os aminoácidos que o ser humano necessita, com exceção dos que devem ser
controlados devido à patologia. Tais dietas são impossíveis de serem obtidas apenas
à base de alimentos naturais. Ressalta-se que o não fornecimento da fórmula de
aminoácidos inviabiliza o controle da doença e prejudica o crescimento e
desenvolvimento do indivíduo, trazendo como conseqüências, dentre outras, o
desenvolvimento de retardo mental irreversível, coma e óbito.

1.2 - Galactosemia: doença na qual o indivíduo tem dificuldade em metabolizar a


galactose, isto é, o açúcar presente no leite e alimentos lácteos. O tratamento é
basicamente uma dieta especial isenta deste açúcar. Para tanto é necessário o
fornecimento de leites especiais isentos de galactose, como as fórmulas à base de
soja. O não seguimento da dieta especial pode levar a conseqüências como o retardo
mental, cirrose hepática, vômitos, diarréia, desnutrição, catarata, sepse, meningite e
óbito.

2) Medicamentos:

2.1 - Tirosinemia: doença na qual o indivíduo tem dificuldade em metabolizar o


aminoácido tirosina. Além da dieta especial já citada, é necessário a utilização do
medicamento NTBC. A não utilização desta medicação leva ao acúmulo de
metabólitos tóxicos no fígado, que perde suas funções progressivamente. Isto traz a
necessidade de transplante e caso não seja realizado, leva a criança ao óbito antes da
segunda década de vida.

2.2 - Defeitos do Ciclo da Uréia: doença na qual o indivíduo tem dificuldade em


metabolizar os aminoácidos não-essenciais. Além da dieta especial mencionada
anteriormente, é necessário a utilização de benzoato de sódio. Nas crises, se esta
medicação não estiver disponível prontamente, o paciente evolui para coma e óbito
rapidamente.

2.3 - Mitocondriopatias: patologias resultantes de defeitos no metabolismo das


mitocôndrias. É necessário o uso de Coenzima Q-10 (antioxidante) e l-carnitina,
ambos estabilizam o quadro e evolução da doença. O não uso destes compostos
agrava o quadro neuro-muscular, com redução da força muscular e aumento das
crises convulsivas.

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2.4 - Acidúria Glutárica tipo I: patologia que envolve o metabolismo dos aminoácidos
lisina e triptofano. Além de dieta especial, requer a utilização de l-carnitina, que
previne as crises metabólicas. O não uso da l-carnitina pode levar a coma e óbito.

Nas situações clínicas acima referenciadas, os alimentos especiais, embora não


considerados como medicamentos, são terapêuticos. Ressalta-se mais uma vez que a
não utilização destes alimentos específicos epara cada tipo de doença e os
medicamentos que atuam em conjunto pode colocar em risco a vida desses pacientes.

Diante da necessidade dos pacientes em receber estes alimentos especiais e


medicamentos gratuitamente, foi realizado um levantamento junto à algumas
Instituições Públicas, visando abrir possíveis caminhos a serem trilhados pelos
pacientes e/ou profissionais de saúde.

a) PREFEITURA DE SÃO PAULO

Existem duas formas de encaminhar os pedidos de alimentos e/ou medicamentos no


âmbito municipal. Vejamos:

A Vara da Infância e Juventude, sediada no Fórum João Mendes recebe os pedidos


de medicamentos e/ou alimentos e os encaminha ao SAS – Serviço de Assistência
Social da Prefeitura de São Paulo. Recomenda-se que os pacientes acionem
diretamente o SAS para agilizar o processo de aquisição gratuita dos produtos.

O SAS-SP, por sua vez, está dividido em regionais (tabela 1), possuindo verba
municipal própria para atendimento aos cidadãos através de convênio com farmácias.

TABELA 1
SERVIÇO : CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL SÃO PAULO

Nome Endereço Bairro Cep Telefone


Regional : Butantã/Pinheiros
R. Dr. Ulpiano Da Costa
Jd. Peri Peri 05538-000 3742-5099
Manso, 201
Regional : Campo Limpo
Estrada De Campo Limpo,
Campo Limpo 05744-000 5841-6833
2.935
Regional : Capela De Socorro
Av. Senador Teotônio
Interlagos 04801-000 5666-9503
Vilela, 83
Regional : Freguesia Do Ó
Freguesia Do
R. Chico De Paula, 224 02926-000 3932-0444
Ó

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Regional : Ipiranga

R. Gonçalo Pedrosa, 131 V. Sta Eulália 04261-060 215-1281


Regional : Itaquera/Guaianases
R. Sábado D'angelo, 2.085
Itaquera 08210-790 6286-0016
Regional : Vila Maria/Vila Guilherme/Jaçanã
R. Soldado José Antonio Pq. Novo
02143-060 201-5910
Moreira, 546 Mundo
Regional : Moóca/Aricanduva/Vila Formosa
R. Serra De Botucatu,
Moóca 03166-000 295-1812
1455
Regional : São Miguel Paulista
R. Dona Ana Flora
V. Jacuí 08060-150 6137-2498
Pinheiro De Souza, 76
Regional : Penha/Ermelino Matarazzo
R. Candapuí, 492 V. Marieta 03621-000 6957-9275
Regional : Perus/Pirituba/Jaragua
R. Comendador Feiz Jd. Cidade
02942-000 3974-8138
Zarzur, 380 Pirituba
Regional : Santo Amaro
R. Padre José De
Sto Amaro 04742-001 247-6821
Anchieta, 646
Regional : Sé/Lapa
Av. Tiradentes, 749 Luz 01101-010 3311-7144
Regional : São Mateus
Cidade São
Av. Mateo Bei, 1.769 03949-011 6919-4812
Mateus
Regional : Santana/Tucuruvi/Tremembé
Av. Dr. Luís Dumont
Parada Inglesa 02239-000 6977-3384
Vilares, 1.500
Regional : Vila Mariana/Jabaquara
Planalto
Av. Indianópolis, 1.465 04063-002 5071-8213
Paulista
Regional : Vila Prudente
R. Dona Genoveva
V. Prudente 03132-070 274-9981
D'áscoli, 37

Importante frisar que, para que o SAS possa atender às necessidades dos pacientes,
estes deverão preencher os requisitos legais, quais sejam, apresentar-se à regional
mais próxima da sua residência, tendo em mãos a receita médica datada de até no
máximo 03 (três) meses, documento de identidade, carteira profissional e, se houver,
comprovante de rendimento.

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Analisada a receita médica e estando todos documentos em conformidade, a
assistente social encaminhará o paciente à farmácia conveniada mais próxima para
retirada do alimento especial e/ou medicamento gratuito1.

b) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

A Procuradoria de Assistência Judiciária do Estado de São Paulo informa que é


perfeitamente viável o ingresso com medida judicial no intuito de obter o alimento
especial e/ou medicamento gratuito. Segundo a experiência da Procuradoria, existem
algumas saídas jurídicas:

1) Parceria entre Procuradoria e Organizações Não Governamentais (ONG) ou


Instituições sem fins Lucrativos: estas entidades possuem grande força no
seguimento de alimentos especiais e/ou medicamentos. A Procuradoria tem feito
parcerias visando fornecer gratuitamente os produtos aos pacientes abrangidos por
elas. A condição para que se firme a parceria é que estas instituições estejam
legalmente constituída, razão pela qual a Procuradoria exige delas um plano de ação,
além de toda a documentação jurídica, econômica e financeira para uma análise
criteriosa, e posterior deferimento do convênio.

2) Ação Coletiva: protege os interesses difusos e deve ser intentada pelo Ministério
Público, que vem intensificando a sua atuação em prol da sociedade carente,
principalmente no que concerne aos direitos da criança e adolescente (Art. 208 do
Estatuto da Criança e do Adolescente). Vejamos a posição jurisprudencial:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ECA. Adolescente portadora de cifoescoliose


severa com grande desvio angular e progressivo. Implante especial. Dever
do Estado. Lei nº 9908/93. Princípios Constitucionais da dignidade
humana, direito a vida e a saúde e proteção da criança e adolescente.
Legitimidade do Ministério Publico. Concessão de liminar contra o
Poder Público. Cabimento. Multa. O Ministério Público é parte legítima
para ajuizar ação pública em proteção aos interesses da criança e do
adolescente (lei nº 8.069/90, art. 201, V e lei nº 7.347/85, art. 5º).

3) Ação Individual: ingressada pelo paciente individualmente. Para tanto, o paciente


deve dirigir-se à Procuradoria de Assistência Judiciária do Estado de São Paulo,
localizada na Rua Alvarez Machado, 19, de 2a à 6a feira, das 07:00 às 09:30 hs. O
paciente deve levar consigo o documento de identidade (RG), carteira profissional,
comprovante de rendimento, receita médica e o laudo médico especificando a real
necessidade da dieta e/ou fórmula infantil, a fim de que a Procuradoria possa

1
O paciente deverá verificar primeiramente com seu médico se os alimentos especiais e/ou
medicamentos prescritos podem ser encontrados em farmácias, visto que o auxílio municipal
é restrito a elas.

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ingressar com a medida judicial cabível. Esta saída jurídica é importante, pois quanto
maior o número de casos, mais decisões serão proferidas, formando um rol de
jurisprudência dentro da Procuradoria, o que só vem a contribuir para a vida destes
pacientes. Quando se tratarem de casos fora do Estado de São Paulo, deve-se
procurar a Procuradoria ou Defensoria Pública da região, ou ainda, maiores
informações poderão ser obtidas nas Organizações Não Governamentais.

c) OUTROS ESTADOS

Em alguns outros Estados, à semelhança do que ocorre com os medicamentos de alta


complexidade, as Secretarias de Saúde já se encarregam do fornecimento dos
produtos aos pacientes que deles necessitam a partir de indicação médica.

A Secretaria do Rio Grande do Sul já vem atuando neste sentido, com fundamento na
Lei Estadual 9908/93, Portarias nº 37 e 38 de 2002, cujos texto seguem em anexo,
nas quais o Estado garante o fornecimento gratuito de medicamentos excepcionais às
pessoas que não puderem prover as despesas com referidos medicamentos, sem que
tenham que se privar dos recursos indispensáveis ao próprio sustento e de sua
família.

A Lei Estadual 9908/93 define, de forma bem clara, que medicamentos excepcionais
são aqueles que devem ser usados com freqüência e de forma permanente, sendo
indispensáveis à vida do paciente.

As Portarias nº 37/2002 e 38/2002 ratificam a importância dos produtos até aqui


abordados, quando informam que garantirão o acesso igualitário de um maior número
de cidadãos aos medicamentos dispensados em caráter especial. Vão mais além: a
primeira relaciona, no seu artigo 1º, os medicamentos essenciais à vida tais como:
dieta líquida 1,5 kcal/ml, dieta líquida hipercalórica, fórmula láctea infantil espessada
anti-regurgitação, fórmula láctea infantil isenta de lactose, fórmula láctea infantil
maternizada, fórmula láctea infantil à base de proteína isolada de soja, fórmula láctea
isenta de fenilalanina, femprocumona, insulina regular, lanzoprazol, óleo de fígado de
bacalhau para fibrose cística, sulfassalazin para doença de crohn, vitamina D 400U,
entre outros.

Neste diapasão, o ordenamento jurídico gaúcho equiparou os alimentos especiais aos


medicamentos por concluir serem, também, indispensáveis à vida dos pacientes.

Este avanço na área da saúde só vem contribuir para a manutenção da vida e


dignidade humana devendo, em última análise, servir de exemplo para os demais
Estados que, atualmente, socorrem-se de medidas judiciais para verem satisfeitos os
direitos dos pacientes dependentes de alimentos especiais, medicamentos e outros
utensílios indispensáveis à sobrevivência.

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No Rio de Janeiro, por sua vez, a Secretaria de Estado da Saúde já vem trabalhando
no que se refere à entrega de alimentos especiais e medicamentos.

Esta Instituição Pública recebe continuadamente pedidos, via Defensoria Pública ou


Mandado de Segurança, ambos acompanhados da receita médica e laudo detalhado
especificando a real necessidade dos produtos. Recebido o pedido, o mesmo segue
para a Assessoria Jurídica, que analisa a viabilidade e necessidade da compra dos
produtos para que, então, possa seguir para a classificação orçamentária, no objetivo
de fazer a devida reserva de verba. Os pedidos na Secretaria de Saúde do Rio de
Janeiro demoram cerca de 30 a 45 dias para serem atendidos. Muito embora a
entrega seja morosa, os pacientes se vêem satisfeitos por poderem programar e
receber seus alimentos especiais e/ou medicamentos, totalmente gratuitos.

Mais uma vez, torna-se imprescindível esclarecer que em virtude da dimensão do


Brasil, não foi possível estudar cada um dos Estados brasileiros. Todavia, fica
registrado que nas situações de necessidade de medicamentos ou alimentos
especiais, o profissional de saúde deve orientar os seus pacientes a procurarem seus
direitos perante a Defensoria Pública, Procuradoria, Ministério Público, Prefeitura, ou
ainda, uma Organização Não Governamental que disponha de departamento jurídico
próprio para orientá-lo.

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CONCLUSÃO

Ao estudar o tema “Saúde Gratuita” verifica-se que os cidadãos brasileiros dispõem de


mecanismos jurídicos para exigir do Estado o cumprimento de entrega de
medicamentos, alimentos especiais e outros produtos essenciais à vida humana
gratuitamente.

Ocorre que a sociedade brasileira não possui acesso aos seus direitos,
desconhecendo, portanto, a porta de entrada para a melhoria de sua saúde.

Assim sendo, espera-se que esta singela obra, tenha contribuído para abrir algumas
das vias de acesso ao poder público, no intuito único de propiciar uma melhor
condição de vida aos pacientes que inevitavelmente se encontram a espera da ajuda
gratuita do Estado.

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ANEXOS

Por fim, faz-se necessário a inclusão de algumas decisões dos nossos tribunais e
reportagens nacionais, a fim de demonstrar que o Estado tem o dever de disponibilizar
recursos para provimento da saúde de todos os cidadãos brasileiros.

Justiça garante remédios para fibrose cística

Fonte: O Estado de São Paulo – 29/10/2001

São Paulo - A Associação Brasileira de Assistência à Mucoviscidose (Abram)


ganhou na Justiça uma liminar que garante o fornecimento, pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), de todos os medicamentos necessários para o tratamento da
fibrose cística - doença genética e crônica que ataca o pulmão.

A decisão foi dada pela juíza Cynthia Thomé, da 8ª Vara da Fazenda Pública, depois
de análise de inquérito civil do Ministério Público.

Em setembro, a Abram entrou com representação contra o governo paulista no MP.


"No inquérito, constatamos deficiência no fornecimento da maioria dos remédios",
afirmou o promotor João Luiz Marcondes Júnior.

O governo tem 30 dias para providenciar os estoques dos remédios - são enzimas
específicas, antibióticos, complementos vitamínicos e suplementos nutricionais.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, o governo está
recorrendo da liminar, sob a alegação de que já fornece todos os remédios, com
exceção de três produtos importados e não registrados no Ministério da Saúde.

"Ter acesso aos remédios significa vida", disse Sérgio Henrique Sampaio, presidente
da Abram.

No Paraná, por exemplo, há quase dois anos, os pacientes recebem todos os


remédios do SUS. Não houve nenhuma morte por causa da doença nesse período.
Em São Paulo, há 400 portadores de fibrose cística. Em todo o País, 74% dos
pacientes são crianças com menos de 12 anos.

STF confirma garantia de medicamentos a


carente portador de doença neurológica

Data: 07/06/2002
Responsável: Assessoria Jurídica Nacional

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Fonte: Informativo STF 5/7/2002
www.fasubra.com.br/clipping/juridico/contatoview.asp?key=391

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu (25/6) manter acórdão do


Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em que reconhece a obrigação do estado
de fornecer, gratuitamente, medicamentos a pessoas comprovadamente
carentes portadoras de doença de origem neurológica. O posicionamento do STF
foi aprovado no julgamento do Recurso Extraordinário (RE 256327). A decisão teve
por base a lei estadual 9908/93 que regulamentou o artigo 196 da Constituição
Federal onde estabelece que "a saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação". O relator do RE foi o
ministro Moreira Alves.

STF manda RS pagar tratamento de doença rara

Fonte: Agência Estado - 19/09/2001


http://www.sintese.com/newsletter/html279.html#not-08

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu o


direito de dois portadores de doenças raras e com dificuldades financeiras de terem
seus tratamentos pagos pelo governo do Rio Grande do Sul.
Ao contrário do que pedia o governo gaúcho, Celso de Mello manteve decisões
do Tribunal de Justiça daquele Estado, favoráveis a um paciente que sofre de
fenilcetonúria e a uma criança com a patologia neurológica status marmóreo.
O ministro concluiu que a Constituição Federal estabelece que o poder público é
obrigado a prestar assistência nos casos que envolvam pacientes com poucos
recursos financeiros e que sejam portadores de doenças raras.
Em seu despacho, Celso de Mello citou decisões do Supremo nas quais o tribunal
reconheceu o direito de portadores do vírus HIV receberem gratuitamente
medicamentos.
"Entendo que razões de ordem ético-jurídica impõem ao julgador uma só e possível
opção: aquela que privilegia o respeito indeclinável à vida e à saúde humana,
notadamente daqueles que têm acesso, por força de legislação local, ao programa de
distribuição gratuita de medicamentos, instituído em favor de pessoas carentes",
justificou o ministro.

STJ garante à portadora de retardo mental o


direito de receber medicamentos do Estado

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Fonte: STJ - 20/08/02
http://www.oabsp.org.br/main3.asp?pg=3.6&pgv=a&id_noticias=12855

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) garantiu a M. G. C.


portadora de retardo mental, o direito de receber do Estado de Minas Gerais os
remédios indispensáveis ao seu tratamento. A decisão unânime se baseou em
dispositivo da Constituição Federal, que determina ser dever do Estado assegurar
aos cidadãos a saúde, adotando políticas sociais que reduzam os riscos de
doença, e foi tomada em um mandado de segurança contra o secretário de Saúde de
Minas Gerais.
Em razão de ser portadora de retardo mental, associado a hemiatrofia de toda a
revisão esquerda do corpo, epilepsia de longa duração, automutilação e tricotilomania,
transtorno orgânico da personalidade, com impulsividade, foram prescritos pelo
médico três remédios a M. G. C.: Topamax 25mg, Zolloft 5mg e Revia 50mg. Não
dispondo de recursos para adquirir tais medicamentos, essenciais e imprescindíveis
ao seu tratamento (apenas o Zolloft equivale a uma despesa mensal de R$ 300,00),
sua curadora, que é funcionária pública municipal, solicitou o fornecimento pela
Secretaria de Saúde de Minas Gerais, mas não obteve autorização.
A Secretaria alegou que os medicamentos solicitados não estão entre aqueles
padronizados pelo Ministério da Saúde e sugeriu a troca dos remédios. No entanto, o
médico da paciente informou que, devido aos múltiplos problemas de saúde, não seria
desejável trocar os medicamentos já prescritos, pois poderia causar alterações
negativas, como depressão, ansiedade, agitação psicomotora, aumento da
automutilação, crises hipertensivas e ganho de peso. M.G.C. entrou, então, com um
mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ/MG).
Embora tenha reconhecido a dramaticidade da situação de M. G.C., o TJ/MG indeferiu
o pedido, alegando que não lhe assiste direito líquido e certo e que nem consta entre
os deveres do Estado a inclusão da assistência farmacêutica, além disso não se pode
impor à Administração Pública o dever de comprar os medicamentos. A decisão do TJ
afirmou, ainda, que a lei estabelece normas próprias para compras a serem feitas pela
Administração; o que não possibilita ao Estado a aquisição em farmácias e drogarias
de remédios na medida em que forem receitados por médicos particulares a seus
clientes de baixa renda. Diante dessa conclusão, M. G. C. recorreu ao STJ.
O relator, ministro Garcia Vieira, ressaltou que a Constituição Federal, em seu artigo
196, dispõe ser “direito de todos e dever do Estado, garantir mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação”. A seu ver, ante esse e outros preceitos
constitucionais que consideram de relevância pública as ações e serviços de saúde, é
inconcebível que decorridos 13 anos da promulgação da Constituição os cidadãos
brasileiros “continuem dependendo de providências legais, regulamentares,
burocráticas, ou seja de que natureza for, para poder desfrutar das garantias de
proteção à saúde e à própria sobrevivência,” como a do caso em questão.
“Com todo o respeito aos que entendem que as normas constitucionais são de
natureza meramente programáticas e de proteção do interesse geral, não conferindo
aos beneficiários o direito de exigir o atendimento de assistência e proteção vitais à

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saúde, a exemplo do fornecimento de medicamentos, sem os quais os que deles
necessitam fatalmente hão de perecer”, asseverou, destacando que, felizmente, o STJ
vem dando interpretação menos restritiva ao texto constitucional.
Processo: RMS 13452

SUS é obrigado a garantir medicamento mesmo


se o paciente tiver condições de comprá-lo

Fonte: STJ - 10/10/2002


http://www.oabsp.org.br/incoab3/ClippingJurDetalheImpressao.asp?id_noticias=13043
Processo: RESP 430526

É dever do Estado fornecer medicamento necessário ao tratamento de paciente


com hepatite C mesmo que este possua boa remuneração e condições de
comprá-lo. Este foi o entendimento firmado pela Primeira Turma do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) durante o julgamento do recurso interposto pelo delegado de polícia
A. L. P. K., que contraiu hepatite C ao socorrer um preso que tentara suicídio. A
Turma, à unanimidade, concedeu o pedido do delegado tendo em vista o direito à vida
e à saúde.
“O Sistema Único de Saúde – SUS visa à integralidade da assistência à saúde,
seja individual ou coletiva, devendo atender aos que dela necessitem em
qualquer grau de complexidade, de modo que, restando necessitem comprovado
o acometimento do indivíduo ou de um grupo por determinada moléstia,
necessitando de determinado medicamento para debelá-la, este deve ser
fornecido, de modo a atender ao princípio maior, que é a garantia à vida digna”,
afirmou o relator do processo, ministro Luiz Fux.
No exercício de sua função, André Luiz contraiu hepatite “C” ao socorrer um detento
que tentou se suicidar cortando os pulsos com cacos de vidro retirados da janela do
cárcere. Por causa da doença, o delegado necessita de uma dose diária do
medicamento denominado Virazole, a base de Interferon, fabricado pelo Laboratório
Uzi Farma, na indicação de duas cápsulas a cada 12 horas, totalizando 120
comprimidos por mês. Cada caixa contém 30 comprimidos no valor de R$ 210,00, o
que lhe custaria, no mínimo, R$ 420,00 por mês.
Segundo A. L. , apesar de ser delegado de polícia, não possui condições de arcar com
o tratamento sem prejudicar seu próprio sustento e o de sua família. Além disso, o
delegado afirma que não há como abdicar do remédio, já que a doença poderia evoluir
ao ponto de ser necessário um transplante de fígado. Diante dessa situação, A. L.
entrou em juízo com uma ação ordinária com pedido de tutela antecipada contra a
Fazenda do Estado de São Paulo. O juiz de primeira instância negou o pedido
sustentando que “o autor não é pessoa pobre na acepção jurídica do termo. Ao
contrário, possui rendimento mensal bem superior à média dos brasileiros”.
Inconformado com a decisão, A. L. apelou para o Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo (TJ/SP) sob os mesmos argumentos. O tribunal negou a apelação.
Percebendo “salário superior a R$ 3.000,00 mensais e não tendo comprovado ter

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outros encargos financeiros, pode ser considerado, em face da realidade social
brasileira, cidadão não menos afortunado que os demais, em situação realmente
precária. Tendo em conta que as verbas públicas têm destinação previamente
marcada, há de ser entender que o interesse da coletividade deve prevalecer diante
do individual, no tocante aos serviços de saúde da população em geral”, afirmou o
TJ/SP.
No STJ, o delegado interpôs um recurso alegando que não tem condições de adquirir
o medicamento até que seja possível realizar um transplante de fígado. O ministro Luiz
Fux, relator do processo, deu provimento ao recurso. Segundo ele, “não há que se
perquerir sobre ser o recorrente Delegado de Polícia e perceber remuneração bem
maior que a maioria dos brasileiros, prevalecendo a presunção de que não pode
suportar o ônus do tratamento, como decorrência da promessa constitucional de que
‘todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida’ (art.
5º, Constituição Federal/88). Sobreleva ainda destacar que a moléstia foi transmitida
no exercício de sua função, e em decorrência do nobilíssimo ato de salvaguardar a
vida alheia”.

Medicamentos: Responsabilidade do Município

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Supremo Tribunal Federal


RECURSO: AgRg no RE 259.508-0.RS/2000
RELATOR: Min. Maurício Correa
EMENTA: Saúde Pública. Fornecimento gratuito de medicamentos a pessoas
carentes e a portadores do vírus HIV. Responsabilidade repassada também a
Município contrariando acordo celebrado com Estado-membro. Admissibilidade.

O direito público subjetivo que representa prerrogativa jurídica indisponível assegurada


a todas as pessoas pela norma do art. 196 da CF, qualquer que seja a esfera
institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, mostra-se
indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir em grave
comportamento inconstitucional, não havendo se falar em ofensa ao art.2º da Lex
Mater , no fato de a responsabilidade pela distribuição gratuita de medicamentos a
pessoas carentes, bem como remédios para portadores do HIV, ser repassada
também a Município, mesmo contrariando acordo celebrado com Estado-membro.

Medicamentos não padronizados

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

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TRIBUNAL: Tribunal de Justiça do Paraná
RECURSO: MS 84819-9/2000
RELATOR: Des. Cordeiro Cleve
EMENTA: É dever do Estado e direito fundamental do cidadão necessitado o
fornecimento, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de medicamento
indispensável à sobrevivência deste (CF/88, art.196), ainda que não padronizado
pela Política Estadual de Assistência Farmacêutica, podendo a Administração, em
situações excepcionais e de emergência, valer-se da transferência de recursos. (Lei nº
8080/90, art. 36, §2º)

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Tribunal de Justiça do Paraná


RECURSO: MS 91443600/2000
RELATOR: Min. Indefinido
EMENTA: --“Mandado de segurança. Fornecimento gratuito de medicamento
indispensável a impetrante. Moléstia grave e crônica negativa das autoridades
impetradas. Alegação de cumprimento de política estadual de saúde. Inconsistência.
Dever do estado, por imposição do direito social à saúde. Artigos 6º e 196 da
Constituição Federal. Direito liquido e certo. Demais requisitos legais preenchidos.
Concessão definitiva da ordem. Processo civil. Mandado de segurança. Verbas de
sucumbência incabível, neste tipo de ação, a condenação ao pagamento dos
honorários advocatícios, restando apenas as despesas e custas processuais.”.

Medicamentos: Responsabilidade do SUS

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Supremo Tribunal Federal


RECURSO: RE 195192.RS/2000
RELATOR: Min. Marco Aurélio
EMENTA: --“Mandado de Segurança. Adequação. Inciso LXIX, do artigo 5º da
Constituição Federal. Uma vez assentado no acórdão proferido o concurso da primeira
condição da ação mandamental. Direito líquido e certo. Descabe concluir pela
transgressão ao inciso LXIX do artigo 5º da CF. Saúde. Aquisição e fornecimento de
medicamentos. Doença rara. Incumbe ao Estado (gênero) proporcionar meios
visando a alcançar a saúde, especialmente quando envolvida criança e

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adolescente. O SUS torna a responsabilidade linear alcançando a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios.

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Tribunal de Justiça de Rondônia


RECURSO: MS 00.000052-3/2000
RELATOR: Des. Antônio Cândido
EMENTA: Saúde Pública.Necessitado que não dispõe de meios para aquisição de
medicamentos essenciais ao tratamento de doença grave, em razão do elevado
custo.Dever intransferível do Estado em fornecer-lhe gratuitamente tais remédios, de
forma regular e constante, durante todo o período de tratamento.
A garantia do direito à saúde é imposição constitucional a que não pode furtar-se o
Estado. Se o necessitado não dispõe de meios para aquisição dos medicamentos
essenciais ao tratamento de doença grave ( hepatite "C" ) a que esteja acometido, em
razão do elevado custo, é dever intransferível do Estado fornecer-lhe
gratuitamente tais remédios, de forma regular e constante, durante todo o
período de tratamento.

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Tribunal de Justiça do Paraná


RECURSO: MS 84998500/2000
RELATOR: Des. Wanderlei Resende
EMENTA: --- “Mandado de Segurança. Doença degenerativa. Fornecimento de
medicamento essencial à preservação da saúde, negado pelo secretário Estadual
da Saúde. Direito líquido e certo inscrito no art. 196, da CF. Segurança concedida.”.

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150

TRIBUNAL: Supremo Tribunal Federal

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RECURSO: RE 242859.RS/1999
RELATOR: Min. Ilmar Galvão
EMENTA: -- Administrativo. Estado do Rio grande do Sul. Doente portadora do vírus
HIV, carente de recursos indispensáveis à aquisição dos medicamentos de que
necessitava para seu tratamento. Obrigação imposta pelo Acórdão do Estado.
Alegada ofensa aos arts. 5º, I e 196 da CF. Decisão que teve por fundamento central
dispositivo de Lei (art. 1º da Lei 9.098/93) por meio da qual o próprio Estado
regulamentando a norma do art 196 da CF vinculou-se a um programa de distribuição
de medicamentos pessoas carentes, não havendo, por isso, que se falar em ofensa
aos dispositivos constitucionais apontados.”

Medicamentos

Fonte: http://www.idisa.org.br/lista_tit_not.cfm?id_subass=150
TRIBUNAL: Superior Tribunal de Justiça
RECURSO: AGA 253938.RS/2000
RELATOR: Min. JOSÉ DELGADO
EMENTA: Processual civil. Agravo regimental contra decisão que negou provimento a
agravo de instrumento para fazer subir recurso especial. Fornecimento gratuito de
medicamentos. AIDS. Responsabilidade solidária do Estado e Município. decisão una
de relator. art. 557, do CPC, e art. 38, da lei nº 8.038/90. precedentes. 1. Agravo
Regimental interposto contra decisão que entendeu não emprestar caminhada a
agravo de instrumento intentado para fazer subir recurso especial ajuizado, negando-
lhe, assim, provimento.
2. São responsáveis, solidariamente, o Estado e o Município pelo fornecimento
gratuito de medicamentos para o tratamento de doentes de AIDS e portadores
do vírus HIV. (...)

STJ reconhece direito de criança obter


tratamento médico no exterior pago pelo Estado

Processo: MS 8740
Fonte: Superior Tribunal de Justiça, 6/3/2003
Data/Hora: 6/3/2003 - 11:22:40 AM
http://www.aasp.org.br/noticias/visualizar_noticia.asp?ID=6349

“Não se pode generalizar a aplicação da norma que veda ao Estado a concessão de


auxílio financeiro para tratamento fora do País, a ponto de abandonar, à sua própria
sorte, aqueles que, comprovadamente, não podem obter, dentro de nossas fronteiras,
tratamento que garanta condições mínimas de sobrevivência digna”, afirmou o ministro
João Otávio Noronha, da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao

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julgar o mandado de segurança em favor da menor P.S.L.R., da cidade de Juiz de
Fora/MG.

P.S., 5 anos, é portadora de mielomeningocele infantil, doença que causa má


formação do tubo neural. P.S. sofre de paraplegia dos membros inferiores,
comprometimento de sensibilidade, bexiga com capacidade diminuída, incontinência
fecal, entre outros males. A enfermidade apresentada pela criança exige constante
monitoramento, além da utilização de um aparelho chamado RGO-Reciprocrating Gait
Orthoosis, produzido, com exclusividade, pelo Memorial Children´s Hospital, localizado
em Chicago/EUA.

Em 1999, por meio da promoção de campanhas, ajuda humanitária e recursos


próprios, P.S. conseguiu realizar exames no hospital norte-americano, onde um
aparelho RGO foi confeccionado especialmente para ela. De lá para cá, a criança
cresceu e a órtese do RGO já não está no tamanho adequado, deixando de atender as
necessidades de tratamento e reabilitação da paciente.

Diante da impossibilidade de custear nova viagem aos EUA, o pai de P.S., o técnico
em prótese dentária, João Carlos Reis, solicitou ao Ministério da Saúde “ajuda e
custeio do tratamento, ou seja, do aparelho, uma vez que, de acordo com o
desenvolvimento da criança, tem-se que fazer as adaptações necessárias”. Todavia, o
ministério negou o pedido, informando que a Portaria GM/MS nº 763, de abril de 1994,
proíbe que o órgão financie atendimentos médicos fora do país.

Um segundo ofício do Ministério da Saúde complementou a resposta, recomendando


que a criança fosse atendida pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e
Reabilitação, a fim de verificar a possibilidade de haver um substituto para o aparelho
no Brasil. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, após avaliar P.S., concluiu
que a órtese realmente já estava pequena. Entretanto, informou que a oficina
ortopédica do hospital não confeccionava aparelho semelhante.

João Reis, representando a filha, recorreu ao STJ. No mandado de segurança,


argumentou que a portaria ministerial vai de encontro ao entendimento da obrigação
legal do Ministério da Saúde de, em nome do Estado, oferecer proteção à vida e à
saúde do cidadão. “Que seja concedida a segurança para o fim de reconhecer a
ineficácia da Portaria nº 763 e, em conseqüência, determinar ao Senhor Ministro de
Estado da Saúde que forneça à criança, num prazo de 10 dias, o tratamento de
reabilitação que venha a necessitar”, solicitou a defesa de P.S.

O ministro João Otávio Noronha, relator do mandado, acolheu os argumentos do pai


da criança, ressaltando que a falta do aparelho RGO ou outro similar no Brasil justifica
o custeio, por parte do Estado, do aparelho nos Estados Unidos. “Não havendo no
País equipamento terapêutico apropriado ao tratamento da enfermidade,
justifica-se que o Estado disponibilize recursos para a sua aquisição no
exterior”.

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Para o relator, a documentação apresentada no recurso comprovou que o
aparelho RGO é de fundamental importância para a sobrevivência da criança.
Assim como ficou comprovada a falta de condições econômicas dos pais da menina
para pagar as despesas com o tratamento fora do país. “A despeito de reconhecer
méritos na conduta da Administração, sobretudo porque são conhecidas de todos nós
as dificuldades enfrentadas pelo Ministério da Saúde, diante da escassez de recursos
reservados para o atendimento de milhões de doentes, necessitados de cuidados
médicos no País, é certo que não se pode generalizar a aplicação da regra. Não há de
prevalecer, portanto, a restrição plena quanto a tratamentos no exterior, por afronta
direta aos princípios constitucionais e legais”, explicou o ministro.

Em seu voto, o ministro ainda salientou: “Considerando a evolução da engenharia


médica no País, que faz antever, para um futuro próximo, o desenvolvimento do
aparelho RGO por entidades especializadas sediadas no Brasil, as reposições do
equipamento terapêutico, quando se fizerem necessárias, deverão priorizar o eventual
similar nacional”.

Com a decisão, acolhida pela maioria dos ministros da Primeira Seção, o Ministério da
Saúde fica obrigado a fornecer à P.S. o aparelho RGO, como também o tratamento de
fisioterapia, incluindo a viagem e estada no exterior para a criança e o pai.

Medicamentos Importados

RE 195186 / RS - RIO GRANDE DO SUL


RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ILMAR GALVAO
Publicação: DJ DATA-13-08-99 PP-00017 EMENT VOL-01958-04 PP-00714
Julgamento: 04/05/1999 - Primeira Turma
Assunto: Previdência Social – Tratamento Médico – Medicamento Importado

EMENTA: Acórdão que impôs ao estado o dever de importar e fornecer a menor


pobre, acometido de doença rara, medicamento indicado ao seu tratamento, de
origem estrangeira, inexistente no mercado nacional. Alegada ofensa ao inc. LXIX
do art. 5º, e ao art. 196, ambos da Constituição Federal. A primeira norma invocada
não se presta para suporte de recurso extraordinário, posto que o direito líquido e
certo, pressuposto constitucional de admissibilidade do mandado de segurança, é
requisito de ordem processual -- atinente à existência de prova inequívoca dos fatos
em que se baseou a pretensão do impetrante e não à procedência desta, matéria de
mérito. Precedente do STF (RE nº 117.936, Rel. Min. Sepúlveda Pertence). A segunda
questão, de sua vez, não chegou a ser ventilada no acórdão, incidindo as Súmulas
282 e 356. Recurso não conhecido.

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Medicamentos

RE 273042 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL


AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
Publicação: DJ DATA-21-09-01 PP-00051 EMENT VOL-02044-03 PP-00464
Julgamento: 28/08/2001 - Segunda Turma

EMENTA: Constitucional. Administrativo. Medicamentos: fornecimento a pacientes


carentes: obrigação do estado. I. - Paciente carente de recursos indispensáveis à
aquisição dos medicamentos de que necessita: obrigação do Estado em
fornecê-los. Precedentes do S.T.F. II. - Negativa de seguimento ao RE. Agravo não
provido.

Medicamentos

RE 271286 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL


AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Publicação: DJ DATA-24-11-00 PP-00101 EMENT VOL-02013-07 PP-01409
Julgamento: 12/09/2000 - Segunda Turma
E M E N T A: Paciente com HIV/AIDS - pessoa destituída de recursos financeiros
- Direito à vida e à saúde - Fornecimento gratuito de medicamentos - Dever
constitucional do poder público (cf, arts. 5º, caput, e 196) - Precedentes (stf) -
Recurso de agravo improvido. o direito à saúde representa conseqüência
constitucional indissociável do direito à vida. - O direito público subjetivo à saúde
representa prerrogativa jurídica indisponível assegurada à generalidade das pessoas
pela própria Constituição da República (art. 196). Traduz bem jurídico
constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável,
o Poder Público, a quem incumbe formular - e implementar - políticas sociais e
econômicas idôneas que visem a garantir, aos cidadãos, inclusive àqueles
portadores do vírus HIV, o acesso universal e igualitário à assistência
farmacêutica e médico-hospitalar. - O direito à saúde - além de qualificar-se como
direito fundamental que assiste a todas as pessoas - representa conseqüência
constitucional indissociável do direito à vida. O Poder Público, qualquer que seja a
esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não
pode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir,
ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional. A
interpretação da norma programática não pode transformá- la em promessa
constitucional inconseqüente. - O caráter programático da regra inscrita no art. 196 da
Carta Política - que tem por destinatários todos os entes políticos que compõem, no
plano institucional, a organização federativa do Estado brasileiro - não pode converter-
se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público,
fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de
maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto

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irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria Lei
Fundamental do Estado. Distribuição gratuita de medicamentos a pessoas carentes. -
O reconhecimento judicial da validade jurídica de programas de distribuição
gratuita de medicamentos a pessoas carentes, inclusive àquelas portadoras do
vírus HIV/AIDS, dá efetividade a preceitos fundamentais da Constituição da
República (arts. 5º, caput, e 196) e representa, na concreção do seu alcance, um
gesto reverente e solidário de apreço à vida e à saúde das pessoas, especialmente
daquelas que nada têm e nada possuem, a não ser a consciência de sua própria
humanidade e de sua essencial dignidade. Precedentes do STF.

Medicamentos

RE 259508 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL


AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
Publicação: DJ DATA-16-02-01 PP-00137 EMENT VOL-02019-05 PP-00878
Julgamento: 08/08/2000 - Segunda Turma

EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. Distribuição gratuita de


medicamentos a pessoas carentes. lei estadual nº 9.908/93. Acordo firmado entre o
estado do Rio Grande do Sul e o município de Porto Alegre na comissão intergestores
bipartite. Inobservância das cláusulas pactuadas entre as partes. ofensa à constituição
federal. Inexistência. 1. Programa de distribuição gratuita de medicamentos a pessoas
carentes e a portadores do vírus HIV. Lei nº 9.908/93, do Estado do Rio Grande do
Sul, que regulamentou o preceito do artigo 196 da Carta Federal. Constitucionalidade.
Precedentes. 2. Acordo firmado entre o Estado do Rio Grande do Sul e o Município de
Porto Alegre. Exame das cláusulas pactuadas entre os entes públicos no que
concerne à reserva de atribuições para a operacionalização dos serviços de saúde.
Impossibilidade. Ofensa ao princípio da separação de poderes. Inexistência. Hipótese
em que foram observados os critérios de conveniência e oportunidade da
Administração para atender a demanda da população na área da saúde, o que é
insuscetível de controle pelo Poder Judiciário. Agravo regimental não provido.

Legitimidade do Ministério Público do


Rio Grande do Sul: Ação Civil Pública

Fonte: www.mp.rs.gov.br/hmpage/homepage2.nsf/pages/CIJ_JurispACP

ACAO CIVIL PUBLICA. ECA. Adolescente portadora de cifoescoliose severa com


grande desvio angular e progressivo. Implante especial. Dever do estado. Lei nº
9908/93. PrincÍpios constitucionais da dignidade humana, direito à vida e a saúde e

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proteção da criança e adolescente. Legitimidade do Ministério Publico. Concessão de
liminar contra o poder público. Cabimento. Multa. O Ministerio Público é parte
legítima para ajuizar ação pública em proteção aos interesses da criança e do
adolescente (lei nº 8.069/90, art. 201, v e lei nº 7.347/85, art. 5º). A vedação
constante na lei nº 8437/92, que inibe a concessão de liminares contra o poder
público, deve ser temperada quando os valores da preservação da vida e da
integridade física se encontrem em testilha, pois tais princípios prevalecem sobre os
interesses patrimoniais do estado que a legislação busca proteger. embora cedico que
as normas constitucionais programáticas exigem repercussão complementar, no caso
concreto, o estado desfruta de normatização que impõe o fornecimento de
medicamentos excepcionais para pessoas necessitadas (lei nº 9908/93), razão
suficiente para ancorar a pretensão de jovem hipossuficiente que precisa de cirurgia
para implantar prótese contra grave problema de coluna que assaca sua sobrevivência
física e moral, e que reduz sua qualidade de vida. atendida a liminar, em prazo
razoável, não ha de se cogitar a imposição da multa prevista no artigo 13, § único, da
lei nº 7.347/85. apelação provida, em parte, somente para dispensar a sanção
pecuniária. em reexame necessário, reformaram a decisão, em parte. (apelação e
reexame necessário nº 70002508679, sétima câmara cível, tribunal de justiça do rs,
relator: Des. José Carlos Teixeira Giorgis, julgado em 30/05/01)

MP aciona Prefeitura do Rio para cumprir liminar e


fornecer leite á criança que corre risco de vida

Fonte: www.mp.rj.gov.br

O Ministério Público estadual promoveu em 04/11/02 ação de execução de multa em


face da prefeitura do Rio de Janeiro por descumprimento de liminar obtida desde o
dia 9 de setembro, onde restou determinando o fornecimento, no prazo de
quarenta e oito horas, de leite hidrolizado das marcas Alfaré, Pregestimil ou
Pregomim ao menor Geliel Francisco Alves, de dois anos e cinco meses, que corre
risco de vida. O menor, segundo laudo médico, tem alergia alimentar grave e não pode
ingerir nenhum outro alimento. Uma lata do leite necessário custa cerca de R$ 50,00 e
a renda da família é de R$ 240,00. (...)
Na liminar obtida pelo MP no dia 9 de setembro, foi determinado que o
município fornecesse a alimentação especial à criança, no prazo de 48 horas, sob
pena de multa diária de R$ 200,00 em favor do menor. Mas até hoje a decisão judicial
não foi cumprida. (...) Visando a uma solução extrajudicial da questão, a promotoria
entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas foi informada que o
poder público somente fornece tal tipo de alimentação mediante mandado judicial.
Esgotadas todas as tentativas de uma solução extrajudicial, no dia 6 de setembro, a
promotora Janaína Marques Corrêa propôs ação civil pública contra o município, com
base nos artigos 6º, 196 e 227 da Constituição Federal e nos artigos 3º a 7º, 11
(parágrafos 1º e 2º) e 70 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que

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asseguram a crianças e adolescentes direitos fundamentais, como os direitos à vida, à
saúde e à alimentação. Na ação, a promotora ressalta ``a necessidade de que o
menino receba alimentação especial para que não morra ou piore seu triste quadro de
saúde`` (...).

Legislações do Rio Grande do Sul importantes no avanço da concepção


de que o Estado é garantidor dos Medicamentos e Alimentos Especiais

LEI Nº 9.908, DE 16 DE JUNHO DE 1993.

Dispõe sobre o fornecimento de medicamentos excepcionais para pessoas carentes e


dá outras providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, item IV da Constituição do
Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei
seguinte:

Art. lº - O Estado deve fornecer, de forma gratuita, medicamentos excepcionais para


pessoas que não puderem prover as despesas com os referidos medicamentos, sem
privarem-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento e de sua família.

Parágrafo único - Consideram-se medicamentos excepcionais aqueles que devem


ser usados com freqüência e de forma permanente, sendo indispensáveis à vida
do paciente.

Art. 2º - O beneficiário deverá comprovar a necessidade do uso de medicamentos


excepcionais mediante atestado médico.

Parágrafo único - Além do disposto no "caput" deste artigo, o beneficiário deverá


comprovar por escrito e de forma documentada, os seus rendimentos, bem como os
encargos próprios e de sua família, de forma que atestem sua condição de pobre.

Art. 3º - O beneficiário ficará obrigado a pagar as despesas com medicamentos em


qualquer tempo, desde que possa fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio e de sua
família.

Parágrafo único - O benefício será suspenso tão logo se torne dispensável o uso
de medicamentos excepcionais por parte do paciente.

Art. 4º - A cada dois anos, o beneficiário deverá atualizar as informações sobre o


seu estado de saúde e econômico, conforme o disposto no artigo 2º desta Lei.

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Art. 5º - As despesas decorrentes da execução desta Lei, correrão por conta dos
recursos destinados no inciso IV do artigo 2º da Lei nº 9.828, de 05 de fevereiro de
1993, que institui o Fundo de Desenvolvimento Social do Estado do Rio Grande do Sul
e dá outras providências.

Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º - Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 16 de junho de 1993.


DOE de 17.06.93. ALCEU COLLARES – Governador do Estado.

DECRETO Nº 35.056, DE 07 DE JANEIRO DE 1994.

Regulamenta a Lei nº 9.908, de 16 de junho de 1993, que dispõe sobre o fornecimento


de medicamentos e dá outras providencias.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que
lhe confere o artigo 82, inciso V, da Constituição do Estado, DECRETA:

Art. 1º - Fica regulamentada a Lei nº 9.908, de 16 de junho de 1993, que dispõe sobre
o fornecimento gratuito de medicamentos excepcionais para pessoas carentes e dá
outras providências.

Art. 2º - Para os efeitos desta Lei, são os seguintes os nomes genéricos dos
medicamentos fornecidos gratuitamente:

ACICLOVIR, AZATIOPRINA, CALCITONINA, CETOTIFENO, CICLOSPORINA,


CIPROTERONA, DESMOPRESSINA, ENALAPRIL FLUTAMIDA, GANCICLOVIR,
MEGESTROL, PENICILAMINA, TAMOXIFENO E ZIDOVUDINA(AZT)"

(Art. 2º com redação do D 35.220/94).

Parágrafo único - Outros medicamentos que não integrem a relação, mas que
venham a ser classificados como excepcionais, poderão ser acrescidos à
listagem através de Portaria do Secretário de Estado da Saúde e do Meio
Ambiente, mediante parecer técnico do órgão oficial competente.

Art. 3º- O beneficiário deverá encaminhar expediente, contendo receita médica, laudo
técnico e exames complementares, para o recebimento dos medicamentos
mencionados no artigo 2º.

Art. 4º - O processo será avaliado por especialista do Sistema Único de Saúde do


Estado do Rio Grande do Sul - SUS/RS para fins de encaminhamento da aquisição e
autorização de fornecimento.

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Art. 5º- O fornecimento de medicamentos será realizado levando-se em conta a
residência e o domicílio do cliente, sendo dada prioridade aos residentes e
domiciliados no Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 6º - De acordo com a avaliação do especialista do Sistema Único de Saúde do


Estado do Rio Grande do Sul, o beneficiário deverá atualizar periodicamente as
informações sobre seu estado de saúde a fim de que seja dada continuidade ao
fornecimento de medicamentos.

Art. 7º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º - Revogam-se as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 07 de janeiro de 1994.

PORTARIA Nº 37/2002

A Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições


legais e,

Considerando a necessidade de garantir o acesso igualitário de um maior número de


cidadãos aos medicamentos dispensados em caráter especial, de acordo com os
princípios de universalidade e equidade do Sistema Único de Saúde (SUS);

Considerando a necessidade de racionalizar a oferta de medicamentos pelo estado,


em razão do grande número de especialidades farmacêuticas colocadas à disposição
dos prescritores pela indústria farmacêuticas, muitas delas com efeitos equivalentes;

Considerando a necessidade de padronizar, dentro de princípios éticos, a variabilidade


da prescrição médica, especialmente quanto ao uso racional dos medicamentos;

Considerando a necessidade de disciplinar a crescente prescrição de alternativas


terapêuticas recentemente introduzidas, muitas vezes sem consenso científico
estabelecido, em detrimento de condutas terapêuticas tradicionais, levando ao
acúmulo de estoques de medicamentos já adquiridos e não mais utilizados;

Considerando a necessidade de manter estoques regulares de um elenco de


medicamentos;

Considerando a necessidade de adequar a oferta de medicamentos dispensados em


caráter especial aos recursos financeiros públicos disponíveis, estabelecendo
condutas que tenham por objetivo alcançar uma relação custo-benefício favorável ao
cidadão e ao Estado, permitindo o atendimento de um maior número de usuários;

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Considerando a necessidade de redistribuir de forma mais equânime os recursos
financeiros gastos com os medicamentos de médio e alto custo e os medicamentos
básicos;

Considerando a necessidade de oferecer aos usuários, de forma regular e contínua,


um elenco de medicamentos definido de acordo com rigorosos critérios técnicos,
consensos nacionais e internacionalmente aceitos e medicina baseada em evidências,
para o atendimento dos agravos mais prevalentes ou de maior demanda.

RESOLVE:

Art 1o – Definir os medicamentos abaixo relacionados e suas indicações, como


aqueles que serão dispensados em caráter especial pelo Estado do Rio Grande do
Sul:

MEDICAMENTOS INDICAÇÕES
ABACAVIR 300mg comp HIV (em terapia combinada)
ACICLOVIR 200mg comp Profilaxia em transplante (pacientes de alto risco para
citomegalovirose)
ÁCIDO FOLÍNICO 5mg comp Profilaxia e tratamento de toxidade de metotrexate,
pirimetamina e trimetoprima
ÁCIDO URSODESOXICÓLICO 150mg comp Cirrose biliar ou alcoólica, dissolução dos cálculos
biliares formados por colesterol, doenças colestáticas,
incluindo colangite esclerosante primária e fibrose
cística
ALOPURINOL 100mg 300mg comp Hiperuricemia sintomática ou associada a neoplasias
AMOXACILINA + ÁCIDO CLAVULÂNICO Otite, sinusite, pneumonia bacteriana resistente a outros
500mg comp 250mg suspensão tratamentos, incluindo pacientes com fibrose cística
AMPRENAVIR 15mg/ml solução oral HIV (em terapia combinada)
ATORVASTATINA 10mg 20mg comp Hipertrigliceridemia e/ou hipercolesterolemia não
responsiva a outras estatinas ou como parefeito do uso
de antiretrovirais
AZITROMICINA 250mg e 500mg comp Pneumonia resistente a outros tratamentos, incluindo
pacientes com fibrose cística
BACLOFENO 10mg comp Esclerose lateral amiotrófica e esclerose múltipla com
espasticidade, contraturas espásticas, blefaroespasmo,
neuralgia do trigêmio (como alternativa para a
carbamazepina)
BROMOPRIDA 10mg comp, sol oral Náuseas e vômitos (como alternativa para
metoclopramida)
BUDESONIDA cápsula Doença de Crohn, retocolite ulcerativa (como alternativa
à prednisona)
CABERGOLNA 0,5mg comp Hiperprolactinemia
CÁLCIO 500mg comp Osteoporose, hipocalcemia
CARBIDOPA + LEVODOPA 25mg + 250mg Doença de Parkinson
comp

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CARVEDILOL 3,12mg 6,25mg 12,5mg 25mg Insuficiência cardíaca (como alternativa à digoxina)
comp
CEFUROXIMA 500mg comp 250mg Pneumonia bacteriana, incluindo pacientes com fibrose
suspensão cística
CETOTIFENO 1mg comp 0,2mg/ml Rinite alérgica, asma
suspensão
CICLOFOSFAMIDA 50mg drágea Lupus eritematoso sistêmico, prevenção da rejeição de
transporte, artrite reumatóide
CIPROFLOXACINA 500mg 250mg comp Otite média, pneumonia bacteriana resistente a outros
tratamentos, incluindo pacientes com fibrose cística,
osteomielite, pé diabético
CLARITROMICINA 500mg comp Sinusite, bronquite, pneumonia bacteriana resistente a
outros tratamentos, tratamento do H.pylori (em
associação)
CLINDAMICINA 300mg comp Tratamento de toxoplasmose em pacientes com sida
(não responsivos ao tratamento padrão)
CLONAZEPAN 0,5mg 2mg comp Convulsões, transtorno afetivo bipolar
CLOPIDOGREL 75mg comp Doenças cérebrovasculares, cardiopatia isquêmica e
vasculopatia arterial periférica (como alternativa ao
ácido acetil salicílico e/ou à ticlopidina), após implante
de endoprótese vascular, após síndromes coronarianas
agudas
CLOROQUINA (difosfato de) 250mg comp Artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico, artrose
e lupus discóide, porfiria cutânea tarda, vasculite
cutânea crônica, hipercalcemia associada à sarcoidose
(em pacientes que não podem usar corticosteróides)
COLCHICINA 0,5mg comp Artrite gotosa
COLIMICINA 100mg amp inalatória Colonização por pseudomonas em pacientes com
fibrose cística
COMPOSTO VITAMÍNICO (ADEKS) drágeas Suplementação vitamínica em fibrose cística
DANTRIOLENE 25mg comp Espasticidade crônica não reumática, hipertemia
maligna
DAPSONA 100mg comp Hanseníase (em associação com rifampicina), como
alternativa para o tratamento de infecção por P.cariiní
DECANOATO DE HALOPERIDOL sol Transtornos psicóticos estabilizados
injetável
DIAZOXIDE 300mg amp Emergência hipertensiva
DIETA LÍQUIDA 1,5kcal/ml Dieta hipercalórica, incluindo pacientes com fibrose
cística
DIETA LÍQUIDA HIPERCALÓRICA Dieta hipercalórica para alimentação enteral
DIGOXINA elixir pediátrico Insuficiência cardíaca sintomática em crianças
DOXAZOSINA 2mg 4mg comp Hiperplasia benigna de próstata
ESPIRAMINICINA 1,5MUI comp Toxoplasmose em gestantes
ETHOSUXIMIDA 250mg comp Crises de ausência
FEMPROCUMONA 3mg comp Anticoagulação crônica

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FINASTERIDA 5mg comp Hiperplasia benigna de próstata
FLUCONAZOL 100mg cáps Tratamento de micose esofágica, micose orofaríngea,
micose sistêmica, candidíase vaginal
FLUDROCORTIZONA 0,1mg comp Insuficiência adrenal com deficiência de
mineralocorticóide
FLUFENAZINA DEPOT sol. injetável Desordens psicóticas
FLUXETINA 20mg comp Depressão, transtorno obsessivo compulsivo, bulimia
FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL ESPESSADA Alimentação do lactente durante os 6 primeiros meses
ANTI-REGURGITAÇÃO lata de vida, com refluxo gastro-esofágico
FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL ISENTA DE Alimentação do lactente durante os 6 primeiros anos de
LACTOSE lata vida, com má absorção de lactose ou intolerância às
proteínas da soja
FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL Alimentação do lactente nos primeiros 6 meses de vida,
MATERNIZADA lata em casos de impossibilidade de amamentação
FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL À BASE DE Alimentação após o 6o mês de vida, com intolerância à
PROTEÍNA ISOLADA DE SOJA lata lactose
FÓRMULA LÁCTEA ISENTA DE fenilcetonúria
FENILALANINA
GABAPENTINA 300mg 400mg cáps Convulsões parciais (terapia adjunta)
GAMAGLOBULINA 320mg ampola Hipogamaglobulinemias, aplasia de medula, pós-
transplante (VHB)
IMUNOGLOBINA HUMANA (1 a 6g) frasco Imunodeficiências
GAMAGLOBULINA HIPERIMUNE CONTRA Pós-transplante de fígado
VÍRUS DA HEPATITE B
GANCICLOVIR 250mg comp 500mg ampola Citomegalovirose e profilaxia em transplantes (pacientes
de alto risco para citomegalovirose)
GATIFLOXACINA 400mg comp Pneumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,
incluindo pacientes com fibrose cística
GENFIBROZILA 600mg comp Hipertrigliceridemia
GENTAMICINA 80mg ampola Penumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,
incluindo fibrose cística
GESTRINONA 2,5mg cáps Endometriose
GLICLAZIDA 30mg comp Diabete melito não responsivo a outros tratamentos
HIDROXICLOROQUINA (sulfato de) 400mg Artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico, lupus
comp discóide, artrose, porfiria cutânea tarda, vasculite
cutânea crônica, hipercalcemia associada à sarcoidose
(em pacientes que não podem usar corticosteróides)
HIDRÓXIURÉIA 500mg cáps Anemia falciforme
INSULINA LISPRO frasco Diabete melito
INSULINA REGULAR frasco Diabete melito
ISOCONAZOL creme bisnaga Vaginites, balanites, micoses vulvovaginais,
balanopostites, micoses de pele
ITRACONAZOL 100mg comp Paracoccidiodomicose, candidíase oral, candidíase
vulvovaginal
LACTULONA xarope Cirrose hepática

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LAMIVUDINA 150mg comp HIV (em terapia combinada, hepatite B (em terapia
combinada)
LANZOPRAZOL (30mg) + Tratamento do H.pylori em úlcera péptica
CLARITROMICINA (500mg) +
AMOXACILINA (500mg)
LATANOPROST sol oftálmica Glaucoma
LEVODOPA + BENZERAZIDA 200mg + Doença de Parkinson
50mg comp
LEVOFLOXACINA 250mg comp Pneumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,
incluindo pacientes com fibrose cística
LEVOTIROXINA SÓDICA 25mcg 50mcg Hipotireoidismo
100mcg comp
LINEZULIDA 600mg drágeas 300mg Pneumonia bacteriana resistente a outros tratamentos,
suspensão incluindo pacientes com fibrose cística
LOPERAMIDA 2mg comp Diarréia em pacientes adultos
LOPINAVIR/RITONAVIR 80mg + 20mg/ml HIV (em terapia combinada)
solução 133,3mg + 33mg comp
MEGESTROL 160mg comp Anorexia e caquexia em pacientes com sida cancer de
mama e do endométrio
MESALAZINA 400mg comp Doença de crohn, retocolite ulcerativa
METILFENIDATO 10mg comp Déficit de atenção com hiperatividade
METIMAZOL 10mg comp Hipertireiodismo
METOTREXATE 2,5mg comp Doenças autoimunes (artrite reumatóide, lupus
eritematoso sistêmico, psoríase, doença de Crohn)
MIDAZOLAN 15mg comp Insônia e sedação de curta duração
MONTELUCASTE 5mg comp Fibrose cística
NAFARELINA Endometriose, puberdade precoce central
ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU comp Fibrose cística
OMEPRAZOL 10mg 20mg comp Úlceras pépticas gástricas e duodenais, doença de
refluxo gastro-esofágico, dispepsia funcional, síndrome
de Zollinger-Ellison, fibrose cística
OXCARBAZEPINA 300mg 600mg comp Convulsões parciais (em adulto: monoterapia ou
adjunto; em crianças maiores que 4 anos: tratamento
adjunto)
OXIBUTININA 5mg comp Incontinência urinária, bexiga neurogênica
PENTOXIFILINA 400mg comp Claudicação intermitente por obstrução arterial crônica
PIRIDOSTIGMINA 60mg 180mg comp Miastenia gravis
POLÍMEROS DE GLICOSE 450g lata Dieta hipercalórica, incluindo pacientes com fibrose
cística
PRAMIPEXOLE 0,25mg 1mg comp Doença de Parkinson
PROPILTIURACIL 100mg comp Hipertireiodismo
PSYLIUM envelope Constipação crônica
RILUZOLE 50mg comp Esclerose lateral amiotrófica

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SERTRALINA 50mg comp Depressão, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno
do pânico
SULFASSALAZINA 500mg comp Doença de crohn, retocolite, ulcerativa, artrite
reumatóide
SUPLEMENTO ALIMENTAR S/ SACAROSE Desnutrição em pacientes com restrição de sacarose
SUPLEMENTO ALIMENTAR COMPLETO Desnutrição em pacientes neurológicos com função
gastro-instestinal comprometida, para uso por via oral
ou sonda naso-entérica
TETRAHIDROBIOPTERINA 10mg 50mg Fenilcetonúria (forma variante por deficiência de
comp cofatores BH4)
TICLOPIDINA 250mg comp Doenças cerebrovasculares, cardiopatia isquêmica e
vasculopatia arterial periférica (com intolerância ao
ácido acetil salicílico), após implante de endoprótese
vascular
TIMOLOL 0,25% e 0,5% solução oftálmica Glaucoma
TIMOLOL 0,5% + DORZOLAMIDA 2% Glaucoma
solução oftámica
TIORIDAZINA 25mg 100mg 200mg comp Transtornos psicóticos refratários, depressão
TOBRAMICINA 300mg solução injetável Colonização por Pseudomonas em pacientes com
inalatória fibrose cística
TOPIRAMATO 25mg 50mg 100mg comp Convulsões tônico-clônicas e parciais
TRAMADOL 50mg comp 100mg/ml gotas Dor moderada a intensa
TRIHEXAFENIDIL 2mg comp Doença de Parkinson
VITAMINA D 400 U Osteoporose, hipocalcemia crónica, raquitismo,
hiperparatireoidismo secundario, deficiencias de
vitamina D

Art 2o – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Porto Alegre, 17 de junho de 2002. MARIA LUIZA JAEGER – Secretária de Estado da


Saúde.

PORTARIA Nº 38/2002

A Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, no uso de suas atribuições


legais e,

Considerando a necessidade de regulamentar a instrução de expedientes


administrativos encaminhados à SES, solicitando medicamentos;

Considerando a obrigatoriedade de que esses expedientes forneçam informações


adequadas para a sua análise, possibilitando justificar técnica e legalmente, em caso
de deferimento;

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Considerando a legislação que regula a aquisição de medicamentos pelo Setor
Público;

Considerando a legislação que regula a prescrição de medicamentos no âmbito do


SUS;

Considerando o artigo 35, da Lei Federal nº 5.991/73, que estabelece os requisitos


para aviamento da receita médica.

RESOLVE:

Art. 1o – Todo o expediente de solicitação de medicamentos dirigido à Secretaria


da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul deverá ser instruído com a
documentação abaixo relacionada:

a) Requerimento dirigido ao Coordenador da Política de Assistência Farmacêutica,


solicitando o(s) medicamento(s) contidos em receita anexa, datado e assinado pelo
usuário ou seu representante legal;

b) Comprovante de residência do usuário ou de seu representante legal e, quando


possível, telefone para contato;

c) Receita médica original e atualizada, escrita à tinta, datilografada ou digitada em


microcomputador, de forma legível, datada, assinada e carimbada pelo prescritor do
SUS ou de serviços cadastrados pelo SUS, contendo:
- nome e endereço do usuário;
- nome(s) do medicamento(s) de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB)
ou, na falta dessa, a Denominação Comum Internacional (DCI);
- dosagem;
- apresentação (comprimido, cápsula, drágea, xarope, spray, etc.);
- posologia
- duração do tratamento;
- assinatura do prescritor com o número da inscrição no respectivo Conselho Regional
e endereço onde desempenha sua atividade.

d) relatório médico detalhado contendo diagnóstico da doença, história terapêutica


prévia, parefeitos com outros medicamentos, tempo de duração do tratamento e
demais informações que possam auxiliar na análise da solicitação;

e) cópia dos exames complementares que comprovem o agravo para o qual está(ão)
sendo pedido(s) o(s) medicamento(s);

f) ficha cadastral preenchida, conforme modelo fornecido pela SES.

Art. 2o – A presente Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Porto Alegre, 17 de julho de 2002. MARIA LUIZA JAEGER – Secretária de Estado da


Saúde.

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