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à Condição Humana
Loucura na América: Ciência ruim, Medicina ruim, e os
contínuos maus tratos ao doente mental
Entrevista do The Street Spirit com Robert Whitaker
Entrevistado por Terry Messman
Tha street spirit entre vistou Robert Whitaker sobre esta nova
“epidemia” de desordens mentais, e como as companhias
farmacêuticas lucraram ao venderem drogas que nos tornam mais
enfermos.
A entrevista:
Street Spirit: Sua nova linha de pesquisa indica que existe
um enorme aumento na incidência de doença mental nos
Estados Unidos, apesar dos aparentes avanços na nova
geração das drogas psiquiátricas. Por que você se refere a
este aumento como uma epidemia?
Robert Whitaker: Até mesmo pessoas como o psiquiatra
E. Fulier Torrey, que escreveu isso recentemente em um
livro, podem dizer que parece que nós estamos tendo uma
epidemia de doença mental. Quando o Instituto Nacional de
Saúde Mental publica seus gráficos sobre a incidência de
doença mental, você vê estes crescentes números de
pessoas mentalmente enfermas. Alguns relatórios recentes
dizem que quase 20 por cento dos americanos estão
mentalmente doentes na atualidade.
Então o que eu quis fazer foi em dobro. Eu quis examinar
exatamente o quão dramático é este aumento na doença
mental, e principalmente na doença mental severa. Parte
desta subida no número das pessoas ditas serem
mentalmente doentes é apenas por redefinição. Atualmente
nós concebemos um espectro muito grande onde lançamos
todos os tipos de pessoas naquelas categorias de doença
mental. Então, crianças que não ficam sentadas um tempo
suficiente nas suas salas de aula parecem ter o Distúrbio
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (DDAH), além de
nós criarmos uma nova enfermidade chamada de Distúrbio
de Ansiedade Social.
Street Spirit: Então o que costumava ser chamada
simplesmente de timidez ou ansiedade no relativo às
pessoas, está agora sendo etiquetado como uma
desordem mental, e você supostamente necessitará de um
antidepressivo como a paroxetina para um tal de distúrbio
de ansiedade social.
RW: Exatamente. Ou você precisa de um estimulante como
Ritalina® para DDHA.
Street Spirit: Isso aumenta os clientes em psiquiatria,
como também não aumenta o número de pessoas para as
quais essas gigantescas companhias farmacêuticas podem
vender suas drogas psiquiátricas?
RW: Evidente. Então parte do que nós estamos vendo é
nada mais do que a criação de um mercado maior para tais
medicamentos. Se você pensar sobre isto, uma vez que
nós desenhamos um círculo tão grande quanto possível, ao
expandir os limites da doença mental, a psiquiatria pode ter
mais clientes e vender mais drogas. Então existe um
incentivo econômico intrínseco para que se defina doença
mental nas mais amplas perspectivas possíveis, e dessa
formar transformar situações ordinárias, emoções
estressantes ou comportamentos que algumas pessoas
podem não gostar, tudo isso poderia ser rotulado como
doença mental.
Street Spirit: Sua pesquisa também mostra que existe um
aumento real nas pessoas que têm uma desordem mental
severa. Agora, embora isso possa parecer contraditório,
mas na verdade você acredita que muito deste aumento
seria causado pelo excesso de uso de algumas dessas
novas gerações de drogas psiquiátricas?
RW: Sim, exatamente. Eu examinei ao número daqueles
classificados como doentes mentais severamente inválidos
pessoas que não estão trabalhando, ou que são de
alguma maneira disfuncional por causa da doença mental.
Então eu tentei classificar ao longo da história a
porcentagem da população que é considerada como um
doente mental incapacitado.
Então, em 1903, nós vemos que aproximadamente 1 de
cada 500 pessoas nos Estados Unidos era hospitalizada
por doença mental. Em 1955, no começo da era moderna
das drogas psiquiátricas, aproximadamente uma de cada
300 pessoas era inválida por doença mental. Mais tarde,
vamos para 1987, o final da primeira geração de drogas
antipsicóticas; e de 1987 adiante nós alcançamos as
drogas psiquiátricas modernas. De 1955 até 1987, durante
esta primeira era de drogas psiquiátricas as drogas anti
psicóticas Amplictil® e Haldol® e os antidepressivos
tricíclicos (como Tryptanol® e Anafranil®) nós verificamos
que o número de doentes mentais incapacitados aumentar
em quatro vezes, chegando ao ponto onde
aproximadamente uma de cada 75 pessoas serem julgadas
como inválidas por doença mental.
Pois bem, ocorreu uma mudança na forma como nós
cuidamos do doente mental entre 1955 e 1987. Em 1955,
nós os estávamos hospitalizando. Porém, em 1987, nós
passamos por uma mudança social, e a partir daí nós
estávamos colocando essas pessoas em abrigos, casas de
apoio, ou outro tipo de cuidado comunitário, além de dar a
eles pagamentos da seguridade social (SSl/SSDI
payments) por inaptidão mental. Em 1987, nós começamos
a utilizar os supostamente melhores, medicamentos
psiquiátricos de segunda geração como o Prozac® e os
demais antidepressivos ISRS — inibidores seletivos de
recaptação de serotonina. Logo em seguida, nós
recebemos essas novas drogas, os antipsicóticos atípicos
como Zyprexa® (olanzapine), Leponex® e Risperidal®.
O que tem acontecido desde 1987? Bem, a taxa de
inaptidão continuou a aumentar até chegar aos atuais: um
para cada 50 americanos. Reflita sobre isto: um de cada 50
americanos é inválido por doença mental na atualidade. E
isso ainda está num crescente. O número das pessoas
mentalmente inválidas nos Estados Unidos tem aumentado
na taxa de 150.000 pessoas por ano desde 1987. Isto é um
aumento diário, ao longo dos últimos 17 anos, de 410
pessoas por dia ficando incapacitada por doença mental.
Street Spirit: Isso nos leva a pergunta óbvia. Se
psiquiatria introduziu estas drogas tidas como maravilhosas
como Prozac® e Zoloft® e Zyprexa®, porque a incidência
da doença mental está subindo dramaticamente?
RW: Essa é a questão. Isto é uma pergunta científica.
Nós temos uma forma de atendimento onde nós estamos
usando estas drogas de um modo cada vez mais inclusivo,
como supostamente nós temos medicamentos melhores e
eles são a base dos nossos tratamentos,
conseqüentemente nós deveríamos ver taxas de inaptidão
decrescente. Esse seria o cenário esperado.
Mas ao contrário, de 1987 até o presente, nós vimos um
aumento no número das pessoas mentalmente inválidas
que passou de 3.3 milhões de indivíduos até os atuais 5.7
milhões nos Estados Unidos. Nesse período, nossos
gastos com drogas psiquiátricas aumentaram a um nível
surpreendente. Os gastos combinados com medicamentos
antidepressivos e antipsicóticos saltaram de algo ao redor
de US$500 milhões em 1986 para quase US$20 bilhões em
2004. Por isso nós levantamos a questão: seria o uso
dessas drogas que realmente, de algum modo, alavancou
este aumento no número de doentes mentais?
Quando você examina a literatura de pesquisa, você
encontra um padrão claro nos resultados com todos esses
remédios você vê isto com os antipsicóticos, os
antidepressivos, as drogas antiansiedade e os
estimulantes como Ritalina® usada para tratar ADHD.
Todas estas drogas podem restringir um sintoma alvo de
forma ligeiramente mais eficaz do que um placebo o faz,
por um período pequeno de tempo, digamos seis semanas.
Um antidepressivo pode melhorar os sintomas de
depressão melhor do que um placebo por um curto prazo.
Você verifica com qualquer classe dessas drogas
psiquiátricas uma agravação do sintoma alvo de uma
depressão ou psicose ou ansiedade a longo prazo, em
comparação aos pacientes tratados com placebo. Então,
mesmo nos sintomas alvo, existem maior cronicidade e
severidade nos sintomas. E você vê uma porcentagem
bastante significativa de pacientes onde sintomas
psiquiátricos novos e mais severos são ativados pela
própria droga.
Street Spirit: Novos sintomas psiquiátricos são criados
pelas inúmeras drogas que as pessoas utilizam pois foram
informadas que lhes ajudaria a recuperação?
RW: Exato. O caso mais óbvio é com os antidepressivos.
Uma porcentagem das pessoas colocadas sob uso de
ISRSs, porque eles têm algum grau de depressão sofrerá
ou um ataque maníaco ou psicótico —
induzido por drogas. Isto está bem reconhecido. Então
agora, em vez de só lidar com depressão, eles estão
lidando com mania ou sintomas psicóticos. E uma vez que
eles apresentem um episódio maníaco induzido por drogas,
o que acontece? Eles vão para um quarto de emergência,
e naquele momento eles estarão sendo novamente
diagnosticados. A partir de então serão informados de
serem bipolares e lhes será adicionado um antipsicótico ao
uso do antidepressivo; E, naquele momento, eles estão
movendo ladeira abaixo para uma incapacidade crônica.
Street Spirit: A moderna psiquiatria reivindica que esses
medicamentos psicoativos corrigem uma química cerebral
pato/á gica. Existe alguma evidência que suporte essa
apologia de que uma química cerebral anormal é a culpada
pela esquizofrenia e depressão?
RW: Isso é o aspecto chave que todo mundo precisa
entender. Realmente é a resposta que destranca este
mistério do porque as drogas teriam aquele efeito
problemático a longo prazo. Começamos pela
esquizofrenia. Eles imaginaram que tais drogas trabalham
corrigindo um desequilíbrio de um neurotransmissor: a
dopamina no cérebro.
A teoria seria que as pessoas com esquizofrenia teriam
sistemas dopaminérgicos hiperativos; e esses
medicamentos, ao bloquear a dopamina no cérebro,
consertariam tal desequilíbrio químico. Dessa forma, você
obtém a metáfora de que eles são como insulina é para a
diabetes; eles estão consertando uma anormalidade. Com
os antidepressivos, a teoria seria de que as pessoas com
depressão teriam níveis muito baixos de serotonina; As
drogas elevam os níveis de serotonina no cérebro e dessa
forma eles estão equilibrando essa química no cérebro.
Em primeiro lugar, essas teorias nunca surgiram de
investigações sobre o que realmente estava acontecendo
com as pessoas. Pelo contrário, como eles descobriram
que os antipsicóticos bloqueavam a dopamina eles
teorizaram que tais indivíduos teriam um sistema
dopaminérgico hiperativo. O mesmo aconteceu com os
antidepressivos. Eles verificaram que os antidepressivos
elevavam os níveis de serotonina; então, eles teorizaram
que as pessoas com depressão deveriam ter níveis baixos
de serotonina.
Mas esse é o aspecto que eu desejaria que toda a América
precisa saber e desejaria que a psiquiatria devesse
esclarecer: Eles nunca puderam verificar que as pessoas
com esquizofrenia teriam sistemas hiperativos de
dopamina. Eles nunca puderam constatar que as pessoas
com depressão teriam um sistema de serotonina hipoativo.
Eles nunca provaram de forma consistente que quaisquer
dessas enfermidades são associadas com qualquer
desequilíbrio de substâncias químicas no cérebro. A
história de que as pessoas com desordens mentais têm
reconhecidos desequilíbrios químicos isto é uma mentira.
Nós definitivamente não sabemos. E algo dito apenas para
ajudar vender tais drogas e ajudar a vender o modelo
biológico das desordens mentais.
Mas o ponto é esse. Nós sabemos, de fato, que estas
drogas perturbam a forma como estes mensageiros
químicos trabalham no cérebro. O paradigma real é: As
pessoas diagnosticadas com desordens mentais não têm
nenhum problema conhecido em seus sistemas de
neurotransmissores; e estas drogas perturbam a função
normal dos neurotransmissores.
Street Spirit: Então em lugar de corrigir um desequilíbrio
químico, esses medicamentos infinitamente prescritos
corrompem a química cerebral e a tornam enferma.
RW: Com certeza. Stephen Hyman, um famoso neuro
cientista e antigo diretor do Instituto Nacional de Saúde
Mental (INSM), escreveu um artigo em 1996 que avaliava
como as drogas psiquiátricas afetam o cérebro. Ele
escreveu que todas estas drogas criam perturbações em
funções dos neurotransmissores. E ele observa que o
cérebro, em resposta para esta droga externa, altera suas
funções normais e interpõe uma série de adaptações
compensatórias.
Em outras palavras, tenta se adaptar para o fato que uma
droga antipsicótica está bloqueando as funções normais
da dopamina. Ou no caso dos antidepressivos, tenta
compensar o fato de que você está bloqueando a re
captação da serotonina. A maneira como ele faz isso é se
adaptar no sentido oposto. Então, se você for bloquear a
dopamina no cérebro, o cérebro tenta liberar mais
dopamina e realmente aumenta o número de receptores de
dopamina. Dessa forma uma pessoa colocada sob drogas
antipsicóticas acabam tendo um número anormalmente alto
de receptores de dopamina no cérebro.
Se você der a alguém um antidepressivo, e isso tenta
manter os níveis de serotonina muito elevados no cérebro,
ele faz exatamente o oposto. Ele cessa a produção da
serotonina habitual e reduz o número de receptores de
serotonina no cérebro. Então alguém que está sob uso de
antidepressivo, depois de um tempo acaba com um nível
anormalmente baixo de receptores de serotonina no
cérebro. Assim o que Hyman concluiu sobre isso: Depois
que estas mudanças aconteceram, o cérebro do paciente
fica funcionando de um modo que é “qualitativamente tanto
quanto quantitativamente diferente do estado normal.’
Então o que Stephen Hyman, antigo diretor do INSM, fez foi
definir o presente paradigma de como estas drogas afetam
o cérebro mostrando que elas estão induzindo a um estado
patológico.
Street Spirit: Então o paradoxo é que não existe nenhuma
evidência que suporte ao conclame da psiquiatria moderna
de que existe algum desequilíbrio bioquímico patológico no
cérebro que causa doença mental, mas se você tratar
pessoas com estas novas drogas espetaculares, então
você cria esses desequilíbrios patológicos?
RW: Sim, estas drogas corrompem a química normal do
cérebro. Temos então aqui o real paradoxo! E a tragédia
real é, que até que nós negociamos essas drogas como
equilibradores químicos, fixadores químicos, quando na
verdade nós estamos fazendo justamente o oposto. Nós
estamos tomando um cérebro que não tem qualquer
desequilíbrio químico sabidamente anormal, e ao colocar
essas pessoas sob drogas, nós estamos instabilizando
aquela química normal. Aqui é como Barry Jacobs, um
neurocientista de Princeton, descreve o que acontece com
uma pessoa que recebe um antidepressivo da família dos
ISRSs. “Estas drogas,” ele disse, “alteram o nível da
transmissão sináptica para fora de taxas fisiológicas
alcançadas sob condições biológicas ambientais normais.
Deste modo, qualquer mudança no comportamento ou
fisiologia produzida sob essas condições deveria ser
apropriadamente considerada patológica ao invés de refletir
o papel biológico normal da serotonina.”
Street Spirit: Um dos antidepressivos ISRS que é
amplamente creditado em ser uma droga maravilhosa é o
Prozac®. Porém sua pesquisa verificou que o FDA
(Administração de Alimentos e Medicamentos Federal dos
EEUU) tem recebido mais relatos de efeitos colaterais
sobre o Prozac® do que qualquer outro medicamento. Qual
tipo de efeitos maléficos as pessoas estão relatando?
RW: Em primeiro lugar, o Prozac® e os demais sucessores
da mesma família ISRSs, tem seu nível de eficácia sempre
num caráter marginal. Em todos os testes clínicos dos
antidepressivos, aproximadamente 41 por cento dos
pacientes melhoram num curto prazo contra 31 por cento
dos pacientes com placebo. Agora veja a advertência
disso! Se você usar um placebo ativo nestes testes um
placebo ativo causa uma mudança fisiológica sem
benefício, como uma boca seca qualquer diferença no
resultado entre o antidepressivo e placebo virtualmente
desaparece.
Street Spirit: Os testes medicamentosos mais iniciais com
o Prozac® foram tão pouco promissores que eles tiveram
que manipular os resultados dos testes para conseguir a
aprovação do FDA?
RW: O que aconteceu com Prozac® é uma história
fascinante. Desde o início, eles notaram uma eficácia
discretamente acima de um placebo; e eles observaram
que eles tiveram alguns problemas com suicídio. Existiriam
aumentadas respostas suicidas comparadas ao placebo.
Em outras palavras, as drogas estavam agitando as
pessoas e tornando pessoas suicidas que não tinham
potencial suicida prévio. Eles estavam obtendo respostas
maníacas em pessoas que não tinham sido maníacas
anteriormente. Eles estavam obtendo episódios psicóticos
nas pessoas que não tinham quadros psicóticos prévios.
Então você estava vendo estes efeitos colaterais muito
problemáticos até ao mesmo tempo em que você estava
observando alguma eficácia muito modesta, se alguma,
maior do que um placebo para melhorar a depressão.
Basicamente, o que a Eh Lilly (Fabricante do Prozac®) teve
que fazer foi encobrir a psicose, encobrir a mania; e, dessa
maneira, podia conseguir obter a aprovação para essas
drogas. Um revisor do FDA até advertiu que o Prozac®
parecia ser uma droga perigosa, mas seria aprovada de
qualquer maneira.
Nós aparentemente estamos sabendo de tudo isso
somente agora: “Oh, o Prozac® pode causar impulsos
suicidas e todos esses ISRSs podem aumentar o risco de
suicídio.” O ponto é: isso não era nada novo. Aqueles
dados já estavam documentados desde os primeiros
ensaios. Você teve pessoas na Alemanha dizendo, “eu
penso que esa é uma droga perigosa.”
Street Spirit: Mesmo voltando ao final dos anos 1980,
eles já eram conhecidos?
RW: Antes do final dos anos 1980 no início dos anos 80,
antes do Prozac® ser aprovado. Basicamente o que a Eh
Lilly teve que fazer foi encobrir os riscos de mania e
psicose, ocultar que algumas pessoas estavam ficando
suicidas porque eles estavam ficando com esta agitação
nervosa do Prozac®. Essa foi a única maneira para obter
aprovação.
Existiriam várias maneiras que eles utilizaram para esse
encobrimento. Uma seria simplesmente remover os relatos
de psicose da base de dados. Eles também voltaram e
recodificaram alguns dos resultados dos ensaios. Vamos
dizer que alguém teve um episódio maníaco ou um
episódio psicótico; em vez de assinalar isto, eles só
apontariam para um retorno da depressão, ou coisa
parecida. Então existia uma necessidade básica em
esconder estes riscos desde o início, e isso foi feito.
Então o Prozac® é aprovado em 1987, e é lançado em uma
campanha de marketing surpreendente. A pílula
propriamente foi apresentada na capa de várias revistas! É
como a Pílula do Ano [risos]. E ele parece ser muito mais
seguro: um remédio dos sonhos. Nós temos médicos
dizendo, “Oh, o problema real com esta droga é que nós
podemos agora criar qualquer personalidade que nós
desejamos. Nós ficamos tão qualificados com essas drogas
que se você quiser ter muito prazer o tempo todo, tome sua
pílula!”
Isso era uma tolice completa. As drogas eram apenas
fracamente melhores do que placebos no alivio de
sintomas depressivos no curto prazo. Você teve todos estes
problemas; e nós ainda estávamos elogiando em demasia
estas drogas, dizendo: “Oh, os poderes da psiquiatria são
tais que nós podemos dar
a você a mente que você quer — projetamos uma
personalidade! Era absolutamente obsceno. Entretanto,
qual foi o medicamento, que depois de ser lançado, que
mais rapidamente se transformou na droga com mais
reclamações nos Estados Unidos? O Prozac®!
Street Spirit: Qual foi o índice de reclamações quando o
Prozac® chegou ao mercado?
RW: Nesta aferição, nós temos o Medwatch, um sistema
de relato onde nós reportamos eventos adversos das
drogas psiquiátricas ao FDA. A propósito, o FDA tenta
manter estes relatórios negativos distantes do público.
Então, em vez do FDA manter esses dados facilmente
disponíveis para o público, para que você possa conhecer
os riscos de tais medicamentos, é muito duro chegar a
estes relatórios.
Dentro de uma década, existiram 39.000 relatos adversos
sobre o Prozac® que foi enviado para o Medwatch.
Acreditase que o número de eventos adversos enviados
ao Medwatch represente só um por cento do número real
de tais eventos. Então, se nós conseguirmos 39.000 relatos
de evento adversos sobre
o Prozac®, o número de pessoas que realmente sofreram
tais problemas é estimado ser 100 vezes maiores, ou
aproximadamente quatro milhões das pessoas! Isso faz do
Prozac® o medicamento mais reclamado da América, sem
dúvida. Existiram mais relatos de eventos adversos
recebidos sobre o Prozac® em seus primeiros dois anos de
mercado do que tinha sido reportado ao principal
antidepressivo tricíclico em 20 anos!
Lembre, o Prozac® foi lançado ao público Americano como
uma droga maravilhosamente segura, e sobre o que as
pessoas estão reclamando? Mania, depressão, psicose,
nervosismo, ansiedade, agitação, hostilidade, alucinações,
perda de memória, tremores, impotência, convulsões,
insônia, náusea, impulsos suicidas. É uma grande
variedade de sintomas graves.
E aqui temos o surpreendente. Não foi apenas o Prozac.
Uma vez que nós tivemos os demais ISRSs no mercado,
como o Zoloft® e Aropax®, em 1994, quatro
antidepressivos dessa família estavam entre os 20 “tops”
de reclamação entre as medicações da lista do Medwatch
do FDA. Em outras palavras, todas destas drogas trazidas
para comercialização começaram a ativar esta amplitude
de eventos adversos. E esses não eram eventos menores.
Quando você fala a respeito de mania, alucinações e
depressão psicótica estamos falando de eventos adversos
graves.
Prozac® foi lançado para o público americano como uma
droga maravilhosa. Foi apresentado nas capas de revistas
como tão seguras, e como um sinal de nossa habilidade
maravilhosa de induzir o cérebro da forma como nós
desejássemos. Na verdade, os relatórios estavam
mostrando que nós poderíamos ativar muitos eventos
perigosos, inclusive o suicídio e a psicose.
O FDA estava sendo advertido sobre isto. Eles estavam
recebendo uma inundação de relatórios de eventos
adversos, e o público nunca foi informado sobre isso para
um longo período de tempo. Levou uma década para que o
FDA começasse a reconhecer o aumento de suicídios e de
violência que pode ser ativados em algumas pessoas. Isso
só mostra como o FDA traiu o povo americano. Isto é um
exemplo clássico. Eles traíram sua responsabilidade em
agir como um cão de guarda para o povo americano. Pelo
contrário eles agiram como uma agência de encobrimento
dos danos e riscos dessas drogas.
Street Spirit: Levando em conta o fracasso do FDA para
nos advertir sobre Prozac®, qual foi sua recente
negligência no assunto do risco de suicídio com os
antidepressivos para crianças tratadas com remédios como
o Aro pax®? Não seriam os oficiais de saúde mental da
Inglaterra muito melhores que seus colegas americanos no
FDA na advertência sobre os perigos de tentativas de
suicídio quando esses antidepressivos foram administrados
aos adolescentes?
RW: Sim. A história das crianças é incrivelmente trágica.
Também é uma história realmente sórdida. Vamos voltar
um pouco para ver o que aconteceu às crianças sob
antidepressivos, O Prozac® chegou ao comércio em 1987.
No início dos anos 90, as companhias farmacêuticas que
fabricavam estas drogas estão dizendo, “O que podemos
fazer para expandir o mercado para os antidepressivos?
Porque é isso que as companhias farmacêuticas fazem
elas querem chegar a um número sempre maior de
indivíduos. Eles viram que eles tiveram um mercado em
aberto com as crianças. Então vamos começar a vender
essas drogas para crianças. E eles foram bem sucedidos.
Desde 1990, o uso de antidepressivos em crianças subiu
em torno de sete vezes. Eles começaram a prescrever por
bem ou por mal.
Atualmente, sempre que eles fazem testes pediátricos com
os antidepressivos, eles verificam que tais drogas não são
mais efetivas nos sintomas objetivos da depressão do que
o placebo. Isso aconteceu repetidamente nos testes
pediátricos com essas drogas antidepressivos. Então, o
que isso informa é que não existe nenhuma razão
terapêutica real para o emprego dessas drogas nesta
população de crianças, porque as drogas nem mesmo os
reduzem os sintomas alvo por um curto prazo de forma
melhor do que o placebo; e além do mais eles estavam
causando todos os tipos de eventos adversos.
Por exemplo, em uma pesquisa, 75 por cento das crianças
tratadas com antidepressivos sofreram algum evento
adverso de qualquer espécie. Em um estudo pela
Universidade de Pittsburgh, 23 % das crianças tratadas
com um ISRS desenvolveu mania ou sintomas tipo
maníaco; um adicional de 19 % desenvolveu hostilidade
drogainduzida. Os resultados clínicos estavam lhe
informando que você não conseguiu qualquer benefício na
depressão; e você podia criar todos os tipos de problemas
reais nas
crianças mania, hostilidade, psicose, e você pode até
induzir suicídio. Em outras palavras, não use estas drogas,
correto? Isso foi totalmente encoberto.
Street Spirit: Como foi ocultado?
RW: Nós tivemos psiquiatras – alguns desses obviamente
receberam dinheiro das companhias medicamentosas –
dizendo que as crianças estão subtratadas e eles estão
em risco de suicídio e como nós poderíamos possivelmente
tratar as crianças sem essas pílulas e que tragédia seria se
nós não pudéssemos usar estes antidepressivos.
Finalmente, um pesquisador proeminente na Inglaterra,
David Healy, começou a fazer sua própria pesquisa na
habilidade destas drogas em promover suicídio. Ele
também conseguiu conseguir acesso a alguns dos
resultados de pesquisas e ele “soou o alarme”. Ele primeiro
soou esse alarme na Inglaterra e ele apresentou esses
dados em revisões por lá mesmo. E eles verificaram que
aparentemente essas drogas estão aumentando o risco de
suicídio e não existe realmente nenhum sinal de benefícios
nos sintomas objetivos de depressão. Então eles
começaram a se mobilizar por lá para advertir os médicos a
não prescrever tais drogas para a juventude.
O que acontece nos Estados Unidos? Bem, foi só depois
de existir muita pressão colocada sobre o FDA que eles
captaram a mensagem. O FDA reclassificou o risco dessas
drogas. Eles foram lentos até mesmo para por
advertências, faixas pretas, nas caixas desses produtos.
Por quê? As vidas das crianças não são um bem a ser
protegido? Se nós sabemos que temos demonstrações
científicas dos riscos que esses remédios apresentam ao
aumentar suicídio, não deveríamos ao menos publicar uma
advertência sobre isso? Mas o FDA foi negligente até
mesmo para colocar essa advertência nas embalagens
desses produtos.
Street Spirit: Se o Prozac® é o remédio mais reclamado
do país, se o Aropax® foi demonstrado ser um risco de
suicídio para a juventude, como foi que esses
antidepressivos continuaram a ter uma reputação tão
mágica de curas para a depressão? E por que o FDA
falhou em nos advertir sobre Aropax® e Prozac® para
tanto tempo?
RW: Existem algumas razões para isto. Os fundos do FDA
se modificaram em 1990. Um decreto permitiu que muito
dos fundos do FDA viessem das indústrias farmacêuticas: o
decreto PDUFA (Prescription Drug UserFee Act— Decreto
de Taxa de Usuário para Drogas de Prescrição).
Basicamente, quando as companhias farmacêuticas
solicitavam aprovação ao FDA eles teriam que pagar uma
taxa. Esses honorários se tornariam grande parte dos
recursos das revisões do FDA sobre as aplicações dos
medicamentos.
No final de contas, de repente, os recursos começaram a
vir da indústria farmacêutica; não vinha mais do povo.
Como esse decreto surgiu para renovação, basicamente os
lobistas das fábricas de medicamentos estão dizendo que o
trabalho do FDA não seria uma análise crítica das drogas,
mas sim aprovar rapidamente essas drogas. E isso foi parte
do pensamento de Newt Gingrich: seu trabalho era obter
drogas para comercializar. Comece a ser parceiro da
indústria farmacêutica e facilitar o desenvolvimento de
medicamentos. Nós perdemos a idéia de que o FDA teria
um papel de cão de guarda.
Também, de um modo humano, muitas pessoas que
trabalham para o FDA abandonam para acabar indo para
trabalhar para as companhias de medicamentos. A piada
velha é que o FDA é um tipo de vitrina para um futuro
emprego na indústria farmacêutica. Você vai lá, você
trabalha por algum tempo, então você sai para a indústria
de remédios. Bem, se esse é a progressão que as pessoas
fazem, em essência eles estão fazendo uma rede de
relações de bons meninos, para tanto eles não vão ser tão
severos com as companhias farmacêuticas. Então, é isso
que realmente aconteceu nos anos 1990. O FDA receberia
novas ordens de marcha. As ordens eram: “Facilite a
obtenção de medicamentos para o mercado. Não seja
muito crítico. E, de fato, se você quiser manter seus
recursos financeiros, que a partir de então estavam vindo
da indústria farmacêutica, tenha certeza que você entendeu
essas lições de sobrevivência.”
Street Spirit: Então as gigantes companhias
farmacêuticas têm um enorme poder de cozinhar os
resultados dos testes das drogas, fazendo os
pesquisadores e até o próprio FDA a se curvar para a sua
vontade?
RW: O FDA, em essência, foi submetido no início dos anos
90, e nós realmente vimos isto com as drogas psiquiátricas.
O FDA se tornou um cão de colo para a indústria
farmacêutica, e não um cão de guarda.
É só agora isto se tornou de conhecimento público. Nós
temos Marcia Angel(*), uma antiga editora do New
England Journal of Medicine, escreva um livro em que ela
diz que o FDA se tornou um cão de companhia. Agora está
basicamente bem documentado esse declínio. Como
editora do New England Journal of Medicine, o o mais
prestigioso jornal médico que nós temos, Marcia AngelI é
alguém que estava bem no coração da Medicina
Americana, e ela concluiu que o FDA desaponta as
pessoas americanas. E ela perdeu seu emprego no New
England Journal of Medicine ao começar a criticar as
companhias farmacêuticas.
Ela era a editora do jornal no final dos anos 1990 e havia
um médico correspondente chamado Thomas
Bodenheimer que decidiu escrever um artigo sobre como
você não podia nem confiar no que era publicada nos
jornais médicos por causa de toda a manipulação de
resultados.
Então eles fizeram uma investigação sobre como as
companhias farmacêuticas financiavam todas as pesquisas
e manipulavam os resultados dos ensaios científicos, então
você não poderia realmente ter confiança no que você lê
nesse tipo de publicação. Eles assinalaram que quando
eles tentaram conseguir um perito para revisar a literatura
científica relacionada aos antidepressivos, eles
basicamente não conseguiram encontrar alguém que não
tivesse recebido algum dinheiro das companhias
farmacêuticas.
Agora, o New England Journal of Medicine é publicado pela
Sociedade Médica de Massachusetts que publica muitos
outros jornais, e eles têm muita publicidade farmacêutica.
Então o que acontece depois que aquele artigo ser
publicado por Thomas Bodenheimer e um editorial
acompanhado de Marcia AngelI sobre o estado deplorável
da medicina americana a respeito disto? Ambos perdem
seus empregos! Ela foi demitida e o mesmo aconteceu com
Thomas Bodenheimer. Pense sobre isso. Nós temos o
principal jornal médico demitindo pessoas, deixandoos
partir, porque eles ousaram criticar uma ciência desonesta
e o processo desonesto que estava envenenando a
literatura científica.
Então nós temos o FDA que está agindo como cães de
companhia. Você não pode confiar na literatura científica.
Tudo isso mostra como o público americano foi traído e não
sabia sobre todos os problemas com estas drogas e por
que foi ocultado deles. Isso tem a ver com dinheiro,
prestígio e redes de velhos bons meninos”.
Street Spirit: Isso também a ver com o silenciamento dos
críticos. A Eh Lilly usa a mídia para alardear benefícios do
Prozac® e dar vantagens para médicos que freqüentam
conferências para ouvir sobre seus benefícios, e suborna
pesquisadores. Mas eles também não usam seu poder e
dinheiro para silenciar seus críticos?
RW: Um exemplo é Dr. Joseph Glenmullen, um psiquiatra
que também trabalha para o Serviço de Saúde da
Universidade de Harvard, e que escreveu um livro
chamado Prozac Backlash (O Jogo Prozac) que advertia
sobre os perigos do Prozac®. Ele entende que essas
drogas estão sendo abusadas e que causam efeitos
colaterais severos. Ele até levanta questões sobre os
problemas de memória a longo prazo com as drogas e
deficiência orgânica cognitiva. Bem, a Eh Lilly construiu
uma campanha de marketing para tentar desacreditálo.
Eles divulgaram notícias para a mídia questionando sua
afiliação com a Escola Médica de Harvard, etc. Fazem tudo
para silenciar os críticos.
Se você cantar a melodia que as companhias de droga
querem, aos mais elevados níveis, você é pago com muito
dinheiro para voar pelo mundo e dar apresentações sobre
as maravilhas dessas drogas. E aqueles que vêm, e não
fazem quaisquer perguntas embaraçosas, conseguem
jantares de lagosta e talvez eles obtenham honorários para
freqüentar essa reunião educacional. Então se você quiser
ser parte dessas vantagens, você pode. Você canta as
maravilhas dessa droga, e você não fala sobre seus efeitos
colaterais sórdidos, e você pode conseguir um generoso
pagamento como um de seus locutores convidados, ou
como um de seus peritos.
Mas se você for um daqueles que estão dizendo: “E a
respeito da mania, que tal a psicose? Eles silenciam você.
Olhe para o que aconteceu para David Healy. Healy é até o
melhor exemplo. David Healy tem esta reputação de
extrema qualidade na Inglaterra. Ele é o escritor de vários
livros na história da psicofarmacologia. Ele é como um
antigo Secretário da Associação de Psicofarmacologia de
lá. Ele recebeu uma oferta de trabalho na Universidade de
Toronto para encabeçar seu departamento de psiquiatria.
Então enquanto ele está esperando assumir aquela
posição na Universidade de Toronto, ele vai para Toronto e
preparou uma conferência sobre o risco elevado de suicídio
com Prozac® e alguns outros ISRSs. Quando ele volta
para casa, a oferta de trabalho foi rescindida.
Agora Eh Lilly doa algum dinheiro para a Universidade de
Toronto? Absolutamente. Então, respondendo sua
pergunta, sim, a Eh Lihhy silencia seus dissidentes
também.
Street Spirit: Qual é a história por detrás do pagamento
secreto entre Eh Lilly e os sobre viventes que processaram
a companhia depois que Joseph Wesbecker atirou em 20
colegas de trabalho após ser colocado sob uso de
Prozac®?
RW: Durante esse julgamento em que a Eh Lihhy estava
sendo processada, o juiz iria permitir a demonstração de
evidências muito prejudiciais contra a Eh Lihhy. O juiz
disse, “Vá em frente e apresente isso no julgamento.” Mas
a próxima coisa você já sabe, eles não apresentaram essas
evidências; e de fato, de repente, os demandantes não
mais estão apresentando as evidências mais significativas
para continuarem seu julgamento. Então o juiz perguntase
por que eles não estão apresentando seu melhor
testemunho. Isso cheira a sujeira. Ele suspeita que a Eh
Lihhy pagou aos demandantes secretamente e parte do
negócio era isso, os demandantes irão em frente com uma
tentativa de fingimento de forma que a Eh Lihhy ganhará o
litígio. Então a Eh Lihhy pôde conchamar, “Veja: nossa
droga não faz as pessoas ficarem violentas.”
E, realmente, foi isso que aconteceu. A Eh Lihhy sentiu que
iria perder esse julgamento. Eles foram aos demandantes e
disseram que lhes dariam muito dinheiro. Eles
concordaram em ir em frente e arranjaram o caso, pois
mantiveram os demandantes a irem até o final do
julgamento. Desse modo a Eh Lilly pode publicamente
reivindicar que eles ganharam a causa e que o Prozac®
não causa dano.
Street Spirit: Como ficamos sabendo disso?
RW: Nós nunca teríamos conhecido essa história se não
fosse por duas coisas. Uma, acredite nisto ou não, o juiz,
em essência, apelou da decisão em seu próprio tribunal.
Ele disse, sinto mau cheiro nisso.” E por isto, ele descobriu
que existia esta determinação secreta e que era um
processo de fingimento na sua continuação. Ele disse que
era umas das piores violações à integridade do processo
legal que ele já tinha visto. E segundo, um jornalista inglês
chamado John Cornwell escreveu um livro chamado:
Power to Harm: Mmd, Medicine, and Murder on Trial
(Poder para prejudicar: Mente, Medicina, e Assassinato
no tribunal). Ele escreveu sobre este caso, e ainda nos
Estados Unidos, nós praticamente não obtemos quase
nenhuma notícia sobre esta determinação secreta e esta
ampla perversão do processo legal. Seri um jornalista
inglês que estariaa expondo esta história.
Meu ponto aqui é esse: eles silenciam pessoas como
Marcia AngelI. Eles pervertem o processo científico. Eles
pervertem o processo legal. Eles pervertem o processo de
revisão de medicamentos do FDA. Está em todos lugares!
E é por isso que nós como uma sociedade acabamos
acreditando nestas drogas psiquiátricas. Você fez a
pergunta há pouco tempo atrás, “Por que nós ainda
acreditamos no Prozac?” Uma das razões é que a história
sobre o Prozac é, na realidade, suportada. É publicamente
suportada porque nós mantemos esse silêncio sobre essas
questões.
A outra coisa para lembrar é que algumas pessoas sob
Prozac® se sentem melhores. Isto é verdade. Isso é o
divulgado, mas da mesma forma algumas pessoas com o
uso de placebos se sentem melhores. Mas aquelas são as
histórias que são repetidas: “Oh, eu tomei Prozac e eu
estou me sentindo melhor.” É aquele grupo seleto que faz
melhor para que essa história seja a informada, sendo a
história que o público ouve. Assim, é por isso que nós
continuamos a acreditar na história de que essas drogas
sejam uma maravilha, que sejam muito seguras, apesar de
todo esse material sujo que ficou coberto.
Street Spirit: Vamos agora nos mover dos antidepressivos
como Prozac® e considerar outro novo grupo de drogas
supostamente maravilhosos as novas drogas anti
psicóticas. Você escreveu que o uso a longo prazo de
drogas antipsicóticas — ambas, os originais neurolépticos,
remédios como o Amplictil © e HaldoI© e os mais recentes
“atípicos” como Zyprexa© e Risperidal© causam
mudanças patológicas no cérebro o que pode levar a uma
agrava ção dos sintomas de doença mental. Quais
mudanças na química do cérebro resultam dos anti
psicóticos, e como isso leva ao principal e mais assustador
aspecto que você descreveu — a doença mental crônica
que ao qual se fica preso por tais substâncias?
RW: Essa é uma linha de pesquisa que atravessa 40 anos.
Este problema de enfermidade crônica aparece de tempo
em tempo repetidamente na literatura de pesquisa. Este
mecanismo biológico está um pouco melhor compreendido
agora. Os antipsicóticos bloqueiam profundamente os
receptores de dopamina. Eles bloqueiam entre 7090 por
cento dos receptores de dopamina no cérebro. Em
resposta, o cérebro gera mais ou menos 50 por cento de
receptores extra de dopamina. Tenta ficar hipersensível.
Então, em essência você teria criado um desequilíbrio no
sistema da dopamina no cérebro. É quase como se, em
uma mão, você tem o acelerador isto é: os receptores de
dopamina extra. E a droga é o freio tentando bloqueálos.
Mas se você libera esse freio, se você abruptamente para
com as drogas, você agora tem um sistema de dopamina
que é hiperativo. Você tem muitos receptores de dopamina.
E o que acontece? As pessoas que tentam abruptamente
largar os medicamentos tendem a ter graves recaídas.
Street Spirit: Então as pessoas que foram tratadas com
estas drogas antipsicóticas têm uma propensão maior
para recaídas, e apresentar novos episódios de doença
mental, ao invés das pessoas que tiveram outros tipos de
terapias sem tais drogas?
RW: Exatamente, e isso foi entendido em 1979, que você
realmente estava aumentando a vulnerabilidade biológica
subjacente para a psicose. E a propósito, nós já
classificamos um entendimento de que se você mexe com
o sistema de dopamina, que você podia criar alguns
sintomas de psicose com anfetaminas. Então se você der a
alguém doses suficientes de anfetaminas, eles ficam sob
risco aumentado de psicose. Isto está bem conhecido. E o
que as anfetaminas fazem? Eles liberam dopamina. Então
existe uma razão biológica por que, se você for mexer com
o sistema de dopamina, você está aumentando o risco de
psicose. Isto é em essência o que estas drogas anti
psicóticas fazem, eles incrementam o sistema da
dopamina.
Veja aqui um impressionante estudo real sobre isso:
pesquisadores da Universidade de Pittsburgh nos anos 90
tomaram pessoas recentemente diagnosticadas com
esquizofrenia, e eles começaram a registrar imagens de
ressonância magnética dos cérebros destas pessoas.
Dessa forma nós conseguimos um retrato de seus cérebros
no momento de diagnóstico, e então nós teremos imagens
dos próximos 18 meses para verificar como esses cérebros
se modificam. A partir daí durante 18 meses, eles estão
sendo medicados com prescrições de antipsicóticos, e o
que os pesquisadores reportaram? Eles reportaram o
seguinte, após este período de 18 meses, as drogas
causaram um aumento dos gânglios da base, uma área do
cérebro que usa dopamina. Em outras palavras, criaram
uma mudança visível na morfologia, uma mudança no
tamanho de uma área do cérebro, e isto é anormal. Isto é
número um. Então nós temos uma droga antipsicótica
causando uma anormalidade no cérebro.
Agora aqui temos o ponto chave. Eles verificaram que
como aquela amplificação aconteceu, era associada com
uma agravação dos sintomas psicóticos, uma agravação
dos sintomas negativos. Então aqui você realmente tem,
com uma tecnologia moderna, um estudo muito poderoso.
Por processamento de imagens do cérebro, nós vemos
como agente externo entra, corrompe a química normal,
causa um aumento anormal dos gânglios da base, e aquele
aumento causa uma agravação de muitos sintomas que
deveria tratar. Agora isto realmente é, em essência, a
história de um processo de doença um agente externo
causa anormalidade, dá origem a sintomas...
Street Spirit: Mas neste caso, o agente externo que ativa
o processo de doença é o suposto tratamento para a
própria doença! A droga psiquiátrica é o agente causador
de enfermidade.
RW: Isto é exatamente assim. É um atordoante, uma
descoberta maldita. É o tipo de coisa que você diria, Oh
Cristo, nós devíamos ter feito algo diferente. Mas você
imagina que tipo de incentivo financeiro esse
pesquisadores receberam, após eles fazerem tal
descoberta?
Street Spirit: Não, qual? Eu imaginaria que eles
conseguiram recursos para executar estes mesmos
estudos em outras classes de drogas psiquiátricas.
RW: Eles conseguiram recursos para desenvolver um
implante, um implante no cérebro, que liberaria drogas
como o Haldol® de forma contínua e ininterrupta! Um
investimento para desenvolver um implante de liberação de
medicamentos, dessa forma você poderia implantar isso
nos cérebros das pessoas com esquizofrenia e assim eles
até não teriam qualquer oportunidade para não tomar
esses remédios!
Street Spirit: Incrível. Projetar um implante para fornecer
uma dose constante de uma droga que eles acabaram de
descobrir ser causa de patologia na química do cérebro.
RW: Certo, eles acabaram de verificar que eles estão
causando uma agravação dos sintomas! Então por que
você continuaria com um projeto de um implante
permanente? Porque seria para isso que o dinheiro viria.
E ninguém quis lidar com este achado horrível de um
aumento nos gânglios da base causado pelas drogas,
associado com a agravação dos sintomas. Ninguém quis
lidar com o fato de que quando você examinar as pessoas
medicadas com antipsicóticos, você começará a ver uma
redução dos lobos frontais. Ninguém quer falar sobre
nenhuma dessas coisas. Eles pararam essas pesquisas.
Street Spirit: Que outros efeitos colaterais são causados
por uso prolongado destas drogas antipsicóticas?
RW: Bem, você consegue a Discinesia Tardia (tardive
dyskinesia), uma deficiência orgânica cerebral permanente;
e a Acatisia, que seria uma agitação nervosa incrível. Você
nunca fica confortável. Você quer se sentar, mas você não
pode se sentar. É como se você estivesse rastejando fora
de sua própria pele. E está associado com violência,
suicídio e todos os tipos de coisas horríveis.
Street Spirit: Tais tipos de efeitos colaterais eram notórios
com a primeira geração de drogas antipsicóticas, como
Amplictll®, Haldol® e Stelazine®. Mas, da mesma forma
que com Prozac®, tantas pessoas estão ainda elogiando
em demasia a nova geração de antipsicóticos atípicos —
Zyprexa®, Leponex® e Risperidal® como drogas mágicas
que controlam a doença mental com muito menos efeitos
colaterais. Isto é verdade? O que você verificou?
RW: Não, é apenas uma completa tolice. De fato, eu penso
que as mais novas drogas podem ser eventualmente
estabelecidas como mais perigosas do que as antigas
drogas, se isso fosse possível. Como você sabe, os
neurolépticos conhecidos como Amplictil® e Haldol®
tinham um relato reiterado de malefícios como a discinesia
tardia e acatisia no máximo.
Então quando nós conseguimos as novas drogas atípicas,
elas foram extraordinariamente badaladas como
infinitamente mais seguras. Mas com essas novas atípicas,
você consegue obter todos os tipos de deficiências
orgânicas metabólicas.
Vamos falar sobre Zyprexa®. Tem um perfil diferente. Ele
pode não causar muita discinesia tardia. Pode não dar
origem a tantos sintomas de parkinson. Mas ele causa um
amplo leque de novos sintomas. Então, por exemplo,
provavelmente causa mais diabete. E provavelmente cause
mais distúrbios pancreáticos. Provavelmente cause mais
obesidade e distúrbios no controle do apetite.
Na verdade, pesquisadores na Irlanda reportaram em 2003
que desde a introdução dos antipsicóticos atípicos, a taxa
de mortalidade em meio às pessoas com esquizofrenia
dobrou. Eles tomaram as taxas de mortalidade das
pessoas tratadas com neurolépticos clássicos e
posteriormente eles comparam com as taxas de
mortalidade das pessoas tratadas com antipsicóticos
atípicos, e essas taxas dobraram. Ela dobrou! Não houve
redução dos perigos. De fato, nesse estudo de sete anos,
25 de 72 pacientes morreram.
Street Spirit: Quais eram as causas de morte?
RW: Todos os tipos de enfermidades orgânicas, e isto é
parte do ponto. Estamos ficando com problemas
respiratórios, estamos tendo pessoas que morrem com
taxas de incrivelmente elevadas de colesterol, com
problemas de coração, com diabetes. Com olanzapina
(Zyprexa®), um dos problemas é que você está realmente
força de forma extrapolada o âmago do sistema metabólico.
É por isso que você alcança estes enormes ganhos de
peso, e você obtém uma diabetes. O Zyprexa®
basicamente corrompe o “equipamento” que nós somos e
que faz o processamento dos alimentos e da obtenção
energética dessa comida. Então esse aspecto fundamental
da função biológica humana é perturbado, e em algum
momento você terá todos estes problemas pancreáticos,
prejuízos da regulação da glicose, diabetes, etc. Isto é
realmente um sinal que você é mexendo com algo muito
fundamental para vida.
Street Spirit: Supostamente existe um aumento alarmante
de doença mental sendo diagnosticada em crianças.
Milhões são diagnosticados com depressão, sintomas
bipolares e psicóticos, distúrbio de déficit de atenção e
hiperatividade, e distúrbio de ansiedade social. Essa
explosiva nova pre valência de doença mental no meio das
crianças é um aumento real, ou é uma campanha de
marketing que enriquece a indústria de drogas
psiquiátricas, uma bonança para tais corporações
farmacêuticas?
RW: Você está tocando em algo que realmente se trata de
um escândalo trágico de proporções monumentais. Eu
converso às vezes com classes de acadêmicos, classes de
psicologia. Você não consegue acreditar qual é a
porcentagem de jovens que foi estabelecida que seria
mentalmente enferma desde crianças, de que algo estava
muito errado com elas. É absolutamente fenomenal. É
absolutamente cruel estar dizendo que tais crianças têm
cérebros falidos e enfermidades mentais.
Existem duas coisas que estão acontecendo aqui. Um,
claro, é que é uma completa tolice. Quando nos lembramos
de nós quando crianças, você tem energia demais ou você
se comporta às vezes de modo que não é totalmente
apropriado, e você tem esses extremos de emoções,
especialmente durante seus anos de adolescência. Ambos,
crianças e adolescentes podem ser muito sentimentais.
Então uma coisa que está acontecendo é que eles tomam
alguns comportamentos da infância e começam a definir os
comportamentos que eles não gostam de patológicos. Eles
começam a definirem emoções que são desconfortáveis
como patológicas. Então parte do que nós estamos
fazendo é “patologização” da infância com uma definição
inepta de trivialidades. Nós estamos patologizando, criando
sofrimento no meio das crianças.
Por exemplo, se você for um filho de criação, e talvez você
tenha recebido pouco conforto na loteria da vida e crescido
em uma família disfuncional e você é colocado num
orfanato, você sabe o que acontece hoje? Você muito
provavelmente vai ser diagnosticado com uma desordem
mental, e você vai ser colocado sob um medicamento
psiquiátrico. Em Massachusetts, algo em torno de 60 a 70
por cento das crianças de orfanatos estão recebendo
medicações psiquiátricas. Essas crianças não são
mentalmente doentes! Elas conseguiram um tratamento
injusto na vida. Elas acabaram em um lar de proteção, o
que significa que eles estavam numa situação familiar ruim,
e o que nossa sociedade faz? Eles dizem: “Você tem um
cérebro defeituoso.” Não seria a sociedade que seria ruim e
você não conseguiu uma situação justa. Não, a criança tem
um cérebro defeituoso e tem que ser colocada sob drogas.
É absolutamente criminoso.
Deixeme falar sobre desordem bipolar entre crianças.
Como um médico disse, isso costumava ser tão raro que
seria quase inexistente. Agora nós estamos vendo isso a
todo momento. Os “bipolares” estão explodindo entre as
crianças. Bem, em parte você poderia dizer que nós
estamos apenas rotulando sem cautela as crianças mais
freqüentemente; mas de fato, existe algo realmente
acontecendo. Veja aqui o que está acontecendo. Você
pega crianças e as coloca sob antidepressivo que nós
nunca costumávamos fazer
ou você as coloca sob uso de um estimulante como
Ritalina®. Os estimulantes podem criar mania; os
estimulantes podem criar psicose.
Street Spirit: E antidepressivos também podem causar
mania, como você assinalou.
RW: Exatamente, então a criança pode acabar com uma
crise maníaca drogainduzida ou episódio psicótico. Uma
vez que elas têm isto, o médico na sala de emergência não
diz, “Oh, ele está sofrendo de um episódio induzido por
medicamentos.” Ele diz que ele é bipolar!
SS: Então eles dão a criança uma nova droga para uma
desordem mental causada pela primeira droga?
RW: Sim, eles dão a ele uma droga antipsicótica; e agora
a criança está sob um coquetel de drogas, e ela está em no
curso de ficar inválido por toda a vida. Isto é um exemplo
de como nós realmente estamos criando crianças doentes.
Street Spirit: É como se a sociedade ou suas escolas
estejam tentando tornar eles manejáveis e eles acabam
pondo as crianças em uma montanha russa química contra
sua vontade.
RW: Absolutamente.
Street Spirit: Existe um número surpreendente de
crianças recebendo Ritalina® para tratar hiperatividade.
Mas qual menino de 10 anos de idade confinado em um
banco escolar não é hiperativo? Você descreve que o efeito
da Ritalina® no sistema da dopamina é bem parecido com
a cocaina e as anfetaminas.
RW: Ritalina® é metilfenidato. De fato o metilfenidato afeta
o cérebro exatamente do mesmo modo que a cocaína. Eles
dois bloqueiam uma molécula que é envolvida na re
captação da dopamina.
Street Spirit: Então ambos aumentam os níveis de
dopamina no cérebro?
RW: Exatamente. E eles fazem isto com um grau
semelhante de potência. Então o metilfenidato é bem
parecido com a cocaína. Agora, uma diferença é se você
está aspirando isto ou se está em uma pílula. Esse aspecto
modifica o quão rápido é sua metabolização. Mas de
qualquer forma, basicamente afeta o cérebro de igual
forma. Veja, o metilfenidato foi usado em estudos de
pesquisa para deliberadamente manipular a psicose em
esquizofrênicos. Uma vez que eles descobriram que você
podia tornar uma pessoa com uma propensão para
psicose, dê a eles metilfenidato, e produza a psicose. Nós
também descobrimos que as anfetaminas, como o
metilfenidato, podiam criar psicose nas pessoas que nunca
tinham sido psicóticas anteriormente.
Então pense sobre isso. Nós estamos dando uma droga
para crianças que é reconhecida em ter a possibilidade de
ativar uma psicose. Agora, o estranho sobre o metilfenidato
e as anfetaminas é o seguinte, em crianças, eles são
reconhecidos de produzir um efeito paradoxal. O que a
anfetamina faz nos adultos? Torna eles mais nervosos e
hiperativos. Por alguma razão, para as crianças as
anfetaminas as deixam realmente mais aquietam sua
atividade; realmente as manterá em suas cadeiras e as
tornam mais focadas. Então você captura as crianças em
escolas tediosas. Os meninos não estão prestando atenção
e eles são diagnosticados como DDHA e são colocados
sob uma droga que é conhecida em promover psicose. A
próxima coisa você já sabe, um número considerável delas
não estarão funcionando bem quando elas tiverem uns 15,
16, ou 17 anos. Algumas daquelas crianças falarão sobre
como se sentiam quando estando sob tais medicamentos a
longo prazo, você começa a sentir como um zumbi; você
não sente como se fosse você mesmo.
Street Spirit: Vazios, emoções embotadas. E isto está
sendo feito com milhões de crianças.
RW: Milhões de crianças! Pense sobre o que nós estamos
fazendo. Nós estamos roubando das crianças o seu direito
de ser criança, o seu direito de crescer, seu direito de
experimentar uma ampla possibilidade de plenas emoções,
e seu direito de experimentar o mundo no mais amplo
leque repleta de matizes de cores. Isso é que é o
crescimento, isso é viver a vida! E nós estamos roubando
das crianças do seu direito de ser. E tão criminoso. E nós
estamos falando sobre milhões de crianças que foram
afetadas desse modo. Existem algumas escolas onde algo
em torno de 40 a 50 por cento das crianças chegam com
uma prescrição psiquiátrica.
Street Spirit: Parece um enorme mecanismo de controle
social. A sociedade dá às crianças Ritalina® e
antidepressivos para subjugálos e o faz para eles se
ajustarem. Por um lado, é tudo controle e conformidade
social. Mas também tem um enorme marketing
recompensatório.
RW: Você está certo, cria clientes para os medicamentos, e
clientes esperados serem praticamente para toda a vida. É
assim que estamos sendo informados, certo? Eles são
informados que eles vão estar sob essas drogas por toda
vida. E num próximo estágio eles sabem, eles estarão sob
mais duas ou três ou quatro drogas. É brilhante do ponto
de vista capitalista. Também tem uma certa função de
controle social. Mas você captura uma criança, e você a
torna num cliente, e espero que ela seja um cliente vitalício.
E brilhante.
Atualmente nós gastamos com antidepressivos nesse país
que o Produto Nacional Bruto de países de tamanhos
médio como a Jordânia. Uma quantia surpreendente de
dinheiro. A quantia de dinheiro que nós gastamos em
drogas psiquiátricas neste país é mais que o Produto
Nacional Bruto de dois terços dos países do mundo.
Apenas sob esse paradigma mental incrivelmente lucrativo
em que você pode consertar desequilíbrios químicos do
cérebro com tais drogas. Isso funciona muito bem sob o
ponto de vista capitalista para a Eh Lilly. Quando o Prozac®
veio para o comércio, o valor da Eh Lilly na Wall Street, sua
capitalização, era ao redor de 2 bilhões de dólares. Pelo
ano 2000, o tempo quando Prozac era sua droga número
UM, sua capitalização alcançou 80 bilhões de dólares um
aumento de quarenta vezes.
Então, o que você necessariamente tem que examinar se
você quer compreender porque as companhias
farmacêuticas procuraram exaltar essa perspectiva com
tamanha determinação. Trouxe bilhões de dólares em
riqueza em termos de aumentos nos lucros para os donos
e gerentes dessas companhias. Também se beneficia o
stablishment psiquiátrico que se fortalece nas sombras dos
medicamentos; eles fazem isso muito bem. Existe muito
dinheiro que flui na direção daqueles que abraçaram essa
maneira de tratamento. Existem anúncios que enriquecem
a mídia. É tudo uma grande negociata.
Infelizmente, o custo é a desonestidade na nossa literatura
científica, a corrupção do FDA, e o dano absoluto feito
contra as crianças neste país tratadas neste sistema, e um
aumento de 150.000 pessoas inválidas a cada ano nos
Estados Unidos nos últimos 17 anos. Essa é um registro
impressionante do dano produzido.
Street Spirit: Todo mundo fica rico as companhias
farmacêuticas, os psiquiatras, os pesquisadores, as
agências de publicidade mas os clientes tornam suas
mentes drogadas e a danificadas por toda a vida.
RW: E você sabe o que é mais interessante? Ninguém diz
que a saúde mental do povo americano está melhorando.
Pelo contrário, todo mundo diz que nós temos este
problema num crescendo, eles culpam isto às tensões da
vida moderna ou algo desse tipo, mas eles não querem
examinar para o fato de que nós estamos produzindo
doença mental.
(tradução: José C B Peixoto, médico)
Original: THE STREET SPIRIT
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Editor: Terry Messman
Fonte:
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