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Foi seleccionada uma amostra constituída por sete relatórios, sendo dois de 2006/2007, dois
de 2007/2008 e três de 2008/2009. Foram seleccionados relatórios de escolas que
conhecemos e, sempre que possível, escolas que acompanhamos enquanto Coordenadora
Local e cujas Bibliotecas Escolares e respectivo trabalho conheço com algum rigor.
Da análise cuidada de todos os relatórios, verifiquei que todos tinham referências muito
ténues às Bibliotecas Escolares e ao trabalho desenvolvido. Em todos os relatórios há menção
à(s) Biblioteca(s) Escolar(es) na sua dimensão física enquanto serviço prestado e enquanto
espaço físico melhor ou pior equipado. Regra geral são feitos juízos de valor quanto ao espaço
e aos recursos disponibilizados. Neste sentido, a Biblioteca aparece ao mesmo nível da cantina
“Dispõe também de uma Biblioteca inserida na Rede de Bibliotecas Escolares, cantina e um
gimnodesportivo” (Escola Secundária de Vila Verde) situação que se repete na maioria dos
relatórios analisados.
A maioria dos relatórios (mesmo outros que analisei sumariamente e que não inclui na
amostra) fica-se apenas por esta análise.
Alguns relatórios contêm outras referências, por exemplo na Escola Secundária Alberto
Sampaio a Biblioteca vem referida no domínio “Prestação do serviço educativo”, apresentando
a biblioteca como uma oportunidade de aprendizagem para todos os alunos. De qualquer
forma, o trabalho da Biblioteca desta Escola merecia, sem dúvida alguma, muito mais
referências.
Em alguns relatórios aparece a Biblioteca, na dimensão de Projectos, mas apenas para cumprir
as orientações do PNL, situação bem visível no relatório do Agrupamento de Escolas D. Afonso
Henriques.
Noutros relatórios, a Biblioteca aparece na área das parcerias, nomeadamente nas parcerias
com as Bibliotecas Municipais, sempre de forma muito leve, sem qualquer fundamentação do
trabalho desenvolvido.
Penso que esta deficiente articulação se deve, em primeiro lugar, às escolas que não sabem
utilizar os dados da auto-avaliação da Biblioteca Escolar nos domínios de trabalho da IGE. Por
outro lado, o olhar da IGE sobre as Bibliotecas Escolares é um olhar em diagonal, como um
serviço prestado pela escola, ao lado da cantina, do ginásio e dos diversos Clubes que a
maioria das escolas apresenta.
Do meu conhecimento pessoal, verifico que as escolas com melhor avaliação são também
aquelas que têm Bibliotecas mais dinâmicas e mais integradas na Escola. Mas, lendo os
relatórios, não é perceptível este trabalho de excelência que muitas vezes é feito pelas
Bibliotecas Escolares.