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Introdução
O autor deve seu interesse pela educação a Everett Reimer, nunca havia
questionado a extensão da obrigatoriedade escolar a sociedade. Juntos, concluiram que a
maioria do povo tem direito de aprender, sem ser obrigado a frequentar a escola. Valentini
Borremans, também participava dos diálogose insistia para esta reflexão fosse testada na
América Latina e na África.
A universalização escolar não é possível na escola, sendo mais acessível se outras
instituições tentassem usando o modelo de escola atual. O relacionamento entre
professores e alunos, nem aumento de práticas educacionais, nem o prolongamento da
responsabilidade pedagógica vai contribuir para a universalização escolar. A teia
educacional aumenta a chance de transformação num instante aprendizado, de
participação e cuidado.
O autor pretende abordar discussões sobre enfoques que nos levam a perplexidade ao
aceitarmos a hipótese da descolarização social, procurando argumentos para a distinção
das instituições merecedoras de progressão por promoverem aprendizado num meio
desescolarizado e, esclarecendo os objetivos pessoais podendo fomentar a escola sendo
oposto a economia das indústrias de serviço.
2. Fenomenologia da escola
"Algumas palavras tornam-se tão flexíveis que deixam de ser
úteis. «Escola» e «ensino» são palavras desse tipo.Elas se ajustam
dentro de qualquer interstício da linguagem como uma ameba." A busca de recursos para
a educação precisa de um entendimento para um bom começo, podendo fazer isso de
diversos modos. Seria conveniente fazer uma análise para verificar as funções que
prestam serviços ou não as pessoas relacionadas a escola, prosseguindo com um
levantamento da história cultural ocidental e das informações que levaram ao
descobrimento de instituições com o desempenho siilar ao da escola atual, enfim o mais
interessante é recordar "inúmeras afirmações desde o tempo de Comenius ou de
Quintiliano" e descobrir quais se aproximam mais da escola. Qualquer um dos assuntos
nos levará a um começo com uso de certas suposições sobre a escola e educação.
"A escola é um processo que requer assistência de tempo integral a um currículo
obrigatório em certa idade e com a presença de um professor." A escola organiza seus
alunos de acordo com a idade, isso surge a partir 3 condições inquestionáveis: "O lugar
de criança é na escola, as crianças aprendem na escola e só se pode ensinar as crianças
na escola." Decidimos que as crianças deverão ir à escola para aprenderem o que lhes é
ensinado, esperando que conheçam seu lugar e tenham comportamento espontâneo.
A meninice era desconhecida dos períodos históricos, e no nosso atual conceito
desenvolveu-se recentemente na Europa Ocidental e nas Américas.
Antes do século XIX as classes sociais não entediam sobre nada de criança, "o ser
criança era coisa da burguesia.", depois da descoberta burguesa, tudo mudou. O Concílio
Vaticano ensinava as crianças que aos sete anos era concebido-lhes a liberdade e o
discernimento moral e com isso era capaz de cometer pecados que por consequência
fariam-lhes serem castigados no inferno eterno; em meados do século XX os pais
começaram a evitar a doutrina em seua filhos. Até o século XIX, as crianças de classe
média eram instruídas por preceptores e escolas particulares, isso só mudou com o
advento, porque com isso a sociedade industrial tornou-se acessível e possível às
massas.
Algumas pessoas, não podem ou não querem qu seu filho tenha uma infância
moderna, mas a infância para os poucos que têm pareece ser um peso, muitos sendo
forçados passarem por ela e não se divertir, automaticamente deixando de exercer seu
papel. A infância é a passagem de um processo entre a autoconsciência e o papel que a
sociedade impõe, invadindo até a idade escolar.
Sem uma instituição escolar obrigatória os jovens das nações desenvolvidas
estariam liberados de sua destrutividade e nações subdesenvolidas não teriam como e
nem o porque de competir com a infantilidade desenvolvida. Com a desinstalação escolar
o preconceito contra recém-nascidos, adultos e velhos acabria e deixaria de favorecer os
jovens.
A sabedoria típica das instituições nos leva a pensar que as crianças necessitam
da escola e o que elas aprendem, devem tudo a escola. Contudo, essa sabedoria é
produto da ideologia das escolas. A demanda de alunos por conhecimento aquece o
mercado de professores qualificados e a escola é a instituição que aproxima os dois
lados.
Porém, a maior parte do conhecimento, adquirimos fora da escola, no nosso
cotidiano e sem o apoio de professores. Todos nós encontramos uma forma de aprender
sem o auxílio de professores. Aprendemos a falar, andar, pensar, brincar, realizar
necessidades básicas longe de professores. Pesquisas atentam que metade da
população mundial nunca tiveram acesso à escola, não tiveram apoio de professor algum.
Os alunos não valorizam o papel do professor, reconhecendo a ajuda do corpo
docente sobre o que aprenderam. Alunos mais brilhantes recorrem a livros e vontade
própria e alunos menos desprovidos recorrem a sorte e meios ilícitos para passar nos
exames, nunca reconhecem a ajuda do professor. As instituições, no entanto, interessam-
se em criar empregos para seus professores, não importa o que os alunos acham ou
opinem sobre isso. A escola, por exigir o máximo dos alunos através das aulas em tempo
integral faz com que os professores assumam papéis de terapeutas, psicólogos e
guardiões. As crianças, por sua vez, são submetidas a um poder involuntário por parte
dos novos psicólogos e guardiões. Através da frequência escolar, as crianças são
cuidadas para não perder a cultura do cotidiano ocidental, ao mesmo tempo são
mergulhadas em um ambiente mágico e sério. Com a lei da frequência obrigatória, as
crianças libertam-se ao fim do dia ou no fim do ano letivo, sendo finalmente expelida
quando adulta.
Por via das circunstâncias, no currículo escolar incluem-se preconceitos e culpa
contra a discriminação social, concedendo aos privilegiados condescendência com a
maioria.
3. A ritualização do progresso
“O universitário foi escolarizado para desempenhar funções
seletas entre os ricos do mundo.”
Com a modernização. da universidade houve discordância sobre os privilégios
dados aos que forram testados e classificados como poderosos. Os etabelecimentos
escolares utilizam os que foram bem nos primeiros estágios para lhes investirem como no
previsto. Os portadores de diploma são enquadrados em etiquetas comerciais que
constroem em seu interior, e com isso definem o seu lugar na sociedade.
O fixação de metas é um novo direito das universidades. Na década de 60 as
universidades tinham o poder de fixar metas, com o apoio da ilusão de que a educação é
pra todos.
“Os estudantes e professores que questionam a legitimidade da
universidade, com grandes riscos pessoais, certamente não pensam
estar definindo padrões de consumo ou incentivando um sistema de
produção.”
Atualmente a universidade propicia aos seus membros uma crítica social em geral,
concedendo vários privilégios não concedidos a outras partes da população. Hoje em dia
ela oferece oportunidades de crítica ao mito e rebel-se contra perversões das instituições.
O tríplice função do sistema escolar atual é : simultaneidade da reposição
mitológica da sociedade, contradições do mito social e o ritual de reprodução que envolve
mito e realidade. Mas o ritual tolerante as contradições entre mito e instituição continua
inquestionável, porque nem a ideologia e nenhuma ação social fazem surgir uma nova
sociedade, só a reforma deste rito poderá mudar radicalmente a sociedade.
A NOVA ALIENAÇÃO
“A escola não é apenas a nova religião do mundo.” Tem denominações como:
indústria de conhecimento fornecedora de ópio e é considerada o lugar onde pessoas
passam anos de sua vida.
A alienação era vista como consequência da conversão do trabalho assalariado,
poque assim o homem não teria capacidade de criar e ser criado. Os atuais jovens se
tornam pré-alienados graças as escolas que os isolam, quando eles têm a pretensão do
produzirem e consumirem seu conhecimento. A escola a usa como preparação de uma
vida, com separação educacional real do trabalho criativo, ensinando a necessidade do
ensino, para instituições alienadas. Indiretamemte, ou diretamente emprega o povo ou
retém pessoas pore toda vida, assegurando o ajuste a alguma instituição.
4. O espectro institucional
“A maior parte dos esquemas utópicos e cenários futuristas requer novas e
dispendiosas tecnologias que deveriam ser vendidas tanto às nações pobres quanto às
ricas.”
A vida ativa colaborará para um futuro promissor, com issso ganharemos
espontaneidade, independência, em vez de continuarmos fazendo e desfazendo,
produzindo e consumindo.
O futuro é dependente da escolha de instituições, que nos dê uma vida ativa, e não
desenvolvimento ideológico e tecnológico. É preciso um conjunto de critérios que nos faça
reconhecer instituições favoráveis ao nosso crescimento pessoal, tendo em vista
investimento os recursos tecnológicos nessas instituições.
O espectro institucional foi usado para dar característica ao homem e suas
ideologias, isso “muitas vezes gera mais calor do que luz.” O espectro conta com a ajuda
das agências manipuladoras. O militarismo é um exemplo disso pois constrói efeitos
contrários as ideologias individuais colocando em prática sua própria ideologia, mesmo
atuando indiretamente. As instituições que utilizam espontaneidade se encontram em
oposição com este espectro.
“Os produtores de gêneros de primeira necessidade e dos bens perecíveis
pertencem ao centro de nosso espectro.” Satisfazendo a demanda geral e adicionando ao
custo de produção e distribuição, o produto sendo básico a competição limita os custos de
venda.
5. Concordâncias irracionais²
A atual crise educacional exige revisão da ideologia da aprendizagem escrita na lei
pública e não apenas em seus métodos.
A tentativa de mudanças comportamentais parecem ser mensuradas e
responsáveis pelo processo de apenas “um lado da moeda”, o outro lado da moeda é a
pacificação da nova geração para atrair o mundo de sonhos antepassados.
“As dissidências encobrem as contradições inerentes ao próprio conceito de
escola. Os sindicatos de professores, os feiticeiros da técnica e o movimento de
libertação educacional reforçou o enganjamento da sociedade toda nos axiomas
fundamentais do mundo escolarizado.”
Os estudantes sentem-se paranóicos quando são submetidos ao currículo, estando
mais assustados que seu interior, porque seus objetivos estão marcados
inescrutavelmente.
“Os inovadores educacionais ainda acham que as instituições educacionais
funcionam como funis para os programas por eles empacotados.”
A educação é considerada consequência de um processo institucional feito pelo
educador, as relações sendo do fornecedor e consumidor, a pesquisa da educação
continuará como processo circular, reunindo alguns argurmentos favoráveis à
necessidade de embalagens educacionais para que a entrega ao consumidor seja mortal.
Para ocorrer uma revolução na educação é preciso um dupla inversão: “nova
orientação das pesquisas e nova compreensão do estilo educacional de uma
contracultura emergente.”
Nossas instituições estão a serviço do professor. As estruturas relacionadas com
nossa necessidade nos capacita descobrir a definição de si mesmo através da
aprendizagem e contribuição de terceiros.
6. Teias de aprendizagem
Quando pessoas são pressionadas na especificação de seu saber e valores,
admitem que aprederam, fora da escola. O conhecimento dos fatos, a compreensão vital
e trabalhista vêm de vários fatores como: amizade ou amor, televisão ou leitura,
exemplos, etc.
“As atitudes já estão mudando. A orgulhosa dependência da escola desapareceu. A
resistência do consumidor aumenta na indústria do conhecimento.” Muitas pessoas
gostariam de ser independentes da escola, isso é um impedimento da criação da
frustação, pois não têm linguagem adequada e próprio interesse esclarecido, não
conseguindo assim visarem uma sociedade sem escolas ou escolas numa sociedade que
a desinstalou.
Só obteremos o inverso da escola quando admitirmos que podemos depender da
aprendizagem automotivada, assim podendo oferecer relações com o mundo.
QUATRO REDES
“O planejamento de novas instituições educacionais não deve começar com as
metas administrativas de um príncipe ou presidente, nem com as metas de ensino de um
educador profissional e nem com as metas de aprendizagem de alguma classe hipotética
de pessoas. Não deve começar com a pergunta: O que deve alguém aprender?, mas com
a pergunta: Com que espécie de pessoas e coisas gostariam os aprendizes de entrar em
contacto para aprender?”
Os recursos de educação em geral são intitulados de acordo com metas
curriculares. Uma proposta a ser feita é rotular diferentes abordagens para os estudantes
terem acesso aos recursos educacionais visando sua própria ajuda com a definição e
obtenção de seus objetivos.
INTERCÂMBIO DE HABILIDADES
É muito raro as escolas produzirem pessoas com habilidades.
“Uma forma bem mais radical seria criar um banco para intercâmbio de
habilidades.” Onde cada cidadão teria direito ao crédito básico de aquisição à habilidades
principais, tendo bonificações aos que ganhassem ensinando, seguindo modelos de um
centro organizado, ensinando em casa ou em campos esportivos.
ENCONTRO DE PARCEIROS
“O sistema escolar vai em breve defrontar-se com o mesmo problema que tiveram
as igrejas : o que fazer com a sobra de espaço, após a deserção dos fiéis.”
EDUCADORES PROFISSIONAIS
“O relacionamento de mestre e aluno não está restrito. à disciplina intelectual.” Isso
se contradiz nos campos artísticos, físicos, religiosos, psicanalistas e pedagógico,
cabendo também em outros campos utilizados fora da escola. A fator comum entre aluno
e professor é seu relacionamento incalculável, tendo diversas maneiras e um privilégio
ambíguo.
A dependência de um estudante pode ser facilmente rompida com o o professor
titular do que com os outros profissionais relacionados a escola. As escolas deixando a
compulsividade de lado, ajudarão os professores a encontrarem satisfação em seu
exercício, fazendo assim os alunos se interessarem pelo seu jeito de conduzir a aula.
Com a desinstalação de nossa atual estrutura poderia ocorrer a evasão dos
profissionais atuantes da escola, isso se dará brevemente, sendo necessário sua
promoção, que já começou a ocorrer. “O que vale é tentar orientá-la numa direção
promissora, pois ela pode encaminhar-se para duas direções diametralmente opostas.”
Por outro lado, várias pessoas têm a certeza que o ensino curricular utiliza nada
mais que a busca por certificados, tornando-se prejudicial, pois assim ofereceria as
massas opotunidades de preservar a igualdade de acesso à aprendizagem e o de
partilhar o que sabem e o que acreditam.
Análise crítica
O livro apresenta crítica à instituicionalização educacional em nossa sociedade,
mostrando exmplos da natureza da educação institucionalizada, mostrando-se favorável à
auto-aprendizagem.
A educação universal, não é possível por meio da escolaridade, nem com a ajuda
de outras instituições, nem com novas atitudes profissionais, nem com o aumento de
novos métodos, nem mesmo com a intenção do aumento de responsabilidade
pedagógica.
Sugerindo uma institucionalização educacional marcadora na sociedade, e com a
idéia de uma desinstitucionalização educacional poderia também desinstitucionalizar a
sociedade.
O livro também apresenta críticas para a reinvenção da aprendizagem, com criação
de redes apoiadas com o avanço da tecnologia.