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As Concepções Teóricas

que Perpassam o Cotidiano


Alfabetizatório IV.
Práticas bem sucedidas na educação
de crianças, jovens e adultos.
OBJETIVOS
estudar as concepç
concepções teó
teóricas que perpassam
o cotidiano escolar alfabetizató
alfabetizatório visando a
construç
construção de subsí
subsídios teó
teórico-
rico-prá
práticos
embasados em realidades escolares.
BASE TEÓRICA: fomos buscar autores que
definem e orientam questões da construção do
conhecimento alfabetizatório.

AVALIAÇÃO: A avaliação é constante no decorrer


do desenvolvimento do projeto, através da ação
participativa dos integrantes, discussões,
seminários, pesquisas de campo,
experimentações, aprofundamentos teóricos
entre outras, num continuo processo de ação,
reflexão e ação.

Bolsista: Elisangela B. Rodrigues


Orientadora: Profª. Drª Regina Maria Melo

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AS CONCEPÇÕES TEÓRICAS QUE PERPASSAM O COTIDIANO ESCOLAR
ALFABETIZATÓRIO IV: Práticas Pedagógicas Bem Sucedidas na Educação
de Crianças, Jovens e Adultos.
MELO, Regina Maria - Coordenadora
RODRIGUES, Elisangela Bueno - Bolsista

Este projeto teve como objetivo o estudo sobre as concepções teóricas que
perpassam o cotidiano escolar alfabetizatório nas classes séries iniciais e de
alfabetização de jovens e Adultos, das escolas da rede de Santa Maria e em
comparativo, também, com classes do contexto educacional do estado do Piauí,
nos municípios de Caldeirão Grande do Piauí, Francisco Santos, Fronteiras, São
Julião e Pio IX.

Com a finalidade de realizar estudos sobre os pressupostos teóricos


da alfabetização na prática pedagógica no cotidiano escolar, optamos por uma
orientação processual num estudo do tipo etnográfico, onde se estabeleceu
uma relação qualitativa desta investigação da realidade escolar, num
ambiente escolar. Mas vale ressaltar que, em todos os momentos, o foco
principal esteve ligado ao processo educativo, embasado nos pressupostos
teóricos da alfabetização e na prática pedagógica no cotidiano escolar.

Foram analisados os textos produzidos pelos alunos da classes de classes


regulares de alfabetização de escolas da rede pública de Santa Maria, onde
atuavam nossos alunos da disciplina: Prática do Ensino das Séries Iniciais I, sob
forma de observações participadas nestas salas e textos coletados pelos
Coordenadores Setoriais em trabalho de capacitação continuada nos Municípios
Parceiros do Piauí.
Analisamos os textos produzidos por alfabetizandos destas classes e
selecionamos uma amostra dos mesmos, sob a ótica da educação progressista,
em que o sujeito está num processo de interação do seu eu com o mundo, que
resultará num conhecimento construído pela influência recíproca de ambos. Nessa
tendência, destaca-se Paulo Freire e seus princípios de Educação Libertadora,
fundamentada na dialogicidade como método, em que professor e aluno fazem
trocas recíprocas.
Dos textos analisados destacamos os seguintes:

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TEXTO 1: TEXTO 2:

TEXTO 3 TEXTO 4:

TEXTO 5:

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Por outro lado analisamos os textos produzidos pelos jovens e adultos, dos
textos analisados destacamos os seguintes:
TEXTO 6:
A minha casa é grande.
O vovô é feio.
O bone é preto.
A Eloi é gorda.
O papai é grande.

Ao analisarmos este texto verificamos que o mesmo está estruturado dentro


de uma perspectiva tradicional, em que o sujeito é o receptáculo do conhecimento,
sendo este dogmático e estático, gerado de fora para dentro do sujeito. Em
síntese, o enfoque dado nesta parte do trabalho sobre a visão tradicional de
educação é o que Freire chama de ensino “bancário”, comparando o processo de
ensino como uma operação bancária, em que já são previsíveis os passos e as
respostas da operação e em que, segundo essa visão, o saber

é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber.
Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da
ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o
que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se
encontra sempre no outro (Freire, 1983, p. 67).

Já os textos a seguir nos apresentados, observamos a tendência


progressista que permeia as suas construções. Apesar dos alunos já terem
atingido o nível alfabético, ainda estão em processo de aquisição do sistema
ortográfico da Língua Portuguesa.
TEXTO 7 TEXTO 8
Eu vim numa festa a qui no colegio estava Sou contente com a minha vida Sou cazada
maravilhoso cada de mos troxemos salciho e o meu espozo é pobre mais é bom pra mim tenho
nos colega Pedro a sou ficou uma delisia. E duas filhas Sou domestica não tenho nada só a
depois da janta nos dansamos e de posi fomos minha casa Pra morar e minhas filhas Pra
embora para casa. cuidar mas vivo feliz tenho momentos dificis
mais tudo é como deus quer e Por isto eu vivo
contente com a minha vida

Após a realização deste trabalho podemos destacar que através da


interação e trocas de experiências e conhecimentos que aconteceram nos
seminários com acadêmicos estagiários, professores alfabetizadores e
alfabetizadores populares, tanto em Santa Maria, como nos Municípios do Piauí,

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foi possível a construção de novos subsídios teóricos, além da interação entre o
saber acadêmico e o saber fazer escolar.
E ainda pelos resultados constatamos a necessidade deste trabalho se
transformar numa ação didático-pedagógica constante, aproximando assim os
agentes envolvidos neste processo de construção e contribuindo para o atual
quadro teórico-prático estabelecido no cotidiano escolar alfabetozatório.
Também podemos salientar a importância dos professores e
alfabetizadores populares poderem realizar reflexões e repensar seus
conhecimentos teóricos e a sua prática docente, dando valor à formação
continuada, para que assim, o professor tanto do ensino regular como das classes
de educação de jovens e adultos pratiquem e facilitem uma educação libertadora,
progressista e construtiva. Assim teremos na nossa sociedade indivíduos mais
críticos e responsáveis, que possam usar de sua cidadania com dignidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

ANDRÉ, Marli Eliza D. e KRAEMER, Sonia. Alfabetização: um estudo sobre


professores das camadas populares. In: LÜDKE, Menga. Pesquisa em
Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

___. Os filhos do analfabetismo: propostas para a alfabetização escolar na


América Latina. In: FERREIRO, Emilia (Org.). Trad. Maria Luíza Marques
Abaurre. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

___ e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Emilia Ferreiro e Ana


Teberosky (Trad. Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso). Porto
Alegre: Artes Médicas, 1985.

FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. 14. ed. São Paulo: Paz e terra, 1985.

___. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

MELO, Regina Maria. A prática educativa alfabetizadora na formação de


professores. Santa Maria, 2002. Tese (doutorado) – Universidade Federal de
Santa Maria, 2002 .

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