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CONCEITOS BÁSICOS DE

ELETRICIDADE

Délio Pereira Guerrini


11/10/01
Energia e Tensão Cálculo do custo de energia
Potência e energia elétrica
Elétrica elétrica
Potência aparente, ativa e
Corrente elétrica Gerador de corrente alternada
reativa
Corrente contínua e
alternada

• ENERGIA E TENSÃO ELÉTRICA

Energia: capacidade de um sistema de realizar trabalho.

Tensão elétrica: diferença de potencial entre dois pontos.

Unidade: volt, símbolo V.

• CORRENTE ELÉTRICA :

É o resultado da aplicação de uma tensão entre dois pontos, continuamente ou durante


um certo tempo.

Unidade: ampére, símbolo A.

• CORRENTE CONTÍNUA E ALTERNADA

Corrente contínua é constante com o tempo (pilhas, acumuladores,circuitos eletrônicos


e outros).

Corrente alternada é aquela que varia com o tempo, geralmente de forma senoidal,
repetindo 60 ciclos/s ou 60 Hz (motores, geradores, transformadores, retificadores,
instalações elétricas industriais e prediais.

Analogia Com Sistema Hidráulico :

Pressão para elevar um líquido para um nível superior seria a tensão.O líquido em
escoamento seria a corrente.

• POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA

Potência é o trabalho realizado em um determinado tempo.


Potência de 1 watt desenvolvida quando se realiza o trabalho de um joule, em cada
segundo, contínua e uniformemente.

Unidade de potência: watt, símbolo W.

Exemplo: Uma potência de 500 W significa que foi realizado um trabalho de 500 joules
em 1 segundo

O joule é a unidade de energia.

Nos circuitos de corrente alternada o joule toma o nome de:

· volt-ampére-segundo , VAs ou watt.segundo energia aparente

· Ws ou var.segundo, Vars energias ativa ou reativa.

Unidade de energia watthora (Wh)

Quando o tempo é expresso em hora e a potência em watt a unidade de energia será de


um watthora.

Relação entre o Watthora e o joule

1 Watthora = (1 joule / segundo) hora

1 hora = 3600 s

Substituindo:

1 Watthora = (1 joule / segundo) 3600 segundos = 3600 joules

Portanto:

1 Wh = 3600 J

• POTÊNCIA APARENTE, ATIVA E REATIVA

Em corrente alternada tem-se também a potência aparente VA, a potência ativa, já vista,
o W e a potência reativa o Var.

Normalmente os cálculos e avaliações em corrente alternada são feitos com essas


unidades, para poder expressar, fisicamente, a existência de resistência, indutância e
capacitância em um circuito.

A unidade de medida de resistência e reatância é o Ohm, símbolo .

O conjunto resistência-reatância tem o nome de impedância.


Circuitos com resistências e reatâncias têm as senóides de tensão e corrente defasadas,
conforme figura 1.

Figura 1 - Senóides de tensão e corrente defasadas

Ao co-seno do ângulo de defasagem ( ) entre a corrente e a tensão dá-se o nome de


fator de potência do circuito.

A expressão da potência em corrente contínua é:

P = V I (Watt)

Em corrente alternada é:

P = V I cos (Watt)

Exemplo: Lâmpada incandescente comum de 40 W, 127 V só apresenta resistência. Sua


corrente será de:

I = P / V = 40 / 127 = 0,315 A

Uma lâmpada fluorescente de 40 W tem um reator em série.Se o reator for de baixa


qualidade seu fator de potência pode ser muito baixo, até da ordem de 0,5. Nessas
condições a corrente seria:

I = P / V cos = 40 / 127.0,5 = 0,63 A,

isto é, a corrente dobrou em função do fator de potência.

A potência das usinas geradoras de eletricidade são dadas em múltiplos de W, isto é,


quilowatt (kW),megawatt (MW), etc.

1kW = 1 000 W = 103 W

1MW = 1 000 000 W = 106 W


1GW = 1 000 000 000 W = 109 W

1TW = 1 000 000 000 000 W = 1012 W

Pode-se citar, como exemplo, a usina hidrelétrica de Itaipu, com uma potência instalada
de

12 600 000 kw = 12 600 MW.

No Brasil, a energia é 95% gerada por usinas hidrelétricas.

• CÁLCULO DO CUSTO DE ENERGIA ELÉTRICA

A conta de energia elétrica é dada em kWh.

Exemplo: A conta de energia de uma residência de classe média, registrou

um consumo de 372 kWh e incluindo impostos, um custo de R$ 110,70, isto é:

1 kWh custa R$ 0,297/kWh.

Nela residem 6 pessoas que levam no banho, 10 minutos cada, isto é, 60 min

ou 1h por dia.

O chuveiro elétrico da casa tem uma potência de 5400 W.

Logo o consumo de energia diário será de 5400 Wh ou 5,4 kWh, e o custo

diário será de 5,4 x 0,297 , isto é R$ 1,60 / dia. Considerando um mês de 30 dias:

R$ 48,10/mês

Pode-se notar que 43% da conta de energia é devido ao uso do chuveiro elétrico!

• GERADOR DE CORRENTE ALTERNADA


Figura 2: Gerador de corrente alternada
constituído de uma única espira
(figura livro Física Volume Único - Antonio Máximo e
Beatriz Alvarenga)

Um gerador de corrente alternada simples é constituído de


um imã fixo e de uma espira colocada no meio do imã como
mostra a fig.2 ao lado. A alimentação da lâmpada é realizada
através das escovas que estão em contato com os anéis que
estão ligados na extremidade da espira. Ao girar a espira, há
variação de fluxo magnético induzindo uma corrente, que
vai através das escovas alimentar o circuito e portanto
acender a lâmpada. Esta corrente é alternada e neste caso o
gerador é denominado gerador de corrente alternada.

A fig. 3 ao lado mostra o gerador de corrente alternada que


funciona no mesmo princípio, isto é, o campo magnético
indutor gera uma tensão na espira de campo, que ao girar da
posição para a posição 2, está em um sentido e da posição 3
para 4 em outro sentido.
A espira de campo é ligada a anéis coletores para poder ser
levada à armadura, de onde é fornecida em terminais, em
uma placa de ligações. Da placa de ligações é que se faz a
conexão com os circuitos externos, que podem ser linhas de
transmissão,ou cargas localizadas

Figura 3 - Gerador de
corrente alternada
Figura 4 Linha de montagem de geradores industriais

(Figuras 3 e 4 são do site: http://sites.uol.com.br/m.albernaz/geradores.htm)

A instalação de capacitores tem sido alvo de muita atenção nas áreas de projeto, manutenção de
finanças de empresas interessadas em racionalizar seus equipamentos elétricos.

A correção do fator de potência é um investimento necessário com retorno garantido!

LEGISLAÇÃO ATUAL

Em conformidade com o estabelecido pelo Decreto nº 62.724 de 17 de maio de 1968 e com a


nova redação dada pelo Decreto nº 75.887 de junho de 1975, as concessionárias de energia
elétrica adotaram, desde então, o fator de potência de 0,85 como referência para limitar o
fornecimento de energia reativa.

O Decreto nº 479, de 20 de março de 1992, reiterou a obrigatoriedade de se manter o fator de


potência o mais próximo possível da unidade (1,00), tanto pelas concessionárias quanto pelos
consumidores, recomendando, ainda, ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
(DNAEE) o estabelecimento de um novo limite de referência para o fator de potência indutivo e
capacitivo, bem como a forma de avaliação e de critério de faturamento da energia reativa
excedente a esse novo limite.

A nova legislação pertinente, estabelecida pelo DNAEE, introduz uma nova forma de abordagem
do ajuste pelo baixo fator de potência, com os seguintes aspectos relevantes:

• Aumento do limite mínimo do fator de potência de 0,85 para 0,92;


• Faturamento de energia reativa capacitiva excedente;
• Redução do período de avaliação do fator de potência de mensal para horário, a partir de
1996.

Com isso muda-se o objetivo do faturamento: em vez de ser cobrado um ajuste por baixo fator de
potência, como faziam até então, as concessionárias passam a faturar a quantidade de energia
ativa que poderia ser transportado no espaço ocupado por esse consumo de reativo. Este é o
motivo porque as tarifas aplicadas serem as de demanda e consumo de ativos, inclusive ponta e
fora de ponta para os consumidores enquadrados na tarifação horosazonal.

Além do novo limite e da nova forma de medição, outro ponto importante ficou definido:
• Das 06:00 às 24:00 o fator de potência deve ser no mínimo 0,92 para a energia e
demanda de potência reativa indutiva fornecida.
• Das 24:00 até às 06:00 no mínimo 0,92 para energia e demanda de potência reativa
capacitiva recebida.

FATOR DE POTÊNCIA
ESPANHA 0,92
CORÉIA 0,93
FRANÇA 0,93
PORTUGAL 0,93
BÉLGICA 0,95
ARGENTINA 0,95
ALEMANHA 0,96
SUIÇA 0,96 DEFINIÇÕES

• Potência: capacidade de produzir trabalho na unidade de tempo.


• Energia: utilização da potência num intervalo de tempo.
• Potência ativa (KW): é a que realmente produz trabalho útil.
• Energia ativa (KWh): uso da potência ativa num intervalo de tempo.
• Potência reativa (KVAR): é a usada para criar o campo eletromagnético das cargas
indutivas.
• Energia reativa (KVARh): uso da potência reativa num intervalo de tempo.
• Potência aparente (KVA): soma vetorial das potências ativa e reativa, ou seja, é a
potência total absorvida pela instalação. Fator de potência ( ): é a razão entre
potência ativa e potência aparente.

CONCEITOS BÁSICOS

A maioria das unidades consumidoras consome energia reativa indutiva, como motores,
transformadores, lâmpadas, de descarga, fornos de indução, entre outros. As cargas indutivas
necessitam de campo eletromagnético para seu funcionamento, por isso sua operação requer dois
tipos de potência:

• Potência ativa: Potência que efetivamente realiza trabalho gerando calor, luz,
movimento, etc. É medida em KW. (Ver figura a seguir).

• Potência reativa: Potência usada apenas para criar e manter os campos


eletromagnéticos das cargas indutivas. É medida em KVAR. (Ver figura a seguir a seguir).

Assim, enquanto a potência ativa é sempre consumida na execução de trabalho, a potência


reativa, além de não produzir trabalho, circula entre a carga e a fonte de alimentação, ocupando
um espaço no sistema elétrico que poderia ser utilizado para fornecer mais energia ativa.

Podemos definir o fator de potência como sendo a relação entre a potência ativa e a potência
aparente. Ele indica a eficiência do uso da energia. Um alto fator de potência indica uma eficiência
alta e inversamente, um fator de potência baixo indica baixa eficiência. Um triângulo retângulo é
freqüentemente utilizado para representar as relações entre KW, KVAR, e KVA. (Ver figura a seguir
a seguir).

Define-se fator de potência como sendo a divisão de potência ativa (KW) pela potência aparente
(KVA).

Por exemplo: se uma máquina operatriz está trabalhando com 100 KW (potência ativa) e a
energia aparente consumida é 125 KVA, dividindo 100 por 125, você chegará a um fator de
potência de 0,80.

Define-se também como fator de potência a relação entre potência ativa e potência reativa. Ele
indica a eficiência com a qual a energia está sendo usada.

Nas contas de energia elétrica não são mencionados os KVA, mas sim o KVARh e os KWh, portanto
para se calcular o fator de potência em tarifações convencionais ou horosazonais mensais, deve-se
usar a fórmula abaixo:

KQh, precisaremos utilizar a fórmula abaixo para


transformar KQh em KVARrh.

Nota: o fator de potência em um sistema não-linear, não respeita as fórmulas citadas se não
forem instalados filtros ou indutores nos equipamentos que geram harmônicas.

CONSEQÜÊNCIAS E CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA

PERDAS NA INSTALAÇÃO
As perdas de energia elétrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao quadrado da
corrente total. Como essa corrente cresce com o excesso de energia reativa, estabelece-se uma
relação entre o incremento das perdas e o baixo fator de potência, provocando o aumento do
aquecimento de condutores e equipamentos.

QUEDAS DE TENSÃO

O aumento da corrente devido ao excesso de energia reativa leva a quedas de tensão acentuadas,
podendo ocasionar a interrupção do fornecimento de energia elétrica e a sobrecarga em certos
elementos da rede. Esse risco é, sobretudo acentuado durante os períodos nos quais a rede é
fortemente solicitada. As quedas de tensão podem provocar ainda, a diminuição da intensidade
luminosa das lâmpadas e aumento da corrente nos motores. SUB UTILIZAÇÃO DA

CAPACIDADE INSTALADA

A energia reativa, ao sobrecarregar uma instalação elétrica, inviabiliza sua plena utilização,
condicionando a instalação de novas cargas e investimentos que seriam evitados se o fator de
potência apresentasse valores bem mais altos. O "espaço" ocupado pela energia reativa poderia
ser então utilizado para o atendimento de novas cargas.

Os investimentos em aplicação das instalações estão relacionados principalmente aos


transformadores e condutores necessários. O transformador a ser instalado deve atender à
potência total dos equipamentos utilizados, mas devido à presença de potência reativa, a sua
capacidade deve ser calculada com base na potência aparente das instalações. A tabela abaixo
mostra a potência total que deve ter o transformador, para atender uma carga útil de 1000 KW
para fatores de potência crescentes.

VARIAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRAFO EM FUNÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


Potência útil Absorvida KW Fator de Potência Potência do Trafo
0,50 2000
1000 0,80 1250
1,00 1000 Também o
custo dos sistemas de comando, proteção e controle dos equipamentos, cresce com o aumento da
energia reativa. Da mesma forma, para transportar a mesma potência ativa sem o aumento de
perdas, a seção dos condutores deve aumentar à medida que o fator de potência diminui. A tabela
abaixo ilustra a variação da seção de um condutor em função do fator de potência. (Nota-se que a
seção necessária, supondo-se um fator de potência 0,70 é o dobro da seção para o fator de
potência 1,00).

VARIAÇÃO DA SEÇÃO DO CABO EM FUNÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA


SeçãoRelativa Fator dePotência
1,00 1,00
1,23 0,90
1,56 0,80
2,04 0,70
2,78 0,60
4,00 0,50
6,25 0,40
11,10 0,30 A correção
do fator de potência por si só já libera capacidade para instalação de novos equipamentos, sem a
necessidade de investimentos em transformador ou substituição de condutores para esse fim
específico.

PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS

• Acréscimo na conta de energia elétrica por estar operando com baixo fator de potência;
• Limitação da capacidade dos transformadores de alimentação;
• Quedas e flutuações de tensão nos circuitos der distribuição;
• Sobrecarga nos equipamentos de manobra limitando sua vida útil;
• Aumento das perdas elétricas na linha de distribuição pelo efeito Joule;
• Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores;
• Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e proteção.

CAUSAS DO BAIXO FATOR DE POTÊNCIA

• Motores de indução trabalhando a vazio;


• Motores superdimensionados para sua necessidade de trabalho;
• Transformadores trabalhando a vazio ou com pouca carga;
• Reatores de baixo fator de potência no sistema de iluminação;
• Fornos de indução ou a arco;
• Máquinas de tratamento térmico;
• Máquinas de solda;
• Nível de tensão acima do valor nominal provocando um aumento de consumo de energia
reativa.

ONDE CORRIGIR O BAIXO FATOR DE POTÊNCIA?

Uma forma econômica e racional de se obter a energia reativa necessária para a operação
adequada dos equipamentos é a instalação dos capacitores próximos desses equipamentos. A
instalação de capacitores, porém, deve ser precedida de medidas operacionais que levem à
diminuição da necessidade de energia reativa, como o desligamento de motores e outras cargas
indutivas ociosas ou superdimensionadas.

VANTAGENS DA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA

MELHORIA DA TENSÃO

As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico são bastante


conhecidas. Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é raramente econômico instalá-los
em estabelecimentos industriais apenas para esse fim.

A melhoria da tensão deve ser considerada como um benefício adicional dos capacitores. A tensão
em qualquer ponto de um circuito elétrico é igual a da fonte de tensão até aquele ponto. Assim, se
a tensão da fonte for geradora e as diversas quedas de tensão forem conhecidas, a tensão em
qualquer ponto pode ser facilmente determinada.Como a tensão na fonte é conhecida, o problema
consiste apenas na determinação das quedas de tensão.

A fim de simplificar o cálculo das quedas de tensão, a seguinte fórmula é geralmente usada:
REDUÇÃO DAS PERDAS

Na maioria dos sistemas de distribuição de energia elétrica de estabelecimentos industriais, as


perdas RI2t variam de 2,5 a 7,5% dos kWh da carga, dependendo das horas de trabalho a plena
carga, bitola dos condutores e comprimento dos alimentadores e circuitos de distribuição.

As perdas são proporcionais ao quadrado da corrente e como a corrente é reduzida na razão direta
da melhoria do fator de potência, as perdas são inversamente proporcionais ao quadrado do fator
de potência.

Redução percentual das perdas:

A figura a seguir está baseada na consideração de que a potência original da carga permanece
constante. Se o fator de potência for melhorado para liberar capacidade do sistema e, em vista
disso, for ligada a carga máxima permissível, a corrente total é a mesma, de modo que as perdas
serão também as mesmas. Entretanto a carga total em kW será maior, portanto a perda
percentual no sistema será menor.

Algumas vezes torna-se útil conhecer o percentual das perdas em função da potência aparente (S)
e potência reativa (Q) da carga e da potência reativa do capacitor (Qc). Assim:

VANTAGENS DA EMPRESA
• Redução significativa do custo de energia elétrica;
• Aumento da eficiência energética da empresa;
• Melhoria da tensão;
• Aumento da capacidade dos equipamentos de manobra;
• Aumento da vida útil das instalações e equipamentos;
• Redução do efeito Joule;
• Redução da corrente reativa na rede elétrica.

VANTAGENS DA CONCESSIONÁRIA

• O Bloco de potência reativa deixa de circular no sistema de transmissão e distribuição;


• Evita as perdas pelo efeito Joule;
• Aumenta a capacidade do sistema de transmissão e distribuição para conduzir o bloco de
potência ativa;
• Aumenta a capacidade de geração com intuito de atender mais consumidores;
• Diminui os custos de geração.

CORREÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA EM BAIXA TENSÃO

TIPOS DE CORRENTE DO FATOR DE POTÊNCIA

A correção pode ser feita instalando os capacitores de quatro maneiras diferentes, tendo como
objetivo a conservação de energia e a relação custo/beneficio:

a) Correção na entrada da energia de alta tensão: corrige o fator de potência visto pela
concessionária, permanecendo internamente todos os inconvenientes citados pelo baixo fator de
potência.

b) Correção na entrada de energia de baixa tensão: Permite uma correção bastante significativa,
normalmente com bancos automáticos de capacitores. Utiliza-se este tipo de correção em
instalações elétricas com elevado numero de cargas com potências diferentes e regimes de
utilização pouco uniformes. A principal desvantagem consiste em não haver alívio sensível dos
alimentadores de cada equipamento.

c) Correção por grupos de cargas: o capacitor é instalado de forma a corrigir um setor ou um


conjunto de pequenas máquinas (<10 cv). É instalado junto ao quadro de distribuição que
alimenta esses equipamentos. Tem como desvantagem não diminuir a corrente nas alimentadoras
de cada equipamento.

d) Corrente localizada: é obtida instalando-se os capacitores junto ao equipamento que se


pretende corrigir o fator de potência. Representa, do ponto de vista técnico, a melhor solução,
apresentando as seguintes vantagens:

• Reduz as perdas energéticas em toda a instalação;


• Diminui a carga nos circuitos de alimentação dos equipamentos;
• Pode-se utilizar em sistema único de acionamento para a carga e o capacitor,
economizando-se um equipamento de manobra;
• Gera potência reativa somente onde é necessário.

e) Correção Mista: no ponto de vista "Conservação de Energia", considerando aspectos técnicos,


práticos e financeiros, torna-se a melhor solução. Usa-se o seguinte critério para correção mista:

• Instala-se um capacitor fixo diretamente no lado secundário do transformador;


• Motores de aproximadamente 10 cv ou mais, corrige-se localmente (cuidado com motores
de alta inércia, pois não se deve dispensar o uso de corrente para manobra dos
capacitores sempre que a corrente nominal dos mesmos for superior a 90% da corrente
de excitação do motor);
• Motores com menos de 10 cv, corrige-se por grupos;
• edes próprias para iluminação com lâmpadas de descarga, usando-se reatores de baixo
fator de potência, corrige-se na entrada da rede;
• Na entrada instala-se um banco automático de pequena potência para equalização final.

Quando se corrige um fator de potência de uma instalação, consegue-se um aumento de potência


aparente disponível e também uma queda significativa da corrente conforme exemplo:

Uma carga de 930 KW, 380V e FP=0,65 (deseja-se corrigir o fator de potência para 0,92):

• Sem Correção do fator de potência: Potência Aparente Inicial = 1431 KVA Corrente
Inicial= 2174 A.
• Com Correção de fator de potência: Potência Aparente Final = 1010 KVA Corrente
Final = 1536 A.

Neste caso poderá aumentar 41% de carga na instalação. (Ver o diagrama dos tipos de
Instalações).

f) Correção na Média Tensão:

Desvantagens:

• Inviabilidade econômica de instalar banco de capacitores automáticos;


• Maior probabilidade da instalação se tornar capacitiva (capacitores fixos);
• Aumento de tensão do lado da concessionária;
• Aumento da capacidade de curto-circuito na rede da concessionária;
• Maior investimento em cabos e equipamentos de Baixa tensão;
• Manutenção mais difícil;
• Benefícios relacionados com a diminuição das correntes reativas nos cabos, trafos, etc.,
não são obtidos.

COMO UTILIZAR CAPACITORES EM CIRCUITOS COM AMBIENTE NÃO-LINEAR, NÃO


SENOIDAL (COM HARMÔNICAS)?

Até bem pouco tempo atrás, todas as cargas eram lineares com a corrente acompanhando a curva
senoidal de tensão. Ultimamente, o número de cargas não lineares que utilizam pulsos de corrente
numa freqüência diferente de 60 HZ, tem aumentado significativamente. Exemplos de
equipamentos lineares e não-lineares:

Cargas Lineares Cargas não-lineares


Motores Acionamento em corrente contínua
Lâmpadas
Acionamentos com inversores de freqüência
Incandescentes
Controladores programáveis, fornos de indução, solda a arco,
Cargas resistivas
computadores, no-breaks (UPS), etc. O aumento
das cargas não lineares provocou distorções harmônicas nos sistemas de distribuição elétrica.
Embora os capacitores não sejam geradores de harmônicas, eles podem agravar o problema. A
existência de correntes harmônicas é um problema específico de cada instalação. Ela resulta de
relações complexas entre todos os equipamentos eletro-eletrônicos da instalação e, portanto é
muito difícil prever e modelar.

Uma discussão sobre Acionamentos de Freqüência Variável (AFV) poderá ajudar a explicar o
problema das harmônicas. Um AFV utiliza uma fonte chaveada para controlar a saída de potência.
Num AFV de seis pulsos, o controle liga seis vezes por ciclo tentando simular uma onda senoidal. À
medida que o tempo entre pulsos muda, o motor recebe uma freqüência aparente variável e muda
sua velocidade.

Essas mudanças na freqüência aparente levam a dois problemas: grandes picos de tensão, e
formas de onda de corrente distorcidas. Os picos de tensão são geralmente muito rápidos e não
afetam equipamentos que não utilizam a passagem por zero da tensão para sincronismo. A onda
senoidal distorcida é a "geradora de harmônicas".

As harmônicas causam um ruído adicional na linha, e esse ruído gera calor. O aumento de
temperatura pode provocar falhas em disjuntores. Os capacitores de potência sofrem o mesmo
problema. A sobrecarga térmica faz queimar os fusíveis dos capacitores. As harmônicas tornam-se
um risco para a instalação após a 7ª ordem.

BANCOS DE CAPACITORES E TRANSFORMADORES PODEM CRIAR RESSONÂNCIA

Bancos de capacitores instalados na entrada de energia podem criar perigosas condições de


ressonância. Nessas condições, as harmônicas geradas por equipamentos não lineares podem ser
amplificadas para valores absurdos.

CORREÇÃO DE HARMÔNICA COM CAPACITORES

Os capacitores instalados em tensão acima da Nominal à rede amenizam as harmônicas,


melhorando sensivelmente todas as instalações, além da correção do Fator de Potência.

Sua empresa consome ou paga energia elétrica excedente? É porque você ainda não conhecia a
M.F. Capacitores!

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EDUCAÇÃO
/ Eletrônica

14/04/2008 14:40:13

Entenda o fator de potência

Uma preocupação atual dos projetistas de equipamentos elétricos e eletrônicos é a relacionada com o
fator de potência. O melhor aproveitamento da energia e menor consumo é algo que preocupa, não
apenas em vista do impacto que isso possa ter nas contas de energia como até mesmo em relação ao
meio ambiente e à possibilidade de um apagão. A questão do “fator de potência” será analisada neste
artigo.

Newton C. Braga

Quando alimentamos uma carga ideal com uma corrente alternada, a corrente e a tensão variam da
mesma forma, ou seja, estão em fase, confome mostra a figura 1.
Quando em um ciclo a tensão aumenta, a corrente também aumenta, na mesma proporção, e quando a
tensão diminui, a corrente diminui na mesma proporção.

Sempre que isso ocorre temos a condição ideal em que toda a energia gerada é transferida para a carga
que pode (ou não) aproveitá-la, dependendo apenas da maneira como ela foi projetada. Dizemos que,
nesse caso, a carga recebe a potência real.

No entanto, no mundo real as cargas não se comportam dessa forma, pois não são resistivas puras. As
cargas podem ter componentes capacitivos ou indutivos, que afetam seu comportamento.

Uma carga que tenha uma componente denominada reativa (indutiva ou capacitiva) faz com que a
corrente se defase em relação à tensão. Conforme seu comportamento seja indutivo ou capacitivo, a
corrente pode adiantar-se ou atrasar-se em relação à tensão, veja a figura 2.

O resultado disso é que a potência nesse circuito se altera, pois apresenta uma componente reativa, de
acordo com a figura 3.

O circuito passa a consumir uma potência aparente que é maior do que a potência real que ele usa. Tanto
maior seja a componente reativa, maior será a potência aparente em relação à potência real.

Veja pela figura que, ao colocar num gráfico a potência real e a potência aparente, obtém-se um ângulo,
denominado j (fi).
Se levarmos em conta o cosseno desse ângulo, conforme ilustra a figura 4, tanto mais próxima da
potência real será a potência aparente quanto maior for o cosseno do ângulo, pois tendendo a zero, seu
cosseno tende a 1.

Assim, na condição ideal de melhor aproveitamento da energia, o cosseno de j deve estar o mais próximo
de 1 quanto seja possível, ou seja, o fator de potência deve se aproximar de 1.

As empresas de energia elétrica exigem que os equipamentos sejam fabricados com um fator de potência
elevado. A antiga legislação exigia um mínimo de 0,92 e, agora, esse fator deve passar para 0,98.

Com esse valores, a energia gerada e levada até o aparelho tem seu aproveitamento próximo do ideal e
um mínimo de energia reativa é desperdiçada.

Veja que um fator de potência baixo significa que energia reativa está sendo gerada e não é aproveitada.
Se somarmos toda a energia que é desperdiçada dessa forma, por equipamentos que não tenham fatores
de potência, de acordo com o exigido, o valor obtido poderá significar justamente uma possibilidade de
apagão, pois estamos no limite.

Por esse motivo, preocupar-se com o fator de potência é algo importante quando se projeta qualquer
equipamento.

Nas indústrias e em muitas instalações que podem utilizar equipamentos cujos fatores de potência
tendam a ser inerentemente baixos devido às suas características (como motores que são altamente
indutivos) são usados bancos de capacitores para corrigir o fator de potência, conforme a figura 5.

O uso desses capacitores é obrigatório por lei, e as empresas que tiverem altos consumos de energia
reativa (os quais aparecem nas contas) são obrigadas a pagar valores elevados, ou ainda investir na sua
redução com procedimentos como o emprego dos bancos de capacitores.

Para o usuário comum, cabe ao fabricante dos equipamentos elétricos e eletrônicos garantir que o fator
de potência de seu produto esteja dentro das especificações exigidas por lei. Assim, eles não
desperdiçarão energia que pode fazer falta!

*Originalmente publicado na revista Mecatrônica Fácil - Ano 6 - Edição 34 - Mai/jun/07

Extraído do Portal Mecatrônica Atual - Todos os direitos reservados -


www.mecatronicaatual.com.br

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