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Processo Te nO 01866/07

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TRrnUNALDECONTASDOESTADO

Administração Direta Municipal. Município de São


Francisco. Prestação de Contas do Prefeito Sr. José
Rofrants Lopes Casimiro. Exercício 2006. Parecer
favorável à aprovação. Declaração de atendimento à
pub\icado no O. O. ~. LRF. Aplicação de multa. Representação à Delegacia da
Em,}j ·'J.LLI_'v X Receita Previdenciária. Assinação de Prazo para
f corrigir registros. Recomendações. Determinações.

PARECER PPL TC i L J 12008


RELATÓRIO

Cuidam os presentes autos da prestação de contas do Prefeito Municipal de São


Francisco, relativa ao exercício de 2006, sob a responsabilidade do José Rofrants Lopes Casimiro.
O município sob análise possui 3.607 habitantes e IDH 0,632, ocupando no cenário
nacional a posição 4.089 e no estadual a posição 35°.

2005 2006
Despesas por Função Per Capita Ano Per C8pita Ano
Valor Valor
(habitantes) (habitantes)

Receita RTG R$ 3.875.232,12 R$ 1.080,96 R$ 4.404.506,96 R$ 1.221,10


Despesa DTG R$ 3.725.456,17 R$ 1.039,18 R$ 4.352.426,14 R$ 1.206,66
Função Saúde R$ 895.244,39 R$ 249,72 R$ 928.060,47 R$ 257,29
Função Educação R$ 992.963,01 R$ 276,98 R$ 1.217.961,11 R$ 337,67
Função Administração R$ 588.822,23 R$ 164,25 R$ 767.360,85 R$ 212,74
Despesa com Pessoal R$ 1.889.760,15 R$ 527,13 R$ 1.708.576,75 R$ 473,68
Despesa Pessoal x DTG 50,73% 39,26%
Acões servo Pub.de saúde
Aplicado R$ 437.021,84 R$ 121,90 R$ 626.592,05 R$ 173,72
Limite Mínimo R$ 489.782,18 R$ 136,62 R$ 548.422,10 R$ 152,04
Aplicado X Limite -10,77% 14,25%
Função Educação -Indicadores
Aplicação por Escola 16 R$ 62.060,19 16 R$ 76.122,57
Aplicação por Professor 63 R$ 15.761,32 63 R$ 19.332,72
Aplicação por Aluno 651 R$ 1.525,29 788 R$ 1.545,64
Indices
Alunos X Escola 41 49
Alunos X Professores 10 13
.
Medicamentos
Aplicado I R$ 100.879,281 R$
Merenda Escolar
Aplicado I R$ 132.596,56 I R$
Fonte: IBGE - INEP - SAGRES - PCA 2005 - PCA 2006

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\SFO-PCA-2006-o1866-07.doe
~UNALDECONTASDOESTADO
Processo Te nO 01866/07

o resgate de elementos das prestações de contas passadas se destina à montagem de um


cenário mais abrangente, de modo a propiciar o exame da gestão municipal, além dos aspectos formais,
legais e quantitativos, sob a ótica da qualidade, eficiência e eficácia da despesa.

Vencidas estas preliminares, destaco os aspectos relevantes extraídos da matriz de


indicadores construída com dados dos exercícios de 2005 e 2006.

A Receita Total Geral (RTG) e a Despesa Total Geral (DTG) apresentaram crescimento
em relação ao exercício anterior, de 13,66% e 16,83%, índices reveladores de que o gasto por habitante
passou de R$ 1.039,18 em 2005 para R$ 1.206,66 em 2006.

As Despesas com a Função Saúde Educação e Administração apresentaram acréscimo


de 3,67%, 22,66% e 30,32%, respectivamente.

Na Função Educação (FED) percebe-se um discreto acresci mo no percentual de


aplicação por aluno. No exercício de 2005, o gasto foi de R$ 1.525,29 passando agora para R$ 1.545,64, o
que representa acréscimo de 1,33%.

A título de informação, registro que em consulta ao sítio do Ministério da Educação foi


dado observar referente às metas bianuais para 2005 e 2007, o índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB)l, estabelecido numa escala que vai de O a 10, para o Ensino Fundamental da rede
municipal apresenta os índices abaixo demonstrados:

Ensino Fundamental , ...........


IDEB Observado
2005 2007
Anos Iniciais
.....
) R 4,5
Anos Finais - 3,8

Quanto à Despesa de Pessoal (DEP) registrada contatou-se um decréscimo de 9,59%, e,


se comparada com a Despesa Total Geral (DTG) o índice é de 39,26% contra os 50,73% observado no
exercício anterior.

o gasto per capta em Ações e Serviços Públicos de Saúde (SPP) foi de R$ 173,72
contra R$ 121,90 observados no exercício anterior, registrando, assim, um aumento per capta de 42,50%.

Referente aos gastos com Medicamentos (MED) e Merenda Escolar (MES), registram-
se R$ 112.592,82 e R$ 138.759,70, respectivamente, estes revelam aumento da despesa de 11,61% e
4,65%, quando comparado com o exercício de 2005.

Por fim, ressalto que os dados apresentados, ainda não permitem refletir com precisão o
enfoque da administração sob o aspecto da qualidade, eficiência e eficácia da gestão, diante das políticas
públicas implementadas, no entanto, é uma tentativa de se criar, para exercícios vindouros, indicadores
parametrizados de modo a possibilitar a este Tribunal a criação de critérios de qualidade e eficácia na
avaliação das prestações de contas anuais.

Passo, agora, a destacar os principais aspectos apontados pela Unidade Técnica desta
Corte, com base nas informações colhidas, da documentação encartada nos autos contida no relatório \
técnico de fls. 180911823 e 2161/2173, evidenciando os seguintes aspectos:

1 Indicador que mede a qualidade da educação a partir de dados sobre rendimento escolar, combinados com o desempenho dos~
alunos constantes do censo escolar e do sistema de avaliação da Educação Básica - SAEB, o qual é composto pela avalillÇàQ \
nacional da educação básica -ANEB e avaliação nacional do rendimento escolar (Prova Brasil). i\.,.. . .() ~ ..d ,

C:\Assessor\PLENO\Prefeítura 2006\SFO-PCA-2006-o1866-07.doc

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te nO 01866/07

1 Quanto à Gestão Fiscal:


1.1. Atendimento integral aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, no que coneerne a:

2 Quanto à Gestão Geral:

1. A prestação de contas foi apresentada dentro do prazo e instruída com todos os documentos
exigidos:
2. A Lei Orçamentária Anual (LOA) n" 195 de 07/11/2005 estimou a receita e fixou a despesa em
R$ 3.774.460,04i, bem como autorizou a abertura créditos adicionais suplementares no valor
de R$ 943.615,00, equivalentes a 25% da despesa fixada na LOA. Posteriormente, em
2011112006 foi editada a Lei mn" 210/06 que autorizou a abertura de créditos adicionais
suplementares em R$ 754.892,00.
3. Foram abertos créditos adicionais suplementares, no valor de R$ 1.460.812,52 cuja fonte de
recursos indicada, foi proveniente de excesso de arrecadação, superávit financeiro do exercício
anterior e anulação de dotações.
4. A Receita Orçamentária Arrecadada' subtraindo-se a parcela para formação do FUNDEF atingiu
o montante de R$ 4.404.506,96, desta feita, correspondeu a 116,69% da previsão e a Despesa
Total Orçamentária Realizada, a qual totalizou R$ 4.352.426,14, sendo 20,74% superior à
realizada no exercício anterior (R$ 3.604.775,56).
5. As despesas condicionadas ou legalmente limitadas comportaram-se da seguinte forma:
5.1 Despesas com Pessoal representando 41,23% da Receita Corrente Liquida",
observando-se que neste item houve decréscimo de 21,45% em relação ao índice apurado
no exercício anterior (52,49%).

APLICAÇÃO PESSOAL
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41,23%

2004 2005 2006


Exercício

2Na previsão da Receita foi deduzido o valor de R$ 496.740,00 para formação do FUNDEF (fls. 134):
JMemória de cálculo da Receita Arrecadada. incluindo o FUNDEF:
Receita Corrente R$ 4.683.694.50
Receita de Capital R$ 260.330,00
Total R$ 4.944.02450

4 Despesa com pessoal do Poder Executivo: :'1,52% Poder Legislativo: 3.71%.

C\Asscsso<\PLENO\Prefeilum 2006\SFQ-PCA-2006-o 1866-m.~ ,; ~


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC nO 01866/07

5.2 Aplicação de 27,38% da receita de impostos e transferência na Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino (MDE), portanto, foram atendidas as disposições do art. 212
da Constituição Federal, valendo observar que o percentual de aplicação em MDE vem
decrescendo, visto que de 2004 para 2005 o decréscimo foi de 12,51 % e de 2005 para 2006
o decréscimo foi de 2,35%.

APLICAÇÃO MANUT. DESENV. DO ENSINO

-Limite ~Aplicado

2004 2005 2006


Exercícios
~ ------ --_._-----------------~
5.3 Os gastos com Ações e Serviços Públicos de Saúde atingiram o percentual de 17,14%
da receita de impostos e transferências, portanto atendeu ao estabelecido no art. 77, inciso
I1I, § 10 do ADCT. Percentual este muito próximo do verificado no exercício de 2005
(17,28%).

APLICAÇÃO AÇÕES E SERVo PÚB. DE SAÚDE

-Limite -+-Aplicado

25,00%]

20,66%
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20.00%+------
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17,28%
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2004 2005 2006
Exercícios

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


Processo TC nO 01866107

5.4 Destinação de 63,47% dos recursos do FUNDEF na remuneração e valorização dos


profissionais do Magistério, satisfazendo, desse modo, a exigência do art. ]O da Lei
9.424/96, quando comparado com o exercício de 2005, constata-se que o percentual
aplicado no exercício de 2006 foi também muito próximo do exercício anterior (63,99%).

APLICAÇÃO VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

-Limite -+- Aplicado

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2004 2005 2006
Exercícios

5.5. O Município transferiu para o FUNDEF a importância de R$ 539.517,54, tendo


recebido deste fundo a importância de R$ 322.640,42, resultando em déficit para o
município no valor de R$ 216.877,12, nos exercícios anteriores (2004 e 2005) também foi
observado déficit.

APLICAÇÃO FUNDEF

--- Transferido -- Recebido

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2004 2005 2006


Exercícios
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


Processo Te nO 01866/07
6. Sobre os balanços e dívida municipal foi observado:
6.1 O balanço orçamentário apresentou superávit equivalente a L 18% da receita
orçamentária arrecadada:
6.2 O balanço financeiro apresenta saldo para o exercício seguinte de R$ 353.658,83,
distribuídos em Bancos (99,95%) e Caixa (0,05%);
6.3 O balanço patrimonial apresenta superávit financeiro no valor de R$ 269.179,28;
6.4 A dívida municipal importou em R$ 118.711,82, correspondentes a 2,70% da receita
orçamentária total arrecadada, registrada nas proporções de 71,17% para Dívida Flutuante
e 28,83% para Dívida Fundada. Quando confrontada com a dívida do exercício anterior,
constata-se um acréscimo de 3,61%.
7. A remuneração dos agentes políticos apresentou-se dentro da legalidade.
8. Os dispêndios com obras públicas totalizam R$ 250.735,105 os quais representaram 5,76% da
Despesa Orçamentária Total (DOT). Desse total, foram pagos no exercício, com recursos
estaduais R$ 209.498,74 e com recursos próprios R$ 41.236,36 (fls.933/939)
9. Os Repasses ao Poder Legislativo representaram 7,99% das receitas de impostos e transferências
do exercício anterior, atendendo a legislação.
10. Não há registro de denúncias para o exercício em análise.

3 - Da gestão geral, o órgão de instrução constatou algumas irregularidades, e. após análise da


defesa, permaneceram as seguintes:

1. A LOA não está acompanhada da comprovação da realização de audiência pública;


2. Descumprimento ao disposto no § l° do Art. 7° da RN-TC-07/2004;
3. Ausência de comprovação da realização de audiência pública para elaboração da LDO e LOA,
(conforme dispõe a Resolução TC 07/2004 em seus Art. 5°, § 1o e 7° § 1°6);
4. Créditos adicionais suplementares abertos sem autorização (autorização posterior à abertura) no valor
de R$ 10.648,00:
5. Despesas não justificadas/identificadas (inscrição e baixa) a título de Deduções relativas à Câmara
Municipal, conforme Demonstrativo da Dívida Flutuante e no Demonstrativo da Receita e Despesa
Extra-Orçamentária;
6. Não recolhimento tempestivo ao INSS de R$ 27.084,05 (R$ 4.231,58 do exercício de 2006) relativos
a consignações previdenciárias, descumprimento o Parecer Normativo TC n" 52/04;
7. Despesas não licitadas no total de R$ 159.600,49, correspondendo a 13,31% da despesa licitável e a
3,67% da despesa orçamentária total;
8. Despesas incorretamente classificadas no elemento de despesa "3.1.90.36 - Outros Serviços de
Terceiros" no valor de R$ 145.821,40, consideradas pela Auditoria como gastos com pessoal;

5 Não há registro no TRAMITA de Processo de acompanhamento de obras neste exercício (vide listagem ás fls.
1056).
6 RN 0712004

Art. 50 § 10 - Cópia autêntica da LDO e seus anexos, conforme disposto no inciso 11. § 2°, art. 35 do ADCT/CF
combinado com os artigos 165, § 2° da CF, 166 da CE, e 4° da LRF, com a devida comprovação de sua publicação
no veículo de imprensa oficial do município, quando houver, ou no Diário Oficial do Estado, deve ser enviada ao
Tribunal, até o quinto dia útil do mês de julho de cada exercício, acompanhada da correspondente mensagem de
encaminhamento ao Poder Legislativo, e da comprovação da realização de audiência pública prevista no artigo 48
daLRF.
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Art, 70 § 10 - Cópia autêntica da LOA e seus anexos, conforme disposto no art. 165, inciso Ill, parágrafos 5° a 9° da
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CF. combinado com os art. 166. § 4°, e 167 da CE, os art. 2° a 8° e 22 a 33 da Lei 4.320/64, e o art. 5° da LRF, com a\'
comprovação de sua publicação no veículo de imprensa oficial do Município, quando houver, ou no Diário Oficial .Ji
do Estado, deve ser enviada ao Tribunal, até o quinto dia útil do mês de janeiro do ano em que se inicia a sua
vigência, devidamente acompanhada da correspondente mensagem do seu encam.l.'nhamentoao Poder LegiSlativ,O ....e .'
da evidência de realização de audiência pública prevista no artigo 48 da LRF. '. "

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Processo Te n° 01866/07
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TRIBUNAL DE CONTAS DO EST ADü

9. Não empenhamento e não recolhimento de Contribuições Previdenciárias (parte empregador) ao


INSS, sugerindo a Auditoria que tal informação deve ser repassada ao Órgão Previdenciário de modo
a se confirmar o valor efetivamente devido em obrigações patronais;
10. Classificação contábil incorreta de Contratos por Tempo Determinado. no elemento 11 -Vencimcntos
e Vantagens Fixas ou 36 - Serviços de Terceiros, quando o correto seria o elemento de despesa 04;
11. Contrato irregular por Tempo Determinado da Sra. Cláudia Maria Lopes Araújo, como Enfermeira do
PSF, por incompatibilidade de horários na acumulação de dois cargos;
12. Valores divergentes da Dívida Consolidada entre o registrado na PCA e no RGF, que resultou na
retificação dos registros do RGF, todavia, devido a ausência de comprovação de publicação do
demonstrativo retificado, a Auditoria concluiu pela permanência da irregularidade;
13. Não retenção e/ou não recolhimento tempestivos das contribuições previdenciárias devidas por
empregado e empregador incidentes sobre serviços prestados por terceiros, conforme determinado
pela Lei 8.212/91;
14. Desobediência ao regime de competência da despesa (Art. 35 da Lei 4.320/64) quando durante o
exercício de 2006 foram pagas despesas a título de Despesas de Exercícios Anteriores relativas a
gastos com pessoal, obrigações patronais, locação de veículos, etc;
15. Doações efetuadas no valor de R$ 115.147,32 sem autorização legislativa";
16. Despesas irregulares na compra de pneus para reposição nos veículos a serviço da Prefeitura no valor
de R$ 2.950,00.

Cumpre, por fim, informar que:

1) Esta Corte assim se pronunciou em relação às gestões de 2004 e 2005 que (fls.2183/2 I98):

· Exercício : Parecer i Gestor


j 2004 .....
[ParecerFAVÓRAVEL(ParecerPPLTC']oâoBosco Gadelha de Oliveira i
i 162/2006) (período de Ol/Ol a 04/05/2004)
· 2004Tp'ar~ce~'FAVÓRAVEL(ParecerPPL TC! Fra~ciscoSaies SiI~eira(periododei
i 243/2007), após apreciação de Recurso de I 05/05 a 31/12/2004.
Reconsideração provido.
· 2005 j ParecerFAVÓRAVEL(Parecer PPL TC'José Rofrants Lopes Cassimiro
...i:???(?99D:
2) O gestor municipal do mandado de 2005-2008, Sr. José Rofrants Lopes Casimiro, logrou
êxito no último pleito eleitoral, sendo reeleito para o periodo de 2009-2012.

Instado a se pronunciar o Órgão Ministerial ofertou parecer, opinando pelo (a):

Emita parecer favorável à aprovação das contas do Sr. José Rofrants Lopes Cassimiro
Prefeito Municipal de São Francisco a aprovação das contas de gestão geral relativas ao
exercício de 2006.
2 Atendimento integral às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3 Comunicação ao INSS das falhas referentes às contribuições previdenciárias;
4 Recomendação à Administração Municipal de São Francisco no sentido de evitar toda e
qualquer ação administrativa que, em similitude com aqueles ora debatidas, venham macular
as contas de gestão municipal. r
r .
É O Relatório, tendo sido efetuadas as notificações de estilo. l'zl \I

A Lei que regulamentou as doações foi editada em 31105/2007 (Le; UO 22412007,fls. 172111728). f:
C:\k;scsso,IPLENO\Pn:fi:dnrn 2006\SFo-PCA-2006-{)1ll66-{)~ /~'l)P
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te nO 01866/07

v O T O DO RELATOR

Quanto à gestão fiscal, voto no sentido de declarar atendimento integral das exigências
da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Cumpre ressaltar que, relativamente às despesas de pessoal (41,23%) constatou-se que elas
se comportaram dentro do limite estabelecido na CF/88.

Concernente à gestão geral, foram constatadas aplicações do mínimo legal na manutenção


do desenvolvimento da educação (27,38%), nas ações e serviços públicos de saúde (17,14%), bem como
do percentual mínimo legal dos recursos do FUNDEF na valorização do magistério (63,47 %).

Quanto aos gastos com saúde, conforme os dados constantes do Relatório da Auditoria,
observo que este atingiu o patamar de 17,14%, portanto atendendo aos preceitos constitucionais. No
entanto, observo que este município, em relação ao FUNDEF, foi deficitário, ou seja, contribuiu com
R$ 216.877,12 a mais do que recebe, e nestes casos entendo que o Tribunal deve evoluir seu
entendimento descontando esta "perda" da base de cálculo para a saúde, porquanto, são recursos
descontados diretamente das receitas municipais e sobre os quais não poderiam incidir o percentual
constitucional, conforme faço demonstrar na memória de cálculo abaixo, onde o percentual de aplicação
em saúde seria de 18,22%.

Cálculo do % da
Entendimento Saúde, considerando
Discriminação da Auditoria a perda - FUNDEF
Despesas realizadas em ações e serviços públicos de saúde VALOR-R$ % %
Total da Função Saúde 911.577,45 911.577,45
( - ) Gastos com recursos vinculados (programas e
convênios) 293.023,76 293.023,76

= gastos com recursos próprios 618.553,69 16,92 618.553,69 17,99

( - ) Exclusões (finalidade diversa)


14.019,53 0,38 14.019,53 0,41
( + ) Restos a pagar (pagos no 10 trimestre do exercício
seguinte -limite do saldo das disponibilidades) 5.574,87 0,15 5.574,87 0,16
(+) Despesas de exercícios anteriores pagas com recursos
do exercício em análise, em atendimento a reiteradas
decisões do Tribunal Pleno 16.483,02 0,45 16.483,02 0,48
= Gastos efetivos em saúde com recursos próprios 626.592,05 17,14 626.592,05 18,22
Receita de impostos + transferências de impostos 3.656.147,32 100,00 3A39.270,20* 100,00

Mínimo a ser aplicado 548.422,10


15,00 15,00
515.890,53
Percentual aplicado no exercício 17,14 IlU2
.
( * ) Reeeíte de Impostos + tnmsferenclas de Impostos - perda do FUNDEF

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Processo Te nO 01866/07

Relativamente às contribuições previdenciárias retidas (irregularidade n? 6 e n? 13),


constata-se que o gestor vem ano após ano postergando o respectivo recolhimento, fato que certamente
onera os gastos públicos, uma vez que sobre os pagamentos em atraso incidirão juros, que poderiam ser
evitados. Nesse sentido, entendo que deve ser recomendado ao gestor que adote medidas buscando
atender a legislação pertinente, determinando os descontos previdenciários, bem como o recolhimento
tempestivo dos valores descontados, de forma a evitar os juros moratórios.

Com relação não empenhamento e não recolhimento de contribuição previdenciária junto


ao INSS (parte patronal), comungo com o Ministério Público Especial no sentido de comunicar o fato à
Delegacia da Receita Previdenciária em face das suas atribuições legais.

No tocante às despesas realizadas à margem do procedimento licitatório, no total de


R$ 159.600,49, destacam-se às relativas à locação de veiculos (no valor de R$ 19.999,82) e aquisição de
materiais de construção (R$ 14.383,60), que no meu entender, seria perfeitamente possível programar tais
despesas, de forma a contratar a melhor opção para a administração. Já quanto à contratação de assessoria
em engenharia (R$ 16.600,49), em consonância com outras decisões deste Tribunal, o gestor deveria pelo
menos ter realizado um procedimento de inexigibilidade de licitação. Assim, cabem recomendações ao
gestor de restrita observância à legislação aplicável à matéria, sem prejuízo de aplicação de multa.

Quanto à abertura de créditos adicionais sem autorização legislativa, mesmo que não
tenham sido usados tais créditos, este evento demonstra desorganização administrativa, cabendo
recomendação ao gestor para adotar medidas de modo a evitar tal falha.

As irregularidades relativas à ausência comprovação de audiência pública para elaboração


da LüA e da LDÜ (irregularidades n" I, n° 2 e n° 3) infringem a RN n" 07/2004, bem como o princípio da
publicidade, cabendo aplicação de multa pessoal ao gestor, prevista nos art. 5° e 7 o , em seus parágrafos
3° da mesma Resolução.

Considerando que a contratação por tempo determinado da Sra. Cláudia Maria Lopes Araújo,
como Enfermeira do PSf, apontada como irregular, devido incompatibilidade de horários, na acumulação de
dois cargos (um efetivo e um temporário), foi um fato isolado, entendo que, quando da análise das contas do
exercício de 2007, esta contratação pode ser melhor investigada, e, no caso de ser confirmado que os
argumentos da defesa" não procedem, o gestor deve ser responsabilizado pela contratação indevida.

No que concerne às ajudas frnanceiras concedidas sem autorização legislativa, constata-se


que esse fato também ocorreu no exercício de 2005, não sendo motivo suficiente para reprovar aquelas
contas, apenas resultou em recomendações, tendo em vista que aquela decisão ocorreu em 05112/2007,
surtindo efeito para os próximos exercícios 10.

Por fim, entendo que deve ser assinado prazo ao gestor para regularizar os registros
contábeis, classificando corretamente os gastos de pessoal, tanto nos demonstrativos quanto no SAGRES,
de forma que os relatórios reflitam a realidade. Ressalta-se que mesmo com este registro equivocado a
despesa de pessoal ainda permaneceu dentro dos limites legais.

Isto posto, voto no sentido de que este Egrégio Tribunal:

9 A defesa informa que ocorreu equivoco na emissão de dois contracheques, ou seja, é argumentado que ao invés de \
se implantar apenas uma Gratificação Especíal, pelo desempenho de uma Coordenação, foram implantados dois \
~~ rr
lu

04/0112008(tis. 219212198)., . \J M!
A publicação do Parecer e Acórdão referentes à Prestação de Contas anual - exercício de 2005, ocorreu eIfi./ \

C\AsscssmlPLENOlPrefeürna2006\SFO-PCA-2006"'I~ ~ \~ ~.-

, J
11-.-'
. · ""
-~.~~
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


Processo Te nO 01866/07

1. Emita e encaminhe à Câmara Municipal de São Francisco parecer favorável à aprovação das
contas do Prefeito, José Rofrants Lopes Casimiro, relativas ao exercício de 2006;
2. Declare que o chefe do Poder Executivo do Município de São Francisco, no exercício de 2006,
atendeu às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. Aplique multa pessoal ao Sr. José Rofrants Lopes Casimiro'", no valor de R$ 2.805,10 (Dois
mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), por infração a normas legais (Lei 8.666/93) com
base no artigo 56, 11 da LOTCIPB, por força das irregularidades constatadas, decorrentes de
infração a preceitos e disposições legais, assinando-lhe o prazo de sessenta (60) dias, a contar da
data da publicação da presente decisão, para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta
do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da
Constituição do Estado, a importância relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a
intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71
da Constituição Estadual:
4. Represente à Delegacia da Receita Previdenciária acerca do recolhimento a menor de
contribuição previdenciária, para as providências cabíveis;
5. Assine de prazo de 30 (trinta) dias ao gestor para que o mesmo comprove a adoção de medidas
no sentido de regularizar os registros contábeis apontados pela Auditoria como incorretos
(irregularidade n° 11 e n" 13 supra), sob pena de aplicação de multa;
6. Recomende à administração à adoção de medidas com vistas a não repetir as irregularidades
apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal, precisamente a cumprir rigorosamente
os preceitos da Lei de Licitações e Contratos, da Lei 4.320/64 observando o regime de
competência da despesa previsto no art. 35 da citada lei, bem como que se recomende
providências no sentido de determinar aos setores competentes da Prefeitura registros contábeis
coerentes com os eventos, principalmente quanto aos lançamentos das dívidas, tanto fundada
quanto flutuante':'.
7. Determine à Auditoria para que quando da análise das contas do exercício de 2007, investigue
criteriosa mente a(s) contratação (ões) e as remunerações da Sra. Cláudia Maria Lopes Araújo, de
forma a elucidar qualquer dúvida quanto ao(s) seu(s) vínculo (s) com o Município.

É como voto.

{~~

II CPF N° 425.060.774-72
12 Irregularidades nO 5 e n" 12;

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\SFO-PCA-2006-0 1866-07 .doe


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te nO 01866/07

DECISÁO DO TRIBUNAL

o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, usando da competência que lhe é conferida


pelo art. 13, § 2°, da Constituição do Estado e art. l°, IV, da Lei Complementar n." 18/93, à maioria, na
sessão plenária realizada nesta data, acolhendo o voto do Exmo. Sr. Conselheiro Relator, decide:

1. Emitir e encaminhar à Câmara Municipal de São Francisco parecer favorável à


aprovação das contas do Prefeito, José Rofrants Lopes Casimiro, relativas ao exercício
de 2006;
2. Declarar que o chefe do Poder Executivo do Município de São Francisco, no exercício
de 2006, atendeu às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal;
3. Aplicar multa pessoal ao Sr. José Rofrants Lopes Casimiro, no valor de R$ 2.805,10
(Dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), por infração a normas legais (Lei
8.666/93) com base no artigo 56, 11 da LOTCIPB, por força das irregularidades
constatadas, decorrentes de infração a preceitos e disposições legais, assinando-lhe o
prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação da presente decisão, para
efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da Constituição do Estado, a
importância relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do
Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual;
4. Representar à Delegacia da Receita Previdenciária acerca do recolhimento a menor de
contribuição previdenciária, para as providências cabíveis;
5. Assinar de prazo de 30 (trinta) dias ao gestor para que o mesmo comprove a adoção de
medidas no sentido de regularizar os registros contábeis apontados pela Auditoria como
incorretos (irregularidade n° 11 e n° 13 supra), sob pena de aplicação de multa;
6. Recomendar à administração à adoção de medidas com vistas a não repetir as
irregularidades apontadas no relatório da unidade técnica deste Tribunal, precisamente a
cumprir rigorosamente os preceitos da Lei de Licitações e Contratos, da Lei 4.320/64
observando o regime de competência da despesa previsto no art. 35 da citada lei, bem
como que se recomende providências no sentido de determinar aos setores competentes
da Prefeitura registros contábeis coerentes com os eventos, principalmente quanto aos
lançamentos das dívidas, tanto fundada quanto flutuante.
7. Determinar à Auditoria para que quando da análise das contas do exercício de 2007,
investigue criteriosamente a(s) contratação (ões) e as remunerações da Sra. Cláudia Maria
Lopes Araújo, de forma a elucidar qualquer dúvida quanto ao(s) seu(s) vínculo (s) com o
Município.

PLENÁRIO MINISTRO JOÃO '11..1 de novembro de 2008.

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Conselheiri 'v

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Conselheiro Antâ o f~dO Diniz Filho
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C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\SfO-PCA -2006-01866::07 .doe
Processo Te nO 01866/07

Santiago Melo
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01sabe o arinho Falcão


Procuradora-Geral em exercício

C:\Assessor\PLENO\Prefeitura 2006\SFO-PCA -2006-01866-07 .doe

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