Camaláu, Senhores Antônio Mariano Sobrinho e Antônio Carlos Chaves Ventura. Procedência, em parte, da denúncia.
ACÓRDÃO APL TC N.o s:8 /2008
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC n.o 01101/06, que trata
de denúncia de irregularidades apontadas pelo ex-Edil Antônio Bernardo da Silva, na gestão dos então Prefeitos do Município de Camalaú, Senhores Antônio Mariano Sobrinho (exercício de 2000) e Antônio Carlos Chaves Ventura (exercícios de 2001 a 2004);
CONSIDERANDO que, através de documentos protocolizados neste Tribunal sob os
nOs TC 20750/03 (fls. 02/04-A), em 28/11/2003, foram remetidas a esta Corte de Contas, denúncias apresentadas à ex-Ouvidora Geral do Estado, Senhora Carmem Izabel Carlos Silva, contra os citados ex-prefeitos do município de Camalaú;
CONSIDERANDO que a Auditoria, mediante realização de diligência no Município,
analisou os fatos denunciados, concluindo, às fls. 58/59, pela procedência da denúncia quanto: 1)- Realizaçãode despesas com o transporte de pessoas, no valor total de R$ 48.592,67, sem a comprovação da efetiva utilização pelos beneficiários; 2)- Recebimento concomitante, pelo Sr. Ailsio Monteiro Lucas, da remuneração pelo transporte de pessoas e do cargo efetivo de encanador; 3- Recebimento de remuneração do cargo efetivo de encanador, pelo Sr. Ailson Monteiro Lucas, no valor total de R$ 9.605,73, sendo R$ 900,00 no exercício de 2000 (de responsabilidade do Senhor Antônio Mariano Sobrinho) e R$ 8.705,73 nos exercícios de 2001 a 2004 (relativa à gestão do Senhor Antônio Carlos Chaves Ventura), sem a comprovação da efetiva prestação dos serviços.
CONSIDERANDO que em vista das irregularidades remanescentes, os denunciados
foram devidamente notificados, apresentando defesas às fls. 66/ 79 e 81/84, com base nas quais a Auditoria (fls. 85/86) concluiu que as argumentações/justificativas expendidas elidiram a falha apontada no item "3", acima, permanecendo as demais irregularidades constantes dos itens "1" e "2", referentes à gestão do ex-prefeito Antônio Carlos Chaves Ventura;
CONSIDERANDO que a Procuradoria Geral, no Parecer de nO 1385/06, fls. 89/92,
diante dos fatos apresentados, opina pela procedência em parte da denúncia relativa ao ex- prefeito Antônio Carlos Chaves Ventura, com imputação de débito e multa ao mencionado ex- gestor do total pago ao Senhor Ailsio Monteiro Lucas, funcionário efetivo da prefeitura de Camalaú, a título de remuneração por viagens realizadas, conforme contrato às fls. 50/51 dos autos, configurando percepção simultânea de remuneração e contraprestação por serviços, situação vedada pela lei de licitações; sugere ainda representação formal ao Ministério Publico Comum acerca de indícios de cometimento de crime de improbidade pelo senhor Antônio Carlos ChavesVentura, comunicando-se o denunciante do teor do julgado da denúncia;
CONSIDERANDO os Relatórios da Auditoria, os Pareceres escrito e oral da
Procuradoria Geral, o voto do relator e o mais que dos autos consta; TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC N.o 1101/06
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, por
unanimidade de votos, em sessão plenária realizada nesta data, em:
a) Tomar conhecimento e considerar procedente, em parte, a denúncia formulada contra
o ex-prefeito de Camalaú, Antônio Carlos Chaves Ventura, relativa aos exercícios financeiros de 2001 a 2004, constante dos itens "i" e "2", e improcedente com relação ao item "3", de responsabilidade do ex-gestor Antônio Mariano Sobrinho (exercício de 2000); b) Aplicar, com base no art. 56, da Lei Complementar nO 18/93 (LOTCE), multa pessoal ao citado ex-prefeito Antônio Carlos Chaves Ventura, no valor atualizado (Portaria nO 039, de 31/05/2006) de R$ 2.805,10, por infração à Lei; c) Assinar ao responsável o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da publicação do presente Acórdão, para que seja efetuado o recolhimento da multa à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo a ação ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso de não recolhimento, e com intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 40 do art. 71 da Constituição Estadual; d) Recomendar ao atual gestor municipal a estrita observância aos preceitos constitucionais, legais e normativos, Resoluções e Normas do TCE-PB, em especial a Lei de Licitações, tendo como objetivo a não repetição da irregularidade apontada nos presentes autos; e) Comunicar a decisão do julgado ao denunciante e aos denunciados.
Publique-se, registre-se e intime-se.
TC.PLENÁRIOMIN. JOÃOAGRIPINO, em 20 de fevereiro de 2008.