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Processo Te n° 01952/07
A Lei 4320/64 não prevê um limite para autorização de créditos suplementares na Lei
Orçamentária Anual, cabendo ao Poder Legislativo a atribuição de apreciar e, se for o caso, coibir
algum excesso cometido no Projeto de Lei. Todavia, não é salutar que o gestor movimente as
dotações orçamentárias de uma maneira que desfigure o orçamento inicial, desobedecendo ao que foi
planejado.
O órgão técnico não disse em que se baseou para arbitrar o percurso, o consumo de
combustível por veículo e o n" de dias de utilização dos veículos no cálculo do excesso de gastos. É
informado que não havia um controle dos gastos. Ou seja, segundo o próprio órgão técnico, as
informações necessárias que poderiam ter sido obtidas durante a diligência in loco não foram
disponibilizadas. Por outro lado, o órgão de instrução não comentou, na análise de defesa, as
alegações apresentadas pelo interessado sobre a irregularidade. Cabem recomendações para que o
gestor tome medidas, visando ao controle dos gastos com combustíveis, pneus e peças para a frota
municipal, obedecendo desta forma, norma deste Tribunal.
Para calcular o excesso no gastos de viagens, o órgão técnico não levou em consideração os
veículos envolvidos no transporte. Não se pode comparar, por exemplo, o valor pago pelo uso de
uma Van com o valor pago pelos serviços de um ônibus. A .quantidade de passageiros, no caso
alunos, transportados pelo ônibus é quase quatro vezes o-suportado pela Van .
. As despesas com refeições estão devidamente oomprovadas. com notas fiscais e recibos,
tendo o interessado justificado a finalidade da despesa.
Está comprovado nos autos que o município. efetuou pagamentos a três procuradores
jurídicos no exercício, quando o Plano de Cargos contempla apenas um cargo. Deve o atual gestor
adotar providências com vistas a regularizar a situação.
Também devem ser adotadas medidas, visando a não repetição das falhas relativas ao não
empenhamento de despesas no próprio exercício, às divergências de informações contábeis.
Os documentos enviados com a defesa, referentes às despesas não licitadas e irregularidades
detectadas em licitações realizadas não mencionam os favorecidos e divergem dos valores citados
pela Auditoria em seu relatório inicial não havendo como se comprovar que se tratam dos mesmos
processos.
Também não há comprovação dos argumentos do interessado sobre a falta de
disponibilização dos documentos de receitas e despesas na Prefeitura e na Câmara Municipal,
inclusive sobre a demora em entregar os documentos à comissão de fiscalização deste Tribunal.
Deve o atual gestor cuidar para que seja feita a manutenção de prédios, equipamentos e
veículos da Prefeitura para que não haja a descontinuidade de serviços essenciais à população. No
caso, as irregularidades não podem ser atribuídas ao exercício de 2006, vez que a Auditoria verificou
a situação in loco, apenas no exercício de 2007.
A Auditoria não quantificou os valores devidos e não retidos de Imposto de Renda sobre
pagamentos efetuados, devendo a atual gestão tomar as providências, visando ao cálculo e a cobrança
de eventuais débitos.
Conforme o SAGRES foram retidos R$ 163.715,80 dos servidores da Prefeitura a título de
consignação do INSS, sendo repassados apenas R$ 135.138,91. No tocante às contribuições do
Empregador, a quantia não recolhida de R$ 4.107,16 refere-se às folhas do final do exercício,
podendo o recolhimento ser efetuado no início do exercício seguinte.
TRIBUNAL DE eONT AS DO ESTADO
Processo Te n° 01952/07
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