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Processo Te n° 01952/07

Prefeitura Municipal de Serra


Redonda Prestação de Contas do
exercício de 2006, de responsabilidade
do Senhor Gilberto Cavalcante de
Farias. Aplicação de multa pela
ermssao de Parecer Contrário.
Recomendações.

ACÓRDÃO APL - TC ~fA12008


Vistos, relatados e discutidos, os presentes autos do Processo TC N° 01952/07, referente à
Prestação de Contas Senhor Gilberto Cavalcante de Farias, Prefeito do Município de Serra
Redonda, relativa ao exercício de 2006, ACORDAM os integrantes do, Tribunal de Contas do
Estado da Paraíba, por unanimidade, com o impedimento declarado do Conselheiro Antônio
Nominando Diniz, em sessão plenária realizada hoje, em: a) aplicar ao gestor a multa de
R$2.805,10,nos termos do que dispõem os incisos I e II do art. 56 da LOTCE; b) assinar-lhe o
, prazo de 60 (sessenta) dias para efetuar o recolhimento da multa, ao Tesouro Estadual, à contado
Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado,' em caso do não recolhimento voluntário, devendo-se dar a
intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual; c) declarar o atendimento às exigências da LRF, por parte do Poder
Executivo do Município de Serra Redonda, com exceção ao repasse de consignações retidas e a
correção dos registros contábeis; d) comunicar ao INSS acerca do não recolhimento devido das
contribuições previdenciárias do empregado e dos serviços prestados; e) recomendar ao gestor a
observância das normas legais, adotando medidas com vistas a não cometer as falhas verificadas no
presente processo, principalmente no que tange ao controle e conservação dos bens patrimoniais e a
estrita observância aos preceitos constitucionais, legais e normativos, em especial, a legislação
referente à Previdência Social, o parecer PN-TC-52/2004 e a Lei 4.320/64, com vistas à não
repetição das falhas cometidas.
Assim decidem, tendo em vista a ocorrência de irregularidades não sanadas pelo interessado
no decorrer da instrução do processo.
O interessado questiona alguns dados constantes no relatório inicial da Auditoria, mas
reconhece que não atingiu os percentuais mínimos de aplicação dos recursos do FUNDE e nas ações
e serviços públicos de saúde, alegando que foram realizados vários bloqueios e seqüestros em contas
do Município. Não trouxe o defendente qualquer documento que comprove seus dados ou alegações.
Não foi comprovado o suposto serviço técnico realizado para justificar o pagamento de R$
800,00 ao Senhor Severino Alves de Lima Filho. Na nota fiscal de serviços conta que foi referente a
uma auditoria interna e em suas alegações o defendente afirma que se tratou de transporte e
reinstalação de arquivo. Além disso, o gestor não comprovou a qualificação técnica do profissional
encarregado do serviço, como reclamou a Auditoria. Embora haja dúvida sobre o verdadeiro objeto
da prestação de serviço, o pequeno valor da despesa não justifica maiores indagações em torno dela.
A Auditoria em seu relatório inicial e na análise de defesa não aduz em que documento se
embasou para afirmar que os demonstrativos fiscais não foram publicados. Consta nos oficios de
encaminhamento do Prefeito que os REO e RGF foram publicados, inclusive tal fato' testado pelo
relatório de acompanhamento da gestão fiscal contido às folhas 42/44.
~.,
/ ,
TRIBUNAL DE eONT AS DO ESTADO

Processo Te n° 01952/07

A Lei 4320/64 não prevê um limite para autorização de créditos suplementares na Lei
Orçamentária Anual, cabendo ao Poder Legislativo a atribuição de apreciar e, se for o caso, coibir
algum excesso cometido no Projeto de Lei. Todavia, não é salutar que o gestor movimente as
dotações orçamentárias de uma maneira que desfigure o orçamento inicial, desobedecendo ao que foi
planejado.
O órgão técnico não disse em que se baseou para arbitrar o percurso, o consumo de
combustível por veículo e o n" de dias de utilização dos veículos no cálculo do excesso de gastos. É
informado que não havia um controle dos gastos. Ou seja, segundo o próprio órgão técnico, as
informações necessárias que poderiam ter sido obtidas durante a diligência in loco não foram
disponibilizadas. Por outro lado, o órgão de instrução não comentou, na análise de defesa, as
alegações apresentadas pelo interessado sobre a irregularidade. Cabem recomendações para que o
gestor tome medidas, visando ao controle dos gastos com combustíveis, pneus e peças para a frota
municipal, obedecendo desta forma, norma deste Tribunal.
Para calcular o excesso no gastos de viagens, o órgão técnico não levou em consideração os
veículos envolvidos no transporte. Não se pode comparar, por exemplo, o valor pago pelo uso de
uma Van com o valor pago pelos serviços de um ônibus. A .quantidade de passageiros, no caso
alunos, transportados pelo ônibus é quase quatro vezes o-suportado pela Van .
. As despesas com refeições estão devidamente oomprovadas. com notas fiscais e recibos,
tendo o interessado justificado a finalidade da despesa.
Está comprovado nos autos que o município. efetuou pagamentos a três procuradores
jurídicos no exercício, quando o Plano de Cargos contempla apenas um cargo. Deve o atual gestor
adotar providências com vistas a regularizar a situação.
Também devem ser adotadas medidas, visando a não repetição das falhas relativas ao não
empenhamento de despesas no próprio exercício, às divergências de informações contábeis.
Os documentos enviados com a defesa, referentes às despesas não licitadas e irregularidades
detectadas em licitações realizadas não mencionam os favorecidos e divergem dos valores citados
pela Auditoria em seu relatório inicial não havendo como se comprovar que se tratam dos mesmos
processos.
Também não há comprovação dos argumentos do interessado sobre a falta de
disponibilização dos documentos de receitas e despesas na Prefeitura e na Câmara Municipal,
inclusive sobre a demora em entregar os documentos à comissão de fiscalização deste Tribunal.
Deve o atual gestor cuidar para que seja feita a manutenção de prédios, equipamentos e
veículos da Prefeitura para que não haja a descontinuidade de serviços essenciais à população. No
caso, as irregularidades não podem ser atribuídas ao exercício de 2006, vez que a Auditoria verificou
a situação in loco, apenas no exercício de 2007.
A Auditoria não quantificou os valores devidos e não retidos de Imposto de Renda sobre
pagamentos efetuados, devendo a atual gestão tomar as providências, visando ao cálculo e a cobrança
de eventuais débitos.
Conforme o SAGRES foram retidos R$ 163.715,80 dos servidores da Prefeitura a título de
consignação do INSS, sendo repassados apenas R$ 135.138,91. No tocante às contribuições do
Empregador, a quantia não recolhida de R$ 4.107,16 refere-se às folhas do final do exercício,
podendo o recolhimento ser efetuado no início do exercício seguinte.
TRIBUNAL DE eONT AS DO ESTADO

Processo Te n° 01952/07

Publique-se, registre-se e cumpra-se.


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de junho de 2008

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