You are on page 1of 2

Universidade Federal de Pernambuco

CCEN - Departamento de Fı́sica


Terceiro Exercı́cio Escolar - Fı́sica Geral I (2007.2)
Data: 11/01/2008

Nome: Turma: CPF:


Só serão consideradas respostas acompanhadas de seu desenvolvimento.
NÃO é permitido o uso de calculadoras.
Dado: Momento de inércia de um disco homogêneo de massa M e raio R em relação ao seu eixo = M R2 /2

Questão 1) (“fortemente baseada” no problema 78 do capı́tulo 10 da 7a edição do livro-texto)

Dois blocos, de massas m1 = 1, 0 kg e m2 = 2, 0 kg, estão conectados por


uma corda de massa desprezı́vel que passa pela borda de um disco uniforme
de massa M = 2, 0 kg e raio R = 0, 50 m. O disco pode girar sem atrito em
torno de um eixo horizontal que passa pelo seu centro perpendicularmente
ao plano do papel, conforme a figura. A corda não desliza na borda do disco. M R
O sistema é abandonado a partir do repouso.
a) (1,5) Escreva a 2a lei de Newton (na forma translacional ou rotacional,
T1 T2
conforme o caso) para m1 , m2 e M , explicitando as forças e torques que
atuam no sistema. g
b) (2,0) Encontre o módulo da aceleração dos blocos, a tensão T1 na corda à
esquerda e a tensão T2 na corda à direita. Dado: g=10,0 m/s2 . m1 m2

Questão 2) Uma casca cilı́ndrica homogênea e fina tem massa


M e raio R. No interior da casca existem três hastes homogêneas g
G
120º
e finas, cada uma com massa M e comprimento R, arranjadas de 120º
120º

acordo com a figura. O sistema (casca + três hastes) é liberado


do repouso sobre um plano inclinado (ver figura), onde H = H
4R denota a distância vertical do eixo de rotação do sistema à
superfı́cie horizontal. Há atrito em toda a trajetória (no plano
inclinado e na superfı́cie horizontal) e a casca rola sem deslizar.
a) (2,0) Calcule o momento de inércia do sistema em relação ao seu eixo de rotação. (Dados: Momento de inércia
de uma casca cilı́ndrica homogênea e fina, de massa M e raio R, em relação ao seu eixo = M R2 . Momento de
inércia de uma haste homogênea e fina, de massa M e comprimento L, em relação ao um eixo perpendicular
passando no seu centro = M L2 /12.)
b) (1,5) Determine a velocidade angular do sistema quando este se encontrar na posição da superfı́cie horizontal
ilustrada na figura.

Questão 3) A figura 3a representa dois discos rı́gidos, ambos de


M M/2
raio R, que têm um eixo de rotação comum (eixo z). Inicialmente
o disco de massa M tem velocidade angular 3ω, enquanto que o
disco de massa M/2 tem velocidade angular ω, ambas no mesmo
sentido. Posteriormente, os discos são trazidos um em direção
z z
ao outro ao longo do eixo z e colocados em contato até se uni-
R R
rem rigidamente e adquirirem uma velocidade angular comum, R
3Z
como ilustrado na figura 3b. Sabe-se que tal velocidade comum Z

é obtida graças ao atrito entre as superfı́cies em contato. Nestas Figura 3a Figura 3b


circunstâncias, calcule:
a) (1,5) a velocidade angular do conjunto;
b) (1,5) a energia dissipada devido ao atrito entre os discos.
Gabarito
Questão 1)
a) Para m1 e m2 temos ma = F , ou seja: m1 a = T1 − m1 g e m2 a = m2 g − T2 , onde a é a aceleração
P

dos dois blocos (positiva quando m2 desce). Já para o disco, temos a forma rotacional da segunda lei de Newton,
Iα = τ . Em relação ao eixo de rotação, as únicas forças que exercem torques não-nulos sobre o disco são as
P

tensões, portanto Iα = T2 R−T1 R (definindo a aceleração angular como positiva no sentido horário). Substituindo
I = M R2 /2 e lembrando que a corda não desliza (a = αR), obtemos a = 2(T2 − T1 )/M .
b) A partir das duas primeiras equações do item anterior, obtemos T1 = m1 (g + a) e T2 = m2 (g − a).
Substituindo-as na terceira equação, resolvemos em a para obter
(m2 − m1 ) (2 − 1)
a=g = 10 = 2, 5 m/s2 .
m1 + m2 + M/2 (1 + 2 + 1)

Finalmente, temos T1 = 1(10 + 2, 5) = 12,5 N e T2 = 2(10 − 2, 5) = 15,0 N .

Questão 2)
a) O momento de inércia do sistema I corresponde à soma Icasca + 3Ihaste . Para calcular Ihaste , utilizamos
o teorema dos eixos paralelos (TEP), lembrando que a distância do centro de massa de cada haste ao eixo de
rotação é R/2:
2  2
(T EP ) M R R M R2
Ihaste = +M = .
12 2 3
Assim, temos I = M R2 + 3M R2 /3 = 2M R2 .
b) Como a força de atrito não realiza trabalho, a energia mecânica se conserva. A variação da altura do
centro de massa do sistema é H − R = 3R, portanto a variação de energia potencial gravitacional é ∆U =
−(M + 3M )g(3R) = −12M gR. Como a energia cinética inicial é nula, a variação ∆K corresponde à energia
cinética final K = (M + 3M )Vcm2 /2 + Iω 2 /2. Como não há deslizamento, temos V
cm = ωR, portanto K =
(4M )ω R /2 + (2M R )ω /2 = 3M R2 ω 2 . Aplicando ∆Em = ∆U + ∆K = 0, obtemos
2 2 2 2

g
r
2 2
3M R ω = 12M gR ⇒ ω = 2 .
R

Questão 3)
a) Como a força de atrito é uma força interna ao sistema de discos girantes, não há torque externo e o momento
angular total se conserva:
Li = Lf
ω1 I1 + ω2 I2 = (I1 + I2 )Ω ,
onde Ω é a velocidade angular final. Os momentos de inércia de cada disco são I1 = M R2 /2 e I2 = (M/2)R2 /2 =
M R2 /4, de modo que
2 2 ωM R2
ω1 I1 + ω2 I2 (3ω) M2R + (ω) M4R 4 (6 + 1) 7
Ω= = M R2 M R2
= M R2
= ω .
I1 + I2 2 + 4 4 (1 + 2)
3

b) A energia dissipada devido ao atrito é igual à variação da energia cinética de rotação


IΩ2 I1 ω12 I2 ω22
∆K = Kf − Ki = − − ,
2 2 2
onde I = I1 + I2 = 3M R2 /4. Substituindo o resultado do item anterior, obtemos
" ! 2 #
1 3M R2 7 M R2 M R2 2 M R2 ω 2 49 9 1 −M R2 ω 2
 
∆K = ω − (3ω)2 − ω = − − = .
2 4 3 2 4 2 12 2 4 3

You might also like