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e terminologias
Cláudio de Almeida
http://claudiouff.blogspot.com
NITERÓI
2009
Assisti, em 2006, uma palestra da profª Sheila Siqueira, sob o tema Escravidão: novas
questões, em que ela apresentou uma série de informações relevantes. Entre elas destaco a tradução
da terminologia usada no século XVI e que, hoje, mesmo parecendo terem uma conotação
sinônima em certas palavras ou designações, não os tinham então.
Por exemplo: negro – crioulo – escravo; qual a diferença entre os termos? Ou não há tal
diferença?
Segundo ela, existiam sim diferenças.
NEGRO designava a condição de escravo, fossem os tais “negros da terra” (índios), “da
Guiné (africanos) ou “do islã” (mouros). Já o termo CRIOULO designava um escravo nascido no
Brasil. Se o mesmo fosse alforriado denominava-se FORRO, e não mais crioulo.
Já a expressão PARDO nada tinha a ver com miscigenação. Tal rótulo identificava um
LIBERTO de 3ª ou 4ª geração.
Mesmo o termo MULATO identificava diferenças não só de tempo como de espaço. No RJ
tinha sentido usualmente conferido de uma miscigenação entre negro e branco. Mas em São Paulo,
até o século XVII, referia-se a alguém com ascendência de branco com índio – depois chamado de
MAMELUCO.
A documentação também aponta para uma inexistência de identidade africana. As
expressões usadas eram: vindo da África, de origem africana, etc.
E o que dizer de inocente, pagão ou infiel?
O 1º era o indivíduo que mesmo sendo filho de cristão, por não ser batizado, era condenado
ao limbo em caso de morte. Diferentemente, pagão era quem desconhecia os ensinamentos cristãos,
enquanto infiel era aquele que rejeitava, apesar de conhecer, tais ensinamentos.
Ela concluiu a aula com a exibição de um documentário por ela gravado – primeiro em
vídeo-cassete – e então em DVD, oriundo do canal GNT e denominado The African Trade.