Professional Documents
Culture Documents
Máquinas CNC
Este texto introduz o leitor aos conceitos de máquinas ferramentas com controle numérico.
CONTROLE DE MÁQUINAS
O homem sempre criou utensílios para facilitar sua vida. À medida que aumentava seu
conhecimento dos fenômenos da natureza, crescia também a complexidade desses utensílios, que
evoluíram até se tornarem máquinas.
Para tornear uma peça, por exemplo, partimos de dispositivos rudimentares, progredimos
por meio de tornos mecânicos manuais, tornos acionados por motores elétricos, tornos automáticos
com controle mecânico, tornos computadorizados e chegamos às chamadas células de torneamento,
uma verdadeira minifábrica de peças torneadas.
Todas as máquinas devem ter seu funcionamento mantido dentro de condições satisfatórias,
de modo a atingir com êxito o objetivo desejado. A forma primitiva de controle é a manual. O
homem, por meio de seu cérebro e seu corpo, controla as variáveis envolvidas no processo. No caso
do torno mecânico, por exemplo, de acordo com o material a ser usinado, o torneiro seleciona a
rotação da placa, o avanço a ser utilizado, a quantidade de material a ser removido, e verifica se vai
utilizar ou não fluido de corte etc.
O torneiro é o controlador do torno mecânico. Com um instrumento de medição, ele
verifica a dimensão real da peça. A informação chega ao seu cérebro através dos olhos. Também
através dos olhos, o cérebro recebe informações da dimensão desejada, contida no desenho da peça.
No cérebro, ambas as informações são comparadas: a dimensão desejada e a dimensão real. O
resultado dessa comparação – o desvio – é uma nova informação, enviada agora através do sistema
nervoso aos músculos do braço e da mão do torneiro. O torneiro, então, gira o manípulo do torno
num valor correspondente ao desvio, deslocando a ferramenta para a posição desejada e realizando
um novo passe de usinagem. A seguir, mede novamente a peça e o ciclo se repete até que a
dimensão da peça corresponda à requerida no desenho, ou seja, até que o desvio seja igual a zero.
Mas o homem percebeu que quando tinha que usinar várias peças iguais, o trabalho
tornava-se monótono e cansativo. Repetir diversas vezes as mesmas operações, além de ser
desestimulante, é perigoso, pois a concentração e atenção do operador da máquina diminuem ao
longo do dia. O ideal seria se o torno pudesse funcionar sozinho. Bastaria ao operador supervisionar
o trabalho, corrigindo algum imprevisto surgido durante o processo.
Assim, o controle manual, exercido pelo homem, foi substituído pelo controle mecânico.
Esse controle era realizado por meio de um conjunto de peças mecânicas, constituído
principalmente de cames. Todos esses componentes mecânicos tinham a função de transformar a
rotação de um motor elétrico numa seqüência de movimentos realizados pela ferramenta.
Torno com controle mecânico
A existência desse controle mecânico fez com que a máquina conseguisse maior
independência em relação ao ser humano. Ela passou a ser uma máquina automática.
O importante fator que forçou os meios industriais a buscar esta automatização, foi a
segunda guerra mundial. Durante a guerra, necessitavam-se de muitos aviões, tanques, barcos,
navios, armas, caminhões, etc., tudo em ritmo de produção em alta escala e grande precisão, pois a
guerra estava consumindo tudo, inclusive a mão de obra. Grande parte da mão de obra masculina
especializada utilizada pelas fábricas foi substituída pela feminina, o que na época implicava na
necessidade de treinamento, com reflexos na produtividade e na qualidade. Era o momento certo
para se desenvolver máquinas automáticas de grande produção, para peças de precisão e que não
dependessem da qualidade da mão de obra aplicada.
Mas ainda havia um problema a ser solucionado. A cada novo tipo de peça, os cames
precisavam ser trocados por outros com perfis diferentes. Os demais componentes da máquina
precisavam ser novamente ajustados. Tudo isso era trabalhoso e demorado. A máquina, sem
dúvida, era automática, mas adaptá-la a um novo serviço exigia muitas modificações. Era uma
máquina “rígida”. Era necessário uma máquina “flexível”, capaz de se adaptar facilmente a uma
mudança no tipo de peça a ser produzida.
Esse problema ficou sem solução até o desenvolvimento dos computadores na década de
1950. Os computadores, entre outros benefícios, possibilitaram à indústria automatizar suas
máquinas de uma maneira que pudessem se adaptar mais facilmente a uma mudança no tipo de
produto. Além de automáticas, finalmente estas eram máquinas flexíveis.
Os computadores utilizados para controlar movimentos de máquinas receberam um nome
especial: comandos numéricos computadorizados ou controles numéricos computadorizados.
Abreviadamente, CNC. A primeira implementação de um sistema deste tipo surgiu em 1949 no
laboratório de Servomecanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), com a união da
Força Aérea Norteamericana (U.S. Air Force) e a empresa Parsons Corporation of Traverse City,
Michigan. Foi adotada uma fresadora de três eixos, a Hydrotel, da Cincinnati Milling Machine
Company, como alvo das novas experiências. Os controles e comandos convencionais foram
retirados e substituídos pelo comando numérico, dotado de leitora de fita de papel perfurado,
unidade de processamento de dados e servomecanismo nos eixos. Após testes e ajustes, a
demonstração prática da máquina ocorreu em março de 1952, e o relatório final do novo sistema
somente foi publicado em maio de 1953. Naquela época, o comando numérico era muitas vezes
maior que a própria máquina. Falhava freqüentemente e possuía uma capacidade de cálculo ridícula
quando comparado aos atuais CNC.
Após este período, a Força Aérea Norteamericana teve um desenvolvimento extraordinário,
pois as peças complexas e de grande precisão, empregadas na fabricação das aeronaves,
principalmente os aviões a jato de uso militar, passaram a ser produzidos de forma simples e rápida,
reduzindo-se os prazos de entrega do produto desde o projeto até o acabamento final. A cada ano,
foi incrementada a aplicação do CN, principalmente na indústria aeronáutica. Em 1956 surgiu o
trocador automático de ferramentas, mais tarde em 1958, os equipamentos com controle de
posicionamento ponto a ponto e a geração contínua de contornos, que foram melhorados por este
sistema em desenvolvimento. A partir de 1957, houve nos Estados Unidos, uma grande corrida na
fabricação de máquinas comandadas por CN, pois os industriais investiam até então em adaptações
do CN em máquinas convencionais. Este novo processo foi cada vez mais usado na rotina de
manufatura, que a partir deste ano, com todos os benefícios que haviam obtido deste sistema,
surgiram novos fabricantes que inclusive já fabricavam seus próprios comandos. Devido ao grande
número de fabricantes, começaram a surgir os primeiros problemas, sendo que o principal, foi a falta
de uma linguagem única e padronizada. A falta de padronização era bastante sentida em empresas
que tivessem mais de uma máquina de comandos, fabricados por diferentes fornecedores, cada um
deles tinha uma linguagem própria , com a necessidade de uma equipe técnica especializada para
cada tipo de comando, o que elevava os custos de fabricação. Em 1958, por intermédio da EIA
(Eletronic Industries Association) organizou-se estudos no sentido de padronizar os tipos de
linguagem. Houve então a padronização de entrada conforme padrão RS-244 que depois passou a
EIA244A ou ASCII. Atualmente o meio mais usado de entrada de dados para o CNC é via
computador, embora durante muitos anos a fita perfurada foi o meio mais usado, assim como
outros com menor destaque. A linguagem destinada a programação de máquinas era a APT
(Automatically Programed Tools), desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts em
1956, daí para frente foram desenvolvidas outras linguagens para a geração contínua de contornos
como AutoPrompt (Automatic Programming of Machine Tools), ADAPT, Compact II, Action, e
outros que surgiram e continuam surgindo para novas aplicações. Com o aparecimento do circuito
integrado, houve grande redução no tamanho físico dos comandos, embora sua capacidade de
armazenamento tenha aumentado, comparando-se com os controles transistorizados.
A figura mostra um torno moderno, controlado por meio de um comando numérico
computadorizado.
CONTROLES FLEXÍVEIS
Uma das vantagens do comando numérico em relação aos tipos anteriores de controle é a
possibilidade de mudar rapidamente a seqüência de operações que a máquina deve realizar. Por
meio de um programa específico, essa seqüência é alterada para realizar uma determinada seqüência
de funções.
Um programa é uma lista de instruções escritas numa linguagem que a máquina é capaz de
entender. Um cozinheiro, para preparar um bolo, deve seguir fielmente os passos descritos na
receita. A máquina também precisa obedecer às instruções do programa para executar sua tarefa
com perfeição. Mudar o programa de operação da máquina é, portanto, muito mais rápido do que
fabricar novos cames ou realizar regulagens mecânicas. Você ainda pode estar se perguntando por
que o controle é chamado numérico. Um comando numérico, como já vimos, é um computador
com a missão especial de controlar movimentos de máquinas. E os computadores são máquinas
eletrônicas. Logo, só são capazes de distinguir duas situações ou estados: existência, ou não, de um
certo valor de tensão elétrica. Se houver tensão, podemos indicar esse estado com o número um. Se
não houver tensão, usamos o número zero: é o sistema binário.
Daí, controlamos a máquina usando combinações de zeros e uns. Mas imagine-se
escrevendo um programa usando apenas zeros e uns. Daí a necessidade das linguagens de
programação dos comandos numéricos. Elas permitem que a tarefa do programador fique um pouco
mais fácil, pois essa linguagem acaba sendo intermediária entre a linguagem de máquina (aquele
punhado de zeros e uns) e a linguagem natural do ser humano.
Vejamos um trecho de um programa:
O2000;
T05;
G97 S1200;
M3;
M8;
G0 X20. Z2.
Para uma pessoa que não conhece a linguagem de programação da máquina, as letras e
números acima não fazem sentido. A máquina, no entanto, é capaz de entender e, o que é melhor,
obedecer às instruções descritas por esses códigos. Se fôssemos traduzir para o português, as linhas
acima diriam algo assim:
Com o programa em sua memória, cabe ao comando numérico executá-lo, fazendo com
que a máquina obedeça às instruções. Mas como isso ocorre? Você se lembra do controle manual
realizado pelo torneiro ao operar um torno mecânico? Bem, vamos então estudar como transformar
esse controle num controle numérico.
A primeira coisa é substituir o cérebro do torneiro por um comando numérico. Em seguida,
precisamos de algum dispositivo que seja capaz de saber quanto a máquina se deslocou. Assim,
seremos capazes de controlar as dimensões da peça. Portanto, devemos substituir o instrumento de
medição utilizado no controle manual por um sensor de posição. Um encoder rotativo, por
exemplo. Finalmente, para movimentar a máquina não podemos mais contar com o operador. Seus
músculos, braço, mão, bem como o manípulo da máquina, serão substituídos por um servomotor de
corrente alternada. Agrupando-se os novos componentes, podemos observar a malha de controle da
máquina.
TROCADORES DE FERRAMENTAS
Como já foi citado, a Programação CNC pega a informação usada para uma ferramentação
manual e a converte para uma linguagem que a máquina compreende. Os exemplos a seguir usam a
linguagem de programação por palavras-chave, que é a mais comumente utilizada hoje em dia.
G é um código de função preparatória que “seta” o modo segundo o qual todas as operações
posteriores serão executadas.
M é um função variada tal como fluido refrigerante on/off, eixo para frente, etc.
Programa para uma peça: Um programa para uma peça é uma série de blocos de comandos que
executam movimentos e funções da máquina a fim manufaturar uma peça. Nós usamos o exemplo
de um programa simples que desbasta o contorno de uma peça retangular de 3 polegadas x 4
polegadas com uma fresa com ferramenta de 1/2 polegada de diâmetro (veja a figura abaixo). As
coordenadas refletem a posição do centro do ferramenta, assim nós devemos considerar o tamanho
do cortador.
Locação da Peça (Zero da Peça a Trabalhar): para programar uma peça, o programador deve
determinar onde a referência zero da peça está localizada. Este zero é uma característica da peça que
define a maioria das dimensões da peça. Todas as dimensões da peça mostrada na figura precedente
vêm do canto inferior esquerdo, que é a escolha lógica para o ponto zero. Bons programadores
escolhem uma característica da peça que seja fácil de se usar.
Funções Preparatórias (Códigos G): As funções preparatórias ajustam o controle para vários
movimentos da máquina tais como a interpolação linear (G01) e a translação rápida (G00). Um
número de dois dígitos precedido por um código G determina o tipo de ação executada dentro do
bloco ou da linha de comandos. Os códigos G ou as funções preparatórias caem sempre em duas
categorias: modal ou não-modal. Não-modais ou códigos G “one-shot” são os códigos de comando
que permanecem ativos somente no bloco em que são especificados. Os códigos G modais são os
códigos de comando que permanecem ativos até que um outro código de G no mesmo grupo o
cancele ou substitua. Se cinco linhas de comando determinam movimentos lineares (alimentação),
apenas um G01 é necessário na primeira linha. As quatro linhas seguintes usariam o código G01
precedente.
Função de Controle de Rotação (S): As velocidades radiais do eixo da ferramenta são controladas
com uma palavra-chave constituída da letra S seguida por até quatro dígitos. Ao programar o centro
da ferramenta, a velocidade do eixo é programada em voltas por minuto (RPM). Uma velocidade
radial de 600 RPM seria programada como S600.
Funções Variadas (M): As funções variadas ou códigos M executam funções variadas da máquina
tais como mudanças de ferramenta, controle do fluido refrigerante, e operações do eixo. Um código
M constitui-se de valor numérico de dois ou três dígitos precedido por uma letra M. Palavras-chave
do tipo M, como códigos G, podem ser modais ou não-modais.
Chamada de Ferramenta (T): O bloco de chamada de ferramenta é bem direto, embora o centro de
usinagem difira ligeiramente de um torno. A chamada da ferramenta começa sempre com um T e
logo em seguida o número da ferramenta (T02). Uma mudança da ferramenta em um centro de
usinagem requer um código variado M06. O controle então é informado qual ferramenta deve
buscar (T02). Um bloco de comandos típico para mudança da ferramenta é N0010 M06 T02. Em
um torno, a chamada da ferramenta começa também com um T e então o número da ferramenta
(T02), seguido do offset da ferramenta. T0202 é a chamada da ferramenta número 02 com um offset
de número 02. Escreve-se 02 porque tipicamente mais de 10 ferramentas e 10 offsets estão
disponíveis, por exemplo, T1212 (ferramenta 12, offset 12). O offset dá ao operador a habilidade de
corrigir qualquer erro no tamanho da peça. Não é necessário usar um M06 no torno para chamar
uma mudança da ferramenta; de fato, um M06 no torno geralmente desconecta o mandril.
Palavras-chave de Eixos (x, y, z): Máquinas ferramentas típicas têm três eixos de movimento: x, y, z.
A letra correspondente ao eixo pode ser precedida por um sinal de direção (+ ou -). Um bloco de
comando simples para posicionar rapidamente a ferramenta da máquina a 1 polegada acima do zero
de referência pode ser exemplificado por esta linha: N0010 G00 Z1.00.
Tipos de Movimento
Modo de Alimentação Linear (G01): Uma modalidade de alimentação linear G01 move a
ferramenta para uma posição específica em uma linha reta e com uma certa velocidade. A taxa de
alimentação é a velocidade em que os eixos da máquina se movem. Os blocos de alimentação linear
representam geralmente blocos de corte. A taxa em que o metal é removido é controlada através de
um código F (feed). Tipicamente, fresas usam taxas de alimentação em polegadas minuto (ipm).
Tornos, por sua vez, são programados regularmente em polegadas por giro do eixo (ipr). Para fazer
um corte em linha reta, o bloco de informação seria: G01 X10.00 F10.00. A ferramenta mover-se-ia
para uma posição no eixo-x de 10.00 polegadas com uma taxa de alimentação de 10 polegadas por
minuto. Os movimentos em linha reta podem também ser angulares. Os controles de uma máquina
CNC são capazes de fazer movimentos simultâneos nos dois eixos (x e y).
Exemplo de Interpolação Linear G01: Códigos G00, G01, e F são do tipo modal. Os comandos
modais permanecem ativos a menos que haja uma mudança de estado devido a um outro código
preparatório. Para programar uma série de movimentos em linha reta, somente um código G01 e
uma taxa de alimentação são necessários na primeira linha. As linhas seguintes são controladas
pelo G01 e pela taxa de alimentação precedentes. Para mudar a uma modalidade de posicionamento
rápido, um G00 é usado no começo da linha. A peça da amostra na figura seguinte incorpora alguns
procedimentos de programação básicos. O procedimento objetiva o desbaste do contorno da peça
com uma profundidade de .500, com uma broca de .50 pol e com uma taxa de alimentação de 5
polegadas por minuto. A primeira parte do programa ajusta o controle usando procedimentos
preliminares. A segunda parte do programa ajusta a chamada da ferramenta. A terceira etapa ajusta
o ponto zero da peça. A quarta parte do programa starta o mandril e ajusta a velocidade de rotação
por minuto. A quinta parte do programa ajusta rapidamente a posição da ferramenta para perto da
peça e começa os movimentos lineares de corte. Depois que o perfil da peça foi cortado, a máquina
retorna à posição inicial e termina o programa.
Procedimentos de Programação
Trocas de Ferramenta: Um código variado M06 chama uma troca de ferramenta, e o código T
informa ao controle em qual slot do trocador se encontra a ferramenta.
Definição do Sistema de Coordenadas da Peça: O ajuste do sistema de coordenadas da peça
referencia a máquina à posição da peça. Embora o ponto da referência da peça possa estar situado
no canto ou em qualquer outra parte da peça, o controle deve ser informado onde fica este ponto na
mesa da máquina. A técnica para localizar o zero da peça varia para cada ferramenta. Alguns
controles usam uma tecla para ajustar o ponto zero. A operador usa um tipo de joystick ou teclas de
movimento para posicionar o centro do eixo sobre a ponto zero e pressionam então um botão de
“reset” para zerar o sistema de coordenadas. Em outros tipos de controles, o WPC é ajustado
através de um código G. Os sistemas deste tipo usam um G54 ou G92 seguido por dimensões (veja
a figura a seguir).
O sistema de coordenadas G54 é um sistema de coordenadas absolutas a partir da posição
zero (inicial, ou home) da máquina. É descrito com valores negativos porque a peça é sempre
posicionada à esquerda e abaixo nos eixos-x e y. Para encontrar esta posição, o operador posiciona
o centro do eixo diretamente sobre a referência da peça usando uma sonda ou apontador e anota
então a posição da máquina. As coordenadas desta posição são colocadas na linha contendo uma
palavra-chave G50 ou G54. Um ajuste de coordenadas típico é escrito por exemplo N0010 G54 x-
8.500 y-7.250 z-15.765.
Bloco de Acionamento do Rotor: O acionamento do rotor se dá por dois códigos: M03 informa para
iniciar a rotação no sentido horário, e S1000 informa a velocidade.
Retorno à Posição Inicial (home): A ferramenta necessita ser retornada ao ponto inicial sempre que
uma mudança da ferramenta ocorrer. Algumas máquinas utilizam um comando G28 para retornar
ao “home”; outros controles retornam ao ponto inicial automaticamente quando uma mudança da
ferramenta M06 é comandada. Quando uma mudança da ferramenta ou um retorno ao “home” são
comandados é importante saber anotar como a ferramenta chega lá. O eixo-z move-se para cima até
um ponto que permita uma folga em relação à peça, ou todos os eixos movem-se simultaneamente
para a posição de início?
Bloco de Fim de Programa: Há um certo número de maneiras diferentes de terminar o programa.
Alguns controles requerem o desligamento do fluido refrigerante e a parada da rotação através de
códigos variados individuais. Outros controles terminam o programa, rebobinam o programa e
desligam funções variadas com um único código M30.
Interpolação Circular: Até este ponto nós discutimos somente movimentos em linha reta. Se uma
máquina de controle numérico de computador fosse capaz somente de movimentos lineares, seu uso
seria muito limitado. Uma das características mais importantes de uma máquina CNC é sua
habilidade de fazer movimentos com cortes circulares. As máquinas CNC são capazes de cortar
qualquer arco com um raio especificado. Cortes em arco são conhecidos como interpolação circular.
É executado através de uma palavra-chave G02 ou G03. Para cortar um arco, o programador
necessita seguir um procedimento muito específico.
A informação crítica para cortar um arco é o ponto inicial, o sentido do arco, o ponto de
extremidade do arco, e a localização do ponto central. Ao começar a cortar um arco, a ferramenta é
posicionada já no ponto de começo do arco. Em seguida, o controle deve informar o sentido do arco
(sentido horário ou sentido anti-horário). A terceira parte é o ponto de extremidade do arco. A
última parte que o controle necessita saber é a posição do centro do arco ou o valor do raio do arco.
Ponto Inicial do Arco: O ponto do começo do arco é a coordenada do ponto do começo do arco. A
ferramenta é movida para o ponto inicial do arco na linha anterior à linha de geração do arco.
Direção do Arco (G02, G03): Uma interpolação circular pode ser executada em dois sentidos, no
sentido horário ou no sentido anti-horário. Dois códigos G especificam o sentido do arco. O código
G02 é usado para interpolação circular no sentido horário, e o código G03 é usado para
interpolação circular no sentido anti-horário. Tanto o código G02 como o código G03 são modais e
são controlados por um código de alimentação (F), da mesma maneira como uma palavra-chave
G01.
Ponto Central do Arco: Para gerar um trajeto do arco, o controlador deve saber onde o centro do
arco está. A posição central do arco deve ser programada; x e y são usados especificar o ponto final
do arco. Nós usamos as letras I e J para descrever o ponto central do arco (x e y) sendo I =
coordenada do eixo-x e J = a coordenada do eixo-y. Alguns controladores demandam como estes
eixos secundários são localizados. Na maioria das vezes, a posição central do arco é descrita como a
distância incremental do ponto inicial do arco ao centro do arco. Este método de determinar a
posição central do arco é o mais comum. Em alguns outros tipos de controles, a posição central do
arco é descrita como a posição absoluta do centro do arco em relação ao zero da peça.
Para usar a compensação de cortador, a máquina deve fazer um movimento antes que o
corte real ocorra (veja a figura).
Este movimento permite que o controle avalie sua posição atual e faça o ajuste necessário a
partir do ponto central até o ponto periférico do cortador. Para cancelar a compensação do cortador
e retornar para programação segundo o ponto central da ferramenta, o programador deve provocar
um movimento linear para invocar o cancelamento da compensação (G40). Um programa típico
que utiliza compensações do comprimento da ferramenta e do diâmetro da ferramenta é mostrado a
seguir.