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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUACÃO
DIRETORIA DE PESQUISA
CAMPUS UNIVERSITÁRIO - MORRO DO CRUZEIRO
CEP 35400-000 - OURO PRETO - MINAS GERAIS - BRASIL
E-MAIL: dpgp@cpd.ufop.br

“Desenvolvimento de Modelos Estatísticos de Regressão Linear Múltipla para


a Previsão dos Teores de Fósforo em Aços e Ferro-ligas de Manganês durante
Refino em Convertedores a Oxigênio”

RELATÓRIO FINAL

Orientador: Prof. Cláudio Batista Vieira, M.Sc, Dr.


Co-orientador: Profª. Maria Cláudia de Castro, M.Sc.
Aluno: Danilo Cuzzuol Pedrini.

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MATERIAIS


ESCOLA DE MINAS

Relatório Final, referente ao período de Agosto de 2005 a Julho de 2006, apresentado à


Universidade Federal de Ouro Preto, como parte das exigências do programa de iniciação
cientifica PIP/UFOP.
Local: Ouro Preto - Minas Gerais - Brasil
Data: 11 de Agosto de 2006
Ouro Preto, 2006
Resumo
O mercado metalúrgico exige a produção de aços e ferro-ligas com propriedades
metalúrgicas e mecânicas cada vez melhores para que possam ser aplicadas em diversas áreas
da engenharia. Uma das formas de melhorar a qualidade de aços e ferro-ligas é a diminuição
de elementos deletérios, já que essas impurezas quando apresentam teores fora das
especificações alteram as características e propriedades do produto final.

O fósforo é uma das principais impurezas contidas no aço e no ferromanganês, pois


altera a sua dureza, aumentando a resistência à tração, mas diminuindo a ductibilidade, a
soldabilidade e a tenacidade, além de causar também a “fragilidade a frio”. Particularmente,
o ferromanganês é uma das principais formas de contaminação de fósforo no aço, fator esse
que aumenta a necessidade da diminuição desse elemento nas ferro-ligas de manganês.

O presente trabalho realizou um estudo estatístico sobre os processos de


desfosforação de aços e ligas de ferromanganês médio carbono em convertedores a oxigênio
empregados em duas grandes empresas metalúrgicas. Mediante a análise estatística dos
bancos de dados dessas duas empresas, estimaram-se modelos estatísticos de regressão linear
múltipla confiáveis, tendo como variável resposta o teor de fósforo ao fim do sopro de
oxigênio ou formas linearizadas do teor de fósforo em função das variáveis de processo
(composição química da escória, temperatura, composição do ferro-gusa, composição do
FeMnAC, teor de carbono do aço, entre outras).

Para a desfosforação do aço, foram estimados quatro modelos válidos, sendo que o
melhor modelo encontrado apresentou um coeficiente de determinação de 99,7%. Para a
desfosforação do ferromanganês, foram estimados sete modelos, sendo que o melhor deles
apresentou um coeficiente de determinação de 99,1%.

_______________________________________________________
DANILO CUZZUOL PEDRINI
(ALUNO)

_______________________________________________________
PROF. CLÁUDIO BATISTA VIEIRA, M.SC, DR.
(ORIENTADOR)

ii
Índice
1. Introdução e Relevância........................................................................................................ 1
2. Objetivos ............................................................................................................................... 2
3. Revisão Bibliográfica............................................................................................................ 2
3.1. Introdução ...................................................................................................................... 2
3.2. Aços ............................................................................................................................... 3
3.3. Ferro-ligas de Manganês ................................................................................................ 4
3.4. Processos de Desfosforação ........................................................................................... 6
3.4.1. Introdução ............................................................................................................... 6
3.4.2. Desfosforação de Aços ........................................................................................... 8
3.4.3. Desfosforação de Ligas de Ferromanganês .......................................................... 12
3.4.3.1. Desfosforação Gasosa .................................................................................... 12
3.4.3.2. Desfosforação Redutora ................................................................................. 13
3.4.3.3. Desfosforação Oxidante ................................................................................. 16
3.4.4.4. Desfosforação do FeMnMC .......................................................................... 22
4. Modelos Estatísticos de Regressão Linear Múltipla ........................................................... 24
4.1. Análise de Regressão ................................................................................................... 25
4.1.1. Testes de Hipóteses no MRLM............................................................................. 25
4.1.2. Estudo da Adequação do Modelo ......................................................................... 26
4.1.2.1. Análise Residual ............................................................................................ 26
4.1.2.2. Coeficientes de Determinação ....................................................................... 28
4.2. Problemas Comuns em MRLM ................................................................................... 28
4.2.1. Multicolinearidade ................................................................................................ 28
4.2.2. Autocorrelação ...................................................................................................... 29
4.3. Seleção de Variáveis e Modelos .................................................................................. 30
4.3.1. Método Stepwise ................................................................................................... 30
4.3.2. Método Bestsubsets ............................................................................................... 30
5. Metodologia ........................................................................................................................ 31
5.1. Banco de Dados da Empresa Siderúrgica .................................................................... 31
5.2. Banco de Dados da Empresa de Ferro-ligas ................................................................ 32
5.3. Metodologia Utilizada para a Análise Estatística ........................................................ 33
5.4. Metodologia Utilizada para a Modelagem Estatística ................................................. 33
6. Resultados da Análise Estatística........................................................................................ 35
6.1. Resultados da Análise estatística 1 .............................................................................. 36
6.2. Resultados da Análise Estatística 2.............................................................................. 46
7. Resultados da Modelagem Estatística ................................................................................. 64
7.1. Resultados da Modelagem para a Empresa Siderúrgica .............................................. 64
7.1.1. Modelagem 1A...................................................................................................... 65
7.1.2. Modelagem 2A...................................................................................................... 69
7.1.3. Modelagem 3A...................................................................................................... 75
7.1.4. Modelagem 4A...................................................................................................... 75
7.1.5. Modelagem 5A...................................................................................................... 82
7.1.6. Modelagem 6A...................................................................................................... 86
7.1.7. Modelagem 7A...................................................................................................... 92
7.1.8. Modelagem 8A...................................................................................................... 97
7.2. Resultados da Modelagem para a Empresa de Ferro-ligas ........................................ 103
7.2.1. Modelagem 1B .................................................................................................... 104
7.2.2. Modelagem 2B .................................................................................................... 106
7.2.3. Modelagem 3B .................................................................................................... 108

iii
7.2.4. Modelagem 4B .................................................................................................... 108
7.2.5. Modelagem 5B .................................................................................................... 111
7.2.6. Modelagem 6B .................................................................................................... 113
7.2.7. Modelagem 7B .................................................................................................... 115
7.2.8. Modelagem 8B .................................................................................................... 119
8. Discussões dos Resultados ................................................................................................ 122
9. Conclusões ........................................................................................................................ 131
10. Referências Bibliográficas .............................................................................................. 133
11. Bibliografias .................................................................................................................... 135

iv
Lista de Figuras
Fig. 3.1 – Representação genérica do processo de refino no Convertedor LD com suas
entradas e saídas (ALMEIDA, 2005)........................................................................................ 6
Fig. 3.2 – Representação esquemática do Convertedor LD da Siderúrgica estudada, adaptado
de FRUEHAN (1998) apud ALMEIDA (2005). ...................................................................... 7
Fig. 3.3 – Representação genérica do processo de refino no Conversor da empresa de Ferro-
ligas com suas entradas e saídas. .............................................................................................. 7
Fig. 3.4 – Conversor a oxigênio da empresa estudada, adaptado de TAKAOKA et al (1993). 8
Fig. 3.5 – Evolução da desfosforação no Conversor LD, adaptado de MUNDIN (1980). ..... 10
Fig. 3.6 – Comportamento da composição química do aço durante o processo de refino no
convertedor LD (DEO, 1993) apud ALMEIDA, 2005). ........................................................ 11
Fig. 3.7 – Comportamento da composição química da escória durante o processo de refino no
convertedor LD (DEO,1993 apud ALMEIDA, 2005). ........................................................... 11
Fig. 3.8 – Variação da concentração de fósforo do FeMnMC durante a desfosforação
redutora em função do tempo de tratamento (CRUZ et al, 1994). ......................................... 16
Fig. 3.9 – Efeito do teor inicial de carbono das ligas de ferromanganês no grau de
desfosforação oxidante (MA et al, 1992). .............................................................................. 17
Fig. 3.10 – Efeito do teor inicial de silício das ligas de ferromanganês no grau de
desfosforação (MA et al, 1992). ............................................................................................. 17
Fig. 3.11 – Efeito do teor de BaO dos fluxos adicionados na capacidade de desfosforação de
FeMnAC (LIU, 1993). ............................................................................................................ 18
Fig. 3.12 – Efeito da temperatura no teor de fósforo do ferromanganês (LIU, 1993). ........... 19
Fig. 3.13 – Efeito do teor de carbono inicial no teor final de fósforo do ferromanganês (LIU,
1993). ...................................................................................................................................... 20
Fig. 3.14 – Variação da concentração de fósforo do FeMnAC durante a desfosforação
oxidante em função do tempo de tratamento, adaptado de CRUZ et al (1994)...................... 22
Fig. 3.15 – Influência da basicidade ternária no teor de MnO da escória (JINHUA &
ZHIZHONG, 1992)................................................................................................................. 23
Fig. 4.1 – Padrões de comportamento de gráficos de Resíduos: (a) satisfatório, (b) funil, (c)
arco duplo e (d) não linear (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003). ..................................... 27
Fig. 6.1 – Sumário gráfico para o teor final de fósforo do aço. .............................................. 36
Fig. 6.2 – Sumário gráfico para o peso do ferro-gusa processado no Convertedor LD, em
toneladas. ................................................................................................................................ 37
Fig. 6.3 – Sumário gráfico para o peso da sucata adicionada ao convertedor LD, em
toneladas. ................................................................................................................................ 37
Fig. 6.4 – Sumário gráfico para o peso do aço produzido pelo convertedor LD, em toneladas.
................................................................................................................................................. 38
Fig. 6.5 – Sumário gráfico para o teor de silício do ferro-gusa. ............................................. 39
Fig. 6.6 – Sumário gráfico para o teor de carbono do aço. ..................................................... 39
Fig. 6.7 – Sumário gráfico para o volume de oxigênio soprado no banho metálico, em
normais metros cúbicos........................................................................................................... 40
Fig. 6.8 – Sumário gráfico para temperatura final da escória do convertedor LD, em °C. .... 41
Fig. 6.9 – Sumário gráfico para o teor de CaO da escória do convertedor LD....................... 42
Fig. 6.10 – Sumário gráfico para o teor de FeO da escória do convertedor LD. .................... 42
Fig. 6.11 – Sumário gráfico para o teor de SiO2 da escória do convertedor LD. .................... 43
Fig. 6.12 – Sumário gráfico para o teor de MnO da escória do convertedor LD. ................... 44
Fig. 6.13 – Sumário gráfico para o teor de MgO da escória do convertedor LD. ................... 45
Fig. 6.14 – Sumário gráfico para o teor de P2O5 da escória do convertedor LD. ................... 45
Fig. 6.15 – Sumário gráfico para o teor final de fósforo do FeMnMC. .................................. 47

v
Fig. 6.16 – Sumário gráfico para o peso de FeMnAC processado no conversor, em toneladas.
................................................................................................................................................. 48
Fig. 6.17 – Sumário gráfico para o peso de FeMnMC produzido no conversor, em toneladas.
................................................................................................................................................. 48
Fig. 6.18 – Sumário gráfico para o peso da escória do conversor, em toneladas. .................. 49
Fig. 6.19 – Sumário gráfico para o volume de oxigênio soprado na liga metálica, em Normais
metros cúbicos. ....................................................................................................................... 50
Fig. 6.20 – Sumário gráfico do teor inicial de manganês do FeMnAC. ................................. 51
Fig. 6.21 – Sumário gráfico do teor inicial de silício do FeMnAC. ....................................... 51
Fig. 6.22 – Sumário gráfico do teor inicial de fósforo do FeMnAC. ...................................... 52
Fig. 6.23 – Sumário gráfico do teor inicial de ferro do FeMnAC. ......................................... 53
Fig. 6.24 – Sumário gráfico do teor inicial de titânio do FeMnAC. ....................................... 53
Fig. 6.25 – Sumário gráfico do teor inicial de carbono do FeMnAC. .................................... 54
Fig. 6.26 – Sumário gráfico do teor de MnO da escória do conversor. .................................. 55
Fig. 6.27 – Sumário gráfico do teor de MgO da escória do conversor. .................................. 56
Fig. 6.28 – Sumário gráfico do teor de CaO da escória do conversor. ................................... 57
Fig. 6.29 – Sumário gráfico do teor de SiO2 da escória do conversor. ................................... 57
Fig. 6.30 – Sumário gráfico do teor de Al2O3 da escória do conversor. ................................. 58
Fig. 6.31 – Sumário gráfico do teor de BaO da escória do conversor. ................................... 59
Fig. 6.32 – Sumário gráfico do teor de K2O da escória do conversor. ................................... 60
Fig. 6.33 – Sumário gráfico do teor de TiO2 da escória do conversor. ................................... 61
Fig. 6.34 – Sumário gráfico do teor de FeO da escória do conversor..................................... 62
Fig. 6.35 – Sumário gráfico da temperatura final da escória do conversor, em graus Celsius.
................................................................................................................................................. 63
Fig. 6.36 – Sumário gráfico a variação percentual do teor de fósforo da liga de manganês
produzida no conversor. .......................................................................................................... 64
Fig. 7.1 – 1° Gráfico dos resíduos do Modelo 1A. ................................................................. 67
Fig. 7.2 – 1° Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 1A. ....................................... 67
Fig. 7.3 – Gráfico dos resíduos do Modelo 1A. ...................................................................... 68
Fig. 7.4 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 1A. ............................................ 69
Fig. 7.5 – 1° Gráfico dos resíduos do Modelo 2A. ................................................................. 72
Fig. 7.6 – 1° Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 2A. ....................................... 72
Fig. 7.7 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 2A. ............................................................. 74
Fig. 7.8 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 2A. .................................... 74
Fig. 7.9 – 1° Gráfico dos resíduos do Modelo 4A. ................................................................. 78
Fig. 7.10 – 1° Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 4A. ..................................... 78
Fig. 7.11 – Gráfico dos resíduos do Modelo 4A. .................................................................... 81
Fig. 7.12 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 4A. .......................................... 81
Fig. 7.13 – Gráfico dos resíduos do Modelo 5A. .................................................................... 85
Fig. 7.14 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 5A. .......................................... 85
Fig. 7.15 – Gráfico dos resíduos do Modelo 6A. .................................................................... 89
Fig. 7.16 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 6A. .......................................... 90
Fig. 7.17 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 6A. ........................................................... 91
Fig. 7.18 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 6A. .................................. 92
Fig. 7.19 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 7A. ........................................................... 96
Fig. 7.20 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 7A. .................................. 96
Fig. 7.21 – Gráfico dos resíduos do Modelo 8A. .................................................................. 100
Fig. 7.22 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 8A. ........................................ 100
Fig. 7.23 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 8A. ......................................................... 102

vi
Fig. 7.24 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 8A. ................................ 103
Fig. 7.25 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 1B. .......................................................... 105
Fig. 7.26 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 1B. ................................ 105
Fig. 7.27 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 2B. .......................................................... 107
Fig. 7.28 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 2B. ................................ 107
Fig. 7.29 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 4B. .......................................................... 110
Fig. 7.30 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 4B. ................................ 110
Fig. 7.31 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 5B. .......................................................... 112
Fig. 7.32 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 5B. ................................ 112
Fig. 7.33 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 6B. .......................................................... 114
Fig. 7.34 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 6B. ................................ 115
Fig. 7.35 – Gráfico dos resíduos do Modelo 7B. .................................................................. 117
Fig. 7.36 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 7B. ........................................ 117
Fig. 7.37 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 7B. .......................................................... 118
Fig. 7.38 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 7B. ................................ 119
Fig. 7.39 – Gráfico dos resíduos do Modelo 8B. .................................................................. 121
Fig. 7.40 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 8B. ........................................ 122

vii
Lista de Tabelas
Tab. 3.1 – Sumário dos resultados experimentais da desfosforação redutora, adaptado de LEE
et al (1989). ............................................................................................................................. 14
Tab. 3.2 – Sumário dos resultados experimentais da desfosforação oxidante, adaptado de LIU
et al (1996). ............................................................................................................................. 20
Tab. 5.1 – Critérios estatísticos adotados para estimação dos modelos.................................. 35
Tab. 7.1 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 1A. ...................................................... 65
Tab. 7.2 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 2A. ...................................................... 70
Tab. 7.3 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 4A. ...................................................... 76
Tab. 7.4 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 5A. ...................................................... 82
Tab. 7.5 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 6A. ...................................................... 86
Tab. 7.6 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 7A. ...................................................... 93
Tab. 7.7 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 8A. ...................................................... 97
Tab. 8.1 – Sumário de resultados da análise estatística 1. .................................................... 122
Tab. 8.2 – Sumário de resultados da modelagem do banco de dados da empresa siderúrgica.
............................................................................................................................................... 123
Tab. 8.3 – Sumário de resultados da análise estatística 2. .................................................... 127
Tab. 8.4 – Sumário de resultados da modelagem do banco de dados da empresa produtora de
FeMnMC. .............................................................................................................................. 128

viii
Glossário de Caracteres
1/T – inverso da temperatura;
Al2O3 – teor de alumina (Al2O3) da escória;
(Al2O3)^2, (BaO)^2, C^2, (C*)^2, (CaO)^2, (Fe*)^2, (FeO)^2, (K2O)^2, (Mn*)^2,
(MnO)^2, (MgO)^2, (P*)^2, (P2O5)^2, (Si*)^2, (SiO2)^2, (Ti*)^2, (TiO2)^2 e (Si
(Gusa))^2 – variáveis regressoras elevadas ao quadrado;
(Al2O3)^3, (BaO)^3, C^3, (C*)^3, (CaO)^3, (Fe*)^3, (FeO)^3, (K2O)^3, (Mn*)^3,
(MnO)^3, (MgO)^3, (P*)^3, (P2O5)^3, (Si*)^3, (SiO2)^3, (Ti)^3, (TiO2)^3 e (Si
(Gusa))^3 – variáveis regressoras elevadas ao cubo;
BaO – teor de óxido de bário da escória;
BB – índice de basicidade binária da escória;
BO – índice de basicidade ótica da escória;
BQ – índice de basicidade quaternária da escória;
BT – índice de basicidade ternária da escória;
C – teor final de carbono ao final do sopro de oxigênio (tanto para o aço quanto para o
FeMnMC);
C* – teor inicial de carbono do FeMnAC antes de ser processado no conversor;
CaO – teor de óxido de cálcio da escória;
Coef – notação de saída do software Minitab para os valores dos parâmetros estimadores do
intercepto (B0) e de inclinação (Bj);
Constant - notação de saída do software Minitab para o parâmetro estimadore do intercepto
(B0);
F – notação de saída software Minitab para o resultado do teste F-Snedecor da Análise de
Variância;
Fe* - teor inicial de ferro do FeMnAC antes de ser processado no conversor;
FeMnAC – ferro-manganês alto carbono;
FeMnBC – ferro-manganês baixo carbono;
FeMnMC – ferro-manganês médio carbono;
FeO – teor de óxido de ferroso da escória;
FeSiMn – ferro sílico-manganês;
K2O – teor de óxido de potássio (K2O) da escória;
ln (Al2O3), ln (BaO), ln (C), ln (C*), ln (CaO), ln (Fe*), ln (FeO), ln (K2O), ln (Mn*), ln
(MnO), ln (MgO), ln (P*), ln (P2O5), ln (Si*), ln (SiO2), ln (Si (Gusa)), ln (Ti*), ln
(TiO2) – logaritmos naturais das variáveis regressoras;
ln P – logaritmo natural do teor final de fósforo ao final do sopro de oxigênio (tanto para o
aço quanto para o FeMnMC);
ln ( P – P*) – logaritmo natural para a diferença entre teor de fósforo entre o FeMnMC
produzido no conversor e o teor de fósforo do FeMnAC;

ix
ln (P/Rq(P2O5) – logaritmo natural do teor final de fósforo dividido pela raiz quadrada do
teor de óxido de fósforo da escória;
Mallows C-p – notação de saída do software Minitab para a estatística Cp de Mallows;
MgO – teor de óxido de magnésio da escória;
Mn* - teor de manganês inicial do FeMnAC, antes de ser processado;
MnO – teor de óxido de manganês da escória;
Noconstant - notação de saída do software Minitab para indicação de que o modelo estimado
é sem intercepto;
P – teor final de fósforo ao final do sopro de oxigênio (tanto para o aço quanto para o
FeMnMC);
P* – teor inicial de fósforo do FeMnMC, antes de ser processado no conversor a oxigênio;
P2O5 – teor de pentóxido de fósforo (P2O5) da escória;
R-Sq – notação de saída do software Minitab para o coeficiente de determinação (R2) para
modelos de regressão linear múltipla;
R-Sq(adj) – notação de saída do software Minitab para o coeficiente de determinação
ajustado (Raj2) para modelos de regressão linear múltipla;
SE Coef - notação de saída do software Minitab para os desvios-padrão dos parâmetros
estimadores do intercepto (B0) e de inclinação (Bj);
Si (Gusa) – teor de silício do ferro-gusa antes de ser processado no convertedor LD;
Si* – teor inicial de silício do FeMnAC antes de ser processado no conversor;
SiO2 – teor de sílica (SiO2) da escória;
T – valor do teste t para cada parâmetro estimador do modelo, sejam o parâmetro do
intercepto (B0) ou os de inclinação para cada variável regressora (Bj);
Ti* - teor inicial de titânio do FeMnAC antes de ser processado no conversor;
TiO2 – teor de óxido de titânio (TiO2) da escória;
(P-P*) – diferença entre teor de fósforo entre o FeMnMC produzido no conversor e o teor de
fósforo do FeMnAC.

x
1. Introdução e Relevância

Atualmente, o mercado siderúrgico exige a produção de aços e ferro-ligas com


propriedades e características cada vez melhores, para serem aplicados nas mais diversas
áreas da engenharia, isso leva as indústrias metalúrgicas a buscar formas de aperfeiçoamento
das condições de fabricação a preços competitivos.

O alto teor de fósforo nos minérios de ferro e de manganês tem sido muitas vezes
um fator limitante do aproveitamento econômico parcial ou total de muitas jazidas ferríferas
e manganesíferas do Brasil e do mundo. Justifica-se que estes minérios são recursos naturais
que ocupam papel de destaque no país, sejam pelas reservas existentes, sejam pela
essencialidade na produção de ferro-ligas e aço. O setor mínero-metalúrgico é
indubitavelmente um dos alicerces da economia brasileira.

A exigência dos clientes quanto à redução dos teores de elementos deletérios,


dentre eles o fósforo, vem aumentando continuamente. Uma das alternativas possíveis é a
utilização de minérios de ferro e de manganês com baixos teores de fósforo, o que inviabiliza
o aproveitamento das reservas de minérios com altos teores de fósforo.

Existem abordagens clássicas na literatura nacional e internacional no


desenvolvimento de pesquisa para solução do problema do fósforo nestes materiais:

1) Estudos hidrometalúrgicos com foco no minério;

2) Estudos hidrometalúrgicos e pirometalúrgicos com foco no minério;

3) Estudos pirometalúrgicos com foco na liga metálica.

Este trabalho enquadra-se na linha de estudos pirometalúrgicos com foco na liga


metálica objetivando o desenvolvimento de modelos estatísticos para previsão do teor de
fósforo no aço e ligas de ferromanganês em função de variáveis de processo em
convertedores a oxigênio. Destaca-se que ocorreram poucos desenvolvimentos no país com
relação aos estudos voltados para desfosforação de ligas de ferromanganês.

Os processos de refino do aço e ferro-ligas de manganês utilizam o oxigênio de alta


pureza para diminuir os teores de carbono do banho metálico, através da reação de
descarburação. Nesse processo também ocorrem as reações de oxidação parcial do fósforo e
sua retirada via escória (MUNDIM, 1980 e LÚCIO, 1980).

1
2. Objetivos

Enumeram-se os seguintes objetivos específicos deste projeto:


• Análise estatística de um banco de dados referente às características do
processo de diversas corridas de um convertedor LD a oxigênio de produção de aço;
• Análise estatística de um banco de dados referente às características dos
processos de diversas corridas de um conversor a oxigênio de produção de ferromanganês;
• Desenvolvimento de modelos estatísticos de regressão linear múltipla para a
variável resposta teor de fósforo do aço produzido em convertedor LD a oxigênio em função
de variáveis regressoras (parâmetros de temperatura e químicos) das matérias primas e
produtos;
• Desenvolvimento de modelos estatísticos de regressão linear múltipla para a
variável resposta teor de fósforo do ferromanganês produzido em conversor a oxigênio em
função de variáveis regressoras (parâmetros de temperatura e químicos) das matérias primas
e produtos.

Com o estabelecimento de modelos estatisticamente corretos será possível prever


com boa precisão os teores de fósforo finais no aço e no ferro manganês.

3. Revisão Bibliográfica

3.1. Introdução
Os aços e as ligas de ferrromanganês, durante seus processos de fabricação,
apresentam, em sua composição, uma grande variedade de elementos deletérios, como o
fósforo, silício, alumínio, enxofre, arsênio, titânio, etc. Essas impurezas devem ter suas
concentrações abaixo dos limites especificados para não alterarem as propriedades e
características desejadas para o produto final (CHIAVERINI, 1990).

Particularmente, o fósforo é umas das principais impurezas contidas no aço e no


ferro-manganês e sua concentração deve ser controlada dentro de certos limites, sua
porcentagem não pode exceder 0,015-0,035% pois tem forte influência sobre a qualidade
metalúrgica e mecânica, alterando as características específicas desejadas para esses produtos
(CHIAVERINI, 1990).

2
Segundo CHIAVERINI (1990) e LIU (1993) o fósforo substitui alguns átomos de
ferro na estrutura sólida dos aços, alterando forma e tamanho dos grãos, causando o
endurecimento da ferrita. Dessa forma, ocorre a alteração da dureza dos aços, aumentando,
assim, a sua resistência à tração, principalmente em aços de baixo carbono, mas diminuindo a
sua ductibilidade. Um efeito do fósforo muito conhecido é a chamada “fragilidade a frio”,
que é caracterizada pela baixa tenacidade em temperaturas baixas, facilitando o surgimento
de trincas em temperaturas comuns, aspectos que dificultam a sua utilização na construção
civil.

Em aços com teores mais elevados de carbono os efeitos do fósforo são ainda mais
nocivos, já que este tende a expulsar o carbono da austenita e durante o resfriamento do aço
as áreas originalmente ricas em fósforo ficam constituídas quase que completamente de
ferrita, ocasionando o surgimento de “ghost lines” que facilitam o aparecimento de trincas
(CHIAVERINI, 1990).

Segundo CRUZ et al (1994), em altas concentrações o fósforo aumenta a


fragilidade a quente, produzindo trincas em peças fundidas e no cordão de solda, aspectos
esses que dificultam a aplicação desses aços na indústria metal-mecânica.

O fósforo nos aços de baixo carbono apresenta alguns aspectos favoráveis, já que
aumenta a sua dureza. Quando combinado com enxofre, o fósforo melhora a resistência à
corrosão e a usinabilidade dos aços (CHIAVERINI, 1990).

3.2. Aços
Segundo CHIAVERINI (1990) os aços podem ser classificados de acordo com a
sua composição química, sua estrutura ou de acordo com a sua aplicação. No presente
trabalho, serão apresentadas apenas as classificações de acordo com a composição química.
Dessa forma, os aços podem ser classificados em aços-carbono e aços-liga.

Os aços-carbono apresentam teor máximo de carbono de 1,9% e teores residuais de


fósforo, manganês, silício, enxofre, titânio e outros elementos. Podem ser subdivididos em
(CHIAVERINI, 1990; LÚCIO et al, 1980):

- Aços doces ou de baixo carbono: apresentam entre 0,06 a 0,25% de carbono;


- Aços semiduros ou de médio carbono: 0,26 a 0,50% de carbono;
- Aços duros ou de alto carbono: 0,60 a 1,9% de carbono.

3
Segundo LÚCIO et al (1980), os aços-liga contém maiores quantidades de um ou
vários elementos de liga, como manganês, silício, cromo, níquel, molibdênio, alumínio,
vanádio, cobalto, entre outros. Para CHIAVERINI (1990) esses aços geralmente apresentam
melhores propriedades mecânicas que os aços carbono e podem ser subdivididos em:

- Aços-liga de baixo teor em liga: os elementos residuais estão presentes acima dos
teores normais e o teor de elementos de liga não ultrapassam 5,0%. A quantidade total de
elementos de liga é insuficiente para alterar profundamente as estruturas dos aços resultantes;

- Aços-liga de médio teor em liga: o teor de elementos de liga está entre 5,0 e
10,0%;

- Aços-liga de alto teor em liga: o teor total dos elementos de liga é superior a 10%.
Essa grande quantidade de elementos de liga causa profundas alterações na estrutura e
propriedades desses aços.

3.3. Ferro-ligas de Manganês


As ferro-ligas são ligas de ferro e outros metais, nas quais o teor do metal é maior
que o de Ferro e têm a finalidade de facilitar a incorporação de elementos de liga ao aço
(menores ponto de fusão e densidade que os metais puros) e assim melhorar algumas
propriedades do aço, pois a combinação de diversos elementos de liga produz aços com uma
larga faixa de propriedades (LÚCIO et al, 1980; CHIAVERINI, 1990).

Um dos grandes destaques da indústria de ferro-ligas mundial é o manganês, já que


este é um importante elemento de liga do aço, pois refina a estrutura do grão, fortalecendo a
ferrita e, conseqüentemente, aumentando a resistência mecânica e melhorando a
temperabilidade e a ductibilidade do aço. Em teores mais altos, o manganês, associado a
teores mais altos de enxofre facilita a usinagem, melhorando o seu acabamento superficial
(CHIAVERINI, 1990; CHAUDHARY et al, 2001).

O manganês é utilizado principalmente como um desoxidante na etapa final do refino


do aço, objetivando retirar o oxigênio dissolvido no aço durante o processo de sopro a
oxigênio, além de agir como um dessulfurante. Os elementos silício e manganês formam
óxidos insolúveis no aço, sendo constituintes da escória do refino do aço. O manganês
também neutraliza os efeitos danosos do enxofre no aço, além de agir como um elemento de

4
liga em aços-liga (LÚCIO et al, 1980; LIU et al, 1995; MA et al 1992; LEE &
KOLBEINSEN, 2005).

Segundo LIU (1993), as principais ligas de ferromanganês são classificadas em três


categorias, de acordo com o seu teor de carbono: ferromanganês alto carbono, representado
por FeMnAC (7-8% de carbono), ferromanganês médio carbono, representado por FeMnMC
(1-2% de carbono) e ferromanganês baixo carbono, representado por FeMnBC (0,1-0,5% de
carbono). Outra liga muito utilizada é liga de ferro sílico-manganês (FeSiMn), que apresenta
um teor de 15% de Silício.

O FeMnAC é a liga de manganês mais utilizada, sendo aplicada principalmente na


desoxidação do aço (LÚCIO et al, 1980; DRESLER, 1989; LIU, 1993) . O FeSiMn é
empregado como um desoxidante complexo assim como na produção de aços de baixa liga,
também é extensamente utilizado na produção de FeMnMC ou do FeMnBC.

Os empregos das ligas FeMnMC e FeMnBC são, entre outros, na fabricação de


chapas para estampagem profunda que requerem baixos teores de carbono e fósforo,
tubulações soldáveis para trabalho em baixas temperaturas, estabilizador da austenita nos
aços inoxidáveis austeníticos, fabricação de eletrodos de soldas, etc. Segundo DRESLER
(1989), as ligas de FeMnMC e FeMnBC são mais valorizadas para a fabricação de aços, pois
facilitam o trabalho de refino dos aços

Devido a essas características, o ferromanganês e o ferro sílico-manganês são


matérias-primas essenciais à produção de praticamente todos os tipos de aços, sendo
adicionados em média 10 kg de ferromanganês por tonelada de aço (LIU et al, 1995). Cerca
de 98% da produção mundial de ferromanganês é destinada à produção de aços (LIU, 1993;
RISS & KHODOROVSKY, 1967).

As ligas de ferromanganês são uma das principais fontes de contaminação de fósforo


na fabricação de aço, devido ao alto teor de fósforo em sua composição. A maior parte do
fósforo presente nas ferro-ligas de manganês são originadas do minérios de manganês, logo,
para viabilizar a extração de alguns desses minérios que contenham altos teores de fósforo,
faz-se necessário um aprimoramento das operações de refino (CHAUDHARY et al, 2001;
ROY et al, 2001).

5
3.4. Processos de Desfosforação

3.4.1. Introdução
Nos aços, o processo LD consiste basicamente na descarburação do ferro-gusa,
transformando em aço líquido mediante a injeção de oxigênio no banho metálico Além da
diminuição to teor de carbono do metal, nesse processo também ocorre a diminuição dos
teores de silício, fósforo, enxofre e outras impurezas a níveis residuais. Na figura 3.1, têm-se
uma representação genérica do processo:

Fig. 3.1 – Representação genérica do processo de refino no Convertedor LD com suas


entradas e saídas (ALMEIDA, 2005).

A empresa estudada aplica o processo LD com sopro combinado, onde são injetados
oxigênio por uma lança no topo do convertedor LD e gás inerte (argônio ou nitrogênio) pelo
fundo através de refratários porosos (ALMEIDA, 2005).

O convertedor LD da empresa Siderúrgica (Figura 3.2) processa, em média, 74,5


toneladas de aço por corrida e possui um volume útil de 59,2 m3, a lança de topo tem uma
vazão de 200 Nm3/min e as 4 ventaneiras do fundo possuem uma vazão média total de 4
Nm3/min (ALMEIDA, 2005).

6
Fig. 3.2 – Representação esquemática do Convertedor LD da Siderúrgica estudada, adaptado
de FRUEHAN (1998) apud ALMEIDA (2005).

Nas ligas de ferromanganês, o processo de refino consiste principalmente na reação


de descarburação do metal líquido pela injeção de oxigênio no banho metálico. Dessa forma,
ocorre a transformação de FeMnAC em FeMnMC, já que o teor de carbono da liga metálica
é reduzinda 6,5% para no máximo 1,5%, além de reduzir também as concentrações de
fósforo, enxofre, silício e titânio na liga produzida (SILVEIRA & ALMEIDA, 1987;
JINHUA & ZHIZHONG, 1992). Na figura 3.3, têm-se uma representação genérica do
processo:

Fig. 3.3 – Representação genérica do processo de refino no Conversor da empresa de Ferro-


ligas com suas entradas e saídas.

7
A empresa estudada utiliza o conversor com sopro combinado, onde se injeta
oxigênio por uma lança localizada no topo e por duas ventaneiras no fundo através de
refratários porosos.

O conversor da empresa produtora de ligas de ferromanganês (Figura 3.4) é revestido


internamente por um refratário a base de MgO. O oxigênio é soprado por uma lança vertical
(refrigerada a água), com vazão de 350 Nm3/h na parte superior do banho e por 2 ventaneiras
consumíveis (refrigeradas a N2), localizadas na parte inferior da panela, com vazão total de
800 Nm3/h.

Fig. 3.4 – Conversor a oxigênio da empresa estudada, adaptado de TAKAOKA et al (1993).

3.4.2. Desfosforação de Aços


Os fatores que influenciam o processo de desfosforação do aço são conhecidos
qualitativamente, já que não há disponibilidade de dados termodinâmicos das reações de
oxidação que ocorrem no processo de desfosforação.

É possível perceber que a oxidação do fósforo é influenciada principalmente por:


temperaturas, composição da escória, porcentagem de Mn, Si e C presentes no ferro-gusa e
na sucata líquida, potencial de oxigênio do ressopro, sendo esses fatores os de maior
utilização no desenvolvimento de modelos estatísticos para a previsão do teor de fósforo
(ALMEIDA, 2005; CAMPOS, 1985; MUNDIM, 1980).

Segundo KUNDRIN (1984) e MUNDIN (1980), as principais condições para a


realização da desfosforação são:
- escórias e atmosfera oxidantes;

8
- alta atividade de óxidos de FeO da escória;

- alta basicidade da escória e alta atividade de CaO;

- formação rápida de escória ferro-calcárea;

- temperaturas relativamente baixas;

- baixa atividade do pentóxido de fósforo na escória.

O processo de desfosforação do aço começa ainda no início do sopro, já que a


oxidação do fósforo é favorecida pela baixa temperatura, alto potencial de oxigênio e pela
alta concentração de FeO do início do sopro (CAMPOS, 1985; SILVEIRA, 1997). Nessa
fase, o fósforo é oxidado em ponto de fogo e na superfície de partículas ejetadas, juntamente
com o Fe, Si e Mn, partipando das reações de dissolução da cal, sendo fixado pela escória
então formada (MUNDIN, 1980).

Segundo KUNDRIN (1984) ocorrem três reações principais de desfosforação nessa


fase:
a) Com o oxigênio gasoso:
4/5[P] + O2(g) → 2/5(P2O5);
b) Com o oxigênio dissolvido no metal:
4/5[P] + 2[O] → 2/5(P2O5);
c) Com o oxigênio do óxido de ferro da escória:
4/5[P] + 2(FeO) → 2/5(P2O5) + 2 [Fe];
À medida que o tempo de sopro vai aumentando há um aumento de temperatura do
banho metálico e da escória (devido principalmente à combustão do carbono do ferro-gusa) e
uma redução do teor de FeO da escória, ocorrendo a interrupção do processo de
desfosforação (CAMPOS, 1985; MUNDIN, 1980; KINDRIN, 1984). Pode ocorrer também a
refosforação, ou seja, a decomposição do pentóxido de fósforo, já que este é muito instável
em altas temperaturas:
2/5(P2O5) → 4/5[P] + 2[O]

Como a temperatura continua aumentando, o processo de desfosforação só pode


continuar se a atividade do pentóxido de fósforo for diminuída, para isso deve-se dissolver o
P2O5 na escória mediante a adição de cal. Segundo MUNDIN (1980), ocorrem as seguintes
reações:
(P2O5) + 3(CaO) → (3CaO.P2O5)
(P2O5) + 4(CaO) → (4CaO.P2O5)

9
Segundo KUNDRIN (1984) devido à adição de cal no convertedor, nessa fase
ocorre também a oxidação de fósforo do aço e redução de óxido de ferro da escória:
2[P] + 5(FeO) + 3(CaO) → (3CaO. P2O5) + 5[Fe]
2[P] + 5(FeO) + 4(CaO) → (4CaO. P2O5) + 5[Fe]

Na figura 3.5 é possível observar a evolução genérica da desfosforação de acordo


com o tempo de sopro:

- entre os pontos A e B temos o início do sopro, onde há uma grande diminuição do


teor de fósforo do aço;

- entre os pontos B e C temos a interrupção da desfosforação e ocorrência da


refosforação, onde há um aumento do teor de fósforo no aço;

- após o ponto C há diminuição do teor de fósforo do aço devido à dissolução de cal


no banho metálico.

Fig. 3.5 – Evolução da desfosforação no Conversor LD, adaptado de MUNDIN (1980).

Segundo ALMEIDA (2005) e CAMPOS (1985), a presença de MnO na escória


reduz o coeficiente de atividade do pentóxido de fósforo e diminui a viscosidade da escória,
facilitando a desfosforação, mas, com teores de MnO superiores a 1%, ocorre a diluição da
escória, diminuindo a atividade de CaO, o que prejudica a desfosforação. A desfosforação de
aços é beneficiada por teores de carbono mais baixos.

10
A variação dos teores de carbono, fósforo, manganês, enxofre e silício e a
composição da escória durante o processo podem ser vistas nas figura 3.6 e 3.7,
respectivamente:

Fig. 3.6 – Comportamento da composição química do aço durante o processo de refino no


convertedor LD (DEO, 1993) apud ALMEIDA, 2005).

Fig. 3.7 – Comportamento da composição química da escória durante o processo de refino no


convertedor LD (DEO,1993 apud ALMEIDA, 2005).

11
3.4.3. Desfosforação de Ligas de Ferromanganês
Existem poucos estudos relativos à desfosforação de ligas de ferromanganês em
indústrias metalúrgicas, devido principalmente à dificuldade da aplicação dessas técnicas
fora das condições controladas de laboratórios. Segundo LIU (1993), os atuais métodos
desfosforação podem ser divididos em 3 correntes diferentes: desfosforação redutora,
desfosforação oxidante e desfosforação gasosa.

3.4.3.1. Desfosforação Gasosa


De acordo com LIU (1993) e TUSET & WÆRNES (1989), a desfosforação gasosa
inclui a reação seguinte:
[P] + xM(g ou l) → MxP(g) (i) *onde M é um metal

Na reação (i) o fósforo pode ser removido pela adição de NaF ou NaCl, formando o
gás Na3P, o que levaria à problemas ambientais para o controle desse gás.

TUSET & WÆRNES (1989) realizaram experimentos para a desfosforação gasosa


de ligas de ferromanganês a 1300 °C utilizando magnésio como agente desfosforante. Nos
experimentos realizados, utilizaou-se ligas de estanho-magnésio como fonte de magnésio, a
principal reação da desfosforação gasosa é:

[P] + 3/2Mg(g) → 1/2Mg3P2(g)

Os resultados obtidos por TUSET & WÆRNES (1989) foram:

- o magnésio é um agente desfosforante menos eficiente do que o esperado pelos


autores;
- os melhores resultados de desfosforação foram obtidos em ligas de FeMnAC e
FeMnBC;
- após o processo, ocorre contaminação superior a 1% de magnésio na liga.

As escórias da desfosforação gasosa reagem com água, produzindo o gás PH3 que é
tóxico, acarretando em problemas ambientais e de segurança dos trabalhadores da empresa
(TUSET & WÆRNES, 1989).

Segundo CHAUDHARY et al (2001) e LIU (1993) a desfosforação gasosa do


ferro-manganês é ineficiente porque a pressão parcial do manganês é muito maior que a do
fósforo, levando a grandes perdas de manganês.

12
3.4.3.2. Desfosforação Redutora
Para CRUZ et al (1994) a remoção do fósforo das ligas de manganês sem que
ocorra a oxidação de grande parte do manganês pode ser realizada de duas formas:
- Condições pouco oxidantes, com escórias ultra-básicas: eficientes em ferro-ligas
de manganês com elevados teores de carbono e reduzidos teores de silício;
- Condições fortemente redutoras através de escórias básicas ou de elementos
formadores de fosfetos: eficientes em ferro-ligas de manganês com baixos teores de carbono
e teores baixos de silício.

As fortes interações entre o manganês e o fósforo são um grande problema para a


desfosforação oxidante de ligas de ferromanganês: as atuais técnicas de desfosforação
acarretam em grandes perdas de manganês na liga (ZAITSEV & MOGUTNOV, 1992).

TUSET & WÆRNES (1989) realizaram experimentos para a desfosforação


redutora de ligas de ferromanganês a 1300 °C, utilizando cálcio metálico como agente
desfosforante. Nesse experimento chegou-se à conclusão que o cálcio é um agente
desfosforante eficiente apenas em ligas de FeMnBC.

LEE et al (1989) estudou a desfosforação redutora de ligas de FeMnAC utilizando


como agentes redutores o magnésio metálico e o Mg2Si num recipiente de pressão para
diminuir a vaporização de magnésio. A principal reação de desfosforação redutora utilizando
o magnésio é:
3Mg(l) + 2[P] → Mg3P2(s)

Os resultados dos experimentos realizados nesse estudo são apresentados na Tabela


3.1:

13
Tab. 3.1 – Sumário dos resultados experimentais da desfosforação redutora, adaptado de LEE
et al (1989).

LEE et al (1989) chegou à conclusão que o magnésio metálico e o Mg2Si são bons
agentes desfosforantes de ligas de FeMnAC e que quanto menor a atividade do fosfeto de
magnésio, maior é o grau de desfosforação da liga.

ZAITSEV & MOGUTNOV (1992) estudaram, em laboratório, as condições


termodinâmicas da desfosforação redutora de ferro-ligas de manganês utilizando fluxos de
cálcio (Ca-CaF2-CaO) em atmosfera inerte. A principal reação desse processo é:
3/2Ca(l) + [P] → Ca3/2P (s)

A conclusão desse estudo foi que os coeficientes de equilíbrio de fósforo são


maiores ou iguais a 600, indicando que a desfosforação redutora é possível. Ainda nesse
mesmo estudo, ZAITSEV & MOGUTNOV (1992) estudaram a influência do oxigênio e
nitrogênio na desfosforação, chegando à conclusão que ambos dificultam a retirada do

14
fósforo e o processo somente pode ser realizado com baixas pressões parciais desses dois
gases.

CRUZ et al (1994) realizou experimentos para avaliar o grau de remoção de fósforo


através da desfosforação redutora em ligas de FeMnMC empregando fluxos de 85%CaC2-
15%CaF2 ou CaSix, as duas principais reações são:
3CaC2 + 2[P] → Ca3P2 + 6[C]
3CaSix + 2[P] → Ca3P2 + 3x[Si]

Altos teores de carbono e silício prejudicam as reações, logo a desfosforação


redutora é prejudicada em ligas de FeMnAC e FeSiMn. Nesse estudo chegou-se às seguintes
conclusões:
- ao utilizar o carbeto de silício é possível atingir um grau de desfosforação de 57%;
- ao utilizar o carbureto de cálcio é possível atingir um grau de desfosforação de
33% e com o aumento da temperatura é possível chegar a melhores graus de desfosforação;
- em ambos os fluxos, ocorre a refosforação, o que acarreta em menor eficiência das
reações de desfosforação.

Os resultados da desfosforação redutora de FeMnMC realizada por CRUZ et al


(1994) são mostrados na figura 3.8:

15
Fig. 3.8 – Variação da concentração de fósforo do FeMnMC durante a desfosforação
redutora em função do tempo de tratamento (CRUZ et al, 1994).

Segundo CHAUDHARY et al (2001), LIU (1993) e MA et al (1992) as escórias da


desfosforação redutora em contato com umidade produzem o gás PH3 que é tóxico,
acarretando em problemas ambientais e de segurança dos trabalhadores da empresa, além
disso, essas escórias apresentam altos custos de desativação.

3.4.3.3. Desfosforação Oxidante


MA et al (1992) realizou experimentos de desfosforação de ligas de ferromanganês
usando fluxos de BaO como agentes oxidantes. O grande problema apontado pelo trabalho de
MA et al (1992) é que o manganês apresenta grande afinidade pelo oxigênio, fazendo com
que a desfosforação oxidante acarrete em grandes perdas de manganês da liga.

A principal reação descrita por MA et al (1992) é:

3 BaO(s) + 2[P]+ 5/2 O2 → Ba3(PO4)2(s)

Os principais resultados de MA et al (1992) foram:

16
- aumentos do teor inicial de carbono beneficiam a desfosforação do
ferromanganês, como é possível observar na figura 3.9:

Fig. 3.9 – Efeito do teor inicial de carbono das ligas de ferromanganês no grau de
desfosforação oxidante (MA et al, 1992).

- altos teores de silício prejudicam a desfosforação oxidante, como é possível


observar na figura 3.10:

Fig. 3.10 – Efeito do teor inicial de silício das ligas de ferromanganês no grau de
desfosforação (MA et al, 1992).

- aumentos de temperatura diminuem o grau de desfosforação, sendo que a


temperatura ótima para desfosforação oxidante é 1300° C;
- a reação de desfosforação é de primeira ordem.

17
LIU (1993) estudou a desfosforação oxidante de ligas de ferromanganês com
escórias a base de BaO, além de testar a influência da adição de CaF2, MnO, BaCl2 e BaF2 na
eficiência de remoção do fósforo.

LIU (1993) descobriu que o melhor fluxo para ser adicionado na desfosforação do
ferromanganês é 50% de BaO, 20% de MnO e 30%BaF2. Na figura 3.11 é possível observar
a influência do teor de BaO dos fluxos no grau de desfosforação:

Fig. 3.11 – Efeito do teor de BaO dos fluxos adicionados na capacidade de desfosforação de
FeMnAC (LIU, 1993).

Os principais resultados encontrados por LIU (1993) foram:

- a adição de CaF2, CaO, SiO2, MgO e Al2O3 acarretam em uma queda da


basicidade da escória, o que leva a um decréscimo da capacidade de desfosforação do fluxos
utilizados. Os limites críticos desses óxidos são: (%CaO)<5-8, (%CaF2)< 20, (%MgO)< 5,
(%SiO2)< 3-5% e (%Al2O3)< 3,5.

- a adição do fluxo BaO-MnO-BaF2-BaCl2 é eficiente na desfosforação, lembrando


que um acréscimo de BaCl2 reduz a capacidade de desfosforação do fluxo utilizado;

- a capacidade de remoção do fósforo é prejudicada pelo aumento da temperatura,


sendo considerada ótima a temperatura por volta de 1300-1350°C, conforme é possível
observar na figura 3.12:

18
Fig. 3.12 – Efeito da temperatura no teor de fósforo do ferromanganês (LIU, 1993).

- os fluxos utilizados realizam a desfosforação e a dessulfuração das ligas de


ferromanganês simultaneamente;

- a escória do processo de desfosforação pode ser reciclada para reuso no processo;

- elevados teores de carbono do FeMnAC processado beneficiam a desfosforação,


além de diminuir as perdas de manganês, como é possível observar na figura 3.13:

19
Fig. 3.13 – Efeito do teor de carbono inicial no teor final de fósforo do ferromanganês (LIU,
1993).

Na Tabela 3.2 é possível observar a comparação entre as diferentes composições


dos fluxos adicionados ao banho metálico e seus respectivos graus de desfosforação:

Tab. 3.2 – Sumário dos resultados experimentais da desfosforação oxidante, adaptado de LIU
et al (1996).

20
Ainda em seus estudos, LIU (1993) também realizou experimentos com um fluxo
de BaCO3 puro, achando um grau de desfosforação de 61% e sugeriu pesquisas mais
aprofundadas desse tipo de fluxo. Dessa forma, CHAUDHARY et al (2001) realizou estudos
sobre a desfosforação oxidante de FeMnAC utilizando fluxos de BaCO3, com adições de
CaO, CaF2, Al2O3, MnO2, BaCl2 e BaF2. Esse estudo chegou aos seguintes resultados:
- o fluxo de 65% de BaCO3 e 35% de BaF2 foi o mais eficiente para a
desfosforação, removendo cerca de 68% do fósforo contido inicialmente na liga, com uma
perda de manganês inferior a 5%;
- a adição de BaCl2 ou de MnO2 nos fluxos diminuiu a eficiência da desfosforação;
- o aumento do teor inicial de Silício da liga reduz drasticamente o grau de
desfosforação;
- temperaturas baixas (1300-1350°C) favorecem as reações de desfosforação em
condições oxidantes;

Segundo CRUZ et al (1994) as reações de remoção de fósforo só ocorrem


preferencialmente à oxidação do manganês mediante o emprego de escórias ultra-básicas.
Dessa forma CRUZ et al (1994) estudou a desfosforação oxidante de FeMnAC com escórias
ultra-básicas de BaCO3 e os efeitos da adição de MnO2, Fe2O3 e BaCl2 na remoção do fósforo
da liga.
Lembrando que o processo de desfosforação oxidante com escórias básicas é
eficiente apenas para a remoção de fósforo de ligas de manganês que contenham elevados
teores de carbono e baixos teores de silício, CRUZ et al (1994) estudou a desfosforação de
ligas com a seguinte composição: 74% de Mn, 7,0% de C, 0,1% de Si e 0,35% de P.
Nos experimentos realizados nesse estudo, os teores de fósforo sofreram uma queda
mais significativa após a primeira adição do fluxo de refino e uma queda adicional após a
segunda adição do fluxo. Os resultados encontrados foram:
- o maior grau de desfosforação (43%) foi atingido com o fluxo de BaCO3 puro;
- adições de MnO2, Fe2O3 e BaCl2 diminuíram a basicidade da escória, conduzindo
a graus de desfosforação inferiores a 35%;
- a remoção de fósforo nesses experimentos ocorreu com baixas perdas de
manganês.
Os resultados obtidos por CRUZ et al (1994) podem ser sintetizados na figura 3.14:

21
Fig. 3.14 – Variação da concentração de fósforo do FeMnAC durante a desfosforação
oxidante em função do tempo de tratamento, adaptado de CRUZ et al (1994).

3.4.4.4. Desfosforação do FeMnMC


Na empresa estudada, o FeMnMC é fabricado através do refino do FeMnAC no
conversor a oxigênio, que, segundo SILVEIRA & ALMEIDA (1987), é semelhante ao
processo de produção de aço em convertedores básicos a oxigênio, mas apresenta algumas
diferenças:
- temperatura final da escória de cerca de 1750 °C;
- maior desgaste dos refratários, devido aos teores mais elevados de silício no
metal;
- dificuldade de lingotamento devido ao superaquecimento do metal, dificuldade de
separação escória-metal e evolução de gases durante o lingotamento;
- elevada pressão de vapor de manganês;
- maior entalpia dos gases.

O teor médio de carbono da liga de FeMnAC processada no conversor da empresa é


de 6,5%, esse alto teor de carbono, de acordo com MA et al (1992), CRUZ et al (1994) e
LIU (1993), aumenta a eficiência da desfosforação oxidante. É interessante lembrar que a
reação de descarburação determina a duração do refino e afeta a formação da escória e as
perdas de manganês (LEE & KOLBEINSEN, 2005).

22
Para diminuir o consumo de refratário do conversor da empresa, que é a base de
MgO, só são processadas ligas de FeMnAC que contenham teores de Si inferiores a 0,5%,
além disso, baixos teores de Silício da liga favorecem a remoção do fósforo (MA et al,1992;
CRUZ et al 1994; CHAUDHARY et al 2001).

A empresa aplica a adição de cal na desfosforação, o que acarreta em grandes


perdas de manganês sem ocorrer a remoção de grande parte do fósforo, já que a pressão
parcial de oxigênio necessária para a desfosforação excede o limite superior permitido para o
tratamento de ferro-manganês (CHAUDHARY et al, 2001; LIU, 1993). A dissolução cal no
banho metálico aumenta a basicidade da escória, o que ajuda a diminuir perdas de manganês
para a escória:

Fig. 3.15 – Influência da basicidade ternária no teor de MnO da escória (JINHUA &
ZHIZHONG, 1992).

Antes do início do sopro de oxigênio, ocorre a dissolução de cerca de 60 kg de CaO


por tonelada de FeMnAC, esse processo pode ser dividido em 3 etapas:
Na 1ª etapa têm-se o início do processo de desfosforação e descarburação, com
grande perda de manganês para a escória. As reações de remoção do fósforo são favorecidas
por baixas temperaturas, alto potencial de oxigênio e altos teores de carbono (LIU, 1993).

23
Na 2ª etapa, chamada de fase descarburante, há um aumento da temperatura do
banho, o que reduz a oxidação do manganês e aumenta a taxa de descarburação, que provoca
também um aumento da volatização do Mn. Com esse aumento de temperatura pode ocorrer
a refosforação, já que o P2O5 é muito instável em altas temperaturas:
2/5(P2O5) → 4/5[P] + 2[O]

Como a temperatura continua aumentando, o processo de refosforação só pode ser


interrompido se a atividade do pentóxido de fósforo for diminuída, para isso deve-se
dissolver o P2O5 na escória mediante a adição mais carga de cal.

Na 3ª Etapa, são adicionados uma carga desoxidante sólida composta de 110 Kg de


FeMnAC ou FeMnMC, 150 kg de FeSiMn e 40 kg de CaO por tonelada de FeMnAC líquido
inicial do banho, essa carga também age como refrigerante, reduzindo a volatização do
manganês. Nessa fase ocorre o sopro de gás inerte CO2, com vazão aproximada de 200
Nm3/h, somente para movimentar o banho. Segundo MUNDIN (1980), ocorrem as seguintes
reações:
(P2O5) + 3(CaO) → (3CaO. P2O5)
(P2O5) + 4(CaO) → (4CaO. P2O5)

Devido à adição de cal no convertedor, nessa fase ocorre também a oxidação de


fósforo do FeMnMC e redução de óxido de manganês da escória:
2[P] + 5(MnO) + 3(CaO) → (3CaO. P2O5) + 5[Mn]
2[P] + 5(MnO) + 4(CaO) → (4CaO. P2O5) + 5[Mn]

4. Modelos Estatísticos de Regressão Linear Múltipla

Os Modelos de Regressão Linear Múltipla (MRLM) são utilizados para a estimação


da relação entre uma variável resposta Y e k variáveis regressoras (ou explicativas) X1, X2,
X3,..., Xk. Segundo MONTGOMERY & RUNGEE (2003), os parâmetros estatísticos desse
modelo podem ser estimados utilizando o Método de Mínimos Quadrados, desde que o
número de observações seja maior que o número de variáveis regressoras mais um, ou seja, n
> k+1. O Método de Mínimos Quadrados é utilizado pelo o software MINITAB para a
estimação dos parâmetros do Modelo de Regressão.

De modo geral, um Modelo de Regressão Linear Múltipla a ser estimado assumirá a


seguinte forma:

24
Y =β +β X +β X
1 2
+ ... + β X K

0 1 2 K

onde β0 é o parâmetro estimador do intercepto (quando todas as variáveis regressoras forem


nulas) e βj são os parâmetros estimadores da inclinação para cada variável regressora Xj.

Para a estimação de um modelo é necessário supor que os erros sejam variáveis


aleatórias normais independentes, com média zero e variância constante. Após a estimação
do modelo e a realização de um conjunto de análises, deve-se verificar essa suposição para a
validação do modelo.

4.1. Análise de Regressão


A Análise de Regressão é uma técnica estatística para modelar e investigar a relação
entre duas ou mais variáveis (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003). No presente trabalho,
utilizou-se o Software MINITAB versão 14 para a realização dos procedimentos para a
Análise de Regressão.

Após a estimação dos parâmetros estatísticos do Modelo devem ser realizados


vários testes e análises para a validação do modelo.

4.1.1. Testes de Hipóteses no MRLM


Após a estimação dos parâmetros do Modelo de Regressão Linear Múltipla, deve-se
verificar a adequação desses parâmetros para a validação do modelo.

Um dos testes mais importantes para a verificação da adequação do modelo é o


teste t-student individual, que testa valores para os parâmetros de inclinação do modelo.
Utilizando esse teste é possível testar a importância de uma variável regressora Xj, adotando-
se as seguintes hipóteses:

A estatística de teste a ser utilizada é:

Se o P-value encontrado for menor que o 0,05, então a variável Xj pode ser
considerada estatisticamente importante para o modelo.

25
Outro teste bastante utilizado é a Análise de Variância, que testa a significância do
modelo de regressão estimado, esse teste determina se há uma relação linear entre a variável
resposta e as variáveis regressoras, sendo testadas as seguintes hipóteses (CANCHO, 2004):

Se o P-value encontrado for menor que 0,05, existe pelo menos um coeficiente de
inclinação que é diferente de zero, assim há relação linear entra a variável resposta e pelo
menos uma variável regressora e o modelo é estatisticamente correto.

4.1.2. Estudo da Adequação do Modelo


O ajuste de um Modelo de Regressão Linear Múltipla requer que várias suposições
sejam feitas inicialmente, após o ajuste do Modelo essas suposições devem ser analisadas
para a verificação se são realmente verdadeiras (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003).

4.1.2.1. Análise Residual


Os resíduos de um modelo de regressão são definidos como a diferença entre o
valor real observado da variável resposta e o valor estimado correspondente:

Segundo MONTGOMERY & RUNGEE (2003), através da análise dos gráficos dos
resíduos é possível avaliar-se as suposições de que os erros são independentes e seguem uma
distribuição aproximadamente normal, com média zero e variância constante, ou seja, ei ~
N(0, σ2).

Uma forma muito utilizada para avaliar se os resíduos seguem uma distribuição
aproximadamente normal é a plotagem do gráfico de Normalidade dos resíduos: se os pontos
estiverem dispostos próximos a uma linha reta pode-se considerar que os resíduos são
normalmente distribuídos. Porém, em alguns casos, esse alinhamento não é evidente,
tornando a avaliação muito difícil, para isso existem procedimentos de testes para avaliar a
normalidade como o teste de aderência, o teste de Anderson-Darling, teste de Shapiro-Wilk,
o teste de Kolmogorov-Smirnov, entre outros (CANCHO, 2004).

Para a verificação da suposição de que a variância é constante, é interessante plotar


o gráfico dos resíduos contra os valores estimados da variável resposta, contra os valores das
variáveis regressoras Xj ou da variável resposta Y (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003).
Na figura 4.1, são mostrados alguns exemplos de gráficos de resíduos. Se o gráfico não

26
apresentar nenhuma tendenciosidade, como o gráfico (a), então a suposição de variância
constante é verdadeira. Caso o gráfico for semelhante aos gráficos (b), (c) e (d), a suposição é
falsa, assim o modelo não é estatisticamente correto:

Fig. 4.1 – Padrões de comportamento de gráficos de Resíduos: (a) satisfatório, (b) funil, (c)
arco duplo e (d) não linear (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003).

Os resíduos podem ser padronizados de diversas formas, a fórmula seguinte é uma


das mais utilizadas, principalmente para cálculos manuais:

A maioria dos softwares Estatísticos, dentre eles o Minitab, costuma apresentar os


resíduos na forma Stundiatizada (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003):

Essas padronizações ajudam a detectar a presença de outliers, que são as


informações que ficarem fora do intervalo [-2,5;+2,5], a exclusão desses outliers pode vir a
melhorar o Modelo de Regressão Linear Múltipla ou satisfazer as suposições necessárias
(CANCHO, 2004). Em alguns processos, as informações contidas no outliers são muito
importantes para caracterizar o processo em estudo e suas anomalias ou também em outros
casos se trabalha com amostras muitos pequenas, assim a exclusão de outliers não pode ser
realizada devido à grande perda de informações.

Se a i-ésima informação for influente, sua remoção irá afetar consideravelmente o


valor de um ou mais estimadores de inclinação (βj). Para verificar se uma informação é
influente, utiliza-se a medida de Distância de Cook:

27
A Medida de Distância de Cook mede quão longe a i-ésima informação está do
restante das informações. Deve-se considerar uma informação como sendo influente quando
sua medida de Distância de Cook for maior que um, ou seja Di > 1 (MONTGOMERY &
PECK, 1992).

4.1.2.2. Coeficientes de Determinação


O coeficiente de determinação é interpretado como uma medida de explicação da
variável resposta Y obtida pela utilização do Modelo de Regressão contendo as variáveis
regressoras Xj. Sua fórmula é:

onde 0≤ R2 ≤ 1.

O Coeficiente de Determinação R2 deve ser utilizado com cuidado, pois o aumento


de variáveis regressoras de um modelo pode ocasionar um aumento de R2, mas também
aumentanda a complexidade do modelo estimado, porém não melhorando a adequação e a
utilização do modelo.

Utiliza-se também o Coeficiente de Determinação Ajustado (R²aj), que é a


modificação do Coeficiente de Determinação R2 levando em conta o número de variáveis
regressoras do modelo:

Nota-se que o aumento do número de variáveis regressoras pode acarretar em uma


diminuição do valor de R²aj. O Coeficiente de Determinação ajustado é muito utilizado para a
seleção de variáveis.

4.2. Problemas Comuns em MRLM


4.2.1. Multicolinearidade
A Multicolinearida ocorre quando algumas variáveis regressoras Xj apresentam
uma forte relação linear entre si, a multicolinearidade pode afetar as estimativas dos
coeficientes de regressão e a aplicabilidade do modelo proposto (MONTGOMERY &
RUNGEE, 2003).

Uma forma comum de se detectar a presença de multicolinearidade é a construção


da matriz de correlações, que irá mostrar as correlações entre todas as variáveis regressoras,

28
quando existirem valores dos coeficientes de correlação linear de um par de variáveis
regressoras próximos a -1 ou +1, esse par de variáveis apresenta uma forte correlação entre
si.

Uma outra forma de se detectar a multicolinearidade é o Fator de Inflação da


Variância (VIF), definido como:

onde Rj é o coeficiente de determinação tendo a variável Xj como resposta e as outras


variáveis como regressoras.

Se o VIF for maior que dez (VIF > 10) considera-se que a variável Xj seja altamente
correlacionada com o restante das variáveis.

As medidas para a correção da multicolinearidade, apresentadas por


MONTGOMERY & RUNGEE (2003), são: eliminação das variáveis regressoras que
apresentarem fortes correlações com as outras variáveis regressoras, o que pode acarretar em
perdas de informações contidas na variável eliminada, e a coleta de mais amostras
especialmente planejadas para fugir desse problema, o que pode ser, em alguns casos,
economicamente inviável.

4.2.2. Autocorrelação
A autocorrelação é a dependência do tempo apresentada por algumas variáveis.
Num modelo de regressão linear, quando a variável resposta Y e as variáveis regressoras Xj
são autocorrelacionadas, há uma estrutura de correlação entre os termos do modelo
(MONTGOMERY & PECK, 1992).

Para a detecção da autocorrelação em um modelo é útil plotar um gráfico dos


resíduos contra os resíduos anteriores, se os pontos do gráfico não apresentarem nenhuma
configuração especial não há autocorrelação entre as variáveis do modelo.

Em alguns casos o gráfico plotado não fica muito claro, ficando difícil a avaliação
se há ou não presença de autocorrelação entre as variáveis do modelo, para isso existe a
estatística de Durbin-Watson, pela qual é possível realizar um teste de hipóteses para a
avaliação da aucorrelação entre as variáveis.

29
4.3. Seleção de Variáveis e Modelos
Um problema encontrado frequentemente é a seleção das melhores variáveis
independentes dentre o conjunto de variáveis regressoras e também a escolha dos melhores
modelos, utilizando combinações de variáveis. Para a escolha de um modelo é necessário
escolher um número suficiente de variáveis regressoras estatisticamente mais importantes
para o modelo, de forma que a variável resposta possa ser caracterizada corretamente, mas
sem aumentar muito a complexidade do modelo.

4.3.1. Método Stepwise


Também chamado de regressão por etapas ou Passo-a-passo, consistindo, de acordo
com MONTGOMERY & RUNGEE (2003), na escolha das variáveis mais importantes para a
estimação de um modelo de regressão linear múltipla. A primeira etapa desse método inicia-
se com um modelo com apenas uma variável regressora, sendo escolhida a variável que
apresente o maior coeficiente de correlação com a variável resposta. Na etapa posterior é
verificado se alguma variável regressora pode ser acrescentada ao modelo, após o acréscimo
de uma nova variável, a próxima etapa verifica se alguma das variáveis já acrescentadas
deverá ser descartada. Esse método finaliza-se quando não há nenhuma variável para ser
acrescentada ou descartada no modelo.

4.3.2. Método Bestsubsets


Esse método consiste no ajustamento de modelos utilizando diferentes combinações
de variáveis para a escolha dos melhores modelos.

O primeiro critério é a utilização ddo coeficiente de determinação R2 e do


coeficiente de determinação ajustado R2aj, que devem ter valores altos e próximos.
Geralmente, modelos com mais variáveis apresentam um maior valor de R2, porém em
alguns casos, o aumento do valor de R2 com a adição de uma nova variável é tão
inexpressivo, que não é interessante essa variável ser utilizada. O R2aj é sensível à adição de
novas variáveis no modelo, podendo aumentar o diminuir o seu valor. É interessante lembrar
que um modelo que maximiza o R2aj, também diminui a média quadrática do erros, gerando
um modelo melhor (MONTGOMERY & RUNGEE, 2003).

O segundo critério utiliza a estatística Cp de Mallows, que, segundo


MONTGOMERY & PECK (1992), é um estimador da média quadrática total dos erros do
modelo completo contendo k variáveis regressoras:

30
Dessa forma, escolhe-se modelos em que a estatística Cp de Mallows tenha um
valor menor e próximo ao do número de variáveis regressoras mais um (p = k +1), porém em
alguns casos torna-se interessante escolher valores de Cp levemente maiores que p
(MONTGOMERY & RUNGEE, 2003).

5. Metodologia

5.1. Banco de Dados da Empresa Siderúrgica


O banco de dados utilizado neste trabalho é composto inicialmente por 379
amostras, que contém as informações necessárias para a estimação do teor final de fósforo do
aço ao final do processo de refino na empresa siderúrgica estudada, sendo que cada amostra é
referente a uma corrida do convertedor LD da empresa.

Esse banco de dados foi utilizado por BITTENCOURT (2005) para estimar o teor
final de fósforo do convertedor LD da empresa estudada. BITTENCOURT (2005) também
coletou dados experimentais de 45 corridas da empresa para testar a influência do óxido de
magnésio (MgO) no teor de fósforo ao final do processo.

Após uma análise prévia do banco de dados, foram desconsideradas os resultados


de 96 amostras que continham erros de digitação ou que estavam com muitos dados faltando,
assim a análise estatística será realizada com uma amostra com 282 corridas.

Para o presente trabalho, a variável resposta estudada é o teor de fósforo (P) no aço
ao final do processo no convertedor LD, e as variáveis regressoras são: composição da
escória (FeO, SiO2, MnO, MgO, P2O5 e CaO), silício do gusa, rendimento geral do processo,
teor de carbono do aço, volume de O2 e a temperatura da escória do processo. Foram feitas
algumas transformações das variáveis para uma melhor adequação dos modelos, adotando-se,
por exemplo, o inverso da temperatura em vez da temperatura em sua forma linear, como
adotado por CAMPOS (1985) e ALMEIDA (2005).

Como a basicidade da escória foi apontada por MUNDIM (1980), GASKELL (1982),
KUNDRIN (1984) e CAMPOS (1985) como importante para a desfosforação do aço,
também serão calculados os índices de basicidade da escória do processo e esses valores
encontrados serão usados para a estimação de modelos de regressão linear múltipla.

31
Para o cálculo do índice de basicidade serão adotadas as seguintes fórmulas:

- basicidade binária: %CaO/%SiO2;

- basicidade ternária: (%CaO + %MgO)/%SiO2;

Um conceito mais recente é a basicidade ótica, que leva em conta a basicidade de


todos os óxidos presentes na escória para calcular a atividade dos íons de oxigênio presente,
desde sua introdução este conceito passou a ser largamente utlizado para o cálculo das
propriedades químicas de escórias e fluxos (GASKELL, 1984 e LIU, 1993).

5.2. Banco de Dados da Empresa de Ferro-ligas


O banco de dados utilizado para o estudo do processo de desfosforação durante o
processo de refino de FeMnAC para a produção do FeMnMC foi obtido mediante um estágio
realizado pelo bolsista nas instalações da empresa.

Para o presente trabalho, a variável resposta estudada é o teor de fósforo (P) no


FeMnMC ao final do processo no converror a oxigênio e as variáveis do banco de dados são:
composição média diária do FeMnAC dos fornos utilizados no dia como matéria-prima para
o conversor, peso da carga inicial de FeMnAC processada, peso das cargas sólidas
adicionadas (cal, FeMnAC ou FeMnMC e FeSiMn), volume total de O2 soprado durante o
processo, massa de escória e FeMnMC produzida, composição do FeMnMC e da escória
produzidas no conversor, temperatura inicial do FeMnAC ao entrar no conversor,
temperatura final do FeMnMC e da escória do conversor ao fim do processo. Esse banco de
dados totaliza 220 amostras da produção no ano de 2005 e 414 amostras da produção no ano
de 2006.
Após uma análise prévia do banco de dados, foram desconsideradas os resultados
de 360 amostras que continham erros de digitação ou que estavam com muitos dados
faltando, assim a Análise Estatística será realizada com uma amostra com 274 corridas.

Como a basicidade da escória foi apontada por CHAUDHARY et al (2003), CRUZ


et al (1994) e LIU (1993) como importante para a desfosforação de ligas de ferromanganês,
também serão calculados os índices de basicidade das escórias e esses valores encontrados
serão usados para a estimação de modelos de regressão linear múltipla.

Como mostrado anteriormente, serão calculados os seguintes índices de basicidade:

32
- basicidade binária: %CaO/%SiO2;

- basicidade quaternária: (%CaO + %MgO)/(%Al2O3 + %SiO2);

- basicidade ótica.

5.3. Metodologia Utilizada para a Análise Estatística


No presente trabalho foi feita a análise estatística do banco de dados de ambas
empresas contendo: histograma de todas as variáveis analisadas, curva normal para os dados,
estatísticas descritivas dos dados (média, desvio-padrão, assimetria, kurtosis, máximos e
mínimos, quartis e medianas), box plots de cada variável e intervalos de confiança para
média e mediana.

Com o box plot do teor final de fósforo serão excluídas as corridas que contenham
outliers que sejam identificados como erros de coleta ou falha do processo visando assim a
eliminação de erros que poderiam comprometer a qualidade dos modelos estimados.

Para a realização da análise estatística do banco de dados utlizou-se o comando


Graphical Sumary do software MINITAB, versão 14. Para os intervalos de confiança,
adotou-se um nível descritivo de 5%.

A análise estatística foi divida em 2 partes: a análise estatística 1, feita para o banco
de dados da empresa siderúrgica e a análise estatística 2, feita para o banco de dados da
empresa produtora de ferro-ligas de manganês.

5.4. Metodologia Utilizada para a Modelagem Estatística


No presente trabalho foram realizadas modelagens estatísticas das variáveis
respostas, utilizando as variáveis de processo como variáveis regressoras, sendo
desenvolvidos modelos estatísticos de regressão linear múltipla empregando-se o software
MINITAB, versão 14. A metodologia de modelagem estatística utilizada foi baseada na
metodologia utilizada por CHAGAS (2005) e é descrita a seguir:

• Formatação do banco de dados utilizando o software EXCEL: compreendendo


análise lógica e filtragem do banco de dados;

33
• Com o apoio das referências bibliográficas utilizadas, é feita a seleção das
variáveis regressoras teoricamente importantes para o processo, a seguir essas
variáveis são transferidas para as tabelas do software MINITAB;

• A partir das variáveis selecionadas e utilizando o comando Calculator do


MINITAB, são criadas novas variáveis aplicando algumas funções matemáticas. Com
o auxílio da literatura encontrada, também são feitas algumas combinações de
variáveis;

• Seleção das variáveis estatisticamente importantes aplicando-se a rotina


Stepwise. A partir das várias combinações dessas variáveis regressoras utiliza-se a
rotina Best Subsets, onde são gerados vários modelos de regressão linear múltipla. Em
alguns casos, na aplicação do método Best Subsets podem ocorrer falhas, devido à
multicolinearidade presente entre as variáveis explicativas. Para a solução dessas
falhas foram realizados os seguintes passos:

• Determinação da matriz de correlação entre as variáveis explicativas;

• Análise da correlação entre estas variáveis, no caso de ser encontrado um


alto coeficiente de correlação entre um par de variáveis, uma dessas duas
variáveis deve ser descartada;

• Após a escolha de uma ou mais variáveis, utiliza-se novamente o a rotina


Best Subsets;

• Seleciona-se o melhor modelo dentre todos os encontrados na rotina Best


Subsets, para isso são analisados os valores de: s (desvio padrão dos erros), R², R²aj e
da estatística Cp de Mallows;

• Utiliza-se a rotina Regression para fazer a estimação de uma equação de


regressão linear múltipla, é feita toda a análise de regressão com a análise de vários
testes estatísticos (testes t-individuais e teste F), do fator de inflação da variância
(VIF) e análise de informações não usuais (outliers);

• Por fim, se todos os procedimentos citados no passo anterior forem atendidos


deve-se fazer a análise residual e o gráfico de normalidade nos resíduos, para a
validação final do modelo.

34
Tab. 5.1 – Critérios estatísticos adotados para estimação dos modelos.
1. Uso da rotina Stepwise para identificar as variáveis estatisticamente mais
importantes para caracterizar a variável resposta, adotando um nível de
significância de 10% tanto para a entrada quanto para a saída de variáveis;
2. Uso da rotina Best Subsets para fazer as combinações possíveis das variáveis
selecionadas no método anterior. O melhor modelo é selecionado através da
análise dos valores de: coeficientes de determinação R2 e R2aj (que devem ser
altos e próximos) e da estatística Cp de Mallows (que deve ter
aproximadamente o valor de p);
3. Aplicação da rotina Regression a fim de estimar os coeficientes da equação de
regressão linear múltipla, calcular e plotar os gráficos de resíduos e o VIF;
4. Análise dos valores dos estimadores de interseção e de inclinação e realização
dos testes T-Student para testar a significância para cada um desses
parâmetros, adotando um nível de significância de 5%;
5. Análise de variância e realização do teste F-Snedecor para a identificação da
adequação geral do modelo, adotando um nível de significância de 5%;
6. Análise dos valores do VIF de cada parâmetro de inclinação, para valores de
VIF superiores a 10 considera-se que há multicolinearidade;
7. Plotagem do gráfico de normalidade dos erros e realização do Teste de
Anderson-Darling para verificar se os resíduos são normalmente distribuídos
(ei ~N(0,σ2), adotando-se um nível de significância de 5%.
8. Análise dos resíduos padronizados, sendo consideradas informações não
usuais aquelas que não estiverem contidas no intervalo [-2,5;2,5]. A exclusão
dessas informações não usuais pode levar à uma melhoria geral do modelo;

A modelagem estatística foi dividida em duas partes: a modelagem estatística para a


empresa siderúrgica (composta por um total de 8 modelagens) e a modelagem estatística para
a empresa de ferromanganês (composta por 8 modelagens).

6. Resultados da Análise Estatística

A análise estatística está dividida em duas partes: Análise Estatística 1, para a


desfosforação do aço e Análise Estatística 2, para a desfosforação do FeMnMC. Para a
análise de cada dado serão feitos: histograma de todas as variáveis analisadas, curva normal

35
para os dados, estatísticas descritivas dos dados (média, desvio-padrão, assimetria, kurtosis,
máximos e mínimos, quartis e medianas), box plots de cada variável e intervalos de confiança
para média e mediana.

6.1. Resultados da Análise estatística 1


Nessa análise estatística, foram analisadas as variáveis do processo de
desfosforação referentes ao banco de dados da empresa produtora de aço estudada, contendo
as variáveis: teor de fósforo do aço ao final do processo de desfosforação, carbono medido
em laboratório, total de O2 soprado no banho metálico, peso do ferro-gusa processado do
convertedor LD, peso da sucata adicionada, teor de silício do ferro-gusa, peso do aço
produzido, temperatura final do processo, teores dos componentes da escória (CaO, SiO2,
FeO, P2O5, MnO e MgO). Nas figuras 6.1 a 6.14 temos os resultados da análise estatística de
cada variável do processo analisada:

Fig. 6.1 – Sumário gráfico para o teor final de fósforo do aço.

Analisando o boxplot do Teor Final do Fósforo (figura 6.1), é possível observar que
existem 7 informações outliers. Três dessas amostras foram consideradas como sendo erros
de medida e foram excluídas do banco de dados a fim de melhorar a qualidade dos modelos
que serão estimados na modelagem estatística. É possível observar que o teor médio de
fósforo do aço produzido pela empresa é de 0,016741%.

36
Fig. 6.2 – Sumário gráfico para o peso do ferro-gusa processado no Convertedor LD, em
toneladas.

É possível observar, na figura 6.2, que o peso médio de ferro-gusa processado no


convertedor LD é de 66,554 toneladas, com um desvio-padrão de 2,728 toneladas. Cerca de
50% dos dados estão dentro do intervalo 64,8 a 68,0 toneladas.

Fig. 6.3 – Sumário gráfico para o peso da sucata adicionada ao convertedor LD, em
toneladas.

37
Na figura 6.3, é possível observar que o peso médio da sucata adicionada ao
convertedor LD é de 14,230 toneladas, com um desvio-padrão de 3,194 toneladas. Cerca de
50% dos dados estão dentro do intervalo de 12,418 a 16,403 toneladas.

Fig. 6.4 – Sumário gráfico para o peso do aço produzido pelo convertedor LD, em toneladas.

Na figura 6.4, é possível observar que o peso médio do aço produzido no


convertedor LD é de 76,051 toneladas, com um desvio-padrão de 2,489 toneladas. Cerca de
50% dos dados estão dentro do intervalo de 74,700 a 77,725 toneladas.

38
Fig. 6.5 – Sumário gráfico para o teor de silício do ferro-gusa.

Na figura 6.5, é possível observar o teor médio de silício do ferro-gusa levado ao


convertedor LD é de 0,538%, com um desvio-padrão de 0,184%. Cerca de 50% dos dados
apresentam teor de silício do ferro-gusa dentro do intervalo de 0,41 a 0,65%.

Fig. 6.6 – Sumário gráfico para o teor de carbono do aço.

39
Analisando o boxplot do carbono na figura 6.6, é possível observar que existem 10
informações outliers, sendo que 2 amostras foram detectadas como sendo erros de medida ou
digitação por parte dos operadores. Essas amostras serão excluídas do modelo, de forma a
melhorar os modelos a serem estimados.

Ainda é possível observar que o teor médio de carbono do aço produzido no


convertedor LD é de 0,0285%, com um desvio-padrão de 0,0284%. Cerca de 50% dos dados
apresentam teor de carbono do aço dentro do intervalo de 0,020 a 0,028%.

Fig. 6.7 – Sumário gráfico para o volume de oxigênio soprado no banho metálico, em
normais metros cúbicos.

Analisando o boxplot do Oxigênio soprado no banho metálico da figura 6.7, é


possível observar que existem 9 informações outliers, sendo que 6 amostras foram detectadas
como sendo erros de medida ou digitação por parte dos operadores. Essas amostras serão
excluídas do modelo, de forma a melhorar os modelos a serem estimados.

Ainda é possível observar que o volume de oxigênio soprado no convertedor LD é


de 695,82 Nm3, com um desvio-padrão de 197,81 Nm3. Cerca de 50% dos dados apresentam
volume de oxigênio dentro do intervalo 577,25 a 804,25 Nm3.

40
Fig. 6.8 – Sumário gráfico para temperatura final da escória do convertedor LD, em °C.

Analisando o boxplot da temperatua final da escória na figura 6.8, é possível


observar que existe 1 informação outlier, que foi detectada como sendo erro de medida ou
digitação por parte dos operadores. Essa amostra será excluída do modelo, de forma a
melhorar os modelos a serem estimados.

Ainda é possível observar que a temperatura mádia da escória do convertedor LD é


de 1643,4°C, com um desvio-padrão de 32,8°C. Cerca de 50% dos dados apresentam
temperatura da escória dentro do intervalo 1622 a 1669,0°C.

41
Fig. 6.9 – Sumário gráfico para o teor de CaO da escória do convertedor LD.

Na figura 6.9 é possível observar que o teor médio CaO da escória do convertedor
LD é de 47,931%, com um desvio-padrão de 5,486%. Cerca de 50% dos dados apresentam
teor de CaO dentro do intervalo 28,920 a 51,345%.

Fig. 6.10 – Sumário gráfico para o teor de FeO da escória do convertedor LD.

42
Na figura 6.10 é possível observar que o teor médio FeO da escória do convertedor
LD é de 23,903%, com um desvio-padrão de 4,162%. Cerca de 50% dos dados apresentam
teor de FeO da escória dentro do intervalo 20,920 a 25,973%.

Fig. 6.11 – Sumário gráfico para o teor de SiO2 da escória do convertedor LD.

Analisando o boxplot do teor de sílica da escória (figura 6.11), é possível observar


que existem 3 informações outliers, sendo que 2 amostras foram detectadas como sendo erros
de medida ou digitação por parte dos operadores. Essas amostras serão excluídas do modelo,
de forma a melhorar os modelos a serem estimados.

Na figura 6.11 é possível observar que o teor médio SiO2 da escória do convertedor
LD é de 15,946%, com um desvio-padrão de 3,021%. Cerca de 50% dos dados apresentam
teor de SiO2 dentro do intervalo 13,843 a 18,180%.

43
Fig. 6.12 – Sumário gráfico para o teor de MnO da escória do convertedor LD.

Analisando o boxplot do teor de MnO da escória (figura 6.12), é possível observar


que existem 3 informações outliers, sendo que 2 amostras foram detectadas como sendo erros
de medida ou digitação por parte dos operadores. Essas amostras serão excluídas do modelo,
de forma a melhorar os modelos a serem estimados.

Ainda é possível observar que o teor médio MnO da escória do convertedor LD é de


4,662%, com um desvio-padrão de 1,196%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
MnO da escória dentro do intervalo 3,868 a 5,375%.

44
Fig. 6.13 – Sumário gráfico para o teor de MgO da escória do convertedor LD.

Na figura 6.13 é possível observar que o teor médio MgO da escória do convertedor
LD é de 3,949%, com um desvio-padrão de 2,7435%. Cerca de 50% dos dados apresentam
teor MgO dentro do intervalo 1,918 a 5,168%.

Fig. 6.14 – Sumário gráfico para o teor de P2O5 da escória do convertedor LD.

45
Na figura 6.14 é possível observar que o teor médio P2O5 da escória do convertedor
LD é de 2,317%, com um desvio-padrão de 0,522%. Cerca de 50% dos dados apresentam
teor de P2O5 dentro do intervalo 1,950 a 2,643%.

Pela análise estatística, percebeu-se uma grande alteração dos valores das corridas
número 38 e 233. A corrida 38 apresentou um baixo valor para o volume de oxigênio
soprado no banho metálico, acarretando em altos valores para os teores de carbono e fósforo
do aço produzido, caracterizando um defeito em algum equipamento do processo. A corrida
233 apresentou baixos valores para o volume de oxigênio soprado no banho e um baixo valor
para a temperatura final da escória.

Assim serão excluídas do banco de dados um total de 11 corridas, que foram


detectadas como sendo erros de medida ou falha do processo. Assim o banco de dados da
empresa siderúrgica passará a ser composto por 271 corridas.

6.2. Resultados da Análise Estatística 2


Nessa análise estatística, foram analisadas as variáveis do processo de
desfosforação referentes ao banco de dados da empresa produtora de ferro-ligas de manganês
estudada, contendo as variáveis: composição inicial do FeMnAC processado no conversor
(teores de manganês, carbono, fósforo, silício, ferro e titânio), composição da escória do
conversor ((MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO, K2O, TiO2 e FeO) e temperatura final da
escória do processo. Nas figuras 6.15 a 6.37 temos os resultados da análise estatística de cada
variável do processo analisada:

46
Fig. 6.15 – Sumário gráfico para o teor final de fósforo do FeMnMC.

Analisando o boxplot do teor final do fósforo do FeMnMC na figura 6.15, é


possível observar que existem 5 informações outliers. Um desses outliers foi considerado
como erro de medida e foi excluído do banco de dados a fim de melhorar a qualidade dos
modelos que serão estimados na modelagem estatística.

É possível observar que a o teor médio de fósforo do FeMnMC produzido pela


empresa é de 0,26282%, com desvio-padrão de 0,02895%. Cerca de 50% dos dados
apresentam teor de fósforo do FeMnMC estão dentro do intervalo de 0,242 a 0,280%.

47
Fig. 6.16 – Sumário gráfico para o peso de FeMnAC processado no conversor, em toneladas.

Na figura 6.16 é possível observar que o peso médio do FeMnAC processado no


conversor é de 9,214 toneladas, com desvio-padrão de 1,427%. Cerca de 50% dos dados
apresentam peso médio do FeMnAC dentro do intervalo de 8,010 a 10,313 toneladas.

Fig. 6.17 – Sumário gráfico para o peso de FeMnMC produzido no conversor, em toneladas.

48
Na figura 6.17 é possível observar que o peso médio do FeMnMC produzido no
conversor é de 9,803 toneladas, com desvio-padrão de 1,566 toneladas. Cerca de 50% dos
dados apresentam peso do FeMnMC dentro do intervalo de 8,675 a 11,041 toneladas.

Fig. 6.18 – Sumário gráfico para o peso da escória do conversor, em toneladas.

Analisando o boxplot do peso da escória do conversor (figura 6.18), é possível vel


que existem 12 informações outliers, 2 dessas amostras foram consideradas como sendo
erros medida e serão excluídas do banco de dados.

Ainda é possível observar que observar que o peso médio da escória do conversor é
de 1,411 toneladas, com desvio-padrão de 0,364 toneladas. Cerca de 50% dos dados
apresentam teor de fósforo do FeMnMC dentro do intervalo de 1,20 a 1,55 toneladas.

49
Fig. 6.19 – Sumário gráfico para o volume de oxigênio soprado na liga metálica, em Normais
metros cúbicos.

Analisando o boxplot do peso do FeMnMC produzido no conversor (figura 6.19), é


possível observar que existe 1 informação outlier, essa amostra foi considerada como sendo
um erro medida devido ao seu baixo valor.

Ainda é possível que o volume de oxigênio soprado no conversor é de 556,34 Nm3,


com um desvio-padrão de 104,99 Nm3. Cerca de 50% dos dados apresentam volume de
oxigênio dentro do intervalo 480 a 630 Nm3.

50
Fig. 6.20 – Sumário gráfico do teor inicial de manganês do FeMnAC.

Dentro da figura 6.20, é possível observar que o teor inicial de manganês do


FeMnAC processado no conversor é de 77,258%, com um desvio-padrão de 1,768%. Cerca
de 50% dos dados apresentam teor inicial de manganês do FeMnAC dentro do intervalo
75,913 a 78,605%.

Fig. 6.21 – Sumário gráfico do teor inicial de silício do FeMnAC.

51
No boxplot do peso do teor inicial de silício do FeMnAC (figura 6.21) foram
detectadas 22 amostras com informações outliers. Como a empresa procura processar apenar
ligas de FeMnAC que contenham teor de silício com teor máximo de 0,5%, mas em alguns
casos ocorre o processamento no conversor de ligas que tenham teor de silício superior ao
limite máximo, dessa forma, resolveu-se excluir as 3 amostras que apresentaram teores de
silício superiores a 0,6%.

Dentro da figura 6.21, é possível observar que o teor inicial de silício do FeMnAC
processado no conversor é de 0,163%, com um desvio-padrão de 0,123%. Cerca de 50% dos
dados apresentam teor inicial de silício do FeMnAC dentro do intervalo 0,10 a 0,17%.

Fig. 6.22 – Sumário gráfico do teor inicial de fósforo do FeMnAC.

Analisando o boxplot do teor inicial de fósforo do FeMnAC na figura 6.22, é


possível observar que existem 2 informações outliers, sendo que uma dessas foi considerada
como sendo um erro medida e foi excluída do banco de dados.

É possível observar que a o teor médio de fósforo do FeMnMC produzido pela


empresa é de 0,2183%, com desvio-padrão de 0,0288%. Cerca de 50% dos dados apresentam
teor de fósforo do FeMnMC estão dentro do intervalo de 0,200 a 0,237%.

52
Fig. 6.23 – Sumário gráfico do teor inicial de ferro do FeMnAC.

Na figura 6.23, é possível observar que o teor inicial médio de ferro do FeMnAC
processado no conversor é de 14,952%, com um desvio-padrão de 1,812%. Cerca de 50%
dos dados apresentam teor inicial de ferro do FeMnAC dentro do intervalo 13,60 a 16,22%.

Fig. 6.24 – Sumário gráfico do teor inicial de titânio do FeMnAC.

53
Analisando o boxplot do teor inicial de titânio do FeMnAC na figura 6.24, é
possível observar que existem 17 informações outliers, analisando a distribuição dos dados,
resolveu-se excluir essa variável dos modelos a serem estimados, já que cerca de 50% dos
dados apresentam teor de titânio iguais a 0,01%.

Ainda é possível observar que o teor inicial médio de titânio do FeMnAC


processado no conversor é de 0,019%, com um desvio-padrão de 0,018%.

Fig. 6.25 – Sumário gráfico do teor inicial de carbono do FeMnAC.

Analisando o boxplot do teor inicial médio de carbono do FeMnAC produzido no


conversor (figura 6.25), é possível observar que existem 5 informações outliers, como 2
dessas amostras possuem teores de carbono muito abaixo da média resolveu-se excluir essas
2 informações.

Ainda é possível observar que o teor inicial de carbono do FeMnAC processado no


conversor é de 6,744%, com um desvio-padrão de 0,153%. Cerca de 50% dos dados
apresentam teor inicial de carbono do FeMnAC dentro do intervalo 6,663 a 6,850%.

54
Fig. 6.26 – Sumário gráfico do teor de MnO da escória do conversor.

Analisando o boxplot do teor de MnO da escória do conversor (figura 6.26), é


possível observar que existem 5 informações outliers, mas nenhum desses dados foi
considerado como erro de medida e foram mantidos no banco de dados.

Ainda é possível observar que o teor médio de MnO da escória do conversor é de


39,347%, com um desvio-padrão de 6,447%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
MnO da escória dentro do intervalo 34,182 a 43,067%.

55
Fig. 6.27 – Sumário gráfico do teor de MgO da escória do conversor.

Analisando o boxplot do teor de MgO da escória do conversor (figura 6.27),


observa-se que existem 5 informações outliers, sendo que 3 dessas amostras foram excluídas
do banco de dados. Ainda é possível observar que o teor médio de MgO da escória do
conversor é de 2,029%, com um desvio-padrão de 1,060%. Cerca de 50% dos dados
apresentam teor de MgO da escória dentro do intervalo 1,428 a 2,443%.

56
Fig. 6.28 – Sumário gráfico do teor de CaO da escória do conversor.

Analisando o boxplot do teor de CaO da escória do conversor na figura 6.28, é


possível observar que existem 6 informações outliers, sendo que apenas 1 dessas amostras foi
considerada erros de medida ou falha no processo e foi excluída do banco de dados.

Ainda é possível observar que o teor médio de CaO da escória do conversor é de


34,014%, com um desvio-padrão de 4,694%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
CaO da escória dentro do intervalo 31,345 a 37,048%.

Fig. 6.29 – Sumário gráfico do teor de SiO2 da escória do conversor.

Analisando a figura 6.29, é possível observar que o boxplot do teor de SiO2 da


escória, é possível observar que existem 2 informações outliers, sendo que 1 dessas amostras
foi excluída do banco de dados, já que apresenta um valor muito abaixo da média.

Ainda é possível observar que o teor médio de SiO2 da escória do conversor é de


20,251%, com um desvio-padrão de 3,727%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
SiO2 da escória dentro do intervalo 18,028 a 23,045%.

57
Fig. 6.30 – Sumário gráfico do teor de Al2O3 da escória do conversor.

Analisando a figura 6.30, é possível observar que o boxplot do teor de Al2O3 da


escória, é possível observar que existem 12 informações outliers, sendo que apenas 6 dessas
amostras foram excluídas do banco de dados, pois apresentam teores de alumina muito acima
da média.

Ainda é possível observar que o teor médio de Al2O3 da escória do conversor é de


0,579%, com um desvio-padrão de 0,833%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
Al2O3 da escória dentro do intervalo 0,158 a 0,665%.

58
Fig. 6.31 – Sumário gráfico do teor de BaO da escória do conversor.

Analisando o boxplot do teor de BaO da escória (figura 6.31), é possível observar


que existem 2 informações outliers, sendo que apenas 1 dessas amostras foi considerada
como sendo falha do processo ou falha de medida e foi excluída do banco de dados.

Ainda é possível observar que o teor médio de BaO da escória do conversor é de


0,531%, com um desvio-padrão de 0,203%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de BaO
da escória dentro do intervalo 0,39 a 0,67%.

59
Fig. 6.32 – Sumário gráfico do teor de K2O da escória do conversor.

Analisando a distribuição dos dados do teor de K2O da escória da figura 6.32,


resolveu-se excluir essa variável dos modelos a serem estimados, já que cerca de 31% dos
dados apresentam teor de óxido de potássio igual a 0,01%.

Ainda é possível observar que o teor médio de K2O da escória do conversor é de


0,248%, com um desvio-padrão de 0,248%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de K2O
da escória dentro do intervalo 0,01 a 0,51%.

60
Fig. 6.33 – Sumário gráfico do teor de TiO2 da escória do conversor.

Analisando a figura 6.33, é possível observar que o boxplot do teor de TiO2 da


escória indicou 15 informações outliers, sendo que 6 dessas amostras foram consideradas
como sendo erro de medida e foram excluídas do modelo.

Ainda é possível observar que o teor médio de TiO2 da escória do conversor é de


0,272%, com um desvio-padrão de 0,071%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
TiO2 da escória dentro do intervalo 0,24 a 0,30%.

61
Fig. 6.34 – Sumário gráfico do teor de FeO da escória do conversor.

O boxplot do teor de FeO da escória (figura 6.34) indicou 20 informações outliers,


sendo que 4 dessas amostras foram consideradas como sendo erro de medida ou falha do
processo e foram excluídas do modelo.

Ainda é possível observar que o teor médio de FeO da escória do conversor é de


0,454%, com um desvio-padrão de 0,353%. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de FeO
da escória dentro do intervalo 0,31 a 0,47%.

62
Fig. 6.35 – Sumário gráfico da temperatura final da escória do conversor, em graus Celsius.

O boxplot da temperatura final da escória do conversor (figura 6.35) indicou 5


informações outliers, sendo que 2 dessas amostras foram consideradas como sendo erro de
medida ou falha do processo e foram excluídas do modelo. A amostra da temperatura final da
escória apresenta dados referentes a apenas 91 corridas, devido à quebra do equipamento de
medida por um longo período.

Ainda é possível observar que a temperatura final da escória do conversor é de


1571,6°C, com um desvio-padrão de 52,8°C. Cerca de 50% dos dados apresentam teor de
FeO da escória dentro do intervalo 1547 a 1600°C

Logo, através da análise estatística, excluíram-se duas variáveis do banco de dados:


o teor inicial de titânio do FeMnAC e o teor de óxido de potássio (K2O) da escória do
conversor. Também foram excluídas do banco de dados da empresa de ferro-ligas um total de
28 corridas, que foram detectadas como sendo erros de medida ou falha do processo, assim o
banco de dados da empresa siderúrgica passará a ser composto por 246 corridas.

Na figura 6.36, temos a análise da variação do teor de fósforo das ligas de


ferromanganês dentro do conversor:

63
Fig. 6.36 – Sumário gráfico a variação percentual do teor de fósforo da liga de manganês
produzida no conversor.

Assim, é possível observar que há um aumento de 0,21241% do teor de fósforo do


FeMnMC em relação ao FeMnAC, já que este apresenta um teor médio de fósforo de
0,21831% enquanto aquele apresenta um teor médio de 0,26282% desse impureza.

Em uma análise prévia, a desfosforação oxidante em ligas de ferromanganês é


ineficiente, como defendido por LEE et al (1989) e ZAITSEV & MOGUTNOV (1992), já
que ocorre um aumento do teor final de fósforo do FeMnMC processado no conversor.

7. Resultados da Modelagem Estatística

7.1. Resultados da Modelagem para a Empresa Siderúrgica


Foi feita a estimação de modelos de Regressão Linear Múltipla tendo o teor final de
fósforo do aço em sua forma linear, o logaritmo natural do teor de fósforo ou o logaritmo
natural do fósforo dividido pela raiz quadrada de P2O5 da escória como variáveis resposta em
função de várias combinações das variáveis regressoras: Si (Gusa), teores de óxidos da
escória (CaO, SiO2, FeO, P2O5, MnO e MgO), teor de carbono do aço, com seu respectivos
quadrados, cubos e logaritmos naturais, inverso da temperatura (1/T), além dos índices de
basicidade binária, ternária e ótica.

64
7.1.1. Modelagem 1A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo o teor de
fósforo em sua forma linear como variável resposta, utilizando como variáveis regressoras as
variáveis: Si (Gusa), teores do componentes da escória (CaO, SiO2, FeO, P2O5, MnO e
MgO), inverso da temperatura (1/T) , basicidade binária, ternária e ótica e teor final de
carbono do aço.

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas as seguintes variáveis


regressoras: SiO2, CaO, MgO, P2O5, 1/T, Si(Gusa), carbono do aço e basicidade ternária.
Com as variáveis regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método Best Subsets,
que retornou os resultados mostrados na Tabela 7.1:

Tab. 7.1 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 1A.


S
i

(
G
u S P
s 1 C i M 2
Mallows B a / a O g O
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S T ) C T O 2 O 5

1 14,8 14,5 88,8 0,0067080 X


1 14,7 14,4 89,3 0,0067132 X
2 21,1 20,5 64,6 0,0064683 X X
2 20,6 20,0 66,9 0,0064908 X X
3 27,8 27,0 38,7 0,0062002 X X X
3 26,4 25,6 44,5 0,0062597 X X X
4 30,8 29,7 28,1 0,0060811 X X X X
4 30,8 29,7 28,2 0,0060821 X X X X
5 34,4 33,1 15,1 0,0059323 X X X X X
5 33,8 32,5 17,7 0,0059606 X X X X X
6 35,8 34,4 11,1 0,0058777 X X X X X X
6 35,7 34,2 11,6 0,0058831 X X X X X X
7 37,1 35,4 7,8 0,0058310 X X X X X X X
7 36,2 34,5 11,6 0,0058730 X X X X X X X
8 37,3 35,4 9,0 0,0058327 X X X X X X X X

Os dois melhores modelos apontados pelo Best Subsets foram marcados em negrito.
Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 7 variáveis regressoras, já que a retirada da
variável Basicidade Ternária acarretou em uma queda de apenas 0,2% no valor do coeficiente
de determinação e esse modelo apresenta o menor de valor para “s” (desvio padrão dos
erros). Logo a variável regressora bacisidade ternária (BT) foi excluída do modelo e utilizou-
se as variáveis regressoras SiO2, CaO, MgO, P2O5, 1/T, Si(Gusa) e carbono do aço para o
desenvolvimento do Modelo 1A. A saída do software Minitab foi:

65
P = 0,0923 - 0,00575 Si (Gusa) + 0,121 C - 149 1/T - 0,000193 CaO + 0,000977 SiO2
+ 0,000534 MgO + 0,00250 P2O5

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,09228 0,02093 4,41 0,000
Si (Gusa) -0,005748 0,002511 -2,29 0,023 1,7
C 0,12072 0,03073 3,93 0,000 1,1
1/T -148,57 32,55 -4,56 0,000 1,2
CaO -0,00019343 0,00008078 -2,39 0,017 1,5
SiO2 0,0009767 0,0001391 7,02 0,000 1,3
MgO 0,0005336 0,0001597 3,34 0,001 1,5
P2O5 0,0024974 0,0008387 2,98 0,003 1,5

S = 0,00583102 R-Sq = 37,1% R-Sq(adj) = 35,4%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 7 0,00526946 0,00075278 22,14 0,000
Residual Error 263 0,00894220 0,00003400
Total 270 0,01421167
Quadro 1.1 -
É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todas as variáveis regressoras apresentam VIF< 10,
logo não há problema de multicolinearidade nesse modelo.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há evidências


estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é linearmente
relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos


resíduos, que são mostrados nas figuras 7.1 e 7.2:

66
Fig. 7.1 – 1° Gráfico dos resíduos do Modelo 1A.

Fig. 7.2 – 1° Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 1A.

Através da análise do gráfico dos resíduos da figura 7.1 não é possível aceitar a
suposição de que os resíduos tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de
normalidade da figura 7.2 e o P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível de
significância adotado (0,05), dessa forma, os resíduos não podem ser considerados
normalmente distribuídos, logo o Modelo proposto não é válido. Numa tentativa de melhorar
os resultados do modelo 1A, foram excluídas 9 amostras caracterizadas como sendo outliers,
já que continham resíduos padronizados fora do intervalo [-2,5;2,5].

No novo modelo estimado, o teste t para a variável regressora CaO apresentou um


P-value de 0,55, que é maior que o nível de significância adotado (0,05), logo essa variável
regressora não é estatisticamente importante para caracterizar o teor de fósforo ao final do
sopro a oxigênio no convertedor LD, assim essa variável pode ser excluída do modelo. Além
disso, foram excluídas 14 amostras outliers e utilizou-se novamente a rotina Regression do
Minitab 14, o que resultou na seguinte saída:

P = 0,0355 - 0,00443 Si (Gusa) + 0,0661 C - 69,8 1/T + 0,000858 SiO2 + 0,000872 MgO
+ 0,00242 P2O5

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,03546 0,01265 2,80 0,005
Si (Gusa) -0,004432 0,001642 -2,70 0,007 1,7
C 0,06614 0,03186 2,08 0,039 1,2
1/T -69,83 20,93 -3,34 0,001 1,1
SiO2 0,00085762 0,00009277 9,24 0,000 1,3

67
MgO 0,00087245 0,00009243 9,44 0,000 1,1
P2O5 0,0024191 0,0005437 4,45 0,000 1,5

S = 0,00368762 R-Sq = 52,1% R-Sq(adj) = 51,0%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 0,00357119 0,00059520 43,77 0,000
Residual Error 241 0,00327725 0,00001360
Total 247 0,00684844

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, logo
conclui-se que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para explicar o teor
final do fósforo do aço.

Pela análise de variância também é possível observar que a variável resposta teor
final do fósforo do aço é linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis
regressoras. Todas as variáveis regressoras apresentam VIF< 10, logo não há problema de
multicolinearidade nesse modelo.

O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos


resíduos, que são mostrados nas 7.3 e 7.4:

Fig. 7.3 – Gráfico dos resíduos do Modelo 1A.

68
Fig. 7.4 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 1A.

Através da análise do gráfico dos resíduos da figura 7.3 não é possível aceitar a
suposição de que os resíduos tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de
normalidade da figura 7.4 e o P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível de
significância adotado (0,05), conclui-se que os resíduos não podem ser considerados
normalmente distribuídos.

Assim, obteve-se um modelo que explique 52,1% da variabilidade do teor final de


fósforo do aço, mas esse modelo não é válido já que ocorreu a violação da suposição de
normalidade dos resíduos do modelo.

7.1.2. Modelagem 2A
A Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo o teor de
fósforo em sua forma linear como variável resposta, utilizando como variáveis regressoras as
variáveis: Si (Gusa), componentes da escória(SiO2, CaO, FeO, P2O5, MnO e MgO), teor de
carbono do aço e seus respectivos quadrados, os índices de basicidade binária, ternária e
ótica, além do inverso da temperatura (1/T).

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas as seguintes variáveis


regressoras: (SiO2)2, (MgO)2, (Si (Gusa))2, C, C2, 1/T, P2O5, FeO e (FeO)2. Com as variáveis
regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método Best Subsets, que retornou os
resultados mostrados na tabela 7.2:

69
Tab. 7.2 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 2A.
(
S
i

(
( G
S ( u (
i M s F
O g a e
2 O ) P O
) ) ) 1 C 2 F )
Mallows ^ ^ ^ / ^ O e ^
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S 2 2 2 C T 2 5 O 2
1 15,3 15,0 115,2 0,0066907 X
1 7,4 7,1 150,6 0,0069938 X
2 21,9 21,3 87,4 0,0064363 X X
2 20,5 19,9 93,7 0,0064942 X X
3 27,7 26,9 63,0 0,0062023 X X X
3 27,7 26,9 63,1 0,0062036 X X X
4 31,2 30,2 49,2 0,0060618 X X X X
4 31,2 30,2 49,3 0,0060627 X X X X
5 35,2 34,0 33,3 0,0058952 X X X X X
5 33,6 32,3 40,6 0,0059681 X X X X X
6 37,5 36,1 25,0 0,0058010 X X X X X X
6 37,2 35,8 26,2 0,0058137 X X X X X X
7 39,8 38,2 16,6 0,0057040 X X X X X X X
7 39,2 37,6 19,1 0,0057301 X X X X X X X
8 41,3 39,5 11,9 0,0056443 X X X X X X X X
8 40,8 39,0 14,1 0,0056677 X X X X X X X X
9 42,1 40,1 10,0 0,0056130 X X X X X X X X X

Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 8 variáveis regressoras, já que esse


modelo apresenta o maior valor para o coeficiente de determinação, além de apresentar o
menor de valor para “s” (desvio padrão dos erros) e estatística Cp de Mallows igual ao
número de variáveis regressoras mais um. Logo utilizou-se todas as variáveis regressoras
selecionadas pelo Stepwise: (SiO2)2, (MgO)2, (Si (Gusa))2, C, C2, 1/T, P2O5, FeO e (FeO)2
para o desenvolvimento do Modelo 2. A saída do software Minitab foi:

P = 0,112 + 0,000030 (SiO2)^2 + 0,000058 (MgO)^2 - 0,00391 (Si (Gusa))^2


- 1,75 C^2 + 0,352 C - 161 1/T + 0,00277 P2O5 - 0,00176 FeO
+ 0,000037 (FeO)^2

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,11238 0,02127 5,28 0,000
(SiO2)^2 0,00003041 0,00000498 6,11 0,000 1,8
(MgO)^2 0,00005806 0,00001093 5,31 0,000 1,1
(Si (Gusa))^2 -0,003912 0,001974 -1,98 0,049 1,6
C^2 -1,7463 0,5310 -3,29 0,001 6,4
C 0,35153 0,07394 4,75 0,000 6,7
1/T -161,49 31,98 -5,05 0,000 1,2
P2O5 0,0027745 0,0008140 3,41 0,001 1,6
FeO -0,0017632 0,0007124 -2,47 0,014 73,2
(FeO)^2 0,00003731 0,00001277 2,92 0,004 69,3

S = 0,00561305 R-Sq = 42,1% R-Sq(adj) = 40,1%

Analysis of Variance

70
Source DF SS MS F P
Regression 9 0,00598852 0,00066539 21,12 0,000
Residual Error 261 0,00822315 0,00003151
Total 270 0,01421167

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. O problema encontrado nesse modelo foi o elevado
VIF das variáveis FeO e (FeO)2, apontando multicolinearidade entre essas 2 variáveis.

Resolveu-se excluir a variável regressora FeO, já que esta apresenta valores mais
altos de VIF e do P-value do que a variável (FeO)2. Assim estimou-se outro modelo, a saída
do software Minitab foi:
P = 0,0870 + 0,000035 (SiO2)^2 + 0,000059 (MgO)^2 - 0,00417 (Si (Gusa))^2
- 1,82 C^2 + 0,362 C - 162 1/T + 0,00293 P2O5 + 0,000006 (FeO)^2

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,08705 0,01883 4,62 0,000
(SiO2)^2 0,00003477 0,00000470 7,40 0,000 1,5
(MgO)^2 0,00005922 0,00001103 5,37 0,000 1,1
(Si (Gusa))^2 -0,004166 0,001991 -2,09 0,037 1,6
C^2 -1,8159 0,5354 -3,39 0,001 6,4
C 0,36240 0,07453 4,86 0,000 6,7
1/T -161,69 32,29 -5,01 0,000 1,2
P2O5 0,0029324 0,0008194 3,58 0,000 1,6
(FeO)^2 0,00000605 0,00000189 3,20 0,002 1,5

S = 0,00566768 R-Sq = 40,8% R-Sq(adj) = 39,0%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 8 0,00579554 0,00072444 22,55 0,000
Residual Error 262 0,00841612 0,00003212
Total 270 0,01421167

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todas as variáveis regressoras apresentam VIF< 10,
logo o problema de multicolinearidade anteriormente encontrado foi resolvido.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há evidências


estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é linearmente
relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

71
O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos
resíduos, que são mostrados nas figuras 7.5 e 7.6:

Fig. 7.5 – 1° Gráfico dos resíduos do Modelo 2A.

Fig. 7.6 – 1° Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 2A.

Através da análise do gráfico dos resíduos da figura 7.5 é possível observar que os
resíduos apresentem um desvio-padrão que aumenta com o aumento dos valores estimados
para o teor final de fósforo do aço, assim não é possível aceitar a suposição de que os
resíduos tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de normalidade da figura
7.6 e o P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível de significância adotado

72
(0,05), conclui-se que os resíduos não podem ser considerados normalmente distribuídos,
logo o Modelo proposto não é válido.

Numa tentativa de melhorar os resultados do modelo 2A, foram excluídas 9


amostras caracterizadas como sendo outliers, já que continham resíduos padronizados fora do
intervalo [-2,5;2,5].

No novo modelo estimado, o teste t para a variável regressora (FeO)2 apresentou P-


value igual a 0,935, logo essa variável não é estatisticamente importante para explicar o teor
final do fósforo do aço. Decidiu-se excluir a variável (FeO)2 do modelo, além de se excluir 9
informações outliers.

A seguir, estimou-se novamente um modelo, que apresentou um P-value de 0,068


para o teste t para a variável regressora C2, assim essa variável regressora não é
estatisticamente importante para explicar o teor final do fósforo do aço. Logo a variável C2
foi retirada do modelo, a seguir, estimou-se novamente um modelo, cuja saída do software
Minitab foi:

P = 0,0366 + 0,000030 (SiO2)^2 + 0,000082 (MgO)^2 - 0,00325 (Si (Gusa))^2


+ 0,0481 C - 61,9 1/T + 0,00268 P2O5

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,03665 0,01238 2,96 0,003
(SiO2)^2 0,00002998 0,00000279 10,76 0,000 1,2
(MgO)^2 0,00008151 0,00000759 10,74 0,000 1,0
(Si (Gusa))^2 -0,003248 0,001335 -2,43 0,016 1,6
C 0,04810 0,02084 2,31 0,022 1,1
1/T -61,88 20,64 -3,00 0,003 1,1
P2O5 0,0026786 0,0005344 5,01 0,000 1,5

S = 0,00371987 R-Sq = 54,5% R-Sq(adj) = 53,4%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 0,00407384 0,00067897 49,07 0,000
Residual Error 246 0,00340402 0,00001384
Total 252 0,00747786

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todos os VIF’s encontrados são menores que 10, logo
não há multicolinearidade entre as variáveis regressoras do modelo 2A.

73
O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes
evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é
linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos


resíduos, que são mostrados nas figuras 7.7 e 7.8:

Fig. 7.7 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 2A.

Fig. 7.8 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 2A.

Através da análise residual da figura 7.7 não é possível aceitar a suposição de que
os resíduos tenham um desvio-padrão constante, já que apresentam um perfil de arco duplo.
Analisando o gráfico de normalidade da figura 7.8 e o P-value do teste Anderson-Darling,

74
que é menor que o nível de significância adotado (0,05), conclui-se que os resíduos não
podem ser considerados normalmente distribuídos, logo o Modelo proposto não é válido.

Como não há mais informações outliers chegou-se à versão final para o Modelo 2A,
obtendo-se um modelo que explique 54,5% da variabilidade do teor final de fósforo do aço,
que não é válido pois ocorreu a violação da suposição de normalidade dos resíduos do
modelo.

7.1.3. Modelagem 3A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo o teor de
fósforo em sua forma linear como variável resposta, utilizando como variáveis regressoras as
variáveis: Si (Gusa), componentes da escória (SiO2, FeO, P2O5, MnO e MgO), carbono do
aço, essas mesmas variáveis elevadas ao quadrado e ao cubo, além do inverso da temperatura
(1/T) .

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas apenas as variáveis


regressoras: (SiO2)2, (MgO)2, (Si (Gusa))2, C, C2, 1/T, P2O5, FeO e (FeO)2. Essas variáveis
foram as mesmas selecionadas anteriormente no modelo 2A. Como nenhuma variável
elevada ao cubo foi selecionada, nenhum modelo utilizando variáveis cúbicas pode ser
obtido.

7.1.4. Modelagem 4A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo o teor de
fósforo em sua forma linear como variável resposta, utilizando como variáveis regressoras as
variáveis: Si (Gusa), componentes da escória(SiO2, FeO, P2O5, MnO e MgO), carbono do
aço, essas mesmas variáveis elevadas ao quadrado, além de seus respectivos logaritmos
naturais e o inverso da temperatura (1/T).

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas as seguintes variáveis


regressoras: (SiO2)2, ln (C), (MgO)2, ln Si (Gusa), 1/T, ln (P2O5), ln (FeO), (FeO)2 e ln
(CaO). Com as variáveis regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método Best
Subsets, que retornou os resultados mostrados na tabela 7.3:

75
Tab. 7.3 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 4A.
l
n

(
S
i l
( n l
S ( ( ( n l
i M G ( F n
O l g u P e ( (
2 n O s 2 O F C
) ( ) a 1 O ) e a
Mallows ^ C ^ ) / 5 ^ O O
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S 2 ) 2 ) T ) 2 ) )
1 15,3 15,0 122,8 0,0066907 X
1 12,3 12,0 136,5 0,0068072 X
2 26,1 25,5 75,1 0,0062607 X X
2 23,5 23,0 86,7 0,0063673 X X
3 30,2 29,4 58,3 0,0060971 X X X
3 28,9 28,1 64,1 0,0061514 X X X
4 34,6 33,7 39,7 0,0059092 X X X X
4 33,6 32,6 44,5 0,0059568 X X X X
5 37,9 36,7 26,8 0,0057718 X X X X X
5 37,6 36,4 28,1 0,0057854 X X X X X
6 40,8 39,4 15,6 0,0056474 X X X X X X
6 39,6 38,3 20,8 0,0057009 X X X X X X
7 41,6 40,0 13,8 0,0056185 X X X X X X X
7 41,3 39,7 15,0 0,0056319 X X X X X X X
8 42,6 40,9 10,9 0,0055780 X X X X X X X X
8 42,3 40,5 12,4 0,0055941 X X X X X X X X
9 43,3 41,3 10,0 0,0055580 X X X X X X X X X

Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 8 variáveis regressoras, já que esse


modelo apresenta o valor para o coeficiente de determinação próximo ao do modelo que
possui 9 variáveis regressoras, além de apresentar o valor para “s” (desvio padrão dos erros)
ligeiramente superior ao do modelo que contém 9 variáveis, mas apresenta a vantagem de
possuir uma variável regressora a menos, fator que facilita o controle. Assim, excluiu-se a
variável regressora “ln (CaO)” do modelo. Logo utilizou-se as variáveis regressoras: (SiO2)2,
ln (C), (MgO)2, ln Si (Gusa), 1/T, ln (P2O5), ln (FeO) e (FeO)2 para o desenvolvimento do
Modelo 4. A saída do software Minitab foi:

P = 0,185 + 0,000032 (SiO2)^2 + 0,00642 ln(C) + 0,000058 (MgO)^2


- 0,00286 ln (Si (Gusa)) - 157 1/T + 0,00618 ln (P2O5) + 0,000023(FeO)^2 - 0,0253
ln (FeO)

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,18500 0,03344 5,53 0,000
(SiO2)^2 0,00003240 0,00000507 6,40 0,000 1,9
ln(C) 0,006416 0,001192 5,38 0,000 1,1
(MgO)^2 0,00005784 0,00001083 5,34 0,000 1,1
ln (Si (Gusa)) -0,002863 0,001159 -2,47 0,014 1,6
1/T -156,79 31,57 -4,97 0,000 1,2
ln (P2O5) 0,006176 0,001820 3,39 0,001 1,5
(FeO)^2 0,00002263 0,00000641 3,53 0,000 17,7
ln (FeO) -0,025257 0,009460 -2,67 0,008 19,5

76
S = 0,00557804 R-Sq = 42,6% R-Sq(adj) = 40,9%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 8 0,00605967 0,00075746 24,34 0,000
Residual Error 262 0,00815200 0,00003111
Total 270 0,01421167

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. O problema encontrado nesse modelo foi o elevado
VIF das variáveis ln (FeO) e (FeO)2, apontando multicolinearidade entre essas 2 variáveis.

Resolveu-se excluir a variável regressora ln (FeO), já que esta apresenta valores


mais altos de VIF e do P-value do que a variável (FeO)2. Assim estimou-se outro modelo,
cuja saída do software Minitab foi:

P = 0,114 + 0,000037 (SiO2)^2 + 0,00661 ln(C) + 0,000059 (MgO)^2


- 0,00298 ln (Si (Gusa)) - 157 1/T + 0,00658 ln (P2O5) + 0,000006 (FeO)^2

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,11408 0,02055 5,55 0,000
(SiO2)^2 0,00003713 0,00000480 7,73 0,000 1,6
ln(C) 0,006605 0,001204 5,49 0,000 1,1
(MgO)^2 0,00005936 0,00001094 5,42 0,000 1,1
ln (Si (Gusa)) -0,002983 0,001172 -2,55 0,011 1,6
1/T -157,25 31,93 -4,92 0,000 1,2
ln (P2O5) 0,006580 0,001835 3,59 0,000 1,5
(FeO)^2 0,00000626 0,00000188 3,32 0,001 1,5

S = 0,00564265 R-Sq = 41,1% R-Sq(adj) = 39,5%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 7 0,00583787 0,00083398 26,19 0,000
Residual Error 263 0,00837380 0,00003184
Total 270 0,01421167

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todos os VIF’s encontrados são menores que 10, logo
não há multicolinearidade entre as variáveis regressoras do modelo 4A.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é

77
linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras, assim o modelo
proposto é válido.

O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos


resíduos, que são mostrados nas figuras 7.9 e 7.10:

Fig. 7.9 – 1° Gráfico dos resíduos do Modelo 4A.

Fig. 7.10 – 1° Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 4A.

Através da análise residual da figura 7.9 não é possível aceitar a suposição de que
os resíduos tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de normalidade da
figura 7.10 e o P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível de significância

78
adotado (0,05), conclui-se que os resíduos não podem ser considerados normalmente
distribuídos, assim o modelo proposto não é válido.

Numa tentativa de melhorar os resultados do modelo 4A, foram excluídas 9


amostras caracterizadas como sendo outliers, já que continham resíduos padronizados fora do
intervalo [-2,5;2,5]. Nesse modelo o teste t para a variável regressora (FeO)2 apresentou um
P-value igual a 0,994, que é maior que o nível descritivo adotado (0,05), desse modo, é
possível concluir que essa variável não é estatisticamente importante para explicar o teor
final do fósforo do aço. Logo a variável (FeO)2 foi retirada do modelo, a seguir, estimou-se
novamente um modelo, cuja saída do software Minitab foi:

P = 0,0692 + 0,000030 (SiO2)^2 + 0,00401 ln(C) + 0,000063 (MgO)^2


- 0,00289 ln (Si (Gusa)) - 90,5 1/T + 0,00581 ln (P2O5)

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,06923 0,01565 4,42 0,000
(SiO2)^2 0,00003017 0,00000337 8,95 0,000 1,3
ln(C) 0,0040054 0,0009497 4,22 0,000 1,1
(MgO)^2 0,00006338 0,00000846 7,49 0,000 1,1
ln (Si (Gusa)) -0,0028929 0,0009131 -3,17 0,002 1,6
1/T -90,48 23,78 -3,80 0,000 1,1
ln (P2O5) 0,005815 0,001393 4,17 0,000 1,5

S = 0,00432313 R-Sq = 48,4% R-Sq(adj) = 47,1%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 0,00446176 0,00074363 39,79 0,000
Residual Error 255 0,00476581 0,00001869
Total 261 0,00922757

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todos os VIF’s encontrados são menores que 10, logo
não há multicolinearidade entre as variáveis regressoras do modelo 4A.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é
linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Através da análise residual não foi possível aceitar a suposição de que os resíduos
tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de normalidade dos resíduos e o
P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível de significância adotado (0,05),

79
conclui-se que os resíduos não podem ser considerados normalmente distribuídos, logo o
Modelo proposto não é válido.

Numa tentativa de melhorar os resultados do modelo 4A, foram excluídas 13


amostras caracterizadas como sendo outliers, já que continham resíduos padronizados fora do
intervalo [-2,5;2,5]. A saída do software Minitab foi:

P = 0,0388 + 0,000031 (SiO2)^2 + 0,00204 ln(C) + 0,000078 (MgO)^2


- 0,00229 ln (Si (Gusa)) - 53,2 1/T + 0,00574 ln (P2O5)

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,03881 0,01305 2,98 0,003
(SiO2)^2 0,00003077 0,00000276 11,16 0,000 1,3
ln(C) 0,0020447 0,0007953 2,57 0,011 1,1
(MgO)^2 0,00007821 0,00000730 10,72 0,000 1,1
ln (Si (Gusa)) -0,0022920 0,0007559 -3,03 0,003 1,6
1/T -53,17 19,77 -2,69 0,008 1,1
ln (P2O5) 0,005743 0,001138 5,05 0,000 1,4

S = 0,00349466 R-Sq = 57,6% R-Sq(adj) = 56,6%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 0,00401557 0,00066926 54,80 0,000
Residual Error 242 0,00295545 0,00001221
Total 248 0,00697102

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todos os VIF’s encontrados são menores que 10, logo
não há multicolinearidade entre as variáveis regressoras do modelo 4A.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é
linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos


resíduos, que são mostrados nas figuras 7.11 e 7.12:

80
Fig. 7.11 – Gráfico dos resíduos do Modelo 4A.

Fig. 7.12 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 4A.

Através da análise residual da figura 7.11 é possível aceitar a suposição de que os


resíduos tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de normalidade da figura
7.12 e o P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível descritivo (0,05),
conclui-se que os resíduos não podem ser considerados normalmente distribuídos, assim o
modelo proposto não é válido.

Como não há mais informações outliers chegou-se à versão final para o Modelo 4A,
obtendo-se um modelo que explique 57,6% da variabilidade do teor final de fósforo do aço,

81
que não é válido pois ocorreu a violação da suposição de normalidade dos resíduos do
modelo.

7.1.5. Modelagem 5A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo o logaritmo
natural do teor de fósforo do aço como variável resposta, utilizando como variáveis
regressoras as variáveis: Si (Gusa), componentes da escória(SiO2, FeO, P2O5, MnO e MgO),
teor de carbono do aço, essas mesmas variáveis elevadas ao quadrado e ao cubo, além do
inverso da temperatura (1/T).

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas as seguintes variáveis


regressoras: (SiO2)2, (MgO)2, P2O5, 1/T, C, (Si (Gusa))2, C2, CaO, (CaO)2, FeO e (FeO)2.
Com as variáveis regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método Best Subsets,
cujos resultados são mostrados na tabela 7.4:

Tab. 7.4 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 5A.


(
S
i

(
( G
S ( u ( (
i M s C F
O g a a e
2 O P ) O O
) ) 2 1 ) C C F ) )
Mallows ^ ^ O / ^ ^ a e ^ ^
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S 2 2 5 T C 2 2 O O 2 2
1 18,6 18,3 148,4 0,37090 X
1 8,0 7,7 202,6 0,39435 X
2 28,7 28,2 98,8 0,34775 X X
2 27,0 26,5 107,6 0,35190 X X
3 35,9 35,2 64,3 0,33043 X X X
3 35,0 34,3 68,6 0,33262 X X X
4 39,5 38,6 47,8 0,32156 X X X X
4 38,4 37,5 53,4 0,32450 X X X X
5 42,3 41,2 35,6 0,31471 X X X X X
5 41,6 40,5 39,0 0,31651 X X X X X
6 43,9 42,6 29,6 0,31098 X X X X X X
6 43,7 42,4 30,5 0,31146 X X X X X X
7 45,5 44,1 23,1 0,30690 X X X X X X X
7 45,2 43,8 24,6 0,30774 X X X X X X X
8 46,8 45,1 18,8 0,30399 X X X X X X X X
8 46,8 45,1 18,8 0,30400 X X X X X X X X
9 47,9 46,1 14,9 0,30123 X X X X X X X X X
9 47,7 45,8 16,2 0,30200 X X X X X X X X X
10 48,5 46,5 14,1 0,30021 X X X X X X X X X X
10 48,4 46,4 14,4 0,30042 X X X X X X X X X X
11 49,3 47,1 12,0 0,29846 X X X X X X X X X X X

82
Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 11 variáveis regressoras, já que esse
modelo apresenta o maior valor para o coeficiente de determinação, além de apresentar o
menor valor para “s” (desvio padrão dos erros). Logo, as variáveis regressoras: (SiO2)2,
(MgO)2, P2O5, 1/T, C, (Si (Gusa))2, C2, CaO, (CaO)2, FeO e (FeO)2 foram selecionadas para
a estimação do modelo 5A, a saída do software Minitab foi:
ln P = 5,58 + 0,00123 (SiO2)^2 + 0,00188 (MgO)^2 + 0,179 P2O5 - 8301 1/T
+ 14,6 C - 0,231 (Si (Gusa))^2 - 69,8 C^2 + 0,00134 (CaO)^2
+ 0,00153 (FeO)^2 - 0,151 CaO - 0,107 FeO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 5,583 1,897 2,94 0,004
(SiO2)^2 0,0012327 0,0003713 3,32 0,001 3,5
(MgO)^2 0,0018794 0,0008924 2,11 0,036 2,5
P2O5 0,17909 0,04499 3,98 0,000 1,7
1/T -8301 1700 -4,88 0,000 1,2
C 14,587 3,976 3,67 0,000 6,9
(Si (Gusa))^2 -0,2307 0,1056 -2,18 0,030 1,6
C^2 -69,80 28,40 -2,46 0,015 6,5
(CaO)^2 0,0013356 0,0005528 2,42 0,016 239,9
(FeO)^2 0,0015341 0,0007612 2,02 0,045 87,1
CaO -0,15067 0,05514 -2,73 0,007 265,9
FeO -0,10720 0,04485 -2,39 0,018 102,7

S = 0,298458 R-Sq = 49,3% R-Sq(adj) = 47,1%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 11 22,4017 2,0365 22,86 0,000
Residual Error 259 23,0710 0,0891
Total 270 45,4728

Nesse modelo, ocorreu o problema da multicolinearidade entre as seguintes


variáveis:
- CaO e (CaO)2;
- FeO e (FeO)2.

Resolveu-se excluir as variáveis regressoras (CaO)2 e (FeO)2 já que apresentam os


maiores valores para o P-value nos testes t. Estimou-se novamente um modelo estatístico:

ln P = 0,13 + 0,00179 (SiO2)^2 + 0,00296 (MgO)^2 + 0,186 P2O5 - 8097 1/T


+ 15,3 C - 0,274 (Si (Gusa))^2 - 74,9 C^2 - 0,0116 CaO - 0,0035 FeO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,134 1,231 0,11 0,913
(SiO2)^2 0,0017922 0,0003460 5,18 0,000 2,9
(MgO)^2 0,0029589 0,0008704 3,40 0,001 2,3
P2O5 0,18585 0,04558 4,08 0,000 1,6
1/T -8097 1742 -4,65 0,000 1,2
C 15,255 4,059 3,76 0,000 6,8
(Si (Gusa))^2 -0,2744 0,1077 -2,55 0,011 1,6

83
C^2 -74,91 29,03 -2,58 0,010 6,4
CaO -0,011580 0,007846 -1,48 0,141 5,1
FeO -0,00348 0,01120 -0,31 0,756 6,1

S = 0,306015 R-Sq = 46,3% R-Sq(adj) = 44,4%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 9 21,0314 2,3368 24,95 0,000
Residual Error 261 24,4414 0,0936
Total 270 45,4728

Nesse novo modelo, as variáveis regressoras CaO e FeO apresentaram, em seus


testes t, os respectivos P-values 0,141 e 0,756, que são maiores que o nível de significância
adotado (0,05), logo essas duas variáveis não são estatisticamente importantes para
caracterizar a variável resposta, podendo ser excluídas do modelo a ser estimado. Também
resolveu-se excluir 15 corridas que continham outliers, chegando-se ao seguinte modelo:

ln P = - 2,68 + 0,00198 (SiO2)^2 + 0,00476 (MgO)^2 + 0,181 P2O5 - 4523 1/T


+ 11,0 C - 0,278 (Si (Gusa))^2 - 54,6 C^2

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant -2,6842 0,8234 -3,26 0,001
(SiO2)^2 0,0019777 0,0001868 10,59 0,000 1,3
(MgO)^2 0,0047643 0,0005114 9,32 0,000 1,1
P2O5 0,18076 0,03537 5,11 0,000 1,5
1/T -4523 1380 -3,28 0,001 1,1
C 11,018 3,415 3,23 0,001 6,5
(Si (Gusa))^2 -0,27751 0,08740 -3,17 0,002 1,5
C^2 -54,56 23,82 -2,29 0,023 6,2

S = 0,245615 R-Sq = 56,0% R-Sq(adj) = 54,8%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 7 19,0622 2,7232 45,14 0,000
Residual Error 248 14,9610 0,0603
Total 255 34,0232

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Todos os VIF’s encontrados são menores que 10, logo
não há evidências de multicolinearidade entre as variáveis regressoras do modelo 5A.

84
O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes
evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta logaritmo natural do teor final do
fósforo do aço é linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

O passo seguinte é a análise residual e a plotagem do gráfico de normalidade dos


resíduos, que são mostrados nas figuras 7.13 e 7.14:

Fig. 7.13 – Gráfico dos resíduos do Modelo 5A.

Fig. 7.14 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 5A.

Através da análise residual do gráfico dos resíduos aceita-se a suposição de que os


resíduos tenham um desvio-padrão constante. Os resíduos podem se considerados como

85
normalmente distribuídos, já que o P-value do teste Anderson-Darling encontrado (0,817), é
maior que o nível de significância adotado (0,05). Portanto, chegou-se ao primeiro modelo
válido para a previsão do teor final de fósforo do aço.

Como não há mais informações outliers chegou-se à versão final para o modelo 5A,
obtendo-se um modelo que explique 56,0% da variabilidade do teor final de fósforo do aço.

7.1.6. Modelagem 6A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo o logaritmo
natural do teor de fósforo do aço como variável resposta, utilizando como variáveis
regressoras as variáveis: Si (Gusa), componentes da escória (SiO2, FeO, P2O5, MnO e MgO),
teor de carbono do aço, essas mesmas variáveis elevadas ao quadrado e ao cubo, além de
seus respectivos logaritmos naturais e o inverso da temperatura (1/T) .

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas as seguintes variáveis


regressoras: (SiO2)2, ln C, (MgO)2, ln Si (Gusa), 1/T, ln (P2O5), ln (FeO), CaO e ln (CaO).
Com as variáveis regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método Best Subsets,
cujos resultados são mostrados na tabela 7.5:

Tab. 7.5 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 6A.


l
n
(
S
i l
( n l l
S ( ( n n
i G M l (
O u g n P ( (
2 s O 2 F C
) a ) ( 1 O e a C
Mallows ^ ) ^ C / 5 O O a
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S 2 ) 2 ) T ) ) ) O

1 18,6 18,3 157,6 0,37090 X


1 11,4 11,0 195,5 0,38706 X
2 33,5 33,0 81,8 0,33582 X X
2 32,1 31,6 89,3 0,33941 X X
3 37,2 36,5 64,8 0,32710 X X X
3 37,0 36,3 65,9 0,32766 X X X
4 41,1 40,2 46,2 0,31725 X X X X
4 40,9 40,0 47,3 0,31783 X X X X
5 44,5 43,4 30,7 0,30867 X X X X X
5 44,1 43,0 32,9 0,30980 X X X X X
6 47,1 45,9 19,1 0,30189 X X X X X X
6 46,5 45,3 21,9 0,30345 X X X X X X
7 48,2 46,8 15,3 0,29926 X X X X X X X
7 47,9 46,5 17,1 0,30025 X X X X X X X
8 49,3 47,8 11,5 0,29664 X X X X X X X X
8 49,0 47,4 13,3 0,29759 X X X X X X X X
9 50,0 48,3 10,0 0,29520 X X X X X X X X X

86
Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 8 variáveis regressoras (marco em
negrito), já que esse modelo apresenta o valor para o coeficiente de determinação próximo ao
do modelo que possui 9 variáveis regressoras, além de apresentar o valor para “s” (desvio
padrão dos erros) ligeiramente superior ao do modelo que contém 9 variáveis, mas apresenta
a vantagem de possuir uma variável regressora a menos, fator que facilita o controle. Assim,
excluiu-se a variável regressora “ln (FeO)” do modelo, dessa forma, foram utilizadas as
seguintes variáveis regressoras: (SiO2)2, ln C, (MgO)2, ln Si (Gusa), 1/T, ln (P2O5), (FeO),
CaO e ln (CaO) para o desenvolvimento do Modelo 6A. A saída do software Minitab foi:

ln P = 18,0 + 0,00203 (SiO2)^2 - 0,180 ln (Si (Gusa)) + 0,00320 (MgO)^2


+ 0,313 ln (C) - 8338 1/T + 0,480 ln (P2O5) - 5,88 ln (CaO) + 0,117 CaO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 18,017 5,878 3,07 0,002
(SiO2)^2 0,0020305 0,0002283 8,89 0,000 1,3
ln (Si (Gusa)) -0,17954 0,06279 -2,86 0,005 1,7
(MgO)^2 0,0032029 0,0006447 4,97 0,000 1,3
ln (C) 0,31302 0,06304 4,97 0,000 1,1
1/T -8338 1674 -4,98 0,000 1,2
ln (P2O5) 0,47991 0,09839 4,88 0,000 1,6
ln (CaO) -5,883 1,992 -2,95 0,003 162,9
CaO 0,11703 0,04288 2,73 0,007 162,8

S = 0,296635 R-Sq = 49,3% R-Sq(adj) = 47,8%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 8 22,4187 2,8023 31,85 0,000
Residual Error 262 23,0540 0,0880
Total 270 45,4728

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. O problema encontrado nesse modelo foi o elevado
VIF das variáveis ln (CaO) e (CaO)2, apontando multicolinearidade entre essas 2 variáveis.

Resolveu-se excluir a variável regressora CaO, já que esta apresenta valores mais
altos de VIF e do P-value do que a variável ln (CaO). Assim estimou-se outro modelo, saída
do software Minitab foi:

ln P = 2,46 + 0,00201 (SiO2)^2 - 0,212 ln (Si (Gusa)) + 0,00308 (MgO)^2


+ 0,297 ln (C) - 7954 1/T + 0,414 ln (P2O5) - 0,469 ln (CaO)

87
Predictor Coef SE Coef T P VIF
Constant 2,456 1,448 1,70 0,091
(SiO2)^2 0,0020129 0,0002310 8,71 0,000 1,3
ln (Si (Gusa)) -0,21213 0,06239 -3,40 0,001 1,6
(MgO)^2 0,0030803 0,0006510 4,73 0,000 1,3
ln (C) 0,29711 0,06353 4,68 0,000 1,1
1/T -7954 1688 -4,71 0,000 1,2
ln (P2O5) 0,41399 0,09654 4,29 0,000 1,5
ln (CaO) -0,4689 0,1818 -2,58 0,010 1,3

S = 0,300250 R-Sq = 47,9% R-Sq(adj) = 46,5%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 7 21,7633 3,1090 34,49 0,000
Residual Error 263 23,7095 0,0902
Total 270 45,4728

Nesse novo modelo estimado, é possível observar que o P-value do teste t para o
estimador do intercepto (chamado de constant) apresenta P-value igual a 0,091, que é maior
que o nível de significância adotado (0,05), dessa forma deverá ser estimado um modelo sem
intercepto.

No novo modelo estimado, o P-value do teste t para a variável regressora ln (CaO)


foi igual 0,054 que é maior que o nível de significância adotado (0,05), logo essa variável
não é estatisticamente importante para explicar a variável resposta logaritmo natural do teor
de fósforo do aço e será retirada do modelo. A saída do software Minitab foi:

ln P = 0,00204 (SiO2)^2 - 0,220 ln (Si (Gusa)) + 0,00383 (MgO)^2 + 0,288 ln (C)


- 6977 1/T + 0,398 ln (P2O5)

Predictor Coef SE Coef T P


Noconstant
(SiO2)^2 0,0020405 0,0002187 9,33 0,000
ln (Si (Gusa)) -0,21952 0,06165 -3,56 0,000
(MgO)^2 0,0038313 0,0005851 6,55 0,000
ln (C) 0,28831 0,05896 4,89 0,000
1/T -6976,8 421,1 -16,57 0,000
ln (P2O5) 0,39847 0,09622 4,14 0,000

S = 0,302875

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 4842,90 807,15 8798,88 0,000
Residual Error 265 24,31 0,09
Total 271 4867,21

88
Quando se trabalha com modelos sem intercepto, o software Minitab 14 não calcula
os valores de R2 e Raj2, que foram calculados manualmente, utilizando-se as fórmulas
apresentadas anteriormente, os valores encontrados foram:

R2 = 99,5% e Raj2 = 99,4%.

É possível observar que todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, assim
é possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para
explicar o teor final do fósforo do aço. Para modelos sem intercepto, o softare Minitab não
calcula os valores para o VIF.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é
linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do gráfico


de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.15 e 7.16, têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.15 – Gráfico dos resíduos do Modelo 6A.

89
Fig. 7.16 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 6A.

Através da análise residual da figura 7.15 é possível aceitar a suposição de que os


resíduos tenham um desvio-padrão constante. Analisando o gráfico de normalidade da figura
7.16 e o P-value do teste Anderson-Darling, que é menor que o nível de significância adotado
(0,05), conclui-se que os resíduos não podem ser considerados normalmente distribuídos,
assim o modelo proposto não é válido.

Assim, foram excluídas 11 amostras que continham outliers, chegando-se a um


novo modelo:

ln P = 0,00196 (SiO2)^2 - 0,204 ln (Si (Gusa)) + 0,00466 (MgO)^2 + 0,260 ln (C)


- 7154 1/T + 0,404 ln (P2O5)

Predictor Coef SE Coef T P


Noconstant
(SiO2)^2 0,0019577 0,0001846 10,60 0,000
ln (Si (Gusa)) -0,20373 0,05230 -3,90 0,000
(MgO)^2 0,0046626 0,0005184 8,99 0,000
ln (C) 0,25966 0,05203 4,99 0,000
1/T -7153,7 371,1 -19,28 0,000
ln (P2O5) 0,40419 0,08138 4,97 0,000

S = 0,253496

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 4677,87 779,64 12132,59 0,000
Residual Error 254 16,32 0,06
Total 260 4694,19

90
Nesse modelo, todos os P-values dos testes t são menores que 0,05, desse modo é
possível concluir que todas as variáveis regressoras do modelo são importantes para explicar
o logaritmo natural do teor final do fósforo do aço. Para modelos sem intercepto, o software
Minitab não calcula os valores para o VIF.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do aço é
linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do gráfico


de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.17 e 7.18 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.17 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 6A.

91
Fig. 7.18 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 6A.

Através da análise residual da figura 7.17 aceita-se a suposição de que os resíduos


tenham um desvio-padrão constante. Através da análise do gráfico de normalidade da figura
7.18 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a 0,40 (maior que o nível de
significância adotado), pode-se observar que os resíduos podem ser considerados
normalmente distribuídos.

Assim, as suposições necessárias para a estimação de modelos de regressão linear


múltipla foram confirmadas, acarretando na validação do modelo 6A. Dessa forma, chegou-
se a um modelo sem intercepto, com 6 variáveis regressoras que explica aproximadamente
99,65% da variabilidade do logaritmo natural do teor de fósforo do aço ao final do sopro no
conversor LD.

7.1.7. Modelagem 7A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo como
variável resposta uma transformação linearizada do teor de fósforo: o logaritmo natural do
fósforo dividido pela raiz quadrada de P2O5 da escória, conforme apresentado por CAMPOS
(1985).

Foram utilizadas como variáveis regressoras as variáveis: Si (Gusa), óxidos


componentes da escória(SiO2, FeO, CaO, MnO e MgO), carbono do aço, essas mesmas
variáveis elevadas ao quadrado e ao cubo, além do inverso da temperatura (1/T).

92
Utilização o método Stepwise do software Minitab 14, onde foram selecionadas as
seguintes variáveis regressoras: (SiO2)2, (MgO)2, C, Si (Gusa), C2, 1/T, (FeO)3, (Si (Gusa))2,
FeO e (SiO2)3. Com as variáveis regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método
Best Subsets, cujos resultados são mostrados na tabela 7.6:

Tab. 7.6 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 7A.


(
S
i

S (
( i g (
S ( ( u S
i M ( F s i
O g G e a O
2 O u O ) 2
) ) 1 s C ) ) ) F
Mallows ^ ^ / a ^ ^ ^ ^ e
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S 2 2 T C ) 2 3 2 3 O

1 21,0 20,7 113,8 0,35488 X


1 17,3 17,0 131,5 0,36303 X
2 32,2 31,7 61,5 0,32923 X X
2 28,7 28,2 78,6 0,33772 X X
3 35,6 34,9 47,1 0,32146 X X X
3 35,2 34,5 49,1 0,32250 X X X
4 38,8 37,9 33,8 0,31400 X X X X
4 38,3 37,3 36,4 0,31539 X X X X
5 40,9 39,8 25,6 0,30911 X X X X X
5 40,5 39,3 27,9 0,31034 X X X X X
6 42,4 41,1 20,6 0,30586 X X X X X X
6 42,2 40,9 21,5 0,30634 X X X X X X
7 43,9 42,4 15,4 0,30247 X X X X X X X
7 43,3 41,8 18,2 0,30400 X X X X X X X
8 44,8 43,1 13,0 0,30055 X X X X X X X X
8 44,4 42,7 14,6 0,30148 X X X X X X X X
9 45,4 43,5 11,9 0,29938 X X X X X X X X X
9 45,4 43,5 12,2 0,29952 X X X X X X X X X
10 46,0 44,0 11,0 0,29828 X X X X X X X X X X

Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 9 variáveis regressoras (marcado em


negrito), já que esse modelo apresenta o valor para o coeficiente de determinação próximo ao
do modelo que possui 10 variáveis regressoras, além de apresentar o valor para “s” (desvio
padrão dos erros) ligeiramente superior ao do modelo que contém 9 variáveis, mas apresenta
a vantagem de possuir uma variável regressora a menos, fator que facilita o controle. Assim,
excluiu-se a variável regressora (SiO2)3 do modelo, assim foram utilizadas as seguintes
variáveis regressoras: (SiO2)2, (MgO)2, C, Si (Gusa), C2, 1/T, (FeO)3, (Si (Gusa))2 e FeO para
o desenvolvimento do Modelo 7. A saída do software Minitab foi:

ln (P/Rq(P2O5)) = 0,53 + 0,00208 (SiO2)^2 + 0,00391 (MgO)^2 - 8488 1/T + 15,8 C


- 1,38 Si (Gusa) - 77,0 C^2 + 0,000020 (FeO)^3
+ 0,889 (Si (gusa))^2 - 0,0341 FeO

93
Predictor Coef SE Coef T P VIF
Constant 0,534 0,163 3,27 0,001
(SiO2)^2 0,0020790 0,0002717 7,65 0,000 1,9
(MgO)^2 0,0039087 0,0005785 6,76 0,000 1,1
1/T -8488 1643 -5,17 0,000 1,1
C 15,790 3,924 4,02 0,000 6,7
Si (Gusa) -1,3793 0,4912 -2,81 0,005 24,4
C^2 -76,98 28,22 -2,73 0,007 6,3
(FeO)^3 0,00001972 0,00000797 2,47 0,014 17,4
(Si (gusa))^2 0,8889 0,4105 2,17 0,031 23,7
FeO -0,03411 0,01950 -1,75 0,081 19,3

S = 0,299377 R-Sq = 45,4% R-Sq(adj) = 43,5%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 9 19,4717 2,1635 24,14 0,000
Residual Error 261 23,3925 0,0896
Total 270 42,8642

Assim, verificou-se multicolinearidade entre as variáveis:


- Si (Gusa) e (Si (Gusa))2;
- FeO e (FeO)3.

Como a variável regressora FeO apresenta, em seu teste t, um P-value de 0,081 que
é maior que o nível de significância, essa variável regressora será excluída do modelo. A
variável regressora (Si (Gusa))2 será excluída do modelo por apresentar P-value do teste t
maior que o da variável regressora Si (Gusa).

Foram excluídas também 10 amostras referentes a corridas que continham outliers,


assim chegou-se ao seguinte modelo:

ln (P/Rq(P2O5)) = - 1,91 + 0,00192 (SiO2)^2 + 0,00475 (MgO)^2 - 5696 1/T


+ 13,9 C - 0,322 Si (Gusa) - 66,4 C^2 + 0,000000 (FeO)^3

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant -1,9139 0,8782 -2,18 0,030
(SiO2)^2 0,0019169 0,0002179 8,80 0,000 1,6
(MgO)^2 0,0047499 0,0005286 8,99 0,000 1,1
1/T -5696 1472 -3,87 0,000 1,2
C 13,898 3,484 3,99 0,000 6,9
Si (Gusa) -0,32169 0,09500 -3,39 0,001 1,2
C^2 -66,35 24,83 -2,67 0,008 6,5
(FeO)^3 0,00000019 0,00000211 0,09 0,927 1,5

S = 0,259392 R-Sq = 51,5% R-Sq(adj) = 50,1%

Analysis of Variance

94
Source DF SS MS F P
Regression 7 18,0440 2,5777 38,31 0,000
Residual Error 253 17,0229 0,0673
Total 260 35,0669

Nesse modelo, o P-values para o teste t da variável regressora (FeO)3 é igual a


0,927, que é maior que o nível de significância adotado (0,05), logo essa variável não é
estatisticamente importante para caracterizar a variável resposta. Excluiu-se também 5
amostras que continham informações outliers, chegando-se ao seguinte modelo:

ln (P/Rq(P2O5)) = - 2,43 + 0,00197 (SiO2)^2 + 0,00487 (MgO)^2 - 4793 1/T


+ 10,8 C - 0,309 Si (Gusa) - 53,6 C^2

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant -2,4275 0,8096 -3,00 0,003
(SiO2)^2 0,0019750 0,0001872 10,55 0,000 1,3
(MgO)^2 0,0048694 0,0005043 9,65 0,000 1,1
1/T -4793 1334 -3,59 0,000 1,1
C 10,762 3,365 3,20 0,002 6,4
Si (Gusa) -0,30908 0,08951 -3,45 0,001 1,2
C^2 -53,62 23,53 -2,28 0,024 6,1

S = 0,244039 R-Sq = 53,4% R-Sq(adj) = 52,2%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 16,9721 2,8287 47,50 0,000
Residual Error 249 14,8292 0,0596
Total 255 31,8013

Todas as variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que 0,05, sendo assim consideradas estatisticamente importantes para explicar o
logaritmo natural do teor final do fósforo do aço dividido pela raiz quadrada do teor de P2O5
da escória. O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes
evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta é linearmente relacionada a pelo
menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do gráfico


de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.19 e 7.20 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

95
Fig. 7.19 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 7A.

Fig. 7.20 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 7A.

Através da análise residual da figura 7.19 aceita-se a suposição de que os resíduos


tenham um desvio-padrão constante. Através da análise do gráfico de normalidade da figura
7.20 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a 0,963 (menor que o nível de
significância adotado), conclui-se que os resíduos podem ser considerados normalmente
distribuídos. Assim, esse modelo proposto é válido.

Logo, estimou-se a um modelo com 6 variáveis regressoras que explique


aproximadamente 53,4% da variabilidade da variável resposta.

96
7.1.8. Modelagem 8A
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo como
variável resposta uma transformação linearizada do teor de fósforo: o logaritmo natural do
fósforo dividido pela raiz quadrada de P2O5 da escória, conforme apresentado por CAMPOS
(1985).

Foram utilizadas como variáveis regressoras as variáveis: Si (Gusa), componentes


da escória(SiO2, FeO, MnO e MgO), Carbono do aço, essas mesmas variáveis elevadas ao
quadrado e ao cubo, além dos logaritmos naturais dessas variáveis, o rendimento do
processo, a temperatura inicial do ferro gusa e também do inverso da temperatura (1/T).

Utilização o método Stepwise do software Minitab 14, onde foram selecionadas as


seguintes variáveis regressoras: (SiO2)2, (MgO)2, ln (Si (Gusa)), ln (C), 1/T, (FeO)3, ln (FeO),
CaO e (CaO)3. Com as variáveis regressoras selecionadas pelo Stepwise utilizou-se o método
Best Subsets, cujos resultados são mostrados na tabela 7.7:

Tab. 7.7 – Resultado do Best Subsets da Modelagem 8A.


l
n

(
S
i
(
S ( ( ( l (
i M G F n C
O g u l e ( a
2 O s n O F O
) ) a 1 ( ) e C )
Mallows ^ ^ ) / C ^ O a ^
Vars R-Sq R-Sq(adj) C-p S 2 2 ) T ) 3 ) O 3
1 21,0 20,7 120,3 0,35488 X
1 10,3 9,9 172,7 0,37812 X
2 32,2 31,7 67,1 0,32923 X X
2 30,7 30,2 74,7 0,33298 X X
3 35,9 35,1 51,3 0,32088 X X X
3 35,6 34,9 52,4 0,32146 X X X
4 40,5 39,6 30,5 0,30961 X X X X
4 39,1 38,1 37,6 0,31337 X X X X
5 43,1 42,0 20,1 0,30350 X X X X X
5 42,9 41,8 20,7 0,30385 X X X X X
6 44,7 43,4 14,0 0,29966 X X X X X X
6 44,3 43,0 16,1 0,30081 X X X X X X
7 45,6 44,1 11,7 0,29783 X X X X X X X
7 45,4 43,9 12,8 0,29842 X X X X X X X
8 46,1 44,5 11,1 0,29692 X X X X X X X X
8 46,0 44,3 11,7 0,29731 X X X X X X X X
9 46,7 44,9 10,0 0,29576 X X X X X X X X X

97
Resolveu-se escolher o modelo que apresenta 8 variáveis regressoras (marcado em
negrito), já que esse modelo apresenta o valor para o coeficiente de determinação próximo ao
do modelo que possui 9 variáveis regressoras, além de apresentar o valor para “s” (desvio
padrão dos erros) ligeiramente superior ao do modelo que contém 9 variáveis, mas apresenta
a vantagem de possuir uma variável regressora a menos, fator que facilita a aplicação do
modelo, já que diminui as variáveis regressoras a serem controladas. Assim, excluiu-se a
variável regressora (FeO)3 do modelo, assim foram utilizadas as seguintes variáveis
regressoras: SiO2)2, (MgO)2, ln (Si (Gusa)), ln (C), 1/T, ln (FeO), CaO e (CaO)3.para o
desenvolvimento do Modelo 8A. A saída do software Minitab foi:

ln (P/Rq(p2O5)) = 5,79 + 0,00151 (SiO2)^2 + 0,00220 (MgO)^2


- 0,138 ln (Si (Gusa)) - 8251 1/T + 0,287 ln(C)
- 0,509 ln(FeO) + 0,000011 (CaO)^3 - 0,0934 CaO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 5,793 2,157 2,69 0,008
(SiO2)^2 0,0015086 0,0003855 3,91 0,000 3,8
(MgO)^2 0,0022001 0,0008791 2,50 0,013 2,5
ln (Si (Gusa)) -0,13756 0,05763 -2,39 0,018 1,4
1/T -8251 1623 -5,08 0,000 1,1
ln(C) 0,28720 0,06436 4,46 0,000 1,2
ln(FeO) -0,5091 0,3147 -1,62 0,107 7,6
(CaO)^3 0,00001065 0,00000357 2,98 0,003 53,0
CaO -0,09341 0,02816 -3,32 0,001 70,1

S = 0,296919 R-Sq = 46,1% R-Sq(adj) = 44,5%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 8 19,7660 2,4708 28,03 0,000
Residual Error 262 23,0982 0,0882
Total 270 42,8642

O teste t para a variável regressora ln (FeO) apresentou um P-value de 0,107, logo


essa variável regressora será excluída do modelo. As variáveis CaO e (CaO)3 apresentaram
altos valores para o VIF, indicando multicolinearidade entre essas duas variáveis, decidiu-se
excluir a variável regressora (CaO)3, já que esta apresenta maior P-value para o teste t. A
seguir, estimou-se o novo modelo:

ln (P/Rq(p2O5)) = 1,15 + 0,00197 (SiO2)^2 + 0,00321 (MgO)^2


- 0,185 ln (Si (Gusa)) - 8188 1/T + 0,288 ln(C) - 0,00926 CaO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 1,153 1,154 1,00 0,319
(SiO2)^2 0,0019745 0,0002277 8,67 0,000 1,3
(MgO)^2 0,0032129 0,0006502 4,94 0,000 1,3

98
ln (Si (Gusa)) -0,18499 0,05381 -3,44 0,001 1,2
1/T -8188 1643 -4,98 0,000 1,1
ln(C) 0,28824 0,06327 4,56 0,000 1,1
CaO -0,009258 0,003919 -2,36 0,019 1,3

S = 0,300915 R-Sq = 44,2% R-Sq(adj) = 43,0%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 18,9591 3,1598 34,90 0,000
Residual Error 264 23,9051 0,0905
Total 270 42,8642

É possível observar que o teste t para o intercepto resultou em um P-value de 0,319,


logo um modelo sem intercepto será mais adequado para essa modelagem. A saída do
Minitab foi:

ln (P/Rq(p2O5)) = 0,00205 (SiO2)^2 + 0,00338 (MgO)^2 - 0,192 ln (Si (Gusa))


- 6611 1/T + 0,263 ln(C) - 0,00776 CaO

Predictor Coef SE Coef T P


Noconstant
(SiO2)^2 0,0020470 0,0002159 9,48 0,000
(MgO)^2 0,0033805 0,0006282 5,38 0,000
ln (Si (Gusa)) -0,19248 0,05329 -3,61 0,000
1/T -6611,5 461,0 -14,34 0,000
ln(C) 0,26296 0,05799 4,53 0,000
CaO -0,007759 0,003621 -2,14 0,033

S = 0,300914

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 5818,96 969,83 10710,48 0,000
Residual Error 265 24,00 0,09
Total 271 5842,95

Todas as variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05), sendo assim consideradas
estatisticamente importantes para explicar o logaritmo natural do teor final do fósforo do aço
dividido pela raiz quadrada do pentóxido de fósforo da escória.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta logaritmo natural do teor final do
fósforo do aço dividido pela raiz quadrada do teor de pentóxido de fósforo é linearmente
relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

99
Lembrando que o Minitab não calcula os valores dos coeficientes de determinação
em modelos sem intercepto, esses índices de adequação foram calculados manualmente:

R2 = 99,59% e Raj2 = 99,58%.

Para a validação do modelo, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do gráfico


de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.21 e 7.22 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.21 – Gráfico dos resíduos do Modelo 8A.

Fig. 7.22 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 8A.

100
Através da análise residual da figura 7.21 aceita-se a suposição de que os resíduos
tenham um desvio-padrão constante. Através da análise do gráfico de normalidade da figura
7.22 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a 0,006 (menor que o nível de
significância adotado), conclui-se que os resíduos não podem ser considerados normalmente
distribuídos. Assim, esse modelo proposto não é válido. Serão excluídas 13 amostras que
continham informações outliers de forma a melhorar o modelo, assim chegou-se ao seguinte
modelo:

ln (P/Rq(p2O5)) = 0,00193 (SiO2)^2 + 0,00444 (MgO)^2 - 0,173 ln (Si (Gusa))


- 7072 1/T + 0,252 ln(C) - 0,00270 CaO

Predictor Coef SE Coef T P


Noconstant
(SiO2)^2 0,0019294 0,0001802 10,71 0,000
(MgO)^2 0,0044389 0,0005530 8,03 0,000
ln (Si (Gusa)) -0,17324 0,04460 -3,88 0,000
1/T -7072,0 397,1 -17,81 0,000
ln(C) 0,25155 0,05056 4,98 0,000
CaO -0,002701 0,003106 -0,87 0,385

S = 0,248148

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 6 5590,81 931,80 15132,21 0,000
Residual Error 252 15,52 0,06
Total 258 5606,32

É possível observar que o P-value do teste t da variável regressora CaO é igual a


0,385, logo essa variável regressora não é estatisticamente importante para o modelo e será
excluída:

ln (P/Rq(p2O5)) = 0,00191 (SiO2)^2 + 0,00464 (MgO)^2 - 0,172 ln (Si (Gusa))


- 7250 1/T + 0,257 ln(C)

Predictor Coef SE Coef T P


Noconstant
(SiO2)^2 0,0019148 0,0001793 10,68 0,000
(MgO)^2 0,0046364 0,0005040 9,20 0,000
ln (Si (Gusa)) -0,17215 0,04456 -3,86 0,000
1/T -7250,3 340,0 -21,33 0,000
ln(C) 0,25728 0,05010 5,13 0,000

S = 0,248028

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 5 5590,8 1118,2 18176,02 0,000

101
Residual Error 253 15,6 0,1
Total 258 5606,3

Todas as variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05), sendo assim consideradas
estatisticamente importantes para explicar a variável resposta.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta logaritmo natural do teor final do
fósforo do aço dividido pela raiz quadrada do teor de pentóxido de fósforo é linearmente
relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Lembrando que o Minitab não calcula os valores dos coeficientes de determinação


em modelos sem intercepto, esses índices de adequação foram calculados manualmente:

R2 = 99,72% e Raj2 = 99,71%.

Para a validação do modelo, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do gráfico


de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.23 e 7.24 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.23 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 8A.

102
Fig. 7.24 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 8A.

Através da análise residual da figura 7.23 aceita-se a suposição de que os resíduos


tenham um desvio-padrão constante. Através da análise do gráfico de normalidade da figura
7.24 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a 0,608, que é maior que o nível de
significância adotado, conclui-se que os resíduos podem ser considerados normalmente
distribuídos. Portanto, o modelo proposto é válido.

Logo, desenvou-se um modelo sem intercepto válido que explique


aproximadamente 99,7% da variabilidade da variável resposta e que contenha 5 variáveis
regressoras.

7.2. Resultados da Modelagem para a Empresa de Ferro-ligas


Nessa modelagem foram feitas a estimação de modelos de regressão linear múltipla
tendo o teor final de fósforo do ferro-manganês em sua forma linear, do logaritmo natural do
teor de fósforo em função de várias combinações das variáveis regressoras, da diferença entre
os teores de fósforo do FeMnMC e do FeMnAC e do logaritmo natural dessa diferença:
composição da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO, K2O, TiO2 e FeO), teor inicial
de carbono, manganês, ferro, fósforo, titânio e silício do FeMnAC com seu respectivos
quadrados, cubos e logaritmos naturais, além dos índices de basicidade binária, ternária e
ótica e o inverso da temperatura.

103
7.2.1. Modelagem 1B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo teor de
fósforo final do FeMnMC em sua forma linear como variável resposta, utilizando como
variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO,
TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC, inverso
da temperatura (1/T) e os índices de basicidade binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas


as seguintes variáveis regressoras: teor de ferro e fósforo do FeMnAC e teor de MnO da
escória. Como foram selecionadas apenas 3 variáveis regressoras, decidiu-se por não aplicar
o método Bests Subsets. Assim, estimou-se modelos de regressão linear múltipla utilizando-
se essas 3 variáveis regressoras:

P = 0,0799 + 0,751 P* - 0,00213 Fe* + 0,00126 MnO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,07991 0,01340 5,96 0,000
P* 0,75114 0,04092 18,36 0,000 1,1
Fe* -0,0021349 0,0006189 -3,45 0,001 1,1
MnO 0,0012583 0,0001738 7,24 0,000 1,0

S = 0,0164986 R-Sq = 60,4% R-Sq(adj) = 59,9%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 3 0,100351 0,033450 122,89 0,000
Residual Error 242 0,065873 0,000272
Total 245 0,166224

Todas as variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05) e foram consideradas como
estatisticamente importantes para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do
FeMnMC é linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo 1B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do


gráfico de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.25 e 7.26 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

104
Fig. 7.25 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 1B.

Fig. 7.26 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 1B.

Através da análise residual da figura 7.25 aceita-se a suposição de que os resíduos


tenham um desvio-padrão constante. Através da análise do gráfico de normalidade da figura
7.26 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a 0,582, que é maior que o nível de
significância adotado, conclui-se que os resíduos podem ser considerados normalmente
distribuídos. Portanto, o modelo 1B proposto é válido.

Logo, chegou-se a um modelo de regressão linear múltipla tendo o teor final de


fósforo do FeMnMC contendo 3 variáveis regressoras (teor de ferro e fósforo inicial do

105
FeMnAC e teor de MnO da escória do conversor) que explica aproximadamente 60,4% da
variabilidade do teor de fósforo.

7.2.2. Modelagem 2B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo teor de
fósforo final do FeMnMC em sua forma linear como variável resposta, utilizando como
variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO,
TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC e os
quadrados dessas variáveis, além do inverso da temperatura (1/T) e os índices de basicidade
binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas


as seguintes variáveis regressoras: teor de ferro e fósforo do FeMnAC, o teor de BaO da
escória e o teor de MnO elevada ao quadrado. Como foram selecionadas apenas 4 variáveis
regressoras, decidiu-se por não aplicar o método Bests Subsets. Assim, estimou-se modelos
de regressão linear múltipla utilizando-se essas 4 variáveis regressoras:

P = 0,112 + 0,748 P* - 0,00211 Fe* + 0,000015 (MnO)^2 - 0,0121 BaO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,11174 0,01243 8,99 0,000
P* 0,74767 0,04040 18,51 0,000 1,1
Fe* -0,0021110 0,0006104 -3,46 0,001 1,1
(MnO)^2 0,00001545 0,00000230 6,73 0,000 1,1
BaO -0,012101 0,005556 -2,18 0,030 1,1

S = 0,0162725 R-Sq = 61,6% R-Sq(adj) = 61,0%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 4 0,102409 0,025602 96,69 0,000
Residual Error 241 0,063815 0,000265
Total 245 0,166224

Todos os P-values dos testes t para cada variável regressora foram menores que o
nível de significância adotado (0,05) e foram consideradas como estatisticamente importantes
para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do
FeMnMC é linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

106
Para a validação do modelo 2B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do
gráfico de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.27 e 7.28 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.27 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 2B.

Fig. 7.28 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 2B.

Através da análise residual aceita-se a suposição de que os resíduos tenham um


desvio-padrão constante. Através da análise do gráfico de normalidade e do P-value do teste

107
Anderson-Darling, que é igual a 0,468, que é maior que o nível de significância adotado,
conclui-se que os resíduos podem ser considerados normalmente distribuídos. Portanto, o
modelo 2B proposto é válido.

Logo, chegou-se a um modelo de regressão linear múltipla tendo o teor final de


fósforo do FeMnMC contendo 4 variáveis regressoras (teor de ferro e fósforo inicial do
FeMnAC, teor de BaO da escória e quadrado do teor de MnO) que explica aproximadamente
61,6% da variabilidade do teor de fósforo.

7.2.3. Modelagem 3B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo teor de
fósforo final do FeMnMC em sua forma linear como variável resposta, utilizando como
variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO,
TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC e os
quadrados e cubos dessas variáveis, além do inverso da temperatura (1/T) e os índices de
basicidade binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise, foram selecionadas apenas as variáveis


regressoras: (MnO)2 e os teores de ferro e fósforo do FeMnAC. Essas variáveis foram as
mesmas selecionadas anteriormente, no modelo 2B. Como nenhuma variável elevada ao
cubo foi selecionada, nenhum modelo utilizando variáveis cúbicas pode ser obtido.

7.2.4. Modelagem 4B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo teor de
fósforo final do FeMnMC em sua forma linear como variável resposta, utilizando como
variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO,
TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC e os
quadrados, cubos e logaritmos naturais dessas variáveis, além do inverso da temperatura
(1/T) e os índices de basicidade binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas


as seguintes variáveis regressoras: teor fósforo do FeMnAC, logaritmo natural do teor de
ferro do FeMnAC e (MnO)2. Como foram selecionadas apenas 3 variáveis regressoras,

108
decidiu-se por não aplicar o método Bests Subsets. Assim, estimou-se modelos de regressão
linear múltipla utilizando-se essas 3 variáveis regressoras:

P = 0,155 + 0,750 P* - 0,0309 ln (Fe*) + 0,000017 (MnO)^2

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,15454 0,02443 6,33 0,000
P* 0,74991 0,04065 18,45 0,000 1,1
ln (Fe*) -0,030855 0,009173 -3,36 0,001 1,1
(MnO)^2 0,00001671 0,00000224 7,46 0,000 1,0

S = 0,0164179 R-Sq = 60,8% R-Sq(adj) = 60,3%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 3 0,100993 0,033664 124,89 0,000
Residual Error 242 0,065231 0,000270
Total 245 0,166224

Todas as variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05) e foram consideradas como
estatisticamente importantes para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC.

O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes


evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do
FeMnMC é linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo 4B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do


gráfico de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.29 e 7.30 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

109
Fig. 7.29 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 4B.

Fig. 7.30 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 4B.

Através da análise residual da figura 7.29 é possível observar que a suposição de


que os resíduos tenham um desvio-padrão constante é verdadeira. E através da análise do
gráfico de ormalidade da figura 7.30 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a
0,583 e maior que o nível de significância adotado, observa-se que os resíduos podem ser
considerados normalmente distribuídos. Portanto, o modelo 4B proposto é válido.

Logo, chegou-se a um modelo de regressão linear múltipla tendo o teor final de


fósforo do FeMnMC contendo 3 variáveis regressoras (logaritmo natural do teor de ferro do

110
FeMnAC, teor de fósforo inicial do FeMnAC e teor de MnO da escória do conversor) que
explica aproximadamente 60,8% da variabilidade do teor de fósforo.

7.2.5. Modelagem 5B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo logaritmo
natural do teor de fósforo final do FeMnMC como variável resposta, utilizando como
variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO,
TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC e os
quadrados e cubos dessas variáveis, além do inverso da temperatura (1/T) e os índices de
basicidade binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas


as seguintes variáveis regressoras: teor fósforo do FeMnAC, teor de ferro do FeMnAC
elevado ao cubo, teor de BaO da escória e (MnO)3. Como foram selecionadas apenas 4
variáveis regressoras, decidiu-se por não aplicar o método Bests Subsets. Assim, estimou-se
modelos de regressão linear múltipla utilizando-se essas 4 variáveis regressoras:

P = 0,0983 + 0,751 P* + 0,00000026 (MnO)^3 - 0,000003 (Fe*)^3 - 0,0128 BaO

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,098326 0,009841 9,99 0,000
P* 0,75142 0,04016 18,71 0,000 1,1
(MnO)^3 0,00000026 0,00000004 6,94 0,000 1,1
(Fe*)^3 -0,00000322 0,00000087 -3,70 0,000 1,1
BaO -0,012832 0,005496 -2,33 0,020 1,1

S = 0,0161452 R-Sq = 62,2% R-Sq(adj) = 61,6%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 4 0,103403 0,025851 99,17 0,000
Residual Error 241 0,062821 0,000261
Total 245 0,166224

Todas as 4 variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05) e foram consideradas como
estatisticamente importantes para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC. O P-value da
análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes evidências estatísticas para
acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do FeMnMC é linearmente relacionada
a pelo menos uma das variáveis regressoras.

111
Para a validação do modelo 5B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do
gráfico de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.31 e 7.32 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.31 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 5B.

Fig. 7.32 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 5B.

Através da análise residual da figura 7.31 é possível observar que a suposição de


que os resíduos tenham um desvio-padrão constante é verdadeira. E através da análise do

112
gráfico de ormalidade da figura 7.32 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a
0,527, sendo maior que o nível de significância adotado, logo conclui-se que os resíduos
podem ser considerados normalmente distribuídos. Portanto, o modelo 5B proposto é válido.

Logo, estimou-se um modelo de regressão linear múltipla tendo o teor final de


fósforo do FeMnMC contendo 4 variáveis regressoras (teor fósforo do FeMnAC, teor de
ferro do FeMnAC elevado ao cubo, teor de BaO da escória e (MnO)3) que explica
aproximadamente 62,2% da variabilidade do teor de fósforo.

7.2.6. Modelagem 6B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo logaritmo
natural do teor de fósforo final do FeMnMC como variável resposta, utilizando como
variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO,
TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC e os
quadrados, cubos e logaritmos naturais dessas variáveis, além do inverso da temperatura
(1/T) e os índices de basicidade binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas


as seguintes variáveis regressoras: logaritmos naturais do teor de fósforo e do teor de BaO da
escória e teores de ferro do FeMnAC de MnO da escória elevado ao cubo. Como foram
selecionadas apenas 4 variáveis regressoras, decidiu-se por não aplicar o método Bests
Subsets. Assim, estimou-se modelos de regressão linear múltipla utilizando-se essas 3
variáveis regressoras:

P = 0,501 + 0,163 ln (P*) + 0,0000003 (MnO)^3 - 0,000003 (Fe*)^3


- 0,00381 ln (BaO)

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,50112 0,01482 33,81 0,000
ln (P*) 0,163454 0,008870 18,43 0,000 1,1
(MnO)^3 0,00000027 0,00000004 7,24 0,000 1,0
(Fe*)^3 -0,00000290 0,00000087 -3,33 0,001 1,1
ln (BaO) -0,003807 0,001800 -2,12 0,035 1,0

S = 0,0161925 R-Sq = 62,0% R-Sq(adj) = 61,4%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 4 0,103035 0,025759 98,24 0,000
Residual Error 241 0,063189 0,000262

113
Total 245 0,166224

Todas as 3 variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05) e foram consideradas como
estatisticamente importantes para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC. O P-value da
análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes evidências estatísticas para
acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do FeMnMC é linearmente relacionada
a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo 6B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do


gráfico de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.33 e 7.34 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

Fig. 7.33 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 6B.

114
Fig. 7.34 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 6B.

Através da análise residual da figura 7.33 é possível observar que a suposição de


que os resíduos tenham um desvio-padrão constante é verdadeira. E através da análise do
gráfico de ormalidade da figura 7.34 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a
0,617, que é maior que o nível de significância adotado, logo conclui-se que os resíduos
podem ser considerados normalmente distribuídos. Portanto, o modelo 6B proposto é válido.

Logo, chegou-se a um modelo de regressão linear múltipla tendo o teor final de


fósforo do FeMnMC contendo 4 variáveis regressoras logaritmos naturais do teor de fósforo
e do teor de BaO da escória e teores de ferro do FeMnAC de MnO da escória elevado ao
cubo) que explica aproximadamente 62,0% da variabilidade do teor de fósforo do FeMnMC
ao final do processo.

7.2.7. Modelagem 7B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo como
variável resposta a diferença entre os teores de fósforo do FeMnMC produzido e do FeMnAC
processado no forno, utilizando como variáveis regressoras as variáveis: óxidos da escória
(MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO, TiO2 e FeO), teor inicial de carbono, manganês, ferro,
fósforo e silício do FeMnAC e os quadrados, cubos e logaritmos naturais dessas variáveis,
além do inverso da temperatura (1/T) e os índices de basicidade binária, quaternária e ótica.

115
Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas
apenas 3 variáveis regressoras: teor de ferro do FeMnAC e teores de BaO e MnO da escória,
todos elevados ao cubo. Como foram selecionadas apenas 3 variáveis regressoras, decidiu-se
por não aplicar o método Bests Subsets. Assim, estimou-se modelos de regressão linear
múltipla utilizando-se essas 2 variáveis regressoras:

(P-P*) = 0,0450 + 0,0000003 (MnO)^3 - 0,000005 (Fe*)^3 - 0,0153 (BaO)^3

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,044991 0,004789 9,39 0,000
(MnO)^3 0,00000028 0,00000004 6,82 0,000 1,1
(Fe*)^3 -0,00000481 0,00000090 -5,35 0,000 1,0
(BaO)^3 -0,015257 0,006478 -2,36 0,019 1,1

S = 0,0172847 R-Sq = 28,2% R-Sq(adj) = 27,3%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 3 0,0284511 0,0094837 31,74 0,000
Residual Error 242 0,0723004 0,0002988
Total 245 0,1007514

Todas as 3 variáveis regressoras desse modelo apresentam P-values dos testes t


menores que o nível de significância adotado (0,05) e foram consideradas como
estatisticamente importantes para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC. O P-value da
análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes evidências estatísticas para
acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do FeMnMC é linearmente relacionada
a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação do modelo 7B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do


gráfico de normalidade dos resíduos, para a verificação das suposições de que os resíduos
apresentam desvio-padrão constante e que são normalmente distribuídos, a seguir, nas figuras
7.35 e 7.36 têm-se o gráfico dos resíduos e o gráfico de normalidade:

116
Fig. 7.35 – Gráfico dos resíduos do Modelo 7B.

Fig. 7.36 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 7B.

Através da análise residual da figura 7.35 é possível observar que a suposição de


que os resíduos tenham um desvio-padrão constante é verdadeira. E através da análise do
gráfico de ormalidade da figura 7.36 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a
0,033, que é menor que o nível de significância adotado conclui-se que os resíduos não
podem ser considerados como normalmente distribuídos. Portanto esse o modelo proposto
não é válido.

117
Excluíram-se 9 amostras outliers, chegando-se ao seguinte modelos:

(P-P*) = 0,0453 + 0,0000003 (MnO)^3 - 0,000004 (Fe*)^3 - 0,0175 (BaO)^3

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant 0,045345 0,004164 10,89 0,000
(MnO)^3 0,00000025 0,00000004 7,06 0,000 1,1
(Fe*)^3 -0,00000422 0,00000079 -5,33 0,000 1,0
(BaO)^3 -0,017525 0,005623 -3,12 0,002 1,1

S = 0,0148320 R-Sq = 31,3% R-Sq(adj) = 30,5%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 3 0,0233980 0,0077993 35,45 0,000
Residual Error 233 0,0512569 0,0002200
Total 236 0,0746549

Nesse novo modelo estimado, todas as 3 variáveis regressoras desse modelo


apresentam P-values dos testes t menores que o nível de significância adotado (0,05) e
podem ser consideradas como estatisticamente importantes para explicar o teor final do
fósforo do FeMnMC. O P-value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há
fortes evidências estatísticas para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do
FeMnMC é linearmente relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

Para a validação desse modelo 7B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do
gráfico de normalidade dos resíduos, que são mosrados a seguir nas figuras 7.37 e 7.38:

Fig. 7.37 – Gráfico final dos resíduos do Modelo 7B.

118
Fig. 7.38 – Gráfico de normalidade final dos resíduos do Modelo 7B.

Através da análise residual da figura 7.37 é possível observar que a suposição de


que os resíduos tenham um desvio-padrão constante é verdadeira. E através da análise do
gráfico de ormalidade da figura 7.38 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a
0,458, que é maior que o nível de significância adotado, conclui-se que os resíduos podem
ser considerados como normalmente distribuídos. Portanto, o modelo 7B proposto é válido.

Logo, chegou-se a um modelo de regressão linear múltipla tendo a variação do teor


de fósforo do FeMnMC como variável regressora, contendo 3 variáveis regressoras (teores
de ferro do FeMnAC e de MnO e BaO da escória elevados ao cubo) que explica
aproximadamente 31,3% da variabilidade do teor de fósforo do FeMnMC ao final do
processo.

7.2.8. Modelagem 8B
Esta modelagem refere-se a modelos de regressão linear múltipla tendo como
variável resposta a o logaritmo natural da diferença entre os teores de fósforo do FeMnMC
produzido e do FeMnAC processado no forno, utilizando como variáveis regressoras as
variáveis: óxidos da escória (MnO, MgO, Al2O3, CaO, SiO2, BaO, TiO2 e FeO), teor inicial
de carbono, manganês, ferro, fósforo e silício do FeMnAC e os quadrados, cubos e

119
logaritmos naturais dessas variáveis, além do inverso da temperatura (1/T) e os índices de
basicidade binária, quaternária e ótica.

Após a utilização do método Stepwise do software Minitab 14, foram selecionadas


apenas 3 variáveis regressoras: logaritmos naturais do teor de ferro do FeMnAC e teores de
CaO e MnO da escória. Como foram selecionadas apenas 3 variáveis regressoras, decidiu-se
por não aplicar o método Bests Subsets. Assim, estimou-se modelos de regressão linear
múltipla utilizando-se essas 2 variáveis regressoras:

ln (P-P*) = - 2,64 + 1,08 ln (MnO) - 1,32 ln (Fe*) - 0,283 ln (CaO)

Predictor Coef SE Coef T P VIF


Constant -2,637 2,572 -1,03 0,306
ln (MnO) 1,0824 0,3203 3,38 0,001 2,6
ln (Fe*) -1,3174 0,2804 -4,70 0,000 1,0
ln (CaO) -0,2828 0,4040 -0,70 0,485 2,6

S = 0,504209 R-Sq = 21,4% R-Sq(adj) = 20,4%

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 3 16,2947 5,4316 21,37 0,000
Residual Error 235 59,7433 0,2542
Total 238 76,0380

O teste t para o estimador do intercepto apresentou um P-value superior ao nível de


significância adotado (0,05), logo um modelo sem intercepto é mais adequado, também
foram excluídas 18 amostras que continham outliers, a saída do software Minitab foi:

ln (P-P*) = - 0,804 ln (Fe*) + 0,371 ln (MnO) - 0,656 ln (CaO)

Predictor Coef SE Coef T P


Noconstant
ln (Fe*) -0,8042 0,1712 -4,70 0,000
ln (MnO) 0,37096 0,09532 3,89 0,000
ln (CaO) -0,6559 0,1039 -6,31 0,000

S = 0,307895

Analysis of Variance

Source DF SS MS F P
Regression 3 2143,33 714,44 7536,35 0,000
Residual Error 217 20,57 0,09
Total 220 2163,90

Nesse novo modelo estimado, todas as 3 variáveis regressoras apresentam P-values


dos testes t menores que o nível de significância adotado (0,05) e podem ser consideradas

120
como estatisticamente importantes para explicar o teor final do fósforo do FeMnMC. O P-
value da análise de variância também é menor que 0,05, logo há fortes evidências estatísticas
para acreditar que a variável resposta teor final do fósforo do FeMnMC é linearmente
relacionada a pelo menos uma das variáveis regressoras.

O Minitab 14 não calcula os valores para o coeficiente de determinação e o


coeficiente de determinação ajustado, que foram calculados manualmente utilizando-se as
fórmulas apresentadas na revisão bibliográfica: R2 = 99,1% e Raj2 = 99,0%.

Para a validação desse modelo 8B, deve-se fazer a análise residual e a plotagem do
gráfico de normalidade dos resíduos, que são mosrados a seguir nas figuras 7.39 e 7.40:

Fig. 7.39 – Gráfico dos resíduos do Modelo 8B.

121
Fig. 7.40 – Gráfico de normalidade dos resíduos do Modelo 8B.

Através da análise residual da figura 7.39 é possível observar que a suposição de


que os resíduos tenham um desvio-padrão constante é verdadeira. E através da análise do
gráfico de ormalidade da figura 7.40 e do P-value do teste Anderson-Darling, que é igual a
0,129, que é maior que o nível de significância adotado, conclui-se que os resíduos podem
ser considerados como normalmente distribuídos. Portanto, o modelo 8B proposto é válido.

Logo, chegou-se a um modelo de regressão linear múltipla sem intercepto tendo o


logaritmo natural variação do teor de fósforo do FeMnMC como variável regressora,
contendo 3 variáveis regressoras (logaritmos naturais dos teores de ferro do FeMnAC e de
MnO e CaO da escória) que explica aproximadamente 99,1% da variabilidade da variável
resposta.

8. Discussões dos Resultados

A análise estatística 1 para a empresa siderúrgica resultou na exclusão de 11


amostras que foram caracterizadas como falhas do processo ou erros de medida. Os valores
das médias, desvios-padrão e quartis para cada variável são mostrados na tabela 8.1:

Tab. 8.1 – Sumário de resultados da análise estatística 1.


Variável Média Desvio-padrão 1ºQuartil 3ºQuartil
Teor Final de Fósforo 0,0167 0,0087 0,011 0,02

122
Ferro-gusa (toneladas) 66,554 2,728 64,8 68
Sucata (toneladas) 14,230 3,194 12,418 16,403
Aço (toneladas) 76,051 2,489 74,700 77,725
Teor de Silício do Ferro-gusa 0,538 0,184 0,41 0,65
Teor do Carbono do Aço 0,0285 0,0284 0,020 0,028
Volume de Oxigênio Soprado 695,86 197,81 577,25 804,25
Temperatura da Escória (°C) 1643,4 32,8 1622 1669
Teor de CaO da Escória 47,931 5,486 28,920 51,345
Teor de FeO da Escória 23,903 4,162 20,920 25,973
Teor de SiO2 da Escória 15,946 3,021 13,843 18,18
Teor de MnO da Escória 4,662 1,196 3,868 5,375
Teor de MgO da Escória 3,949 2,7435 1,918 5,168
Teor de P2O5 da Escória 2,317 0,522 1,950 2,643

Após a exclusão dessas amostras, desenvolveu-se modelos estatísticos de regressão


linear múltipla estimados para a previsão do teor final de fósforo no aço durante o processo
de sopro a oxigênio no convertedor LD, que são apresentados na tabela 8.1:

Tab. 8.2 – Sumário de resultados da modelagem do banco de dados da empresa


siderúrgica.
Análise Normalidade
2
Modelo Equação R dos Validade
Residual
Resíduos
P = 0,0355 - 0,00443 Si(Gusa) Variância Resíduos não
Modelo
+ 0,0661 C - 69,8 1/T + dos resíduos apresentam
1A 52,1% não é
0,000858 SiO2 + 0,000872 não é distribuição
válido.
MgO + 0,00242 P2O5 constante. normal.
P = 0,0366 + 0,000030 (SiO2)2
Variância Resíduos não
+ 0,000082 (MgO)2 Modelo
dos resíduos apresentam
2A - 0,00325 (Si (Gusa))2 + 54,5% não é
não é
0,0481 C - 61,9 1/T distribuição válido.
constante. normal.
+ 0,00268 P2O5
Não foi possível de ser
3A - - - -
estimada.
P = 0,0388 + 0,000031 (SiO2)2
Resíduos não
+ 0,00204 ln(C) Variância Modelo
apresentam
4A + 0,000078 (MgO)2 57,6% dos resíduos não é
distribuição
- 0,00229 ln (Si (Gusa)) é constante. válido.
normal.
- 53,2 1/T + 0,00574 ln (P2O5)

123
ln P = - 2,68 + 0,00198
Resíduos
(SiO2)^2 + 0,00476 (MgO)2 Variância
apresentam Modelo é
5A + 0,181 P2O5 - 4523 1/T 56,0% dos resíduos
2 distribuição válido
+ 11,0 C - 0,278 (Si (Gusa)) - é constante.
normal.
54,6 C2
ln P = 0,00196 (SiO2)2 - 0,204 Resíduos
Variância
ln (Si (Gusa)) + 0,00466 apresentam Modelo é
6A 99,6% dos resíduos
(MgO)2 + 0,260 ln (C) distribuição válido
é constante.
- 7154 1/T + 0,404 ln (P2O5) normal.
ln (P/Rq(P2O5)) = - 2,43 + Resíduos
Variância
0,00197 (SiO2) 2 + 0,00487 apresentam Modelo é
7A 53,4% dos resíduos
(MgO)2 - 4793 1/T + 10,8 C - distribuição válido
é constante.
0,309 Si (Gusa) - 53,6 C2 normal.
ln (P/Rq(P2O5)) = 0,00191 Resíduos
Variância
(SiO2)2 + 0,00464 (MgO)2 apresentam Modelo é
8A 99,7% dos resíduos
- 0,172 ln (Si (Gusa)) - 7250 distribuição válido
é constante.
1/T + 0,257 ln(C) normal.

A modelagem 1A teve o teor de fósforo do aço como variável resposta, o modelo


final contém 6 variáveis regressoras (silício inicial do gusa, carbono final do aço, inverso da
temperatura e teores de sílica, óxido de magnésio e pentóxido de fósforo), esse modelo
explica aproximadamente 52,1% da variabilidade do teor final de fósforo após o sopro de
oxigênio em um convertedor LD, mas não é um modelo válido já que não atendeu às
suposições de que os resíduos apresentem distribuição normal com variância constante.

A modelagem 2A teve o teor de fósforo do aço como variável resposta, o modelo


final contém 6 variáveis regressoras (silício inicial do ferro-gusa elevado ao quadrado,
carbono final do aço, inverso da temperatura, teores de sílica e óxido de magnésio ao
quadrado e teor de pentóxido de fósforo) e explica aproximadamente 54,5% da variabilidade
do teor final de fósforo após o sopro de oxigênio em um convertedor LD. O modelo 2A
também não foi considerado válido, já que não atendeu às suposições de que os resíduos
apresentem distribuição normal com variância constante.

Em sua proposta, a modelagem 3A teria, em relação à modelagem 2A, a adição de


variáveis regressoras elevadas ao cubo. Como após a utilização da rotina Stepwise nenhuma
variável cúbica foi selecionada o modelo 3A não foi desenvolvido.

A modelagem 4A levou em conta as mesmas variáveis regressoras propostas nas


outras modelagens, com a adição dos logaritmos naturais das variáveis regressoras. Esse

124
modelo teve 6 variáveis regressoras (teor de sílica e óxido de magnésio elevados ao
quadrado, inverso da temperatura e logaritmos naturais do carbono final do aço, teor de
silício inicial do ferro-gusa e do pentóxido de fósforo).

Esse modelo explica aproximadamente 57,6% da variabilidade do teor de fósforo


do aço, esse modelo não foi considerado válido, já que seus resíduos não apresentaram
distribuição aproximadamente normal, embora sua variância possa ser considerada constante.

A modelagem 5A teve o logaritmo natural do fósforo como variável resposta, as


variáveis regressoras selecionadas foram: quadrado da sílica, do MgO e do silício, inverso da
temperatura e teor final de carbono simples e elevado ao quadrado. Esse modelo explica
aproximadamente 56% da variabilidade da variável resposta e foi o primeiro modelo válido
encontrado por esse trabalho, já que seus resíduos apresentam distribuição normal, com
variância constante. Através da análise desse modelo, chegou-se às seguintes conclusões:

- o aumento do silício do ferro-gusa acarreta na diminuição do teor de fósforo do


aço;

- como a expressão: 11,0 C - 54,6 C2 é sempre maior que zero para o intervalo de
valores do teor de carbono do banco de dados, pode-se observar que o aumento do teor final
de carbono do aço causa um aumento do teor final de fósforo do aço;

- o aumento da temperatura, prejudica a desfosforação, o que está de acordo com


MUNDIM (1980), CAMPOS (1985) e KUNDRIN (1984);

- o aumento do teor de sílica na escória prejudica as reações de desfosforação,


causando o aumento do teor final de fósforo do aço, o que está de acordo com CAMPOS
(1985);

- o aumento do teor de MgO da escória acarreta num aumento do teor final de


fósforo do aço, o que está em desacordo com o modelo de regressão proposto por ALMEIDA
(2005);

- a diminuição do teor de P2O5 da escória diminui o teor final de fósforo da escória.

A modelagem 6A teve o logaritmo natural do fósforo como variável resposta, as


variáveis regressoras para esse modelo foram: quadrado da sílica e do MgO, logaritmo
natural do silício do ferro-gusa, do pentóxido de fósforo da escória e do carbono do aço, além
do inverso da temperatura. O modelo estimado foi um modelo sem intercepto, que explica
aproximadamente 99,6% da variabilidade da variável resposta. Esse modelo foi considerado

125
válido, já que seus resíduos apresentam distribuição normal, com variância constante. Suas
conclusões são as mesmas do modelo 5A.

A modelagem 7A teve o logaritmo natural do fósforo dividido pela raiz quadrada do


P2O5 como variável resposta, as variáveis regressoras selecionadas para esse modelo foram:
quadrado da sílica e do MgO, silício do ferro-gusa, inverso da temperatura e o carbono do
aço em sua forma linear e quadrática. O modelo estimado explica aproximadamente 53,4%
da variabilidade da variável resposta, esse modelo foi considerado válido, já que seus
resíduos apresentam distribuição normal, com variância constante. As conclusões desse
modelo foram as seguintes:

- o aumento do teor de sílica na escória prejudica as reações de desfosforação,


causando o aumento do teor final de fósforo do aço, o que está de acordo com CAMPOS
(1985);

- o aumento do teor inical de silício do ferro-gusa acarreta na diminuição do teor de


fósforo do aço;

- como a expressão: 10,8 C - 53,6 C2 é sempre maior que zero, é possível ver que
aumento do teor final de carbono do aço causa um aumento do teor final de fósforo do aço;

- o aumento da temperatura, prejudica a desfosforação, o que está de acordo com


MUNDIM (1980), CAMPOS (1985) e KUNDRIN (1984);

- o aumento do teor de MgO da escória aumenta o teor final de fósforo do aço, o


que está em desacordo com o modelo de regressão proposto por ALMEIDA (2005).

A modelagem 8A teve o logaritmo natural do fósforo dividido pela raiz quadrada do


P2O5 como variável resposta, as variáveis regressoras selecionadas para esse modelo foram:
quadrado da sílica e do MgO, logaritmo natural do silício do ferro-gusa e do teor final do
carbono, além do inverso da temperatura. O modelo estimado explica aproximadamente
99,7% da variabilidade da variável resposta, esse modelo foi considerado válido, já que seus
resíduos apresentam distribuição normal, com variância constante. As conclusões desse
modelo foram as mesmas do modelo anterior, com exceção de que o aumento do teor inicial
de silício do ferro-gusa acarreta na diminuição do teor de fósforo do aço.

As variáveis regressoras teor de MnO, FeO e CaO da escória e os índices de


basicidade binária, ternária e ótica não foram consideradas importantes para caracterizar o
teor final de fósforo do aço.

126
A análise estatística 2, para o banco de dados da produção do FeMnMC resultou na
exclusão de 28 amostras que foram caracterizadas como falhas do processo ou erros de
medida. Os resultados da análise estatística 2 são mostrados na tabela 8.3:

Tab. 8.3 – Sumário de resultados da análise estatística 2.


Variável Média Desvio-padrão 1ºQuartil 3ºQuartil
Teor de Fósforo do FeMnMC 0,2628 0,02895 0,242 0,28
Peso do FeMnAC (toneladas) 9,214 1,427 8,01 10,313
Peso do FeMnMC (toneladas) 9,803 1,566 8,675 11,041
Peso da Escória (toneladas) 1,411 0,364 1,20 1,55
Volume de Oxigênio (Nm3) 556,34 104,99 480 630
Teor de Manganês FeMnAC 77,258 1,728 75,913 78,605
Teor de Silício do FeMnAC 0,163 0,123 0,10 0,17
Teor de Fosforo do FeMnMC 0,2183 0,0288 0,200 0,237
Teor de Ferro do FeMnAC 14,952 1,812 13,600 16,22
Teor de Titânio do FeMnAC 0,019 0,018 0,010 0,02
Teor de Crabono do FeMnAC 6,744 0,153 6,663 6,85
Teor de MnO da Escória 39,347 6,447 34,182 43,067
Teor de MgO da Escória 2,029 1,060 1,428 2,443
Teor de CaO da Escória 34,014 4,694 31,345 37,048
Teor de SiO2 da Escória 20,251 3,727 18,028 23,045
Teor de Al2O3 da Escória 0,579 0,833 0,158 0,665
Teor de BaO da Escória 0,531 0,203 0,39 0,67
Teor de K2O da Escória 0,248 0,248 0,01 0,51
Teor de TiO2 da Escória 0,272 0,071 0,240 0,3
Teor de FeO da Escória 0,454 0,353 0,310 0,47
Temperatura Final da Escória 1571,6 52,8 1547 1600

Analisando as distribuiçõe dos dados do teor de titânio do FeMnAC e do teor de


óxido de potássio da escória do conversor, resolveu-se excluir essas variáveis dos modelos a
serem estimados, já que essas variáveis apresentaram, respectivamente, 50% e 31% dos
dados com teores iguais a 0,01%.

Analisando a variação relativa do teor de fósforo do FeMnMC e o grau de


desfosforação do processo, pode-se concluir que a desfosforação oxidante em ligas de
ferromanganês da empresa estudada é ineficiente, como defendido por LEE et al (1989) e
ZAITSEV & MOGUTNOV (1992), já que ocorre um aumento do teor final de fósforo do

127
FeMnMC processado no conversor, passando de 0,21241% no início para 0,26282% ao fim
do processo.

Após a exclusão dessas amostras e dessas variáveis, desenvolveu-se modelos


estatísticos de regressão linear múltipla estimados para a previsão do teor final de fósforo do
FeMnMC durante o produzido pelo conversor a oxigênio, que são apresentados na tabela 8.2:

Tab. 8.4 – Sumário de resultados da modelagem do banco de dados da empresa


produtora de FeMnMC.
Análise Normalidade
Modelo Equação R2 dos Validade
Residual
Resíduos
Resíduos
P = 0,112 + 0,748 P* - Variância
apresentam Modelo é
1B 0,00211 Fe* + 0,000015 61,6% dos resíduos
distribuição válido.
(MnO)2 - 0,0121 BaO é constante.
normal.

P = 0,103 + 0,752 P* - Variância Resíduos


Modelo é
2B 0,00212 Fe* + 0,000017 60,9% dos resíduos apresentam
válido.
(MnO) 2 é constante. distribuição
normal.
Não foi possível de ser
3B - - - -
estimada.
Resíduos não
Variância
P = 0,155 + 0,750 P* - 0,0309 apresentam Modelo é
4B 60,8% dos resíduos
ln (Fe*) + 0,000017 (MnO) 2 distribuição válido.
é constante.
normal.
Resíduos
P = 0,0983 + 0,751 P* + Variância
apresentam Modelo é
5B 0,00000026 (MnO)3 - 62,2% dos resíduos
distribuição válido
0,000003 (Fe*)3 - 0,0128 BaO é constante.
normal.
P = 0,501 + 0,163 ln (P*) + Resíduos
Variância
0,0000003 (MnO)3 apresentam Modelo é
6B 62,0% dos resíduos
- 0,000003 (Fe*)3 distribuição válido
é constante.
- 0,00381 ln (BaO) normal.
Resíduos
(P-P*) = 0,0453 + 0,0000003 Variância
apresentam Modelo é
7B (MnO)3 - 0,000004 (Fe*)3 - 31,3% dos resíduos
distribuição válido
0,0175 (BaO)^3 é constante.
normal.
Resíduos
ln (P-P*) = - 0,804 ln (Fe*) + Variância
apresentam Modelo é
8B 0,371 ln (MnO) 91,9% dos resíduos
distribuição válido
– 0,656 ln (CaO) é constante.
normal.

128
A modelagem 1B teve o teor de fósforo do FeMnMC como variável resposta, o
modelo estimado apresentou 4 variáveis regressoras (teores iniciais de fósforo e ferro do
FeMnAC e teores de MnO e de BaO da escória), esse modelo explica aproximadamente
61,6% da variabilidade do teor final de fósforo do FeMnMC após o sopro de oxigênio em um
conversor.

A modelagem 2B teve o teor de fósforo do aço como variável resposta, o modelo


final contém 3 variáveis regressoras (teor de MnO da escória elevado ao quadrado e teores
iniciais de fósforo e ferro do FeMnAC ) e explica aproximadamente 60,9% da variabilidade
do teor final de fósforo após o sopro de oxigênio em um conversor.

Em sua proposta, a Modelagem 3B teria, em relação à modelagem 2B, a adição de


variáveis regressoras elevadas ao cubo. Como após a utilização da rotina Stepwise nenhuma
variável cúbica foi selecionada o modelo 3B não foi desenvolvido.

A modelagem 4B levou em conta as mesmas variáveis regressoras propostas nas


outras modelagens, com a adição dos logaritmos naturais das variáveis regressoras. O modelo
desenvolvido teve 3 variáveis regressoras (teor de fósforo do FeMnAC, teor de MnO da
escória elevado ao quadrado e logaritmo natural do teor de ferro do FeMnAC). Esse modelo
explica aproximadamente 60,8% da variabilidade da variável regressora.

A modelagem 5B teve o logaritmo natural do teor final de fósforo do FeMnMC


como variável resposta, as variáveis regressoras selecionadas foram: teores de fósforo e ferro
do FeMnAC levado ao conversor, teor de MnO da escória elevado ao cubo e teor de BaO.
Esse modelo explica aproximadamente 62,2% da variabilidade da variável resposta.

A modelagem 6B teve o logaritmo natural do teor final fósforo como variável


resposta, as variáveis regressoras para esse modelo foram: teor de MnO da escória e teor de
ferro do FeMnAC e logaritmos naturais dos teores de fósforo do FeMnAC e do teor de BaO
da escória. O modelo desenvolvido explica aproximadamente 62,0% da variabilidade da
variável resposta.

A modelagem 7B teve a diferença entre o teor de fósforo do FeMnMC produzido


no conversor e o teor de fósforo do FeMnAC levado ao conversor como variável resposta, as
variáveis regressoras desse modelo foram: teores de ferro do FeMnAC e de MnO e BaO da
escória elevados ao cubo. O modelo obtido explica aproximadamente 31,3% da variabilidade

129
da variabilidade da variável resposta e foi o pior modelo estimado para a empresa de ferro-
ligas.

A modelagem 8B teve o logaritmo natural da variação do teor de fósforo do


FeMnMC como variável regressora. O modelo estimado foi um modelo sem intercepto que
teve 3 variáveis regressoras (logaritmos naturais dos teores de ferro do FeMnAC e de MnO e
CaO da escória) e explica aproximadamente 99,1% da variabilidade do teor de fósforo do
FeMnMC ao final do processo e foi o modelo que apresentou o maior coeficiente de
determinação dentre os modelos desenvolvidos para a empresa produtora de ferro-ligas de
manganês.

Todos os modelos estimados para a previsão do teor de fósforo do FeMnMC


produzido no conversor a oxigênio foram foram considerados válidos, já que atenderam à
suposição que os resíduos apresentem distribuição normal, com variância constante. As
conclusões desses modelos foram:

- altos teores de fósforo do FeMnAC acarretam em altos teores de fósforo do


FeMnMC, pois a desfosforação no conversor da empresa é muito baixa;

- um aumento do teor de ferro do FeMnAC acarreta numa diminuição do teor de


fósforo do FeMnMC;

- um aumento do teor de BaO da escória acarreta numa diminuição do teor de


fósforo do FeMnMC, o que está de acordo com LIU (1993);

- a dissolução de cal no conversor diminui o teor final de fósforo do FeMnMC;

- um acréscimo do teor de MnO da escória do conversor aumenta o teor de fósforo


do FeMnMC, isso ocorre porque esse óxido dilui o CaO da escória, diminuindo a basicidade
da mesma.

Embora altos teores de carbono do FeMnAC e baixos teores de silício foram


apontados por por MA et al (1992), LIU (1993), CRUZ et al (1994) e CHAUDHARY et al
(2003) como fatores que beneficiam a desfosforação, essas variáveis não foi consideradas
estatisticamente importante nos modelos estimados.

Em seus estudos, MA et al (1992) e LIU (1993) afirmaram que o aumento da


temperatura acarreta na diminuição do grau de desfosforação e indicaram a temperatura de
1300-1350°C como ótima para a desfosforação oxidante.

130
No presente trabalho não foi encontrada nenhuma relação entre temperatura final da
escória e teor de fósforo do FeMnMC, mesmo utilizando-se a sugestão de CAMPOS (1985)
em utilizar-se o inverso da temperatura como variável regressora, talvez a principal razão
para a importância da temperatura do modelo seja a pequena quantidade de amostras da
temperatura disponíveis no banco de dados. A temperatura média da escória do conversor da
empresa é de 1571,6°C e pode ser considerada como elevada para o processo de
desfosforação.

Os índices de basicidade da escória (binária, quartenária e ótica) sugeridas por


CHAUDHARY et al (2003), CRUZ et al (1994) e LIU (1993) não foram consideradas
estatisticamente importantes para caracterizar o teor final de fósforo do FeMnMC.

9. Conclusões

Na análise estatística do banco de dados da empresa siderúrgica, excluiu-se um total


de 11 corridas, que foram detectadas como sendo erros de medida ou falha do processo.
Assim, utilizou-se um total de 271 corridas para se desenvolver os modelos de regressão
linear múltipla.

No presente trabalho, foram estimados 4 modelos válidos para a previsão do teor de


fósforo do aço ao final do sopro no converdetor LD da empresa estudada, sendo que o
melhor modelo encontrado foi capaz de explicar aproximadamente 99,7% da variabilidade do
teor final de fósforo.

Enumeram-se as seguintes conclusões da modelagem para a previsão do teor final


de fósforo do aço:

- o aumento do teor de sílica na escória prejudica as reações de desfosforação,


causando o aumento do teor final de fósforo do aço;

- o aumento do teor inical de silício do ferro-gusa acarreta na diminuição do teor de


fósforo do aço;

- o aumento do teor final de carbono do aço causa um aumento do teor final de


fósforo do aço;

- o aumento da temperatura prejudica a desfosforação;

131
- a diminuição do teor de P2O5 da escória diminui o teor final de fósforo da escória.

- o aumento do teor de MgO da escória aumenta o teor final de fósforo do aço;

- os teores de MnO, FeO e CaO da escória não foram consideradas como sendo
importantes para caracterizar o teor final de fósforo do aço;

- não há nenhuma relação entre o teor de fósforo do aço e variáveis do processo


elevadas ao cubo.

Na análise estatística do banco de dados da empresa de ferro-ligas, excluiu-se um


total de 28 corridas, que foram detectadas como sendo erros de medida ou falha do processo,
e 2 variáveis regressoras (teor de titânio do FeMnAC e teor de K2O da escória). Assim,
utilizou-se um total de 246 corridas para se desenvolver os modelos de regressão linear
múltipla.

Em uma análise prévia, a desfosforação oxidante em ligas de ferromanganês da


empresa estudada é ineficiente, como defendido por LEE et al (1989) e ZAITSEV &
MOGUTNOV (1992), já que ocorre um aumento do teor final de fósforo do FeMnMC
processado no conversor, passando de 0,21241% no início para 0,26282% ao fim do
processo.

No presente trabalho, foram estimados 7 modelos válidos para a previsão do teor de


fósforo do FeMnMC ao final do sopro no conversor, sendo que o melhor modelo encontrado
foi capaz de explicar aproximadamente 99,1% da variabilidade do teor final de fósforo.
Enumeram-se as seguintes conclusões da modelagem para a previsão do teor final de fósforo
do aço:

- altos teores de fósforo do FeMnAC acarretam em altos teores de fósforo do


FeMnMC, pois a desfosforação no conversor da empresa é muito baixa;

- um aumento do teor de ferro do FeMnAC acarreta numa diminuição do teor de


fósforo do FeMnMC;

- um aumento do teor de BaO da escória acarreta numa diminuição do teor de


fósforo do FeMnMC;

- a dissolução de cal no conversor diminui o teor final de fósforo do FeMnMC;

132
- um acréscimo do teor de MnO da escória do conversor aumenta o teor de fósforo
do FeMnMC, isso ocorre porque esse óxido dilui o CaO da escória, diminuindo a basicidade
da mesma.

Os índices de basicidade da escória (basicidade binária, ternária ou ótica) que foram


apontados pela bibliografia como sendo importantes para as reações de desfosforação tanto
do aço quanto do FeMnMC, não foram consideradas como estatisticamente importantes para
caracterizar o teor de fósforo do aço no presente trabalho.

10. Referências Bibliográficas

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